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O sistema de saúde brasileiro:
história, avanços e desafios
Jairnilson Paim
(Professor Titular da UFBA)

Claudia Travassos –

(Pesquisadora Titular do ICICT/FIOCRUZ)

Celia Almeida

(Pesquisadora Titular da ENSP/FIOCRUZ)

Ligia Bahia

(Prof. Associada da UFRJ)

James Macinko

(Prof. Associado da NYU)
INTRODUÇÃO
• Propósito de examinar a organização, o
desenvolvimento e o estado atual do sistema de
saúde brasileiro, bem como discutir certos
componentes e desafios do SUS.
• Revisão de estudos publicados e análise de dados
originais provenientes de fontes oficiais, para
apresentar uma visão geral do sistema de saúde
brasileiro.
BRASIL: BREVÍSSIMO RESUMO
• Transformações políticas, econômicas, demográficas e sociais:
crescimento econômico durante a ditadura e aumento das
desigualdades.
• Democracia restaurada num período de instabilidade
econômica, urbanização (80%), redução da fertilidade (1,9) e
envelhecimento (10% de idosos).
• PIB duplicou entre 1991 e 2008, enquanto o Gini caiu 15%
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• Índice de pobreza de 31% (2008), desemprego de 8,2%, 43,8%
dos trabalhadores no setor informal e 56% com previdência.
MUDANÇA DO SISTEMA DE SAÚDE
ANTES: dicotomia entre saúde pública e assistência médica,
proteção social fragmentada e desigual (inserção no mercado
de trabalho) e sistema de saúde predominantemente privado,
concentrado nos centros urbanos.
REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA:
• Saúde como questão social e política, não limitada ao
biológico nem à assistência médica.
• Impulsionada pela sociedade civil, não por governos, partidos,
ou organizações internacionais, e com perspectiva distinta das
reformas setoriais que questionavam o Welfare State.
SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO
• Subsetor público: serviços financiados e providos
pelo Estado nos níveis federal, estadual e municipal;
• Subsetor privado (lucrativo ou não): serviços
financiados com recursos públicos ou privados;
• Subsetor de saúde suplementar: diferentes tipos de
planos privados de saúde, contando com subsídios
fiscais.
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FINANCIAMENTO
• Impostos, contribuições sociais, famílias e empregadores.
• SUS: receitas estatais de impostos (16,7%) e de contribuições
sociais (17,7%) e no federal 30% e 60%, respectivamente.
• Receitas de impostos: União (58%), estados (24,7%) e
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• CPMF (2006): saúde recebeu 40% dos R$ 32.090 bilhões e
proporção considerável destinou-se ao pagamento de juros.
• 8,4% do PIB em saúde (2007): 41% de gasto público.
Reino Unido (82%), Itália (77,2%), Espanha (71,8%), EUA (45,5%), México (46,9%)
Despesa estimada com saúde em 2006
Impostos e contribuições sociais
Federais
Estaduais
Municipais
Setor privado
Despesas das famílias
Despesas das empresas
Total

%
39,05
19,90
8,89
10,25
60,95
47,84
13,11
100,00

PIB
3,14
1,6
0,7
0,8
4,89
3,84
1,05
8,03
Despesa pública com saúde por nível de governo

7 0. 00
6 0. 00
5 0. 00
%

F e d er al

4 0. 00

E s t a d ua l
3 0. 00

M un ic i p al

2 0. 00
1 0. 00
0 .0 0
200 0

2 00 1

2 0 02

200 3
An o

20 0 4

20 05

200 6
F on te: S i o ps ,
20 09
Distribuição das Despesas Diretas com Medicamentos e Planos e Seguros de
Saúde por Classes de Renda (em Reais)
Brasil 2008/2009
80,00
70,00
60,00
50,00
Medicamentos

40,00

Plano/Seguro saúde

30,00
20,00
10,00
0,00
Até 830 Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de
830 a 1.245 a 2.490 a 4.150 a 6.225 a 10.375
1.245
2.490
4.150
6.225 10.375
INFRAESTRUTURA

