1) O documento descreve a suposta "maldição do faraó Tutankhamon" após a descoberta de sua tumba em 1922, com várias mortes inexplicáveis entre os membros da equipe nos sete anos seguintes.
2) A primeira morte foi do Conde de Carnarvon, que financiou a expedição, seguida por outras 13 pessoas que tiveram contato com a múmia do faraó.
3) Embora não totalmente esclarecida, a maldição do faraó entrou para a história como um dos fatos mais inexplic
1. A maldição do Faraó Tutankhamon
“A morte abaterá com suas asas quem perturbar o sono do
faraó”. Esta foi a frase encontrada no dia 22 de novembro de 1922,
quando a equipa do arqueólogo Howard Carter decifrou os hieróglifos
do portal do mausoléu do faraó Tutankhamon, morto em 1346 a.C..
Coincidência ou não, sete anos depois, treze membros da equipa
haviam morrido de forma inexplicável. Outras nove pessoas que tiveram
contato com a múmia também estavam mortas.
A primeira morte aconteceu em abril de 1923. O Conde de
Carnarvon, aristocrata inglês, que acompanhou Carter e financiou a
expedição, começou a agonizar no seu quarto, em Luxor, no Egito. Os
médicos explicaram que a febre alta era provocada por picadas de
mosquitos. Mas a sua irmã, Lady Burghclere, disse que ouvia o doente
mencionar o nome Tutankhamon no meio dos delírios: “Já entendi seu
chamado... eu o seguirei!”.
O arqueólogo americano Arthur Mace, que havia ajudado Carter a
destroçar os muros do mausoléu, teve uma morte ainda mais
fulminante pouco tempo depois do falecimento de Carnavon. Por vários
2. dias, ele se queixou de uma sensação de fraqueza e prostração
crescentes, perdendo a consciência em certos momentos. Morreu num
hotel, antes mesmo que os médicos pudessem arriscar um diagnóstico.
O milionário americano George Jay-Gould foi outra vítima fatal.
Ele esteve no sepulcro a convite de Carnarvon, que era um velho
amigo, e morreu na tarde seguinte à visita, também atacado pela febre.
Archibald Douglas Reed, que desenrolou e radiografou a múmia,
morreu com os mesmos sintomas ao retornar à Inglaterra, em 1924. O
secretário de Howard Carter, Richard Bethell, foi encontrado morto na
sua casa em Londres. Tinha boa saúde e ninguém entendeu a razão da
morte. No mesmo ano, em 1929, a viúva de Lord Carnarvon, Lady
Almina, morreu em circunstâncias semelhantes às do marido.
A maldição do faraó Tutankamon entrou para a história como um
dos fatos mais inexplicáveis que já desafiaram os arqueólogos. Muitos
acreditaram em uma força sobrenatural. Isso porque encontraram vários
textos no sepulcro que diziam, por exemplo, “Eu sou aquele que fez
fugir os saqueadores dos túmulos com a chama do deserto. Eu sou
aquele que protege o túmulo do faraó”.
Outros já afirmavam que as mortes dos exploradores estrangeiros
eram mais do que justas, pois eles haviam realizado uma verdadeira
pilhagem das riquezas do túmulo de Tutankhamon. Comentava-se,
inclusive, que Lady Evelyn, filha do conde, frequentava festas em
Londres ostentando as jóias encontradas no sepulcro. Além disso, o seu
pai montou uma imensa coleção de raridades egípcias. De acordo com
os registos, o arqueólogo Carter encontrou 200 quilos de ouro maciço
decorando o túmulo do soberano.
A maldição do faraó nunca foi totalmente esclarecida. Mesmo
assim, os cientistas ainda se admiram com a eficiência dos
embalsamadores egípcios. Em 1987, na cidade de Lyon, França, equipas
3. de arqueólogos e médicos realizaram, pela primeira vez, uma autópsia
completa na múmia de um nobre enterrado há mais de 2.500 anos. Os
resultados deixaram os pesquisadores estarrecidos. Os tendões da mão
direita da múmia mantinham o tom rosado. Os pés estavam
perfeitamente conservados, com todos os dedos. As vísceras tinham
sido retiradas e a cavidade tratada com resinas especiais. No interior
do crânio, sem o cérebro, os sacerdotes tinham colocado betume, um
material semelhante ao asfalto. Todos os ossos estavam intactos. O
mesmo teria acontecido com a múmia de Tutankamon, se não fosse a
imprudência dos pesquisadores. Conhecido como faraó-menino, ele
morreu possivelmente aos 18 anos, num acidente com uma carruagem
puxada por vários bois. Nos séculos em que esteve sepultado, sofreu
menos danos do que nos 75 anos de contato com os vivos.