1. Conselho Nacional do Café – CNC
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CLIPPING – 14/07/2014
Acesse: www.cncafe.com.br
Funcafé libera mais R$ 594 milhões aos agentes financeiros
P1 / Ascom CNC
14/07/2014
Paulo A. C. Kawasaki
Nesta segunda-feira, 14 de julho, o Governo Federal autorizou
o repasse de mais R$ 594 milhões do Fundo de Defesa da
Economica Cafeeira (Funcafé) para o Bancoob, o Banco Pine,
o Banco Ribeirão Preto e o Sicoob Credicarmo. Até o
momento, o montante total do Funcafé liberado chega a R$
1,826 bilhão aos agentes que manifestaram interesse e firmaram contratos para operar com os
recursos na safra 2014.
Do volume transferido, R$ 812 milhões foram para a linha de Estocagem, R$ 544 milhões para
Custeio, R$ 368 milhões para Aquisição de Café (FAC), R$ 79 milhões à linha de Capital de Giro para
Cooperativas de Produção, R$ 17 milhões para Indústrias de Solúvel e R$ 6 milhões para as de
Torrefação. O total que o Fundo disponibilizará neste ano é de R$ 3,825 bilhões, conforme
distribuição detalhada na tabela abaixo.
Preço dos fertilizantes eleva em 0,70% custo total da cafeicultura no ano
Assessoria de Comunicação da CNA
14/07/2014
No segundo trimestre de 2014, o Custo Operacional Total
(COT) dos produtores de café arábica cresceu, tendo
apresentado aumento médio de 0,70%, segundo dados do
boletim “Ativos do Café”, da Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA). Mas em duas áreas tradicionais,
Abatiá (PR) e Guaxupé (MG), os custos com a utilização de
fertilizantes apresentaram queda em razão mecanização da
lavoura. A CNA identificou que os gastos com fertilizantes, entre
abril e junho deste ano, foram responsáveis por 22,48% do total
do COT.
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Nas demais regiões produtoras do café arábica - Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia -
ocorreu um aumento médio de 3,74% nos custos de produção, onerando o produtor e reduzindo sua
margem de lucro. Os defensivos agrícolas também influenciaram na composição final do COT e
representaram, em média, 10,09% dos gastos totais do cafeicultor. Os municípios de Manhumirim e
Monte Carmelo, em Minas Gerais, apresentaram resultado diferente, com redução de 0,37% e 2,34%,
respectivamente, nos custos de produção dos defensivos também em razão da lavoura ser
mecanizada.
Diante desse quadro, segundo o estudo da CNA, a situação financeira do produtor de café arábica foi
desfavorável. Entre abril e junho deste ano, por exemplo, a partir da intensificação da colheita da
safra 2013/2014, os preços médios de venda apresentaram queda de 9,80%. A margem líquida da
cafeicultura foi negativa em todos os municípios onde a produção do café arábica é feita
manualmente, no segundo trimestre deste ano.
A CNA destaca, no entanto, que somente será possível uma posição definitiva sobre a questão dos
custos do café arábica para o produtor quando toda a colheita da safra 2013/2014 for concluída. O
fato é que os preços seguiram a lei da oferta e demanda, depreciando os ganhos do cafeicultor,
conclui o estudo.
Acesse à íntegra do boletim: http://www.canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/ATIVOS_cafe17.pdf
Seca deve afetar 20% da produção de café arábica em Araxá (MG)
Globo Rural
14/07/2014
A seca severa na região sudeste deve provocar uma quebra de 20% na produção do café arábica no
cerrado mineiro. O Globo Rural visitou uma fazenda na região, que fica a 15 km de Araxá. Uma das
preocupações dos funcionários são as queimadas. O fenômeno é esperado, normalmente, no fim de
agosto.
Essa é mais uma agrura que pode por na conta da inédita secura de 2014. “De janeiro a abril, que é
um período muito chuvoso na região, meses em que chove 200 mm, 250 mm, houve mês em que
choveu 20 mm, 25 mm. Menos de 10% do que seria normal”, explica o agricultor César Magriotis.
