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Vários estudiosos bíblicos dizem que Jesus 
não nasceu em Belém, a princípio isso 
pareceu-nos bem estranho, pois os 
teólogos sempre afirmaram que sim. 
O repórter João Loes, em artigo publicado 
na revista IstoÉ, intitulado “A face humana 
de Jesus”, apresenta-nos o seguinte:
“Embora os evangelhos de Mateus e Lucas 
afirmarem que Jesus tenha nascido em 
Belém, é muito provável que isso tenha 
ocorrido em Nazaré. “Todos os grandes 
especialistas bíblicos são unânimes em 
admitir que Jesus nasceu em Nazaré”, 
afirma Frei Betto, religioso dominicano autor 
do recém-lançado “Um homem Chamado 
Jesus”. Ao que tudo indica, Lucas e Mateus 
teriam escolhido Belém como cidade natal 
de Jesus para que suas versões da vida de 
Cristo se alinhassem a uma profecia do 
Antigo Testamento, segundo a qual o 
Messias nasceria na Cidade do Rei Judeu, ou 
seja, a Cidade de Davi, que é Belém”. (LOES, 
2009, p. 65).
A Revista Superinteressante nº 183, publica 
um artigo do jornalista e editor Rodrigo 
Cavalcante intitulado “Quem foi Jesus?”, do 
qual ressaltamos este interessante trecho:
“[...] E o segundo problema, ainda mais grave, 
é que provavelmente Jesus não nasceu em 
Belém. “Há quase um consenso entre os 
historiadores de que Jesus nasceu em Nazaré”, 
diz o padre Jaldemir Vitório, do Centro de 
Estudos Superiores da Companhia de Jesus, em 
Belo Horizonte. Então por que o evangelho de 
Mateus diz que o nascimento foi em Belém? 
Vitório explica que o texto segue o gênero 
literário conhecido por midrash. Basicamente, o 
midrash é uma forma de contar a história da 
vida de alguém usando como pano de fundo a 
biografia de outras personalidades históricas. 
No caso de Jesus, ele explica, a referência a 
Belém é feita para associá-lo ao rei Davi do 
Antigo Testamento – que, segundo a tradição, 
teria nascido lá”. (CAVALCANTE, 2002, p. 43).
Análise dos textos bíblicos
Vejamos o anúncio a Maria de que ela ficaria grávida: 
Lc 1,26-35: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado 
por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré. 
Foi a uma virgem, prometida em casamento a um 
homem chamado José, que era descendente de Davi. 
E o nome da virgem era Maria. O anjo entrou onde 
ela estava, e disse: […] "Não tenha medo, Maria, 
porque você encontrou graça diante de Deus. Eis que 
você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o 
nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado 
Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de 
seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre os 
descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim." 
Maria perguntou ao anjo: "Como vai acontecer isso, 
se não vivo com nenhum homem?" O anjo 
respondeu: "O Espírito Santo virá sobre você, e o 
poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por 
isso, o Santo que vai nascer de você será chamado 
Filho de Deus”.
Primeiro problema “à vista”: 
O anjo foi enviado a uma virgem ou a uma 
jovem chamada Maria?
Observamos que tanto Lucas quanto 
Mateus usam o termo “virgem” para 
designar Maria. A diferença entre eles é que 
o autor de Mateus o usa para justificar a 
gravidez de Maria, baseando-se no que ele 
supõe ser uma profecia: 
Mt 1,22-23: "Tudo isso aconteceu para se 
cumprir o que o Senhor havia dito pelo 
profeta: 'Vejam: a virgem conceberá, e 
dará à luz um filho. Ele será chamado pelo 
nome de Emanuel, que quer dizer: Deus 
está conosco'".
Essa alegação de Mateus de que isso havia 
sido dito pelo profeta é feita para relacionar 
a ocorrência a uma suposta profecia do 
profeta Isaías, especificamente no passo Is 
7,14; já iremos falar dele. 
Entretanto, o autor de Lucas já não teve a 
mínima preocupação em relacionar o 
ocorrido a qualquer profecia.
James D. Tabor, em A dinastia de Jesus, diz 
que a referência de Mateus é: 
“[…] a um antigo adágio do profeta Isaías: 
“eis que uma virgem conceberá, e dará à 
luz um filho, e será o seu nome Emanuel” - 
como se dissesse que a gravidez de Maria 
era a realização dessa profecia (Isaías 
7:14). […] A palavra hebraica (almah) que 
Mateus traduz por “virgem”, em sua versão 
grega, significa “jovem mulher” ou 
“donzela”, sem introduzir qualquer 
implicação miraculosa. (21). […]”. 
Vejamos o que ele colocou na nota (21):
“(21) A tradução grega da Bíblia hebraica, 
conhecida com Septuaginta ou LXX, usou a 
palavra parthenos em Isaías 7:14. Significa 
“virgem”, porém o sentido evidente do contexto 
não é o de uma mulher que engravida sem 
nenhum homem, mas de uma menina virgem 
que nunca fez sexo ficando grávida. Este bebê 
singular não nasceria de uma mulher que já 
teve filhos, mas de uma que era virgem quando 
ficou grávida. Como Mateus escreveu em grego 
e está citando Isaías, ele também usa a palavra 
parthenos. Quanto a Versão Revisada do Antigo 
Testamento foi publicada, em 1952, os 
tradutores empregaram corretamente o termo 
“jovem”, em vez do tradicional “virgem”, em 
Isaías 7:14. [...]”. (TABOR, 2006, p. 60).
Segundo problema “à vista”: 
Há alguma profecia bíblica dando conta de que 
alguma virgem daria luz ao Messias?
“Todos os grandes personagens, tenham sido eles 
reis ou sábios – como, por exemplo, os gregos 
Pitágoras (c. 570-490 a.C.) ou Platão (c. 417-347 
a.C.) –, ou se tenham tornado o centro de 
alguma religião e acabado por ser adorados como 
“filhos de Deus” (Buda, Krishna, Confúcio e Lao 
Tsé) foram mitificados pela posteridade como 
filhos de uma virgem. Jesus, surgido muito 
depois, mas destinado a desempenhar um papel 
semelhante ao que os seus antecessores haviam 
desempenhado, não podia ter um estatuto 
inferior ao deles. Desse modo, o budismo, o 
confucionismo, o tauismo e o cristianismo, 
ficaram indelevelmente marcados pelo facto de 
terem sido fundados por um “filho do Céu”, 
encarnado através do acesso directo e 
sobrenatural de Deus ao ventre de uma virgem 
especialmente escolhida e apropriada”. 
(RODRÍGUEZ, 2007, p. 103).
Como já mencionado o texto bíblico 
apontado como sendo essa profecia é tirado 
do livro de Isaías, no qual se diz: 
Is 7,14: “Portanto, o Senhor mesmo vos 
dará um sinal: Eis que a virgem conceberá 
e dará à luz um filho e lhe chamará de 
Emanuel”. 
É certo que esse versículo, isolado de seu 
contexto, pode servir para que se veja nele 
até mesmo uma profecia, no caso, a 
respeito de Jesus. Entretanto, a realidade é 
bem diferente, razão pela qual é oportuno 
vermos esse texto dentro de seu contexto.
Is 7,1-16: “Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho 
de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei 
da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, 
subiram a Jerusalém, para pelejarem contra ela, 
mas não a puderam conquistar. Quando deram 
aviso à casa de Davi, dizendo: A Síria fez aliança 
com Efraim; ficou agitado o coração de Acaz, e o 
coração do seu povo, como se agitam as árvores do 
bosque à força do vento. Então disse o Senhor a 
Isaías: saí agora, tu e teu filho Sear-Jasube, ao 
encontro de Acaz, ao fim do aqueduto da piscina 
superior, na estrada do campo do lavandeiro, e 
dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem 
te desfaleça o coração por causa destes dois 
pedaços de tições fumegantes; por causa do ardor 
da ira de Rezim e da Síria, e do filho de Remalias.
Porquanto a Síria maquinou o mal contra ti, com 
Efraim e com o filho de Remalias, dizendo: 
Subamos contra Judá, e amedrontemo-lo, e demos 
sobre ele, tomando-o para nós, e façamos reinar no 
meio dele o filho de Tabeel. Assim diz o Senhor 
Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco 
acontecerá. Pois a cabeça da Síria é Damasco, e o 
cabeça de Damasco é Rezim; e dentro de sessenta 
e cinco anos Efraim será quebrantado, e deixará de 
ser povo. Entretanto a cabeça de Efraim será 
Samária, e o cabeça de Samária o filho de 
Remalias; se não o crerdes, certamente não haveis 
de permanecer. De novo falou o Senhor com Acaz, 
dizendo: Pede para ti ao Senhor teu Deus um sinal; 
pede-o ou em baixo nas profundezas ou em cima 
nas alturas. Acaz, porém, respondeu: Não o pedirei 
nem porei à prova o Senhor.
