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ANALISE DO CADERNO 1 DO PACTO e SUA VINCULAÇÃO COM O REM
Ermelindo Martins Caetano
Girlaine Figueiró Oliveira
Com o objetivo comum de buscar a ressignificação do Ensino Médio para o
jovem estudante da rede pública estadual, a Secretaria de Estado de Educação
de Minas Gerais (SEE-MG) tem envidado esforços, desde 2012, para promover
a melhoria da qualidade do Ensino Médio. Nessa perspectiva, a SEE-MG
aderiu ao Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, em parceria
com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação e o FNDE –
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, no sentido de valorizar o
professor da rede pública estadual do ensino médio, mediante a formação
articulada com Universidades Públicas. Você professor conhece os 06
cadernos da Etapa I do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino
Médio?
A proposta do MEC vem ao encontro das ações, já em andamento, na
Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE/MG que, busca
promover a capacitação e formação contínua dos professores. Você professor
já participou de algum curso de capacitação ou formação ofertada pela
SEE /MG?
O Reinventando o Ensino Médio (REM), que, em 2014, alcançou todas as
escolas de ensino médio da rede publica estadual possui uma proposta em
curso que compreende uma estrutura curricular com uma base nacional
comum e uma parte destinada a áreas de empregabilidade criadas para o
REM. Você professor conhece a proposta curricular do Reinventando o
Ensino Médio?
Essa adesão ao Pacto fortalecerá as estratégias para a implementação de
políticas públicas de educação, consolidando a proposta de formação e de
desenvolvimento profissional que se estabelece continuamente na SEE-MG,
reafirmando a interface educação/sociedade, com base nos princípios de
diálogo, integração, articulação, convergência, experimentação e inovação.
Haverá o acompanhamento de Orientadores de Estudos, que serão
capacitados por Formadores Regionais e estes, por Professores de Instituições
de Ensino Superior (IES). A metodologia de formação a ser adotada contará
com professores-multiplicadores e será desdobrada em duas etapas mediante
a oferta de 200 (duzentas) horas de formação, sendo 100 (cem) horas de
atividades coletivas presenciais e 100 (cem) horas individuais.
Os cadernos propostos pelo MEC para o Pacto Nacional de Fortalecimento do
Ensino Médio vão de encontro as orientações do Reinventando o Ensino
Médio, que além de propor discutir o currículo, propõe uma nova estrutura com
Percursos curriculares alternativos; Flexibilidade; Uso das novas tecnologias de
ensino/aprendizagem; Atividades interdisciplinares e instrumentos formativos
extraescolares.
O Currículo adotado em Minas Gerais amplia a carga horaria para 3000 horas,
sendo 2500 horas para a Formação Geral compreendendo os conteúdos
básicos comuns e 500 horas para a Formação especifica compreendendo os
conteúdos curriculares destinados à geração de competências e habilidades
nas áreas de empregabilidade. O que você professor acha da ampliação da
carga horária que está sendo feita gradativamente em nosso país,
inclusive em Minas Geras?
O caderno I - do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio –
Trata do Ensino Médio e da Formação Humana Integral realizando uma revisão
histórica do currículo do ensino médio no Brasil, promovendo um balanço
histórico institucional, abordando o currículo no Império, na República, anos
1930, o Estado Novo e as Leis Orgânicas do Ensino, do fim da ditadura Vargas
à ditadura civil militar: dos anos 1950 aos anos 1980. Uma abordagem da
redemocratização ao período atual. Apresenta os desafios para o ensino médio
e quadro geral do ensino médio: o que nos dizem os indicadores sociais.
Importante destacar que o caderno I apresenta também o capítulo denominado
de “Rumo ao Ensino Médio de Qualidade Social: as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio, o Direito à Educação e a formação humana
integral e outros desafios às Políticas públicas de Ensino Médio”. Este contexto
histórico foi o mesmo utilizado pela SEE/MG para formular o Reinventando o
Ensino Médio, pois todos os estudos realizados mostravam que esta etapa da
educação básica não estava sendo atrativa para os nossos jovens.
