SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  25
ÉTICA  – A PARTE PRÁTICA DA FILOSOFIA Do problema Socrático aos  conceitos de Espinoza Prof. Me.  Pedro Francisco de Moraes
COLÉGIO ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO INÁCIO MONTANHA Jornada Pedagógica 2010 Prof. Pedro Francisco de Moraes FILOSOFIA – ENSINO RELIGIOSO
ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL  gr.  ;   lat. Ethica lat.  Moralis, de mor-, mos: costume
O PROBLEMA SOCRÁTICO A morte de Sócrates é uma questão ético-moral. ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],470-399 a.C. 427-348 a.C. Sócrates Platão
S ócrates é um reformador moral e religioso. Sem assumir a retórica de um profeta, mas permanecendo um pensador frio e objetivo, ele prega uma moral elevada, que raia pela perfeição evangélica (progredir dia a dia...) e ensina um respeito tão profundo a Deus (“Obedecerei antes a Deus do que a vós”, declara a seus juízes), que vale por uma verdadeira espiritualidade, fervorosamente seguida por seus discípulos.  A inda que não combata o politeísmo como tal, revela-se em seu pensamento um convicto teísta, chegando a pregar a providência divina...Prova a imortalidade da alma, sem se importar com a natureza da retribuição final, pois confia na misericórdia divina...
MORAL HEDONISTA Termo com o qual se indica tanto a procura indiscriminada do prazer, quanto a doutrina filosófica que considera o prazer como o único bem possível e, portanto, como o fundamento de vida moral. Essa doutrina foi sustentada por uma das  escolas socráticas, a  Cirenaica , fundada por Aristipo e retomada depois por  Epicuro , segundo o qual “o prazer é o principio e o fim da vida beata”.  CONTRADIÇÃO 341-270 a.C. Epicuro
1 .do gr. Stoa: pórtico em Atenas onde se reuniam os filósofos dessa escola. Harmonia com a Natureza. Essa doutrina assume a felicidade como princípio e  fundamento da vida moral. Integram essa corrente  da moral: Aristóteles, a ética dos Estóicos 1   e dos  Neoplatônicos, a ética do empirismo inglês e do  Iluminismo.  EUDEMONISMO CONTRÁRIA  A PROPOSTA  DO HEDONISMO
ATARAXIA  Em defesa de Epicuro: Este pensador do campo da ética, buscou a sustentação de suas teses, no já desgastado e difamado prazer, no  entanto, aqueles que o acusaram por defender um prazer idêntico ao sensual, esqueceram de traduzir o termo ataraxía, que remete ao conceito de total impertubabilidade do espírito, que segundo Epicuro, é a única forma de se alcançar a felicidade.
A ÉTICA  EM PLOTINO (205-270 era cristã) À primeira vista, a ética plotiniana parece inspirar-se no desprezo das coisas deste mundo, na renúncia às vaidades das solicitações terrenas e, até, num certo pessimismo. Isso contrasta com a ideia de que o mundo representa uma imagem da sabedoria do Uno. Resolver esse paradoxo significa compreender o sentido essencial da ética de Plotino. O homem, para Plotino, ocupa um lugar preeminente no cosmo, com um destino pessoal bem claro: chegar ao Absoluto, ao Uno, a Deus.
O corpo humano, conquanto imperfeito, mutável e sujeito à corrupção, possibilita uma elevação ao cosmo inteligível, que é o paradigma, o arquétipo dos indivíduos do mundo sensível. Com isso, Plotino afirma um evidente dualismo ontológico, mas não no sentido maniqueu 2 . À alma, partindo da realidade sensível, cumpre libertar-se das peias deste mundo e tender ao cosmo inteligível. A libertação do mundo sensível não constitui desprezo, mas renúncia por um bem maior. 2  Do maniqueísmo Maniqueu, do persa  Manes,  o fundador da seita. Doutrina criada por Manes séc. III, que difundiu pelo Império romano e pelo Ocidente cristão, combinando elementos do zoroatrismo, antiga religião persa, e de outras religiões orientais, além do próprio cristianismo. Mantém uma visão dualista radical, segundo a qual encontram-se no mundo as forças do bem ou da luz, e do mal, ou da escuridão consideradas princípios absolutos, em permanente e eterno confronto .
O ATO MORAL ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
A FELICIDADE, como acontecimento perene na vida A felicidade é o bem perfeito que satisfaz completamente o apetite; pode ser considerada sob dois pontos de vista: 1º) a felicidade objetiva: é a coisa mesma em que se pôe a felicidade; 2º) a felicidade subjetiva: é a posse da coisa, é o ato e o estado pelo qual o homem apanha ou vai apanhando a felicidade  objetiva, colocada por ele nisto ou naquilo. “ É o estado perfeito constituído pela reunião de todos os bens”, de que falava Boécio. 2   2 BOÉCIO,  La Consolación de la Filosofia.  Trad. Arg. Buenos Aires, Aguilar, 1960. Liber m. prosa. 2, a. 3,p. 83.
 gr.. Akosmismo. a-privação -  kosmos Para caracterizar a posição de Espinosa, em oposição à acusação de “ateísmo”, Hegel emprega o termo  Akosmismo.  Frequentemente  o filósofo recebia esta acusação, Hegel, não confunde Deus, com a natureza e com o mundo finito considerando como Deus o mundo, mas, antes, nega a realidade do mundo finito afirmando que Deus, e só Deus, é real. Nesse sentido a sua filosofia  não é ateísmo ,  mas   a-cosmismo , e Hegel ironicamente nota que a acusação contra Espinosa deriva da tendência a crer que se pode mais facilmente negar Deus do que negar o mundo.
ESPINOZA  -  1632-1677 – HOLANDA A filosofia moral de Spinoza como ele a apresenta na " Ética ", define "o bom" em termos largamente subjetivos: o bom para diferentes espécies (Por exemplo, para o homem e para o cavalo) é diferente. O que nossa razão considera como mal, não é um mal em relação à ordem e às leis da natureza universal, mas somente em relação às leis de nossa própria natureza, tomada separadamente. Assim, para Deus a distinção entre bom e mau não teria sentido, uma vez que tal distinção é essencialmente relativa a finalidades das criaturas finitas. Daí nosso "problema do mal": lutamos para reconciliar os males da vida com a bondade de Deus, esquecendo de que Deus está acima do bem e do mal. Bom e mau são ligados a gostos e finalidades humanas e muitas vezes individuais e não têm validade para um universo no qual os indivíduos são coisas efêmeras, ou seja, temporárias.  O BOM E O MAL
