2. “Os Espíritos só entram na vidaOs Espíritos só entram na vida
corporal para se aperfeiçoarem,corporal para se aperfeiçoarem,
para se melhorarem.para se melhorarem.”
(KARDEC, LE, q. 385)
3. O Livro dos EspíritosO Livro dos Espíritos
Cap. VII
RETORNO À VIDA CORPORAL
5. 330. Os Espíritos sabem a época em que re-
encarnarão?
“Eles a presentem, como o cego sente o fogo
de que se aproxima. Sabem que têm de re-
tomar um corpo, como sabeis que tendes de
morrer um dia, mas ignoram quando isso
acontecerá.”
6. “Uma grande parte dos Espíritos que reen-
carnam pressentem o dia da volta, se ainda
não o sabem. Para tanto, temos um sentido
que nos faz entender o que pode acontecer
conosco como o temos de que existe um Ser
Superior que comanda todos.” (MIRAMEZ, Filo-
sofia Espírita,Vol. VII)
8. 330-a. Então, a reen-
carnação é uma neces-
sidade da vida espiri-
tual, como a morte é
uma necessidade da vi-
da corpórea?
“Certamente; assim é.”
Pintura tradicional tibetana ilustrando
a roda da vida e os reinos de saṃsāra
9. “A encarnação é necessária ao duplo progres
so moral e intelectual do Espírito: ao progres
so intelectual pela atividade obrigatória do
trabalho; ao progresso moral pela necessida-
de recíproca dos homens entre si. A vida so-
cial é a pedra de toque das boas ou más qua
lidades.” (Revista Espírita 1865 e O Céu e o Inferno, cap.
III, item 8)
12. 331. Todos os Espíritos se preocupam com a
sua reencarnação?
“Há os que não pensam nela de modo algum,
que nem mesmo a compreendem. Depende
de sua natureza mais ou menos adiantada.
Para alguns, a incerteza em que se acham
em relação ao seu futuro é uma punição.”
13. “Já encontramos muitos que imploraram a
volta ao corpo e sentem prazer em tal via-
gem, sabendo que é pelas vidas sucessivas
que se melhora espiritualmente. As variações
são muitas, no quadro das vidas múltiplas.
Outros são ainda mais cuidadosos: pedem
um preparo alongado, de maneira a não ser-
virem de motivo de escândalo no percorrer
da vida na Terra.” (MIRAMEZ, Filosofia Espírita)
14. 333. Se um Espírito se considerasse bastante
feliz numa condição mediana entre os Espíri-
tos errantes, e não ambicionasse elevar-se,
poderia prolongar indefinidamente esse esta-
do?
“Indefinidamente, não.
Cedo ou tarde, o Espíri-
to sente a necessidade
de progredir. Todos
têm que se elevar; esse
é o destino de todos.”
15. 332. O Espírito pode antecipar ou retardar o
momento da sua reencarnação?
“Pode antecipá-lo, solicitando-o por um
dese-jo ardente. Pode igualmente retardá-lo,
recu-ando diante da prova, pois entre os
Espíritos também há covardes e indiferentes;
mas não o faz impunemente, visto que sofre
com isso, como aquele que recusa o remédio
salutar que o pode curar.”
17. 334. A união da alma a este ou àquele corpo
é predestinada ou só no último momento é
feita a escolha do corpo que ela tomará?
“O Espírito é sempre designado previamente.
Tendo escolhido a prova que deseja sofrer,
ele pede para reencarnar. Ora, Deus, que tu-
do sabe e tudo vê, já sabia com antecedên-
cia que tal alma se uniria a tal corpo.”
18. 335. O Espírito pode escolher o corpo em
que deve encarnar ou somente o gênero de
vida que lhe servirá de prova?
“Pode também escolher o corpo, pois as im-
perfeições que este apresente representam
provas que o auxiliarão a progredir, se ven-
cer os obstáculos que delas lhe advenham. O
Espírito pode pedir, mas a escolha nem sem-
pre depende dele.”
19.