Neste sentido, analisando os debates apresentados pelo Caderno I à questão
do currículo unificado para todo o território nacional é recente (desde 1996,
com a instauração dos Parâmetros Curriculares Nacionais), mas ao longo da
história do nosso país nota-se que esse debate já existia, tornando-se
necessário que tal discussão seja problematizada. Logo, é fundamental olhar,
mesmo que de forma breve, para a história educacional brasileira para
compreender como se chegou à situação atual.
A história da educação no Brasil começa em 1549, com a chegada dos
primeiros padres jesuítas, inaugurando uma crise que haveria de deixar marcas
profundas na cultura e civilização do país. Movidos por intenso sentimento
religioso de propagação da fé cristã, durante mais de 200 anos os jesuítas
foram praticamente os únicos educadores do Brasil.
Em 1759, quando os jesuítas foram expulsos de Portugal e de suas colônias,
abriu-se um enorme vazio na educação, que só tomaria novo impulso a partir
de 1808, com a mudança da sede do reino de Portugal e a vinda da Família
Real para o Brasil Colônia. Tais fatos provocaram a instauração de instituições
culturais e científicas, de ensino técnico e dos primeiros cursos superiores,
como os de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia.
Desde essa época é notável como a obra educacional de D. João VI estava
interessada em suprir as necessidades imediatas da corte portuguesa no
Brasil, com o intuito de preencher demandas de formação profissional. Com
essa característica, teve forte influência na educação, tanto básica quanto de
ensino superior.
Durante os períodos subsequentes, até meados dos anos 1920,
estabeleceram-se duas constituições, uma em 1824 e outra em 1891. Com a
independência do país, conquistada em 1822, esboçaram-se algumas
mudanças no panorama político e social. No que concerne à educação, a
Constituição de 1824 firmava como compromisso do Império assegurar
instrução primária e gratuita a todos os cidadãos; isso foi confirmado em 1827,
pela lei de 15 de outubro, que previa a criação de escolas de primeiras letras
em todas as cidades, vilas e vilarejos. Entretanto, a promulgação do ato
adicional de 1834, que delegou às províncias a prerrogativa de legislar sobre a
educação primária, fez com que o governo central se afastasse da
responsabilidade de assegurar educação elementar para todos.
A descentralização da educação básica, instituída em 1834, foi mantida pela
República, na Constituição de 1891, impedindo mais uma vez o governo central
de formular e coordenar a universalização do ensino fundamental, o que
ampliou, nas décadas seguintes, a distância entre as elites do país e as
camadas sociais populares .
A partir da década de 1920, depois da Primeira Guerra Mundial, o Brasil
começou a ser repensado em termos de educação, dando espaço a um
movimento de renovação no setor educacional. Esse período, efervescente
tanto do ponto de vista cultural quanto artístico (destaca-se a Semana de Arte
Moderna, de 1922), repercutiu amplamente no campo educacional, pois muitos
educadores promoveram a crítica a um modelo de ensino passivo, engessado,
em que o aluno era apenas um receptor das ideias e dos conhecimentos
transmitidos pelos mestres.
Em consequência desse panorama político e social, em 1931 foi implementada
pelo Ministério de Educação e Saúde Pública a reforma Francisco Campos, a
qual dava uma estrutura orgânica ao ensino secundário, comercial e superior
em território nacional. Nota-se aqui o início de uma ação mais objetiva do
Estado em relação à educação, estabelecendo um currículo seriado
(implementação de um currículo enciclopédico, aparecendo pela primeira vez
na História do Brasil o currículo nas leis e reformas educacionais), a frequência
obrigatória, dois ciclos – um fundamental e outro complementar – e a exigência
de habilitações neles para o ingresso no ensino superior.