Assim, quando qualquer coisa na natureza parece-nos ridícula, absurda ou má, é porque não temos senão um conhecimento parcial das coisas e ignoramos em geral a ordem e a coerência da natureza como um todo e porque desejamos que  tudo se arrume conforme os ditames de nossa própria razão.
Na primeira parte da "Ética", "Com respeito a Deus", Spinoza, após apresentar as definições e axiomas pertinentes, deduz 36 proposições sobre a natureza de Deus. Destas a mais importante sem dúvida é a 14, que diz: "Além de Deus, nenhuma substância pode ser dada ou concebida". Ela é a proposição panteísta* de Spinoza, na qual ele faz Deus idêntico ao universo; tudo que existe, sob qualquer forma, é parte de Deus. Esta proposição conflita com a idéia mais comum de que Deus é transcendente, distinto da sua criação, separado do mundo físico e dos homens. O argumento de Spinoza a esse respeito é o seguinte: Não é possível existirem duas substancias com os mesmos atributos; ora, Deus tem todos os atributos; então não sobra qualquer atributo possível que já não esteja em Deus e portanto nenhuma outra substancia pode existir além de Deus mesmo. SUBSTÂNCIA E DEUS *Ver conceito de panteísta do grego.
Por volta de 1677, é publicada a obra de Espinoza intitulada  Ética . Nela, procura demonstrar de modo rigoroso e ordenado (“more geométrico”, isto é, “segundo o método geométrico”) a falácia da filosofia dominante em seu tempo, em particular a teoria do sujeito voluntário pretendendo transformar o homem em “mestre e possuidor da natureza”. Sua tese central consiste em dizer que todas as coisas, inclusive os homens, constituem modos da *substância única que é Deus:  Deus sive Natura,  quer dizer, Deus, ou seja, a Natureza. Muitos vêem nesta concepção  que dissolve o mundo em Deus, num Deus nem criador nem pessoa, uma visão panteísta. No fundo, o que ela recusa é o  dever ser:  não sendo um “império no império”, o homem se encontra submetido às leis da natureza.  Espinoza: ateu ou panteísta* ? * Deus é tudo;  Deus está em tudo. Panteísmo;  Panenteísmo.
Dentro do próprio conceito de ética, encontramos, inúmeras variantes no tocante ao embate das ideias, dos clássicos aos tempos modernos, e da mesma forma quando recorremos aos pensadores eruditos, como Aristóteles, que ao escrever sua Ética a Nicômaco, onde defende a virtude como sendo a “justa medida”, que pode ser atingida pelo homem se este demonstrar prudência ( phronesis ) em suas decisões, o que lhe permite atingir a felicidade ( eudaimonia ), que é a realização da vida do homem virtuoso.  Reminiscência dos clássicos
O CONHECIMENTO COMO LIBERTAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS PAIXÕES E FUNDAMENTO DAS VIRTUDES Sócrates já havia dito que vício é ignorância e virtude é conhecimento.  Assim, Spinoza conclui: clarifica as tuas ideias que deixarás de ser escravo das paixões. O verdadeiro poder que liberta e eleva o homem está na mente e no conhecimento. Essa é a verdadeira salvação, como podemos ler numa das mais belas passagens da  Ethica : “O poder da mente é definido só pelo seu conhecimento, ao passo que a sua impotência ou a sua paixão  é estimada só com base na privação de conhecimento, isto é, com base naquilo pelo qual as ideias são consideradas inadequadas”.
Trata-se de um princípio formal e universal, estabelecendo que só devemos basear nossa conduta em  VALORES  que  todos possam adotar. Em 1785, Ele escreve os  fundamentos da metafísica dos costumes ,  que trata da questão ética. Nesta obra ele afirma que, no reino dos fins tudo tem ou um  preço  ou uma  dignidade,  ou seja, um  valor . IMMANUEL KANT  -  1724-1804 ÉTICA  E VALOR
IMPERATIVO CATEGÓTICO, E O REINO DA FELICIDADE Em fim, a ética estuda o desejo último do homem, que é a felicidade, resultante das atividades harmônicas da pessoa, cuja atividade suprema é o cultivo da inteligência, sendo, pois, a contemplação da verdade o fim último do homem Para  Kant , o que configura seu pensamento é sua ética, seu estado moral. Na sua Crítica da razão prática. Ele analisa os fundamentos da lei moral, formulando o famoso princípio do IMPERATIVO CATEGÓRICO:  “ age de tal forma que a norma de tua ação possa ser tomada como lei universal”.
A LEI MORAL COMO IMPERATIVO CATEGÓRICO Portanto, trata-se de mostrar que existe uma razão pura prática, ou seja, que a razão é suficiente por si só(=como pura razão, sem o auxílio de impulsos sensíveis) para mover a vontade. Aliás, diz Kant, somente nesse caso podem existir princípios morais válidos sem exceção para todos os homens, ou seja, leis morais que tenham valor universal.
Quando uma coisa tem um preço, pode-se pôr em vez dela qualquer outra como  equivalente ;  mas quando uma coisa está acima de todo o  preço , e portanto não permite equivalente, então tem ela uma dignidade. Aqui, na equivalência de coisa, o autor,, substitui:  COISA  pelo ser humano, e  dignidade  por  VALOR .   CONCLUSÕES ACERCA  DA METAFÍSICA DOS COSTUMES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOEHNER, Philotheus; GILSON, Etiene. História da filosofia cristã. Petrópolis:Vozes,1991. REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario.  História da filosofia. São Paulo: Paulinas, 1990. JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo.  Dicionário básico de filosofia.  Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. ABBAGNANO, Nicola.  Dicionário de filosofia.  São Paulo: Mestre Jou, 1982. RUSCONI, Carlos.  Dicionário do grego do novo testamento.   São Paulo: Paulus, 2003. ULLMANN, Aloysio Reinholdo.  Plotino: Um estudo dasEnéadas . Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. MORENTE, Garcia Manuel.  Fundamentos de filosofia.  São Paulo: Mestre Jou, 1930.
Fim

