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pães e a fome
TERÇA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2008

2 pães e a fome
Nesse blog vou contar as tristes consequências de não querer transar com os policiais.

Policiais civis alegaram ter feito uma campana no dia 23.06.08 na quadra 714 norte e que me viram
traficando crack. Nesse dia eu estava no Centro Espírita Nossa Senhora da Glória fato esse que foi
confirmado por uma testemunha. Mesmo alegando que me viram traficar no dia 23.06.08 por que só
me deram ordem de prisão no dia 24.06.08 ? Fui levada para a delegacia das mulheres, onde dormi,
e posteriormente fui transferida para a prisão feminina denominada coméia que se situa no Gama.
Chegando na coméia fui recebida por uma policial, loira e grávida, que me revistou e disse que os
meus pertences: uma calça, uma sandália de salto alto, um tênis, duas bluzas, um colar de prata,
uma pulseira de prata, um brinco, dois perfumes, dois brilhos, um da lancôme e outro da conte (1gr),
três protetores solares, dois protetores labiais, dois cremes da nivia, uma escova de cabelo, minha
grande bolsa verde entre outros iriam para o depósito e só poderiam ser resgatados quando eu
fosse embora.

Vida na coméia.

Fiquei na cela número cinco da ala C. Nesta cela tinha mais de vinte mulheres e só haviam quatorze
camas sendo doze de cimento e duas de ferro. Por isso eu tive que dormir no chão. As presas
ficavam implicando comigo e queriam que eu comprasse drogas com a "chefe" da cela. Pedi à dona
M para me mudar de cela, mas ela não quis e disse que eu mal havia chegado e já estava arrumando
confusão. Eu comi o pão que o diabo amassou. Após vinte dias nessa cela eu fui transferida para a
cela dez da mesma ala. Na nova cela a situação só piorou. Imagine uma cela lotada de gente. Lá
havia uma senhora chamada J que dizia que era crente e passava o dia todo, juntamente com as
outras presas, orando. Essas orações me deixavam perturbada. Depois de algum tempo foram
presas as mulheres do cerrado da asa norte. Elas ficam na frente do Centro Espírita pedindo
dinheiro e roubando. Elas espalharam no presídio o boato de que eu era uma bruxa e uma
macumbeira. A maioria das outras presas, que se dizem crentes, começaram a implicar comigo, que
sou espírita, por causa dessas histórias. Na verdade as presas roubaram, mataram e traficaram e
portanto não seguem os preceitos da religião evangélica.
Eu tenho quase certeza de que as "mulheres do cerrado" foram para o presídio só para me matar.
Certa vez eu estava deitada na cama (jega) e alguém me derrubou no chão de concreto. Passei
alguns dias sentindo dor no corpo e na cabeça. Em outro dia aconteceu uma coisa bem pior. Uma
pessoa me pegou desprevenida pelas costas e me empurrou contra o teto de concreto. Eu desmaiei
e quando acordei, no corredor da ala C, havia perdido a fala e estava com muita dor no pé direito e
na cabeça. As presas avisaram os policiais do ocorrido e eles me levaram para o hospital do gama.
Chegando lá me mandaram ir para o hospital de base. No hospital de base o médico, que me achou
meio louca, deveria ter pedido um exame de raio x da perna e da cabeça para saber se havia algum
dano físico, no entanto ele apenas me encaminhou para a psiquiatria. A psiquiatra foi a única que me
tratou bem e disse que meu problema poderia ser psicológico. Ela me deu dois comprimidos e
recomendou que eu voltasse ao presídio e ficasse em observação. Eu dormi no presídio e quando
acordei a dona M perguntou se eu estava bem. Após esse fato as outras presas disseram para a M
que eu falava durante a madrugada. Isso não é verdade pois depois de ter batido a cabeça eu não
sou mais capaz de falar, sinto forte dor na perna direita e como o meu pé incha não posso mais usar
salto alto.
Nessa mesma cela número dez uma "menina do cerrado" tentou me matar enquanto eu estava
dormindo, mas ainda bem que eu acordei. Escrevi este fato em um papel e entreguei para a policia,
porém as presas da minha cela ficaram sabendo e me chamaram de x9. Foi então que eu pedi e
consegui mudar para a cela número onze da mesma ala. Essa nova cela era mais tranqüila e as
meninas me tratavam bem. Certa vez o ministério público passou perto da minha cela e ficou
sabendo mediante uma presidiária que eu tinha perdido a voz e que o presídio não estava me
tratando de maneira adequada: não estavam me oferecendo tratamento médico, os policiais estavam
me humilhando o tempo todo e eu não estava recebendo acompanhamento psicológico.

Aos poucos eu vou escrever o que me aconteceu durante esses 122 dias que eu passei presa. Dias
de dor, de sofrimento, frio e fome.

Bom vamos continuar a minha história:

Passaram alguns dias a D. A me chamou e me disse que havia chego um papel do ministério público
sobre mim. estava ela e o médico do presidio, ela me perguntou se eu não tinha vergonha na cara
de fazer denuncia da policia; eu fiquei quieta, na minha frente ela mandou um relatório falando de
mim pro ministério público comunicando o meu caso da minha voz; passado 15 dias eu tive a minha
primeira consulta com a psicóloga, na qual só aconteceu 2 vezes.
No dia da minha primeira audiência dia 16/09/2008, quem fez minha escolta foi D. Q e o Sr. W,
quando o juiz pediu para retirar minhas algema o Sr. W disse ao mesmo que eu era louca, eu só
n'ao sei por qual motivo para ele achar que eu sou louca, eu que eu saiba n'ao lhe dei nenhum
motivo para que pense que sou louca.