Nessa mesma época surgiu a grande geração de educadores: Anísio Teixeira,
Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Almeida Júnior, entre outros. Eles
tentaram implantar no Brasil os ideais da Escola Nova e divulgaram em 1932 o
Manifesto dos Pioneiros, documento histórico que sintetiza os pontos centrais
desse movimento de ideias, redefinindo mais uma vez o papel do Estado em
matéria educacional. Tal manifesto enfatizava a construção e a aplicação de
um programa de reconstrução educacional de âmbito nacional, afirmando a
finalidade da educação, que se definia de acordo com a filosofia de cada
época.
Como a sociedade estava mudando, a educação escolar deveria refletir
essas mudanças, o que gerou uma nova concepção de educação, segundo a
qual é o educando, com seu interesse, suas aptidões e tendências, quem deve
ser o centro da ação pedagógica. Como você professor vê estas mudanças
que estão ocorrendo rapidamente em nossa sociedade? Esse ideário de
educação volta nos anos 1990, com as reformas educacionais mais recentes e
uma nova perspectiva das teorias do currículo.
Entretanto, na Constituição de 1937, com o estabelecimento do Estado Novo, o
Estado deixava de proclamar seu dever frente à educação: o que em 1934 era
um dever do Estado em 1937 passou a ser uma ação meramente supletiva.
Segundo Lima (1969), somente após a queda do Estado Novo, em 1945, os
ideais da década de 1930 puderam ser retomados e consubstanciados no
primeiro projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1948.
Após difícil trajetória, a LDB foi finalmente aprovada em 1961 (Lei nº 4.024). Eis
aqui a primeira LDB brasileira!
Porém, com a instauração do regime militar em 1964, o movimento em favor da
escola pública e o conteúdo da primeira LDB brasileira foram interrompidos. O
novo regime implantou a segunda LDB; foram promulgadas as Leis nº 5.540/68
e nº 5.692/71, que introduziram mudanças significativas na estrutura do ensino
fundamental e superior, demonstrando a necessidade de vincular a educação
aos planejamentos econômicos globais como forma de contribuir para o
desenvolvimento econômico do Estado. Para atingir essa meta, seria
necessário adequar a educação às necessidades de qualificação de mão de
obra demandada pelo mercado de trabalho.
Para conter a forte demanda ao ensino superior, a estratégia governamental
adotada foi a Lei nº 5692/71, que atribuiu ao ensino do segundo grau um
caráter de profissionalização compulsória. É importante ressaltar aqui três
aspectos: (a) a lei que promulgou a compulsoriedade do ensino
profissionalizante de segundo grau contribuiu mais ainda para a
desorganização dos currículos das escolas públicas; (b) essa lei aumentava
ainda mais a desigualdade social, pois os alunos das escolas públicas eram
filhos de operários; nesse sentido, tem-se no Brasil uma dualidade de ensino:
as escolas particulares deveriam formar as elites condutoras do país; as
escolas públicas formariam os filhos dos operários e desafortunados; (c) tais
reformas educacionais dos anos 1970 se inspiraram e se justificaram pela
Teoria do Capital Humano, que creditava à educação o poder quase mágico de
favorecer o desenvolvimento das nações e a ascensão social dos indivíduos.
Essa teoria, surgida nos Estados Unidos e Inglaterra nos anos 1960 e no Brasil
nos anos 1970, foi estruturada no âmbito das teorias do desenvolvimento
(ideologia desenvolvimentista do pós-guerra), fazendo parte da estratégia de
hegemonia norte-americana. Essa teoria influenciou a própria prática
educativa, pois previa uma pedagogia fundamentada nos princípios da
racionalidade e da eficiência que regem a lógica do mercado, dando ao
trabalho escolar um caráter acentuadamente tecnicista, que se materializava
em propostas fechadas, restritas a uma aprendizagem para o saber fazer.
Essa característica ainda é presente nos currículos escolares. Como? Em
quais aspectos?
O fracasso da profissionalização universal e compulsória do ensino de segundo
grau culminou com a promulgação da Lei nº 7.044 em 1982, numa época
marcada pela onda de democratização da educação.
Com o fim do regime autoritário em 1985 e com a implementação da
Constituição de 1988, uma nova fase da educação brasileira estava
começando a surgir.