20. “[…] Os rolos brancos que condu-
zem são pequenos mapas de formas orgâni-
cas, elaborados por orientadores de nosso
plano, especializados em conhecimentos bio-
lógicos da existência terrena. Conforme o
grau de adiantamento do futuro reencarnan-
te e de acordo com o serviço que lhe é desig-
nado no corpo carnal, é necessário estabele-
cer planos adequados aos fins essenciais.”
(XAVIER, Missionários da Luz)
O nobre instrutor Alexandre expli
ca a André Luiz, o que são os ro-
los brancos de substância seme-
lhante ao pergaminho terrestre,
que vários irmãos empunhavam:
21.
22. Um pouco mais à frente, Silvério, que se pre-
parava para nova encarnação, em diálogo
com seu instrutor, disse-lhe:
“– Pode informar se o meu modelo está pron
to?
– Creio que poderá procurá-lo amanhã – tor-
nou Manassés, bem disposto –; já fui obser-
var o gráfico inicial e dou-lhe parabéns por
haver aceitado a sugestão amorosa dos ami-
gos bem orientados, sobre o defeito da per-
na. Certamente, lutará você com grandes di-
ficuldades nos princípios da nova luta, mas a
resolução lhe fará grande bem.
§]=>
23. – Sim - disse o outro, algo confortado -, pre-
ciso defender-me contra certas tentações de
minha natureza inferior e a perna doente me
auxiliará, ministrando-me boas preocupa-
ções. Ser-me-á um antídoto à vaidade, uma
sentinela contra a devastação do amor-pró-
prio excessivo.
– Muito bem! - respondeu Manassés, franca-
mente otimista.
– E pode informar-me ainda a média de tem-
po conferida à minha forma física futura?
– Setenta anos, no mínimo - redarguiu meu
novo companheiro, contente.” (XAVIER, Missioná-
rios da Luz)
24. Algo bem interessante está
surgindo nos estudos da
reencarnação, seja pela
lembrança espontânea ou
da regressão de memória:
Carol Bowman (1950- )
Escritora e terapeuta norte-americana,
pesquisadora da reencarnação com fo-
co em crianças.
25. “[…] Os estudos de casos sugerem que os atri-
butos físicos fazem parte do pacote que o es-
pírito seleciona para alcançar o que precisa
aprender em sua próxima existência. Escolher
um corpo com alguma incapacidade, por exem
plo, pode acelerar o desenvolvimento da alma
pelo fato de lhe dar a oportunidade de apren-
der a vencer obstáculos ou de se concentrar
no desenvolvimento intelectual. Já um belo cor
po pode trazer lições sobre vaidade e aparên-
cia. A escolha envolve o equilíbrio específico, e
a necessidade de ter determinadas caracterís-
ticas físicas. […].” (CAROL BOWMAN, O amor me trou-
xe de volta)
26. 335-a. Poderia o Espírito no último momen-
to, recusar o corpo que havia escolhido?
“Se recusasse, sofreria muito mais do que a-
quele que não tivesse tentado nenhuma pro-
va.”
27. 337. A união do Espírito a determinado corpo
pode ser imposta por Deus?
“Pode ser imposta do mesmo modo que as
diferentes provas, sobretudo quando o Espí-
rito ainda não está apto para escolher com
conhecimento de causa. Por expiação, o Es-
pírito pode se constrangido a se unir ao cor-
po de determinada criança que, pelo seu nas
cimento e pela posição que venha a ocupar
no mundo, poderá tornar-se para ele um ins-
trumento de castigo.”
29. 339. O momento da encarnação é acompa-
nhado de perturbação semelhante à que o
Espírito experimenta ao desencarnar?
“Muito maior e, sobretudo, mais longa. Pela
morte, o Espírito sai da escravidão; pelo nas-
cimento, entra para ela.”