Então disse Isaías: Ouvi agora, ó casa de Davi: 
Pouco vos é afadigardes os homens, que ainda 
afadigareis também ao meu Deus? Portanto o 
Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma 
virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o 
seu nome Emanuel. Manteiga e mel comerá, 
quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem. 
Pois antes que o menino saiba rejeitar o mal e 
escolher o bem, será desolada a terra dos dois reis 
perante os quais tu tremes de medo”.
Na análise dessa passagem, que, na Bíblia 
Shedd, é denominada de “Profecia contra 
Israel e a Síria”, que já indica que ela não 
diz respeito a Jesus. 
Dela realçamos o início do versículo, já que 
ele é quase sempre subtraído quando 
buscam justificar suas interpretações: 
“Portanto, o Senhor mesmo vos dará um 
sinal” (Is 7,14). 
Ora, devemos concluir disso que Deus daria 
um sinal a alguém; mas, quem e por quê? 
Para termos as respostas, vamos recorrer 
às informações em nota de rodapé:
O reino do Norte (Efraim), cujo rei era Faceia, se 
aliou a Rason, rei de Aram, numa tentativa de se 
libertar do perigo assírio. Como o reino do Sul 
(Judá) não participou da coalizão entre o reino do 
Norte e Aram, estes dois temeram que Judá se 
tornasse aliado da Assíria; resolveram então atacar 
o reino do Sul, para destronar o rei Acaz e colocar 
no seu lugar o filho de Tabeel, rei de Tiro. Acaz 
teme o cerco e verifica a reserva de água da 
cidade. Isaías vai ao seu encontro e o tranquiliza, 
mostrando que não haverá perigo, pois continua 
válida a promessa de que a dinastia de Davi será 
perene, desde que se coloque total confiança em 
Javé. O sinal prometido a Acaz é o seu próprio 
filho, do qual a rainha (a jovem) está grávida. Esse 
menino que está para nascer é o sinal de que Deus 
permanece no meio do seu povo (Emanuel = Deus 
conosco). (Bíblia Sagrada Pastoral, p. 955).
Outra opinião bem interessante: 
[...] a citação em Mt 1,22 de, ls 7,14: "a 
virgem conceberá um filho". Não se trata, 
neste caso, de erro do copista, nem de 
tradução errada. O que se produziu foi um 
deslocamento de significado. Os tradutores 
gregos entendiam perfeitamente o sentido 
da palavra hebraica 'almâ, traduzida por 
parthénos no sentido de "jovem" e não de 
"virgem". Os cristãos, que criam no 
nascimento misterioso de Cristo, 
interpretaram o texto de Is como profecia 
do nascimento "virginal" do Messias, 
atribuindo ao termo parthénos o significado 
de "virgem". (BARRERA, 1999, p. 397-398).
Assim, pelo contexto bíblico podemos 
observar que Deus promete um sinal ao rei 
Acaz e esse sinal é justamente o filho do rei 
que estaria por nascer. 
Qualquer interpretação fora disso é 
distorcer o teor do texto. Além disso, vê-se 
que o fato é próximo e não uma previsão 
para um acontecimento num futuro 
longínquo, já que querem atribuir essa 
profecia a Jesus.
Terceiro problema “à vista”: 
Se “o anjo Gabriel foi enviado por Deus a 
uma cidade da Galileia chamada Nazaré” o 
motivo, certamente, só pode ser porque 
Maria vivia nessa cidade. 
Além disso, o autor de Lucas, em seu 
relato, não afirmou que isso acontecia para 
cumprir alguma profecia, como o faz o de 
Mateus. 
Se viviam em Nazaré, e como não há uma 
boa razão para Jesus ter nascido em outro 
lugar, o mais lógico é que seu nascimento 
se deu em Nazaré:
Lc 2,39-40: “Quando acabaram de cumprir 
todas as coisas, conforme a Lei do Senhor, 
voltaram para Nazaré, sua cidade, que 
ficava na Galileia. O menino crescia e ficava 
forte, cheio de sabedoria. E a graça de 
Deus estava com ele”. 
Lc 2,51: “Jesus desceu então com seus pais 
para Nazaré, e permaneceu obediente a 
eles. E sua mãe conservava no coração 
todas essas coisas”.
João 7, 40-42: “[…] alguns diziam no meio 
da multidão: 'De fato, este homem é mesmo 
o Profeta!' Outros diziam: 'Ele é o Messias”. 
Outros ainda afirmavam: 'Mas o Messias virá 
da Galileia? A Escritura não diz que o Messias 
será da descendência de Davi e que virá de 
Belém, povoado de onde era Davi?'”.
Quarto problema “à vista”: 
Qual foi o motivo de um anjo aparecer a 
Maria e um outro a José? Por que o que 
apareceu a José foi em sonho e não como o 
de Maria, num momento em que ela estava 
bem acordada? 
É estranha essa história, pois o autor de 
Mateus, que se tem hoje como um 
desconhecido e não o apóstolo homônimo, 
diz que um anjo, que não cita o nome, 
apareceu foi a José, é, portanto, um relato 
diferente do de Lucas; o que se confirma:
Mt 1,18-21: “A origem de Jesus, o Messias, 
foi assim: Maria, sua mãe, estava 
prometida em casamento a José, e, antes 
de viverem juntos, ela ficou grávida pela 
ação do Espírito Santo. José, seu marido, 
era justo. Não queria denunciar Maria, e 
pensava em deixá-la, sem ninguém saber. 
Enquanto José pensava nisso, o Anjo do 
Senhor lhe apareceu em sonho, e disse: 
"José, filho de Davi, não tenha medo de 
receber Maria como esposa, porque ela 
concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela 
dará à luz um filho, e você lhe dará o nome 
de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos 
seus pecados”.
Aliás, é fácil notar que o autor do Evangelho 
Segundo Mateus preocupava-se, muito mais 
do que os outros autores, em sempre 
relacionar os acontecimentos ocorridos com 
a Jesus a alguma suposta profecia a seu 
respeito. 
Estava tão imbuído desse espírito a ponto de 
citar profecias inexistentes, como é o caso, 
por exemplo, do passo Mt 2,23, no qual ele 
diz que profetas previram que Jesus “Será 
chamado o Nazareno”. Porém, não há um só 
profeta que tenha dito isso.
Esse pensamento é também o da 
especialista Elaine Pagels, professora de 
religião na Universidade de Princeton, 
graduada em ph.D. pela Universidade de 
Harvard, que confirma essa tendência do 
autor de Mateus: 
“[…] Hoje, porém, muitos estudiosos 
sugerem que a correspondência entre 
profecia e evento que Mateus descreve 
mostra que ele às vezes adaptou sua 
narrativa de modo a adequá-la às 
profecias”. […] (PAGELS, 2004, p. 114).
Quinto problema “à vista”: 
Lc 1,26-35: “O anjo respondeu: "O Espírito 
Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a 
cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que 
vai nascer de você será chamado Filho de 
Deus”. 
Mt 1,18: “A origem de Jesus, o Messias, foi 
assim: Maria, sua mãe, estava prometida em 
casamento a José, e, antes de viverem juntos, 
ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.
Quinto problema “à vista”: 
Lc 1,26-35: “O anjo respondeu: "O Espírito 
Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a 
cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que 
vai nascer de você será chamado Filho de 
Deus”. 
Mt 1,18: “A origem de Jesus, o Messias, foi 
assim: Maria, sua mãe, estava prometida em 
casamento a José, e, antes de viverem juntos, 
ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 
Então, se Jesus é “obra do Espírito Santo”, ele 
não é filho carnal de José. Assim sendo, 
derruba-se, por óbvio, a crença de que Jesus é 
da estirpe de Davi, como lhe atribuem em 
profecias.
Ademais, se levamos em consideração que, 
para os judeus, 
“Ruah é palavra hebraica, feminina, que 
significa Espírito” (TRICCA, 1995b, p. 176), 
é pouco provável que a utilizassem para 
sustentar a ideia de que Maria havia se 
engravidado de uma mulher. 
No Evangelho de Felipe (Apócrifo), consta 
exatamente isso:
“Alguns dizem que Maria concebeu por obra 
do Espírito Santo. Esses se equivocam, não 
sabem o que dizem. Quando alguma vez 
uma mulher foi concebida de uma mulher? 
Maria é a virgem a quem Potência alguma 
jamais manchou. Ela é uma grande 
anátema para os judeus que são os 
apóstolos e os apostólicos. Esta Virgem que 
nenhuma Potência violou, [… enquanto que] 
as Potências se contaminaram. O Senhor 
não [teria] dito: 'Pai meu que estás no céu', 
se não tivesse outro pai; do contrário 
haveria dito simplesmente: '[Pai meu]'”. 
(TRICCA, 1995b, p. 182).
Lucas afirma que Maria estava “prometida 
em casamento a um homem chamado José, 
que era descendente de Davi” (Lc 1,27), 
provavelmente dizer que também Jesus 
seria descendente de Davi, entretanto, isso 
só poderia ocorrer se Jesus tivesse nascido 
biologicamente de José. 
