SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  20
História da Literatura Portuguesa
ÉPOCA MEDIEVAL
(SÉCULOS XII-XVI)
História da Literatura Portuguesa
ÉPOCA MEDIEVAL
(SÉCULOS XII-XVI)
A POESIA TROVADORESCA
Na Provença, o poeta era chamado de troubadour, cuja forma
correspondente em Português é trovador. O trovador acompanhava as
suas poesias de música, por isso as primeiras manifestações literárias
desta altura eram chamadas de cantigas, já que eram cantadas.
A POESIA TROVADORESCA
O idioma usado em Portugal, tanto na fala como na escrita, desde o século
XII até ao século XV, era o português arcaico ou galaico-português, pois
também era utilizado na região da Galiza, no Norte de Espanha.
“Ay eu, coitada, como vivo
en gram cuydado por meu amigo
que ey alongado! Muyto me tarda
o meu amigo na Guarda.
A POESIA TROVADORESCA
Essas poesias, feitas pelos
trovadores, e que eram
normalmente cantadas, eram
apenas transmitidas por via oral,
sem qualquer registo escrito.
Contudo, com o passar do tempo,
começou-se a compilar essas
poesias em livros, aos quais
chamamos de Cancioneiros.
A POESIA TROVADORESCA
Existem, sobretudo, três tipos de cantigas na poesia trovadoresca:
• Cantigas de amor.
• Cantigas de amigo.
• Cantigas de escárnio e maldizer.
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de amor.
• A cantiga é posta na boca de um enamorado (trovador), que exprime os
sentimentos amorosos pela dama (sua SENHOR), destacando a sua
coita de amor que o faz ensandecer (enlouquecer) ou morrer.
• A «senhor» surge como alguém a quem o amador «serve», prestando-
lhe vassalagem amorosa.
• A dama é uma mulher formosa e ideal, frequentemente comprometida
ou até casada, inacessível, quase sobrenatural.
• O ambiente é, raramente, sugerido, mas percebe-se que a cantiga de
amor é uma poesia da corte ou de inspiração palaciana.
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de amor.
• Nas cantigas de amor, a beleza e a
sensualidade da mulher são evidenciadas,
mas a relação amorosa não se apresenta
como experiência, mas um estado de
tensão e contemplação.
• A «senhor» é cheia de formosura, tipo ideal
de mulher, com bondade, lealdade e
perfeição; possuidora de honra («prez»),
tem sabedoria, grande valor e boas
maneiras; é capaz de «falar mui bem» e rir
melhor.
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de amor.
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de amigo.
• Enquanto nas cantigas de amor, é o homem que fala do seu amor pela
sua amada, nas cantigas de amigo é a mulher que abre o seu coração.
• A donzela dirige-se ao seu amigo (amado), normalmente ausente por
estar na guerra.
• O sofrimento de amor, sobretudo por não saber onde está o seu amor.
• Preocupação e ansiedade - o amigo está ausente, demora-se e isso
preocupa a amada. São frequentes as perguntas da donzela : “será
vivo? será morto?”
• Tristeza e saudade - a donzela sente-se triste pelo facto de o amigo
estar ausente, o que lhe provoca muita saudade.
• Alegria na volta do amigo - Terminada a guerra, o amigo da donzela está
de volta. Voltou o amigo e voltou também uma enorme alegria.
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de amigo.
Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
Ai Deus, e u é?
Vós me perguntardes polo voss'amigo,
e eu bem vos digo que é san'vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me perguntardes polo voss'amado,
e eu bem vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é san'vivo
e seera vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é viv' e sano
e seera vosc'ant'o prazo passado
Ai Deus, e u é?
D. Dinis, in 'Antologia Poética'
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de amigo.
Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amado,
por que hei gran cuidado!
E ai Deus, se verrá cedo!
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de amigo.
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de escárnio e maldizer.
Este tipo de cantigas serviam para criticar, dizer mal de algo ou alguém,
ridicularizar a sociedade, por exemplo, o clero, a nobreza, o rei.
A POESIA TROVADORESCA
Cantigas de escárnio e maldizer.
A POESIA PALACIANA
A poesia palaciana, assim chamada
porque surgiu dentro dos palácios, era
feita por nobres e para a nobreza,
retratando usos e costumes da corte. Era
cultivada pela aristocracia nos serões
(saraus).
A POESIA PALACIANA
Ao contrário da poesia trovadoresca, a
poesia palaciana não era acompanhada
por música. Essa poesia era para ser
apenas declamada. Por isso, exigia muito
mais do poeta, que tinha de usar a voz de
forma sublime para declamar as suas
poesias, que normalmente eram mais
apuradas, mais atraentes.
Através da poesia palaciana, nós sabemos
como era a vida nos palácios, no século XV.
A POESIA PALACIANA
Os poetas palacianos inspiravam-se nos
feitos históricos, na dramaticidade, no
lirismo sentimental, sutil e sofisticado
(predominante) sem abandonar, contudo,
temas comuns aos trovadores medievais:
a coita amorosa, a súplica triste e
apaixonada e a sátira.
O lirismo amoroso trovadoresco assume
uma nova conotação, a mulher idealizada,
inatingível, carnaliza-se e a sensualidade
reprimida nas cantigas de amor passa a
ser frequente.
A POESIA PALACIANA
A maior parte desta poesia palaciana foi
compilada por Garcia de Resende, em
1516, no Cancioneiro Geral.
Entre os poetas mais destacados dessa
antologia poética contam-se o próprio
Garcia de Resende, Gil Vicente,
Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda, entre
outros.
A POESIA PALACIANA

