Este documento descreve uma conferência sobre o papel da universidade no desenvolvimento socioeconômico. O objetivo é examinar como as universidades podem contribuir mais para o desenvolvimento dos países africanos, especialmente Angola, através do ensino, pesquisa e extensão. A conferência irá discutir como as universidades podem se adaptar melhor às necessidades sociais e econômicas e estabelecer parcerias para apoiar projetos de desenvolvimento.
Candidatura aos Corpos Sociais da APDSI para o triénio 2017-2019
O papel das univ
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CONFERÊNCIA SOBRE O PAPEL DA UNIVERSIDADE NO DESENVOLVIMENTO
SÓCIO-ECONÓMICO
Instituto Superior Politécnico de
Tecnologias e Ciências
12 DE NOVEMBRO DE 2014
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CONTEXTO
O mundo de hoje é caracterizado por mudanças rápidas e profundas. Estas
mudanças afectam todas as áreas da vida, designadamente a economia com a
globalização da produção, distribuição e consumo; a vida política com a
democratização e liberalização; a sociedade com a liberdade e a igualdade dos
direitos humanos; a Ciência e Tecnologia com comunicação e miniaturização; etc.
Todas essas mudanças transformam a sociedade e criam novas formas de pensar, de
trabalhar, de comportamento e da vida. Portanto, este é um período de novos
desafios e novas oportunidades.
Essas mudanças também são evidentes em África. De fato, o continente Africano não
está de fora das turbulências e mudanças que o mundo enfrenta. A África de hoje é
diferente dos anos sessenta ou oitenta. Nesta óptica levantam-se questões
relacionadas com o papel e o lugar da universidade nestas grandes mudanças. Qual
o papel que ela desempenha nestas alterações e transformações? A universidade
africana em geral e a angolana em particular, está à margem destes
desenvolvimentos, acompanha ou contribui para essas mudanças? Qual será o papel
deve jogar a universidade, neste momento particular da história do país, do
continente e do mundo?
Com efeito, actualmente, é atribuído às universidades um importante papel no
desenvolvimento de países e nações devido a sua contribuição para a produção e
transmissão de conhecimentos e de formação bem como da qualificação da força
de trabalho. Esse discurso tem amparo na legitimidade dos objetivos formais dessas
organizações – o ensino, a pesquisa e a extensão – os quais lhes conferem,
automaticamente, capacidade de intervenção sobre o processo de
desenvolvimento.
Uma universidade é o locus privilegiado onde os participantes do processo
educacional interagem, desenvolvendo e adquirindo conhecimentos e habilidades,
com o objetivo de entender e agir sobre a realidade que os cerca. O papel da
universidade, nesse contexto, deve traduzir-se em seu efetivo compromisso com a
solução dos problemas e desafios de seu contexto económico-social, implicando
maior responsabilização quanto aos interesses e necessidades sociais.
Afigura-se portanto, de valor fundamental , o papel que as universidades devem
desempenhar no desenvolvimento regional e na diminuição das disparidades
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econômicas e sociais existentes entre as regiões do país, interagindo, logicamente,
com o poder público, o setor produtivo e a sociedade como um todo.
A universidade deve pautar sua actuação no tripé ensino-pesquisa-extensão,
norteando-se por rigorosos critérios de qualidade, pelo espírito constante de auto-avaliação,
pela atualização permanente, pela diversidade de opiniões, pela visão de
prestação de serviços à comunidade onde atua, enfim, pela transformação e
sistematização do saber em conhecimento que possa ser útil à sociedade.
As formas são muitas: aumento da oferta de vagas nos cursos de graduação e pós -
graduação; formação de recursos humanos com maior foco nas especificidades
empresariais e regionais; fortalecimento da cultura empreendedora; estímulo à
interação universidade-empresa; intensificação de pesquisas em áreas estratégicas do
desenvolvimento regional; transferência da tecnologia a sociedade através prestação
de serviços de toda espécie (sem fins lucrativos), no âmbito das actividades de
extensão.
No que diz respeito ao desenvolvimento tecnológico, as universidades, são
responsáveis por quase todas as pesquisas de ponta realizadas no mundo.
