A história de Pataias remonta aos tempos do rei D. Afonso Henriques. A vila teve uma grande tradição industrial de fornos de cal, atividade que será integrada num roteiro turístico juntamente com as praias naturais. O projeto inclui também a requalificação da principal avenida e das praias locais, num investimento de vários milhões de euros para promover o desenvolvimento da região.
2. quinTA-FEIRA 28 JANEIRO 2010
II suplemento pataias
AorigemdePataiasémuitoantiga,sabendo-
sequeoseunomejáerareferidonotempodo
rei D. Afonso Henriques. Mas correu boca, ao
longo dos séculos, uma lenda sobre o nome
da povoação, cuja veracidade não foi nunca
confirmada.Rezaatradiçãopopularque,indo
aRainhaSantaIsabelapassarporalicomoseu
séquito e sentindo que os cavalos começavam
a ficar demasiado cansados, por tentarem, a
custo,cavalgarpelocaminhoarenoso,terádito
às suas aias para que aliviassem as montadas:
“à pata aias”.
A lenda foi sendo repetida de geração em
geração até chegar aos dias de hoje. É sabido
quearainhaprocurava,muitasvezes,astermas
dasCaldas.Massenumadessasdeslocaçõesterá
feitotaladvertênciaàssuasaiaséumdadoda
história que permanece sem confirmação.
Masahistóriarevelaquenotempodoprimeiro
reidePortugal,em1151,onomedestaterraera
referido pelo próprio monarca, no documento
de doação que fez aos Monges Beneditos da
Ordem de Cister. E o documento diz, entre ou-
trascoisas:“(...)Damo-vostambémolugarque
chamamAlcobaçaedelevosfazemostestamento
e couto… pelos limites abaixo declarados… e
passaporMélvoaatéàMatadePataias,donde
corta direito por entre Pederneira e Moel, até
chegar ao mar.”
Ao longo dos anos, muitas foram sendo as
teoriassobreaorigemdadesignaçãodestepo-
voado:houvequemdefendessequeonomese
deve aos deuses pataicos (deuses fenícios que
enfeitavamosbarcosdessepovoqueviajou,com
frequência,nacostaportuguesa);argumentou-
seaindaqueaorigemsedeveriaàabundância
de patos na região ou ainda que se localizam
nestaterraastulhas(espéciedearmazém)dos
frades da Abadia de Cister, sabendo-se que
Pataias é um vocábulo de origem indiana que
significa tulhas.
Avilateve,desdesempre,umagrandetradição
industrialque,durantealgumtempo,coincidiu
comaactividadeagrícola.Foicrescendoaolongo
dosséculos,atingindoumaugeeconómicocom
aexploraçãodosfornosdacal.Estaactividade,
desenvolvida até quase ao final do século XX,
há registos da vila que remontam ao tempo de d. afonso henriques
Desde o berço da nação
BI DA FREGUESIA
Elevação a vila: 16 de Maio de 1984
População: cerca de 6 mil habitantes
Concelho: Alcobaça
Área: 78 km2
Eleitores: 4.833 (Outubro de 2009)
Localidades: Pataias, Pataias-Gare, Pi-
sões, Burinhosa, Ferraria, Mélvoa, Paio de
Baixo, Paredes da Vitória, Mina de Azeiche, Água de Medeiros, Légua,
Vale do Inácio, Boubã e Alva
Orago: Nossa Senhora da Esperança
Feiras, festas e romarias: Mercado semanal (domingo), Carnaval, festa
da vila (no fim-de-semana a seguir a 16 de Maio), festa de Nossa
Senhora da Vitória (14 e 15 de Agosto, na praia das Paredes da Vitória),
festa de Nossa Senhora da Esperança (fim-de-semana mais próximo
de 18 de Dezembro)
Principais actividades económicas: Cimentos, móveis, moldes e
plásticos.