O agricultor conta que se formou em Agronomia já com o objetivo de plantar café. Em 25 anos,
conseguiu formar 500 hectares. Sempre procurando os melhores critérios para se calçar contra os
solavancos que, historicamente, a cultura prega. “Nesse ano, o problema climático foi muito maior do
que o imaginado. Apesar do esforço que a gente tem feito, não conseguimos evitar a quebra. Ela
veio”, relata o agricultor.
No visual mais panorâmico não se nota o estrago da estiagem no cafezal, mas é possível ver a falta
de grãos. Os galhos ficaram cheios de falhas. “É uma reação da planta à estiagem. Até dezembro
essa planta vinha muito bem, florada, bom pegamento de grão”, conta Magriotis.
Com a falta d’água, a granação não foi boa e o tamanho ficou irregular. Uma cereja grande, outra
pequena, algumas deformadas, mas o principal é que a própria planta descartou o que não ia dar
conta. Por isso, o volume a ser colhido será menor. Uma quebra importante de 20% na média da
fazenda.
“Nós tínhamos uma média de produtividade que tirava de 35 a 37 sacas por hectare, em lavoura de
sequeiro. Neste ano, acredito que não vai passar muito de 30 sacas por hectare”, fala o agricultor.
A quebra na fazenda de César é uma projeção do que acontece nas propriedades que armazenam
café na Capal, a cooperativa dos agricultores da região de Araxá. O consumidor só vai experimentar
o café que está vindo das lavouras em dezembro, janeiro. É o descanso normal para tirar a
adstringência.
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Contudo, segundo o degustador responsável pelo setor de café da Capal Antônio de Pádua, a
estiagem diminuiu bastante a qualidade do café no aspecto. “A bebida continua muito boa,
característica de cerrado, que se diferencia de qualquer outra região do Brasil”, fala. Segundo ele,
numa amostra de 15% da safra já se pode prever que a oferta de café de primeira linha vai cair, pois
está vindo muito café com defeito.
A porcentagem de café com defeito aumentou de 20% a 25% em relação aos outros anos. Antônio
acredita que o café de qualidade vai cair na mesma proporção ou até mais. “Para fazer um café de
qualidade o produtor tem que apertar mais no benefício”, diz.
Apesar do preço do café arábica ter caído nos últimos meses, ainda assim ele está 35% mais alto do
que no mesmo período do ano passado.
Veja a reportagem do Globo Rural no site do CNC: http://www.cncafe.com.br/site/capa.asp?id=17862.
Colheita de café tem avanço, mas vendas continuam travadas
Valor Econômico
14/07/2014
Carine Ferreira
Apesar da perspectiva de quebra da produção brasileira de café arábica nesta safra 2014/15, por
conta da seca e do forte calor nos primeiros meses do ano, algumas cooperativas estão recebendo
volumes maiores de seus associados que no mesmo período do ano passado, já que a colheita está
mais acelerada. Uma das exceções, porém, é a Cooxupé, a maior cooperativa do segmento do país.
Localizada no Sul de Minas, uma das regiões mais prejudicadas pelo clima desfavorável, o grupo
contabiliza uma menor quantidade de grãos chegando a seus armazéns diante das perdas na
produção.
Boa parte dos volumes que entram nos armazéns das cooperativas não é comercializada. A
Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (Minasul), por exemplo, vendeu pouco café de
seus associados no mês passado porque o cafeicultor está "segurando" o produto, de acordo com
Guilherme Salgado, gestor do departamento de café. A Minasul recebeu em torno de 100 mil sacas
até o fim de junho, volume cerca de 10% maior que no mesmo intervalo de 2013.