Tipos de serviços de saúde no Brasil, 1970-2010.
INFRAESTRUTURA
• Cerca de 6.300 hospitais (69% são privados), e a maioria das
unidades de atenção básica é pública.
• Apenas 35,4% dos leitos hospitalares e 6,4% dos SADT são
públicos e somente 38,7% dos leito privados estão disponíveis
para o SUS.
• Crescimento de unidades ambulatoriais especializadas e de
SADT nos últimos 10 anos.
• Entre 1990 e 2010 o número de hospitais – especialmente
privados – diminuiu (3,3 leitos por 1.000 habitantes, em 1993, 1,9 em 2009)
INFRAESTRUTURA
Equipamentos (2010)

No.

Públicos (%)

Mamógrafos

1753

28,4

Aparelhos de raios X

15861

58,9

Tomógrafos

1268

24,1

Ressonância magnética

409

13,4

Aparelhos de
ultrassonografia

8966

51,0
FORÇA DE TRABALHO
• Médicos por 1000 habitantes (1,7), enfermeiros (0,9) e
dentistas (1,2), com uma distribuição desigual (2007).
Médicos: Espanha (3,9), RU e EUA (2,9) e México (2,0)
Enfermeiros: Espanha (5,2), RU (9,7), (EUA 10,7) e México (2,4)

• Em 2005, o setor público brasileiro gerou 56,4% dos empregos
em saúde, sobretudo em nível municipal.
• Médicos ocupavam 61% dos empregos, enfermeiros 13%, e
especialistas em saúde pública, apenas 0,2%.
• Precarização e alta rotatividade da força de trabalho,
sobretudo na atenção básica.
ATENÇÃO BÁSICA
• 30.000 ESF, cobrindo 98 milhões (49,5%) em 85% dos
municípios, com 236.000 ACS em 2010.
• 17.807 equipes de saúde bucal, em 2009 (45,3%).
• Atenção básica como serviço de saúde habitual (57% em 2008
contra 42% em 1998), enquanto ambulatórios hospitalares
reduziu a sua participação de 21% (1998) para 12% (2008).
• Busca por atenção básica cresceu 450% entre 1981 e 2008.
• Decréscimo da TMI pós-neonatal, atribuível à redução de
mortes por doença diarréica/IRA, e diminuição de internações
evitáveis (15% desde 1999).
ATENÇÃO SECUNDÁRIA
• Oferta limitada, pouco regulada que prioriza planos de saúde,
SUS dependente do setor privado, especialmente no SADT.
• Crescimento de procedimentos especializados no SUS embora
a “média complexidade” seja preterida em favor dos
procedimentos de alto custo.
• Redução de 20.000 leitos psiquiátricos, CAPS (3x) e SRT (5x).
• SAMU em 1.150 municípios (55% da população), assegurando
74% da assistência domiciliar de emergência em 2008.
• Subsistemas no SUS, dificultando a coordenação e a
continuidade do cuidado.
ATENÇÃO TERCIÁRIA
• Procedimentos de alto custo, predominantemente no setor
privado e hospitais de ensino (SUS - preços de mercado).
• Diminuição de internações pagas pelo setor público (13,1
milhões em 1982 e 11,1 milhões em 2009).
• Taxas de internação mais altas para portadores de planos de
saúde (8 internações por 100 pessoas).
• Obstáculos políticos para a implantação de redes:

diferenciais de poder entre integrantes, falta de responsabilização de
atores, descontinuidade administrativa e alta rotatividade de gestores.