Contenu connexe

Tendances

Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasAna Tapadas
 
Cantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumoCantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumoGijasilvelitz 2
 
Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisDina Baptista
 
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Dina Baptista
 
Teste poesia trovadoresca 10 ano
Teste poesia trovadoresca 10 anoTeste poesia trovadoresca 10 ano
Teste poesia trovadoresca 10 anoRonaldo Figo
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaSamuel Neves
 
Características de Álvaro de Campos
Características de Álvaro de CamposCaracterísticas de Álvaro de Campos
Características de Álvaro de CamposAline Araújo
 
Ricardo Reis- Classicismo e Paganismo/Neopaganismo
Ricardo Reis- Classicismo e Paganismo/NeopaganismoRicardo Reis- Classicismo e Paganismo/Neopaganismo
Ricardo Reis- Classicismo e Paganismo/NeopaganismoTelma Carvalho
 
Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasOs Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasMaria Gomes
 
Processos fonológicos
Processos fonológicosProcessos fonológicos
Processos fonológicosSílvia Faim
 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesCrónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesGijasilvelitz 2
 
"A um negrilho" de Miguel Torga
"A um negrilho" de Miguel Torga"A um negrilho" de Miguel Torga
"A um negrilho" de Miguel TorgaMateus Ferraz
 
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaSebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaAntónio Aragão
 
Ondados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzenteOndados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzenteHelena Coutinho
 

Tendances (20)

Fernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-OrtónimoFernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-Ortónimo
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
 
Cantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumoCantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumo
 
Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo Reis
 
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)
 
Teste poesia trovadoresca 10 ano
Teste poesia trovadoresca 10 anoTeste poesia trovadoresca 10 ano
Teste poesia trovadoresca 10 ano
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
 
Os-lusiadas - resumo
 Os-lusiadas - resumo Os-lusiadas - resumo
Os-lusiadas - resumo
 
As cantigas de amigo
As cantigas de amigoAs cantigas de amigo
As cantigas de amigo
 
Características de Álvaro de Campos
Características de Álvaro de CamposCaracterísticas de Álvaro de Campos
Características de Álvaro de Campos
 
Cantigas de amor
Cantigas de amorCantigas de amor
Cantigas de amor
 
Recursos expressivos
Recursos expressivosRecursos expressivos
Recursos expressivos
 