Na Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), de Franca, na Alta Mogiana Paulista,
o recebimento de café até o fim de junho foi de 250 mil sacas, 400% maior que no mesmo período de
2013 (50 mil sacas), segundo o gerente do departamento de café Anselmo Magno de Paulo. Além de
a colheita estar adiantada, a bienalidade é muito forte na região e já havia previsão de safra maior
este ano, mesmo com a expectativa de quebra de 10% em função da seca. A cooperativa deverá
receber 1,35 milhão de sacas, ante as 750 mil sacas do ano passado.
Paulo explica que a comercialização está mais lenta atualmente porque muitos produtores da Alta
Mogiana Paulista haviam acertado vendas futuras desde 2012 para entrega ao longo deste ano.
Na Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaiso), de Minas, até
segunda-feira passada cerca de 32% do volume previsto de recebimento desta colheita 2014/15 já
havia entrado em seus armazéns, ante cerca de 18% no mesmo intervalo de 2013, afirma Paulo
Sérgio Elias, gestor do agronegócio do grupo.
Apesar da perspectiva de quebra em torno de 20% em relação ao volume de 2,8 milhões de sacas
estimado inicialmente para a produção na região de atuação da Cooparaiso - sudoeste mineiro,
Cerrado, Matas de Minas e Mogiana Paulista-, Elias explica que a maior quantidade de entradas de
café na cooperativa se deve ao adiantamento, em torno de 20 dias, do início da colheita deste ano
em função da seca, que acelerou a maturação dos grãos e que, agora, facilita os trabalhos no campo,
reduzindo o período total de colheita em decorrência da maior disponibilidade de máquinas para esse
trabalho.
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No caso da Cooperativa Regional de
Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), a
oferta de café está muito restrita. Segundo
Lúcio Dias, superintendente comercial, o
fluxo de recebimento está menor que o
esperado, em torno de 50 mil sacas por
dia, ante as usuais 60 mil a 65 mil. Mesmo
com a colheita adiantada, a menor entrada
de café se deve à quebra da produção. A
cooperativa atua no Sul e Cerrado de
Minas e no Vale do Rio Pardo (SP).
Dias explica que, mesmo com preço maior
do café este ano, o produtor está
recebendo menos dinheiro diante do menor volume produzido e dos custos maiores, o que trava a
comercialização. Além disso, em consequência das cotações mais altas da commodity no primeiro
trimestre deste ano, muitos produtores fizeram vendas futuras - em torno de 30% da safra que a
cooperativa deverá receber este ano. No ano passado, praticamente não foram fixadas vendas
futuras pelos cooperados da Cooxupé, de acordo com Dias.
Silas Brasileiro (foto: divulgação CNC), presidente do
Conselho Nacional do Café (CNC), diz que cerca de 40%
da colheita de café da temporada 2014/15 no país foi
realizada. Conforme ele, até 31 de maio as principais
cooperativas de café do país tinham recebido um volume
de 500 mil sacas do grão, apenas 100 mil a mais ante
2013. O volume estocado de café nas cooperativas
praticamente não se alterou, diz Brasileiro. Em maio de
2013, havia 5,5 milhões de sacas, contra 5,4 milhões de
sacas no mesmo mês deste ano.
Apesar da comercialização lenta no mercado interno, as exportações de café cresceram 15,5% em
volume no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2013, para 17,458 milhões de
sacas, conforme o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé). Esse maior fluxo foi
apontado por analistas como fator para o recuo das cotações do arábica nos últimos dias.
Thiago Cazarini, da Cazarini Trading, diz que os contratos de exportação foram fechados
anteriormente e que, neste momento, exportadores e torrefadores não têm pressa para comprar café
brasileiro. Leia mais em: http://www.valor.com.br/agro/3612218/colheita-de-cafe-tem-avanco-mas-
vendas-continuam-travadas#ixzz37SgKSxF8
Café é o quinto item mais exportado do agronegócio
Portal Brasil
14/07/2014
Fonte: Ministério da Agricultura
Dados dos primeiros seis meses de 2014 mostram que o café representou 5,9% de todas as
exportações do agronegócio brasileiro. Esse comércio do produto gerou um faturamento de R$ 2,9
bilhões para o setor. Além do café, outros itens também tiveram destaque entre os meses de janeiro
e junho deste ano como a soja, carnes, produtos florestais e complexo sucroalcooleiros.