30. “Os espíritos superiores, através da mediuni-
dade, elucidam aos homens o mecanismo
da Reencarnação, ou seja, como se opera a
uni-ão do espírito com o corpo físico que
permite o retorno do espírito à vida material
na Ter-ra, para onde, diariamente, são
reconduzidos milhares de seres em
evolução.” (FLÁVIO BAS-TOS, Programação
Reencarnatória)
31. “[…] Grande percentagem de reencarnações
na Crosta se processa em moldes padroniza-
dos para todos, no campo de manifestações
puramente evolutivas. Mas outra percenta-
gem não obedece ao mesmo programa. Ele-
vando-se a alma em cultura e conhecimento,
e, consequentemente, em responsabilidade,
o processo reencarnacionista individual é
mais complexo, fugindo à expressão geral,
como é lógico. […].” (XAVIER, Missionários da Luz)
32. FASES DA REENCARNAÇÃO
Não existem dois processos de reencarnação
absolutamente iguais, mas podemos, dida-
ticamente, separar em fases, jamais estan-
ques, os momentos sucessivos que acom-
panham o mergulho do Espírito na carne.
André Luiz, em Missionários da Luz, estuda a
reencarnação de Segismundo mostrando-nos
como se desenvolve uma encarnação do tipo
semivoluntária.
33. 1ª Fase: Planejamento reencarnatório
Esta fase desenvolve-se no plano espiritual,
onde o reencarnante ao lado de seus mento-
res vai planejar a sua futura reencarnação.
Lembra Kardec que são planejados apenas
os grandes lances da existência, aqueles que
podem realmente influir no destino da cria-
tura.
34. O casamento, os filhos, a profissão, o tempo
médio de vida na Terra e as principais doen-
ças cármicas são nessa fase bem determi-
nados. Mostra-nos também André Luiz que
detalhes mais importantes do futuro corpo
podem ser determinados nesse período. São
os mapas cromossômicos, descritos pelo au-
tor, que traduzem a herança genética do pai
e da mãe e que irão determinar as caracte-
rísticas hereditárias do reencarnante.
35. 2ª Fase: Contato fluídico com os pais
É a fase em que o reencarnante, em conta-to
mais íntimo com os futuros pais, vai pre-
parando-se para a nova existência. André
Luiz diz que é uma fase importante, onde o
Espírito mantém-se em processo de ligação
fluídica direta com os pais. A medida que se
intensifica semelhante aproximação, o reen-
carnante vai perdendo os pontos de contato
com a esfera espiritual.
36. 3ª Fase: Ligação do Espírito à matéria
a) Redução Perispiritual:
através de um processo
magnético automático ou
dirigido por técnicos espe-
cializados, o Espírito passa
a sofrer uma redução de
corpo espiritual, por uma
redução dos espaços inter-
moleculares. Perde "maté-
ria psi", e atingido uma pe-
quena dimensão (no caso
de Segismundo, o tama-
nho de uma criança recém-
nascida) vai ser acoplado
ao centro genésico da mãe.
("matéria psi" é a ma-
téria de que são cons-
tituídas as entidades
no plano espiritual, se
gundo Hernani G. An-
drade)
37. b) Seleção do Espermatozói-
de: Acoplado ao centro gené-
sico da futura mãe, o reencar-
nante miniaturizado aguarda a
relação sexual para desenca-
dear a reencarnação propria-
mente dita.
Após a explosão dos espermatozoides, liberados na
relação sexual (300 milhões), um deles será “esco-
lhido” e devidamente magnetizado para vencer a
corrida e alcançar a trompa de Falópio (apenas cer-
ca de 100 a 300 mil chegam lá) onde está o óvulo.
Essa magnetização do espermatozoide que deverá
vencer a corrida é, muitas vezes, feita por técnicos
da espiritualidade que selecionam o gameta que
traz a carga genética apropriada, de acordo com os
mapas cromossômicos, delineados anteriormente.
38. Quando o reencarnante, pelo seu passado, não
faz jus a uma equipe especializada, o processo
se desenvolve segundo os princípios da sintonia
magnética. O perispírito do reencarnante, por
sintonia, atrai o espermatozoide que melhor se
adapte às suas necessidades evolutivas.