É fácil confirmar que o tinham como 
descendente de Davi; vejamos em Paulo: 
“[...] nascido da estirpe de Davi segundo a 
carne” (Rm 1,3). 
Portanto, ao se admitir que Jesus não seja 
filho biológico de José é desconsiderar o que 
se deduz desse texto; sem levar em conta 
que isso também fere a lógica.
Mª Helena de Oliveira Tricca, em Apócrifos I 
– Os proscritos da Bíblia, cita a obra “A 
história de José o carpinteiro”, na qual 
lemos: 
“Assim José o Carpinteiro, pai de Cristo 
segundo a carne, abandonou esta vida 
mortal e viveu cento e doze anos. […]” 
(TRICCA, 1995a, p. 197). 
Isso corrobora o dito por Paulo e nos induz a 
concluir que, àquela época, não tinham 
mesmo Jesus como fruto de fecundação do 
Espírito Santo, mas de um homem, 
portanto, teve uma concepção natural, o 
que se dá com todos os seres humanos.
Sexto problema “à vista”: 
Havia alguma profecia a respeito de um 
filho de Davi vir como sendo o Messias? 
Quem veio com essa história foi o autor de 
Mateus: 
Mateus 2,5-6: “Eles responderam: 'Em 
Belém, na Judeia, porque assim está escrito 
por meio do profeta: ‘E você, Belém, terra 
de Judá, não é de modo algum a menor 
entre as principais cidades de Judá, porque 
de você sairá um Chefe, que vai apascentar 
Israel, meu povo’”.
Vejamos o que “disse” o profeta: 
Malaquias 5,1: “Mas você, Belém de Éfrata, 
tão pequena entre as principais cidades de 
Judá! É de você que sairá para mim aquele 
que há de ser o chefe de Israel. A origem 
dele é antiga, desde tempos remotos”.
Na sequência desse passo, verifica-se que a 
realidade é bem outra: 
“Pois Deus os entrega só até que a mãe dê à 
luz, e o resto dos irmãos volte aos israelitas. 
De pé, ele governará com a própria força de 
Javé, com a majestade e o nome de Javé, seu 
Deus. E habitarão tranquilos, pois ele 
estenderá o seu poder até as extremidades da 
terra. Ele próprio será a paz. Se a Assíria 
invadir o nosso território e quiser pisar o 
interior de nossos palácios, poremos em luta 
contra eles sete pastores e oito comandantes. 
Eles vão governar a Assíria com espada, a 
terra de Nemrod com punhal. Ele nos livrará 
da Assíria, se invadirem o nosso território, se 
atravessarem nossas fronteiras” (Mq 5,2-5).
A pessoa de quem Miqueias, profeta do 
século VIII a.C., está falando é a que 
livraria o povo hebreu da Assíria. Nas 
pesquisas que fizemos não conseguimos 
estabelecer, com precisão, quem poderia 
ser; porém, o mais provável, é que tenha 
sido Ezequias, filho do rei Acaz, Rei de Judá 
(721-693 a.C.).
Cita-se, às vezes, o profeta Jeremias: 
Jr 23,5: "Eis que vêm dias, diz o Senhor, em 
que levantarei a a Davi um Renovo justo; e, 
rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e 
executará o juízo e a justiça na terra. (ver tb 
Jr 33,14-15). 
Coloquemos o versículo seguinte: 
Jr 23,6: “Nos seus dias, Judá será salvo, e 
Israel habitará seguro; será este o seu nome, 
com que será chamado: SENHOR, Justiça 
Nossa”. (ver tb Jr 33,16) 
É bom lembrar que o nome Jesus significa: 
“Deus é salvação” e não “Senhor, Justiça 
Nossa”.
O que Jeremias estava falando era algo 
relacionado a um evento próximo deles, que à 
época viviam exilados na Babilônia (586 a 539 
a.C.). 
“O Cativeiro da Babilônia acabou em 539 
a.C., quando Ciro, imperador persa conquis-tou 
a Babilônia libertou os judeus, que 
retornaram a Palestina e reconstruíram o 
templo de Jerusalém, que havia sido 
destruído por Nabucodonosor. […]”. 
(Wikipédia).
“[….] Para o Segundo Isaías, o Ungido de 
Iahweh não é um rei davídico mas Ciro, rei 
da Pérsia, (Is 45,1), instrumento de Deus 
para a libertação do seu povo; [...]”. (Bíblia 
de Jerusalém, p. 1236).
Quanto a Ciro, que sabemos ter sido o rei 
da Pérsia, podemos ver que, em Is 44,28, 
ele é colocado como pastor do rebanho de 
Deus, e mais especificamente em Is 45,1 
está como ungido de Deus que, para 
melhor destaque, grifamos: Eis aqui o que 
diz o Senhor a Ciro meu cristo, a quem 
tomei pela destra para lhe sujeitar ante a 
sua face as gentes, e fazer voltar as costas 
aos reis, e abrir diante dele as portas, e 
estas mesmas portas não se fecharão. (texto 
da Bíblia Barsa).
“Existem estudiosos do Novo Testamento 
que duvidam da validade histórica até 
mesmo desse arcabouço básico, 
especialmente da história do nascimento de 
Jesus em Belém. Sustentam que a história 
de Belém foi provavelmente acrescentada 
para dar crédito a Jesus como Messias 
descendente de Davi, já que Belém era a 
cidade de Davi. Existem certos indícios de 
que a questão do local do nascimento de 
Jesus, na Galileia ou na Judeia, tornou-se 
uma questão de controvérsia e discussão 
dentro de grupos judeus (consulte João 
7:40-44)”. (TABOR, 2006, p. 336).
A conclusão exarada do Seminário de Jesus 
foi de que: 
“Jesus provavelmente nasceu em Nazaré, 
sua cidade natal. Lendas posteriores que 
localizam seu nascimento em Belém foram 
inventadas para satisfazer uma antiga 
profecia”. (SOUZA, 2011, 104). 
“Seminário de Jesus (SJ) é uma instituição 
composta por cerca de 100 pesquisadores, altamente 
qualificados, que, há 26 anos, se dedicam à 
investigação científica dos Evangelhos, em busca das 
palavras e ações autênticas de Jesus”. (SOUZA, 
2011, p. 65).
Sétimo problema “à vista”: 
Os nomes Emmanuel e Jesus não têm a 
mesma significação: 
Emmanuel = Deus está conosco, e 
Jesus = Deus é salvação. 
Apresentamos isso, pelo fato de que na 
suposta profecia de Isaías (7,14) está dito 
que a criança deveria chamar Emmanuel, 
enquanto que o anjo, que parece não saber 
disso, afirma à jovem Maria que o nome 
dela será Jesus (Lc 1,31).
Mas se a família de Jesus vivia mesmo em 
Nazaré, como tudo leva a crer, qual foi a 
estratégia do redator bíblico para fazê-lo 
nascer em Belém? 
O autor dessa façanha foi quem escreveu o 
Evangelho Segundo Lucas, que inventou a 
história de um decreto de recenseamento 
naqueles tempos:
Lc 2,1-7: “Naqueles dias, o imperador 
Augusto publicou um decreto, ordenando o 
recenseamento em todo o império. Esse 
primeiro recenseamento foi feito quando 
Quirino era governador da Síria. Todos iam 
registrar-se, cada um na sua cidade natal. 
José era da família e descendência de Davi. 
Subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até à 
cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, 
para registrar-se com Maria, sua esposa, 
que estava grávida. Enquanto estavam em 
Belém, se completaram os dias para o parto, 
e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela 
o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois 
não havia lugar para eles dentro da casa”.
Belém ficava a cerca 
de 150 km de 
Nazaré, onde morava 
a família de Jesus. 
Uma viagem dessa, 
para uma mulher 
grávida, era tudo de 
inconveniente que 
poderia lhe 
acontecer. 
Localizando:
Rohden: 
De Nazaré a 
Jerusalém, a 
jornada levava 
uns quatro a cinco 
dias (p. 50). 
De Jerusalém a 
Belém, a viagem 
era de duas horas 
(p. 38). 
Huberto Rohden, obra: Jesus Nazareno.
Essa circunstância foi inventada para 
responder a Miqueias, V, 1. O 
recenseamento efetuado por Quirino, ao 
qual a lenda relaciona a viagem a Belém, 
data de pelo menos dez anos além do ano 
em que, segundo Lucas, Jesus teria 
nascido. Os dois evangelistas, de fato, 
situam o nascimento de Jesus sob o reino 
de Herodes (Mat., II, 1, 19, 22; Lucas, I, 
5). Logo, o recenseamento de Quirino só 
aconteceu após a deposição de Arquelau, 
quer dizer, dez anos após a morte de 
Herodes, no ano 37 da era de Acio (Josefo, 
Ant., XVII, XIII, 5; XVIII, 5, 1; II, 1). […] 
(RENAN, 2004, p. 99).