No período, o Brasil exportou mais de 994 mil toneladas de café para o mundo. Entre os maiores
consumidores do café brasileiro estão Alemanha, Estados Unidos, Itália e Japão. Os números fazem
parte do Informe Estatístico do Café, que é publicado mensalmente pelo Departamento do Café, da
Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa).
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Inovação é marca da cafeicultura no Estado da Bahia
Embrapa Café
14/07/2014
Carolina Costa e Flávia Bessa
Nas últimas três décadas, a Bahia tem contribuído para que o Brasil mantenha a posição de maior
produtor e exportador, além de segundo maior consumidor de café em nível mundial. O Estado, nos
últimos anos, não só agregou o café à sua produção agrícola, como também se tornou uma das
grandes regiões produtoras de café arábica no Brasil – além de também produzir café conilon. Essa
conquista é resultado da articulação da pesquisa, ensino, extensão rural e do setor produtivo,
fortalecida pelo Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Unidos, eles vêm obtendo
resultados positivos nos índices de produção, produtividade e melhoria da qualidade.
Como reflexo desse esforço conjunto, a Bahia é o quarto maior produtor de café do Brasil, atrás de
Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Em 2014, deverá atingir o volume de 1,9 milhão de sacas
(Conab/2014). O Cerrado da Bahia, localizado no oeste do Estado, emprega tecnologia de ponta e
vem obtendo altos índices de produtividade quando comparado às áreas irrigadas de outros Estados
produtores. Nessa região, a produção do café apresenta uma área total cultivada de 14.910 hectares
de café arábica, sendo a grande maioria irrigada pelo sistema de pivô central.
Segundo a Conab, as tecnologias empregadas na região Oeste, aliadas a um solo de relevo plano e
às condições climáticas, permitem que a colheita seja 100% mecanizada. Em 2014, a região deverá
produzir 456 mil sacas de café arábica – o que representa uma produtividade de 38,5 sacas por
hectare. A qualidade do café produzido no Cerrado da Bahia permite que o produto seja colocado
com mais facilidade no mercado externo.
Papel da pesquisa e transferência de tecnologia – O desenvolvimento da cafeicultura na Bahia se
deve muito ao apoio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – EBDA, instituição
participante do Consórcio Pesquisa Café. A instituição vem facilitando o acesso de pequenos
cafeicultores a tecnologias, além de promover concursos de qualidade, realizados em parceria com a
Associação dos Produtores de Café da Bahia - Assocafé, Cooperativa Mista Agropecuária
Conquistense – Coopmaq e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Uesb, instituição de
destaque no desenvolvimento da cafeicultura baiana, em especial nas regiões do Cerrado, Planalto e
Atlântica.
Para fomentar a atividade cafeeira no Estado, a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação,
Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura - Seagri, por meio da EBDA, implantou, nos últimos anos,
aproximadamente 30 projetos de pesquisa na área de fertilidade do solo, fitossanidade de lavouras,
densidade de plantios, competição de variedades e melhoria da qualidade, por meio de técnicas de
processamento. Os projetos foram instalados nas regiões Oeste, Chapada Diamantina, Planalto de
Vitória da Conquista, Serrana de Itiruçu e Brejões. "Também foi e está sendo incentivado o
desenvolvimento e aplicação de tecnologias voltadas para melhorar a produtividade, como a
arborização, e a qualidade do café produzido, por meio da instalação de terreiro de cimento e/ou
suspenso e de pequenas máquinas de despolpamento e beneficiamento voltadas para atender a
pequena produção", disse Ramiro do Amaral, coordenador do Programa Café da EBDA.