Teve um dia de visita que acontece todas as quintas-feiras que o Sr. W bateu numa presidiaria
chamada J na frente de todas as presidiarias e visitantes, mesmo tendo a mãe da presidiaria
passado mal.

No dia de D. C ela não me deu remedio, ela ja chegou me ameaçando a me colocar no isolamento,
como era costume dela viver me ameaçando; D. L que também tinha este costume de me ameaçar
com isolamento chegou a dizer que iria me colocar no isolamento so pra ver se que eu morresse
logo.

Nesses 122 dias de prissão sofri muito, passei fome, frio e muita humilhação, lá nos somos tratadas
como LIXO, menos as que trabalham no presidio as que limpam, entregam as refeições, as que
trabalham na biblioteca... e o pior que são essas que traficam no presidio com a cobertura da própria
policia, o pior é isso que elas jogam drogas de uma cela para outra sem nenhum problema, elas
traficam e as policias figem que não veem. Lá tem ala A, B, C e D e acontece trafico de drogas em
todas as alas. De manhã tem o conferi em ordem alfabética, e as presas que fazem a distribuição
dos pães separam os melhores para elas e suas respectivas namoradas e suas amiguinhas mais
intimas, o resto que sobra é pra gente que somos tratadas como LIXO. Eu como não compartilhava
com essas coisas era considerada como inimiga, então tudo de pior sobrava pra mim; pão duro , leite
azedo, comida estragada...
A W. uma presidiaria que trabalha somente no corredor da ala C, todas as manhãs sobra saco de pão
ela pega e leva pras amigas e namoradas que ela tem, ela é uma das que são traficante la dentro do
presidio. A comida vem azeda, vem com barata e outros bichos, la a comida é chamada de xepa e o
banheiro de boi.
Na quinta-feira dia de visita as traficantes vende os lugares dos bancos que ficam no pátio que pode
até chegar a 50,00 reais, la quem manda sao as traficantes, elas vedem esses lugares para as
novatas e para as outras presas inferiores. La a gente é tratada pior que bicho até pelas próprias
presas que são amigas das policias.
La quem tem dinheiro é que manda, essas presas poderosas compram temperos super caros na
cantina [ TUDO 3 VEZES MAIS CARO QUE O PREÇO DAQUI DE FORA ] e levam pra suas
respctivas celas, la elas fazem fogo com oleo mineral e encrementam a xepa. Na ala C tem um
bicudinho [ LESBICA] na cela 09 que se chama N que faz o encremento da xepa da W, e fazem
orgias com as outras presas, em todas celas acontece orgias entre as presas, eu fui descriminada
por me recusar a participar dessa orgias e traficos de drogas. La so conheci uma presidiaria que era
muito boa pra mim que também não participava dessas orgias e também é contra pois gosta de
homem assim como eu.
Teve um dia que o jornal Correio Brasiliense esteve no presidio e tirou algumas fotos minhas,
escrevi pedindo socorro e dei o papel pro jornalista a diretora do presidio tomou o papel. O jornal
publicou duas mentiras sobre mim, uma no dia 25/06/2008 afirmando que eu vendia cocaina e crack,
isso é mentira, eu fazia programa, outra vez publicou no dia 24/10/2008, SILENCIO, eu emudeci:
prefere os livros, do que falar, isso é mentira, acontece que ocorreu um acidente comigo, alguém
me agarou pelas costas e me jogou pra cima bati a cabeça no teto que é de concreto e desde desse
dia não consigo mais falar....
Policial que gostei de la foi o Sr. N branco e baixinho, a agente C, que é meiga e doce, D. M que é
boa até demais, D. J meiga e boa também. Agora de ruim a lista é grande, começa pela a diretora
do presidio, que é uma megera, tem o Sr. N moreno, D. E que é uma vibora.

Depois eu conto mais do meu martirio de 122 dias no presidio feminino de Brasilia...

