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CICLOPEDIA· PRAIICA 
A CONSTRUtl0 CIVIL 
j·- -~- -'~--------------------i..' 
I tOl ·,·, ,,,, L . J. 
DEIRAMENTOS - '- T E---(-H AD 0 S 
III 
[DJ[] 
CONSTRUQAO DE CLARABOIAS - LAKTERKIKS DE CONSTRUQOES INDUSTRIAIS-ULARABOIAS 
QUADRADAS, RECTAKGULARES E CIRCULARES - CLARABGIAS DE 
ESTEIRA E DE DUAS AGUAS - TELHADOS ESPECIAIS - TELHADOS PIRAMIDAIS-T~ 
LHAnos TRIANGULARES, QUAI?RADOS, PEKTAGONAIS E SEXTAVADOS -22 FIG. 
E<;O 15$00 
'. EDIQAO DO AUT OR 
F. PEREIRA DA COSTA 
DISTRTBUIQAO DA PORTUGALIAEDITORA 
LIS··BOA . PRE<;O 1'5$0-0
E CICLOPEDIA PRATICA 
DA CONSTRUf;AO CIVIL 
i.D EI RAMENTO S 
E T E LH AD 0 S 
~..::..2.. as fases dos madeiramentos, na sua simpli-cidade 
construtiva, hit. por vezes pormenores de 
eoncepc;ao que alteram 0 ritmo da obra. 
"7 ,- 0 ne te caso as clarab6ias. 
-- - coberturas dos edificios de varios andares sao 
:.adas para efeito de ilumina<;ao de luz natural, 
- _"_ b6ias sobre as caixas das escadas. 
modo, tambem em geral se constroem 
nos telhados dos grandes saloes e galerias, 
if~Y ••.rlim~nlo 
d.~/;"co- . ---- 
cuja luz atinge essas dependencias atraves dos ceU8 de 
vidro aplicados nos respectivos tectos. 
A construQao de clarab6ias embora seja de traQo 
relativamente vulgar, quer se trate de obra de carpin-taria 
quer de serralharia, merece alguma atenQao quando 
se faz 0 estudo dos madeiramentos. Os telhados pr6- 
prios de pavilhao e de outras edificaQoes de planta po-ligonal 
reduzida, sao curiosos e de construQao urn tanto 
cui dado sa pelo engenho de que sao pertenQa. 
J- _. - - ,- ~ ~ - - - ,- ;- • - - • r ... -.- "," ,- .. -' or 
I I. , • , I I I I J...... 1..1 1-.J 
, I C ~ ; , , 
I I • , I I , I I 
:.-.- .- .I._~.-. : : :"::' 0°.-': _-_~_..•_-.... :-.- :- ;J .-.-.- .- •.•. 
Fig. 1- CORTE DE TELHADO COM LANTERNIM 
A - Planta completa da cobertura; B - Planta do madei1'amento
CONSTRU<;AO 
A construgao das clarab6ias faz parte integrante do 
tosco das coberturas dos edificios. 
A variedade de tipos de clarab6ias e relativamente 
grande, sendo alguns deles de efeito grandioso e que 
dao aos edificios, cujos telhados coroam, magnificiencia 
arq uitectural. 
A importancia dada a constru<;ao de clarab6ias de-pende 
sempre da obra que as contem. 
Algumas sao de grande eleva<;ao e outras de sin-gela 
esteira. 
Umas e outras sao de grande utilidade. 
Alguns tipos de clarab6ias sao de mesquinho efeito, 
nao passando algumas vezes de umas pequenas lucar-nas, 
que pouca luz deixarao passar atraves dos seus 
minguados vidros. 
As clarab6ias destinam-se a dar luz e ventilal;(ao 
a oficinas, caixas de escadas, saloes e s6taos. Nos saloes 
e nas escadas de luxo a luz das clarab6ias passa a esses 
aposentos por meio de urn ceu de vidro, construido nos 
seus tectos e deles fazendo parte. 
Em alguns destes casos as clarab6ias ficam despro~ 
vidas de caixa: a luz circula por todo 0 s6tao e, evi-dentemente, 
passa pelas vidra<;as dos tectos as depen-dencias 
que dela care<;am, e para que foram construi-das. 
Nas oficinas e nas escadas de predios de rendimento 
sem exigencias de ordem importante, a clarab6ia fica 
totalmente a vista. A luz vem directamente iluminar 
esses locais e ao mesmo tempo tambem a ventila<;ao se 
observa. 
As clarab6ias podem ser construidas em qualquer 
ponto do telhado, conforme 0 local a iluminar, do inte-rior 
da edifica<;;ao, mas devemos ter sempre em vista 
que a sua localiza<;ao nao prejudique a estrutura da 
cobertura. Assim, e da mais elementar compreensao 
que se nao devem construir as clarab6ias senao nos 
espa<;os entre asnas, ou entre quaisquer motivos de 
cODstrUl;(ao,quando se trate da constru<;ao de madeira-mentos 
do sistema ordinario. 
As clarab6ias podem ficar erguidas acima dos telha-dos, 
a qualquer altura, ou simplesmente a uns 20 ou 
30 centimetros acima e paralelas as suas vertentes. 
As clarab6ias construidas paralelamente as aguas 
dos telhados sao as de natureza econ6mica, porquanto 
as que se elevam formando lanternim sao de maior 
custo, como teremos ocasiii.o de observar no decorrer 
dos nossos estudos. 
Muitas vezes nas edifica<;oes de pouca categoria ou 
ainda nas boas obras, mas que por qualquer caso de 
ordem especial se nao possam cODstruir convenientes 
clarab6ias, recorre-se simplesmente a aposi<;ao de telhas 
de vidro na superficie do telhado que cobre as depen-dencias 
a iluminar. Quanto a luz 0 problema fica assim 
resolvido, mas nao a respeito da ventila<;ao. 
A forma das clarab6ias pode ser quadrada, rectan-gular, 
sextavada ou redonda. 
A construl;(ao das clarab6ias inicia-se pela caixa que 
se abre no varedo da cobertura. Esta caixa que deve 
DE CLARABOIAS 
conter as dimensoes da superficie da clarab6ia, como 
vemos no desenho (Fig. 3), e constituida por cadeias, 
cuja forma de execu<;ao ja demos no nosso caderno 
n.o 7, quando tratamos dos Pavimentos de Madeira. 
Nas cadeias topejam por orelha com dente e talao, 
as varas que ocupam 0 espac;o relativo a largura da 
clarab6ia. Toda esta construc;ao, como vemos, e uma 
simples obra de tosco ja estudada, e 0 caso de cadeias 
foi tambem por sua vez largamente tratado. 
Quando a clarab6ia e construida a meio do espigao 
do telhado, cortando, por conseguinte, 0 pau de fileira, 
entao ja a estrutura do madeiramento tern de ser mais 
cuidadosamente tratada. Temos de dar apoio as duas 
extremidades da fileira. 
Se nao houver asnas ou qualquer outro motivo de 
construc;ao, as pontas do pau de fileira terao de ser 
apoiadas por prumos ou escoras de tesoura. 
Este trabalho tern de ser bem feito para que 0 ma-deiramento 
nao sofra prejuizo. (Fig. 7). 
Quando a clarab6ia e de planta circular (Fig. 16), 
a sua caixa tern de ter, como se sabe, essa mesma forma, 
o que se obtem assentando umas cambotas, para arre-dondar 
os cantos das cadeias as varas, que tambem 
formam as caixas. Estas especies de cambotas ficam 
pregadas as cadeias e as varas. 
E pois nesta caixa do varedo que se assentam, pelo 
lado de dentro, as titbuas que formam a caixa da cla-rab6ia. 
As caixas das clarab6ias sao revestidas de cha-pas 
de zinco pelo lado exterior. Pelo interior 0 seu 
acabamento e variado como adiante saberemos. 
As clarab6ias constam de duas partes: uma a caixa, 
ou 0 seu tosco, que forma a liga<;ao ao madeiramento, 
e outra 0 envidra<;ado ou a sua cobertura, que e, por 
sua vez, a clarab6ia propriamente dita. 
Os caixilhos sao em geral construidos de ferro. 
Nas pequenas lucarnas para escassa ilumina<;ao dos 
s6taos, aplicam-se em algumas obras caixilhos de ma-deira 
que se revestem convenientemente de zinco. 
Os vidros sao assentes uns sobre os outros, em 
forma de escama (Fig. 11), fazendo-se a sua seguran<;a 
por meio de massa de 6leo, a vulgar massa de vidra-ceiro, 
aplicada do vidro ao canto do pinasio, formando 
chanfro. 
Por este meio a agua da chuvl:!' que incide sobre 
a clarab6ia tern facil escoamento. As vezes os vidros 
sao cortados com os cantos em chanfro. 
Esta segunda parte das clarab6ias exige mais cui-dado 
so acabamento, a fim de preservar 0 interior da 
edifica<;ao das aguas pluviais. 
A fixa<;ii.odo envidra<;ado da clarab6ia a sua caixa, 
quer este seja de esteira ou de cupula, e feito por meio 
de esquadros e grampos de ferro. 
Em certos casos toda a caixa da clarab6ia e cons-truida 
em ferro: arma<;ao de ferro laminado e revesti-mento 
de chap as galvanizadas. lsto geralmente cons-troi- 
se nas grandes edifica<,;oes industriais. 
A cobertura das clarab6ias nao assenta propria-mente 
sobre a caixa. Entre os envidrac;ados e a arma-
CIff/Xt:l A 
c!.a Cimllma 
___ " L __., _ .. '/' _ . .. . __ ._ . _. 
ie 
c:ao que forma a caixa, medeia certo espac;o, vencido 
palos esquadros ou grampos que the fazem a respectiva 
fuaQao. Este espaQo permite uma boa ventilac;ao das 
dependencias providas da clarab6ia. o limite inferior do envidraQado passa abaixo do 
capeamento da caixa da clarab6ia, razao essa que nao 
permite que 0 vento atire com a agua da chuva para 
dentro da edificaQao. 
Na apresentaQao dos exemplos que vamos demons 
ar, poderao os estudiosos compreender conveniente-mente 
toda a construQao das clarab6ias nas suas dife-rentes 
formas. 
As chapas de zinco e normalmente as do n.O 12, 
-em importante papel neste ramo da construc;ao dos 
-oscos dos madeiramentos. 
LANTERNINS DE CONSTRUQOES 
INDUSTRIAlS 
AS construQl'}es destinadas a fins industriais, ofici-nas, 
armazens e outros recintos cobertos, quando 
a ua superficie seja sobremaneira grande e haja impe- 
.:osa necessidade de luz e ventilac;ao do alto, estudam- 
-se espa<;osos lanternins ou grandes clarab6ias. 
Estes lanternins podem ser construidos de variadas 
=oaneiras e de variadas formas. 
o estudo que representamos e uma grande 
b6ia, formando urn apreciavel lanternim de gran ~ 
dimensl'}es, ocupando na largura do edificio um 'O~ 
seus terc;os. 0 telhado acompanba a clarab6ia em m' 
a sua volta, dando ao conjunto uma regularidade 
quitect6nica. 
Nos nossos desenhos (Fig. 1) apresentamos a P -- 
A que nos mostra toda a cobertura do edificio. - 
a do telhado propriamente dito como a da claraoo' . 
e na Planta B mostramos 0 madeiramento pronto a r - 
ceber a clarab6ia. 
Como 0 edificio e urn pavilb1io rectangular, 10 
o madeiramento possui quatro rincl'}es, para que 0 - - 
lhado forme quatro aguas. 
A construQao desta cobertura inicia-se tra<;3n 0 _ 
plauta a sua superficie para telhado, deixando '- 
o espac;o destinado ao lanternim. 
Como de uso, assenta-se sobre as paredes 0 free-- 
e nos limites do espaQo do telhado assenta-se taJr. . 
em toda a volta, a fileira. Esta e apoiada pOl' pr s. 
que carregam sobre paredes interiores ou sobre ~ - 
ou colunas. 
Escusamos de acentuar mais uma vez, que es~=s 
a tratar da construQao de urn madeiramen 0 . 
porquanto se se tratasse de urn madeiramento e :: - 
tura, tudo se passava de maneira diferente, como· r = 
sentamos no caderno n.o 2 desta Enciclopedia. 
Embarbaudo no frechal e entalhando na" . - ~ -
, en ~ assenta-se todo 0 varedo, que depois rece-o 
pado. 
Para a forma<}ao do algeroz faz-se 0 barbato sobre 
as pontas das varas, como sucede com todos os madei-ramentos 
vulgares. 