Contenu connexe

Tendances

Aula de filosofia antiga, tema: Filosofia Helênica
Aula de filosofia antiga, tema: Filosofia HelênicaAula de filosofia antiga, tema: Filosofia Helênica
Aula de filosofia antiga, tema: Filosofia HelênicaLeandro Nazareth Souto
 
Santo Agostinho e a Folosofia
Santo Agostinho e a FolosofiaSanto Agostinho e a Folosofia
Santo Agostinho e a FolosofiaAndré Barrozo
 
A questão ética em tomás de aquino
A questão ética em tomás de aquinoA questão ética em tomás de aquino
A questão ética em tomás de aquinoEdimar Brígido
 
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamentoIntroducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamentojeconiaseandreia
 
Aula de filosofia antiga, tema: Platão de Atenas (aula 2)
Aula de filosofia antiga, tema: Platão de Atenas (aula 2)Aula de filosofia antiga, tema: Platão de Atenas (aula 2)
Aula de filosofia antiga, tema: Platão de Atenas (aula 2)Leandro Nazareth Souto
 
[2º ano] Filosofia: Filosofia de Santo Agostinho - Patrística
[2º ano] Filosofia: Filosofia de Santo Agostinho - Patrística[2º ano] Filosofia: Filosofia de Santo Agostinho - Patrística
[2º ano] Filosofia: Filosofia de Santo Agostinho - PatrísticaKaroline Rodrigues de Melo
 
Cap 9 A Cristianização de Aristóteles
Cap 9   A Cristianização de AristótelesCap 9   A Cristianização de Aristóteles
Cap 9 A Cristianização de AristótelesJosé Ferreira Júnior
 
O problema do mal na filosofia de santo agostinho
O problema do mal na filosofia de santo agostinhoO problema do mal na filosofia de santo agostinho
O problema do mal na filosofia de santo agostinhoCarlos Alberto Monteiro
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraErnandez Oliveira
 
Aula de filosofia antiga, tema: São Tomás de Aquino
Aula de filosofia antiga, tema: São Tomás de AquinoAula de filosofia antiga, tema: São Tomás de Aquino
Aula de filosofia antiga, tema: São Tomás de AquinoLeandro Nazareth Souto
 