Vamos continuar

Tem também a D. J que é outra cobra, ficava o tempo todo me chingando, D. C queria até me bater,
acho que tinha que ter alguém da corregedoria da policia civil no presidio, o ministério publico devia
ir lá mais vezes e escutar as presas, lá se uma faz uma denuncia a policia começa a conspirar contra
a presa. No dia 23/10/2008 a imprensa estava perto da grade da minha ala 9, o fotografo pediu para
tirar umas fotos minhas e eu deixei, eu peguei um papel e comecei a escrever, D. I falou para eu
parar de escrever, mas eu consegui escrever algumas coisas e entregar nas maos do fotografo; a
diretoria do presidio D. S tomou o papel, eu pedipara dar uma entrevista, para contar a verdade que
acontece no presidio e dizer que sou inocente, mas eu não consegui, a diretoria e D. I, tirou eles de
perto da cela em que eu me encontrava.
D. S machucou uma presa com a unha. Lá são so tres refeições por dia; de manhã 1 pão dormido e 1
copo de café com leite, de tarde almoço e de noite a janta. As coisas que ficam lá pra doação,
muitas vezes elas nem dão, o saco que vem com o pão Sr. N moreno vende na cantina por 0,50
centavos, o sabão do kit pobrezão ele vende por 1,00 real, um balde ue aqui fora é vendido por 1,99
ele vnde por 10,00 reais, o kit verduras custa 4,50 e quase não vem nada, o kit frutas 6,50 reais,
vocês não imaginam o robo que acontece naquela cantina, mas muitas vezes as presas não
denunciam por medo da policia. Lá tem presa que comanda o presidio, estão planejando um 157
contra a terracap , na cela 9 da ala C tem presa planejando matar varias pessoas, tem gente do
PCC la dentro, na quinta-feira todas as alas descem 8:30 horas da manhã para visita que entram as
9 horas e termina as 15 horas, depois que a visita acaba eles mandam as presas formarem fila e
deixa elas no sol quente por meia hora esperando para a gewnte poder subir novamente.
O presidio é um ninho de cobra, a cela 5 da ala C, cavou um buraco para tentar fugir mas não
conseguiu, quando isso aconteceu ela estava na cela 11, lá é cheio de barata. O presidio acabou
comigo, sai de lá bem acabada, passei fome, la as vezes a gente quase desmaia de fome, uma vez
quem me salvou do desmaio foi a presa M, que para minha sorte me deu leite ninho e bolacha, teve
um dia que eu estava com tanta fome que a M foi a até a porta d cela e pediu pão para Sr. N o
branco para mim ele mandou a W levar 2 pães so que ela so me deu meio pão, as vezes eu tomava
banho com sabão de barra, as vezes nem shampoo e nem condicionador, lá eu so tinha a M por mim
era so ela que me ajudava, eu não tinha visita.
Na ala B teve uma briga no banheiro, 3 contra 1, quebraram a lampada para ficar escuro e quse
mataram a menina. Lá você escuta tudo, é cada história triste, de dentro do prsidio elas madam
matar gente de fora, lá eu escutei tanta historia de pessoas que você olha e ñem imagina do que é
capaz de fazer. No presidio passei por tanta humilhação de policia e presas. Uma coisa eu aprendi
que é ficar longe de policia, eles abusam do poder para prejudicar as pessoas, eu fiquei presa por
122 dias inocente, perdi 122 dias da minha vida, fiquei 122 num inferno, teve uma vez que eu quase
desmaiei mna escada para subir para acela so estou bem por que a M sempre me ajudou nesses
dias de terror que passei no inferno que vivi nese presidio, quando eu puder irei ajudar a M, pois ela
foi o meu anjo da guarda nesse presidio; estou muito agradecida também com o R por ter me
ajudado, agradecida também com a V que me ajudou também, enfim estou agradecida com todos
que me ajudaram nesse inferno, com oração e firmeza estarei sempre agradecida.
Vocês ja devem ter ouvido falar de mulher que tão louca de amor pelo marido leva droga para dentro
do presidio são que cai no 12 diaria...
Conheci mulheres frias que matam por uma lata de merla ou por 50,00 reais,mulheres de rua que
para elas cadeia é um spa, como as antigas falam casa santa, café, almoço e janta, conheci a
biscoito moradora de rua o tempo que eu estive presa ela foi e voltou 3 vezes, ela é 155, para ela
cadeia é diversão, cionheci a cafetina o artigo 230 ela é ex garota de programa e hoje é cafetina os
clientes são deputados, senadores e governadores, mexia com meninas menores e modelos, a outra
que foi presa com ela um deputado pagu pra um advogado 50 mil rais para tira-la da cadeia e ele
tirou, conheci o artigo 171 mulheres bonitas que nem parecem mas mechem com o mundo do crime,
conheci o artigo 121 mulheres que matam as amantes dos maridos, exemplo uma que matou no
elevador amante do marido que estava gravida com facada, e outra que matou por motivo futil
exemplo a F que matou uma ex amiga que ja havia morado com ela ela foi na boat que fica na
Ceilandia e matou a mulher, conheci a baixinha que fez 157 no carro forte, cara de anjo ela namrava
um bicudinho da la D. conheci varias mulhers que era 12 de rua, mas na verdade é o artigo 33, as
meninas do cerrado, só tenho a dizer que quro bem longe de mim, elas queriam comandar o
presidio. Lá tinha muita briga, cada uma tinha o seu grupinho, a maioria das brigas era por besteira,
mulher que briga por mulher, lá na comeia tem muitos casalzinhos, o que rola lá é sapatinhos.
Aconteceu no pátio no dia da visita uma menina da ala B transou dentro do banheiro com um homem
na frente de muita gente eu até vi, muitas coisas acontecem na cadeia na frente dos policiais e eles
fazem de conta que não veem, fazem vistas grossas, na quinta-feira as pessoas usam drogas no
patio e eles fazem de conta que não estão vendo, eu era a unica que eles pegavam no pé, pois eu
não tinha visita, ninguém me visitava e eles ja sabiam disso por isso me humilhavam tanto, era só
ter opotunidade ou não que eles me humilhavam, mas também conheci policia de bom coração lá
dentro.
Eu mudei de ala, fui para a ala B, lá era bem melhor que a ala C, mas tive problemas com a interna
do quarto 8, no inicio eu gostei da ala B, eu fiquei n quarto 2, era 5 mulheres comigo, elas me
trataram muito bem, me ajudaram, só que eu tive que mudar de quarto por que na ala B so pode
ficar 4 presas por quarto,diferente da ala C que chega a ficar 28 presas na mesma cela, me
transferiram pro quarto 8, logo no inicio eu senti um mal estar, como tinha uma conhecida no quarto
12 eu ficava lá e so vinha pro quarto 8 a noite; no quarto 8 tinha 4 presas uma com o artigo 155, uma
que foi presa no aeroporto, outra com artigo 33 que é da remição que é a Q e eu, a do artigo 33
vivia no meu pé, a maioria do presidio dizia que eu estava fingindo , que ninguém perde a voz assim
por causa de uma queda, ela me chamava de mentirosa, queria me queimar cm cigarro, outras
vezes puxava meus cabelos, numa noite ela pegou o meu papel que eu usava pra me comunicar e
ficu jogando uma pra outra, no outro dia pedi pra policia me mudar de ala, quando a policia saiu da
porta ela me chamou de X 9, juntou 3 pra me bater mas a menina do quarto 7 me tirou a tempo para
a sala. A ala B é diferente da ala C, a ala B tem 12 quartos, 1 corredor, 1 sala, 3 pias de lavar roupa,
2 banheiros para necessidades, 1 para banho, e olha que são mais de 50 mulheres na ala B. Na sala
uma das meninas do quarto 12, uma gorda chegou perto de mim tomou da minha mão o meu papel e
minha caneta de noite eu estava chorando D. J viu eu chorando ena hora que ela foi levar meu
rémedio, ela falou para eu pegar as minhas coisas e mudou pra ala A...