O autor de Mateus faz Jesus nascer em 
Belém (Mt 2,1), sem dar as razões disso, 
porém, teve que fazê-lo sair de Belém e 
“aparecer” em Nazaré. Para isso criou a 
história de que Herodes queria massacrar as 
crianças de até dois anos (Mt 2,16). Um 
anjo avisa a José para que fuja para o Egito, 
e aí, esse autor não perde a oportunidade 
de citar mais uma suposta profecia: 
“Dispondo-se ele, tomou de noite o menino 
e sua mãe e partiu para o Egito; e lá ficou 
até à morte de Herodes, para que se 
cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por 
intermédio do profeta: 'Do Egito chamei o 
meu Filho'”. (Mt 2,14-15).
Será que Herodes tentou mesmo matar o 
menino, como é afirmado? Pura invenção, 
pois é fato “que Herodes faleceu quatro 
anos antes da era cristã” (WILSON, 2007, p. 11). 
Acrescentamos: 
Quanto ao registro histórico, também devo 
chamar a atenção para o fato de que não 
há nenhum relato, em qualquer fonte 
antiga, sobre o rei Herodes massacrar 
crianças em Belém, ou em seus arredores, 
ou em qualquer outro lugar. Nenhum outro 
autor, bíblico ou não, menciona isso. […] 
(EHRMAN, 2010, p. 46).
“[…] Temos registros históricos excepcio-nalmente 
bons sobre o reinado de Herodes, 
o Grande. É inconcebível que tal “matança 
de crianças” não fosse registrada pelo 
historiador judeu Josefo ou por outros 
historiadores romanos contemporâneos. O 
relato de Mateus é claramente teológico, 
escrito para justificar opiniões posteriores 
sobre o status elevado de Jesus. Mas ele 
certamente tem razão quanto a um ponto – 
Herodes realmente temia o nascimento de 
uma criança que poderia crescer e tornar-se 
pretendente ao trono real de Davi como 
um legítimo 'Rei dos judeus'”. (TABOR, 2006, p. 
103-104).
Após voltar desse exílio temporário no Egito, 
José e família, passam a morar em Nazaré. 
Novamente o autor de Mateus apresenta 
uma profecia para justificar isso: 
Mateus 2,23: “E foi habitar numa cidade 
chamada Nazaré, para que se cumprisse o 
que fora dito por intermédio dos profetas: 
Ele será chamado Nazareno”. 
Observar que está “dos profetas”, 
entretanto, não há um só profeta que tenha 
dito isso. 
Ademais podemos acrescentar que, segundo 
o escritor Werner Keller, “inexiste prova 
histórica ou arqueológica da ‘fuga para o 
Egito’”. (KELLER, 2000, p. 366).
O adjetivo provém, sem dúvida, do nome de 
Nazaré. Serviu para designar os cristãos (At 
24,5). (Bíblia Sagrada Ave Maria, p. 1286). 
“Nazareu” (nazôraios forma usada por Mt, Jo e 
At) e o seu sinônimo “nazareno” (nazarênos, 
forma usada por Mc; Lc tem as duas formas) 
são duas transcrições correntes do mesmo 
adjetivo aramaico (nasraya), derivado do 
nome da cidade de Nazaré (Nasrath). Aplicado 
primeiro a Jesus – indicando sua origem 
(26,69.71) – e depois a seus sequazes (At 
24,5), esse termo ficou como designativo dos 
discípulos de Jesus no mundo semítico, 
enquanto no mundo greco-romano prevaleceu 
o nome de “cristão” (At 11,26). […] (Bíblia de 
Jerusalém, p. 1706).
Era comum entre os hebreus designar a pessoa 
pelo nome acrescido do local de nascimento, 
como por exemplo: José de Arimateia, Paulo 
de Tarso, Maria de Magdala, etc. 
Portanto, seguindo essa forma de identificação, 
o nome Jesus de Nazaré se refere a quem 
nasceu em Nazaré. E, por mais que 
procurássemos na Bíblia não encontramos em 
um só lugar a designação de Jesus de Belém. 
Lc 23,50-51: “Havia um homem bom e justo, 
chamado José. Era membro do Conselho, mas 
não tinha aprovado a decisão, nem a ação dos 
outros membros. Ele era de Arimateia, cidade 
da Judeia, e esperava a vinda do reino de 
Deus”.
Mt 3,13: “Jesus foi da Galileia para o rio 
Jordão, a fim de se encontrar com João, e 
ser batizado por ele”. 
Mt 4,12-13; “Ao saber que João tinha sido 
preso, Jesus voltou para a Galileia. Deixou 
Nazaré, e foi morar em Cafarnaum, que fica 
às margens do mar da Galileia, nos confins 
de Zabulon e Neftali”. 
Mt 21,10-11: “Quando Jesus entrou em 
Jerusalém, toda a cidade ficou agitada, e 
perguntavam: "Quem é ele?" E as 
multidões respondiam: "É o profeta Jesus, 
de Nazaré da Galileia”.
Lc 18,35-38: “Quando Jesus se aproximava de 
Jericó, um cego estava sentado à beira do 
caminho, mendigando. Ouvindo o barulho da 
multidão que passava, perguntou o que havia. 
Anunciaram-lhe: É Jesus, o Nazareno que está 
passando. Então, ele começou a gritar: 
'Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!'". 
Jo 1,43-46: “No dia seguinte, Jesus decidiu 
partir para a Galileia. Encontrou Filipe e disse: 
'Siga-me'. Filipe era de Betsaida, cidade de 
André e Pedro. Filipe se encontrou com 
Natanael e disse: 'Encontramos aquele de 
quem Moisés escreveu na Lei e também os 
profetas: é Jesus de Nazaré, o filho de José'. 
Natanael disse: 'De Nazaré pode sair coisa 
boa?' Filipe respondeu: 'Venha, e você verá'”.
Mc 6,1-5: “Jesus foi para Nazaré, sua terra, 
e seus discípulos o acompanharam. 
Quando chegou o sábado, Jesus começou a 
ensinar na sinagoga. Muitos que o 
escutavam ficavam admirados e diziam: 
'De onde vem tudo isso? […] Esse homem 
não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão 
de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E 
suas irmãs não moram aqui conosco?' E 
ficaram escandalizados por causa de Jesus. 
Então Jesus dizia para eles que um profeta 
só não é estimado em sua própria pátria, 
entre seus parentes e em sua família. E 
Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré. 
Apenas curou alguns doentes, pondo as 
mãos sobre eles”.
Numa outra versão, o versículo 4: 
“um profeta só não é estimado em sua 
própria pátria” 
tem o seguinte teor: 
“Um profeta só é estimado fora da sua 
terra natal” (Loyola) 
Então, aqui temos o próprio Jesus 
afirmando ser Nazaré o seu local de 
nascimento, que também é o sentido de 
“sua própria pátria” na versão acima.
Jo 7,25-27: “Algumas pessoas de 
Jerusalém comentavam: […] nós sabemos 
de onde vem esse Jesus, mas, quando 
chegar o Messias, ninguém saberá de 
onde ele vem'”. 
Jo 7,40-42: “Ouvindo essas palavras, 
alguns diziam no meio da multidão: 'De 
fato, este homem é mesmo o Profeta!' 
Outros diziam: 'Ele é o Messias'. Outros 
ainda afirmavam: 'Mas o Messias virá da 
Galileia? A Escritura não diz que o Messias 
será da descendência de Davi e que virá 
de Belém, povoado de onde era Davi?'”
Jo 7,50-52: “Mas Nicodemos, um dos 
fariseus, aquele que tinha ido encontrar-se 
com Jesus, disse: 'Será que a nossa Lei 
julga alguém antes de ouvir e saber o que 
ele faz?' Eles responderam: 'Você também 
é galileu? Estude e verá que da Galileia não 
sai profeta'”. 
Jo 19,19: “Pilatos escrever também um 
letreiro e mandou colocá-lo no alto da cruz. 
Nele estava escrito: 'Jesus de Nazaré, o rei 
dos Judeus'”.
Um último ponto: 
Jesus nasceu em 25 de dezembro, como 
se comemora?
Transcrevemos de Juan Arias, padre escritor e 
jornalista, o seguinte: 
“Sem dúvida, Jesus não nasceu em 25 de 
dezembro, e provavelmente nem sequer no 
inverno, pois, se for verdade o que Lucas relata, os 
pastores tinham seus rebanhos fora dos estábulos, 
o que seria impossível no rio de dezembro. 
Nenhum evangelista cita essa data, embora seja o 
dia em que se comemora o Natal em todo o mundo 
cristão. Acontece que, como a Igreja tinha que 
escolher uma data, optou por aquela em que se 
celebrava a festa do Sol, que por sua vez coincidia 
com o nascimento do deus pagão Mitra. E hoje 
tudo leva a crer que Jesus não nasceu em Belém, 
como afirmam os evangelhos de Mateus e Lucas 
(Marcos e João nem mencionam seu nascimento), 
mas em Nazaré”. (ARIAS, 2001, p. 50).