• A regulação tem sido insuficiente para alterar os padrões
históricos da assistência hospitalar.
ACESSO E USO DOS SERVIÇOS
• Melhora considerável: 93% dos que buscaram serviços foram atendidas
em 2008, embora os mais pobres procurassem menos.
• Em 1981, 8% (9,2 milhões) afirmavam ter usado serviço de saúde,
passando a 14,2% (26,8 milhões) em 2008.
• Em 1998, pessoas com planos de saúde tinham 200% mais chances de
usar serviços de saúde, mas a desigualdade se reduziu para 70% em 2008.
• Em 1998, 55% da população consultou um médico, passando para 68% em
2008 (igual aos EUA), variando de 76% entre os de renda mais alta a 59%
entre os de renda mais baixa.
• Em 1981, 17% da população havia consultado um dentista, alcançando
40% em 2008, quando 11,6% afirmavam nunca ter ido ao dentista, mas
permanecem desigualdades (23,4% entre os de renda mais baixa contra
3,6% dos de renda mais alta).
Demanda por serviços de saúde
segundo o tipo de serviço
CRESCIMENTO DO SETOR PRIVADO
• Estado brasileiro estimulou o setor privado e promoveu a
privatização da atenção à saúde.
• Em 1981, o setor público financiou 68% dos atendimentos, os
planos de saúde 9% e o desembolso direto 21%; em 2008, a
proporção financiada com recursos públicos caiu para 56%.
• Em 1981, a previdência pagou 75% das internações e os
planos 6%; em 2008 o SUS pagou 67% e os planos, 20%.
• Os atendimentos financiados pelos planos cresceu 466%.
• 24,5% da população brasileira possuía planos em 1998,
crescendo para 26% (2008): faturamento R$ 63 bilhões.
COMENTÁRIOS FINAIS
• Conquistas: inovações institucionais, descentralização,
participação social, aumento do acesso, consciência do
direito à saúde, recursos humanos e tecnologia em saúde.
• Contradições: crescimento do setor privado (acesso universal
vs. segmentação do mercado), comprometendo a equidade
nos serviços e nas condições de saúde.
• Obstáculos: diminuição do financiamento federal, levando a
restrições de investimento em infraestrutura e RHS.
• Desafios: político (financiamento, articulação público-privada
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econômica, científica e tecnológica do SUS.