Kern sempre as constru<}oes ditas industriais sac 
providas de tecto, mas neste nosso estudo os terc,;os la-t~ 
rais da cobertur~ tern-no construido por esteira, do 
~i1stema usual. Asslm, nesta condi<}ao e mister que 0 
lanternim seja por sua vez provido de caixa. 
Dentro desta orientaQao de trabalho, assenta-se em 
toda a volta do espaQo do lanternim urn tabuado, que 
se prega na prumada das paredes inferiores, para a fl-leira 
e para 0 frechal assente sobre estas paredes. 
Este tabuado pode ter a ligaQao das tabuas por 
meio de macho e f~mea ou simplesmente por meiojio a me~·a-madei1·a. 
Nas constru<}oes ordinarias, na maior parte das ve-zes, 
as tabuas que formam a caixa das clarab6ias sac 
apenas encostadas umas as outras. Apesar de serem 
depois revestidas, essa pratica nao e aconselhiLVel. 
Superiormente 0 tabuado da caixa leva urn capea-mento 
tambem de madeira, que as vezes e moldurado 
para 0 lado exterior, e ate para ambos os lados em 
certas edificaQoes. 
Em algumas obras esse capeamento e formado por 
uma cantoneira de ferro. 
Quando a altura do tabuado, ou melhor, a altura da 
c~ixa da clarab6ia e relativamente grande, e conve-mente 
pregar-lhe a meio da sua altura, uma cinta em 
toda a volta pelo lado do vao inutil. No estudo apre-sentado 
(Fig. 10) nao fazemos esse trabalho, porque 
a altura da caixa nao e assaz grande. Alem disso como 
esta clarab6ia tern toda a forma e funQao de urn lan-ternim, 
envidrac,;ado lateralmente, a sua estrutura da 
caixa e engradada, a fim de formar os vaos de frestas 
em todos os seus lados. 
Odesenho do Corte (Fig. 1) e bem claro sobre a 
forma da construQ3.o. 
A estrutura de madeira da caixa e revestida exte-riormente, 
acima do telhado ate ao falado cape- 
___t__Thr:_D J,__~ 
Fig. 3-PLANTA DE UMA CAIXA DE CLARAB6IA 
ABERTA NO MADEIRAMENTO 
amento, por chapas onduladas de zinco ou de ferro 
galvanizado. 
A transic,;ao deste revestimento para 0 telhado, e 
obtida por uma fralda de zinco que se estende por 
om,40 ou om,45 sobre as telhas. ' 
A cobertura envidraQada de toda a clarab6ia e cons-tituida 
por ferros T que formam os pinasios ; os rincoes 
sao formados por dois L ligados. A estrutura principal 
desta armaQao metal~ca e constituida por urn I como 
fileira e uns UU ou cantoneiras como varas, de espaQo 
a espaQo de relativo comprimento. 
Alguns esquadros ou grampos de ferro cravado~ 
it estrutura, e indo aparafusar ao capeamento da caixa 
fazem a fixac,;ao de toda a obra. 
No desenho (Fig. 11), mostramos como essa ligaQao 
e feita em pormenor. 
A. ventilaQao fica obtida largamente pelo espaQo que 
medela do capeamento it estrutura metalica da cobertura, 
pois que esta fica relativamente balanceada como con-vem, 
para que as aguas pluviais nuo atinjam 0 interior 
da clarab6ia. 
Os paramentos interiores da caixa dn. clarab6ia po-deriio 
ser fasquiadoB para receber reboco, esboQo e es-tuque, 
ou receberem placas de estafe, esboQo e estuque 
ou, ainda, simplesmente se ficaram trabalhados para 
esse fim, serem pintados. 
. ~s frestas laterais, no nosso caso, sac providas de 
cal::llhos de fer~o fixos a estrutura de madeira, mas po-derao 
ser dotados de movimento basculante, como tam-bem 
poderao ser construidos de madeira. 
Nas edificaQoes em que a luz superior e bastante 
e carece-se mais de ventilaQao, e usada tambem a apli-caQao 
de persianas £xas. 
Nas grandes clarab6ias e costume dotar a sua estru-tura 
metalica com ornatos, para obtenQao de born efeito, 
chegando em algumas obras a aplicar-se altas grilha-gens 
no seu espigao, e de mais baixa expressao no seu 
balanceado. 
Quando este tipo de edificaQoes industriais nao com-porta 
qualquer especie de tecto, a caixa das clarab6ias 
s6 se eleva a partir das flleiras, fazendo-se urn remate 
guarnecido, de madeira e claro, do tabuado para a 
parte inferior do madeiramento. 
C LA R A B 0 I A S D E CA I X A 
QUADRADA 
o exemplo que damos deste tipo de clarab6ia de 
secQao quadrada, atravessa 0 espigao do telhado, 
mas pode, quando assim convier, situar-se em qualquer 
ponto das vertentes. 
A construQao da caixa no varedo, e executada da 
mesma forma que as caixas para outros tipos de clara-b6ias, 
empregando-se para encurtamento das varas in-terrompidas, 
0 sistema das cadeias vulgares. 
A suspensao do pau de flZeira nas suas extremida-des, 
bem como as das madres, tern de fazer-se por meio 
de prumos e demais sistemas de construc,;ao, quando nao
EJe'MJO I. 
I J"tj""""r,. d'# iWo • 
Fig. 5 - COBERTURA DA CLARABOIA 
QUADRADA
Yan~u ,1 . 
._.- ~- 
Fig. 7 - ESTRUTURA DA CAIXA DAS CLARABOIAS 
A - Corte longitudinal do madeiramento; B - Corte transversal; C - Planta 
haja paredes coincidindo com as clarab6ias, que lhes 
sirvam de apoio eficaz. 
Neste estudo, estabelecida a caixa pOI' meio de ca-deias, 
tanto no madeiramento da cobertura como no 
vigamento da esteira do tecto, procede-se it construc;ao 
de todo 0 forro com tabuado previamente preparado. 
A ligac;ao de todas as tabuas entre si a feita como des-crevemos 
no anterior projecto, pregando-se a meio da 
sna altura, entre a esteira do tecto e 0 varedo, uma 
cinta nos quatro lados da caixa, para que toda a estru-tura 
fique s61ida e se nao verifique empeno ou bambo-leamento 
das tabuas. 
o comprimento das tabuas deste forro, parte do vi-gamento 
da esteira do tecto e vai terminal' acima do 
telhado, numa altura de acordo com 0 projecto da obra. 
Rsta altura a variavel. 
No desenho do corte que apresentamos (Fig. 4) 
vem-se todas as tabuas completamente juntas, num 
forro homoganio como convam. 
A cobertura da clarab6ia forma quatro aguas, que 
terminam superiormente em bico provido de ornato. 
A estrutura do envidrac;ado a composta de quatro 
rincl:es e quatro varas de ferro T reforc;ado, assentando 
obre os rincl:es os pinasi08 de T de om,02 X om,015, que 
recebem os vidros. (Fig. 5). 
A fixac;ao da cobertura metalica a caixa de madeira, e feita com os esquadros e grampos de ferro, cravados 
pOI' debaixo dos rincoes e das varas acima menciona-das. 
A. meio das vertentes, nos quatro lados da arma- 
<;3.0ligando pOI' debaixo todos os pinasios entre si, a 
aplicada uma barrinha. 
A caixa da clarab6ia a exteriormente forrada de 
chapas de zinco ou de ferro galvanizado. Interiormente 
o sen acabamento a feito de acordo com os paramentos 
das dependencias que cobre. 
Rste tipo de clarab6ia pode ser de caixa encurtada, 
se nao for necessario atravessar 0 vao entre 0 tecto 
o andar de baixo e 0 madeiramento, como no nosso 
do. 
£rentes da clarab6ia, no prolongamento das 
"S do elhado, faz-se a transic;ao da caixa para 0 te- 
~o; a 'cando uma fralda de zinco que desce um 
sobre as eThas. Nos lados da clarab6ia que cor-es 
: - o. deixa-se de cada lado e em cada ver- 
• •. '·0 com ripa obre a vara que ladeia 
o tanteruim e que forrado de chapa de zinco fica co-berto 
com as telhas. 
POI' este canal encoberto cai a ligua pluvial que 
porventura desceu pelo revestimento da caixa ataabaixo. 
Superiormente tambem uma fmlda de zinco cobre urn 
tanto as telhas que se the seguem. 
EIS um tipo de clarab6ia bem modesto este que apre-sentamos. 
Trata-se de uma simples construc;ao de 
certo modo de grande utilidade, apesar de tudo. 
Toda esta clarab6ia mais nao a de que uma caixa 
metida no madeiramento da cobertura de um edificio. 
A sua execuc;ao a facilima. 
Destinado 0 local onde se deve construir a clara-b6ia 
marcam-se no varedo as suas dimensoes, vendo-se; 
par conseguinte, 0 numero de varas a suprimir e assen· 
tam-se as cadeias. Fica pronto 0 lugar para se ass ental' 
a caixa pr6pria da clarab6ia. 
Rsta caixa pode ser construida fora e depois de 
convenientemente acabada, ser assente no seu lugar; 
ficando pregada ou aparafusada para as cadeias e par" 
as varas laterais aonde encosta. o caixilho envidrac;ado da cobertura, que fica ele-vado 
acima da caixa de O,mlO a l.ffi15, a fixado nea 
par esquadros de ferro. Depois do seu assentamen 
a-lhe fixada em volta nma aba de chapa de zinco, pan; 
nao permitir que a chuva entre para 0 interior 
dependencia, como era de compreender. 
A elevac;ao desta clarab6ia, que fica paralela a-telhado, 
nunca, em geral, ultrapassa O,m50. 
Exteriormente toda a caixa a revestida de chapa E 
zinco, e interiormente toda a madeira a simplesme '? 
pintada. 
Em volta da caixa, no madeiramento, a construi 
um canal, na cabeceira superior e nos ladas, co - 
dissemos quando tratamos de outros projectos, p 
escoamento da agua da chuva. 
Todos estes servi<;os sao sempre revestidos de cha -- 
de zinco, como a de boa compreensao. 
No desenho (Fig. 8) mostramos a clarab6ia - 
exteriormente com a aba de zinco de todos as lados. ::
a claraboia cortada no sentido transversal, vendo-se 0 
c.anal da cabeceira superior e a ligac,<aodo caixilho en-ndra~ 
ado. Em pormenor mostramos a planta do madei- 
:::-amentocom a caixa da claraboia. 
1-as construgoes de baixo prego constroi-se 0 cai-xilho 
com madeira, revestindo-o depois com zinco, como 
mostramos no pormenor; porem, quase sempre os pina-sio 
sao de ferro, Neste tipo de claraboia, quando as 
uas dimensoes sao reduzidas, tamMm e costume cons- 
ITuirem-se os caixilhos pelo sistema vulgar de todos 
o caixilhos, isto e, com pinasios em todos os sen- 
'dos. 
Este tipo e muito economico, pois como se V8 a sua 
constru<;ao e muito pratica. 
CLARABOIAS DE DUAS 
AGUAS 
TRATAMOS agora de um projecto de clarab6ia 
muito pratico, destinado a uma escada localizada 
a meio da planta da edifica<;ao. POI' isso fica a fileim 
imterrompida. Logo este tipo de clarab6ia e a duplica-gao 
da clarab6ia de esteira, que ja estudamos. Esta e 
uma clarab6ia de duas esteiras, uma para cada vertente 
do telhado. 
Inicia-se a constru~ao abrindo a sua caixa no madei-ramento, 
como sucede com todas as clarab6ias, locali-zando 
as duas cadeias, uma de cada lado do espigao do 
elhado. Como de costume, as varas sao cortadas e 
opejam nas cadeias com orelha, dente e talao, entra-dos 
na escarva apropriada aberta nas cadeias. 
Como esta clarab6ia se destina a iluminar uma es-cada, 
como dissemos, constroi-se uma caixa de madeira 
desde 0 vigamento da esteira do tecto ate acima do 
telhado, nao espalhando pOl' conseguinte luz no vao 
do s6tao. 
Do lado exterior e esta caixa revestida de chapa de 
zinco n.O 12, e do lado interior pode ser preparada para 
acompanhar os paramentos das dependencias, neste caso 
a caixa da escada, que decerto sera estucada. 
Em algumas edifica<;oes e esta caixa provida de cai- 
:xilbos de madeira envidra<;ados, para ilumina<;ao do 
sotao. Tambem em certos casos esta caixa dentro do 
espa<;o do vao do telhado nao e mais do que uma grade 
de madeira, destinada a ser revestida com placas de 
estafe, esbo<;adas e estucadas. 