Referência Bibliográfica: 
A Bíblia Anotada, 8ª edição, São Paulo: Mundo Cristão, 1994. 
Bíblia Sagrada, Edição Pastoral. 43ª impressão. São Paulo: Paulus, 2001. 
Bíblia Shedd, 2ª Edição rev. e atual. no Brasil. São Paulo: Vida Nova; Brasília: 
SBB, 2005. 
Bíblia Sagrada, 68ª edição, São Paulo: Ave Maria, 1989. 
Bíblia de Jerusalém, nova edição, revista e ampliada, São Paulo: Paulus, 2002. 
Novo Testamento, s/ed. São Paulo:Loyola, 1984. 
ARIAS, J. Jesus, esse grande desconhecido. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 
BARRERA, J. T. A Bíblia judaica e a Bíblia cristã: introdução à história da Bíblia. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. 
CARPENTER, E. Religiões pagãs e cristãs: origens e significados. São Paulo: 
Tahyu, 2008. 
CAVALCANTE, R. Quem foi Jesus. In: Revista Superinteressante, São Paulo: 
Abril, edição 183, dez/2002. 
EHRMAN, B. D. Quem Jesus foi? Quem Jesus não foi? Rio de Janeiro: Ediouro, 
2010. 
KELLER, W. E a Bíblia tinha razão... São Paulo: Melhoramentos, 2000. 
LOES, J. A face humana de Jesus in: Revista IstoÉ, nº 2093, 2009, p. 62-77. 
PAGELS, E. Além de toda crença: o Evangelho desconhecido de Tomé. Rio de 
Janeiro: Objetiva, 2004. 
RENAN, E. Vida de Jesus. São Paulo: Martin Claret, 2004. 
ROHDEN, H. Jesus Nazareno. São Paulo: Martins Claret, 2007. 
RODRÍGUEZ, P. Mentiras fundamentais da Igreja Católica. Lisboa, Portugal: 
Terramar, 2007.
SOUZA, J. P. Três maneiras de ver Jesus: a maneira histórica, a mítica literal e a 
mítica simbólica. Fortaleza: Gráfica LCR, 2011. 
TABOR, J. D. A dinastia de Jesus: a história secreta das origens do cristianismo. 
Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. 
TRICCA, M. H. O. Apócrifos I– Os proscritos da Bíblia. São Paulo: Mercuryo, 
1995a. 
TRICCA, M. H. O. Apócrifos II – Os proscritos da Bíblia. São Paulo: Mercuryo, 
1995b. 
WILSON, A. N. Jesus, o maior homem do mundo. São Paulo: Prestígio, 2007. 
Revista IstoÉ, nº 2093, São Paulo: Editora Três, 23/12/2009. 
Revista Superinteressante, São Paulo: Abril, edição 183, dez/2002. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hebreus, acesso em 03.11.2012, às 11:44hs. 
Imagens: 
http://www.flickr.com/photos/aronmacedo/5419893518/sizes/l/in/photostream/
Disponíveis no site: 
www.paulosnetos.net, 
encontram-se estes textos: 
A fuga para o Egito 
Jesus de Belém ou de Nazaré? 
Nascido de uma virgem 
Será que os profetas previram a vinda de 
Jesus? 
Versão 2

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Jesus de Belém ou de Nazaré sd

  • 1. JJeessuuss ddee BBeelléémm oouu ddee NNaazzaarréé??
  • 2. Vários estudiosos bíblicos dizem que Jesus não nasceu em Belém, a princípio isso pareceu-nos bem estranho, pois os teólogos sempre afirmaram que sim. O repórter João Loes, em artigo publicado na revista IstoÉ, intitulado “A face humana de Jesus”, apresenta-nos o seguinte:
  • 3. “Embora os evangelhos de Mateus e Lucas afirmarem que Jesus tenha nascido em Belém, é muito provável que isso tenha ocorrido em Nazaré. “Todos os grandes especialistas bíblicos são unânimes em admitir que Jesus nasceu em Nazaré”, afirma Frei Betto, religioso dominicano autor do recém-lançado “Um homem Chamado Jesus”. Ao que tudo indica, Lucas e Mateus teriam escolhido Belém como cidade natal de Jesus para que suas versões da vida de Cristo se alinhassem a uma profecia do Antigo Testamento, segundo a qual o Messias nasceria na Cidade do Rei Judeu, ou seja, a Cidade de Davi, que é Belém”. (LOES, 2009, p. 65).
  • 4. A Revista Superinteressante nº 183, publica um artigo do jornalista e editor Rodrigo Cavalcante intitulado “Quem foi Jesus?”, do qual ressaltamos este interessante trecho:
  • 5. “[...] E o segundo problema, ainda mais grave, é que provavelmente Jesus não nasceu em Belém. “Há quase um consenso entre os historiadores de que Jesus nasceu em Nazaré”, diz o padre Jaldemir Vitório, do Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte. Então por que o evangelho de Mateus diz que o nascimento foi em Belém? Vitório explica que o texto segue o gênero literário conhecido por midrash. Basicamente, o midrash é uma forma de contar a história da vida de alguém usando como pano de fundo a biografia de outras personalidades históricas. No caso de Jesus, ele explica, a referência a Belém é feita para associá-lo ao rei Davi do Antigo Testamento – que, segundo a tradição, teria nascido lá”. (CAVALCANTE, 2002, p. 43).
  • 7. Vejamos o anúncio a Maria de que ela ficaria grávida: Lc 1,26-35: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré. Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. O anjo entrou onde ela estava, e disse: […] "Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim." Maria perguntou ao anjo: "Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?" O anjo respondeu: "O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus”.
  • 8. Primeiro problema “à vista”: O anjo foi enviado a uma virgem ou a uma jovem chamada Maria?
  • 9. Observamos que tanto Lucas quanto Mateus usam o termo “virgem” para designar Maria. A diferença entre eles é que o autor de Mateus o usa para justificar a gravidez de Maria, baseando-se no que ele supõe ser uma profecia: Mt 1,22-23: "Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 'Vejam: a virgem conceberá, e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco'".
  • 10. Essa alegação de Mateus de que isso havia sido dito pelo profeta é feita para relacionar a ocorrência a uma suposta profecia do profeta Isaías, especificamente no passo Is 7,14; já iremos falar dele. Entretanto, o autor de Lucas já não teve a mínima preocupação em relacionar o ocorrido a qualquer profecia.
  • 11. James D. Tabor, em A dinastia de Jesus, diz que a referência de Mateus é: “[…] a um antigo adágio do profeta Isaías: “eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” - como se dissesse que a gravidez de Maria era a realização dessa profecia (Isaías 7:14). […] A palavra hebraica (almah) que Mateus traduz por “virgem”, em sua versão grega, significa “jovem mulher” ou “donzela”, sem introduzir qualquer implicação miraculosa. (21). […]”. Vejamos o que ele colocou na nota (21):
  • 12. “(21) A tradução grega da Bíblia hebraica, conhecida com Septuaginta ou LXX, usou a palavra parthenos em Isaías 7:14. Significa “virgem”, porém o sentido evidente do contexto não é o de uma mulher que engravida sem nenhum homem, mas de uma menina virgem que nunca fez sexo ficando grávida. Este bebê singular não nasceria de uma mulher que já teve filhos, mas de uma que era virgem quando ficou grávida. Como Mateus escreveu em grego e está citando Isaías, ele também usa a palavra parthenos. Quanto a Versão Revisada do Antigo Testamento foi publicada, em 1952, os tradutores empregaram corretamente o termo “jovem”, em vez do tradicional “virgem”, em Isaías 7:14. [...]”. (TABOR, 2006, p. 60).
  • 13. Segundo problema “à vista”: Há alguma profecia bíblica dando conta de que alguma virgem daria luz ao Messias?
  • 14. “Todos os grandes personagens, tenham sido eles reis ou sábios – como, por exemplo, os gregos Pitágoras (c. 570-490 a.C.) ou Platão (c. 417-347 a.C.) –, ou se tenham tornado o centro de alguma religião e acabado por ser adorados como “filhos de Deus” (Buda, Krishna, Confúcio e Lao Tsé) foram mitificados pela posteridade como filhos de uma virgem. Jesus, surgido muito depois, mas destinado a desempenhar um papel semelhante ao que os seus antecessores haviam desempenhado, não podia ter um estatuto inferior ao deles. Desse modo, o budismo, o confucionismo, o tauismo e o cristianismo, ficaram indelevelmente marcados pelo facto de terem sido fundados por um “filho do Céu”, encarnado através do acesso directo e sobrenatural de Deus ao ventre de uma virgem especialmente escolhida e apropriada”. (RODRÍGUEZ, 2007, p. 103).