Segundo a professora titular do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia da Uesb, Sandra Elizabeth
Souza, doutora em Proteção de Plantas pela Universidade Estadual Paulista – Unesp, uma prática
que tem sido bastante utilizada em toda a região do Planalto da Bahia é a secagem do café por meio
de terreiros de cimento cobertos por estufas de plástico transparente, que recebem a luz do sol,
absorvem o calor e, manejadas adequadamente, promovem a pré-secagem ou a secagem do café
em aproximadamente 3 dias.
Há ainda o Programa do Café da Seagri, coordenado pela EBDA, que assiste anualmente cerca de
sete mil produtores por meio de seminários, capacitações, palestras, dias de campo, treinamentos,
excursões e visitas às unidades demonstrativas e orientação creditícia em parceria com agentes
financeiros. O foco do trabalho é a transferência de tecnologia e assistência técnica.
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Além disso, a EBDA acompanha a safra cafeeira, com o levantamento dos dados da produção em
360 propriedades no Estado. A empresa vem intensificando os trabalhos com os agricultores
familiares, público-alvo, em parcerias com prefeituras. Os resultados podem ser percebidos nos
índices de produtividade e na qualidade da produção do Estado.
Tecnologias adaptadas à região – Cafeicultores da Bahia, Goiás e Minas Gerais que produzem em
região de Cerrado utilizam tecnologias de estresse hídrico controlado e adubação fosfatada com
excelentes resultados na produção. As técnicas foram desenvolvidas pela Embrapa Cerrados, no
âmbito do Consórcio Pesquisa Café. Estima-se que cerca de 36 mil hectares de café desses Estados
sejam cultivados com essas tecnologias.
A tecnologia do estresse hídrico controlado revoluciona a prática tradicional da irrigação frequente e
continuada, garante aumento da produtividade (em torno de 15%), mais qualidade e menor custo,
sendo alternativa para a sustentabilidade da cafeicultura no Cerrado. A técnica consiste em
suspender a irrigação na estação seca do ano durante um período de 72 dias (sendo o período ideal
entre 24 de junho e 4 de setembro), para sincronizar, uniformizar o desenvolvimento dos botões
florais (florada) e, consequentemente, dos frutos (maturação) - o que garante um café de melhor
qualidade. Esse processo tecnológico permite a obtenção de 85% a 95% de frutos cerejas no
momento da colheita, maximizando a produção de cafés especiais, de maior valor de mercado. Para
a adoção dessa prática, não há necessidade de investimento.
Em decorrência dessa uniformização, o número de passadas de colheitadeiras diminui, reduzindo a
operação de máquinas (em torno de 40%). Além disso, garante a redução de grãos mal formados
(em torno de 20%) e dos custos de produção com água e energia (em média de 35%). "Os cafeeiros
submetidos ao estresse controlado não só cresceram mais como também se apresentaram em
melhores condições para a safra seguinte. É o chamado crescimento compensatório, um estímulo ao
crescimento após o reinício das irrigações", disse o Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da
Embrapa Café, Antônio Guerra, que é responsável por essas tecnologias. De acordo com o
pesquisador, o manejo adequado das aplicações da água de irrigação associado ao estresse hídrico
controlado representa a melhor opção para evitar perdas de nutrientes por lixiviação e fornecer
condições propícias de umidade do solo, para que as raízes possam respirar adequadamente e
atender à demanda nutricional da planta.
Adubação fosfatada em café – A partir do desenvolvimento da tecnologia do estresse hídrico
controlado, as pesquisas sobre aplicações crescentes de fósforo no cafeeiro foram intensificadas.
Existia uma demanda crescente por informações sobre a influência da adubação fosfatada no
desenvolvimento, vigor, sanidade das plantas e pegamento da florada e ainda a ideia de que o nível
de fósforo observado nas análises do solo de alguma forma não representava o que realmente estava
disponível para os cafeeiros. "Os resultados demonstraram que o ajuste nutricional é necessário
também nas lavouras de sequeiro", completa Guerra.