A constru<;ao das caixas das clarab6ias pode ser, 
conforme decerto os menos versados na arte de cons-uir 
ja compreenderam, trabalhada a vontade, obede-cendo 
a criterios justificativos da obra. 
A ligaQao da caixa da clarab6ia a esteira do tecto 
de,e ser feita pOI' pregos ou parafusos, das tabuas para 
as vigas e cadeias. As arestas que nesse lugar se for-mam 
devem ser guarnecidas com alizares de madeira; 
ficam para dentro da caixa as aduelas e para 0 tecto as 
uarnigoes, cujos remates sao cobertos pOI' fasquias 
m()lduTadas. 
.A estrutura metaHca forma, como se sabe, as duas 
:"!mas da cobertura envidraQada. Se 0 comprimento da 
Cd/Xd dz 
C/#/¥IJ,JR, A..fI,Uf#tll'ro • 
1lJa.. d'e 2'''n~~ 
Fig. 8- CLARABOJA DE ESTEJRA 
A - Madeiramento; B - Corte; C - Al<;ado lateral; 
D- Pormenores 
clarab6ia for grande e conveniente par um ferro 
pequeno de perfil, e claro, como fileim. Dela 
os lados parte todo 0 unico caixilho construido 
ferro, de cantoneiras nas extremidades e de T CO::I!O 
pinasios. 
Nos dois topos assentam-se abas de zinco que 
vem dependurar de om,lO a om,16. Nas duas fren s 
dem dispensar-se as abas, se a altura da caixa nao 0::- 
grande, como neste estudo. 
Nada mais digno de nota este tipo de clarablf 
apresenta, que nao seja comum a todas as clarabo" 
pOI' isso ficamo-nos pOI' aqui.
I 
IB 
, 
~ 
Fig. 10- CLARAB6IA DE 2 AGUAS 
A - Alllado lateral; B - Corte 
. . I • 
I • 
• I 
.' E.tfttadrOt 
~ • i I -r-----; I I 
I •' •• •• :I II I I 
• I • I • I I - __ ~· __ -' __ .' I : __ L _.~ 
Fig. 11- CORTE DE CLARAB6IA DE 2 AGUAS 
A - Corte transversal; B - Corte longitudinal; C - Variante
Fi.g. 12- CLARABOIA RECTANGULAR 
Corte do telhado 
Fig. 13- CLARABOIA RECTANGULAR 
Alyado
CLARABOIAS DE CAIXA 
RECTANGULAR 
E este projecto relativo a uma grande clarab6ia, para 
farta iluminaQao de uma dependencia ou escada 
de certa categoria. A sua construQao e montada cor-tando 
0 espigao do telhado, mas do mesmo modo se 
poderia construir identica clarab6ia, sobre qualquer lu-gar 
das aguas de qualquer cobertura. 
Esta construQao e realizada com madeiras de certa 
espessura para melhor resistencia da obra, devido as 
suas grandes dimensoes. 0 capeamento que coroa a 
boa ligaQao de toda a caixa, devera ser resistente 
e nao sera demais levar uma cantoneira ou barra 
de ferro em toda a extensao, como se fosse uma 
cinta.o 
revestimento exterior de toda a caixa desta cla-rab6ia 
e mester ser resistente, sendo por isso acon-selhavel 
a chapa de ferro galvanizada e ondulada 
(Fig. 13). 
A sua ligac;ao ao madeiramento e obtida pratica-mente, 
pelos processos da construQao vulgar dos ma-deiramentos 
(Fig. 7). 0 nosso desenho do corte e bas-tante 
elucidativo nos pormenores. 
A grande cobertura da clarab6ia e uma estrutura 
metalica de construc;;ao robusta, feita com ferros I a 
servir de fileira e de varas, de espaQo a espac;;o, para 
franca suspensao dos caixilhos envidraQados. 
7('v.,tim."to 
~;tt~r/(" 
ffUO ,/a 
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Ca/~'«(7 dd 
['farah/a 
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Fig. 14- CLARAB6IA RECTANGULAR 
Nesta obra, a caixilharia da cobertura da clara 
assenta-se sobre a estrutura pr6pria de ferros I, Ii ~ 
forte mente ao capeamento da caixa. 
As divers as formas de ligaQao da estrutura metal.: 
ao capeamento da caixa, sao mostradas no corte - 
clarab6ia (Fig. 14). As chapas da vidraQa a aplic - 
nesta obra devem ser de 3 mm. de espessura. 
Estas grandes coberturas sao geralmente ornad~ 
com grilhagens no seu espigao e, as vezes, com gra . 
des' lanQas nas ligac;oes dos seus rincoes. 
Na base da cobertura do mesmo modo se decorarr. 
com grilhagens, 0 que faz dar ao telhado do edifici 
que possua destas clarab6ias, certo aparato vistoso. 
Tambem, acentuamos que certas obras deste gener 
tem de possuir algerozes, apropriados para recebimen 0 
das aguas pluviais caidas sobre as vidraQas, e que di-rectamente 
nao convenha que caiam para 0 telhado. 
Estes pequenos algerozes despejam as aguas para umas 
gargulas ou canudos dispostos nos cantos da cober-tura. 
As vezes estes tubos ou gargulas despejam para tu-bos 
de queda de pequeno diametro, que conduzirao as 
aguas para qualquer queda das proximidades ou par 
o algeroz do edificio. . 
A grilhagem inferior, a da base da cobertura en . 
draQada, e fixada a caixa de madeira ou a estrutura da 
cobertura, deixando livre todo 0 pingadouro. Se possu: 
algeroz, ele fica ligado a essa grilhagem como mostra-mos 
nos Pormenores A e B do desenho do Cor e 
(Fig. 14). 
A respeito da construQao de madeira e dos traba- 
Ihos do seu interior, nada mais aqui acrescentamos ao 
que ja dissemos a prop6sito dos estudos dos tipos de 
clarab6ias descritos vastamente, e que, mais ou menos 
saG sempre semelhantes uns aos outros. 
AS clarab6ias de forma cilindrica tern tambem 0 seu 
cunho de elegancia em certas coberturas, e espe-cialmente 
nas dos pavilhOes. 
Estes lanternins tanto podem ser construidos com 
grandes dimensoes, como com diametros diminutos. 
A sua construc;;ao inicia-se tal qual como os outros 
tipos de clarab6ias, demarcando a sua caixa no madei-ramento. 
A sua situaQao tanto pode ser a meio do espi-gao 
do telhado, como em qualquer ponto das suas ver-tentes. 
Marcado 0 Jugar proprio da. elevaQao, assentam-se 
as cadeias e determinado 0 raio do circulo assentam-se 
tambem, nos angulos da caixa entre as cadeias e as 
varas que Ihe fieam laterais, uma especie de cunhos re-cortados 
em forma de cambotas. 
Assim, fica apta a receber 0 forro de tabuas para a 
formaQao da caixa do lanternim, com a sua forma per-feita 
do circulo. o assentamento do forro ou tabu ado faz-se de varias 
formas, mas aqui descrevemos apenas tres, que a nosso 
ver sao as melhores e mais praticas. 
Ei-Ias: preparam-se as tabuas com os cantos chan-
II~ 
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I 
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..._..-..-.- J~_~-....~..,..J.' 
frados na inclinaQao conveniente do circulo, e vao sendo 
pregadas a medida que se assentam; provendo as res-pectivas 
tabuas com os cantos assim preparados, de 
fe-mea aberta, onde, a medida que se vao assentando 
duas tabuas, se enfia, pOl' cima, 0 respectivo macho; 
fazer-se a aplicaQao de tabuas estreitas, como aduelas, 
providas de macho e fe-mea, como indicamos no nosso 
desenho (Fig. 15). 
POl' estes dois 61timos sistemas todo 0 forro fica 
apertado e como se fosse constituido de aduelas, a 
Ultima e metida a forQa, relativamente espe1·ta. 
Geralmente as tabuas assentam-se, pregam-se ou 
parafusam-se com as comprimentos fortes, e depois do 
sentamento feito marcam-se as verdadeiras alturas, 
nto a de cima como a de baixo, e com uma vara fIe- 
'vel traQam-se em redor da caixa as linhas pOl' onde 
se deve cortar a caixa, do lado de cima e do I ;:> 
baixo. 
Este corte e feito pOI' meio de serra de samb - 
de serrote sem costas, sendo no fim alisado a 
Superiormente assenta-se-Ihe 0 capeamen 0 q 
ser moldurado se assim se desejar. 
A estrutura metalica da cobertura e ~ 
forma circular e c6nica e termina em bieo 
mente se disfarQa com uma pinha au com 
de lanQa. Todos os pinasios sao ferros , e 
sao assentes pelo processo indicado para os e=.:-'- 
dos das restantes clarab6ias. o nosso desenho e suficiente para de O~ 
a tecnica desta obra. 
Tal qual como se pratica nas elarab6i.a:s 
quadrada e retangular, estes Ian e '" c~ _-
Mm se revestem de chap as de zinco exteriormente. o sen capeamento deve ser constituido pOl' uma canto-neira 
de ferro, a fim de se manter a perfeita circunfe-rencia, 
que e da maior vantagem para 0 born equilibrio 
artistico da obra. 
A seguranC,ia e a manuten<;ao da estrutura metalica 
da cobertura, depende em grande parte da conserva<;ao 
permanente da caixa cilindrica de madeira. 
Compreende-se perfeitamente que toda a obra, quer 
de madeira quer de ferro, se deve conservar em per-feita 
consistencia de ligac,;ao. 
As clarab6ias circulares sao muito indicadas para 
,entila<;ao de grandes saloes, teatros, cinemas e recintos 
de exposiC,ioes. 
A sua apresenta<;ao exterior pode ser de acentuada 
feic;ao artistica. 
o trabalho dfl carpintaria das clarab6ias e verdade·· 
ramente uma obra de tasca, mas e urn tosco que 
deve comportar muita precisao, sobre tudo na fase que 
diz respeito a conduC,iao da agua da chuva. A constru- 
<;ao dos canais e aguieiros deve reunir as condi<;oes ne-cessarias 
para 0 assentamento das telhas, e ao mesmo 
tempo estabelecer a boa ligaC,iaocom as caixas das cla-rab6ias. 
o trabalho do latoeiro, no revestimento da estrutura 
de madeira com chapas de zinco, e no born assenta· 
mento das fraldas e abas do mesmo metal sobre 0 te-lhado, 
as vezes cobrindo dilatado eSpaC,iO,tern de ser 
bem executado. Neste servi<;o esta em jogo a impel" 
meabiliza<;ao de toda a obra. o latoeiro 56 entra em funC,ioesnos madeiramentos 
depois do carpinteiro dar pOl' findo 0 seu servi<;o. 
Depois de todo 0 trabalho de latoaria tel' terminado, 
procede-se a pintura de toda a obra, tanto a metalica 
como a de madeira. 
Em muitos casos da-se uma demao de tinta de 61eo 
na estrutura de madeira, antes de se proceder ao reves-timento 
de zinco. E uma medida de precau<;ao, sempre 
uti!. 
A pintura de aparelho a dar a estrutura de ma· 
deira, e preparada com 6leo de linhaC,ia e com qual-quer 
cor. 
Sobre as chapas de zinco ou de ferro e sobre a cai-xilharia 
de ferro aplica-se, como aparelho, uma demao 
de tinta de zarcao a base de 6leo. 
S6 depois de executados os trabalhos preparat6- 
rios de pintura, se procede a pintura geral de toda 
a obra. 
Cremos, pOl' conseguinte, que demos, mais ou me· 
nos, toda a materia necessaria it construcao das clara-b6ias. 
Os casos de ordem especial que surjam, serito, 
de certo, resolvidos de pronto, pois que a base destas 
obras fica esclarecida.
ELHADOS 
_ c;ao generica de telhados especiais, to- 
. -=_e- que tem as formas piramidal, c6nica ~:=:=__~ a construc;ao destas coberturas e, como 
==:~.con,eniente preparar os m:adeiramentos 
:. ..:lgumas destas coberturas, devido a 
do ponto, nao podem ser providas de te- 
::__:~iamente ditas, mas sao revestidas de chapas, 
=~e -e de chapas de zinco impressas em forma - =~ ~ - ou de tel has de laminas. 
~: -elhados cobertos de chapas nao tratamos neste 
=~;::u, e assunto para 0 caderno seguinte. Aqui s6 
.:.:_ s amos coberturas de telhas, embora nestes ge- 
==--os de construc;()es as tenhamos de aramar. 