Cosmovisões atuais e a supremacia da Bíblia
Cosmovisões atuais e a supremacia da BíbliaCosmovisões atuais e a supremacia da Bíblia
Cosmovisões atuais e a supremacia da BíbliaRobson Tavares Fernandes
 
Mcc escola 01 o homem-em_busca_de_deus
Mcc escola 01   o homem-em_busca_de_deusMcc escola 01   o homem-em_busca_de_deus
Mcc escola 01 o homem-em_busca_de_deusDiácono Mauricio
 
Ética Cristã (Medieval)
Ética Cristã (Medieval)Ética Cristã (Medieval)
Ética Cristã (Medieval)Rene Lins
 

Tendances (19)

Aula de filosofia antiga, tema: Filosofia Helênica
Aula de filosofia antiga, tema: Filosofia HelênicaAula de filosofia antiga, tema: Filosofia Helênica
Aula de filosofia antiga, tema: Filosofia Helênica
 
Santo Agostinho e a Folosofia
Santo Agostinho e a FolosofiaSanto Agostinho e a Folosofia
Santo Agostinho e a Folosofia
 
A questão ética em tomás de aquino
A questão ética em tomás de aquinoA questão ética em tomás de aquino
A questão ética em tomás de aquino
 
Bento de espinosa (1632 1677)
Bento de espinosa (1632 1677)Bento de espinosa (1632 1677)
Bento de espinosa (1632 1677)
 
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamentoIntroducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
 
Aula de filosofia antiga, tema: Platão de Atenas (aula 2)
Aula de filosofia antiga, tema: Platão de Atenas (aula 2)Aula de filosofia antiga, tema: Platão de Atenas (aula 2)
Aula de filosofia antiga, tema: Platão de Atenas (aula 2)
 
DUALISMO
DUALISMODUALISMO
DUALISMO
 
Cap 6 Corações Inquietos
Cap 6   Corações InquietosCap 6   Corações Inquietos
Cap 6 Corações Inquietos
 
[2º ano] Filosofia: Filosofia de Santo Agostinho - Patrística
[2º ano] Filosofia: Filosofia de Santo Agostinho - Patrística[2º ano] Filosofia: Filosofia de Santo Agostinho - Patrística
[2º ano] Filosofia: Filosofia de Santo Agostinho - Patrística
 
Panteismo
PanteismoPanteismo
Panteismo
 
Cap 9 A Cristianização de Aristóteles
Cap 9   A Cristianização de AristótelesCap 9   A Cristianização de Aristóteles
Cap 9 A Cristianização de Aristóteles
 
O problema do mal na filosofia de santo agostinho
O problema do mal na filosofia de santo agostinhoO problema do mal na filosofia de santo agostinho
O problema do mal na filosofia de santo agostinho
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
 
Aula de filosofia antiga, tema: São Tomás de Aquino
Aula de filosofia antiga, tema: São Tomás de AquinoAula de filosofia antiga, tema: São Tomás de Aquino
Aula de filosofia antiga, tema: São Tomás de Aquino
 
Cosmovisões atuais e a supremacia da Bíblia
Cosmovisões atuais e a supremacia da BíbliaCosmovisões atuais e a supremacia da Bíblia
Cosmovisões atuais e a supremacia da Bíblia
 
Mcc escola 01 o homem-em_busca_de_deus
Mcc escola 01   o homem-em_busca_de_deusMcc escola 01   o homem-em_busca_de_deus
Mcc escola 01 o homem-em_busca_de_deus
 
Teologia sistemática 3
Teologia sistemática 3Teologia sistemática 3
Teologia sistemática 3
 
Ética Cristã (Medieval)
Ética Cristã (Medieval)Ética Cristã (Medieval)
Ética Cristã (Medieval)
 
Neo panteismo
Neo  panteismoNeo  panteismo
Neo panteismo
 

En vedette

En vedette (11)

Leibniz - Carlos e Valter
Leibniz - Carlos e ValterLeibniz - Carlos e Valter
Leibniz - Carlos e Valter
 
1278287281098
12782872810981278287281098
1278287281098
 
Gottfried wilhelm leibniz
Gottfried wilhelm leibnizGottfried wilhelm leibniz
Gottfried wilhelm leibniz
 
Voltaire
VoltaireVoltaire
Voltaire
 
Gottfried Leibniz
Gottfried Leibniz Gottfried Leibniz
Gottfried Leibniz
 
Voltaire
VoltaireVoltaire
Voltaire
 
Mapa conceital montesquieu
Mapa conceital montesquieuMapa conceital montesquieu
Mapa conceital montesquieu
 
Pensamento político de Montesquieu
Pensamento político de MontesquieuPensamento político de Montesquieu
Pensamento político de Montesquieu
 
John locke
John lockeJohn locke
John locke
 
Jean jacques rousseau
Jean jacques rousseauJean jacques rousseau
Jean jacques rousseau
 