  • 15. Como já mencionado o texto bíblico apontado como sendo essa profecia é tirado do livro de Isaías, no qual se diz: Is 7,14: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará de Emanuel”. É certo que esse versículo, isolado de seu contexto, pode servir para que se veja nele até mesmo uma profecia, no caso, a respeito de Jesus. Entretanto, a realidade é bem diferente, razão pela qual é oportuno vermos esse texto dentro de seu contexto.
  • 16. Is 7,1-16: “Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem contra ela, mas não a puderam conquistar. Quando deram aviso à casa de Davi, dizendo: A Síria fez aliança com Efraim; ficou agitado o coração de Acaz, e o coração do seu povo, como se agitam as árvores do bosque à força do vento. Então disse o Senhor a Isaías: saí agora, tu e teu filho Sear-Jasube, ao encontro de Acaz, ao fim do aqueduto da piscina superior, na estrada do campo do lavandeiro, e dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem te desfaleça o coração por causa destes dois pedaços de tições fumegantes; por causa do ardor da ira de Rezim e da Síria, e do filho de Remalias.
  • 17. Porquanto a Síria maquinou o mal contra ti, com Efraim e com o filho de Remalias, dizendo: Subamos contra Judá, e amedrontemo-lo, e demos sobre ele, tomando-o para nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Tabeel. Assim diz o Senhor Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá. Pois a cabeça da Síria é Damasco, e o cabeça de Damasco é Rezim; e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será quebrantado, e deixará de ser povo. Entretanto a cabeça de Efraim será Samária, e o cabeça de Samária o filho de Remalias; se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer. De novo falou o Senhor com Acaz, dizendo: Pede para ti ao Senhor teu Deus um sinal; pede-o ou em baixo nas profundezas ou em cima nas alturas. Acaz, porém, respondeu: Não o pedirei nem porei à prova o Senhor.
  • 18. Então disse Isaías: Ouvi agora, ó casa de Davi: Pouco vos é afadigardes os homens, que ainda afadigareis também ao meu Deus? Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel. Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem. Pois antes que o menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, será desolada a terra dos dois reis perante os quais tu tremes de medo”.
  • 19. Na análise dessa passagem, que, na Bíblia Shedd, é denominada de “Profecia contra Israel e a Síria”, que já indica que ela não diz respeito a Jesus. Dela realçamos o início do versículo, já que ele é quase sempre subtraído quando buscam justificar suas interpretações: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal” (Is 7,14). Ora, devemos concluir disso que Deus daria um sinal a alguém; mas, quem e por quê? Para termos as respostas, vamos recorrer às informações em nota de rodapé:
  • 20. O reino do Norte (Efraim), cujo rei era Faceia, se aliou a Rason, rei de Aram, numa tentativa de se libertar do perigo assírio. Como o reino do Sul (Judá) não participou da coalizão entre o reino do Norte e Aram, estes dois temeram que Judá se tornasse aliado da Assíria; resolveram então atacar o reino do Sul, para destronar o rei Acaz e colocar no seu lugar o filho de Tabeel, rei de Tiro. Acaz teme o cerco e verifica a reserva de água da cidade. Isaías vai ao seu encontro e o tranquiliza, mostrando que não haverá perigo, pois continua válida a promessa de que a dinastia de Davi será perene, desde que se coloque total confiança em Javé. O sinal prometido a Acaz é o seu próprio filho, do qual a rainha (a jovem) está grávida. Esse menino que está para nascer é o sinal de que Deus permanece no meio do seu povo (Emanuel = Deus conosco). (Bíblia Sagrada Pastoral, p. 955).
  • 21. Outra opinião bem interessante: [...] a citação em Mt 1,22 de, ls 7,14: "a virgem conceberá um filho". Não se trata, neste caso, de erro do copista, nem de tradução errada. O que se produziu foi um deslocamento de significado. Os tradutores gregos entendiam perfeitamente o sentido da palavra hebraica 'almâ, traduzida por parthénos no sentido de "jovem" e não de "virgem". Os cristãos, que criam no nascimento misterioso de Cristo, interpretaram o texto de Is como profecia do nascimento "virginal" do Messias, atribuindo ao termo parthénos o significado de "virgem". (BARRERA, 1999, p. 397-398).
  • 22. Assim, pelo contexto bíblico podemos observar que Deus promete um sinal ao rei Acaz e esse sinal é justamente o filho do rei que estaria por nascer. Qualquer interpretação fora disso é distorcer o teor do texto. Além disso, vê-se que o fato é próximo e não uma previsão para um acontecimento num futuro longínquo, já que querem atribuir essa profecia a Jesus.
  • 23. Terceiro problema “à vista”: Se “o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré” o motivo, certamente, só pode ser porque Maria vivia nessa cidade. Além disso, o autor de Lucas, em seu relato, não afirmou que isso acontecia para cumprir alguma profecia, como o faz o de Mateus. Se viviam em Nazaré, e como não há uma boa razão para Jesus ter nascido em outro lugar, o mais lógico é que seu nascimento se deu em Nazaré:
  • 24. Lc 2,39-40: “Quando acabaram de cumprir todas as coisas, conforme a Lei do Senhor, voltaram para Nazaré, sua cidade, que ficava na Galileia. O menino crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com ele”. Lc 2,51: “Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e permaneceu obediente a eles. E sua mãe conservava no coração todas essas coisas”.
  • 25. João 7, 40-42: “[…] alguns diziam no meio da multidão: 'De fato, este homem é mesmo o Profeta!' Outros diziam: 'Ele é o Messias”. Outros ainda afirmavam: 'Mas o Messias virá da Galileia? A Escritura não diz que o Messias será da descendência de Davi e que virá de Belém, povoado de onde era Davi?'”.
  • 26. Quarto problema “à vista”: Qual foi o motivo de um anjo aparecer a Maria e um outro a José? Por que o que apareceu a José foi em sonho e não como o de Maria, num momento em que ela estava bem acordada? É estranha essa história, pois o autor de Mateus, que se tem hoje como um desconhecido e não o apóstolo homônimo, diz que um anjo, que não cita o nome, apareceu foi a José, é, portanto, um relato diferente do de Lucas; o que se confirma:
  • 27. Mt 1,18-21: “A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo. Não queria denunciar Maria, e pensava em deixá-la, sem ninguém saber. Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho, e disse: "José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e você lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”.
  • 28. Aliás, é fácil notar que o autor do Evangelho Segundo Mateus preocupava-se, muito mais do que os outros autores, em sempre relacionar os acontecimentos ocorridos com a Jesus a alguma suposta profecia a seu respeito. Estava tão imbuído desse espírito a ponto de citar profecias inexistentes, como é o caso, por exemplo, do passo Mt 2,23, no qual ele diz que profetas previram que Jesus “Será chamado o Nazareno”. Porém, não há um só profeta que tenha dito isso.
  • 29. Esse pensamento é também o da especialista Elaine Pagels, professora de religião na Universidade de Princeton, graduada em ph.D. pela Universidade de Harvard, que confirma essa tendência do autor de Mateus: “[…] Hoje, porém, muitos estudiosos sugerem que a correspondência entre profecia e evento que Mateus descreve mostra que ele às vezes adaptou sua narrativa de modo a adequá-la às profecias”. […] (PAGELS, 2004, p. 114).
  • 30. Quinto problema “à vista”: Lc 1,26-35: “O anjo respondeu: "O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus”. Mt 1,18: “A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.
  • 31. Quinto problema “à vista”: Lc 1,26-35: “O anjo respondeu: "O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus”. Mt 1,18: “A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. Então, se Jesus é “obra do Espírito Santo”, ele não é filho carnal de José. Assim sendo, derruba-se, por óbvio, a crença de que Jesus é da estirpe de Davi, como lhe atribuem em profecias.
  • 32. Ademais, se levamos em consideração que, para os judeus, “Ruah é palavra hebraica, feminina, que significa Espírito” (TRICCA, 1995b, p. 176), é pouco provável que a utilizassem para sustentar a ideia de que Maria havia se engravidado de uma mulher. No Evangelho de Felipe (Apócrifo), consta exatamente isso:
  • 33. “Alguns dizem que Maria concebeu por obra do Espírito Santo. Esses se equivocam, não sabem o que dizem. Quando alguma vez uma mulher foi concebida de uma mulher? Maria é a virgem a quem Potência alguma jamais manchou. Ela é uma grande anátema para os judeus que são os apóstolos e os apostólicos. Esta Virgem que nenhuma Potência violou, [… enquanto que] as Potências se contaminaram. O Senhor não [teria] dito: 'Pai meu que estás no céu', se não tivesse outro pai; do contrário haveria dito simplesmente: '[Pai meu]'”. (TRICCA, 1995b, p. 182).