..1 construc;ao destes madeiramentos exige uma cui- 
03a compreensao e um acabamento muitissimo per- 
: "·0. Todas as samblagens devem ficar muito bem 
J :adas, e todas as pec;as que constituem 0 madeira- 
:nento devem ficar relati vamente espertas, mormente se 
o ponto do telhado f6r muito elevado. 
Tambem nestas obras de carpintaria civil e conve-niente 
que todas as pec;as sejam bem esquadriadas, alem 
de se exigir madeira de quina viva. 
Nas edificac;()es de ordem barata nem sempre se 
constroi um madeiramento de boa disposic;ao; muitas 
,ezes deixam-se umas toscas armac;lJes executadas de 
qualquer maneira. Mas de tudo isto se ressentira em 
eguida, dessa ma construQ3.o, todo 0 edificio que dis-ponha 
de tal obra. 
Dispostas estas breves palavras preambulares, vamos 
estudar alguns tipos dos telhados especiais, nos sens 
madeiramentos caracteristicos. 
Iniciamos os nossos estudos com os telhados pira- 
ESPECIAIS 
midais, pelas plantas triangulares, quadradas, pen' 
nais e sextavadas . 
Todas as nossas descric;lJes san exemplarmente 
ras para boa compreensao de todos os nossos lei ores. 
embora para muitissimos deles sejam demais repe .~. 
Estes madeiramentos podem atingir elevado grau .e 
perfeiQao, como teremos ocasiao de apreciar. 
DE todos os telhados especiais san os de forma p' a-midal 
os de mais facil execuQao, como vamos 
ensejo de observar. 
Os madeiramentos destas coberturas podem ser exe-cutados 
por meio de custosas asnas e, sem cair nem de 
perto nas armaQoes detestaveis de ma carpintaria, po-dem 
tambem ser executadas pelo sistema dos toscos or-dinarios, 
que construidos com pericia nos dao uma e - 
genhosa obra de agrado, pela sua seguranc;a e baleza 
construtiva. 
E ja agora saja-nos permitido dizer que uma ob 
de carpintaria civil segura e conveniente, e semp e 
agradavel a vista. Nela ha uma boa parcela de estetica~ 
na aplicac;ao de prumos e escoras; na inclinac;ao que 
devem comportar e na boa prumada que devem man er. 
E assim, recordamos 0 velho adagio dos meios de:. 
Construc;ao Civil: a boa estetica tem sempre boa estat" . 
E a veracidade desse ditado todos os experimentados 
construtores a podem afirmar. 
Vamos prosseguir no nosso estudo. 
Fig. 18- MADEIRAMENTO DE COBERTURA PIRAMIDAL 
DE PLANTA QUADRADA
I: 
I; 
I ..:1~.:~-~:_:_~~:_=-:=~=--~~.:-~ ~-===~',==--=~---- -~---- -~-----~-_.. ~-<- 
Fig. 19 - MADEIRAMENTO DE COBERTURA 
PlRAlvIIDAL 
TELHADOS DE PLANTA 
QUADRADA 
ELEVADAS as paredes ate it. conveniente altura, 
procedemos ao assentamento dos frechais e, como 
esie nosso estudo comporta um pendural central, assen-tamos 
tambem dois frechais centrais cruzados um no 
outro, e que assentam por sua vez nos frechais laterais 
por entalhe. a meia-madeira. 
o pendural nao assenta prbpriamente nos frechais 
cruzados, s6 se the ligando por meio de ferragens. 
De seguida assentamos as quatro varas mais com-pridas, 
uma em cada face; embarbam como de ordina-rio 
nos frechais, e vao entalhar por dente numa escarva 
aberta no pendural, especie de roca. 
Este prumo central e oitavado, isto e, tem oito fa-ces: 
quatro para as quatro varas principais e outras 
quatro para os quatro rincoes. 
Com 0 assentamento das quatro varas ja 0 pendural 
fica bem aprumado; antes de todo esse assentamento 
e amparad 0 provisbriamente por ripas. 
Os quatro rincoes assentam-se tal qual como as va-ras, 
e, neste nosso problema, it sua mesma altura. 
Terminado 0 assentamento das oito pe<1as princi-pais 
qne se fL'mram por gregos de galiota, fazemos 
o assentamento das madres, que entalham nas varas 
e nos rincoes por meio de dente-de cao, e tem como 
apoio oito escoras; qce e i a.:::l 
rior do pendural. 
S6 depois desta primordial par e co_ 
fixe definitivamente, se faz 0 assentame 0 
varedo pelo processo vulgar. 
A liga<;ao das varas aos rincoes e fei a po 
entalhe (Fig. 20). 
A ponta superior do pendural e no final do 
cortada it von tade da pe<1a de barro do espigao; _- = 
cobrira as telhas que se the seguem. 
Se 0 telhado se destina a beiral, assenta-se so· _ 
cada vara um contrafeito, a fim de se formar bem 
sanqueado, a ligar a vertente da cobertura com 0 . ~:- 
rado, como ja estudamos nos Pr'eliminw·es. 
Nos nossos desenhos mostramos a planta da co 
tura e as liga<;oes superiores ao pendural. 
TELHADOS DE PLANTA 
QUADRADA 
E PONTO ELEVADO 
TRATA-SE de uma constru<1ao, mais ou menos co 
a forma de pavilhao, de pequena planta quadrad 
e pronta a receber telhas de barro de qualquer tipo; 
mas convenientemente aramadas. 
Este madeiramento e de estrutura muiio pratica e de 
facilima execu<1ao. A sua economia tambem recomenda 
este tipo de arma~ao (Fig. 19). 
o nosso problema apresenta duas sol11<1oes,quantI) 
ao tipo de constru<1ao da cobertura; num dos lados 
apresentamos 0 caso de beiral com uma fiada de teIbas 
de meia-cana, e do outro 0 caso de algeroz sobre cor-nija. 
Crescidas as paredes mestras ate it altura indicada 
no projecto da obra, faz-se 0 assentamento dos frechais. 
Arvoram-se de seguida os quatro rincoes, que em- 
Entn/Ae 
I
.,: a os nos frechais, ,ao entalhar eSjJe'rtos num pe- 
~ e 0 pendural ou 'raGa de forma oitavada. 
A.. roca apertada pelos quatro rincoes mantem·se 
rnmada, dando 0 bom equilibrio da constru<;ao. 
Depois procede-se ao assentamento do varedo, que 
e talha com dente·de-cao nos rincoes pelo sistema 
nligar. 
Tambem embarbam nos frechais e entram por en- 
1alhe na roca, de maneira usual e espertos. o topo da roca e facetado em ponta de diamante, 
ara regular remate do telhado. 
Para finalizar, pregam-se 0 ripado e as tabuas de 
barbato. Assentam-se as telhas. 
TELHADOS DE PLANTA 
TRIANGULAR 
UM bonito tipo de cobertura para pequeno pavilhao 
este que apresentamos. A sua planta e um trian-ulo 
regular. Os seus tr~s rincoes entalham num pe-queno 
pendural pelo sistema de roca. 
A eleva<;ao do ponto deste telhado e absolutamente 
a vontade, segundo 0 projecto da obra, como muito 
bem se depreende. o pendural e localizado no centro do poligono, 
como nao podia deixar de ser. Se a planta da obra 
fosse um triangulo irregular, a localiza<;ao do pend ural 
eria procurada qa mesma forma, como e do conheci-mento 
de todos. E apenas questao de geometria. 0 que 
sucede para as plantas triangulares, acontece do mesmo 
modo para todas as outras, qualquer que seja a sua 
forma poligonal. 
Depois de assentes os frechaes ordinariamente, so-bre 
as paredes, procede-se ao assentamento dos rin-ci'les, 
desde os angulos dos frechais ao pendural, onde 
emmalhetam por dente numa escarva aberta em cada 
face.o 
assentamento do varedo e feito tambem pelo sis-tema 
ordinario. Assentam-se primeiramente as varas 
centrais, embarbadas nos frechais e emmalhetadas no 
pendural, tal qual como os rincoes. 
As restantes varas assentam sobre 0 frechal e sobre 
o rincao, como vemos no desenho. No frecbal faz-se 
o embarbamento e no rincao faz-se 0 dente-de-cao. o pendural e. cortado superiormente em ponta de 
diamante de seis facetas. Interiormente 0 pendural e 
cortado 0, m30 ou 0, m40 abaixo dos rincoes. 
TELHADOS DE PLANT A 
PENTAGONAL 
11 tipo de cobertura de grande beleza este que va-mos 
descrever. Trata-se de um telhado destinado == pavilbao isolado. A planta e em forma de penta- 
=.: :regular. 0 seu ponto e um tanto elevado, mas se 
- . -:: :::lecessario poderia ter a inclinac;ao vulgar dos 
" •••• , t 
1- .. , 
I -" •••• 
, . ,,,,,, 
I 
 
 
 
 
",,,, 
1?/ncoo ;><' 
Fig. 21- COBERTURA PENTAGONAL 
Al9ado e planta 
A sua constru<;ao €I de urn modo geral muitfssimo 
pratica. tudo gira em torno da roca ou pequeno pendu-ral 
de dez faces. 
Tra<;ada a planta da edifica<;ao e elevadas as pare-des, 
ate it altura indicada no projecto da obra, assen-tam- 
se os frechais, entalhando uns nos outros a meia- 
-madeira nos angulos do pentagono. 
Terminado este assentamento faz·se a aposi<;ao dos 
rincoes, que nesta cobertura servem tambem de varas, 
partindo do frechal, como e de uso, e van emmechar 
na roca, nas faces que Ihe competem. 
Enquanto nao €I feito 0 assentamento de todos os 
rincoes, e a roca ou pendural amparada por ripas a 
servirem de pontaletes, para Ihe darem 0 necessario 
equilibrio da prumada. 
Este escoramento transit6rio s6 e tirado depois de 
todos os cinco rincoes estarem fixados. 
Depois dos rincoes assentam-se as varas centrais
Fig. 22-PLANTA DE COBERTURA 
SEXTAVADA 
de cada face do pentagono, que sao tamMm em numero 
de cinco como os rincoes. 
Estas varas que embarbam, como e normal, nos 
echais, entram no pendural pOI' dente, na escarva ali 
aberta, tal qual como sucedeu com os rincoes. 
As varas secundarias embarbam nos frechais e 
emmecham pOI' dente e talao nos rincoes (Fig. 20). 
Depois de todos estes trabalhos concluidos prega-se 
o ripado em todas as cinco vertentes da cobertura. Nas 
extremidades das varas sobre os frechais assenta-se 0 
arbato como de costume. 
Este telhado tamMm se presta a beiral ou a algeroz 
e p atibanda. 
Antes do assentamento das telhas corta-se a roca 
::la ua parte superior, em ponta de diamante de cinco 
ce ) como muito bem se sabe, para rem ate do telhado 
o eu espigao. A extremidade inferior do pendural 
ode ficar de topo, devidamente preparada e relativa-ente 
curta, como vemos no desenho. 
e este telhado se destinar a levar beirado, assen-tam- 
se sobre as extremidades das varas os respectivos 
wntrafeitos. 
e as dimensoes desta cobertura fossem relativa-ente 
grandes, seria, certamente, conveniente que 0 
adeiramento ficasse provido de madres, com os seus 
escoramentos, mais ou menos identic os aos costumados. 
Porem, no nosso estudo, as dimensoes da cobertura 
ao fazem necessitar de mais completada estrutura. 
l1as, qualquer amplitude que se queira dar a uma 
cobertura piramidal de pentagono, e de faci! estudo, 
como os nossos Mcnicos desejarem e entenderem, pois 
a ui se lhes deixam as bases de todo trabalho. 
Devido a eleva<;ao do ponto deste telhado, e de 
a soluta necessidade aramar todas as telhas, para que 
ua estabilidade esteja garantida. 
Dos telhados apropriados a pavilhoes, parece-nos 
ser este de planta pentagonal urn dos mais belos. 
TELHADOS DE PLANTA 
SEXTAVADA 
CONSTRUIDO 0 poligono de seis lados iguais, acha- 
-se 0 seu centro, onde se coloca 0 pend ural de 
doze faces e estabelece-se a altura do ponto do telhado, 
segundo 0 projecto a construir. 
Assentam-se primeiramente todos os rincoes, afim 
de 0 pendural ficar equilibrado na prumada. 
Executado este trabalho precede-se ao assentamento 
das varas principais,· que sao seis, uma em cada ligua 
do telhado. 
Estas varas ligam ao pendural pOl' urn dente que 
entra numa escarva, como sucede com os rincoes e na 
me sma linha destes. 