Leibniz
LeibnizLeibniz
Leibniz
 

Similaire à Formação inácio montanha

Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamentoIntroducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamentojeconiaseandreia
 
Apresentações Sociais
Apresentações SociaisApresentações Sociais
Apresentações Sociaisitassa
 
Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.itassa
 
Idade Média e a Filosofia Cristã.pptx
Idade Média e a Filosofia Cristã.pptxIdade Média e a Filosofia Cristã.pptx
Idade Média e a Filosofia Cristã.pptxDANIELRIBEIROPRVE
 
O que é uma Cosmovisão - Atos29.pptx
O que é uma Cosmovisão - Atos29.pptxO que é uma Cosmovisão - Atos29.pptx
O que é uma Cosmovisão - Atos29.pptxCleiton Melo
 
Agostinho vida e obras
Agostinho   vida e obrasAgostinho   vida e obras
Agostinho vida e obrassuanicarvalho
 
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UNIDADE I - SETEBARE
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UNIDADE I - SETEBAREANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UNIDADE I - SETEBARE
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UNIDADE I - SETEBARECoop. Fabio Silva
 
Introdução à Filosofia da Religião
Introdução à Filosofia da ReligiãoIntrodução à Filosofia da Religião
Introdução à Filosofia da ReligiãoCursoDeFerias
 
Filosofia Moderna - Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Moderna - Prof.Altair Aguilar.Filosofia Moderna - Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Moderna - Prof.Altair Aguilar.Altair Moisés Aguilar
 
História da Igreja II: Aula 8: Movimentos Racionalistas
História da Igreja II: Aula 8: Movimentos RacionalistasHistória da Igreja II: Aula 8: Movimentos Racionalistas
História da Igreja II: Aula 8: Movimentos RacionalistasAndre Nascimento
 
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos ContemporâneosA moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos ContemporâneosStefanie Rodrigues
 
Slides da Disciplina de Filosofia da Religião
Slides da Disciplina de Filosofia da ReligiãoSlides da Disciplina de Filosofia da Religião
Slides da Disciplina de Filosofia da Religiãoandrealvessobral
 

Similaire à Formação inácio montanha (20)

Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamentoIntroducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
Introducao a exegese_e_hermeneutica_-_filosofias_e_heresias_do_novo_testamento
 
Filosofia 24 mp 222
Filosofia 24 mp 222Filosofia 24 mp 222
Filosofia 24 mp 222
 
Filosofias helenisticas
Filosofias helenisticasFilosofias helenisticas
Filosofias helenisticas
 
Apresentações Sociais
Apresentações SociaisApresentações Sociais
Apresentações Sociais
 
Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.Antropologia correcao3.
Antropologia correcao3.
 
Idade Média e a Filosofia Cristã.pptx
Idade Média e a Filosofia Cristã.pptxIdade Média e a Filosofia Cristã.pptx
Idade Média e a Filosofia Cristã.pptx
 
O que é uma Cosmovisão - Atos29.pptx
O que é uma Cosmovisão - Atos29.pptxO que é uma Cosmovisão - Atos29.pptx
O que é uma Cosmovisão - Atos29.pptx
 
Agostinho vida e obras
Agostinho   vida e obrasAgostinho   vida e obras
Agostinho vida e obras
 
Neoplatonismo.pptx
Neoplatonismo.pptxNeoplatonismo.pptx
Neoplatonismo.pptx
 
A origem da filosofia
A origem da filosofia A origem da filosofia
A origem da filosofia
 
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UNIDADE I - SETEBARE
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UNIDADE I - SETEBAREANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UNIDADE I - SETEBARE
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA - UNIDADE I - SETEBARE
 
Introdução à Filosofia da Religião
Introdução à Filosofia da ReligiãoIntrodução à Filosofia da Religião
Introdução à Filosofia da Religião
 
Antropologia Filosófica
Antropologia FilosóficaAntropologia Filosófica
Antropologia Filosófica
 
Filosofia Moderna - Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Moderna - Prof.Altair Aguilar.Filosofia Moderna - Prof.Altair Aguilar.
Filosofia Moderna - Prof.Altair Aguilar.
 
História da Igreja II: Aula 8: Movimentos Racionalistas
História da Igreja II: Aula 8: Movimentos RacionalistasHistória da Igreja II: Aula 8: Movimentos Racionalistas
História da Igreja II: Aula 8: Movimentos Racionalistas
 
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos ContemporâneosA moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
A moral e a Etica na Perspectiva dos Filósofos Contemporâneos
 
Trabalho de filosofia 24 44
Trabalho de filosofia 24 44Trabalho de filosofia 24 44
Trabalho de filosofia 24 44
 
Sequestro religioso
Sequestro religiosoSequestro religioso
Sequestro religioso
 
Slides da Disciplina de Filosofia da Religião
Slides da Disciplina de Filosofia da ReligiãoSlides da Disciplina de Filosofia da Religião
Slides da Disciplina de Filosofia da Religião
 