  • 34. Lucas afirma que Maria estava “prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi” (Lc 1,27), provavelmente dizer que também Jesus seria descendente de Davi, entretanto, isso só poderia ocorrer se Jesus tivesse nascido biologicamente de José. É fácil confirmar que o tinham como descendente de Davi; vejamos em Paulo: “[...] nascido da estirpe de Davi segundo a carne” (Rm 1,3). Portanto, ao se admitir que Jesus não seja filho biológico de José é desconsiderar o que se deduz desse texto; sem levar em conta que isso também fere a lógica.
  • 35. Mª Helena de Oliveira Tricca, em Apócrifos I – Os proscritos da Bíblia, cita a obra “A história de José o carpinteiro”, na qual lemos: “Assim José o Carpinteiro, pai de Cristo segundo a carne, abandonou esta vida mortal e viveu cento e doze anos. […]” (TRICCA, 1995a, p. 197). Isso corrobora o dito por Paulo e nos induz a concluir que, àquela época, não tinham mesmo Jesus como fruto de fecundação do Espírito Santo, mas de um homem, portanto, teve uma concepção natural, o que se dá com todos os seres humanos.
  • 36. Sexto problema “à vista”: Havia alguma profecia a respeito de um filho de Davi vir como sendo o Messias? Quem veio com essa história foi o autor de Mateus: Mateus 2,5-6: “Eles responderam: 'Em Belém, na Judeia, porque assim está escrito por meio do profeta: ‘E você, Belém, terra de Judá, não é de modo algum a menor entre as principais cidades de Judá, porque de você sairá um Chefe, que vai apascentar Israel, meu povo’”.
  • 37. Vejamos o que “disse” o profeta: Malaquias 5,1: “Mas você, Belém de Éfrata, tão pequena entre as principais cidades de Judá! É de você que sairá para mim aquele que há de ser o chefe de Israel. A origem dele é antiga, desde tempos remotos”.
  • 38. Na sequência desse passo, verifica-se que a realidade é bem outra: “Pois Deus os entrega só até que a mãe dê à luz, e o resto dos irmãos volte aos israelitas. De pé, ele governará com a própria força de Javé, com a majestade e o nome de Javé, seu Deus. E habitarão tranquilos, pois ele estenderá o seu poder até as extremidades da terra. Ele próprio será a paz. Se a Assíria invadir o nosso território e quiser pisar o interior de nossos palácios, poremos em luta contra eles sete pastores e oito comandantes. Eles vão governar a Assíria com espada, a terra de Nemrod com punhal. Ele nos livrará da Assíria, se invadirem o nosso território, se atravessarem nossas fronteiras” (Mq 5,2-5).
  • 39. A pessoa de quem Miqueias, profeta do século VIII a.C., está falando é a que livraria o povo hebreu da Assíria. Nas pesquisas que fizemos não conseguimos estabelecer, com precisão, quem poderia ser; porém, o mais provável, é que tenha sido Ezequias, filho do rei Acaz, Rei de Judá (721-693 a.C.).
  • 40. Cita-se, às vezes, o profeta Jeremias: Jr 23,5: "Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. (ver tb Jr 33,14-15). Coloquemos o versículo seguinte: Jr 23,6: “Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa”. (ver tb Jr 33,16) É bom lembrar que o nome Jesus significa: “Deus é salvação” e não “Senhor, Justiça Nossa”.
  • 41. O que Jeremias estava falando era algo relacionado a um evento próximo deles, que à época viviam exilados na Babilônia (586 a 539 a.C.). “O Cativeiro da Babilônia acabou em 539 a.C., quando Ciro, imperador persa conquis-tou a Babilônia libertou os judeus, que retornaram a Palestina e reconstruíram o templo de Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonosor. […]”. (Wikipédia).
  • 42. “[….] Para o Segundo Isaías, o Ungido de Iahweh não é um rei davídico mas Ciro, rei da Pérsia, (Is 45,1), instrumento de Deus para a libertação do seu povo; [...]”. (Bíblia de Jerusalém, p. 1236).
  • 43. Quanto a Ciro, que sabemos ter sido o rei da Pérsia, podemos ver que, em Is 44,28, ele é colocado como pastor do rebanho de Deus, e mais especificamente em Is 45,1 está como ungido de Deus que, para melhor destaque, grifamos: Eis aqui o que diz o Senhor a Ciro meu cristo, a quem tomei pela destra para lhe sujeitar ante a sua face as gentes, e fazer voltar as costas aos reis, e abrir diante dele as portas, e estas mesmas portas não se fecharão. (texto da Bíblia Barsa).
  • 44. “Existem estudiosos do Novo Testamento que duvidam da validade histórica até mesmo desse arcabouço básico, especialmente da história do nascimento de Jesus em Belém. Sustentam que a história de Belém foi provavelmente acrescentada para dar crédito a Jesus como Messias descendente de Davi, já que Belém era a cidade de Davi. Existem certos indícios de que a questão do local do nascimento de Jesus, na Galileia ou na Judeia, tornou-se uma questão de controvérsia e discussão dentro de grupos judeus (consulte João 7:40-44)”. (TABOR, 2006, p. 336).
  • 45. A conclusão exarada do Seminário de Jesus foi de que: “Jesus provavelmente nasceu em Nazaré, sua cidade natal. Lendas posteriores que localizam seu nascimento em Belém foram inventadas para satisfazer uma antiga profecia”. (SOUZA, 2011, 104). “Seminário de Jesus (SJ) é uma instituição composta por cerca de 100 pesquisadores, altamente qualificados, que, há 26 anos, se dedicam à investigação científica dos Evangelhos, em busca das palavras e ações autênticas de Jesus”. (SOUZA, 2011, p. 65).
  • 46. Sétimo problema “à vista”: Os nomes Emmanuel e Jesus não têm a mesma significação: Emmanuel = Deus está conosco, e Jesus = Deus é salvação. Apresentamos isso, pelo fato de que na suposta profecia de Isaías (7,14) está dito que a criança deveria chamar Emmanuel, enquanto que o anjo, que parece não saber disso, afirma à jovem Maria que o nome dela será Jesus (Lc 1,31).
  • 47. Mas se a família de Jesus vivia mesmo em Nazaré, como tudo leva a crer, qual foi a estratégia do redator bíblico para fazê-lo nascer em Belém? O autor dessa façanha foi quem escreveu o Evangelho Segundo Lucas, que inventou a história de um decreto de recenseamento naqueles tempos:
  • 48. Lc 2,1-7: “Naqueles dias, o imperador Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento em todo o império. Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade natal. José era da família e descendência de Davi. Subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até à cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa”.
  • 49. Belém ficava a cerca de 150 km de Nazaré, onde morava a família de Jesus. Uma viagem dessa, para uma mulher grávida, era tudo de inconveniente que poderia lhe acontecer. Localizando:
  • 50. Rohden: De Nazaré a Jerusalém, a jornada levava uns quatro a cinco dias (p. 50). De Jerusalém a Belém, a viagem era de duas horas (p. 38). Huberto Rohden, obra: Jesus Nazareno.
  • 51. Essa circunstância foi inventada para responder a Miqueias, V, 1. O recenseamento efetuado por Quirino, ao qual a lenda relaciona a viagem a Belém, data de pelo menos dez anos além do ano em que, segundo Lucas, Jesus teria nascido. Os dois evangelistas, de fato, situam o nascimento de Jesus sob o reino de Herodes (Mat., II, 1, 19, 22; Lucas, I, 5). Logo, o recenseamento de Quirino só aconteceu após a deposição de Arquelau, quer dizer, dez anos após a morte de Herodes, no ano 37 da era de Acio (Josefo, Ant., XVII, XIII, 5; XVIII, 5, 1; II, 1). […] (RENAN, 2004, p. 99).
  • 52. O autor de Mateus faz Jesus nascer em Belém (Mt 2,1), sem dar as razões disso, porém, teve que fazê-lo sair de Belém e “aparecer” em Nazaré. Para isso criou a história de que Herodes queria massacrar as crianças de até dois anos (Mt 2,16). Um anjo avisa a José para que fuja para o Egito, e aí, esse autor não perde a oportunidade de citar mais uma suposta profecia: “Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito; e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: 'Do Egito chamei o meu Filho'”. (Mt 2,14-15).
  • 53. Será que Herodes tentou mesmo matar o menino, como é afirmado? Pura invenção, pois é fato “que Herodes faleceu quatro anos antes da era cristã” (WILSON, 2007, p. 11). Acrescentamos: Quanto ao registro histórico, também devo chamar a atenção para o fato de que não há nenhum relato, em qualquer fonte antiga, sobre o rei Herodes massacrar crianças em Belém, ou em seus arredores, ou em qualquer outro lugar. Nenhum outro autor, bíblico ou não, menciona isso. […] (EHRMAN, 2010, p. 46).