Os rincoes tern 0 seu canto superior chanfrado, para 
concordancia com as aguas do telhado, como se pratica 
com todos os restantes telhados de tacani<;as, como 
sao estes que tratamos. 
o assentamento de todo 0 varedo e feito regular-mente 
embarbando as varas nos frechais e emmalhe-tando 
nos rincoes onde pregam (Fig. 20). 
o ripado e quase 0 ultimo trabalho a efectuar, e 
depois de pregado, faz-se 0 barbato ou aplica-se 0 con-trafeito 
se 0 telhado comportar beira1. 
o pendural corta-se, como de costume, em ponta 
de diamante com as suas 12 facetas perfeitamente iguais 
e certas, para 0 pico do telhado ficar regular. 
Nestes telhados po de aplicar-se muitissimo bem 
uma agulha, catavento, ou qualquer outro motivo de-corativo. 
Quando estas coberturas sao de certas dimensoes, 
dispoem-se estes madeiramentos de madres e escoras 
apropriadas, para completo travamento do telhado e 
seguran<;a de toda a constru<;ao. 
Os principios basicos destes madeiramentos sao ge-ralmente 
identicos; depend em simplesmente das suas 
dimensoes quer em superficie, quer em altura. 
Logo, portanto, 0 que se observa para urn caso 
pode, de certo modo, observar-se para outro. 
Os madeiramentos de cobertura tern os seus prin-cipios 
delineados; e s6 questao de aplicar as diferentes 
obI'as as suas normas gerais; 0 resto e apenas porme-nor, 
que 0 construtor resolve sem dificuldades. As ba-ses 
aqui ficam exaradas com os diversos cas os que se 
ficam a conhecer. 
Em todos os telhados piramidais as suas aguas sao 
sempre superficies triangulares. 
Em todas as coberturas especiais, em que 0 tipo 
de pavilhao e observado rigorosamente, deve ter-se 
como principio, que e sempre necessario achar 0 centro 
do poligono, na sua planta, quer ela seja regular ou 
irregular. 
o centro do poligono, ou seja 0 da planta da obra, 
estabelece 0 pico do telhado, onde fecham a partir dos 
frechais, sobre as paredes mestras, as superficies trian-gulares 
que formam as vertentes ou aguas da co-bertura.

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Construção de clarabóias e telhados

  • 1. CICLOPEDIA· PRAIICA A CONSTRUtl0 CIVIL j·- -~- -'~--------------------i..' I tOl ·,·, ,,,, L . J. DEIRAMENTOS - '- T E---(-H AD 0 S III [DJ[] CONSTRUQAO DE CLARABOIAS - LAKTERKIKS DE CONSTRUQOES INDUSTRIAIS-ULARABOIAS QUADRADAS, RECTAKGULARES E CIRCULARES - CLARABGIAS DE ESTEIRA E DE DUAS AGUAS - TELHADOS ESPECIAIS - TELHADOS PIRAMIDAIS-T~ LHAnos TRIANGULARES, QUAI?RADOS, PEKTAGONAIS E SEXTAVADOS -22 FIG. E<;O 15$00 '. EDIQAO DO AUT OR F. PEREIRA DA COSTA DISTRTBUIQAO DA PORTUGALIAEDITORA LIS··BOA . PRE<;O 1'5$0-0
  • 2. E CICLOPEDIA PRATICA DA CONSTRUf;AO CIVIL i.D EI RAMENTO S E T E LH AD 0 S ~..::..2.. as fases dos madeiramentos, na sua simpli-cidade construtiva, hit. por vezes pormenores de eoncepc;ao que alteram 0 ritmo da obra. "7 ,- 0 ne te caso as clarab6ias. -- - coberturas dos edificios de varios andares sao :.adas para efeito de ilumina<;ao de luz natural, - _"_ b6ias sobre as caixas das escadas. modo, tambem em geral se constroem nos telhados dos grandes saloes e galerias, if~Y ••.rlim~nlo d.~/;"co- . ---- cuja luz atinge essas dependencias atraves dos ceU8 de vidro aplicados nos respectivos tectos. A construQao de clarab6ias embora seja de traQo relativamente vulgar, quer se trate de obra de carpin-taria quer de serralharia, merece alguma atenQao quando se faz 0 estudo dos madeiramentos. Os telhados pr6- prios de pavilhao e de outras edificaQoes de planta po-ligonal reduzida, sao curiosos e de construQao urn tanto cui dado sa pelo engenho de que sao pertenQa. J- _. - - ,- ~ ~ - - - ,- ;- • - - • r ... -.- "," ,- .. -' or I I. , • , I I I I J...... 1..1 1-.J , I C ~ ; , , I I • , I I , I I :.-.- .- .I._~.-. : : :"::' 0°.-': _-_~_..•_-.... :-.- :- ;J .-.-.- .- •.•. Fig. 1- CORTE DE TELHADO COM LANTERNIM A - Planta completa da cobertura; B - Planta do madei1'amento
  • 3. CONSTRU<;AO A construgao das clarab6ias faz parte integrante do tosco das coberturas dos edificios. A variedade de tipos de clarab6ias e relativamente grande, sendo alguns deles de efeito grandioso e que dao aos edificios, cujos telhados coroam, magnificiencia arq uitectural. A importancia dada a constru<;ao de clarab6ias de-pende sempre da obra que as contem. Algumas sao de grande eleva<;ao e outras de sin-gela esteira. Umas e outras sao de grande utilidade. Alguns tipos de clarab6ias sao de mesquinho efeito, nao passando algumas vezes de umas pequenas lucar-nas, que pouca luz deixarao passar atraves dos seus minguados vidros. As clarab6ias destinam-se a dar luz e ventilal;(ao a oficinas, caixas de escadas, saloes e s6taos. Nos saloes e nas escadas de luxo a luz das clarab6ias passa a esses aposentos por meio de urn ceu de vidro, construido nos seus tectos e deles fazendo parte. Em alguns destes casos as clarab6ias ficam despro~ vidas de caixa: a luz circula por todo 0 s6tao e, evi-dentemente, passa pelas vidra<;as dos tectos as depen-dencias que dela care<;am, e para que foram construi-das. Nas oficinas e nas escadas de predios de rendimento sem exigencias de ordem importante, a clarab6ia fica totalmente a vista. A luz vem directamente iluminar esses locais e ao mesmo tempo tambem a ventila<;ao se observa. As clarab6ias podem ser construidas em qualquer ponto do telhado, conforme 0 local a iluminar, do inte-rior da edifica<;;ao, mas devemos ter sempre em vista que a sua localiza<;ao nao prejudique a estrutura da cobertura. Assim, e da mais elementar compreensao que se nao devem construir as clarab6ias senao nos espa<;os entre asnas, ou entre quaisquer motivos de cODstrUl;(ao,quando se trate da constru<;ao de madeira-mentos do sistema ordinario. As clarab6ias podem ficar erguidas acima dos telha-dos, a qualquer altura, ou simplesmente a uns 20 ou 30 centimetros acima e paralelas as suas vertentes. As clarab6ias construidas paralelamente as aguas dos telhados sao as de natureza econ6mica, porquanto as que se elevam formando lanternim sao de maior custo, como teremos ocasiii.o de observar no decorrer dos nossos estudos. Muitas vezes nas edifica<;oes de pouca categoria ou ainda nas boas obras, mas que por qualquer caso de ordem especial se nao possam cODstruir convenientes clarab6ias, recorre-se simplesmente a aposi<;ao de telhas de vidro na superficie do telhado que cobre as depen-dencias a iluminar. Quanto a luz 0 problema fica assim resolvido, mas nao a respeito da ventila<;ao. A forma das clarab6ias pode ser quadrada, rectan-gular, sextavada ou redonda. A construl;(ao das clarab6ias inicia-se pela caixa que se abre no varedo da cobertura. Esta caixa que deve DE CLARABOIAS conter as dimensoes da superficie da clarab6ia, como vemos no desenho (Fig. 3), e constituida por cadeias, cuja forma de execu<;ao ja demos no nosso caderno n.o 7, quando tratamos dos Pavimentos de Madeira. Nas cadeias topejam por orelha com dente e talao, as varas que ocupam 0 espac;o relativo a largura da clarab6ia. Toda esta construc;ao, como vemos, e uma simples obra de tosco ja estudada, e 0 caso de cadeias foi tambem por sua vez largamente tratado. Quando a clarab6ia e construida a meio do espigao do telhado, cortando, por conseguinte, 0 pau de fileira, entao ja a estrutura do madeiramento tern de ser mais cuidadosamente tratada. Temos de dar apoio as duas extremidades da fileira. Se nao houver asnas ou qualquer outro motivo de construc;ao, as pontas do pau de fileira terao de ser apoiadas por prumos ou escoras de tesoura. Este trabalho tern de ser bem feito para que 0 ma-deiramento nao sofra prejuizo. (Fig. 7). Quando a clarab6ia e de planta circular (Fig. 16), a sua caixa tern de ter, como se sabe, essa mesma forma, o que se obtem assentando umas cambotas, para arre-dondar os cantos das cadeias as varas, que tambem formam as caixas. Estas especies de cambotas ficam pregadas as cadeias e as varas. E pois nesta caixa do varedo que se assentam, pelo lado de dentro, as titbuas que formam a caixa da cla-rab6ia. As caixas das clarab6ias sao revestidas de cha-pas de zinco pelo lado exterior. Pelo interior 0 seu acabamento e variado como adiante saberemos. As clarab6ias constam de duas partes: uma a caixa, ou 0 seu tosco, que forma a liga<;ao ao madeiramento, e outra 0 envidra<;ado ou a sua cobertura, que e, por sua vez, a clarab6ia propriamente dita. Os caixilhos sao em geral construidos de ferro. Nas pequenas lucarnas para escassa ilumina<;ao dos s6taos, aplicam-se em algumas obras caixilhos de ma-deira que se revestem convenientemente de zinco. Os vidros sao assentes uns sobre os outros, em forma de escama (Fig. 11), fazendo-se a sua seguran<;a por meio de massa de 6leo, a vulgar massa de vidra-ceiro, aplicada do vidro ao canto do pinasio, formando chanfro. Por este meio a agua da chuvl:!' que incide sobre a clarab6ia tern facil escoamento. As vezes os vidros sao cortados com os cantos em chanfro. Esta segunda parte das clarab6ias exige mais cui-dado so acabamento, a fim de preservar 0 interior da edifica<;ao das aguas pluviais. A fixa<;ii.odo envidra<;ado da clarab6ia a sua caixa, quer este seja de esteira ou de cupula, e feito por meio de esquadros e grampos de ferro. Em certos casos toda a caixa da clarab6ia e cons-truida em ferro: arma<;ao de ferro laminado e revesti-mento de chap as galvanizadas. lsto geralmente cons-troi- se nas grandes edifica<,;oes industriais. A cobertura das clarab6ias nao assenta propria-mente sobre a caixa. Entre os envidrac;ados e a arma-
  • 4. CIff/Xt:l A c!.a Cimllma ___ " L __., _ .. '/' _ . .. . __ ._ . _. ie c:ao que forma a caixa, medeia certo espac;o, vencido palos esquadros ou grampos que the fazem a respectiva fuaQao. Este espaQo permite uma boa ventilac;ao das dependencias providas da clarab6ia. o limite inferior do envidraQado passa abaixo do capeamento da caixa da clarab6ia, razao essa que nao permite que 0 vento atire com a agua da chuva para dentro da edificaQao. Na apresentaQao dos exemplos que vamos demons ar, poderao os estudiosos compreender conveniente-mente toda a construQao das clarab6ias nas suas dife-rentes formas. As chapas de zinco e normalmente as do n.O 12, -em importante papel neste ramo da construc;ao dos -oscos dos madeiramentos. LANTERNINS DE CONSTRUQOES INDUSTRIAlS AS construQl'}es destinadas a fins industriais, ofici-nas, armazens e outros recintos cobertos, quando a ua superficie seja sobremaneira grande e haja impe- .:osa necessidade de luz e ventilac;ao do alto, estudam- -se espa<;osos lanternins ou grandes clarab6ias. Estes lanternins podem ser construidos de variadas =oaneiras e de variadas formas. o estudo que representamos e uma grande b6ia, formando urn apreciavel lanternim de gran ~ dimensl'}es, ocupando na largura do edificio um 'O~ seus terc;os. 0 telhado acompanba a clarab6ia em m' a sua volta, dando ao conjunto uma regularidade quitect6nica. Nos nossos desenhos (Fig. 1) apresentamos a P -- A que nos mostra toda a cobertura do edificio. - a do telhado propriamente dito como a da claraoo' . e na Planta B mostramos 0 madeiramento pronto a r - ceber a clarab6ia. Como 0 edificio e urn pavilb1io rectangular, 10 o madeiramento possui quatro rincl'}es, para que 0 - - lhado forme quatro aguas. A construQao desta cobertura inicia-se tra<;3n 0 _ plauta a sua superficie para telhado, deixando '- o espac;o destinado ao lanternim. Como de uso, assenta-se sobre as paredes 0 free-- e nos limites do espaQo do telhado assenta-se taJr. . em toda a volta, a fileira. Esta e apoiada pOl' pr s. que carregam sobre paredes interiores ou sobre ~ - ou colunas. Escusamos de acentuar mais uma vez, que es~=s a tratar da construQao de urn madeiramen 0 . porquanto se se tratasse de urn madeiramento e :: - tura, tudo se passava de maneira diferente, como· r = sentamos no caderno n.o 2 desta Enciclopedia. Embarbaudo no frechal e entalhando na" . - ~ -