FICHA TÉCNICA
Jorlis, Lda
Director
José Ribeiro Vieira
Coordenação executiva
Rui Pereira (Jorlis)
Hugo Neves (Região de Cister)
Edição
Joaquim Paulo
Textos
Helena Silva/I-n3ws.pt
Fotos
Arquivo REGIÃO DE CISTER
e Junta de Pataias
Serviços comerciais
Hugo Neves e
Marlene Carreira
Paginação
Jorlis
Impressão
Grefedisport
Tiragem
4 mil e 500 exemplares
Distribuição
com a edição 858 do
semanário REGIÃO DE CISTER,
de 28 de Janeiro de 2010, não
podendo ser vendido
separadamente
Telefone
262 598 627
Fax
262 598 414
Internet e e-mail
www.regiaodecister.pt
geral@regiaodecister.pt
deulugaraoutras,comoosvidros,osmóveise
oscimentos.Ocomércioassume,também,lugar
de destaque actualmente.
Hoje,Pataiastemcercadeseismilhabitantes
e procura cimentar uma estratégia para atrair
mais moradores.
Tem,desdeoiníciodesteanoumaUnidadede
SaúdeFamiliar(USF),queabrangeasextensões
de Martingança e Alpedriz.
AníveldaEducação,CâmaraeJuntapreparam-
separainiciaraconstruçãodeumequipamento
muitoaguardadopelapopulaçãolocal:umCen-
troEscolar,queagregaráasseisescolas(trêsdo
primeirocicloetrêsdopré-escolar)eabrangerá
tambémosalunosdoslugaresdeMartingança,
Montes e Alpedriz.
Abelezanaturaldaspraiaséoutradasimagens
demarcadafreguesia.ÁguadeMadeiros,Pedrado
Ouro,Polvoeira,Paredes,Légua,FalcaeValeFurado
sãoobrasesculpidaspormãodivina.1
praia de Paredes é uma obra esculpida por mão divina
3. quinTA-FEIRA 28 JANEIRO 2010
suplemento pataias III
A actividade que foi, durante mui-
tosanos,oganha-pãodoshabitantes
dePataiasvaiintegrarumroteiroque
permitiráaosvisitantesconheceratra-
diçãoindustrialdavila.JuntaeCâmara
de Alcobaça já estão em negociações
comosproprietáriosdosantigosfornos
da cal, no sentido de adquirirem um
deles para ser restaurado.
O projecto começou a ser pensado
o ano passado. A vila será dotada de
umroteiroturístico,integrandopraias,
aldeias,alagoaetambémumpercurso
pelos antigos fornos da cal, revelou
Dário Moleiro, secretário da Junta de
Freguesia.
“Os fornos estão todos nas mãos de
particulareseestamos,nestemomen-
to, a tentar negociar com alguns, no
sentidodeconseguiradquirirumdeles
paraserrestaurado”,explicaoautarca,
frisandoquehaverá“unstrêsouqua-
tro ainda em estado de conservação
razoável”.
A inclusão destas estruturas no
roteiro permitirá aos visitantes co-
nhecer aquela que foi, em tempos, a
actividade nobre da freguesia. A ri-
queza geológica (maciços calcários) e
aabundânciademadeiradospinhais
da região, favoreceu o aparecimento
destes fornos. A actividade teve, até,
influência no desvio da rota da linha
do Oeste (Pataias-Gare) que garantia
oescoamentodaproduçãoparaquase
todo o país.
Ofabricodacalnãoconheceugran-
des alterações ao longo dos séculos.
Esses fornos artesanais, cuja labora-
ção se manteve até praticamente ao
final do século passado, em pouco
alteraram as suas características de
funcionamento e dimensão, desde o
período romano.
Supõe-se que a generalidade dos
fornos tenha surgido em meados do
séculoXIX.Estaactividadechegouater
Um dos ex-libris de Pataias, a lagoa, já foi alvo de re-
qualificaçãonoanteriormandatoautárquico.Oinvesti-
mento,efectuadopelaCâmaradeAlcobaçaequerondou
os 100 mil euros, incidiu na limpeza e criou condições
para que sejam realizados, ali, passeios pedestres, ca-
minhadas ou simples horas de lazer num novo parque
de merendas.
Uma vez realizado o investimento, é tempo, agora, de
divulgarepromoverazona,deformaaatrairvisitantes,
considera o secretário da Junta de Freguesia, Dário Mo-
leiro. Por isso, é intenção do executivo integrar a lagoa
no roteiro turístico que está a ser criado.
“Jáéumadasatracçõesdafreguesiamasqueremosdar-
lhe mais notoriedade”, esclarece.
A lagoa é uma extensa zona húmida, envolta por uma
vasta área de pinhal bravo.