Objectivos
O principal objetivo da conferência é reunir formuladores de políticas governamentais
e funcionários da universidade e estudantes para examinar todo o papel essencial da
universidade no desenvolvimento socio-económico dos países africanos, com
particular incidência para Angola. Trata-se portanto, para esclarecer a lugar e papel
da universidade no processo de desenvolvimento a nível local e nacional e
continental.
Os objetivos específicos da conferência são:
Determinar o papel da universidade e a sua participação na mudança social e
do desenvolvimento em geral;
Considerar os caminhos a seguir nas áreas em que a universidade deve
desempenhar o seu papel;
Determinar gestão institucional e legal de recursos para implementar para a
troca d’experiências e práticas inovadoras em andamento em universidades
angolanas;
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Conteúdo (programa) da Conferência
Tema I: A Universidade, como produtora de conhecimento para o desenvolvimento
económico e social: O Subsistema do Ensino Superior em Angola e as
políticas de Ciências, Tecnologia e Inovação em Angola.
I. Caracterização do Susbsistema do Ensino Superior em Angola;
II. A política de ciências, tecnologia e inovação de Angola e seu impacto no
desenvolvimento sócio-económico.
Tema II: A Globalização e o ensino superior em África
I. A Universidade Africana face aos desafios da globalização;
II. Como tornar a Universidade como motor do desenvolvimento em Africa?
III. Que universidade africana se pretende para apoiar os esforços de
desenvolvimento em África?.
Tema II: A Universidade como factor de Desenvolvimento socio-económico em Africa.
Caso de Angola
I. Conceito de universidade de desenvolvimento;
II. Que estratégias a adoptar para tornar a universidade o lugar de
concepção de projectos e programas de desenvolvimento económico e
social.
Participantes
A Conferencia terá como público alvo a comunidade académica, representantes de
instituições publicas e privadas bem como de organizações internacionais.
Resultados esperados
O compromisso principal consiste em a universidade africana abandonar a torre de
marfim, e que exista para a sociedade e não para si mesmo. Ela não deve ficar na ilha
dos conhecimentos ou no meio de litígios ou reivindicações corporativistas. Em vez
disso, deve retornar a seu status como serviço público aberto e ao serviço da
comunidade e da nação como um todo. A universidade deve estar ciente das
necessidades, dos desafios e oportunidades do seu meio ambiente e comprometer -se
em busca de soluções adequadas.
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A questão que o fórum deve considerar é a forma de se adaptar, traduzir e
transformar conhecimentos e lições aprendidas na implementação de projetos de
desenvolvimento econômico e sociais, por exemplo, na construção de máquinas,
fábricas ou estradas; fabricar e colocação no mercado de novos alimentos ou
produtos farmacêuticos; uso de novos processos administrativos ou judiciais; a
invenção de novas tecnologias que reduzem a vida dos agricultores e das mulheres; a
implementação de novas estratégias, novas políticas e novas abordagens de
governação.
Garantindo a qualidade da sua investigação e seu ensino, a universidade deveria
trabalhar em parceria com:
1) Empresas públicas e privadas para inventar, produzir ou melhorar a produção
ou os procedimentos;
2) A sociedade civil para alcançar todos os projectos de desenvolvimento e de
melhoria das condições de vida da população;
3) As associações profissionais para aprofundar conhecimento profissional e
melhor servir as populações;
4) As instituições públicas para comparar e aplicar várias estratégias e políticas de
desenvolvimento económico e social;
5) A população como um todo para entender melhor suas necessidades e
acompanhá-la na busca do bem-estar.
Cabe à universidade, portanto, esse importante papel impulsionador do
desenvolvimento, do qual nenhum país pode prescindir, que lega à sociedade,
através do saber e da reflexão, o conhecimento para a busca da melhoria das
condições econômicas e sociais.
Metodologia
Os trabalhos da conferência serão dirigidos de forma participativa e activa. Os
participantes serão solicitados a intervir e apresentar casos concretos para ilustração
dos temas em discussão.