  • 5. , en ~ assenta-se todo 0 varedo, que depois rece-o pado. Para a forma<}ao do algeroz faz-se 0 barbato sobre as pontas das varas, como sucede com todos os madei-ramentos vulgares. Kern sempre as constru<}oes ditas industriais sac providas de tecto, mas neste nosso estudo os terc,;os la-t~ rais da cobertur~ tern-no construido por esteira, do ~i1stema usual. Asslm, nesta condi<}ao e mister que 0 lanternim seja por sua vez provido de caixa. Dentro desta orientaQao de trabalho, assenta-se em toda a volta do espaQo do lanternim urn tabuado, que se prega na prumada das paredes inferiores, para a fl-leira e para 0 frechal assente sobre estas paredes. Este tabuado pode ter a ligaQao das tabuas por meio de macho e f~mea ou simplesmente por meiojio a me~·a-madei1·a. Nas constru<}oes ordinarias, na maior parte das ve-zes, as tabuas que formam a caixa das clarab6ias sac apenas encostadas umas as outras. Apesar de serem depois revestidas, essa pratica nao e aconselhiLVel. Superiormente 0 tabuado da caixa leva urn capea-mento tambem de madeira, que as vezes e moldurado para 0 lado exterior, e ate para ambos os lados em certas edificaQoes. Em algumas obras esse capeamento e formado por uma cantoneira de ferro. Quando a altura do tabuado, ou melhor, a altura da c~ixa da clarab6ia e relativamente grande, e conve-mente pregar-lhe a meio da sua altura, uma cinta em toda a volta pelo lado do vao inutil. No estudo apre-sentado (Fig. 10) nao fazemos esse trabalho, porque a altura da caixa nao e assaz grande. Alem disso como esta clarab6ia tern toda a forma e funQao de urn lan-ternim, envidrac,;ado lateralmente, a sua estrutura da caixa e engradada, a fim de formar os vaos de frestas em todos os seus lados. Odesenho do Corte (Fig. 1) e bem claro sobre a forma da construQ3.o. A estrutura de madeira da caixa e revestida exte-riormente, acima do telhado ate ao falado cape- ___t__Thr:_D J,__~ Fig. 3-PLANTA DE UMA CAIXA DE CLARAB6IA ABERTA NO MADEIRAMENTO amento, por chapas onduladas de zinco ou de ferro galvanizado. A transic,;ao deste revestimento para 0 telhado, e obtida por uma fralda de zinco que se estende por om,40 ou om,45 sobre as telhas. ' A cobertura envidraQada de toda a clarab6ia e cons-tituida por ferros T que formam os pinasios ; os rincoes sao formados por dois L ligados. A estrutura principal desta armaQao metal~ca e constituida por urn I como fileira e uns UU ou cantoneiras como varas, de espaQo a espaQo de relativo comprimento. Alguns esquadros ou grampos de ferro cravado~ it estrutura, e indo aparafusar ao capeamento da caixa fazem a fixac,;ao de toda a obra. No desenho (Fig. 11), mostramos como essa ligaQao e feita em pormenor. A. ventilaQao fica obtida largamente pelo espaQo que medela do capeamento it estrutura metalica da cobertura, pois que esta fica relativamente balanceada como con-vem, para que as aguas pluviais nuo atinjam 0 interior da clarab6ia. Os paramentos interiores da caixa dn. clarab6ia po-deriio ser fasquiadoB para receber reboco, esboQo e es-tuque, ou receberem placas de estafe, esboQo e estuque ou, ainda, simplesmente se ficaram trabalhados para esse fim, serem pintados. . ~s frestas laterais, no nosso caso, sac providas de cal::llhos de fer~o fixos a estrutura de madeira, mas po-derao ser dotados de movimento basculante, como tam-bem poderao ser construidos de madeira. Nas edificaQoes em que a luz superior e bastante e carece-se mais de ventilaQao, e usada tambem a apli-caQao de persianas £xas. Nas grandes clarab6ias e costume dotar a sua estru-tura metalica com ornatos, para obtenQao de born efeito, chegando em algumas obras a aplicar-se altas grilha-gens no seu espigao, e de mais baixa expressao no seu balanceado. Quando este tipo de edificaQoes industriais nao com-porta qualquer especie de tecto, a caixa das clarab6ias s6 se eleva a partir das flleiras, fazendo-se urn remate guarnecido, de madeira e claro, do tabuado para a parte inferior do madeiramento. C LA R A B 0 I A S D E CA I X A QUADRADA o exemplo que damos deste tipo de clarab6ia de secQao quadrada, atravessa 0 espigao do telhado, mas pode, quando assim convier, situar-se em qualquer ponto das vertentes. A construQao da caixa no varedo, e executada da mesma forma que as caixas para outros tipos de clara-b6ias, empregando-se para encurtamento das varas in-terrompidas, 0 sistema das cadeias vulgares. A suspensao do pau de flZeira nas suas extremida-des, bem como as das madres, tern de fazer-se por meio de prumos e demais sistemas de construc,;ao, quando nao
  • 6. EJe'MJO I. I J"tj""""r,. d'# iWo • Fig. 5 - COBERTURA DA CLARABOIA QUADRADA
  • 7. Yan~u ,1 . ._.- ~- Fig. 7 - ESTRUTURA DA CAIXA DAS CLARABOIAS A - Corte longitudinal do madeiramento; B - Corte transversal; C - Planta haja paredes coincidindo com as clarab6ias, que lhes sirvam de apoio eficaz. Neste estudo, estabelecida a caixa pOI' meio de ca-deias, tanto no madeiramento da cobertura como no vigamento da esteira do tecto, procede-se it construc;ao de todo 0 forro com tabuado previamente preparado. A ligac;ao de todas as tabuas entre si a feita como des-crevemos no anterior projecto, pregando-se a meio da sna altura, entre a esteira do tecto e 0 varedo, uma cinta nos quatro lados da caixa, para que toda a estru-tura fique s61ida e se nao verifique empeno ou bambo-leamento das tabuas. o comprimento das tabuas deste forro, parte do vi-gamento da esteira do tecto e vai terminal' acima do telhado, numa altura de acordo com 0 projecto da obra. Rsta altura a variavel. No desenho do corte que apresentamos (Fig. 4) vem-se todas as tabuas completamente juntas, num forro homoganio como convam. A cobertura da clarab6ia forma quatro aguas, que terminam superiormente em bico provido de ornato. A estrutura do envidrac;ado a composta de quatro rincl:es e quatro varas de ferro T reforc;ado, assentando obre os rincl:es os pinasi08 de T de om,02 X om,015, que recebem os vidros. (Fig. 5). A fixac;ao da cobertura metalica a caixa de madeira, e feita com os esquadros e grampos de ferro, cravados pOI' debaixo dos rincoes e das varas acima menciona-das. A. meio das vertentes, nos quatro lados da arma- <;3.0ligando pOI' debaixo todos os pinasios entre si, a aplicada uma barrinha. A caixa da clarab6ia a exteriormente forrada de chapas de zinco ou de ferro galvanizado. Interiormente o sen acabamento a feito de acordo com os paramentos das dependencias que cobre. Rste tipo de clarab6ia pode ser de caixa encurtada, se nao for necessario atravessar 0 vao entre 0 tecto o andar de baixo e 0 madeiramento, como no nosso do. £rentes da clarab6ia, no prolongamento das "S do elhado, faz-se a transic;ao da caixa para 0 te- ~o; a 'cando uma fralda de zinco que desce um sobre as eThas. Nos lados da clarab6ia que cor-es : - o. deixa-se de cada lado e em cada ver- • •. '·0 com ripa obre a vara que ladeia o tanteruim e que forrado de chapa de zinco fica co-berto com as telhas. POI' este canal encoberto cai a ligua pluvial que porventura desceu pelo revestimento da caixa ataabaixo. Superiormente tambem uma fmlda de zinco cobre urn tanto as telhas que se the seguem. EIS um tipo de clarab6ia bem modesto este que apre-sentamos. Trata-se de uma simples construc;ao de certo modo de grande utilidade, apesar de tudo. Toda esta clarab6ia mais nao a de que uma caixa metida no madeiramento da cobertura de um edificio. A sua execuc;ao a facilima. Destinado 0 local onde se deve construir a clara-b6ia marcam-se no varedo as suas dimensoes, vendo-se; par conseguinte, 0 numero de varas a suprimir e assen· tam-se as cadeias. Fica pronto 0 lugar para se ass ental' a caixa pr6pria da clarab6ia. Rsta caixa pode ser construida fora e depois de convenientemente acabada, ser assente no seu lugar; ficando pregada ou aparafusada para as cadeias e par" as varas laterais aonde encosta. o caixilho envidrac;ado da cobertura, que fica ele-vado acima da caixa de O,mlO a l.ffi15, a fixado nea par esquadros de ferro. Depois do seu assentamen a-lhe fixada em volta nma aba de chapa de zinco, pan; nao permitir que a chuva entre para 0 interior dependencia, como era de compreender. A elevac;ao desta clarab6ia, que fica paralela a-telhado, nunca, em geral, ultrapassa O,m50. Exteriormente toda a caixa a revestida de chapa E zinco, e interiormente toda a madeira a simplesme '? pintada. Em volta da caixa, no madeiramento, a construi um canal, na cabeceira superior e nos ladas, co - dissemos quando tratamos de outros projectos, p escoamento da agua da chuva. Todos estes servi<;os sao sempre revestidos de cha -- de zinco, como a de boa compreensao. No desenho (Fig. 8) mostramos a clarab6ia - exteriormente com a aba de zinco de todos as lados. ::
  • 8. a claraboia cortada no sentido transversal, vendo-se 0 c.anal da cabeceira superior e a ligac,<aodo caixilho en-ndra~ ado. Em pormenor mostramos a planta do madei- :::-amentocom a caixa da claraboia. 1-as construgoes de baixo prego constroi-se 0 cai-xilho com madeira, revestindo-o depois com zinco, como mostramos no pormenor; porem, quase sempre os pina-sio sao de ferro, Neste tipo de claraboia, quando as uas dimensoes sao reduzidas, tamMm e costume cons- ITuirem-se os caixilhos pelo sistema vulgar de todos o caixilhos, isto e, com pinasios em todos os sen- 'dos. Este tipo e muito economico, pois como se V8 a sua constru<;ao e muito pratica. CLARABOIAS DE DUAS AGUAS TRATAMOS agora de um projecto de clarab6ia muito pratico, destinado a uma escada localizada a meio da planta da edifica<;ao. POI' isso fica a fileim imterrompida. Logo este tipo de clarab6ia e a duplica-gao da clarab6ia de esteira, que ja estudamos. Esta e uma clarab6ia de duas esteiras, uma para cada vertente do telhado. Inicia-se a constru~ao abrindo a sua caixa no madei-ramento, como sucede com todas as clarab6ias, locali-zando as duas cadeias, uma de cada lado do espigao do elhado. Como de costume, as varas sao cortadas e opejam nas cadeias com orelha, dente e talao, entra-dos na escarva apropriada aberta nas cadeias. Como esta clarab6ia se destina a iluminar uma es-cada, como dissemos, constroi-se uma caixa de madeira desde 0 vigamento da esteira do tecto ate acima do telhado, nao espalhando pOl' conseguinte luz no vao do s6tao. Do lado exterior e esta caixa revestida de chapa de zinco n.O 12, e do lado interior pode ser preparada para acompanhar os paramentos das dependencias, neste caso a caixa da escada, que decerto sera estucada. Em algumas edifica<;oes e esta caixa provida de cai- :xilbos de madeira envidra<;ados, para ilumina<;ao do sotao. Tambem em certos casos esta caixa dentro do espa<;o do vao do telhado nao e mais do que uma grade de madeira, destinada a ser revestida com placas de estafe, esbo<;adas e estucadas. A constru<;ao das caixas das clarab6ias pode ser, conforme decerto os menos versados na arte de cons-uir ja compreenderam, trabalhada a vontade, obede-cendo a criterios justificativos da obra. A ligaQao da caixa da clarab6ia a esteira do tecto de,e ser feita pOI' pregos ou parafusos, das tabuas para as vigas e cadeias. As arestas que nesse lugar se for-mam devem ser guarnecidas com alizares de madeira; ficam para dentro da caixa as aduelas e para 0 tecto as uarnigoes, cujos remates sao cobertos pOI' fasquias m()lduTadas. .A estrutura metaHca forma, como se sabe, as duas :"!mas da cobertura envidraQada. Se 0 comprimento da Cd/Xd dz C/#/¥IJ,JR, A..fI,Uf#tll'ro • 1lJa.. d'e 2'''n~~ Fig. 8- CLARABOJA DE ESTEJRA A - Madeiramento; B - Corte; C - Al<;ado lateral; D- Pormenores clarab6ia for grande e conveniente par um ferro pequeno de perfil, e claro, como fileim. Dela os lados parte todo 0 unico caixilho construido ferro, de cantoneiras nas extremidades e de T CO::I!O pinasios. Nos dois topos assentam-se abas de zinco que vem dependurar de om,lO a om,16. Nas duas fren s dem dispensar-se as abas, se a altura da caixa nao 0::- grande, como neste estudo. Nada mais digno de nota este tipo de clarablf apresenta, que nao seja comum a todas as clarabo" pOI' isso ficamo-nos pOI' aqui.