O estudo questionou os critérios de recomendação de adubação fosfatada no cafeeiro que, por
muitos anos, foi considerado uma planta que não respondia à aplicação de altas doses de fósforo. E
comprovou que a adição do fósforo traz benefícios para a planta tanto em solos de média a alta
fertilidade como também em solos de baixa fertilidade, como os do Cerrado, onde a planta responde
com grande intensidade. Analisando lavouras em produção no Cerrado, chegou-se à conclusão de
que a aplicação ou não de fósforo era o principal fator que diferenciava as áreas com repetição de
safra das áreas de baixo pegamento de florada. "Cafeeiros que não receberam fósforo na adubação
de manutenção apresentaram sintomas de deficiência desse nutriente e pouca ou nenhuma formação
de gemas reprodutivas e pegamento de florada. Por outro lado, os que receberam doses razoáveis
de fósforo mostraram bom desempenho no desenvolvimento de gemas reprodutivas e no pegamento
de florada", acrescenta Guerra. Em experimentos, cafeeiros responderam linearmente ao aumento da
produtividade até a dose de 400kg de fósforo por hectare, o que permitiu aliar essas altas doses do
nutriente ao estresse hídrico, obtendo excelentes resultados na produção e qualidade do café.
Café nas regiões da Bahia e seus destinos – A cafeicultura desenvolvida no Estado da Bahia
apresenta atualmente um quadro tecnológico bastante diversificado, o que reflete diferentes
condições ambientais, variadas formas de ocupação do seu espaço agrário e modalidades de
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organizações da atividade produtiva. O Estado, de acordo com a Conab, possui três regiões
produtoras principais: Cerrado e Planalto (regiões que concentram café arábica) e Atlântica
(especializada em conilon).
De acordo com a professora Sandra Elizabeth, os primeiros plantios de café arábica na Bahia datam
dos primórdios do século XX, nos municípios do Vale do Jiquiriçá, Brejões e Santa Inês - que
compõem o Planalto baiano e têm grande potencial para produção de cafés despolpados, suaves e
aromáticos. A região caracteriza-se por uma cafeicultura de base familiar, poucos recursos hídricos e
altitude entre 600m a 1380m. Já a região Oeste ou Cerrado é caracterizada por uma cafeicultura
empresarial, totalmente irrigada e mecanizada, assemelhando-se aos cafés produzidos no Cerrado
de Minas Gerais. Produz cafés naturais finos e despolpados, excelentes para serem usados em
blends destinados ao expresso. O Extremo Sul e Sul do Estado produzem um dos melhores cafés
conilon do mundo e caracterizam-se por uma cafeicultura empresarial organizada. O município de
Itabela é o maior produtor de conilon da Bahia, seguido de Teixeira de Freitas, Itamaraju, Alcobaça,
Eunápolis, Camacan e Arataca.
A professora explica ainda que, no extremo Sul e Sul da Bahia, o conilon produzido tem diferentes
destinos. Em Itabela e outros municípios, existem empresas e a Cooperativa Agrária dos
Cafeicultores de São Gabriel – Cooabriel, de São Gabriel da Palha – ES, que atuam no comércio do
conilon para os blends da indústria brasileira. Já no Planalto e Oeste, o arábica despolpado tem como
destino os EUA, Europa, Japão e Ásia. Os cafés naturais seguem para alguns países do Leste
Europeu, bem como para a indústria de torrefação do Nordeste e demais regiões do Brasil.