Nosentidodeacautelarasuapreservação,aCâmarade
Alcobaçaintegrou-a,desde2003,noProjectodeEducação
Ambientaldomunicípio,procurandochamaraatenção
dos mais jovens para a importância deste recurso.
projecto da câmara de alcobaça e da junta de freguesia
Fornos da cal de Pataias
vão integrar roteiro turístico
estruturas ainda pertencem a muitos privados
Revelar a beleza da lagoa
uma importância considerável para a
economialocal.Em1980,aindahavia25
fornosoperacionais,fazendoemmédia
sete cozeduras por ano.
O seu declínio foi notório a partir
da década de 90, com a extinção da
grandemaioria.Sabe-sequeoúltimo
fornoemactividade,naregião,deixou
de laborar a 30 de Junho de 1995.
DárioMoleirocontaqueoqueresta
da actividade está disperso pela fre-
guesia.Masmostra-seconvictodeque,
“mesmo que não se chegue a acordo
com os proprietários para aquisição e
restauro de um dos fornos, será sem-
pre possível integrá-los num roteiro”.
E isto porque, sustenta, a maior parte
delesestálocalizadojuntoacaminhos
públicos,oquepermitiráelaborarpro-
gramasdevisitasseminterferircomos
interesses dos proprietários.
“Mas estamos convencidos de que
haveráinteressedosprivadosemfazer
parte deste projecto”, afirma.
Oroteirointegrarátambémaspraias
da região, entre Água de Madeiros e a
Falca-queserãotodasrequalificadas-,
pretendendoincluiraindaalgumasdas
aldeiasdePataias.“Háalgumas,como
MélvoaePisões,comcaracterísticasde
talmodoagradáveisquegostaríamos
de poder desenvolver ali projectos de
turismo rural”, conta o secretário da
JuntadeFreguesia,admitindoquetais
projectosestarão,sempre,dependen-
tes da vontade dos privados. “Mas a
belezadessaszonas,porsisó,justifica
asuainclusãonumroteiroquepermita
aos turistas usufruir delas”, justifica,
frisando que, neste momento, ainda
estão a ser identificadas as aldeias a
incluir nesse roteiro.
A concretização deste projecto não
temprazosdefinidos.AJuntagostaria
depodervê-loemandamentoatéfinal
do actual mandato, esclarece ainda o
responsável. 1
4. quinTA-FEIRA 28 JANEIRO 2010
IV suplemento pataias
construção do Centro Escolar obriga a transferência
Mercado vai mudar de local
Dois milhões de euros serão inves-
tidos na requalificação da principal
avenida de Pataias. A intervenção,
ainda sem data marcada, pretende
dar mais dignidade e aumentar a
segurança dos dois quilómetros de
estrada que atravessam a vila
O projecto está feito. E as nego-
ciações com as Estradas de Portu-
gal (EP) estão em curso. Hermínio
Rodrigues, vereador da Câmara de
Alcobaça, sintetiza, desta forma, o
andamento do projecto de requa-
lificação da Avenida Rainha Santa
Isabel, a principal via de Pataias.
As obras ainda não têm data
marcada para começar mas a sua
realização responde a um antigo an-
seio dos moradores. A estrada será
alargada,azonaenvolventeirásofrer
trabalhos de embelezamento, serão
criadas zonas de estacionamento e
até uma nova rotunda. “O trânsito
deverá ter um ordenamento dife-
rente e vai fluir, por certo, melhor”,
considera Dário Moleiro, secretário
da Junta de Freguesia, mostrando-
se esperançado de ver, ainda neste
mandato, o trabalho realizado.
Tal intervenção, considera, pos-
sibilitará uma melhoria significa-
tiva no tráfego - aquela zona, no
Verão, é atravessada, diariamente,
por milhares de automóveis - sem
retirar dali a circulação, o que era
uma preocupação dos comerciantes.
“Durante muito tempo, falou-se da
possibilidade de ser criada uma via
alternativa, fora da freguesia, que
permitisseretirardaliotrânsito.Mas
oscomerciantesconsideramqueisso
colocará em risco os negócios”, ex-
plica.
Para o vereador Hermínio Rodri-
gues, esta intervenção não pode ser
vista de forma isolada em relação à
zona envolvente e aos projectos que
estão para aí previstos. Refere-se às
praias do concelho que, desde o ano
passado, estão a ser requalificadas.