A principal reforma no ensino nos anos 1990 foi instaurada pela Lei nº
9.394/96, instituindo a nova LDB e com uma grande novidade: os Parâmetros
Curriculares Nacionais. Quais contribuições dos Parâmetros Curriculares
Nacionais para a educação brasileira?
A Lei Darcy Ribeiro, como foi chamada, aprovada em 20 de dezembro de 1996,
que vigora até os dias atuais, confirma as tendências da afirmação de uma
escolaridade básica mais prolongada e a proposta de uma educação
profissional mais abrangente e, portanto, para além do adestramento às
técnicas de trabalho, afirmando o propósito de estender ao poder público a
obrigatoriedade de oferta do ensino médio como direito de cidadania.
Todavia, é relevante ressaltar que a discussão dessa lei se iniciou uma década
antes de sua aprovação, com a Carta de Goiânia. No ano seguinte, com a
publicação, na revista da Andes, de um artigo sobre a LDB.
As questões descritas na atual LDB determinam pelo Decreto nº 2.208/97 e
pelo Parecer nº16/99, que são dois os níveis da educação nacional: a
Educação Básica, que corresponde às oito séries do ensino fundamental (mas,
que, atualmente são nove), mais as três séries do ensino médio, e a educação
superior. No que diz respeito à educação profissional, tratada em capítulo
especial, são três os níveis de ensino: o básico, o técnico e o tecnológico.
É importante notar que o debate de uma educação de âmbito nacional,
acompanhada das questões curriculares para a implementação de um currículo
unificado para todo o território, sempre esteve presente na história da
educação brasileira. As tentativas ao longo do tempo não puderam se
concretizar por causa das políticas públicas relativas à educação: num dado
momento, o Estado tinha a obrigatoriedade de fornecer a educação pública
para os cidadãos, e em outro não. Essas oscilações do dever do Estado frente
à educação geraram consequências para nossa educação que perduram até
hoje. Os PCNs só se concretizaram graças à redemocratização do país,
quando se reabriu o debate em torno da questão da educação pública e das
questões curriculares. A proposta curricular do REM está em consonância
com os PCNs?
Para você a adoção do Currículo proposta pelo Reinventando o Ensino
Médio torna o aluno um protagonista do seu processo de ensino
aprendizagem?

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Caderno pacto 1 - Sua vinculação com o pacto

  • 1. ANALISE DO CADERNO 1 DO PACTO e SUA VINCULAÇÃO COM O REM Ermelindo Martins Caetano Girlaine Figueiró Oliveira Com o objetivo comum de buscar a ressignificação do Ensino Médio para o jovem estudante da rede pública estadual, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) tem envidado esforços, desde 2012, para promover a melhoria da qualidade do Ensino Médio. Nessa perspectiva, a SEE-MG aderiu ao Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, em parceria com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação e o FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, no sentido de valorizar o professor da rede pública estadual do ensino médio, mediante a formação articulada com Universidades Públicas. Você professor conhece os 06 cadernos da Etapa I do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio? A proposta do MEC vem ao encontro das ações, já em andamento, na Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE/MG que, busca promover a capacitação e formação contínua dos professores. Você professor já participou de algum curso de capacitação ou formação ofertada pela SEE /MG? O Reinventando o Ensino Médio (REM), que, em 2014, alcançou todas as escolas de ensino médio da rede publica estadual possui uma proposta em curso que compreende uma estrutura curricular com uma base nacional comum e uma parte destinada a áreas de empregabilidade criadas para o REM. Você professor conhece a proposta curricular do Reinventando o Ensino Médio? Essa adesão ao Pacto fortalecerá as estratégias para a implementação de