Vamos continuar:

A ala A era iguala ala B, na primeira noite fui pro quarto 8, na segunda noite me transferiram pro
quarto 6, la eu conheci uma menina de rua que tinha dado a luz a uma menina ja fazia sete meses.
Os policias tinham ido na minha residencia sem mandato, em casa eu tinh 30 mil em dinheiro, varias
joias, 2 tvs grande de LCD e varios moveis, um celular W3 rosa claro, eu não sei onde foi parar
essas coisas, mas quero de volta, pois para obte-los tive que fazer programa por 2 anos, fazer
programa não é tão facil como muita gente pensa, muito pelo contrario, a gente sofre muito, a gente
sofre muita humilhação, ao contrario de muitos policiais, que pegam drogas e dao pros traficantes
vender, colocaram até gente pra me matar dentro do presidio por eu saber demais, tipo queima de
arquivo. So escapei por que as migas deles foram soltas também, so tenha a certeza que isso que
eles fizeram comigo não podera ficar impune, quero justiça pr mim e pra muitas outrs que sofrem o
mesmo o que eu sofri durante esses 122 dias, espero com sinceridade que a justiça do nosso Brasil
não seja cega desta vez.
Fiquei conhecida como a mudinha do pantanal. Estava na ala A, D. J me colocou junto com as
gestantes, estava tudo bem por la, mas a M e outra menina da cela 10 da ala A, falou pras meninas
que eu era bruxa, ai começou a implicação comigo tudo de novo. D. E me voltou pra ala C, fiquei na
cela 9. Nesses 122 dias de inferno de dor e sofrimento passei pela a ala A onde fiquei no quarto 6, 8
e 9; na ala B fiquei na no quarto 2 e 8 e na ala C fiquei na cela 5, 9, 10 e 11. A ultima cela qu fiquei
foi na 9 da ala C de onde me soltaram para o mundo aqui de fora. Como podemos acreditar nas
pessoas do nosso Brasil, Brasil com tanta desiguadade social, com tanta injustiça, um Brasil que não
respeita ninguém, um Brasil tão rico com tanta miseria, eu sou mais uma vitima desse Brasil cheio de
injustiça, que parece mais que é cada um por si, é um passando por cima do outro pra se dar bem,
quento mais puderem colocar a gente na miseria mais se coloca.
Agor vou viver com meu pé direito doendo o resto da vida, ou melhor meu corpo todo doi,
principalmente minha cabeça, ja não sou mais aquela moça alegre que eu fui antes de ir parar
INOCENTE naquele inferno que se chama COMEIA, eu adorava conversar, agora é impossivel,
poius ninguém tem muita paciencia de ficar lendo e respondendo o que eu pergunto, acho que nem
eu mesma teria essa paciencia. Estou com o meu psicologico muito abalado, sofri muita pressão
psicologica dos policiais e da presas daquele inferno que é a COMEIA, la dentro existia muita
conspiração contra mim, tanto pelas as presas como pelos policiais, acho que se eu não tivesse
saido dia 23/10/2008 eu estaria morta com certeza, La voce aprende a lei da sobrivivencia, la tem
regras de policia e regras de presas, não é justo o que a gente passas la, fui até acusada
injustamente pelo Correio Brasiliense de que era traficante de cocaina e crak, sendo que eu era
garota de programa e em outra matéria disse que eu prefiro ficar muda do que falar para posar de
vitima que na verdade eu sou uma vitima desse Brasil injusto. Não é justo eu sofrer 2 anos e
consegui juntar alguns pertences e dinheiro e simplismente ser presa e quando saio de la não tenho
mais nada, é justo isso? Eu tinha acabado de compra as minhas coisas e de um dia pro outro não
tenha mais nada, nem o meu sossego mental eu tenho mais vivo assustada com medo de tudo e de
todos não sei mais em quem confiar