Filosofia Unidade 2
Filosofia Unidade 2Filosofia Unidade 2
Filosofia Unidade 2
 

Plus de Pedro Moraes

Declaração dos direitos humanos
Declaração dos direitos humanosDeclaração dos direitos humanos
Declaração dos direitos humanosPedro Moraes
 
Como a sociedade deveria ser organizada segundo a república de platão
Como a sociedade deveria ser organizada segundo a república de platãoComo a sociedade deveria ser organizada segundo a república de platão
Como a sociedade deveria ser organizada segundo a república de platãoPedro Moraes
 
XIII congresso estadual de ensino religioso
XIII congresso estadual de ensino religiosoXIII congresso estadual de ensino religioso
XIII congresso estadual de ensino religiosoPedro Moraes
 
O modus parisiensis e o ratio studiorum
O modus parisiensis e o ratio studiorumO modus parisiensis e o ratio studiorum
O modus parisiensis e o ratio studiorumPedro Moraes
 
O trivium e o quadrivium
O trivium e o quadriviumO trivium e o quadrivium
O trivium e o quadriviumPedro Moraes
 
O modus parisiensis e o ratio studiorum
O modus parisiensis e o ratio studiorumO modus parisiensis e o ratio studiorum
O modus parisiensis e o ratio studiorumPedro Moraes
 

Plus de Pedro Moraes (7)

Declaração dos direitos humanos
Declaração dos direitos humanosDeclaração dos direitos humanos
Declaração dos direitos humanos
 
Como a sociedade deveria ser organizada segundo a república de platão
Como a sociedade deveria ser organizada segundo a república de platãoComo a sociedade deveria ser organizada segundo a república de platão
Como a sociedade deveria ser organizada segundo a república de platão
 
XIII congresso estadual de ensino religioso
XIII congresso estadual de ensino religiosoXIII congresso estadual de ensino religioso
XIII congresso estadual de ensino religioso
 
O modus parisiensis e o ratio studiorum
O modus parisiensis e o ratio studiorumO modus parisiensis e o ratio studiorum
O modus parisiensis e o ratio studiorum
 
O trivium e o quadrivium
O trivium e o quadriviumO trivium e o quadrivium
O trivium e o quadrivium
 
O modus parisiensis e o ratio studiorum
O modus parisiensis e o ratio studiorumO modus parisiensis e o ratio studiorum
O modus parisiensis e o ratio studiorum
 
