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REFORMA
PROTESTANTE
  PROF. VANIA
INTRODUÇÃO
• Movimento de caráter religioso que marcou a passagem do mundo
  moderno feudal para o Moderno no início do século XVI.
• As transformações que podemos destacar são o novo contexto
  econômico da época. No ambiente das cidades, os comerciantes
  burgueses eram malvistos pela Igreja. Segundo os clérigos, a prática
  da usura (empréstimo de dinheiro a juro) feria o sagrado controle
  que Deus tinha sobre o tempo.
• A crise econômica feudal também instigou a população a
  questionar os dogmas impostos pela Igreja. Os clérigos estavam
  muito mais próximos das questões materiais envolvendo o poder
  político e a posse de terras, do que preocupados com as mazelas
  sofridas pela população camponesa.
• Um dos mais claros reflexos dessa situação pôde ser notado com o
  relaxamento dos costumes que incitava padres, bispos e cardeais a
  não cumprirem seus votos religiosos.
ANTECEDENTES
•   No século XII apareceram os primeiros movimentos que questionavam as crenças e práticas
    do catolicismo.
•   O papel exercido pelos cátaros, originários da região sul da França, que criaram uma fé
    cristã à parte dos ditames da Igreja Católica. Realizando uma leitura própria do texto,
    tinham valores morais bastante rígidos que se contrastava com o comportamento dos
    líderes clericais. No século posterior, vendo a grande presença do movimento religioso, o
    papa Inocêncio III ordenou a realização de uma cruzada que – entre 1209 e 1229 –
    aniquilou o movimento cátaro.
•    Além disso, as acusações de feitiçaria eram bastante corriqueiras entre indivíduos
    considerados suspeitos ou infiéis. Já na Idade Média, a Igreja criou o Tribunal da Santa
    Inquisição que percorria diversas regiões da Europa, reprimindo aqueles que ameaçassem
    seu poderio religioso e ideológico.
•   A corrupção do alto clero, a ignorância religiosa dos padres comuns e os novos estudos
    teológicos, levantavam uma série de questões religiosas que colocavam a igreja como alvo
    de crítica da sociedade.
•   E essas críticas já não permitiam apenas consertar internamente a casa. As insatisfações
    acumularam-se de tal maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade
    cristã, ou seja, a Reforma protestante. Assim a Reforma foi motivada por uma série de
    causas que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa.
OS PRECURSORES DA REFORMA
•   Séculos XIV e XV começaram a aparecer movimentos que questionavam os valores absolutos da
    Igreja Católica.
•   O inglês John Wycliffe (1330 – 138) redigiu alguns ensaios onde denunciava as ações corruptas da
    Igreja e defendia a salvação espiritual por meio da fé. Essas ideias viriam a influenciar as obras de
    Martinho Lutero, no século XVI.
•   Jan Huss (1370 – 1415) foi um padre que se preocupou em traduzir o texto bíblico em outras
    línguas e denunciou o comportamento dos clérigos católicos. A pregação por ele empreendida, ao
    longo da Boêmia, motivou a violenta reação das autoridades do Sacro-Império Germânico que
    ordenaram sua morte pela fogueira. A morte de Huss deu origem a um movimento popular
    conhecido como hussismo. A grande maioria de seus integrantes eram camponeses pobres
    insatisfeitos com sua condição de vida.
•   O movimento renascentista também deu passos importantes no questionamento do papel
    exercido pela Igreja Católica. A teoria empirista de Francis Bacon; o heliocentrismo defendido por
    Nicolau Copérnico; e a física newtoniana descentralizou o monopólio intelectual da Igreja. Esse
    conhecimento mostrava que o homem não necessitava da chancela de uma instituição que o
    concedesse o direito de conhecer a Deus ou o mundo.
•   Dessa maneira, se formou todo um histórico de tentativas e fatos que antecederam a
    consolidação do movimento reformista. Mesmo sofrendo diferentes ofensivas ao longo do
    tempo, a Igreja ainda conservou um conjunto de práticas que complicavam a estabilidade do
    poder clerical. A venda de indulgências, a negociação de cargos eclesiásticos e a vida amoral
    ainda foram questões que incentivaram o aparecimento das novas religiões protestantes.
HUSS
CAUSAS RELIGIOSAS
•   O desconhecimento que muitos padres tinham a respeito da própria religião, não tinham
    preparação para exercerem o cargo.
•   A vida desregrada de muitos componentes do clero: casos de padres envolvidos em escândalos
    amorosos, de monges bêbados e de bispos que vendiam sacramentos.
•   O estímulo do alto clero a negócios envolvendo a religião: simonia ( espinhos que teriam coroado a
    testa de Jesus, panos que teriam limpado seu rosto, pêlos do burrinho que Jesus montou, etc.) e a
    venda de indulgências (compra da salvação mediante o pagamento de uma quantia a Igreja).
•   O fato de o latim ser a língua oficial da Igreja Católica: portanto a Bíblia e os ritos eram em latim e
    por isso só podiam ser lidas e interpretadas pelos clérigos, o que afastava o povo por não
    entenderem as mensagens.