  • 54. “[…] Temos registros históricos excepcio-nalmente bons sobre o reinado de Herodes, o Grande. É inconcebível que tal “matança de crianças” não fosse registrada pelo historiador judeu Josefo ou por outros historiadores romanos contemporâneos. O relato de Mateus é claramente teológico, escrito para justificar opiniões posteriores sobre o status elevado de Jesus. Mas ele certamente tem razão quanto a um ponto – Herodes realmente temia o nascimento de uma criança que poderia crescer e tornar-se pretendente ao trono real de Davi como um legítimo 'Rei dos judeus'”. (TABOR, 2006, p. 103-104).
  • 55. Após voltar desse exílio temporário no Egito, José e família, passam a morar em Nazaré. Novamente o autor de Mateus apresenta uma profecia para justificar isso: Mateus 2,23: “E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno”. Observar que está “dos profetas”, entretanto, não há um só profeta que tenha dito isso. Ademais podemos acrescentar que, segundo o escritor Werner Keller, “inexiste prova histórica ou arqueológica da ‘fuga para o Egito’”. (KELLER, 2000, p. 366).
  • 56. O adjetivo provém, sem dúvida, do nome de Nazaré. Serviu para designar os cristãos (At 24,5). (Bíblia Sagrada Ave Maria, p. 1286). “Nazareu” (nazôraios forma usada por Mt, Jo e At) e o seu sinônimo “nazareno” (nazarênos, forma usada por Mc; Lc tem as duas formas) são duas transcrições correntes do mesmo adjetivo aramaico (nasraya), derivado do nome da cidade de Nazaré (Nasrath). Aplicado primeiro a Jesus – indicando sua origem (26,69.71) – e depois a seus sequazes (At 24,5), esse termo ficou como designativo dos discípulos de Jesus no mundo semítico, enquanto no mundo greco-romano prevaleceu o nome de “cristão” (At 11,26). […] (Bíblia de Jerusalém, p. 1706).
  • 57. Era comum entre os hebreus designar a pessoa pelo nome acrescido do local de nascimento, como por exemplo: José de Arimateia, Paulo de Tarso, Maria de Magdala, etc. Portanto, seguindo essa forma de identificação, o nome Jesus de Nazaré se refere a quem nasceu em Nazaré. E, por mais que procurássemos na Bíblia não encontramos em um só lugar a designação de Jesus de Belém. Lc 23,50-51: “Havia um homem bom e justo, chamado José. Era membro do Conselho, mas não tinha aprovado a decisão, nem a ação dos outros membros. Ele era de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava a vinda do reino de Deus”.
  • 58. Mt 3,13: “Jesus foi da Galileia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João, e ser batizado por ele”. Mt 4,12-13; “Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. Deixou Nazaré, e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, nos confins de Zabulon e Neftali”. Mt 21,10-11: “Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou agitada, e perguntavam: "Quem é ele?" E as multidões respondiam: "É o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”.
  • 59. Lc 18,35-38: “Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, mendigando. Ouvindo o barulho da multidão que passava, perguntou o que havia. Anunciaram-lhe: É Jesus, o Nazareno que está passando. Então, ele começou a gritar: 'Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!'". Jo 1,43-46: “No dia seguinte, Jesus decidiu partir para a Galileia. Encontrou Filipe e disse: 'Siga-me'. Filipe era de Betsaida, cidade de André e Pedro. Filipe se encontrou com Natanael e disse: 'Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei e também os profetas: é Jesus de Nazaré, o filho de José'. Natanael disse: 'De Nazaré pode sair coisa boa?' Filipe respondeu: 'Venha, e você verá'”.
  • 60. Mc 6,1-5: “Jesus foi para Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, Jesus começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: 'De onde vem tudo isso? […] Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?' E ficaram escandalizados por causa de Jesus. Então Jesus dizia para eles que um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família. E Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré. Apenas curou alguns doentes, pondo as mãos sobre eles”.
  • 61. Numa outra versão, o versículo 4: “um profeta só não é estimado em sua própria pátria” tem o seguinte teor: “Um profeta só é estimado fora da sua terra natal” (Loyola) Então, aqui temos o próprio Jesus afirmando ser Nazaré o seu local de nascimento, que também é o sentido de “sua própria pátria” na versão acima.
  • 62. Jo 7,25-27: “Algumas pessoas de Jerusalém comentavam: […] nós sabemos de onde vem esse Jesus, mas, quando chegar o Messias, ninguém saberá de onde ele vem'”. Jo 7,40-42: “Ouvindo essas palavras, alguns diziam no meio da multidão: 'De fato, este homem é mesmo o Profeta!' Outros diziam: 'Ele é o Messias'. Outros ainda afirmavam: 'Mas o Messias virá da Galileia? A Escritura não diz que o Messias será da descendência de Davi e que virá de Belém, povoado de onde era Davi?'”
  • 63. Jo 7,50-52: “Mas Nicodemos, um dos fariseus, aquele que tinha ido encontrar-se com Jesus, disse: 'Será que a nossa Lei julga alguém antes de ouvir e saber o que ele faz?' Eles responderam: 'Você também é galileu? Estude e verá que da Galileia não sai profeta'”. Jo 19,19: “Pilatos escrever também um letreiro e mandou colocá-lo no alto da cruz. Nele estava escrito: 'Jesus de Nazaré, o rei dos Judeus'”.
  • 64. Um último ponto: Jesus nasceu em 25 de dezembro, como se comemora?
  • 65. Transcrevemos de Juan Arias, padre escritor e jornalista, o seguinte: “Sem dúvida, Jesus não nasceu em 25 de dezembro, e provavelmente nem sequer no inverno, pois, se for verdade o que Lucas relata, os pastores tinham seus rebanhos fora dos estábulos, o que seria impossível no rio de dezembro. Nenhum evangelista cita essa data, embora seja o dia em que se comemora o Natal em todo o mundo cristão. Acontece que, como a Igreja tinha que escolher uma data, optou por aquela em que se celebrava a festa do Sol, que por sua vez coincidia com o nascimento do deus pagão Mitra. E hoje tudo leva a crer que Jesus não nasceu em Belém, como afirmam os evangelhos de Mateus e Lucas (Marcos e João nem mencionam seu nascimento), mas em Nazaré”. (ARIAS, 2001, p. 50).
  • 66. Referência Bibliográfica: A Bíblia Anotada, 8ª edição, São Paulo: Mundo Cristão, 1994. Bíblia Sagrada, Edição Pastoral. 43ª impressão. São Paulo: Paulus, 2001. Bíblia Shedd, 2ª Edição rev. e atual. no Brasil. São Paulo: Vida Nova; Brasília: SBB, 2005. Bíblia Sagrada, 68ª edição, São Paulo: Ave Maria, 1989. Bíblia de Jerusalém, nova edição, revista e ampliada, São Paulo: Paulus, 2002. Novo Testamento, s/ed. São Paulo:Loyola, 1984. ARIAS, J. Jesus, esse grande desconhecido. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. BARRERA, J. T. A Bíblia judaica e a Bíblia cristã: introdução à história da Bíblia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. CARPENTER, E. Religiões pagãs e cristãs: origens e significados. São Paulo: Tahyu, 2008. CAVALCANTE, R. Quem foi Jesus. In: Revista Superinteressante, São Paulo: Abril, edição 183, dez/2002. EHRMAN, B. D. Quem Jesus foi? Quem Jesus não foi? Rio de Janeiro: Ediouro, 2010. KELLER, W. E a Bíblia tinha razão... São Paulo: Melhoramentos, 2000. LOES, J. A face humana de Jesus in: Revista IstoÉ, nº 2093, 2009, p. 62-77. PAGELS, E. Além de toda crença: o Evangelho desconhecido de Tomé. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. RENAN, E. Vida de Jesus. São Paulo: Martin Claret, 2004. ROHDEN, H. Jesus Nazareno. São Paulo: Martins Claret, 2007. RODRÍGUEZ, P. Mentiras fundamentais da Igreja Católica. Lisboa, Portugal: Terramar, 2007.
  • 67. SOUZA, J. P. Três maneiras de ver Jesus: a maneira histórica, a mítica literal e a mítica simbólica. Fortaleza: Gráfica LCR, 2011. TABOR, J. D. A dinastia de Jesus: a história secreta das origens do cristianismo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. TRICCA, M. H. O. Apócrifos I– Os proscritos da Bíblia. São Paulo: Mercuryo, 1995a. TRICCA, M. H. O. Apócrifos II – Os proscritos da Bíblia. São Paulo: Mercuryo, 1995b. WILSON, A. N. Jesus, o maior homem do mundo. São Paulo: Prestígio, 2007. Revista IstoÉ, nº 2093, São Paulo: Editora Três, 23/12/2009. Revista Superinteressante, São Paulo: Abril, edição 183, dez/2002. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hebreus, acesso em 03.11.2012, às 11:44hs. Imagens: http://www.flickr.com/photos/aronmacedo/5419893518/sizes/l/in/photostream/
  • 68. Disponíveis no site: www.paulosnetos.net, encontram-se estes textos: A fuga para o Egito Jesus de Belém ou de Nazaré? Nascido de uma virgem Será que os profetas previram a vinda de Jesus? Versão 2