  • 9. I IB , ~ Fig. 10- CLARAB6IA DE 2 AGUAS A - Alllado lateral; B - Corte . . I • I • • I .' E.tfttadrOt ~ • i I -r-----; I I I •' •• •• :I II I I • I • I • I I - __ ~· __ -' __ .' I : __ L _.~ Fig. 11- CORTE DE CLARAB6IA DE 2 AGUAS A - Corte transversal; B - Corte longitudinal; C - Variante
  • 10. Fi.g. 12- CLARABOIA RECTANGULAR Corte do telhado Fig. 13- CLARABOIA RECTANGULAR Alyado
  • 11. CLARABOIAS DE CAIXA RECTANGULAR E este projecto relativo a uma grande clarab6ia, para farta iluminaQao de uma dependencia ou escada de certa categoria. A sua construQao e montada cor-tando 0 espigao do telhado, mas do mesmo modo se poderia construir identica clarab6ia, sobre qualquer lu-gar das aguas de qualquer cobertura. Esta construQao e realizada com madeiras de certa espessura para melhor resistencia da obra, devido as suas grandes dimensoes. 0 capeamento que coroa a boa ligaQao de toda a caixa, devera ser resistente e nao sera demais levar uma cantoneira ou barra de ferro em toda a extensao, como se fosse uma cinta.o revestimento exterior de toda a caixa desta cla-rab6ia e mester ser resistente, sendo por isso acon-selhavel a chapa de ferro galvanizada e ondulada (Fig. 13). A sua ligac;ao ao madeiramento e obtida pratica-mente, pelos processos da construQao vulgar dos ma-deiramentos (Fig. 7). 0 nosso desenho do corte e bas-tante elucidativo nos pormenores. A grande cobertura da clarab6ia e uma estrutura metalica de construc;;ao robusta, feita com ferros I a servir de fileira e de varas, de espaQo a espac;;o, para franca suspensao dos caixilhos envidraQados. 7('v.,tim."to ~;tt~r/(" ffUO ,/a ~ok,tur4 Ca/~'«(7 dd ['farah/a ~ Fig. 14- CLARAB6IA RECTANGULAR Nesta obra, a caixilharia da cobertura da clara assenta-se sobre a estrutura pr6pria de ferros I, Ii ~ forte mente ao capeamento da caixa. As divers as formas de ligaQao da estrutura metal.: ao capeamento da caixa, sao mostradas no corte - clarab6ia (Fig. 14). As chapas da vidraQa a aplic - nesta obra devem ser de 3 mm. de espessura. Estas grandes coberturas sao geralmente ornad~ com grilhagens no seu espigao e, as vezes, com gra . des' lanQas nas ligac;oes dos seus rincoes. Na base da cobertura do mesmo modo se decorarr. com grilhagens, 0 que faz dar ao telhado do edifici que possua destas clarab6ias, certo aparato vistoso. Tambem, acentuamos que certas obras deste gener tem de possuir algerozes, apropriados para recebimen 0 das aguas pluviais caidas sobre as vidraQas, e que di-rectamente nao convenha que caiam para 0 telhado. Estes pequenos algerozes despejam as aguas para umas gargulas ou canudos dispostos nos cantos da cober-tura. As vezes estes tubos ou gargulas despejam para tu-bos de queda de pequeno diametro, que conduzirao as aguas para qualquer queda das proximidades ou par o algeroz do edificio. . A grilhagem inferior, a da base da cobertura en . draQada, e fixada a caixa de madeira ou a estrutura da cobertura, deixando livre todo 0 pingadouro. Se possu: algeroz, ele fica ligado a essa grilhagem como mostra-mos nos Pormenores A e B do desenho do Cor e (Fig. 14). A respeito da construQao de madeira e dos traba- Ihos do seu interior, nada mais aqui acrescentamos ao que ja dissemos a prop6sito dos estudos dos tipos de clarab6ias descritos vastamente, e que, mais ou menos saG sempre semelhantes uns aos outros. AS clarab6ias de forma cilindrica tern tambem 0 seu cunho de elegancia em certas coberturas, e espe-cialmente nas dos pavilhOes. Estes lanternins tanto podem ser construidos com grandes dimensoes, como com diametros diminutos. A sua construc;;ao inicia-se tal qual como os outros tipos de clarab6ias, demarcando a sua caixa no madei-ramento. A sua situaQao tanto pode ser a meio do espi-gao do telhado, como em qualquer ponto das suas ver-tentes. Marcado 0 Jugar proprio da. elevaQao, assentam-se as cadeias e determinado 0 raio do circulo assentam-se tambem, nos angulos da caixa entre as cadeias e as varas que Ihe fieam laterais, uma especie de cunhos re-cortados em forma de cambotas. Assim, fica apta a receber 0 forro de tabuas para a formaQao da caixa do lanternim, com a sua forma per-feita do circulo. o assentamento do forro ou tabu ado faz-se de varias formas, mas aqui descrevemos apenas tres, que a nosso ver sao as melhores e mais praticas. Ei-Ias: preparam-se as tabuas com os cantos chan-
  • 12. II~ ",-' ;' --- ,I" - ,(.. •.... , I ,I , ··· ··· - , rert~ntl! ,{" -!!P-t~7/,;;do --_, .••.•..•..•. , , ..._..-..-.- J~_~-....~..,..J.' frados na inclinaQao conveniente do circulo, e vao sendo pregadas a medida que se assentam; provendo as res-pectivas tabuas com os cantos assim preparados, de fe-mea aberta, onde, a medida que se vao assentando duas tabuas, se enfia, pOl' cima, 0 respectivo macho; fazer-se a aplicaQao de tabuas estreitas, como aduelas, providas de macho e fe-mea, como indicamos no nosso desenho (Fig. 15). POl' estes dois 61timos sistemas todo 0 forro fica apertado e como se fosse constituido de aduelas, a Ultima e metida a forQa, relativamente espe1·ta. Geralmente as tabuas assentam-se, pregam-se ou parafusam-se com as comprimentos fortes, e depois do sentamento feito marcam-se as verdadeiras alturas, nto a de cima como a de baixo, e com uma vara fIe- 'vel traQam-se em redor da caixa as linhas pOl' onde se deve cortar a caixa, do lado de cima e do I ;:> baixo. Este corte e feito pOI' meio de serra de samb - de serrote sem costas, sendo no fim alisado a Superiormente assenta-se-Ihe 0 capeamen 0 q ser moldurado se assim se desejar. A estrutura metalica da cobertura e ~ forma circular e c6nica e termina em bieo mente se disfarQa com uma pinha au com de lanQa. Todos os pinasios sao ferros , e sao assentes pelo processo indicado para os e=.:-'- dos das restantes clarab6ias. o nosso desenho e suficiente para de O~ a tecnica desta obra. Tal qual como se pratica nas elarab6i.a:s quadrada e retangular, estes Ian e '" c~ _-
  • 13. Mm se revestem de chap as de zinco exteriormente. o sen capeamento deve ser constituido pOl' uma canto-neira de ferro, a fim de se manter a perfeita circunfe-rencia, que e da maior vantagem para 0 born equilibrio artistico da obra. A seguranC,ia e a manuten<;ao da estrutura metalica da cobertura, depende em grande parte da conserva<;ao permanente da caixa cilindrica de madeira. Compreende-se perfeitamente que toda a obra, quer de madeira quer de ferro, se deve conservar em per-feita consistencia de ligac,;ao. As clarab6ias circulares sao muito indicadas para ,entila<;ao de grandes saloes, teatros, cinemas e recintos de exposiC,ioes. A sua apresenta<;ao exterior pode ser de acentuada feic;ao artistica. o trabalho dfl carpintaria das clarab6ias e verdade·· ramente uma obra de tasca, mas e urn tosco que deve comportar muita precisao, sobre tudo na fase que diz respeito a conduC,iao da agua da chuva. A constru- <;ao dos canais e aguieiros deve reunir as condi<;oes ne-cessarias para 0 assentamento das telhas, e ao mesmo tempo estabelecer a boa ligaC,iaocom as caixas das cla-rab6ias. o trabalho do latoeiro, no revestimento da estrutura de madeira com chapas de zinco, e no born assenta· mento das fraldas e abas do mesmo metal sobre 0 te-lhado, as vezes cobrindo dilatado eSpaC,iO,tern de ser bem executado. Neste servi<;o esta em jogo a impel" meabiliza<;ao de toda a obra. o latoeiro 56 entra em funC,ioesnos madeiramentos depois do carpinteiro dar pOl' findo 0 seu servi<;o. Depois de todo 0 trabalho de latoaria tel' terminado, procede-se a pintura de toda a obra, tanto a metalica como a de madeira. Em muitos casos da-se uma demao de tinta de 61eo na estrutura de madeira, antes de se proceder ao reves-timento de zinco. E uma medida de precau<;ao, sempre uti!. A pintura de aparelho a dar a estrutura de ma· deira, e preparada com 6leo de linhaC,ia e com qual-quer cor. Sobre as chapas de zinco ou de ferro e sobre a cai-xilharia de ferro aplica-se, como aparelho, uma demao de tinta de zarcao a base de 6leo. S6 depois de executados os trabalhos preparat6- rios de pintura, se procede a pintura geral de toda a obra. Cremos, pOl' conseguinte, que demos, mais ou me· nos, toda a materia necessaria it construcao das clara-b6ias. Os casos de ordem especial que surjam, serito, de certo, resolvidos de pronto, pois que a base destas obras fica esclarecida.