•   Novas interpretações da Bíblia: com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da
    Bíblia tornando-a acessível a um maior número de pessoas, o que possibilitou o entendimento sem
    a intermediação dos padres. Desse novo espírito, que levou ao livre exame das Escrituras, nasceram
    diferentes interpretações da doutrina cristã. Um exemplo é a corrente religiosa que apoiava a obra
    de Santo Agostinho, onde a salvação do homem seria alcançada somente pela fé. Essas idéias
    opunham-se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do
    homem era alcançada pela fé e pelas obras.
•   As catástrofes que atingiam a Europa: fome, calamidades naturais, epidemias, que levou o homem
    a repensar seus atos em busca da fé.
•   O Grande Cisma: ruptura da unidade cristã, surgindo dois e depois três papados.
CAUSAS POLÍTICAS
• A luta dos reis pela expansão territorial entrou em choque
  com a grande extensão de terras pertencentes à Igreja,
  onde não poderia ser cobrados tributos.

• O nacionalismo: com o fortalecimento das monarquias
  nacionais, os reis passaram a encarar a Igreja como uma
  entidade estrangeira em seus países e esta, por sua vez,
  insistia em se apresentar como uma instituição universal.
  Essa noção de universalidade perdia força à medida que
  crescia o sentimento nacionalista, pois cada Estado (com
  sua língua, seu povo, seus costumes) estava mais
  interessado em afirmar as diferenças do que as
  semelhanças em relação a outros Estados.
CAUSAS ECONÔMICAS
• A ética religiosa católica: a Igreja condenava o lucro
  excessivo (usura) e defendia o preço justo. Essa moral
  econômica entrava em choque com a ganância da
  burguesia, pois muitos comerciantes não se sentiam à
  vontade para tirar o lucro máximo dos negócios
  temendo o inferno.
• O dispendioso gasto da Igreja com o patrocínio da
  cultura renascentista;
• A riqueza da Igreja se opunha aos ensinamentos de
  |Jesus que pregava a humildade e a pobreza.
• O desejo de alguns reis de confiscar as riquezas da
  Igreja e acabar com a tributação paga ao Papa.
REFORMA LUTERANA
•   Em 1517, estourou o conflito de Martinho Lutero, um monge agostiniano, com a igreja
    Católica. O fato aconteceu quando o papa Leão X autorizou a concessão de indulgências aos
    fiéis que contribuíssem financeiramente com a Igreja para que reconstruíssem a basílica de
    São Pedro. Na prática, o papa colocou o céu à venda.
•   Escandalizado com essa prática, Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittemberg,
    na Alemanha um manifesto público protestando contra o papa e expondo alguns elementos
    de sua doutrina religiosa, As 95 Teses. Em sua doutrina pregava que o homem era um ser
    predestinado à salvação ou condenação e que este, ficava dependente da graça de Deus para
    alcançar a redenção. Somente Cristo poderia salvar os homens e somente a fé poderia levar
    o homem para o céu.
•   Iniciava-se assim, a longa discussão entre Lutero e as autoridades católicas, que terminou
    com a sua excomunhão em 1520. Para demonstrar firmeza e descaso, Lutero queimou em
    praça pública a bula papal que o excomungava. Em 1524 teve início uma guerra civil, com um
    levante camponês, que não recebeu apoio de Lutero. Em 1529, príncipes alemães
    protestaram contra as medidas que impediam cada Estado de adotar sua própria religião e
    foi a partir desse protesto que se espalhou o nome protestante parta designar os cristãos
    não-católicos.
•   Depois de uma nova guerra civil envolvendo príncipes católicos e príncipes protestantes foi
    assinado um acordo, a Paz de Augsburgo, que permitia a liberdade de culto.
DOUTRINA LUTERANA
• A salvação se dá exclusivamente pela fé em Deus;
• A Bíblia pode ser interpretada por qualquer pessoa cristã;
• Proibição do culto a imagens de santos e às relíquias sagradas;
• O culto deveria ser praticado na língua nacional;
• Os bens da Igreja deveriam ser distribuídos entre os nobres
  governantes;
• Extinção do celibato e da vida monástica: os ministros religiosos
  deveriam integrar-se o mais possível na comunidade dos fiéis;
• Foi negada a existência dos sete sacramentos, reconhecendo
  apenas o batismo e a eucaristia.
• Só deveriam ser conservadas as práticas instituídas por Cristo e por
  ele transmitidas através do Novo Testamento.
DIFUSÃO DO LUTERANISMO
• Uma série de fatores sociais e econômicos favoreceram a
  difusão do Luteranismo.
• Grande quantidade de terras da Alemanha pertenciam à
  Igreja, havendo grande interesse da nobreza em apoderar-
  se dessas terras;
• A burguesia estava descontente com a ética religiosa
  pregada ela Igreja Católica;
• Os camponeses e artesãos urbanos responsabilizavam a
  Igreja pela miséria em que viviam.
• Havia, portanto, um consenso entre as diversas classes
  sociais contra a Igreja Católica e por isso Lutero conseguiu
  facilmente divulgar sua doutrina religiosa pelo norte da
  Alemanha, Suécia, Dinamarca e Noruega.