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Sistema de saude brasileiro

  • 1. O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios Jairnilson Paim (Professor Titular da UFBA) Claudia Travassos – (Pesquisadora Titular do ICICT/FIOCRUZ) Celia Almeida (Pesquisadora Titular da ENSP/FIOCRUZ) Ligia Bahia (Prof. Associada da UFRJ) James Macinko (Prof. Associado da NYU)
  • 2. INTRODUÇÃO • Propósito de examinar a organização, o desenvolvimento e o estado atual do sistema de saúde brasileiro, bem como discutir certos componentes e desafios do SUS. • Revisão de estudos publicados e análise de dados originais provenientes de fontes oficiais, para apresentar uma visão geral do sistema de saúde brasileiro.
  • 3. BRASIL: BREVÍSSIMO RESUMO • Transformações políticas, econômicas, demográficas e sociais: crescimento econômico durante a ditadura e aumento das desigualdades. • Democracia restaurada num período de instabilidade econômica, urbanização (80%), redução da fertilidade (1,9) e envelhecimento (10% de idosos). • PIB duplicou entre 1991 e 2008, enquanto o Gini caiu 15% (0,637 para 0,547). • Índice de pobreza de 31% (2008), desemprego de 8,2%, 43,8% dos trabalhadores no setor informal e 56% com previdência.
  • 4. MUDANÇA DO SISTEMA DE SAÚDE ANTES: dicotomia entre saúde pública e assistência médica, proteção social fragmentada e desigual (inserção no mercado de trabalho) e sistema de saúde predominantemente privado, concentrado nos centros urbanos. REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA: • Saúde como questão social e política, não limitada ao biológico nem à assistência médica. • Impulsionada pela sociedade civil, não por governos, partidos, ou organizações internacionais, e com perspectiva distinta das reformas setoriais que questionavam o Welfare State.
  • 5. SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO • Subsetor público: serviços financiados e providos pelo Estado nos níveis federal, estadual e municipal; • Subsetor privado (lucrativo ou não): serviços financiados com recursos públicos ou privados; • Subsetor de saúde suplementar: diferentes tipos de planos privados de saúde, contando com subsídios fiscais. Componentes público e privado distintos, mas interconectados.
  • 6. FINANCIAMENTO • Impostos, contribuições sociais, famílias e empregadores. • SUS: receitas estatais de impostos (16,7%) e de contribuições sociais (17,7%) e no federal 30% e 60%, respectivamente. • Receitas de impostos: União (58%), estados (24,7%) e municípios (17,3%). • CPMF (2006): saúde recebeu 40% dos R$ 32.090 bilhões e proporção considerável destinou-se ao pagamento de juros. • 8,4% do PIB em saúde (2007): 41% de gasto público. Reino Unido (82%), Itália (77,2%), Espanha (71,8%), EUA (45,5%), México (46,9%)
  • 7. Despesa estimada com saúde em 2006 Impostos e contribuições sociais Federais Estaduais Municipais Setor privado Despesas das famílias Despesas das empresas Total % 39,05 19,90 8,89 10,25 60,95 47,84 13,11 100,00 PIB 3,14 1,6 0,7 0,8 4,89 3,84 1,05 8,03
  • 8. Despesa pública com saúde por nível de governo 7 0. 00 6 0. 00 5 0. 00 % F e d er al 4 0. 00 E s t a d ua l 3 0. 00 M un ic i p al 2 0. 00 1 0. 00 0 .0 0 200 0 2 00 1 2 0 02 200 3 An o 20 0 4 20 05 200 6 F on te: S i o ps , 20 09
  • 9. Distribuição das Despesas Diretas com Medicamentos e Planos e Seguros de Saúde por Classes de Renda (em Reais) Brasil 2008/2009 80,00 70,00 60,00 50,00 Medicamentos 40,00 Plano/Seguro saúde 30,00 20,00 10,00 0,00 Até 830 Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de 830 a 1.245 a 2.490 a 4.150 a 6.225 a 10.375 1.245 2.490 4.150 6.225 10.375
  • 10. INFRAESTRUTURA Tipos de serviços de saúde no Brasil, 1970-2010.
  • 11. INFRAESTRUTURA • Cerca de 6.300 hospitais (69% são privados), e a maioria das unidades de atenção básica é pública. • Apenas 35,4% dos leitos hospitalares e 6,4% dos SADT são públicos e somente 38,7% dos leito privados estão disponíveis para o SUS. • Crescimento de unidades ambulatoriais especializadas e de SADT nos últimos 10 anos. • Entre 1990 e 2010 o número de hospitais – especialmente privados – diminuiu (3,3 leitos por 1.000 habitantes, em 1993, 1,9 em 2009)
  • 12. INFRAESTRUTURA Equipamentos (2010) No. Públicos (%) Mamógrafos 1753 28,4 Aparelhos de raios X 15861 58,9 Tomógrafos 1268 24,1 Ressonância magnética 409 13,4 Aparelhos de ultrassonografia 8966 51,0