39. c ) Fecundação: o gameta masculino ao alcan-
çar o terço superior da Trompa de Falópio vai
encontrar o óvulo e fecundá-lo. Nesse exato
momento, o Espírito reencarnante que se en-
contra ajustado ao aparelho genital, liga-se
magneticamente à célula ovo, não podendo
mais ser substituído por outro Espírito.
40. 4ª Fase: Formação do feto
Inicia-se com a fecundação e
vai até o nascimento. Trata-
se do período de múltiplas
divisões celulares que vão
dar origem ao embrião e lo-
go depois ao feto.
O reencarnante nesta fase está criando, através
de seu perispírito, um campo magnético que vai
atuar como molde onde as células físicas irão se
ajustando. À semelhança de uma colmeia de
abelhas que vai sendo paulatinamente preenchi-
da, o corpo espiritual, como vigoroso modelo,
atuará como ímã entre limalhas de ferro dando
forma consistente ao futuro corpo físico.
41. O processo reencarna-
tório, segundo André
Luiz, não se completa
com o nascimento, mas
apenas aos 7 anos de
idade, quando ocorre a
plena integração do re-
encarnante aos imple-
mentos físicos.
5ª Fase: Adaptação à Vida
43. 344. Em que momento a alma se une ao cor-
po?
“A união começa na concepção, mas só se
completa no momento do nascimento. Desde
o instante da concepção, o Espírito designa-
do para habitar certo corpo a este se liga por
um laço fluídico, que cada vez mais se vai
apertando até o instante em que a criança vê
a luz. O grito, que então lhe escapa de seus
lábios, anuncia que ele se conta no número
dos vivos e dos servos de Deus.”
44. “Quando um Espírito tem de encarnar num
corpo humano em vias de formação, um laço
fluídico, que mais não é do que uma expan-
são do seu perispírito, o liga ao germe que o
atrai por uma força irresistível, desde o mo-
mento da concepção. À medida que o germe
se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influ-
ência do princípio vito-material do germe, o
perispírito, que possui certas propriedades da
matéria, se une, molécula a molécula, ao cor
po que se forma.
§]=>
45. É por isso que se diz que o Espírito, por inter
médio do seu perispírito, se enraíza, de certa
maneira, nesse germe, como uma planta na
terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno
desenvolvimento, a união é completa e então
nasce o ser para a vida exterior. (A Gênese, Cap.
XI, item 18)
46. “Como a Doutrina dos Espíritos viaja no carro
do progresso obedecendo à lei do crescimen-
to espiritual, ‘O Livro dos Espíritos’ nos fala
que, ao nascer a criança, são apertados vá-
rios laços espirituais, mas, o preparo conti-
nua, e esses laços vão sendo ajustados con-
tinuamente na criança. Aos sete anos de ida-
de, eles se ajustam com mais intensidade;
depois, aos catorze anos, e finaliza aos vinte
e um anos. Eis aí o homem, na sua estrutura
completa, dentro das responsabilidades que
lhe compete respeitar, dando prosseguimen-
to às suas atividades, como prometera no
mundo espiritual.” (MIRAMEZ, Filosofia Espírita, Vol. VII)
47. “[…] A partir do instante da concepção, o Es-
pírito começa a ser tomado de perturbação,
que o adverte de que chegou o momento de
começar nova existência; essa perturbação
vai crescendo até o nascimento. Nesse inter-
valo, seu estado é mais ou menos o de um
Espírito encarnado durante o sono do corpo.
[…].” (O Livro dos Espíritos, q. 351)
48. 346. Que acontece ao Espírito se o corpo que
ele escolheu morre antes de nascer?
“Escolhe outro.”
346-a. Qual pode ser a utilidade dessas mor-
tes prematuras?
“As imperfeições da matéria são a causa
mais frequentes dessas mortes.”
49. 347. Qual a utilidade de o Espírito encarnar
num corpo que morre poucos dias depois de
nascido?
“O ser não tem consciência plena de sua exis
tência. A importância da morte é quase nula.
Muitas vezes, como já dissemos, é uma pro-
va para os pais.”
50. 353. Uma vez que a união do Espírito ao cor-
po só se completa definitivamente depois do
nascimento, pode-se considerar o feto como
dotado de alma?