A REFORMA CALVINISTA (SUIÇA)
•   João Calvino aderiu às idéias protestantes sendo perseguido e considerado herege
    pelas autoridades católicas da França. Em 1534, acabou fugindo para a Suíça onde
    publicou sua principal obra a Instituição da Religião Cristã, na qual afirmava que o
    ser humano estava predestinado a merecer o céu ou inferno. Explicava que Deus
    tinha eleito algumas pessoas para serem salvas, enquanto outras seriam
    condenados à maldição eterna.
•   Calvino foi governante de Genebra e durante seu governo exerceu severa
    vigilância moral com a proibição de jogo, culto a imagens, dança, batismo de
    crianças com nomes não-bíblicos, uso de jóias, etc. Quem descumprisse as normas
    ou se rebelasse era severamente punido.
•   O sinal de que Deus tinha predestinado a pessoa a ir para o céu era a prosperidade
    econômica e a riqueza material.
•   Assim, o calvinismo foi bem recebido pela burguesia comercial, que desejava uma
    ética religiosa que justificasse sua ambição material. Correspondendo a esses
    interesses, a doutrina difundiu-se por países onde se expandia o capitalismo como
    França, Inglaterra, Escócia e Holanda.
•   Seus seguidores foram chamados de huguenotes, na França, puritanos, na
    Inglaterra e presbiterianos na Escócia.
REFORMA ANGLICANA (INGLATERRA)
• Henrique VIII, rei da Inglaterra, era fiel aliado
  do papa contra o protestantismo, recebendo,
  por isso, o título de Defensor da Fé.
  Entretanto, uma série de razões o levaram a
  romper com a Igreja Católica e fundar uma
  Igreja Nacional.
PRINCIPAIS FATORES
• Fortalecimento da
  monarquia: a Igreja Católica
  exercia grande influência
  política dentro da
  Inglaterra, pois era dona de
  grande parte das terras e
  monopolizava o comércio
  de objetos sagrados. Para
  fortalecer o poder da
  monarquia inglesa,
  Henrique VIII teria que
  reduzir a influência do Papa
  dentro da Inglaterra;
A POSSE DE GRANDE QUANTIDADE DE
        TERRAS PELA IGREJA
A nobreza capitalista
  inglesa tinha grande
  interesse econômico
  em apossar-se das
  terras da Igreja. Para
  que isso acontecesse
  era preciso unir-se em
  torno do rei, a fim de
  que os poderes da
  Igreja Católica se
  enfraquecessem.
O PEDIDO DE DIVÓRCIO DO REI
              HENRIQUE VIII
• Casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, Henrique VIII teve
  com ela uma filha para sucedê-lo no trono. Entretanto, o rei estava
  bastante descontente com seu casamento. Primeiro, devido à origem
  espanhola de sua esposa, já que a Espanha era inimiga da Inglaterra.
  Segundo, porque o rei desejava um herdeiro masculino e pretendia casar-
  se com Ana Bolena. Assim, em 1529 pediu ao Papa que anulasse seu
  matrimônio com Catarina de Aragão, mas deparou-se com a recusa do
  Sumo Pontífice. Apesar disso, Henrique VIII conseguiu que o alto clero
  inglês e o Parlamento reconhecessem a validade de suas intenções. Em
  1534, o Parlamento inglês votou um Ato de Supremacia, pelo qual
  considerava Henrique VIII o chefe supremo da Igreja Nacional Anglicana.
  “Os ingleses, por juramento, deviam submeter-se a essa supremacia, caso
  contrário seriam excomungados e perseguidos pela justiça real. Houve
  pouca resistência, nela incluída a de Thomas Morus, que foi decapitado.
  Suprimiu-se o clero regular e seus bens devolvidos à coroa, sendo
  vendidos.
Catarina de Aragão: princesa espanhola, casou-
se em 1509, sete semana depois dele se tornar
rei. Por causa de seu divórcio, em 1533, houve a
Reforma Religiosa na Inglaterra.
Ana Bolena: casou-se em 1534. Deu a Henrique
VIII uma filha, Elizabeth,que depois seria rainha
da Inglaterra. Foi acusada de infidelidade ao rei,
sendo decapitada em 1536.
Jane Seymor: casou-se com Henrique VIII seis
dias após a execução de Ana Bolena. Deu ao rei
seu único filho, Eduardo, morrendo de uma
complicação após o parto.
Ana de Cléves: princesa alemã, Henrique casou-
se com ela por motivos políticos, em 1540. Este
casamento foi anulado pelo Parlamento 6
meses depois.
Catarina Howard: inglesa, casou-se em 1541 e,
um ano depois, admitiu que tinha sido infiel ao
rei, sendo decapitada.
Catarina Par: inglesa, antes de se casar com
Henrique VIII, em 1543, já tinha se divorciado 2
vezes. Ainda era rainha quando o rei faleceu,
em 1547.