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Vera lciamarinzeckdecarvalhocabocla
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A vida na prisão feminina de Brasília

  • 1. pães e a fome TERÇA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2008 2 pães e a fome Nesse blog vou contar as tristes consequências de não querer transar com os policiais. Policiais civis alegaram ter feito uma campana no dia 23.06.08 na quadra 714 norte e que me viram traficando crack. Nesse dia eu estava no Centro Espírita Nossa Senhora da Glória fato esse que foi confirmado por uma testemunha. Mesmo alegando que me viram traficar no dia 23.06.08 por que só me deram ordem de prisão no dia 24.06.08 ? Fui levada para a delegacia das mulheres, onde dormi, e posteriormente fui transferida para a prisão feminina denominada coméia que se situa no Gama. Chegando na coméia fui recebida por uma policial, loira e grávida, que me revistou e disse que os meus pertences: uma calça, uma sandália de salto alto, um tênis, duas bluzas, um colar de prata, uma pulseira de prata, um brinco, dois perfumes, dois brilhos, um da lancôme e outro da conte (1gr), três protetores solares, dois protetores labiais, dois cremes da nivia, uma escova de cabelo, minha grande bolsa verde entre outros iriam para o depósito e só poderiam ser resgatados quando eu fosse embora. Vida na coméia. Fiquei na cela número cinco da ala C. Nesta cela tinha mais de vinte mulheres e só haviam quatorze camas sendo doze de cimento e duas de ferro. Por isso eu tive que dormir no chão. As presas ficavam implicando comigo e queriam que eu comprasse drogas com a "chefe" da cela. Pedi à dona M para me mudar de cela, mas ela não quis e disse que eu mal havia chegado e já estava arrumando confusão. Eu comi o pão que o diabo amassou. Após vinte dias nessa cela eu fui transferida para a cela dez da mesma ala. Na nova cela a situação só piorou. Imagine uma cela lotada de gente. Lá havia uma senhora chamada J que dizia que era crente e passava o dia todo, juntamente com as outras presas, orando. Essas orações me deixavam perturbada. Depois de algum tempo foram presas as mulheres do cerrado da asa norte. Elas ficam na frente do Centro Espírita pedindo dinheiro e roubando. Elas espalharam no presídio o boato de que eu era uma bruxa e uma macumbeira. A maioria das outras presas, que se dizem crentes, começaram a implicar comigo, que sou espírita, por causa dessas histórias. Na verdade as presas roubaram, mataram e traficaram e portanto não seguem os preceitos da religião evangélica. Eu tenho quase certeza de que as "mulheres do cerrado" foram para o presídio só para me matar. Certa vez eu estava deitada na cama (jega) e alguém me derrubou no chão de concreto. Passei alguns dias sentindo dor no corpo e na cabeça. Em outro dia aconteceu uma coisa bem pior. Uma pessoa me pegou desprevenida pelas costas e me empurrou contra o teto de concreto. Eu desmaiei e quando acordei, no corredor da ala C, havia perdido a fala e estava com muita dor no pé direito e na cabeça. As presas avisaram os policiais do ocorrido e eles me levaram para o hospital do gama. Chegando lá me mandaram ir para o hospital de base. No hospital de base o médico, que me achou meio louca, deveria ter pedido um exame de raio x da perna e da cabeça para saber se havia algum dano físico, no entanto ele apenas me encaminhou para a psiquiatria. A psiquiatra foi a única que me tratou bem e disse que meu problema poderia ser psicológico. Ela me deu dois comprimidos e recomendou que eu voltasse ao presídio e ficasse em observação. Eu dormi no presídio e quando acordei a dona M perguntou se eu estava bem. Após esse fato as outras presas disseram para a M que eu falava durante a madrugada. Isso não é verdade pois depois de ter batido a cabeça eu não sou mais capaz de falar, sinto forte dor na perna direita e como o meu pé incha não posso mais usar salto alto. Nessa mesma cela número dez uma "menina do cerrado" tentou me matar enquanto eu estava dormindo, mas ainda bem que eu acordei. Escrevi este fato em um papel e entreguei para a policia, porém as presas da minha cela ficaram sabendo e me chamaram de x9. Foi então que eu pedi e consegui mudar para a cela número onze da mesma ala. Essa nova cela era mais tranqüila e as meninas me tratavam bem. Certa vez o ministério público passou perto da minha cela e ficou sabendo mediante uma presidiária que eu tinha perdido a voz e que o presídio não estava me tratando de maneira adequada: não estavam me oferecendo tratamento médico, os policiais estavam me humilhando o tempo todo e eu não estava recebendo acompanhamento psicológico. Aos poucos eu vou escrever o que me aconteceu durante esses 122 dias que eu passei presa. Dias de dor, de sofrimento, frio e fome. Bom vamos continuar a minha história: Passaram alguns dias a D. A me chamou e me disse que havia chego um papel do ministério público