Curtindo férias
Curtindo fériasCurtindo férias
Curtindo férias
 

Formação inácio montanha

  • 1. ÉTICA – A PARTE PRÁTICA DA FILOSOFIA Do problema Socrático aos conceitos de Espinoza Prof. Me. Pedro Francisco de Moraes
  • 2. COLÉGIO ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO INÁCIO MONTANHA Jornada Pedagógica 2010 Prof. Pedro Francisco de Moraes FILOSOFIA – ENSINO RELIGIOSO
  • 3. ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL  gr.  ;  lat. Ethica lat. Moralis, de mor-, mos: costume
  • 4.
  • 5. S ócrates é um reformador moral e religioso. Sem assumir a retórica de um profeta, mas permanecendo um pensador frio e objetivo, ele prega uma moral elevada, que raia pela perfeição evangélica (progredir dia a dia...) e ensina um respeito tão profundo a Deus (“Obedecerei antes a Deus do que a vós”, declara a seus juízes), que vale por uma verdadeira espiritualidade, fervorosamente seguida por seus discípulos. A inda que não combata o politeísmo como tal, revela-se em seu pensamento um convicto teísta, chegando a pregar a providência divina...Prova a imortalidade da alma, sem se importar com a natureza da retribuição final, pois confia na misericórdia divina...
  • 6. MORAL HEDONISTA Termo com o qual se indica tanto a procura indiscriminada do prazer, quanto a doutrina filosófica que considera o prazer como o único bem possível e, portanto, como o fundamento de vida moral. Essa doutrina foi sustentada por uma das escolas socráticas, a Cirenaica , fundada por Aristipo e retomada depois por Epicuro , segundo o qual “o prazer é o principio e o fim da vida beata”. CONTRADIÇÃO 341-270 a.C. Epicuro
  • 7. 1 .do gr. Stoa: pórtico em Atenas onde se reuniam os filósofos dessa escola. Harmonia com a Natureza. Essa doutrina assume a felicidade como princípio e fundamento da vida moral. Integram essa corrente da moral: Aristóteles, a ética dos Estóicos 1 e dos Neoplatônicos, a ética do empirismo inglês e do Iluminismo. EUDEMONISMO CONTRÁRIA A PROPOSTA DO HEDONISMO
  • 8. ATARAXIA  Em defesa de Epicuro: Este pensador do campo da ética, buscou a sustentação de suas teses, no já desgastado e difamado prazer, no entanto, aqueles que o acusaram por defender um prazer idêntico ao sensual, esqueceram de traduzir o termo ataraxía, que remete ao conceito de total impertubabilidade do espírito, que segundo Epicuro, é a única forma de se alcançar a felicidade.
  • 9. A ÉTICA EM PLOTINO (205-270 era cristã) À primeira vista, a ética plotiniana parece inspirar-se no desprezo das coisas deste mundo, na renúncia às vaidades das solicitações terrenas e, até, num certo pessimismo. Isso contrasta com a ideia de que o mundo representa uma imagem da sabedoria do Uno. Resolver esse paradoxo significa compreender o sentido essencial da ética de Plotino. O homem, para Plotino, ocupa um lugar preeminente no cosmo, com um destino pessoal bem claro: chegar ao Absoluto, ao Uno, a Deus.
  • 10. O corpo humano, conquanto imperfeito, mutável e sujeito à corrupção, possibilita uma elevação ao cosmo inteligível, que é o paradigma, o arquétipo dos indivíduos do mundo sensível. Com isso, Plotino afirma um evidente dualismo ontológico, mas não no sentido maniqueu 2 . À alma, partindo da realidade sensível, cumpre libertar-se das peias deste mundo e tender ao cosmo inteligível. A libertação do mundo sensível não constitui desprezo, mas renúncia por um bem maior. 2 Do maniqueísmo Maniqueu, do persa Manes, o fundador da seita. Doutrina criada por Manes séc. III, que difundiu pelo Império romano e pelo Ocidente cristão, combinando elementos do zoroatrismo, antiga religião persa, e de outras religiões orientais, além do próprio cristianismo. Mantém uma visão dualista radical, segundo a qual encontram-se no mundo as forças do bem ou da luz, e do mal, ou da escuridão consideradas princípios absolutos, em permanente e eterno confronto .
  • 11.
  • 12. A FELICIDADE, como acontecimento perene na vida A felicidade é o bem perfeito que satisfaz completamente o apetite; pode ser considerada sob dois pontos de vista: 1º) a felicidade objetiva: é a coisa mesma em que se pôe a felicidade; 2º) a felicidade subjetiva: é a posse da coisa, é o ato e o estado pelo qual o homem apanha ou vai apanhando a felicidade objetiva, colocada por ele nisto ou naquilo. “ É o estado perfeito constituído pela reunião de todos os bens”, de que falava Boécio. 2 2 BOÉCIO, La Consolación de la Filosofia. Trad. Arg. Buenos Aires, Aguilar, 1960. Liber m. prosa. 2, a. 3,p. 83.
  • 13.  gr.. Akosmismo. a-privação - kosmos Para caracterizar a posição de Espinosa, em oposição à acusação de “ateísmo”, Hegel emprega o termo Akosmismo. Frequentemente o filósofo recebia esta acusação, Hegel, não confunde Deus, com a natureza e com o mundo finito considerando como Deus o mundo, mas, antes, nega a realidade do mundo finito afirmando que Deus, e só Deus, é real. Nesse sentido a sua filosofia não é ateísmo , mas a-cosmismo , e Hegel ironicamente nota que a acusação contra Espinosa deriva da tendência a crer que se pode mais facilmente negar Deus do que negar o mundo.
  • 14. ESPINOZA - 1632-1677 – HOLANDA A filosofia moral de Spinoza como ele a apresenta na " Ética ", define "o bom" em termos largamente subjetivos: o bom para diferentes espécies (Por exemplo, para o homem e para o cavalo) é diferente. O que nossa razão considera como mal, não é um mal em relação à ordem e às leis da natureza universal, mas somente em relação às leis de nossa própria natureza, tomada separadamente. Assim, para Deus a distinção entre bom e mau não teria sentido, uma vez que tal distinção é essencialmente relativa a finalidades das criaturas finitas. Daí nosso "problema do mal": lutamos para reconciliar os males da vida com a bondade de Deus, esquecendo de que Deus está acima do bem e do mal. Bom e mau são ligados a gostos e finalidades humanas e muitas vezes individuais e não têm validade para um universo no qual os indivíduos são coisas efêmeras, ou seja, temporárias. O BOM E O MAL