  • 2. políticas públicas de educação, consolidando a proposta de formação e de desenvolvimento profissional que se estabelece continuamente na SEE-MG, reafirmando a interface educação/sociedade, com base nos princípios de diálogo, integração, articulação, convergência, experimentação e inovação. Haverá o acompanhamento de Orientadores de Estudos, que serão capacitados por Formadores Regionais e estes, por Professores de Instituições de Ensino Superior (IES). A metodologia de formação a ser adotada contará com professores-multiplicadores e será desdobrada em duas etapas mediante a oferta de 200 (duzentas) horas de formação, sendo 100 (cem) horas de atividades coletivas presenciais e 100 (cem) horas individuais. Os cadernos propostos pelo MEC para o Pacto Nacional de Fortalecimento do Ensino Médio vão de encontro as orientações do Reinventando o Ensino Médio, que além de propor discutir o currículo, propõe uma nova estrutura com Percursos curriculares alternativos; Flexibilidade; Uso das novas tecnologias de ensino/aprendizagem; Atividades interdisciplinares e instrumentos formativos extraescolares. O Currículo adotado em Minas Gerais amplia a carga horaria para 3000 horas, sendo 2500 horas para a Formação Geral compreendendo os conteúdos básicos comuns e 500 horas para a Formação especifica compreendendo os conteúdos curriculares destinados à geração de competências e habilidades nas áreas de empregabilidade. O que você professor acha da ampliação da carga horária que está sendo feita gradativamente em nosso país, inclusive em Minas Geras? O caderno I - do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio – Trata do Ensino Médio e da Formação Humana Integral realizando uma revisão histórica do currículo do ensino médio no Brasil, promovendo um balanço histórico institucional, abordando o currículo no Império, na República, anos 1930, o Estado Novo e as Leis Orgânicas do Ensino, do fim da ditadura Vargas à ditadura civil militar: dos anos 1950 aos anos 1980. Uma abordagem da
  • 3. redemocratização ao período atual. Apresenta os desafios para o ensino médio e quadro geral do ensino médio: o que nos dizem os indicadores sociais. Importante destacar que o caderno I apresenta também o capítulo denominado de “Rumo ao Ensino Médio de Qualidade Social: as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, o Direito à Educação e a formação humana integral e outros desafios às Políticas públicas de Ensino Médio”. Este contexto histórico foi o mesmo utilizado pela SEE/MG para formular o Reinventando o Ensino Médio, pois todos os estudos realizados mostravam que esta etapa da educação básica não estava sendo atrativa para os nossos jovens. Neste sentido, analisando os debates apresentados pelo Caderno I à questão do currículo unificado para todo o território nacional é recente (desde 1996, com a instauração dos Parâmetros Curriculares Nacionais), mas ao longo da história do nosso país nota-se que esse debate já existia, tornando-se necessário que tal discussão seja problematizada. Logo, é fundamental olhar, mesmo que de forma breve, para a história educacional brasileira para compreender como se chegou à situação atual. A história da educação no Brasil começa em 1549, com a chegada dos primeiros padres jesuítas, inaugurando uma crise que haveria de deixar marcas profundas na cultura e civilização do país. Movidos por intenso sentimento religioso de propagação da fé cristã, durante mais de 200 anos os jesuítas foram praticamente os únicos educadores do Brasil. Em 1759, quando os jesuítas foram expulsos de Portugal e de suas colônias, abriu-se um enorme vazio na educação, que só tomaria novo impulso a partir de 1808, com a mudança da sede do reino de Portugal e a vinda da Família Real para o Brasil Colônia. Tais fatos provocaram a instauração de instituições culturais e científicas, de ensino técnico e dos primeiros cursos superiores, como os de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia. Desde essa época é notável como a obra educacional de D. João VI estava interessada em suprir as necessidades imediatas da corte portuguesa no Brasil, com o intuito de preencher demandas de formação profissional. Com