SUCESSORES DE HENRIQUE VIII
• Após a criação da Igreja Anglicana, surgiram, com os
  sucessores de Henrique VIII, uma série de lutas
  religiosas internas. Primeiro, tentou-se implantar, no
  governo de Eduardo VI (1547-1553), o Calvinismo no
  país. Depois, no governo de Maria Tudor (1553-1558),
  filha de Catarina de Aragão, houve a reação católica.
  Somente no governo de Elisabeth I (1558-1603) é que
  se consolidou a Igreja Anglicana, que permanece
  dominante no país até hoje. O calvinismo puritano
  conseguiu, entretanto, grande número de adeptos
  entre a burguesia manufatureira. Foi dos puritanos que
  surgiram os grandes líderes da Revolução inglesa do
  Século XVII.
A FORMA E O CONTEÚDO DO
             ANGLICANISMO
• A Igreja Anglicana procurou desenvolver uma conciliação original
  entre o rito tradicional do catolicismo e o dogma de caráter
  protestante. Em outras palavras, mantinha-se nas cerimônias a
  forma católica (conservação da liturgia católica, da hierarquia
  eclesiástica etc.) e introduziam-se na doutrina elementos do
  conteúdo protestante (salvação pela fé, preservação de apenas dois
  sacramentos - batismo e comunhão etc.).
• Essa foi à solução encontrada pela monarquia inglesa para
  favorecer a convivência de diferentes grupos religiosos rivais. Assim,
  de acordo com as circunstâncias históricas de cada momento, a
  monarquia inglesa dirigia a Igreja Anglicana enfatizando a forma
  católica ou o conteúdo protestante. Se quisesse agradar aos
  protestantes, valorizava o conteúdo dos cultos; se quisesse agradar
  aos católicos, valorizava o rito formal das cerimônias.
A REFORMA CATÓLICA OU CONTRA-
            REFORMA
• Diante dos movimentos protestantes, a reação inicial e
  imediata da Igreja Católica foi a de punir os líderes
  rebeldes, na esperança de que as ideias dos reformadores
  não se propagassem e o mundo cristão recuperasse a
  unidade perdida. Essa tática, entretanto, não deu bons
  resultados, já que o movimento protestante avançou pela
  Europa, conquistando crescente número de seguidores. Era
  forçoso, assim, reconhecer a ruptura protestante.
• Diante disso, ganhou força dentro do Catolicismo um amplo
  movimento de moralização do clero e reorganização das
  estruturas administrativas da Igreja. Esse movimento de
  reformulação da Igreja Católica ficou conhecido como
  Reforma Católica ou Contra- Reforma.
PRINCIPAIS LÍDERES

•   Papa Paulo III (1534-1549)
•   Paulo IV (1555-1559),
•   Pio V (1566-1572)
•   Xisto V (1585-1590).
DECISÕES TOMADAS NA CONTRA-
          REFORMA
1. APROVAÇÃO DA CRIAÇÃO DA
            ORDEM DOS JESUÍTAS
• No ano de 1540, o Papa Paulo III aprovou a criação da Ordem dos Jesuítas
  ou Companhia de Jesus, que tinha sido fundada pelo militar espanhol
  Inácio de Loyola, em 1534. Inspirando-se na estrutura militar, os jesuítas
  consideravam-se os soldados da Igreja, sua tropa de elite, cuja missão era
  combater a expansão do protestantismo. Entretanto, o combate deveria
  ser travado com as armas do espírito, e para isso Inácio de Loyola escreveu
  um livro básico, chamado “Os exercícios espirituais”, em que se propunha
  a programar a conversão do indivíduo ao catolicismo, mediante técnicas
  de contemplação. A criação de escolas religiosas foi um dos principais
  instrumentos da estratégia dos jesuítas. Outra arma utilizada foi a
  catequese dos não-cristãos, isto é, os jesuítas empenharam-se em
  converter ao catolicismo os povos dos continentes recém-descobertos. O
  objetivo era expandir o domínio católico para os demais continentes;
                                    •
2. CONVOCAÇÃO DO CONCÍLIO DE
               TRENTO
•   No ano de 1545, o Papa Paulo III convocou um Concílio, cujas primeiras reuniões
    foram realizadas na cidade de Trento, na Itália. Ao final de longos anos de trabalho,
    o Concílio apresentou um conjunto de decisões destinadas a garantir a unidade da
    fé católica e a disciplina eclesiástica. Reagindo às ideias protestantes, o Concílio de
    Trento reafirmou diversos pontos da doutrina católica, como, por exemplo:
•   Salvação humana: depende da fé e das boas obras humanas. Rejeitava-se,
    portanto, a doutrina da predestinação;
•   Fonte da fé: o dogma religioso tem como fonte a Bíblia, cabendo à Igreja dar-lhe a
    interpretação correta, e a tradição religiosa, conservada pela Igreja e transmitida
    às novas gerações. O Papa reafirmava sua posição de sucessor de Pedro, a quem
    Jesus Cristo confiou a construção de sua Igreja;
•   A missa e a presença de Cristo: a Igreja reafirmou que no ato de eucaristia ocorria
    a presença real de Jesus no pão e no vinho. Essa presença real de Cristo era
    rejeitada pelos protestantes.