  • 15. Assim, quando qualquer coisa na natureza parece-nos ridícula, absurda ou má, é porque não temos senão um conhecimento parcial das coisas e ignoramos em geral a ordem e a coerência da natureza como um todo e porque desejamos que tudo se arrume conforme os ditames de nossa própria razão.
  • 16. Na primeira parte da "Ética", "Com respeito a Deus", Spinoza, após apresentar as definições e axiomas pertinentes, deduz 36 proposições sobre a natureza de Deus. Destas a mais importante sem dúvida é a 14, que diz: "Além de Deus, nenhuma substância pode ser dada ou concebida". Ela é a proposição panteísta* de Spinoza, na qual ele faz Deus idêntico ao universo; tudo que existe, sob qualquer forma, é parte de Deus. Esta proposição conflita com a idéia mais comum de que Deus é transcendente, distinto da sua criação, separado do mundo físico e dos homens. O argumento de Spinoza a esse respeito é o seguinte: Não é possível existirem duas substancias com os mesmos atributos; ora, Deus tem todos os atributos; então não sobra qualquer atributo possível que já não esteja em Deus e portanto nenhuma outra substancia pode existir além de Deus mesmo. SUBSTÂNCIA E DEUS *Ver conceito de panteísta do grego.
  • 17. Por volta de 1677, é publicada a obra de Espinoza intitulada Ética . Nela, procura demonstrar de modo rigoroso e ordenado (“more geométrico”, isto é, “segundo o método geométrico”) a falácia da filosofia dominante em seu tempo, em particular a teoria do sujeito voluntário pretendendo transformar o homem em “mestre e possuidor da natureza”. Sua tese central consiste em dizer que todas as coisas, inclusive os homens, constituem modos da *substância única que é Deus: Deus sive Natura, quer dizer, Deus, ou seja, a Natureza. Muitos vêem nesta concepção que dissolve o mundo em Deus, num Deus nem criador nem pessoa, uma visão panteísta. No fundo, o que ela recusa é o dever ser: não sendo um “império no império”, o homem se encontra submetido às leis da natureza. Espinoza: ateu ou panteísta* ? * Deus é tudo; Deus está em tudo. Panteísmo; Panenteísmo.
  • 18. Dentro do próprio conceito de ética, encontramos, inúmeras variantes no tocante ao embate das ideias, dos clássicos aos tempos modernos, e da mesma forma quando recorremos aos pensadores eruditos, como Aristóteles, que ao escrever sua Ética a Nicômaco, onde defende a virtude como sendo a “justa medida”, que pode ser atingida pelo homem se este demonstrar prudência ( phronesis ) em suas decisões, o que lhe permite atingir a felicidade ( eudaimonia ), que é a realização da vida do homem virtuoso. Reminiscência dos clássicos
  • 19. O CONHECIMENTO COMO LIBERTAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS PAIXÕES E FUNDAMENTO DAS VIRTUDES Sócrates já havia dito que vício é ignorância e virtude é conhecimento. Assim, Spinoza conclui: clarifica as tuas ideias que deixarás de ser escravo das paixões. O verdadeiro poder que liberta e eleva o homem está na mente e no conhecimento. Essa é a verdadeira salvação, como podemos ler numa das mais belas passagens da Ethica : “O poder da mente é definido só pelo seu conhecimento, ao passo que a sua impotência ou a sua paixão é estimada só com base na privação de conhecimento, isto é, com base naquilo pelo qual as ideias são consideradas inadequadas”.
  • 20. Trata-se de um princípio formal e universal, estabelecendo que só devemos basear nossa conduta em VALORES que todos possam adotar. Em 1785, Ele escreve os fundamentos da metafísica dos costumes , que trata da questão ética. Nesta obra ele afirma que, no reino dos fins tudo tem ou um preço ou uma dignidade, ou seja, um valor . IMMANUEL KANT - 1724-1804 ÉTICA E VALOR
  • 21. IMPERATIVO CATEGÓTICO, E O REINO DA FELICIDADE Em fim, a ética estuda o desejo último do homem, que é a felicidade, resultante das atividades harmônicas da pessoa, cuja atividade suprema é o cultivo da inteligência, sendo, pois, a contemplação da verdade o fim último do homem Para Kant , o que configura seu pensamento é sua ética, seu estado moral. Na sua Crítica da razão prática. Ele analisa os fundamentos da lei moral, formulando o famoso princípio do IMPERATIVO CATEGÓRICO: “ age de tal forma que a norma de tua ação possa ser tomada como lei universal”.
  • 22. A LEI MORAL COMO IMPERATIVO CATEGÓRICO Portanto, trata-se de mostrar que existe uma razão pura prática, ou seja, que a razão é suficiente por si só(=como pura razão, sem o auxílio de impulsos sensíveis) para mover a vontade. Aliás, diz Kant, somente nesse caso podem existir princípios morais válidos sem exceção para todos os homens, ou seja, leis morais que tenham valor universal.
  • 23. Quando uma coisa tem um preço, pode-se pôr em vez dela qualquer outra como equivalente ; mas quando uma coisa está acima de todo o preço , e portanto não permite equivalente, então tem ela uma dignidade. Aqui, na equivalência de coisa, o autor,, substitui: COISA pelo ser humano, e dignidade por VALOR . CONCLUSÕES ACERCA DA METAFÍSICA DOS COSTUMES
  • 24. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOEHNER, Philotheus; GILSON, Etiene. História da filosofia cristã. Petrópolis:Vozes,1991. REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia. São Paulo: Paulinas, 1990. JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1982. RUSCONI, Carlos. Dicionário do grego do novo testamento. São Paulo: Paulus, 2003. ULLMANN, Aloysio Reinholdo. Plotino: Um estudo dasEnéadas . Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. MORENTE, Garcia Manuel. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1930.
  • 25. Fim