  • 2. sobre mim. estava ela e o médico do presidio, ela me perguntou se eu não tinha vergonha na cara de fazer denuncia da policia; eu fiquei quieta, na minha frente ela mandou um relatório falando de mim pro ministério público comunicando o meu caso da minha voz; passado 15 dias eu tive a minha primeira consulta com a psicóloga, na qual só aconteceu 2 vezes. No dia da minha primeira audiência dia 16/09/2008, quem fez minha escolta foi D. Q e o Sr. W, quando o juiz pediu para retirar minhas algema o Sr. W disse ao mesmo que eu era louca, eu só n'ao sei por qual motivo para ele achar que eu sou louca, eu que eu saiba n'ao lhe dei nenhum motivo para que pense que sou louca. Teve um dia de visita que acontece todas as quintas-feiras que o Sr. W bateu numa presidiaria chamada J na frente de todas as presidiarias e visitantes, mesmo tendo a mãe da presidiaria passado mal. No dia de D. C ela não me deu remedio, ela ja chegou me ameaçando a me colocar no isolamento, como era costume dela viver me ameaçando; D. L que também tinha este costume de me ameaçar com isolamento chegou a dizer que iria me colocar no isolamento so pra ver se que eu morresse logo. Nesses 122 dias de prissão sofri muito, passei fome, frio e muita humilhação, lá nos somos tratadas como LIXO, menos as que trabalham no presidio as que limpam, entregam as refeições, as que trabalham na biblioteca... e o pior que são essas que traficam no presidio com a cobertura da própria policia, o pior é isso que elas jogam drogas de uma cela para outra sem nenhum problema, elas traficam e as policias figem que não veem. Lá tem ala A, B, C e D e acontece trafico de drogas em todas as alas. De manhã tem o conferi em ordem alfabética, e as presas que fazem a distribuição dos pães separam os melhores para elas e suas respectivas namoradas e suas amiguinhas mais intimas, o resto que sobra é pra gente que somos tratadas como LIXO. Eu como não compartilhava com essas coisas era considerada como inimiga, então tudo de pior sobrava pra mim; pão duro , leite azedo, comida estragada... A W. uma presidiaria que trabalha somente no corredor da ala C, todas as manhãs sobra saco de pão ela pega e leva pras amigas e namoradas que ela tem, ela é uma das que são traficante la dentro do presidio. A comida vem azeda, vem com barata e outros bichos, la a comida é chamada de xepa e o banheiro de boi. Na quinta-feira dia de visita as traficantes vende os lugares dos bancos que ficam no pátio que pode até chegar a 50,00 reais, la quem manda sao as traficantes, elas vedem esses lugares para as novatas e para as outras presas inferiores. La a gente é tratada pior que bicho até pelas próprias presas que são amigas das policias. La quem tem dinheiro é que manda, essas presas poderosas compram temperos super caros na cantina [ TUDO 3 VEZES MAIS CARO QUE O PREÇO DAQUI DE FORA ] e levam pra suas respctivas celas, la elas fazem fogo com oleo mineral e encrementam a xepa. Na ala C tem um bicudinho [ LESBICA] na cela 09 que se chama N que faz o encremento da xepa da W, e fazem orgias com as outras presas, em todas celas acontece orgias entre as presas, eu fui descriminada por me recusar a participar dessa orgias e traficos de drogas. La so conheci uma presidiaria que era muito boa pra mim que também não participava dessas orgias e também é contra pois gosta de homem assim como eu. Teve um dia que o jornal Correio Brasiliense esteve no presidio e tirou algumas fotos minhas, escrevi pedindo socorro e dei o papel pro jornalista a diretora do presidio tomou o papel. O jornal publicou duas mentiras sobre mim, uma no dia 25/06/2008 afirmando que eu vendia cocaina e crack, isso é mentira, eu fazia programa, outra vez publicou no dia 24/10/2008, SILENCIO, eu emudeci: prefere os livros, do que falar, isso é mentira, acontece que ocorreu um acidente comigo, alguém me agarou pelas costas e me jogou pra cima bati a cabeça no teto que é de concreto e desde desse dia não consigo mais falar.... Policial que gostei de la foi o Sr. N branco e baixinho, a agente C, que é meiga e doce, D. M que é boa até demais, D. J meiga e boa também. Agora de ruim a lista é grande, começa pela a diretora do presidio, que é uma megera, tem o Sr. N moreno, D. E que é uma vibora. Depois eu conto mais do meu martirio de 122 dias no presidio feminino de Brasilia... Vamos continuar Tem também a D. J que é outra cobra, ficava o tempo todo me chingando, D. C queria até me bater, acho que tinha que ter alguém da corregedoria da policia civil no presidio, o ministério publico devia ir lá mais vezes e escutar as presas, lá se uma faz uma denuncia a policia começa a conspirar contra a presa. No dia 23/10/2008 a imprensa estava perto da grade da minha ala 9, o fotografo pediu para tirar umas fotos minhas e eu deixei, eu peguei um papel e comecei a escrever, D. I falou para eu parar de escrever, mas eu consegui escrever algumas coisas e entregar nas maos do fotografo; a