  • 4. essa característica, teve forte influência na educação, tanto básica quanto de ensino superior. Durante os períodos subsequentes, até meados dos anos 1920, estabeleceram-se duas constituições, uma em 1824 e outra em 1891. Com a independência do país, conquistada em 1822, esboçaram-se algumas mudanças no panorama político e social. No que concerne à educação, a Constituição de 1824 firmava como compromisso do Império assegurar instrução primária e gratuita a todos os cidadãos; isso foi confirmado em 1827, pela lei de 15 de outubro, que previa a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e vilarejos. Entretanto, a promulgação do ato adicional de 1834, que delegou às províncias a prerrogativa de legislar sobre a educação primária, fez com que o governo central se afastasse da responsabilidade de assegurar educação elementar para todos. A descentralização da educação básica, instituída em 1834, foi mantida pela República, na Constituição de 1891, impedindo mais uma vez o governo central de formular e coordenar a universalização do ensino fundamental, o que ampliou, nas décadas seguintes, a distância entre as elites do país e as camadas sociais populares . A partir da década de 1920, depois da Primeira Guerra Mundial, o Brasil começou a ser repensado em termos de educação, dando espaço a um movimento de renovação no setor educacional. Esse período, efervescente tanto do ponto de vista cultural quanto artístico (destaca-se a Semana de Arte Moderna, de 1922), repercutiu amplamente no campo educacional, pois muitos educadores promoveram a crítica a um modelo de ensino passivo, engessado, em que o aluno era apenas um receptor das ideias e dos conhecimentos transmitidos pelos mestres. Em consequência desse panorama político e social, em 1931 foi implementada pelo Ministério de Educação e Saúde Pública a reforma Francisco Campos, a qual dava uma estrutura orgânica ao ensino secundário, comercial e superior em território nacional. Nota-se aqui o início de uma ação mais objetiva do Estado em relação à educação, estabelecendo um currículo seriado
  • 5. (implementação de um currículo enciclopédico, aparecendo pela primeira vez na História do Brasil o currículo nas leis e reformas educacionais), a frequência obrigatória, dois ciclos – um fundamental e outro complementar – e a exigência de habilitações neles para o ingresso no ensino superior. Nessa mesma época surgiu a grande geração de educadores: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Almeida Júnior, entre outros. Eles tentaram implantar no Brasil os ideais da Escola Nova e divulgaram em 1932 o Manifesto dos Pioneiros, documento histórico que sintetiza os pontos centrais desse movimento de ideias, redefinindo mais uma vez o papel do Estado em matéria educacional. Tal manifesto enfatizava a construção e a aplicação de um programa de reconstrução educacional de âmbito nacional, afirmando a finalidade da educação, que se definia de acordo com a filosofia de cada época. Como a sociedade estava mudando, a educação escolar deveria refletir essas mudanças, o que gerou uma nova concepção de educação, segundo a qual é o educando, com seu interesse, suas aptidões e tendências, quem deve ser o centro da ação pedagógica. Como você professor vê estas mudanças que estão ocorrendo rapidamente em nossa sociedade? Esse ideário de educação volta nos anos 1990, com as reformas educacionais mais recentes e uma nova perspectiva das teorias do currículo. Entretanto, na Constituição de 1937, com o estabelecimento do Estado Novo, o Estado deixava de proclamar seu dever frente à educação: o que em 1934 era um dever do Estado em 1937 passou a ser uma ação meramente supletiva. Segundo Lima (1969), somente após a queda do Estado Novo, em 1945, os ideais da década de 1930 puderam ser retomados e consubstanciados no primeiro projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1948. Após difícil trajetória, a LDB foi finalmente aprovada em 1961 (Lei nº 4.024). Eis aqui a primeira LDB brasileira! Porém, com a instauração do regime militar em 1964, o movimento em favor da escola pública e o conteúdo da primeira LDB brasileira foram interrompidos. O