  • 13. FORÇA DE TRABALHO • Médicos por 1000 habitantes (1,7), enfermeiros (0,9) e dentistas (1,2), com uma distribuição desigual (2007). Médicos: Espanha (3,9), RU e EUA (2,9) e México (2,0) Enfermeiros: Espanha (5,2), RU (9,7), (EUA 10,7) e México (2,4) • Em 2005, o setor público brasileiro gerou 56,4% dos empregos em saúde, sobretudo em nível municipal. • Médicos ocupavam 61% dos empregos, enfermeiros 13%, e especialistas em saúde pública, apenas 0,2%. • Precarização e alta rotatividade da força de trabalho, sobretudo na atenção básica.
  • 14. ATENÇÃO BÁSICA • 30.000 ESF, cobrindo 98 milhões (49,5%) em 85% dos municípios, com 236.000 ACS em 2010. • 17.807 equipes de saúde bucal, em 2009 (45,3%). • Atenção básica como serviço de saúde habitual (57% em 2008 contra 42% em 1998), enquanto ambulatórios hospitalares reduziu a sua participação de 21% (1998) para 12% (2008). • Busca por atenção básica cresceu 450% entre 1981 e 2008. • Decréscimo da TMI pós-neonatal, atribuível à redução de mortes por doença diarréica/IRA, e diminuição de internações evitáveis (15% desde 1999).
  • 15. ATENÇÃO SECUNDÁRIA • Oferta limitada, pouco regulada que prioriza planos de saúde, SUS dependente do setor privado, especialmente no SADT. • Crescimento de procedimentos especializados no SUS embora a “média complexidade” seja preterida em favor dos procedimentos de alto custo. • Redução de 20.000 leitos psiquiátricos, CAPS (3x) e SRT (5x). • SAMU em 1.150 municípios (55% da população), assegurando 74% da assistência domiciliar de emergência em 2008. • Subsistemas no SUS, dificultando a coordenação e a continuidade do cuidado.
  • 16. ATENÇÃO TERCIÁRIA • Procedimentos de alto custo, predominantemente no setor privado e hospitais de ensino (SUS - preços de mercado). • Diminuição de internações pagas pelo setor público (13,1 milhões em 1982 e 11,1 milhões em 2009). • Taxas de internação mais altas para portadores de planos de saúde (8 internações por 100 pessoas). • Obstáculos políticos para a implantação de redes: diferenciais de poder entre integrantes, falta de responsabilização de atores, descontinuidade administrativa e alta rotatividade de gestores. • A regulação tem sido insuficiente para alterar os padrões históricos da assistência hospitalar.
  • 17. ACESSO E USO DOS SERVIÇOS • Melhora considerável: 93% dos que buscaram serviços foram atendidas em 2008, embora os mais pobres procurassem menos. • Em 1981, 8% (9,2 milhões) afirmavam ter usado serviço de saúde, passando a 14,2% (26,8 milhões) em 2008. • Em 1998, pessoas com planos de saúde tinham 200% mais chances de usar serviços de saúde, mas a desigualdade se reduziu para 70% em 2008. • Em 1998, 55% da população consultou um médico, passando para 68% em 2008 (igual aos EUA), variando de 76% entre os de renda mais alta a 59% entre os de renda mais baixa. • Em 1981, 17% da população havia consultado um dentista, alcançando 40% em 2008, quando 11,6% afirmavam nunca ter ido ao dentista, mas permanecem desigualdades (23,4% entre os de renda mais baixa contra 3,6% dos de renda mais alta).
  • 18. Demanda por serviços de saúde segundo o tipo de serviço
  • 19.
  • 20. CRESCIMENTO DO SETOR PRIVADO • Estado brasileiro estimulou o setor privado e promoveu a privatização da atenção à saúde. • Em 1981, o setor público financiou 68% dos atendimentos, os planos de saúde 9% e o desembolso direto 21%; em 2008, a proporção financiada com recursos públicos caiu para 56%. • Em 1981, a previdência pagou 75% das internações e os planos 6%; em 2008 o SUS pagou 67% e os planos, 20%. • Os atendimentos financiados pelos planos cresceu 466%. • 24,5% da população brasileira possuía planos em 1998, crescendo para 26% (2008): faturamento R$ 63 bilhões.
  • 21. COMENTÁRIOS FINAIS • Conquistas: inovações institucionais, descentralização, participação social, aumento do acesso, consciência do direito à saúde, recursos humanos e tecnologia em saúde. • Contradições: crescimento do setor privado (acesso universal vs. segmentação do mercado), comprometendo a equidade nos serviços e nas condições de saúde. • Obstáculos: diminuição do financiamento federal, levando a restrições de investimento em infraestrutura e RHS. • Desafios: político (financiamento, articulação público-privada e desigualdades) e garantia da sustentabilidade política, econômica, científica e tecnológica do SUS.