Ricardo Reis- Classicismo e Paganismo/Neopaganismo
Ricardo Reis- Classicismo e Paganismo/NeopaganismoRicardo Reis- Classicismo e Paganismo/Neopaganismo
Ricardo Reis- Classicismo e Paganismo/Neopaganismo
 
Actos Ilocutórios
Actos IlocutóriosActos Ilocutórios
Actos Ilocutórios
 
Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasOs Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
 
Processos fonológicos
Processos fonológicosProcessos fonológicos
Processos fonológicos
 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesCrónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
 
"A um negrilho" de Miguel Torga
"A um negrilho" de Miguel Torga"A um negrilho" de Miguel Torga
"A um negrilho" de Miguel Torga
 
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaSebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
 
Ondados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzenteOndados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzente
 

En vedette

Lusíadas - Episódio do Adamastor
Lusíadas - Episódio do AdamastorLusíadas - Episódio do Adamastor
Lusíadas - Episódio do Adamastorcristianavieitas
 
Os lusíadas adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
Os lusíadas   adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]Os lusíadas   adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
Os lusíadas adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]Maria João Lima
 
Apresentação para décimo segundo ano, aula 15
Apresentação para décimo segundo ano, aula 15Apresentação para décimo segundo ano, aula 15
Apresentação para décimo segundo ano, aula 15luisprista
 
Entrevista ao gigante adamastor
Entrevista ao gigante adamastorEntrevista ao gigante adamastor
Entrevista ao gigante adamastordsa97
 
Análise do "Adamastor"
Análise do "Adamastor"Análise do "Adamastor"
Análise do "Adamastor"Maria Costa
 
Comparação_Adamastor e Mostrengo
Comparação_Adamastor e MostrengoComparação_Adamastor e Mostrengo
Comparação_Adamastor e MostrengoSusana Sobrenome
 
Intertextualidade de uma musica com a historia do Adamastor
Intertextualidade de uma musica com a historia do AdamastorIntertextualidade de uma musica com a historia do Adamastor
Intertextualidade de uma musica com a historia do AdamastorRafaellinho40
 
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasDina Baptista
 
O Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
O Mostrengo mensagem Fernando PessoaO Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
O Mostrengo mensagem Fernando PessoaBruno Freitas
 
D dinis
D dinisD dinis
D dinis20014
 
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34luisprista
 

En vedette (20)

Powerpoint mensagem
Powerpoint mensagemPowerpoint mensagem
Powerpoint mensagem
 
Lusíadas - Episódio do Adamastor
Lusíadas - Episódio do AdamastorLusíadas - Episódio do Adamastor
Lusíadas - Episódio do Adamastor
 
Os lusíadas adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
Os lusíadas   adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]Os lusíadas   adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
Os lusíadas adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
 
D. Dinis
D. DinisD. Dinis
D. Dinis
 
Apresentação para décimo segundo ano, aula 15
Apresentação para décimo segundo ano, aula 15Apresentação para décimo segundo ano, aula 15
Apresentação para décimo segundo ano, aula 15
 
A Vida Na Corte Do Rei D. Dinis
A Vida Na Corte Do Rei D. DinisA Vida Na Corte Do Rei D. Dinis
A Vida Na Corte Do Rei D. Dinis
 
o-gigante-adamastor
 o-gigante-adamastor o-gigante-adamastor
o-gigante-adamastor
 
Os Lusíadas - Canto V - O Gigante Adamastor
Os Lusíadas -  Canto V - O Gigante AdamastorOs Lusíadas -  Canto V - O Gigante Adamastor
Os Lusíadas - Canto V - O Gigante Adamastor
 
Entrevista ao gigante adamastor
Entrevista ao gigante adamastorEntrevista ao gigante adamastor
Entrevista ao gigante adamastor
 
D. Dinis
D. DinisD. Dinis
D. Dinis
 
Análise do "Adamastor"
Análise do "Adamastor"Análise do "Adamastor"
Análise do "Adamastor"
 