  • 3. diretoria do presidio D. S tomou o papel, eu pedipara dar uma entrevista, para contar a verdade que acontece no presidio e dizer que sou inocente, mas eu não consegui, a diretoria e D. I, tirou eles de perto da cela em que eu me encontrava. D. S machucou uma presa com a unha. Lá são so tres refeições por dia; de manhã 1 pão dormido e 1 copo de café com leite, de tarde almoço e de noite a janta. As coisas que ficam lá pra doação, muitas vezes elas nem dão, o saco que vem com o pão Sr. N moreno vende na cantina por 0,50 centavos, o sabão do kit pobrezão ele vende por 1,00 real, um balde ue aqui fora é vendido por 1,99 ele vnde por 10,00 reais, o kit verduras custa 4,50 e quase não vem nada, o kit frutas 6,50 reais, vocês não imaginam o robo que acontece naquela cantina, mas muitas vezes as presas não denunciam por medo da policia. Lá tem presa que comanda o presidio, estão planejando um 157 contra a terracap , na cela 9 da ala C tem presa planejando matar varias pessoas, tem gente do PCC la dentro, na quinta-feira todas as alas descem 8:30 horas da manhã para visita que entram as 9 horas e termina as 15 horas, depois que a visita acaba eles mandam as presas formarem fila e deixa elas no sol quente por meia hora esperando para a gewnte poder subir novamente. O presidio é um ninho de cobra, a cela 5 da ala C, cavou um buraco para tentar fugir mas não conseguiu, quando isso aconteceu ela estava na cela 11, lá é cheio de barata. O presidio acabou comigo, sai de lá bem acabada, passei fome, la as vezes a gente quase desmaia de fome, uma vez quem me salvou do desmaio foi a presa M, que para minha sorte me deu leite ninho e bolacha, teve um dia que eu estava com tanta fome que a M foi a até a porta d cela e pediu pão para Sr. N o branco para mim ele mandou a W levar 2 pães so que ela so me deu meio pão, as vezes eu tomava banho com sabão de barra, as vezes nem shampoo e nem condicionador, lá eu so tinha a M por mim era so ela que me ajudava, eu não tinha visita. Na ala B teve uma briga no banheiro, 3 contra 1, quebraram a lampada para ficar escuro e quse mataram a menina. Lá você escuta tudo, é cada história triste, de dentro do prsidio elas madam matar gente de fora, lá eu escutei tanta historia de pessoas que você olha e ñem imagina do que é capaz de fazer. No presidio passei por tanta humilhação de policia e presas. Uma coisa eu aprendi que é ficar longe de policia, eles abusam do poder para prejudicar as pessoas, eu fiquei presa por 122 dias inocente, perdi 122 dias da minha vida, fiquei 122 num inferno, teve uma vez que eu quase desmaiei mna escada para subir para acela so estou bem por que a M sempre me ajudou nesses dias de terror que passei no inferno que vivi nese presidio, quando eu puder irei ajudar a M, pois ela foi o meu anjo da guarda nesse presidio; estou muito agradecida também com o R por ter me ajudado, agradecida também com a V que me ajudou também, enfim estou agradecida com todos que me ajudaram nesse inferno, com oração e firmeza estarei sempre agradecida. Vocês ja devem ter ouvido falar de mulher que tão louca de amor pelo marido leva droga para dentro do presidio são que cai no 12 diaria... Conheci mulheres frias que matam por uma lata de merla ou por 50,00 reais,mulheres de rua que para elas cadeia é um spa, como as antigas falam casa santa, café, almoço e janta, conheci a biscoito moradora de rua o tempo que eu estive presa ela foi e voltou 3 vezes, ela é 155, para ela cadeia é diversão, cionheci a cafetina o artigo 230 ela é ex garota de programa e hoje é cafetina os clientes são deputados, senadores e governadores, mexia com meninas menores e modelos, a outra que foi presa com ela um deputado pagu pra um advogado 50 mil rais para tira-la da cadeia e ele tirou, conheci o artigo 171 mulheres bonitas que nem parecem mas mechem com o mundo do crime, conheci o artigo 121 mulheres que matam as amantes dos maridos, exemplo uma que matou no elevador amante do marido que estava gravida com facada, e outra que matou por motivo futil exemplo a F que matou uma ex amiga que ja havia morado com ela ela foi na boat que fica na Ceilandia e matou a mulher, conheci a baixinha que fez 157 no carro forte, cara de anjo ela namrava um bicudinho da la D. conheci varias mulhers que era 12 de rua, mas na verdade é o artigo 33, as meninas do cerrado, só tenho a dizer que quro bem longe de mim, elas queriam comandar o presidio. Lá tinha muita briga, cada uma tinha o seu grupinho, a maioria das brigas era por besteira, mulher que briga por mulher, lá na comeia tem muitos casalzinhos, o que rola lá é sapatinhos. Aconteceu no pátio no dia da visita uma menina da ala B transou dentro do banheiro com um homem na frente de muita gente eu até vi, muitas coisas acontecem na cadeia na frente dos policiais e eles fazem de conta que não veem, fazem vistas grossas, na quinta-feira as pessoas usam drogas no patio e eles fazem de conta que não estão vendo, eu era a unica que eles pegavam no pé, pois eu não tinha visita, ninguém me visitava e eles ja sabiam disso por isso me humilhavam tanto, era só ter opotunidade ou não que eles me humilhavam, mas também conheci policia de bom coração lá dentro. Eu mudei de ala, fui para a ala B, lá era bem melhor que a ala C, mas tive problemas com a interna do quarto 8, no inicio eu gostei da ala B, eu fiquei n quarto 2, era 5 mulheres comigo, elas me trataram muito bem, me ajudaram, só que eu tive que mudar de quarto por que na ala B so pode ficar 4 presas por quarto,diferente da ala C que chega a ficar 28 presas na mesma cela, me transferiram pro quarto 8, logo no inicio eu senti um mal estar, como tinha uma conhecida no quarto 12 eu ficava lá e so vinha pro quarto 8 a noite; no quarto 8 tinha 4 presas uma com o artigo 155, uma que foi presa no aeroporto, outra com artigo 33 que é da remição que é a Q e eu, a do artigo 33 vivia no meu pé, a maioria do presidio dizia que eu estava fingindo , que ninguém perde a voz assim