Na praia das Paredes da Vitória,
a intervenção está praticamente
concluída. Entre passadiços que
possibilitam os passeios pedestres,
a intervenções no saneamento e
tratamento de águas pluviais, a
praia está hoje mais bonita e mais
segura. Seguir-se-ão as restantes:
Légua, Pedra do Ouro, Polvoeira e
Água de Madeiros. No total, o inves-
timentonestasintervençõesrondará
os cinco milhões de euros.
E,revelaovereador,sãoobrasfeitas
apensarnofuturo.Équeestáprevista,
para a zona da Pedra do Ouro, um
empreendimentoligadoaoGolfeque,
naexpectativadosautarcasdaregião,
atrairá grande número de turistas e
contribuirá para o desenvolvimento
dos concelhos mais próximos.
Só a nível da economia, revela
ainda Hermínio Rodrigues, a concre-
tização desse projecto representará
acriaçãode“cercadedoismilpostos
de trabalho directos”. 1
Avenida Rainha Santa Isabel
Requalificação ainda sem data marcada
É das iniciativas de Pataias a que mais pes-
soas atrai, todas as semanas, aos domingos.
Chegam a organizar-se excursões, oriundas
de vários pontos do país para visitar o local. O
mercado semanal, que se realiza há décadas
na freguesia, começou por decorrer junto à
igreja, à beira da avenida Rainha Santa Isa-
bel, a principal via rodoviária que atravessa
a localidade.
Em finais da década de 80 foi mudado para
a actual localização, junto às piscinas muni-
cipais.
TuríbioMachado,quefoipresidentedaJunta
no início dessa década, recorda que depois
dos feirantes levantarem as bancas de venda,
“ficava tudo sujo”. “Na altura, até tive o cui-
dado de mandar fazer a limpeza logo depois
do levantamento dos feirantes para dar mais
dignidade à zona”, conta.
Jáentãosecolocavaaquestãodanecessida-
de da mudança de localização. “Empenhámo-
nos no sentido de se encontrar um terreno
para mudar o mercado para outro sítio. Era
umapreocupaçãoantiga”,explicaoex-autarca,
lembrando que a resolução do problema “não
foi fácil porque as pessoas não queriam pres-
cindir dos seus terrenos para tal fim”.
Surgiu, então, a possibilidade do mercado
ser mudado para um terreno público, mas que
estava afecto à zona florestal, localizado nas
‘alvas’(zonadedunas).Foiparaaíque,nofinal
da década de 80 se mudou o mercado que, a
partir de então, despertou ainda mais o inte-
resse dos vendedores e dos compradores.
“Logisticamente, a localização é óptima. Fica
a caminho das praias, atraindo os visitantes
no Verão, e tem grande facilidade de aces-
so e estacionamento todo o ano”, considera
Dário Moleiro, secretário do actual executivo
da Junta de Freguesia. No seu entender, essas
razões poderão explicar o sucesso da inicia-
tiva que, todos os domingos, enche a vila de
visitantes.
Em 2003, o local passou por uma reestrutu-
ração que, no entender de Dário Moleiro, lhe
conferiu ainda mais qualidade.
Mas o terreno onde o mercado se realiza,
próximo da possível localização da zona des-
portiva,foiescolhido,pelaJuntaepelaCâmara
de Alcobaça para acolher o futuro Centro Es-
colar, que congregará seis escolas de Pataias
(do primeiro ciclo e do pré-escolar) e outras
da Martingança, Montes e Alpedriz. “Tem todo
o sentido que o Centro Escolar seja instalado
junto às piscinas e aos outros equipamentos
desportivos que serão ali colocados”, defende
o secretário da Junta.
O mercado vai, por isso, ser mudado. E até
já existe terreno, bem próximo daquele onde
ele se realiza actualmente.
“O Centro Escolar será uma das nossas prio-
ridades, por isso, estamos já a trabalhar no
sentidodemudaromercado”,explicaoautarca,
frisandoqueaconstruçãodonovoequipamen-
to escolar só pode começar quando o terreno
estiver desocupado.
Ainda não há datas para o início dos tra-
balhos.