•   A elaboração de um catecismo com os pontos fundamentais da doutrina católica,
•   A criação de seminários para a formação dos sacerdotes.
•   A manutenção do celibato sacerdotal;
RESTABELECIMENTO DA INQUISIÇÃO
• No ano de 1231 a Igreja Católica criou os Tribunais de
  Inquisição, que, com o tempo, reduziram suas
  atividades em diversos países. Entretanto, com o
  avanço do protestantismo, a Igreja decidiu reativar, em
  meados do século XVII o funcionamento da Inquisição,
  que se encarregou, por exemplo, de organizar uma lista
  de livros proibidos aos católicos, o Index librorum
  prohibitorum. Uma das primeiras relações de livros
  proibidos foi publicada em 1564.

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Apresentação reforma tmp

  • 2. INTRODUÇÃO • Movimento de caráter religioso que marcou a passagem do mundo moderno feudal para o Moderno no início do século XVI. • As transformações que podemos destacar são o novo contexto econômico da época. No ambiente das cidades, os comerciantes burgueses eram malvistos pela Igreja. Segundo os clérigos, a prática da usura (empréstimo de dinheiro a juro) feria o sagrado controle que Deus tinha sobre o tempo. • A crise econômica feudal também instigou a população a questionar os dogmas impostos pela Igreja. Os clérigos estavam muito mais próximos das questões materiais envolvendo o poder político e a posse de terras, do que preocupados com as mazelas sofridas pela população camponesa. • Um dos mais claros reflexos dessa situação pôde ser notado com o relaxamento dos costumes que incitava padres, bispos e cardeais a não cumprirem seus votos religiosos.
  • 3. ANTECEDENTES • No século XII apareceram os primeiros movimentos que questionavam as crenças e práticas do catolicismo. • O papel exercido pelos cátaros, originários da região sul da França, que criaram uma fé cristã à parte dos ditames da Igreja Católica. Realizando uma leitura própria do texto, tinham valores morais bastante rígidos que se contrastava com o comportamento dos líderes clericais. No século posterior, vendo a grande presença do movimento religioso, o papa Inocêncio III ordenou a realização de uma cruzada que – entre 1209 e 1229 – aniquilou o movimento cátaro. • Além disso, as acusações de feitiçaria eram bastante corriqueiras entre indivíduos considerados suspeitos ou infiéis. Já na Idade Média, a Igreja criou o Tribunal da Santa Inquisição que percorria diversas regiões da Europa, reprimindo aqueles que ameaçassem seu poderio religioso e ideológico. • A corrupção do alto clero, a ignorância religiosa dos padres comuns e os novos estudos teológicos, levantavam uma série de questões religiosas que colocavam a igreja como alvo de crítica da sociedade. • E essas críticas já não permitiam apenas consertar internamente a casa. As insatisfações acumularam-se de tal maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade cristã, ou seja, a Reforma protestante. Assim a Reforma foi motivada por uma série de causas que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa.
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  • 6. OS PRECURSORES DA REFORMA • Séculos XIV e XV começaram a aparecer movimentos que questionavam os valores absolutos da Igreja Católica. • O inglês John Wycliffe (1330 – 138) redigiu alguns ensaios onde denunciava as ações corruptas da Igreja e defendia a salvação espiritual por meio da fé. Essas ideias viriam a influenciar as obras de Martinho Lutero, no século XVI. • Jan Huss (1370 – 1415) foi um padre que se preocupou em traduzir o texto bíblico em outras línguas e denunciou o comportamento dos clérigos católicos. A pregação por ele empreendida, ao longo da Boêmia, motivou a violenta reação das autoridades do Sacro-Império Germânico que ordenaram sua morte pela fogueira. A morte de Huss deu origem a um movimento popular conhecido como hussismo. A grande maioria de seus integrantes eram camponeses pobres insatisfeitos com sua condição de vida. • O movimento renascentista também deu passos importantes no questionamento do papel exercido pela Igreja Católica. A teoria empirista de Francis Bacon; o heliocentrismo defendido por Nicolau Copérnico; e a física newtoniana descentralizou o monopólio intelectual da Igreja. Esse conhecimento mostrava que o homem não necessitava da chancela de uma instituição que o concedesse o direito de conhecer a Deus ou o mundo. • Dessa maneira, se formou todo um histórico de tentativas e fatos que antecederam a consolidação do movimento reformista. Mesmo sofrendo diferentes ofensivas ao longo do tempo, a Igreja ainda conservou um conjunto de práticas que complicavam a estabilidade do poder clerical. A venda de indulgências, a negociação de cargos eclesiásticos e a vida amoral ainda foram questões que incentivaram o aparecimento das novas religiões protestantes.
  • 8. CAUSAS RELIGIOSAS • O desconhecimento que muitos padres tinham a respeito da própria religião, não tinham preparação para exercerem o cargo. • A vida desregrada de muitos componentes do clero: casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges bêbados e de bispos que vendiam sacramentos. • O estímulo do alto clero a negócios envolvendo a religião: simonia ( espinhos que teriam coroado a testa de Jesus, panos que teriam limpado seu rosto, pêlos do burrinho que Jesus montou, etc.) e a venda de indulgências (compra da salvação mediante o pagamento de uma quantia a Igreja). • O fato de o latim ser a língua oficial da Igreja Católica: portanto a Bíblia e os ritos eram em latim e por isso só podiam ser lidas e interpretadas pelos clérigos, o que afastava o povo por não entenderem as mensagens. • Novas interpretações da Bíblia: com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia tornando-a acessível a um maior número de pessoas, o que possibilitou o entendimento sem a intermediação dos padres. Desse novo espírito, que levou ao livre exame das Escrituras, nasceram diferentes interpretações da doutrina cristã. Um exemplo é a corrente religiosa que apoiava a obra de Santo Agostinho, onde a salvação do homem seria alcançada somente pela fé. Essas idéias opunham-se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do homem era alcançada pela fé e pelas obras. • As catástrofes que atingiam a Europa: fome, calamidades naturais, epidemias, que levou o homem a repensar seus atos em busca da fé. • O Grande Cisma: ruptura da unidade cristã, surgindo dois e depois três papados.
  • 9. CAUSAS POLÍTICAS • A luta dos reis pela expansão territorial entrou em choque com a grande extensão de terras pertencentes à Igreja, onde não poderia ser cobrados tributos. • O nacionalismo: com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encarar a Igreja como uma entidade estrangeira em seus países e esta, por sua vez, insistia em se apresentar como uma instituição universal. Essa noção de universalidade perdia força à medida que crescia o sentimento nacionalista, pois cada Estado (com sua língua, seu povo, seus costumes) estava mais interessado em afirmar as diferenças do que as semelhanças em relação a outros Estados.
  • 10. CAUSAS ECONÔMICAS • A ética religiosa católica: a Igreja condenava o lucro excessivo (usura) e defendia o preço justo. Essa moral econômica entrava em choque com a ganância da burguesia, pois muitos comerciantes não se sentiam à vontade para tirar o lucro máximo dos negócios temendo o inferno. • O dispendioso gasto da Igreja com o patrocínio da cultura renascentista; • A riqueza da Igreja se opunha aos ensinamentos de |Jesus que pregava a humildade e a pobreza. • O desejo de alguns reis de confiscar as riquezas da Igreja e acabar com a tributação paga ao Papa.
  • 11. REFORMA LUTERANA • Em 1517, estourou o conflito de Martinho Lutero, um monge agostiniano, com a igreja Católica. O fato aconteceu quando o papa Leão X autorizou a concessão de indulgências aos fiéis que contribuíssem financeiramente com a Igreja para que reconstruíssem a basílica de São Pedro. Na prática, o papa colocou o céu à venda. • Escandalizado com essa prática, Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittemberg, na Alemanha um manifesto público protestando contra o papa e expondo alguns elementos de sua doutrina religiosa, As 95 Teses. Em sua doutrina pregava que o homem era um ser predestinado à salvação ou condenação e que este, ficava dependente da graça de Deus para alcançar a redenção. Somente Cristo poderia salvar os homens e somente a fé poderia levar o homem para o céu. • Iniciava-se assim, a longa discussão entre Lutero e as autoridades católicas, que terminou com a sua excomunhão em 1520. Para demonstrar firmeza e descaso, Lutero queimou em praça pública a bula papal que o excomungava. Em 1524 teve início uma guerra civil, com um levante camponês, que não recebeu apoio de Lutero. Em 1529, príncipes alemães protestaram contra as medidas que impediam cada Estado de adotar sua própria religião e foi a partir desse protesto que se espalhou o nome protestante parta designar os cristãos não-católicos. • Depois de uma nova guerra civil envolvendo príncipes católicos e príncipes protestantes foi assinado um acordo, a Paz de Augsburgo, que permitia a liberdade de culto.
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  • 14. DOUTRINA LUTERANA • A salvação se dá exclusivamente pela fé em Deus; • A Bíblia pode ser interpretada por qualquer pessoa cristã; • Proibição do culto a imagens de santos e às relíquias sagradas; • O culto deveria ser praticado na língua nacional; • Os bens da Igreja deveriam ser distribuídos entre os nobres governantes; • Extinção do celibato e da vida monástica: os ministros religiosos deveriam integrar-se o mais possível na comunidade dos fiéis; • Foi negada a existência dos sete sacramentos, reconhecendo apenas o batismo e a eucaristia. • Só deveriam ser conservadas as práticas instituídas por Cristo e por ele transmitidas através do Novo Testamento.
  • 15. DIFUSÃO DO LUTERANISMO • Uma série de fatores sociais e econômicos favoreceram a difusão do Luteranismo. • Grande quantidade de terras da Alemanha pertenciam à Igreja, havendo grande interesse da nobreza em apoderar- se dessas terras; • A burguesia estava descontente com a ética religiosa pregada ela Igreja Católica; • Os camponeses e artesãos urbanos responsabilizavam a Igreja pela miséria em que viviam. • Havia, portanto, um consenso entre as diversas classes sociais contra a Igreja Católica e por isso Lutero conseguiu facilmente divulgar sua doutrina religiosa pelo norte da Alemanha, Suécia, Dinamarca e Noruega.
  • 16. A REFORMA CALVINISTA (SUIÇA) • João Calvino aderiu às idéias protestantes sendo perseguido e considerado herege pelas autoridades católicas da França. Em 1534, acabou fugindo para a Suíça onde publicou sua principal obra a Instituição da Religião Cristã, na qual afirmava que o ser humano estava predestinado a merecer o céu ou inferno. Explicava que Deus tinha eleito algumas pessoas para serem salvas, enquanto outras seriam condenados à maldição eterna. • Calvino foi governante de Genebra e durante seu governo exerceu severa vigilância moral com a proibição de jogo, culto a imagens, dança, batismo de crianças com nomes não-bíblicos, uso de jóias, etc. Quem descumprisse as normas ou se rebelasse era severamente punido. • O sinal de que Deus tinha predestinado a pessoa a ir para o céu era a prosperidade econômica e a riqueza material. • Assim, o calvinismo foi bem recebido pela burguesia comercial, que desejava uma ética religiosa que justificasse sua ambição material. Correspondendo a esses interesses, a doutrina difundiu-se por países onde se expandia o capitalismo como França, Inglaterra, Escócia e Holanda. • Seus seguidores foram chamados de huguenotes, na França, puritanos, na Inglaterra e presbiterianos na Escócia.
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  • 18. REFORMA ANGLICANA (INGLATERRA) • Henrique VIII, rei da Inglaterra, era fiel aliado do papa contra o protestantismo, recebendo, por isso, o título de Defensor da Fé. Entretanto, uma série de razões o levaram a romper com a Igreja Católica e fundar uma Igreja Nacional.
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  • 20. PRINCIPAIS FATORES • Fortalecimento da monarquia: a Igreja Católica exercia grande influência política dentro da Inglaterra, pois era dona de grande parte das terras e monopolizava o comércio de objetos sagrados. Para fortalecer o poder da monarquia inglesa, Henrique VIII teria que reduzir a influência do Papa dentro da Inglaterra;
  • 21. A POSSE DE GRANDE QUANTIDADE DE TERRAS PELA IGREJA A nobreza capitalista inglesa tinha grande interesse econômico em apossar-se das terras da Igreja. Para que isso acontecesse era preciso unir-se em torno do rei, a fim de que os poderes da Igreja Católica se enfraquecessem.
  • 22. O PEDIDO DE DIVÓRCIO DO REI HENRIQUE VIII • Casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, Henrique VIII teve com ela uma filha para sucedê-lo no trono. Entretanto, o rei estava bastante descontente com seu casamento. Primeiro, devido à origem espanhola de sua esposa, já que a Espanha era inimiga da Inglaterra. Segundo, porque o rei desejava um herdeiro masculino e pretendia casar- se com Ana Bolena. Assim, em 1529 pediu ao Papa que anulasse seu matrimônio com Catarina de Aragão, mas deparou-se com a recusa do Sumo Pontífice. Apesar disso, Henrique VIII conseguiu que o alto clero inglês e o Parlamento reconhecessem a validade de suas intenções. Em 1534, o Parlamento inglês votou um Ato de Supremacia, pelo qual considerava Henrique VIII o chefe supremo da Igreja Nacional Anglicana. “Os ingleses, por juramento, deviam submeter-se a essa supremacia, caso contrário seriam excomungados e perseguidos pela justiça real. Houve pouca resistência, nela incluída a de Thomas Morus, que foi decapitado. Suprimiu-se o clero regular e seus bens devolvidos à coroa, sendo vendidos.
  • 23. Catarina de Aragão: princesa espanhola, casou- se em 1509, sete semana depois dele se tornar rei. Por causa de seu divórcio, em 1533, houve a Reforma Religiosa na Inglaterra. Ana Bolena: casou-se em 1534. Deu a Henrique VIII uma filha, Elizabeth,que depois seria rainha da Inglaterra. Foi acusada de infidelidade ao rei, sendo decapitada em 1536. Jane Seymor: casou-se com Henrique VIII seis dias após a execução de Ana Bolena. Deu ao rei seu único filho, Eduardo, morrendo de uma complicação após o parto. Ana de Cléves: princesa alemã, Henrique casou- se com ela por motivos políticos, em 1540. Este casamento foi anulado pelo Parlamento 6 meses depois. Catarina Howard: inglesa, casou-se em 1541 e, um ano depois, admitiu que tinha sido infiel ao rei, sendo decapitada. Catarina Par: inglesa, antes de se casar com Henrique VIII, em 1543, já tinha se divorciado 2 vezes. Ainda era rainha quando o rei faleceu, em 1547.
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  • 25. SUCESSORES DE HENRIQUE VIII • Após a criação da Igreja Anglicana, surgiram, com os sucessores de Henrique VIII, uma série de lutas religiosas internas. Primeiro, tentou-se implantar, no governo de Eduardo VI (1547-1553), o Calvinismo no país. Depois, no governo de Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, houve a reação católica. Somente no governo de Elisabeth I (1558-1603) é que se consolidou a Igreja Anglicana, que permanece dominante no país até hoje. O calvinismo puritano conseguiu, entretanto, grande número de adeptos entre a burguesia manufatureira. Foi dos puritanos que surgiram os grandes líderes da Revolução inglesa do Século XVII.
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  • 29. A FORMA E O CONTEÚDO DO ANGLICANISMO • A Igreja Anglicana procurou desenvolver uma conciliação original entre o rito tradicional do catolicismo e o dogma de caráter protestante. Em outras palavras, mantinha-se nas cerimônias a forma católica (conservação da liturgia católica, da hierarquia eclesiástica etc.) e introduziam-se na doutrina elementos do conteúdo protestante (salvação pela fé, preservação de apenas dois sacramentos - batismo e comunhão etc.). • Essa foi à solução encontrada pela monarquia inglesa para favorecer a convivência de diferentes grupos religiosos rivais. Assim, de acordo com as circunstâncias históricas de cada momento, a monarquia inglesa dirigia a Igreja Anglicana enfatizando a forma católica ou o conteúdo protestante. Se quisesse agradar aos protestantes, valorizava o conteúdo dos cultos; se quisesse agradar aos católicos, valorizava o rito formal das cerimônias.
  • 30. A REFORMA CATÓLICA OU CONTRA- REFORMA • Diante dos movimentos protestantes, a reação inicial e imediata da Igreja Católica foi a de punir os líderes rebeldes, na esperança de que as ideias dos reformadores não se propagassem e o mundo cristão recuperasse a unidade perdida. Essa tática, entretanto, não deu bons resultados, já que o movimento protestante avançou pela Europa, conquistando crescente número de seguidores. Era forçoso, assim, reconhecer a ruptura protestante. • Diante disso, ganhou força dentro do Catolicismo um amplo movimento de moralização do clero e reorganização das estruturas administrativas da Igreja. Esse movimento de reformulação da Igreja Católica ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra- Reforma.
  • 31. PRINCIPAIS LÍDERES • Papa Paulo III (1534-1549) • Paulo IV (1555-1559), • Pio V (1566-1572) • Xisto V (1585-1590).
  • 32. DECISÕES TOMADAS NA CONTRA- REFORMA
  • 33. 1. APROVAÇÃO DA CRIAÇÃO DA ORDEM DOS JESUÍTAS • No ano de 1540, o Papa Paulo III aprovou a criação da Ordem dos Jesuítas ou Companhia de Jesus, que tinha sido fundada pelo militar espanhol Inácio de Loyola, em 1534. Inspirando-se na estrutura militar, os jesuítas consideravam-se os soldados da Igreja, sua tropa de elite, cuja missão era combater a expansão do protestantismo. Entretanto, o combate deveria ser travado com as armas do espírito, e para isso Inácio de Loyola escreveu um livro básico, chamado “Os exercícios espirituais”, em que se propunha a programar a conversão do indivíduo ao catolicismo, mediante técnicas de contemplação. A criação de escolas religiosas foi um dos principais instrumentos da estratégia dos jesuítas. Outra arma utilizada foi a catequese dos não-cristãos, isto é, os jesuítas empenharam-se em converter ao catolicismo os povos dos continentes recém-descobertos. O objetivo era expandir o domínio católico para os demais continentes; •
  • 34. 2. CONVOCAÇÃO DO CONCÍLIO DE TRENTO • No ano de 1545, o Papa Paulo III convocou um Concílio, cujas primeiras reuniões foram realizadas na cidade de Trento, na Itália. Ao final de longos anos de trabalho, o Concílio apresentou um conjunto de decisões destinadas a garantir a unidade da fé católica e a disciplina eclesiástica. Reagindo às ideias protestantes, o Concílio de Trento reafirmou diversos pontos da doutrina católica, como, por exemplo: • Salvação humana: depende da fé e das boas obras humanas. Rejeitava-se, portanto, a doutrina da predestinação; • Fonte da fé: o dogma religioso tem como fonte a Bíblia, cabendo à Igreja dar-lhe a interpretação correta, e a tradição religiosa, conservada pela Igreja e transmitida às novas gerações. O Papa reafirmava sua posição de sucessor de Pedro, a quem Jesus Cristo confiou a construção de sua Igreja; • A missa e a presença de Cristo: a Igreja reafirmou que no ato de eucaristia ocorria a presença real de Jesus no pão e no vinho. Essa presença real de Cristo era rejeitada pelos protestantes. • A elaboração de um catecismo com os pontos fundamentais da doutrina católica, • A criação de seminários para a formação dos sacerdotes. • A manutenção do celibato sacerdotal;
  • 35. RESTABELECIMENTO DA INQUISIÇÃO • No ano de 1231 a Igreja Católica criou os Tribunais de Inquisição, que, com o tempo, reduziram suas atividades em diversos países. Entretanto, com o avanço do protestantismo, a Igreja decidiu reativar, em meados do século XVII o funcionamento da Inquisição, que se encarregou, por exemplo, de organizar uma lista de livros proibidos aos católicos, o Index librorum prohibitorum. Uma das primeiras relações de livros proibidos foi publicada em 1564.