  • 4. por causa de uma queda, ela me chamava de mentirosa, queria me queimar cm cigarro, outras vezes puxava meus cabelos, numa noite ela pegou o meu papel que eu usava pra me comunicar e ficu jogando uma pra outra, no outro dia pedi pra policia me mudar de ala, quando a policia saiu da porta ela me chamou de X 9, juntou 3 pra me bater mas a menina do quarto 7 me tirou a tempo para a sala. A ala B é diferente da ala C, a ala B tem 12 quartos, 1 corredor, 1 sala, 3 pias de lavar roupa, 2 banheiros para necessidades, 1 para banho, e olha que são mais de 50 mulheres na ala B. Na sala uma das meninas do quarto 12, uma gorda chegou perto de mim tomou da minha mão o meu papel e minha caneta de noite eu estava chorando D. J viu eu chorando ena hora que ela foi levar meu rémedio, ela falou para eu pegar as minhas coisas e mudou pra ala A... Vamos continuar: A ala A era iguala ala B, na primeira noite fui pro quarto 8, na segunda noite me transferiram pro quarto 6, la eu conheci uma menina de rua que tinha dado a luz a uma menina ja fazia sete meses. Os policias tinham ido na minha residencia sem mandato, em casa eu tinh 30 mil em dinheiro, varias joias, 2 tvs grande de LCD e varios moveis, um celular W3 rosa claro, eu não sei onde foi parar essas coisas, mas quero de volta, pois para obte-los tive que fazer programa por 2 anos, fazer programa não é tão facil como muita gente pensa, muito pelo contrario, a gente sofre muito, a gente sofre muita humilhação, ao contrario de muitos policiais, que pegam drogas e dao pros traficantes vender, colocaram até gente pra me matar dentro do presidio por eu saber demais, tipo queima de arquivo. So escapei por que as migas deles foram soltas também, so tenha a certeza que isso que eles fizeram comigo não podera ficar impune, quero justiça pr mim e pra muitas outrs que sofrem o mesmo o que eu sofri durante esses 122 dias, espero com sinceridade que a justiça do nosso Brasil não seja cega desta vez. Fiquei conhecida como a mudinha do pantanal. Estava na ala A, D. J me colocou junto com as gestantes, estava tudo bem por la, mas a M e outra menina da cela 10 da ala A, falou pras meninas que eu era bruxa, ai começou a implicação comigo tudo de novo. D. E me voltou pra ala C, fiquei na cela 9. Nesses 122 dias de inferno de dor e sofrimento passei pela a ala A onde fiquei no quarto 6, 8 e 9; na ala B fiquei na no quarto 2 e 8 e na ala C fiquei na cela 5, 9, 10 e 11. A ultima cela qu fiquei foi na 9 da ala C de onde me soltaram para o mundo aqui de fora. Como podemos acreditar nas pessoas do nosso Brasil, Brasil com tanta desiguadade social, com tanta injustiça, um Brasil que não respeita ninguém, um Brasil tão rico com tanta miseria, eu sou mais uma vitima desse Brasil cheio de injustiça, que parece mais que é cada um por si, é um passando por cima do outro pra se dar bem, quento mais puderem colocar a gente na miseria mais se coloca. Agor vou viver com meu pé direito doendo o resto da vida, ou melhor meu corpo todo doi, principalmente minha cabeça, ja não sou mais aquela moça alegre que eu fui antes de ir parar INOCENTE naquele inferno que se chama COMEIA, eu adorava conversar, agora é impossivel, poius ninguém tem muita paciencia de ficar lendo e respondendo o que eu pergunto, acho que nem eu mesma teria essa paciencia. Estou com o meu psicologico muito abalado, sofri muita pressão psicologica dos policiais e da presas daquele inferno que é a COMEIA, la dentro existia muita conspiração contra mim, tanto pelas as presas como pelos policiais, acho que se eu não tivesse saido dia 23/10/2008 eu estaria morta com certeza, La voce aprende a lei da sobrivivencia, la tem regras de policia e regras de presas, não é justo o que a gente passas la, fui até acusada injustamente pelo Correio Brasiliense de que era traficante de cocaina e crak, sendo que eu era garota de programa e em outra matéria disse que eu prefiro ficar muda do que falar para posar de vitima que na verdade eu sou uma vitima desse Brasil injusto. Não é justo eu sofrer 2 anos e consegui juntar alguns pertences e dinheiro e simplismente ser presa e quando saio de la não tenho mais nada, é justo isso? Eu tinha acabado de compra as minhas coisas e de um dia pro outro não tenha mais nada, nem o meu sossego mental eu tenho mais vivo assustada com medo de tudo e de todos não sei mais em quem confiar