“O Espírito que o vai animar existe, de certo
modo, fora dele. O feto não tem, a bem di-
zer, uma alma, visto que a encarnação está
apenas em via de operar-se. Acha-se, no mo
mento, ligado à alma que virá a possuir.”
51. 354. Como se explica a vida intrauterina?
“É a da planta que vegeta. A criança vive a
vida animal. O homem possui em si a vida
animal e a vida vegetal que, pelo seu nasci-
mento, se completam com a vida espiritual.”
53. 357. Quais são para o Espírito as consequên-
cias do aborto?
“É uma existência nula e que ele terá de re-
começar.”
54. 358. O aborto provocado é um crime, seja
qual for a época da concepção?
“Há crime toda vez que transgredis a Lei de
Deus. Uma mãe, ou qualquer outra pessoa,
cometerá crime sempre que tirar a vida a
uma criança antes do nascimento, pois está
impedindo uma alma de suportar as provas
de que serviria de instrumento o corpo que
estava se formando.”
55. 359. No caso em que o nascimento da crian-
ça puser em perigo a vida da mãe dela, ha-
verá crime em sacrificar a criança para salvar
a mãe?
“É preferível sacrificar o ser que ainda não
existe a sacrificar o que já existe.”
57. No site do GEAL – Grupo de Estudos André
Luiz, no artigo “O processo reencarnatório”,
lemos:
“O autor Espírita Carlos T. Rizzini, na obra
‘Evolução para o Terceiro Milênio’, classifica a
questão dos tipos de Reencarnação em três:
Compulsória, Proposta e Livre, conforme ve-
mos, a seguir:
58. 1. Reencarnação Compulsória: É aquela
em que acolhe o Espírito sem prévia concor-
dância dele e até mesmo sem seu conheci-
mento. E por sua índole, própria dos Espíri-
tos cujo grau de perturbação impede análise
clara da situação ou cujas faltas são tão gra-
ves que anulam a liberdade de escolha. E
uma imposição feita pela Lei Divina para
aten der aos casos cuja recuperação exige
longas expiações.
59. 2. Reencarnação Proposta: É aquela que
leva em consideração o livre-arbítrio relativo
de que dispõe o Espírito. Mentores Espirituais
estudam, sem imposição, seus débitos e mé-
ritos programando em seguida os principais
acontecimentos da próxima existência física,
tendo em vista a liquidação ou diminuição de
dívidas e possibilidades de progresso moral e
espiritual.
60. 3. Reencarnação Livre: É aquela que é pró
pria dos missionários. Espíritos redimidos pe-
rante a Lei Divina ou próximos da redenção
no plano terreno. São os que possuem ampla
liberdade de escolha. Chegam ao plano ma-
terial para o desempenho de tarefas
elevadas em qualquer segmentos do
conhecimento hu mano, tanto nas ciências
como na filosofia ou religião. Neste último,
tornam-se: Um Sócra-tes; um Buda; um
Krishna, e, notadamente, Jesus de Nazaré.
(GEAL – Grupo de Estudos André Luiz, O processo da
reencarnação)
61. Reencarnações Acidentais
Há circunstâncias diversas que promovem al-
teração no planejamento reencarnatório, que
pode ocorrer sem o detalhamento necessário
nos casos de reencarnações acidentais. A fe-
cundação não estava prevista. Ocorre uma
união sexual fortuita. O espírito que esteja
próximo ao casal será “atraído” pelo óvulo
fecundado. Mecanismos automáticos, por ve-
zes incompreensíveis, encarregar-se-ão de
propiciar lições de aprendizagem de que o
espírito, nessa circunstância, necessite. ]=>
62. Nesses casos, encaixam-se os reencarnantes
oriundos de estupros e outros ‘acidentes’ se-
melhantes. O suicídio é um exemplo do algo
não planejado antes da encarnação e que é
uma forma de alterar o planejamento. Fonte:
Adenáuer Novaes - Reencarnação: Processo
Educativo.” (GEAL Grupo de Estudos André Luiz)
64. 361. Qual a origem das qualidades morais,
boas ou más, do homem?