  • 14. ELHADOS _ c;ao generica de telhados especiais, to- . -=_e- que tem as formas piramidal, c6nica ~:=:=__~ a construc;ao destas coberturas e, como ==:~.con,eniente preparar os m:adeiramentos :. ..:lgumas destas coberturas, devido a do ponto, nao podem ser providas de te- ::__:~iamente ditas, mas sao revestidas de chapas, =~e -e de chapas de zinco impressas em forma - =~ ~ - ou de tel has de laminas. ~: -elhados cobertos de chapas nao tratamos neste =~;::u, e assunto para 0 caderno seguinte. Aqui s6 .:.:_ s amos coberturas de telhas, embora nestes ge- ==--os de construc;()es as tenhamos de aramar. ..1 construc;ao destes madeiramentos exige uma cui- 03a compreensao e um acabamento muitissimo per- : "·0. Todas as samblagens devem ficar muito bem J :adas, e todas as pec;as que constituem 0 madeira- :nento devem ficar relati vamente espertas, mormente se o ponto do telhado f6r muito elevado. Tambem nestas obras de carpintaria civil e conve-niente que todas as pec;as sejam bem esquadriadas, alem de se exigir madeira de quina viva. Nas edificac;()es de ordem barata nem sempre se constroi um madeiramento de boa disposic;ao; muitas ,ezes deixam-se umas toscas armac;lJes executadas de qualquer maneira. Mas de tudo isto se ressentira em eguida, dessa ma construQ3.o, todo 0 edificio que dis-ponha de tal obra. Dispostas estas breves palavras preambulares, vamos estudar alguns tipos dos telhados especiais, nos sens madeiramentos caracteristicos. Iniciamos os nossos estudos com os telhados pira- ESPECIAIS midais, pelas plantas triangulares, quadradas, pen' nais e sextavadas . Todas as nossas descric;lJes san exemplarmente ras para boa compreensao de todos os nossos lei ores. embora para muitissimos deles sejam demais repe .~. Estes madeiramentos podem atingir elevado grau .e perfeiQao, como teremos ocasiao de apreciar. DE todos os telhados especiais san os de forma p' a-midal os de mais facil execuQao, como vamos ensejo de observar. Os madeiramentos destas coberturas podem ser exe-cutados por meio de custosas asnas e, sem cair nem de perto nas armaQoes detestaveis de ma carpintaria, po-dem tambem ser executadas pelo sistema dos toscos or-dinarios, que construidos com pericia nos dao uma e - genhosa obra de agrado, pela sua seguranc;a e baleza construtiva. E ja agora saja-nos permitido dizer que uma ob de carpintaria civil segura e conveniente, e semp e agradavel a vista. Nela ha uma boa parcela de estetica~ na aplicac;ao de prumos e escoras; na inclinac;ao que devem comportar e na boa prumada que devem man er. E assim, recordamos 0 velho adagio dos meios de:. Construc;ao Civil: a boa estetica tem sempre boa estat" . E a veracidade desse ditado todos os experimentados construtores a podem afirmar. Vamos prosseguir no nosso estudo. Fig. 18- MADEIRAMENTO DE COBERTURA PIRAMIDAL DE PLANTA QUADRADA
  • 15. I: I; I ..:1~.:~-~:_:_~~:_=-:=~=--~~.:-~ ~-===~',==--=~---- -~---- -~-----~-_.. ~-<- Fig. 19 - MADEIRAMENTO DE COBERTURA PlRAlvIIDAL TELHADOS DE PLANTA QUADRADA ELEVADAS as paredes ate it. conveniente altura, procedemos ao assentamento dos frechais e, como esie nosso estudo comporta um pendural central, assen-tamos tambem dois frechais centrais cruzados um no outro, e que assentam por sua vez nos frechais laterais por entalhe. a meia-madeira. o pendural nao assenta prbpriamente nos frechais cruzados, s6 se the ligando por meio de ferragens. De seguida assentamos as quatro varas mais com-pridas, uma em cada face; embarbam como de ordina-rio nos frechais, e vao entalhar por dente numa escarva aberta no pendural, especie de roca. Este prumo central e oitavado, isto e, tem oito fa-ces: quatro para as quatro varas principais e outras quatro para os quatro rincoes. Com 0 assentamento das quatro varas ja 0 pendural fica bem aprumado; antes de todo esse assentamento e amparad 0 provisbriamente por ripas. Os quatro rincoes assentam-se tal qual como as va-ras, e, neste nosso problema, it sua mesma altura. Terminado 0 assentamento das oito pe<1as princi-pais qne se fL'mram por gregos de galiota, fazemos o assentamento das madres, que entalham nas varas e nos rincoes por meio de dente-de cao, e tem como apoio oito escoras; qce e i a.:::l rior do pendural. S6 depois desta primordial par e co_ fixe definitivamente, se faz 0 assentame 0 varedo pelo processo vulgar. A liga<;ao das varas aos rincoes e fei a po entalhe (Fig. 20). A ponta superior do pendural e no final do cortada it von tade da pe<1a de barro do espigao; _- = cobrira as telhas que se the seguem. Se 0 telhado se destina a beiral, assenta-se so· _ cada vara um contrafeito, a fim de se formar bem sanqueado, a ligar a vertente da cobertura com 0 . ~:- rado, como ja estudamos nos Pr'eliminw·es. Nos nossos desenhos mostramos a planta da co tura e as liga<;oes superiores ao pendural. TELHADOS DE PLANTA QUADRADA E PONTO ELEVADO TRATA-SE de uma constru<1ao, mais ou menos co a forma de pavilhao, de pequena planta quadrad e pronta a receber telhas de barro de qualquer tipo; mas convenientemente aramadas. Este madeiramento e de estrutura muiio pratica e de facilima execu<1ao. A sua economia tambem recomenda este tipo de arma~ao (Fig. 19). o nosso problema apresenta duas sol11<1oes,quantI) ao tipo de constru<1ao da cobertura; num dos lados apresentamos 0 caso de beiral com uma fiada de teIbas de meia-cana, e do outro 0 caso de algeroz sobre cor-nija. Crescidas as paredes mestras ate it altura indicada no projecto da obra, faz-se 0 assentamento dos frechais. Arvoram-se de seguida os quatro rincoes, que em- Entn/Ae I
  • 16. .,: a os nos frechais, ,ao entalhar eSjJe'rtos num pe- ~ e 0 pendural ou 'raGa de forma oitavada. A.. roca apertada pelos quatro rincoes mantem·se rnmada, dando 0 bom equilibrio da constru<;ao. Depois procede-se ao assentamento do varedo, que e talha com dente·de-cao nos rincoes pelo sistema nligar. Tambem embarbam nos frechais e entram por en- 1alhe na roca, de maneira usual e espertos. o topo da roca e facetado em ponta de diamante, ara regular remate do telhado. Para finalizar, pregam-se 0 ripado e as tabuas de barbato. Assentam-se as telhas. TELHADOS DE PLANTA TRIANGULAR UM bonito tipo de cobertura para pequeno pavilhao este que apresentamos. A sua planta e um trian-ulo regular. Os seus tr~s rincoes entalham num pe-queno pendural pelo sistema de roca. A eleva<;ao do ponto deste telhado e absolutamente a vontade, segundo 0 projecto da obra, como muito bem se depreende. o pendural e localizado no centro do poligono, como nao podia deixar de ser. Se a planta da obra fosse um triangulo irregular, a localiza<;ao do pend ural eria procurada qa mesma forma, como e do conheci-mento de todos. E apenas questao de geometria. 0 que sucede para as plantas triangulares, acontece do mesmo modo para todas as outras, qualquer que seja a sua forma poligonal. Depois de assentes os frechaes ordinariamente, so-bre as paredes, procede-se ao assentamento dos rin-ci'les, desde os angulos dos frechais ao pendural, onde emmalhetam por dente numa escarva aberta em cada face.o assentamento do varedo e feito tambem pelo sis-tema ordinario. Assentam-se primeiramente as varas centrais, embarbadas nos frechais e emmalhetadas no pendural, tal qual como os rincoes. As restantes varas assentam sobre 0 frechal e sobre o rincao, como vemos no desenho. No frecbal faz-se o embarbamento e no rincao faz-se 0 dente-de-cao. o pendural e. cortado superiormente em ponta de diamante de seis facetas. Interiormente 0 pendural e cortado 0, m30 ou 0, m40 abaixo dos rincoes. TELHADOS DE PLANT A PENTAGONAL 11 tipo de cobertura de grande beleza este que va-mos descrever. Trata-se de um telhado destinado == pavilbao isolado. A planta e em forma de penta- =.: :regular. 0 seu ponto e um tanto elevado, mas se - . -:: :::lecessario poderia ter a inclinac;ao vulgar dos " •••• , t 1- .. , I -" •••• , . ,,,,,, I ",,,, 1?/ncoo ;><' Fig. 21- COBERTURA PENTAGONAL Al9ado e planta A sua constru<;ao €I de urn modo geral muitfssimo pratica. tudo gira em torno da roca ou pequeno pendu-ral de dez faces. Tra<;ada a planta da edifica<;ao e elevadas as pare-des, ate it altura indicada no projecto da obra, assen-tam- se os frechais, entalhando uns nos outros a meia- -madeira nos angulos do pentagono. Terminado este assentamento faz·se a aposi<;ao dos rincoes, que nesta cobertura servem tambem de varas, partindo do frechal, como e de uso, e van emmechar na roca, nas faces que Ihe competem. Enquanto nao €I feito 0 assentamento de todos os rincoes, e a roca ou pendural amparada por ripas a servirem de pontaletes, para Ihe darem 0 necessario equilibrio da prumada. Este escoramento transit6rio s6 e tirado depois de todos os cinco rincoes estarem fixados. Depois dos rincoes assentam-se as varas centrais
  • 17. Fig. 22-PLANTA DE COBERTURA SEXTAVADA de cada face do pentagono, que sao tamMm em numero de cinco como os rincoes. Estas varas que embarbam, como e normal, nos echais, entram no pendural pOI' dente, na escarva ali aberta, tal qual como sucedeu com os rincoes. As varas secundarias embarbam nos frechais e emmecham pOI' dente e talao nos rincoes (Fig. 20). Depois de todos estes trabalhos concluidos prega-se o ripado em todas as cinco vertentes da cobertura. Nas extremidades das varas sobre os frechais assenta-se 0 arbato como de costume. Este telhado tamMm se presta a beiral ou a algeroz e p atibanda. Antes do assentamento das telhas corta-se a roca ::la ua parte superior, em ponta de diamante de cinco ce ) como muito bem se sabe, para rem ate do telhado o eu espigao. A extremidade inferior do pendural ode ficar de topo, devidamente preparada e relativa-ente curta, como vemos no desenho. e este telhado se destinar a levar beirado, assen-tam- se sobre as extremidades das varas os respectivos wntrafeitos. e as dimensoes desta cobertura fossem relativa-ente grandes, seria, certamente, conveniente que 0 adeiramento ficasse provido de madres, com os seus escoramentos, mais ou menos identic os aos costumados. Porem, no nosso estudo, as dimensoes da cobertura ao fazem necessitar de mais completada estrutura. l1as, qualquer amplitude que se queira dar a uma cobertura piramidal de pentagono, e de faci! estudo, como os nossos Mcnicos desejarem e entenderem, pois a ui se lhes deixam as bases de todo trabalho. Devido a eleva<;ao do ponto deste telhado, e de a soluta necessidade aramar todas as telhas, para que ua estabilidade esteja garantida. Dos telhados apropriados a pavilhoes, parece-nos ser este de planta pentagonal urn dos mais belos. TELHADOS DE PLANTA SEXTAVADA CONSTRUIDO 0 poligono de seis lados iguais, acha- -se 0 seu centro, onde se coloca 0 pend ural de doze faces e estabelece-se a altura do ponto do telhado, segundo 0 projecto a construir. Assentam-se primeiramente todos os rincoes, afim de 0 pendural ficar equilibrado na prumada. Executado este trabalho precede-se ao assentamento das varas principais,· que sao seis, uma em cada ligua do telhado. Estas varas ligam ao pendural pOl' urn dente que entra numa escarva, como sucede com os rincoes e na me sma linha destes. Os rincoes tern 0 seu canto superior chanfrado, para concordancia com as aguas do telhado, como se pratica com todos os restantes telhados de tacani<;as, como sao estes que tratamos. o assentamento de todo 0 varedo e feito regular-mente embarbando as varas nos frechais e emmalhe-tando nos rincoes onde pregam (Fig. 20). o ripado e quase 0 ultimo trabalho a efectuar, e depois de pregado, faz-se 0 barbato ou aplica-se 0 con-trafeito se 0 telhado comportar beira1. o pendural corta-se, como de costume, em ponta de diamante com as suas 12 facetas perfeitamente iguais e certas, para 0 pico do telhado ficar regular. Nestes telhados po de aplicar-se muitissimo bem uma agulha, catavento, ou qualquer outro motivo de-corativo. Quando estas coberturas sao de certas dimensoes, dispoem-se estes madeiramentos de madres e escoras apropriadas, para completo travamento do telhado e seguran<;a de toda a constru<;ao. Os principios basicos destes madeiramentos sao ge-ralmente identicos; depend em simplesmente das suas dimensoes quer em superficie, quer em altura. Logo, portanto, 0 que se observa para urn caso pode, de certo modo, observar-se para outro. Os madeiramentos de cobertura tern os seus prin-cipios delineados; e s6 questao de aplicar as diferentes obI'as as suas normas gerais; 0 resto e apenas porme-nor, que 0 construtor resolve sem dificuldades. As ba-ses aqui ficam exaradas com os diversos cas os que se ficam a conhecer. Em todos os telhados piramidais as suas aguas sao sempre superficies triangulares. Em todas as coberturas especiais, em que 0 tipo de pavilhao e observado rigorosamente, deve ter-se como principio, que e sempre necessario achar 0 centro do poligono, na sua planta, quer ela seja regular ou irregular. o centro do poligono, ou seja 0 da planta da obra, estabelece 0 pico do telhado, onde fecham a partir dos frechais, sobre as paredes mestras, as superficies trian-gulares que formam as vertentes ou aguas da co-bertura.