Consílio dos Deuses - Júpiter decide a favor dos portugueses
1. Consílio dos Deuses
ESQUEMA DO EPISÓDIO
“Já no largo Oceano navegavam”
(plano da viagem)
“Quando os deuses no Olimpo luminoso”
(plano dos deuses)
Júpiter convoca o Consílio para que os deuses se pronunciem
sobre o futuro dos homens que levam a cabo um novo
empreendimento: chegar à Índia por mar.
Júpiter conhece o valor do povo português e pretende
premiá-lo ajudando-o a encontrar um porto seguro onde possa
repousar.
Gera-se uma discussão
Vénus e Baco opositor
Marte ao
defensores empreendimen-
dos to dos
Portugueses Portugueses
Júpiter decide a favor
dos Portugeses
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Cristina Seiça
2. SÍNTESE
Plano da Viagem –os portugueses navegam no oceano Índico
Plano dos deuses – Mercúrio, por ordem de Júpiter, convoca todos os deuses para
em consílio discutirem sobre “as cousas futuras do Oriente”
Utilização do maravilhoso (pagão) como uma das regras do poema épico
• A chegada dos deuses ao Olimpo
• O discurso de Júpiter
• O debate dos deuses
A chegada dos deuses ao Olimpo ( est. 20 a 23)
• Caracterização do espaço: luminosidade, brilho, riqueza
• Caracterização da divindade máxima:
Carácter divino – “Do rosto respirava um ar divino
Que divino tornara um corpo humano”
Estatuto de chefe supremo dos deuses – detentor do poder:
“Alto poder”
“ Que do poder mais alto lhe foi dado”
“ Gesto alto, severo e soberano”
“ voz grave e horrenda” (autoritário)
“ com hua coroa e ceptro” ( símbolos do poder)
O discurso de Júpiter ( est. 24 à 29)
• Finalidade do discurso: informar e convencer o público
• Informação
desígnio dos Fados: os Portugueses tornar-se-ão mais famosos que os
povos da Antiguidade;
parte desse desígnio já foi cumprido: os portugueses construíram o seu
reino, lutando contra mouros, castelhanos e romanos;
falta concretizar-se o que está prometido: o governo dos mares do
Oriente;
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Cristina Seiça
3. • Convencer: - a argumentação do discurso
a) o valor guerreiro dos Portugueses:
“cum poder tão singelo e tão pequeno” na luta contra o:
- “o Mouro forte e guarnecido”
- “ o castelhano tão temido”
- os Romanos (senhores de um grande império)
b) a coragem, a ousadia deste povo:
- atravessar o mar duvidoso num lenho leve
- não teme a força dos ventos
- a mais se atreve
c) a sua persistência apesar:
- do tempo já decorrido;
- das dificuldades da viagem: duro Inverno, ásperos perigos,
climas experimentados, furor dos ventos inimigos
- do cansaço
O discurso de Júpiter visa convencer o público e justificar a sua posição:
ajudar os Portugueses, ou seja, fazer cumprir as decisões dos Fados.
O debate dos deuses (est.30 – 40)
• intervenção de Baco
- motivo : o deus mais lesado com a chegada do povo português à Índia
- Baco opõe-se à chegada dos Portugueses à Índia, visto que estes apagarão
o poder e a fama que ele aí conquistara
• intervenção de Vénus
- posição de Vénus: pretende ajudar os Portugueses
- motivos: - o povo português assemelha-se ao povo romano pelas qualidades
guerreiras, pela língua
- o povo português, pelo seu carácter amoroso, torná-la-ão
célebre, onde quer que eles cheguem
• intervenção de Marte
- motivos: - o apoio a Vénus “porque amor antigo o obrigava”
- a rejeição do tumulto que reinava no consílio
- caracterização psicológica de Marte: poder de decisão, firmeza, segurança
de um chefe militar
- discurso: - apelo à autoridade de Júpiter como chefe supremo dos deuses
- condenação de Baco
- uma proposta de acção
Decisão final (est. 41)
Este consílio termina com a decisão de Júpiter favorável aos
portugueses e cada um dos deuses regressa ao seu domínio
celeste.
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Cristina Seiça