São as do Espírito nele encarnado. Quanto
mais puro é o Espírito, mais o homem é pro-
penso ao bem.”
65. 361-a. Parece resultar daí que o homem de
bem é a encarnação de um Espírito bom, e o
homem vicioso a de um Espírito mau?
“Sim, mas dizei antes que o homem vicioso é
a encarnação de um Espírito imperfeito, pois,
do contrário, poder-se-ia crer na existência
de Espíritos sempre maus, a que chamais de
mônios.”
66. 362. Qual no caráter dos indivíduos em que
encarnam Espíritos travessos e levianos?
“São indivíduos estouvados, maliciosos e, al-
gumas vezes, maléficos.”
364. É o mesmo Espírito que dá ao homem
as qualidades morais e da inteligência?
“Certamente, e isso em virtude do grau de
adiantamento a que tenha chegado. O ho-
mem não tem em si dois Espíritos.”
67. 365. Por que alguns homens muito inteligen-
tes, o que constitui indício de superioridade,
são ao mesmo tempo profundamente vicio-
sos?
“É que os Espíritos encarnados nesses ho-
mens ainda não são bastante puros, e por is-
so cedem à influência de Espíritos piores do
que eles. O Espírito progride numa marcha
ascendente insensível, mas o progresso não
se efetua simultaneamente em todos os sen
tidos. Num período ele pode avançar em ci-
ência; noutro, em moralidade.”
69. 367. Ao unir-se ao corpo, o Espírito se identi-
fica com a matéria?
“A matéria é apenas o envoltório do Espírito,
como a roupa é o envoltório do corpo. Ao
unir-se ao corpo, o Espírito conserva os atri-
butos da natureza espiritual.”
70. 368. As faculdades do Espírito são exercidas
com total liberdade após a sua união com o
corpo?
“O exercício das faculdades depende dos ór-
gãos que lhes servem de instrumento. A gros
seria da matéria as enfraquece.”
368-a. De acordo com isso, o envoltório ma-
terial seria um obstáculo à livre manifestação
das faculdades do Espírito, como um vidro
opaco se opõe à livre emissão da luz?
“Sim, é muito opaco.”
71. 369. O livre exercício das faculdades da al-
ma está subordinado ao desenvolvimento
dos órgãos?
“Os órgãos são os instrumentos da mani-
festação das faculdades da alma. Essa ma-
nifestação se acha subordinada ao desen-
volvimento e ao grau de perfeição desses
mesmos órgãos, como a excelência de um
trabalho está subordinada à qualidade da
ferramenta.”
72. “O perispírito torna-se, portanto, um molde
fluídico, elástico, que calca sua forma sobre a
matéria. Daí dimanam as condições fisiológi-
cas do renascimento. As qualidades ou defei-
tos do molde reaparecem no corpo físico,
que não é, na maioria dos casos, senão im-
perfeita e grosseira cópia do perispírito.”
(LÉON DENIS, Depois da Morte)
Calcar: reproduzir ou tentar reproduzir fielmente (o que foi
feito por outrem ou as características de alguém ou algo);
copiar de. (HOUAISS)
Dimanar: Brotar; derivar; emanar. (AURÉLIO)
73. “Precisamos recorrer ao perispírito, pois ele é
que contém o desenho prévio, a lei onipo-
tente que servirá de regra inflexível ao novo
organismo, e que lhe assinará o lugar na es-
cala morfológica, segundo o grau de sua evo
lução no embrião que se executa essa ação
diretiva. […].” (GABRIEL DELANNE, A Evolução Aní-
mica)
74. “Para ser mais exato, é preciso dizer que é o
próprio Espírito que modela o seu envoltório
e o apropria às suas novas necessidades;
aperfeiçoa-o e lhe desenvolve e completa o
organismo, à medida que experimenta a ne-
cessidade de manifestar novas faculdades;
numa palavra, talha-o de acordo com a sua
inteligência. Deus lhe fornece os materiais;
cabe-lhe a ele empregá-los. […].” (A Gênese,
Cap. XI - item 11)
77. 371. Tem fundamento a opinião segundo a
qual os cretinos e os idiotas teriam almas de
natureza inferior?