Mas Dário Moleiro acredita que os processos
começarão a dar passos em breve. Até porque,
sublinha,aconstruçãodoCentro,paraalémde
dotar alunos e professores de melhores condi-
ções,permitiráreduzirverbasque,anualmente,
são investidas na recuperação dos edifícios
escolares, muitos deles já antigos. 1
uma das atracções da vila acontece todos os domingos
5. quinTA-FEIRA 28 JANEIRO 2010
suplemento pataias V
A Associação de Bem Estar e Ocupação de
Tempos Livres de Pataias foi criada em 1984,
comoobjectivodedarrespostaàscrianças,na
ocupaçãodosseustemposlivres.Sómaistarde,
asuaacçãoveioaseralargadaaosidosos.Apesar
de, desde 1997, a associação ter um projecto
criado, nunca conseguiu, até hoje, reunir os
apoios financeiros necessários para a criação
de um lar de idosos na freguesia
TuríbioMachado,quefoipresidentedaJunta
de Pataias no início da década de 80, recorda
que a freguesia foi pioneira na criação das ac-
tividades de tempos livres às crianças, serviço
que foi assegurado pela constituição da As-
sociação de Bem Estar e Ocupação de Tempos
Livres (ABEOTL), em 1984.
“Não havia nada, na altura. As crianças saí-
am da escola e ficavam, muitas vezes, por aí,
sem fazer nada”, recorda, considerando que,
ao criar a associação, pretendeu-se “dar um
passo fundamental para ajudar as crianças e
os pais”.
Nos primeiros tempos, a ABEOTL funcionou
nas instalações da Junta de Freguesia.
A partir de 1993, com a mudança de instala-
ções, foi alargado o tipo de apoio, que passou
a abranger, também, os idosos.
AnabelaMariano,actualdirectoradaABEOTL,
conta que o serviço prestado à terceira idade
começou com a inauguração do Centro de Dia,
em 1993 e, no ano seguinte, teve início o apoio
domiciliário e o Centro de Actividades Ocupa-
cionais.
Oanopassado,aassociaçãoinaugurouuma
ResidênciaAutónomaparaDeficientes,quefun-
ciona num apartamento da freguesia e que
acolhe, actualmente, cinco utentes.
Com35funcionários,aABEOTL,presididapor
António Caseiro, presta apoio a 25 crianças no
ATL,35idososnoCentrodeDiae13noCentrode
ActividadesOcupacionais,auxiliandooutros49
noapoiodomiciliário.Agrandecarência,neste
momento, é o lar da terceira idade, admite a
responsável.
O projecto de construção do novo edifício,
que prevê o alargamento das actuais insta-
lações, foi elaborado em 1997. “Até hoje não
avançou porque nunca conseguimos apoios”,
explica Anabela Mariano. Representando um
investimento superior a 550 mil euros, o novo
larpermitiráacolher35utentes,possibilitando
ainda a criação de 27 postos de trabalho.
“TivemosjáváriasreuniõescomaSegurança
Social, em Leiria, e há abertura para a criação
deste equipamento”, adianta ainda a respon-
sável,sublinhandoque,noentanto,adecisão
tem que ser governamental e isso ainda não
aconteceu.
AABEOTLcandidatou,entretanto,oprojecto
ao QREN, ao Programa Operacional do Poten-
cial Humano (POPH), aguardando ainda pela
decisão.
“O lar permitiria dar resposta positiva a uma
lacunagrandequeexistenestaregião”,consi-
deraaresponsáveldaABEOTL,contandoqueos
equipamentos do género que existem no con-
celho “têm consideráveis listas de espera”.
Há praticamente dez anos à frente da asso-
ciação,AnabelaMarianofazumbalançopositivo
do trabalho desenvolvido na freguesia. “Tem
sidoumtrabalhointeressado,paraqueacasa
cresça e melhore, a nível de qualidade, a sua
oferta. E isso tem sido conseguido”, sustenta.
Osprojectosligadosàterceiraidadesãocada
vez mais procurados e apenas a actividade do
ATL tem diminuído, situação que a respon-
sável atribui ao aumento do horário lectivo
pelas escolas. “A escola pública tem hoje mais
respostas, que fazem com que as crianças ali
permaneçam mais horas e os pais deixam de
ter tanta necessidade dos ATL”, refere. 1
Associação de Bem Estar e Ocupação de Tempos Livres de Pataias
Lar de idosos aguarda
financiamento há 13 anos
Luís Filipe M. