2. INTRODUÇÃO
• Movimento de caráter religioso que marcou a passagem do mundo
moderno feudal para o Moderno no início do século XVI.
• As transformações que podemos destacar são o novo contexto
econômico da época. No ambiente das cidades, os comerciantes
burgueses eram malvistos pela Igreja. Segundo os clérigos, a prática
da usura (empréstimo de dinheiro a juro) feria o sagrado controle
que Deus tinha sobre o tempo.
• A crise econômica feudal também instigou a população a
questionar os dogmas impostos pela Igreja. Os clérigos estavam
muito mais próximos das questões materiais envolvendo o poder
político e a posse de terras, do que preocupados com as mazelas
sofridas pela população camponesa.
• Um dos mais claros reflexos dessa situação pôde ser notado com o
relaxamento dos costumes que incitava padres, bispos e cardeais a
não cumprirem seus votos religiosos.
3. ANTECEDENTES
• No século XII apareceram os primeiros movimentos que questionavam as crenças e práticas
do catolicismo.
• O papel exercido pelos cátaros, originários da região sul da França, que criaram uma fé
cristã à parte dos ditames da Igreja Católica. Realizando uma leitura própria do texto,
tinham valores morais bastante rígidos que se contrastava com o comportamento dos
líderes clericais. No século posterior, vendo a grande presença do movimento religioso, o
papa Inocêncio III ordenou a realização de uma cruzada que – entre 1209 e 1229 –
aniquilou o movimento cátaro.
• Além disso, as acusações de feitiçaria eram bastante corriqueiras entre indivíduos
considerados suspeitos ou infiéis. Já na Idade Média, a Igreja criou o Tribunal da Santa
Inquisição que percorria diversas regiões da Europa, reprimindo aqueles que ameaçassem
seu poderio religioso e ideológico.
• A corrupção do alto clero, a ignorância religiosa dos padres comuns e os novos estudos
teológicos, levantavam uma série de questões religiosas que colocavam a igreja como alvo
de crítica da sociedade.
• E essas críticas já não permitiam apenas consertar internamente a casa. As insatisfações
acumularam-se de tal maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade
cristã, ou seja, a Reforma protestante. Assim a Reforma foi motivada por uma série de
causas que ultrapassaram os limites da mera contestação religiosa.
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6. OS PRECURSORES DA REFORMA
• Séculos XIV e XV começaram a aparecer movimentos que questionavam os valores absolutos da
Igreja Católica.
• O inglês John Wycliffe (1330 – 138) redigiu alguns ensaios onde denunciava as ações corruptas da
Igreja e defendia a salvação espiritual por meio da fé. Essas ideias viriam a influenciar as obras de
Martinho Lutero, no século XVI.
• Jan Huss (1370 – 1415) foi um padre que se preocupou em traduzir o texto bíblico em outras
línguas e denunciou o comportamento dos clérigos católicos. A pregação por ele empreendida, ao
longo da Boêmia, motivou a violenta reação das autoridades do Sacro-Império Germânico que
ordenaram sua morte pela fogueira. A morte de Huss deu origem a um movimento popular
conhecido como hussismo. A grande maioria de seus integrantes eram camponeses pobres
insatisfeitos com sua condição de vida.
• O movimento renascentista também deu passos importantes no questionamento do papel
exercido pela Igreja Católica. A teoria empirista de Francis Bacon; o heliocentrismo defendido por
Nicolau Copérnico; e a física newtoniana descentralizou o monopólio intelectual da Igreja. Esse
conhecimento mostrava que o homem não necessitava da chancela de uma instituição que o
concedesse o direito de conhecer a Deus ou o mundo.
• Dessa maneira, se formou todo um histórico de tentativas e fatos que antecederam a
consolidação do movimento reformista. Mesmo sofrendo diferentes ofensivas ao longo do
tempo, a Igreja ainda conservou um conjunto de práticas que complicavam a estabilidade do
poder clerical. A venda de indulgências, a negociação de cargos eclesiásticos e a vida amoral
ainda foram questões que incentivaram o aparecimento das novas religiões protestantes.
8. CAUSAS RELIGIOSAS
• O desconhecimento que muitos padres tinham a respeito da própria religião, não tinham
preparação para exercerem o cargo.
• A vida desregrada de muitos componentes do clero: casos de padres envolvidos em escândalos
amorosos, de monges bêbados e de bispos que vendiam sacramentos.
• O estímulo do alto clero a negócios envolvendo a religião: simonia ( espinhos que teriam coroado a
testa de Jesus, panos que teriam limpado seu rosto, pêlos do burrinho que Jesus montou, etc.) e a
venda de indulgências (compra da salvação mediante o pagamento de uma quantia a Igreja).
• O fato de o latim ser a língua oficial da Igreja Católica: portanto a Bíblia e os ritos eram em latim e
por isso só podiam ser lidas e interpretadas pelos clérigos, o que afastava o povo por não
entenderem as mensagens.
• Novas interpretações da Bíblia: com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da
Bíblia tornando-a acessível a um maior número de pessoas, o que possibilitou o entendimento sem
a intermediação dos padres. Desse novo espírito, que levou ao livre exame das Escrituras, nasceram
diferentes interpretações da doutrina cristã. Um exemplo é a corrente religiosa que apoiava a obra
de Santo Agostinho, onde a salvação do homem seria alcançada somente pela fé. Essas idéias
opunham-se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do
homem era alcançada pela fé e pelas obras.
• As catástrofes que atingiam a Europa: fome, calamidades naturais, epidemias, que levou o homem
a repensar seus atos em busca da fé.
• O Grande Cisma: ruptura da unidade cristã, surgindo dois e depois três papados.
9. CAUSAS POLÍTICAS
• A luta dos reis pela expansão territorial entrou em choque
com a grande extensão de terras pertencentes à Igreja,
onde não poderia ser cobrados tributos.
• O nacionalismo: com o fortalecimento das monarquias
nacionais, os reis passaram a encarar a Igreja como uma
entidade estrangeira em seus países e esta, por sua vez,
insistia em se apresentar como uma instituição universal.
Essa noção de universalidade perdia força à medida que
crescia o sentimento nacionalista, pois cada Estado (com
sua língua, seu povo, seus costumes) estava mais
interessado em afirmar as diferenças do que as
semelhanças em relação a outros Estados.
10. CAUSAS ECONÔMICAS
• A ética religiosa católica: a Igreja condenava o lucro
excessivo (usura) e defendia o preço justo. Essa moral
econômica entrava em choque com a ganância da
burguesia, pois muitos comerciantes não se sentiam à
vontade para tirar o lucro máximo dos negócios
temendo o inferno.
• O dispendioso gasto da Igreja com o patrocínio da
cultura renascentista;
• A riqueza da Igreja se opunha aos ensinamentos de
|Jesus que pregava a humildade e a pobreza.
• O desejo de alguns reis de confiscar as riquezas da
Igreja e acabar com a tributação paga ao Papa.
11. REFORMA LUTERANA
• Em 1517, estourou o conflito de Martinho Lutero, um monge agostiniano, com a igreja
Católica. O fato aconteceu quando o papa Leão X autorizou a concessão de indulgências aos
fiéis que contribuíssem financeiramente com a Igreja para que reconstruíssem a basílica de
São Pedro. Na prática, o papa colocou o céu à venda.
• Escandalizado com essa prática, Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittemberg,
na Alemanha um manifesto público protestando contra o papa e expondo alguns elementos
de sua doutrina religiosa, As 95 Teses. Em sua doutrina pregava que o homem era um ser
predestinado à salvação ou condenação e que este, ficava dependente da graça de Deus para
alcançar a redenção. Somente Cristo poderia salvar os homens e somente a fé poderia levar
o homem para o céu.
• Iniciava-se assim, a longa discussão entre Lutero e as autoridades católicas, que terminou
com a sua excomunhão em 1520. Para demonstrar firmeza e descaso, Lutero queimou em
praça pública a bula papal que o excomungava. Em 1524 teve início uma guerra civil, com um
levante camponês, que não recebeu apoio de Lutero. Em 1529, príncipes alemães
protestaram contra as medidas que impediam cada Estado de adotar sua própria religião e
foi a partir desse protesto que se espalhou o nome protestante parta designar os cristãos
não-católicos.
• Depois de uma nova guerra civil envolvendo príncipes católicos e príncipes protestantes foi
assinado um acordo, a Paz de Augsburgo, que permitia a liberdade de culto.
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14. DOUTRINA LUTERANA
• A salvação se dá exclusivamente pela fé em Deus;
• A Bíblia pode ser interpretada por qualquer pessoa cristã;
• Proibição do culto a imagens de santos e às relíquias sagradas;
• O culto deveria ser praticado na língua nacional;
• Os bens da Igreja deveriam ser distribuídos entre os nobres
governantes;
• Extinção do celibato e da vida monástica: os ministros religiosos
deveriam integrar-se o mais possível na comunidade dos fiéis;
• Foi negada a existência dos sete sacramentos, reconhecendo
apenas o batismo e a eucaristia.
• Só deveriam ser conservadas as práticas instituídas por Cristo e por
ele transmitidas através do Novo Testamento.
15. DIFUSÃO DO LUTERANISMO
• Uma série de fatores sociais e econômicos favoreceram a
difusão do Luteranismo.
• Grande quantidade de terras da Alemanha pertenciam à
Igreja, havendo grande interesse da nobreza em apoderar-
se dessas terras;
• A burguesia estava descontente com a ética religiosa
pregada ela Igreja Católica;
• Os camponeses e artesãos urbanos responsabilizavam a
Igreja pela miséria em que viviam.
• Havia, portanto, um consenso entre as diversas classes
sociais contra a Igreja Católica e por isso Lutero conseguiu
facilmente divulgar sua doutrina religiosa pelo norte da
Alemanha, Suécia, Dinamarca e Noruega.
16. A REFORMA CALVINISTA (SUIÇA)
• João Calvino aderiu às idéias protestantes sendo perseguido e considerado herege
pelas autoridades católicas da França. Em 1534, acabou fugindo para a Suíça onde
publicou sua principal obra a Instituição da Religião Cristã, na qual afirmava que o
ser humano estava predestinado a merecer o céu ou inferno. Explicava que Deus
tinha eleito algumas pessoas para serem salvas, enquanto outras seriam
condenados à maldição eterna.
• Calvino foi governante de Genebra e durante seu governo exerceu severa
vigilância moral com a proibição de jogo, culto a imagens, dança, batismo de
crianças com nomes não-bíblicos, uso de jóias, etc. Quem descumprisse as normas
ou se rebelasse era severamente punido.
• O sinal de que Deus tinha predestinado a pessoa a ir para o céu era a prosperidade
econômica e a riqueza material.
• Assim, o calvinismo foi bem recebido pela burguesia comercial, que desejava uma
ética religiosa que justificasse sua ambição material. Correspondendo a esses
interesses, a doutrina difundiu-se por países onde se expandia o capitalismo como
França, Inglaterra, Escócia e Holanda.
• Seus seguidores foram chamados de huguenotes, na França, puritanos, na
Inglaterra e presbiterianos na Escócia.
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18. REFORMA ANGLICANA (INGLATERRA)
• Henrique VIII, rei da Inglaterra, era fiel aliado
do papa contra o protestantismo, recebendo,
por isso, o título de Defensor da Fé.
Entretanto, uma série de razões o levaram a
romper com a Igreja Católica e fundar uma
Igreja Nacional.
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20. PRINCIPAIS FATORES
• Fortalecimento da
monarquia: a Igreja Católica
exercia grande influência
política dentro da
Inglaterra, pois era dona de
grande parte das terras e
monopolizava o comércio
de objetos sagrados. Para
fortalecer o poder da
monarquia inglesa,
Henrique VIII teria que
reduzir a influência do Papa
dentro da Inglaterra;
21. A POSSE DE GRANDE QUANTIDADE DE
TERRAS PELA IGREJA
A nobreza capitalista
inglesa tinha grande
interesse econômico
em apossar-se das
terras da Igreja. Para
que isso acontecesse
era preciso unir-se em
torno do rei, a fim de
que os poderes da
Igreja Católica se
enfraquecessem.
22. O PEDIDO DE DIVÓRCIO DO REI
HENRIQUE VIII
• Casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, Henrique VIII teve
com ela uma filha para sucedê-lo no trono. Entretanto, o rei estava
bastante descontente com seu casamento. Primeiro, devido à origem
espanhola de sua esposa, já que a Espanha era inimiga da Inglaterra.
Segundo, porque o rei desejava um herdeiro masculino e pretendia casar-
se com Ana Bolena. Assim, em 1529 pediu ao Papa que anulasse seu
matrimônio com Catarina de Aragão, mas deparou-se com a recusa do
Sumo Pontífice. Apesar disso, Henrique VIII conseguiu que o alto clero
inglês e o Parlamento reconhecessem a validade de suas intenções. Em
1534, o Parlamento inglês votou um Ato de Supremacia, pelo qual
considerava Henrique VIII o chefe supremo da Igreja Nacional Anglicana.
“Os ingleses, por juramento, deviam submeter-se a essa supremacia, caso
contrário seriam excomungados e perseguidos pela justiça real. Houve
pouca resistência, nela incluída a de Thomas Morus, que foi decapitado.
Suprimiu-se o clero regular e seus bens devolvidos à coroa, sendo
vendidos.
23. Catarina de Aragão: princesa espanhola, casou-
se em 1509, sete semana depois dele se tornar
rei. Por causa de seu divórcio, em 1533, houve a
Reforma Religiosa na Inglaterra.
Ana Bolena: casou-se em 1534. Deu a Henrique
VIII uma filha, Elizabeth,que depois seria rainha
da Inglaterra. Foi acusada de infidelidade ao rei,
sendo decapitada em 1536.
Jane Seymor: casou-se com Henrique VIII seis
dias após a execução de Ana Bolena. Deu ao rei
seu único filho, Eduardo, morrendo de uma
complicação após o parto.
Ana de Cléves: princesa alemã, Henrique casou-
se com ela por motivos políticos, em 1540. Este
casamento foi anulado pelo Parlamento 6
meses depois.
Catarina Howard: inglesa, casou-se em 1541 e,
um ano depois, admitiu que tinha sido infiel ao
rei, sendo decapitada.
Catarina Par: inglesa, antes de se casar com
Henrique VIII, em 1543, já tinha se divorciado 2
vezes. Ainda era rainha quando o rei faleceu,
em 1547.
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25. SUCESSORES DE HENRIQUE VIII
• Após a criação da Igreja Anglicana, surgiram, com os
sucessores de Henrique VIII, uma série de lutas
religiosas internas. Primeiro, tentou-se implantar, no
governo de Eduardo VI (1547-1553), o Calvinismo no
país. Depois, no governo de Maria Tudor (1553-1558),
filha de Catarina de Aragão, houve a reação católica.
Somente no governo de Elisabeth I (1558-1603) é que
se consolidou a Igreja Anglicana, que permanece
dominante no país até hoje. O calvinismo puritano
conseguiu, entretanto, grande número de adeptos
entre a burguesia manufatureira. Foi dos puritanos que
surgiram os grandes líderes da Revolução inglesa do
Século XVII.
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29. A FORMA E O CONTEÚDO DO
ANGLICANISMO
• A Igreja Anglicana procurou desenvolver uma conciliação original
entre o rito tradicional do catolicismo e o dogma de caráter
protestante. Em outras palavras, mantinha-se nas cerimônias a
forma católica (conservação da liturgia católica, da hierarquia
eclesiástica etc.) e introduziam-se na doutrina elementos do
conteúdo protestante (salvação pela fé, preservação de apenas dois
sacramentos - batismo e comunhão etc.).
• Essa foi à solução encontrada pela monarquia inglesa para
favorecer a convivência de diferentes grupos religiosos rivais. Assim,
de acordo com as circunstâncias históricas de cada momento, a
monarquia inglesa dirigia a Igreja Anglicana enfatizando a forma
católica ou o conteúdo protestante. Se quisesse agradar aos
protestantes, valorizava o conteúdo dos cultos; se quisesse agradar
aos católicos, valorizava o rito formal das cerimônias.
30. A REFORMA CATÓLICA OU CONTRA-
REFORMA
• Diante dos movimentos protestantes, a reação inicial e
imediata da Igreja Católica foi a de punir os líderes
rebeldes, na esperança de que as ideias dos reformadores
não se propagassem e o mundo cristão recuperasse a
unidade perdida. Essa tática, entretanto, não deu bons
resultados, já que o movimento protestante avançou pela
Europa, conquistando crescente número de seguidores. Era
forçoso, assim, reconhecer a ruptura protestante.
• Diante disso, ganhou força dentro do Catolicismo um amplo
movimento de moralização do clero e reorganização das
estruturas administrativas da Igreja. Esse movimento de
reformulação da Igreja Católica ficou conhecido como
Reforma Católica ou Contra- Reforma.
31. PRINCIPAIS LÍDERES
• Papa Paulo III (1534-1549)
• Paulo IV (1555-1559),
• Pio V (1566-1572)
• Xisto V (1585-1590).
33. 1. APROVAÇÃO DA CRIAÇÃO DA
ORDEM DOS JESUÍTAS
• No ano de 1540, o Papa Paulo III aprovou a criação da Ordem dos Jesuítas
ou Companhia de Jesus, que tinha sido fundada pelo militar espanhol
Inácio de Loyola, em 1534. Inspirando-se na estrutura militar, os jesuítas
consideravam-se os soldados da Igreja, sua tropa de elite, cuja missão era
combater a expansão do protestantismo. Entretanto, o combate deveria
ser travado com as armas do espírito, e para isso Inácio de Loyola escreveu
um livro básico, chamado “Os exercícios espirituais”, em que se propunha
a programar a conversão do indivíduo ao catolicismo, mediante técnicas
de contemplação. A criação de escolas religiosas foi um dos principais
instrumentos da estratégia dos jesuítas. Outra arma utilizada foi a
catequese dos não-cristãos, isto é, os jesuítas empenharam-se em
converter ao catolicismo os povos dos continentes recém-descobertos. O
objetivo era expandir o domínio católico para os demais continentes;
•
34. 2. CONVOCAÇÃO DO CONCÍLIO DE
TRENTO
• No ano de 1545, o Papa Paulo III convocou um Concílio, cujas primeiras reuniões
foram realizadas na cidade de Trento, na Itália. Ao final de longos anos de trabalho,
o Concílio apresentou um conjunto de decisões destinadas a garantir a unidade da
fé católica e a disciplina eclesiástica. Reagindo às ideias protestantes, o Concílio de
Trento reafirmou diversos pontos da doutrina católica, como, por exemplo:
• Salvação humana: depende da fé e das boas obras humanas. Rejeitava-se,
portanto, a doutrina da predestinação;
• Fonte da fé: o dogma religioso tem como fonte a Bíblia, cabendo à Igreja dar-lhe a
interpretação correta, e a tradição religiosa, conservada pela Igreja e transmitida
às novas gerações. O Papa reafirmava sua posição de sucessor de Pedro, a quem
Jesus Cristo confiou a construção de sua Igreja;
• A missa e a presença de Cristo: a Igreja reafirmou que no ato de eucaristia ocorria
a presença real de Jesus no pão e no vinho. Essa presença real de Cristo era
rejeitada pelos protestantes.
• A elaboração de um catecismo com os pontos fundamentais da doutrina católica,
• A criação de seminários para a formação dos sacerdotes.
• A manutenção do celibato sacerdotal;
35. RESTABELECIMENTO DA INQUISIÇÃO
• No ano de 1231 a Igreja Católica criou os Tribunais de
Inquisição, que, com o tempo, reduziram suas
atividades em diversos países. Entretanto, com o
avanço do protestantismo, a Igreja decidiu reativar, em
meados do século XVII o funcionamento da Inquisição,
que se encarregou, por exemplo, de organizar uma lista
de livros proibidos aos católicos, o Index librorum
prohibitorum. Uma das primeiras relações de livros
proibidos foi publicada em 1564.