Café do Papa – O café consumido no Vaticano é produzido na Chapada Diamantina - BA. Trata-se
de um café 100% arábica, cereja descascado e orgânico, com pelo menos 85 pontos na escala da
Sociedade Americana de Cafés Especiais - SCAA. A cada ano, são preparadas 30 sacas para o
suprimento do Vaticano. Segundo a professora Sandra Elizabeth, a qualidade desse café deve-se às
tecnologias desenvolvidas no Brasil pelas instituições de pesquisa, ensino e extensão que atualmente
fazem parte do Consórcio Pesquisa Café. Para ela, esse sucesso se deve, também, à escolha da
variedade cultivada, às boas práticas de manejo adotadas em conformidade com as normas de
cultivo orgânico e, principalmente, à iniciativa, vontade e busca incessante do conhecimento por parte
dos gestores das fazendas Floresta e Aranquan, agraciados com um lindo cenário a 1100m de
altitude.
Números – Segundo a Conab, a área total de produção de café no Estado da Bahia é de cerca de
134 mil hectares. São 167 municípios produtores - dos quais em 80 têm grande importância no
cenário cafeeiro do Estado – que geram cerca de 250 mil empregos. A produção anual é de 1,9
milhão de sacas e a produtividade média de 14,77 sacas por hectare (Cerrado – 38,50; Planalto –
7,73; e Atlântica – 31,83). A grande maioria das propriedades (86%) está vinculada a pequenos
produtores e/ou agricultores. As demais são de médios e grandes proprietários, sendo que, desse
número, somente 5% apresentam áreas superiores a 100 hectares, concentradas no Oeste, onde a
atividade é empresarial.
Produção Integrada traz mais qualidade e segurança para frutas e verduras
Ascom Mapa
14/07/2014
Rossana Gasparini
Muitos produtores e consumidores ainda não sabem, mas o Sistema de Produção Integrada (PI-
Brasil), desenvolvido pela Coordenação de Produção Integrada da Cadeia Agrícola do Departamento
de Sistemas de Produção e Sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e
Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CPIA/DEPROS/SDC/Mapa) é
um meio de produzir alimentos seguros para o consumo, com menor impacto ambiental, maior
responsabilidade social e rastreabilidade garantida.
8. Conselho Nacional do Café – CNC
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Atualmente, no Brasil, já são 18 frutas que possuem normas de PI publicadas - abacaxi, banana,
caqui, caju, coco, limão, laranja, tangerina, figo, goiaba, maçã, mamão, manga, maracujá, melão,
morango, pêssego e uva - que podem ser certificadas se o produtor seguir todas as etapas corretas
do Sistema de Produção Integrada. A batata e o café também já podem ser certificados, após cursos
de auditores e de responsáveis técnicos.
A produção integrada agropecuária é um processo de certificação, no qual o produtor rural deve
seguir um conjunto de regras técnicas específicas, que serão auditadas nas propriedades rurais por
certificadoras reconhecidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Hoje, existem quatro certificadoras aptas no país.
Produtores de todos os portes podem se capacitar para o processo de certificação. Eles precisam
apenas seguir as normas estabelecidas para cada produto e arcar com alguns custos em relação à
empresa certificadora. Os benefícios são maior renda para o produtor rural, já que com a PI, a
produtividade pode aumentar significativamente, maior qualidade dos alimentos, redução dos
impactos ambientais, pois é possível diminuir o uso de agrotóxicos e ainda preservar a saúde tanto
dos agricultores, quanto do consumidor final.
O selo “Brasil Agricultura de Qualidade” comprova que o produto tem origem conhecida pela
rastreabilidade e que o alimento é seguro para o consumo. De acordo com a coordenadora de
Produção Integrada da Cadeia Agrícola do Ministério da Agricultura, Rosilene Ferreira Souto, o
desafio agora é fazer com que produtores e consumidores entendam a importância do Sistema de
Produção Integrada e da certificação.
“O consumidor precisa conhecer o produto certificado identificado através do selo. Já o produtor,
muitas vezes, adere à produção integrada, mas não certifica o produto justamente por conta dos
custos e da falta de reconhecimento por parte do consumidor. Mas assim que o consumidor passar a
cobrar o selo de qualidade e a reconhecer, de fato, que os produtos com selo, produzidos de forma
integrada, são melhores, teremos certamente um aumento nas certificações”, explicou.