“Não. Eles têm almas humanas, muitas
vezes mais inteligentes do que pensais, mas
que sofrem da insuficiência dos meios de que
dispõem para se comunicar, da mesma
forma que o mudo sofre por não poder
falar.”
78. 372. Qual é o objetivo da Providência ao cri-
ar seres infelizes, como o cretino e os idio-
tas?
“São Espíritos em punição que habitam cor-
pos de idiotas. Esses Espíritos sofrem pelo
constrangimento que experimentam e pela
impossibilidade em que estão de se mani-
festarem por meio de órgãos não desenvol-
vidos ou defeituosos.”
79. 372-a. Então não é exato dizer-se que os ór-
gãos nada influem sobre as faculdades?
“Nunca dissemos que os órgãos não têm in-
fluência. Têm, e muito grande, sobre a mani-
festação das faculdades, mas não produzem
as faculdades: eis a diferença. Um bom mú-
sico, com um instrumento ruim, não produzi-
rá boa música, o que não o impede de ser
bom músico.”
80. 373. Qual o mérito da existência de seres
que, como os cretinos e os idiotas não po-
dendo fazer o bem nem o mal, não podem
progredir?
“É uma expiação imposta pelo abuso que fi-
zeram de certas faculdades. É uma pausa
temporária.”
373-a. Assim, um corpo de idiota pode con-
ter um Espírito que tenha animado um ho-
mem de gênio em existência anterior?
“Sim. Às vezes a genialidade se torna um fla-
gelo, quando dela o homem abusa.”
81. 375. Qual é a situação do Espírito na loucu-
ra?
“Quando em liberdade, o Espírito recebe di-
retamente suas impressões e exerce direta-
mente sua ação sobre a matéria, mas, quan-
do encarnado, encontra-se em condições
muito diferentes e na contingência de só o
fazer com o auxílio dos órgãos especiais. Se
uma parte ou conjunto desses órgãos for al-
terado, sua ação ou suas impressões, no que
diz respeito a tais órgãos, se interrompem.
§]=>
82. Se perde os olhos, fica cego; se o ouvido,
torna-se surdo etc. Imagina agora que o ór-
gão que preside às manifestações da inteli-
gência e da vontada seja afetado ou modifi-
cado, parcial ou totalmente, e te será fácil
compreender que o Espírito, não tendo mais
a seu serviço senão órgãos incompletos ou
alterados, deve entrar num estado de pertur-
bação do qual por si mesmo e no seu foro
íntimo, tem perfeita consciência, mas cujo
curso é incapaz de deter.”
83. 375-a. Então, é sempre o corpo e não o Espí-
rito que está desorganizado?
Sim, mas convém não perder de vista que,
assim como o Espírito atua sobre a matéria,
também esta reage sobre ele, dentro de cer-
tos limites, e que o Espírito pode encontrar-
se momentaneamente impressionado pela
alteração dos órgãos pelos quais se manifes-
ta e recebe as impressões. Pode acontecer,
finalmente, quando a loucura já durou longo
tempo, que a repetição dos mesmos atos aca
be por exercer sobre o Espírito uma influên-
cia de que ele só se libertará depois de se ha
ver libertado completamente de toda impres-
são material.”
85. “Considerando-se que o Espírito da criança já
viveu, por que não se mostra, desde o nasci-
mento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de
Deus. A criança necessita de cuidados deli-
cados, que somente a ternura materna lhe
pode dispensar, ternura que se acresce da
fraqueza e da ingenuidade da criança. Para
uma mãe, seu filho é sempre um anjo e as-
sim deveria ser, para cativar a sua solicitu-
de. Ela não podeira dispensar-lhe o mesmo
devotamento se, em vez da graça ingênua,
deparasse nele, sob traços infantis, um cará-
ter vil e as ideias de um adulto e, ainda me-
nos, se viesse a conhecer o seu passado.”