  • 6. novo regime implantou a segunda LDB; foram promulgadas as Leis nº 5.540/68 e nº 5.692/71, que introduziram mudanças significativas na estrutura do ensino fundamental e superior, demonstrando a necessidade de vincular a educação aos planejamentos econômicos globais como forma de contribuir para o desenvolvimento econômico do Estado. Para atingir essa meta, seria necessário adequar a educação às necessidades de qualificação de mão de obra demandada pelo mercado de trabalho. Para conter a forte demanda ao ensino superior, a estratégia governamental adotada foi a Lei nº 5692/71, que atribuiu ao ensino do segundo grau um caráter de profissionalização compulsória. É importante ressaltar aqui três aspectos: (a) a lei que promulgou a compulsoriedade do ensino profissionalizante de segundo grau contribuiu mais ainda para a desorganização dos currículos das escolas públicas; (b) essa lei aumentava ainda mais a desigualdade social, pois os alunos das escolas públicas eram filhos de operários; nesse sentido, tem-se no Brasil uma dualidade de ensino: as escolas particulares deveriam formar as elites condutoras do país; as escolas públicas formariam os filhos dos operários e desafortunados; (c) tais reformas educacionais dos anos 1970 se inspiraram e se justificaram pela Teoria do Capital Humano, que creditava à educação o poder quase mágico de favorecer o desenvolvimento das nações e a ascensão social dos indivíduos. Essa teoria, surgida nos Estados Unidos e Inglaterra nos anos 1960 e no Brasil nos anos 1970, foi estruturada no âmbito das teorias do desenvolvimento (ideologia desenvolvimentista do pós-guerra), fazendo parte da estratégia de hegemonia norte-americana. Essa teoria influenciou a própria prática educativa, pois previa uma pedagogia fundamentada nos princípios da racionalidade e da eficiência que regem a lógica do mercado, dando ao trabalho escolar um caráter acentuadamente tecnicista, que se materializava em propostas fechadas, restritas a uma aprendizagem para o saber fazer. Essa característica ainda é presente nos currículos escolares. Como? Em quais aspectos?
  • 7. O fracasso da profissionalização universal e compulsória do ensino de segundo grau culminou com a promulgação da Lei nº 7.044 em 1982, numa época marcada pela onda de democratização da educação. Com o fim do regime autoritário em 1985 e com a implementação da Constituição de 1988, uma nova fase da educação brasileira estava começando a surgir. A principal reforma no ensino nos anos 1990 foi instaurada pela Lei nº 9.394/96, instituindo a nova LDB e com uma grande novidade: os Parâmetros Curriculares Nacionais. Quais contribuições dos Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação brasileira? A Lei Darcy Ribeiro, como foi chamada, aprovada em 20 de dezembro de 1996, que vigora até os dias atuais, confirma as tendências da afirmação de uma escolaridade básica mais prolongada e a proposta de uma educação profissional mais abrangente e, portanto, para além do adestramento às técnicas de trabalho, afirmando o propósito de estender ao poder público a obrigatoriedade de oferta do ensino médio como direito de cidadania. Todavia, é relevante ressaltar que a discussão dessa lei se iniciou uma década antes de sua aprovação, com a Carta de Goiânia. No ano seguinte, com a publicação, na revista da Andes, de um artigo sobre a LDB. As questões descritas na atual LDB determinam pelo Decreto nº 2.208/97 e pelo Parecer nº16/99, que são dois os níveis da educação nacional: a Educação Básica, que corresponde às oito séries do ensino fundamental (mas, que, atualmente são nove), mais as três séries do ensino médio, e a educação superior. No que diz respeito à educação profissional, tratada em capítulo especial, são três os níveis de ensino: o básico, o técnico e o tecnológico. É importante notar que o debate de uma educação de âmbito nacional, acompanhada das questões curriculares para a implementação de um currículo unificado para todo o território, sempre esteve presente na história da educação brasileira. As tentativas ao longo do tempo não puderam se concretizar por causa das políticas públicas relativas à educação: num dado
  • 8. momento, o Estado tinha a obrigatoriedade de fornecer a educação pública para os cidadãos, e em outro não. Essas oscilações do dever do Estado frente à educação geraram consequências para nossa educação que perduram até hoje. Os PCNs só se concretizaram graças à redemocratização do país, quando se reabriu o debate em torno da questão da educação pública e das questões curriculares. A proposta curricular do REM está em consonância com os PCNs? Para você a adoção do Currículo proposta pelo Reinventando o Ensino Médio torna o aluno um protagonista do seu processo de ensino aprendizagem?