Comparação_Adamastor e Mostrengo
Comparação_Adamastor e MostrengoComparação_Adamastor e Mostrengo
Comparação_Adamastor e Mostrengo
 
Apresentação d.dinis
Apresentação d.dinisApresentação d.dinis
Apresentação d.dinis
 
O Mostrengo ( Fernando Pessoa)
O  Mostrengo ( Fernando  Pessoa)O  Mostrengo ( Fernando  Pessoa)
O Mostrengo ( Fernando Pessoa)
 
Intertextualidade de uma musica com a historia do Adamastor
Intertextualidade de uma musica com a historia do AdamastorIntertextualidade de uma musica com a historia do Adamastor
Intertextualidade de uma musica com a historia do Adamastor
 
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
 
O Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
O Mostrengo mensagem Fernando PessoaO Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
O Mostrengo mensagem Fernando Pessoa
 
D dinis
D dinisD dinis
D dinis
 
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34
 
Adamastor
AdamastorAdamastor
Adamastor
 

Similaire à Poesia trovadoresca e palaciana (20)

Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian TrombiniTrovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Poster projecto galaico português
Poster projecto galaico portuguêsPoster projecto galaico português
Poster projecto galaico português
 
Trovadorismo prof.-micheli
Trovadorismo prof.-micheliTrovadorismo prof.-micheli
Trovadorismo prof.-micheli
 
1._Poesia_Trovadoresca.pdf
1._Poesia_Trovadoresca.pdf1._Poesia_Trovadoresca.pdf
1._Poesia_Trovadoresca.pdf
 
Trovadorismo trabalho 1
Trovadorismo trabalho 1Trovadorismo trabalho 1
Trovadorismo trabalho 1
 

Dernier

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 

Dernier (20)

Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 

Poesia trovadoresca e palaciana

  • 1. História da Literatura Portuguesa ÉPOCA MEDIEVAL (SÉCULOS XII-XVI)
  • 2. História da Literatura Portuguesa ÉPOCA MEDIEVAL (SÉCULOS XII-XVI)
  • 3. A POESIA TROVADORESCA Na Provença, o poeta era chamado de troubadour, cuja forma correspondente em Português é trovador. O trovador acompanhava as suas poesias de música, por isso as primeiras manifestações literárias desta altura eram chamadas de cantigas, já que eram cantadas.
  • 4. A POESIA TROVADORESCA O idioma usado em Portugal, tanto na fala como na escrita, desde o século XII até ao século XV, era o português arcaico ou galaico-português, pois também era utilizado na região da Galiza, no Norte de Espanha. “Ay eu, coitada, como vivo en gram cuydado por meu amigo que ey alongado! Muyto me tarda o meu amigo na Guarda.
  • 5. A POESIA TROVADORESCA Essas poesias, feitas pelos trovadores, e que eram normalmente cantadas, eram apenas transmitidas por via oral, sem qualquer registo escrito. Contudo, com o passar do tempo, começou-se a compilar essas poesias em livros, aos quais chamamos de Cancioneiros.
  • 6. A POESIA TROVADORESCA Existem, sobretudo, três tipos de cantigas na poesia trovadoresca: • Cantigas de amor. • Cantigas de amigo. • Cantigas de escárnio e maldizer.
  • 7. A POESIA TROVADORESCA Cantigas de amor. • A cantiga é posta na boca de um enamorado (trovador), que exprime os sentimentos amorosos pela dama (sua SENHOR), destacando a sua coita de amor que o faz ensandecer (enlouquecer) ou morrer. • A «senhor» surge como alguém a quem o amador «serve», prestando- lhe vassalagem amorosa. • A dama é uma mulher formosa e ideal, frequentemente comprometida ou até casada, inacessível, quase sobrenatural. • O ambiente é, raramente, sugerido, mas percebe-se que a cantiga de amor é uma poesia da corte ou de inspiração palaciana.
  • 8. A POESIA TROVADORESCA Cantigas de amor. • Nas cantigas de amor, a beleza e a sensualidade da mulher são evidenciadas, mas a relação amorosa não se apresenta como experiência, mas um estado de tensão e contemplação. • A «senhor» é cheia de formosura, tipo ideal de mulher, com bondade, lealdade e perfeição; possuidora de honra («prez»), tem sabedoria, grande valor e boas maneiras; é capaz de «falar mui bem» e rir melhor.
  • 10. A POESIA TROVADORESCA Cantigas de amigo. • Enquanto nas cantigas de amor, é o homem que fala do seu amor pela sua amada, nas cantigas de amigo é a mulher que abre o seu coração. • A donzela dirige-se ao seu amigo (amado), normalmente ausente por estar na guerra. • O sofrimento de amor, sobretudo por não saber onde está o seu amor. • Preocupação e ansiedade - o amigo está ausente, demora-se e isso preocupa a amada. São frequentes as perguntas da donzela : “será vivo? será morto?” • Tristeza e saudade - a donzela sente-se triste pelo facto de o amigo estar ausente, o que lhe provoca muita saudade. • Alegria na volta do amigo - Terminada a guerra, o amigo da donzela está de volta. Voltou o amigo e voltou também uma enorme alegria.
  • 11. A POESIA TROVADORESCA Cantigas de amigo. Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo! Ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo! Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do qui mi á jurado! Ai Deus, e u é? Vós me perguntardes polo voss'amigo, e eu bem vos digo que é san'vivo. Ai Deus, e u é? Vós me perguntardes polo voss'amado, e eu bem vos digo que é viv'e sano. Ai Deus, e u é? E eu bem vos digo que é san'vivo e seera vosc'ant'o prazo saído. Ai Deus, e u é? E eu bem vos digo que é viv' e sano e seera vosc'ant'o prazo passado Ai Deus, e u é? D. Dinis, in 'Antologia Poética'
  • 12. A POESIA TROVADORESCA Cantigas de amigo. Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo! E ai Deus, se verrá cedo! Ondas do mar levado, se vistes meu amado! E ai Deus, se verrá cedo! Se vistes meu amigo, o por que eu sospiro! E ai Deus, se verrá cedo! Se vistes meu amado, por que hei gran cuidado! E ai Deus, se verrá cedo!
  • 14. A POESIA TROVADORESCA Cantigas de escárnio e maldizer. Este tipo de cantigas serviam para criticar, dizer mal de algo ou alguém, ridicularizar a sociedade, por exemplo, o clero, a nobreza, o rei.
  • 15. A POESIA TROVADORESCA Cantigas de escárnio e maldizer.
  • 16. A POESIA PALACIANA A poesia palaciana, assim chamada porque surgiu dentro dos palácios, era feita por nobres e para a nobreza, retratando usos e costumes da corte. Era cultivada pela aristocracia nos serões (saraus).
  • 17. A POESIA PALACIANA Ao contrário da poesia trovadoresca, a poesia palaciana não era acompanhada por música. Essa poesia era para ser apenas declamada. Por isso, exigia muito mais do poeta, que tinha de usar a voz de forma sublime para declamar as suas poesias, que normalmente eram mais apuradas, mais atraentes. Através da poesia palaciana, nós sabemos como era a vida nos palácios, no século XV.
  • 18. A POESIA PALACIANA Os poetas palacianos inspiravam-se nos feitos históricos, na dramaticidade, no lirismo sentimental, sutil e sofisticado (predominante) sem abandonar, contudo, temas comuns aos trovadores medievais: a coita amorosa, a súplica triste e apaixonada e a sátira. O lirismo amoroso trovadoresco assume uma nova conotação, a mulher idealizada, inatingível, carnaliza-se e a sensualidade reprimida nas cantigas de amor passa a ser frequente.
  • 19. A POESIA PALACIANA A maior parte desta poesia palaciana foi compilada por Garcia de Resende, em 1516, no Cancioneiro Geral. Entre os poetas mais destacados dessa antologia poética contam-se o próprio Garcia de Resende, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda, entre outros.