(ESE, Cap. VIII, item 4)
86. “A partir do nascimento, suas ideias reto-
mam gradualmente seu impulso, à medida
que os órgãos se desenvolvem, podendo-se
dizer que, no curso dos primeiros anos, o Es-
pírito é verdadeiramente criança, porque
ideias que lhe formam o fundo do caráter
ainda estão adormecidas. Durante o tempo
em que seus instintos se conservam sonolen-
tos, ele é mais flexível e, por isso mesmo,
mais acessível às impressões que podem
modificar a sua natureza e fazê-lo progredir,
o que torna fácil a tarefa imposta aos pais.”
(ESE, Cap. VIII, item 4)
88. 386. Dois seres que se conheceram e se esti-
maram podem encontrar-se em outra exis-
tência corpórea e reconhecer-se?
“Reconhecer-se, não; sentir-se atraídos um
para o outro, sim. Frequentemente, ligações
íntimas baseadas em sincera afeição não têm
outra causa. Dois seres se aproximam um do
outro devido a circunstâncias aparentemente
fortuitas, mas que de fato resultam da atra-
ção de dois Espíritos que se buscam por en-
tre a multidão.”
89. 387. A simpatia tem sempre por princípio um
conhecimento anterior?
“Não. Dois Espíritos que se harmonizam se
atraem naturalmente, sem que se tenham
conhecido como homens.”
90. 389. De onde provém a repulsa instintiva
que sentimos por algumas pessoas, à primei-
ra vista?
“Espíritos antipáticos que se adivinham e se
reconhecem, sem se falarem.”
390. A antipatia instintiva é sempre sinal de
natureza má?
“Dois Espíritos não são necessariamente
maus por não simpatizarem um com o outro.
Essa antipatia pode resultar da diversidade
no modo de pensar. Mas, à medida que eles
se forem elevando, as diferenças se apagam
e a antipatia desaparece.”
92. 392. Por que o Espírito encarnado perde a
lembrança do seu passado?
“O homem não pode nem deve saber tudo.
Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o
véu que lhe oculta certas coisas, o homem
ficaria ofuscado, como quem passa sem tran-
sição da obscuridade à luz. Pelo esquecimen-
to do passado ele é mais senhor de si.”
93. “Embora em nossa vida corpórea não nos
lembremos com exatidão do que fomos e do
que fizemos de bem ou de mal nas existên-
cias anteriores, temos a intuição de tudo
isso, sendo as nossas tendências instintivas
uma reminiscência do passado, tendências
contra as quais a nossa consciência, que é o
desejo que sentimos de não mais cometer as
mesmas faltas, nos adverte para resistir.”
(KARDEC, comentário q. 393)
94. “É em vão se objeta que o esquecimento
constitui um obstáculo para que se possa
aproveitar da experiência de vidas anterio-
res. […] Com efeito, essa lembrança traria
gravíssimos inconvenientes. Poderia, em cer-
tos casos, humilhar-nos excessivamente, ou,
então, exaltar o nosso orgulho, entravando
assim o nosso livre-arbítrio. Em todo caso,
provocaria inevitável perturbação nas rela-
ções sociais.” (ESE, cap. V, item 11)
95. Referências bibliográficas:
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DELANNE, G. A evolução anímica. Rio de Janeiro: FEB, 1989.
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KARDEC, A. A Gênese. Rio de Janeiro: FEB, 2007e.
KARDEC, A. O Céu e o Inferno. Rio de Janeiro: FEB, 2013.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB,
2013.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
KARDEC, A. Revista Espírita 1865. Araras, SP: IDE, 2000ci.
XAVIER, F. C. Missionários da Luz. Rio de Janeiro: FEB, 1986.
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em: http://www.mkow.com.br/apostilas/unid20.htm
BASTOS, F. Programação Reencarnatória. Disponível em:
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=2983
MIRAMEZ. Filosofia Espírita. In:
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/index.html
GEAL – Grupo de Estudos André Luiz, O processo da reencarnação.
Disponível em: http://geal-ba.blogspot.com.br/2008/04/o-processo-da-
reencarnao.html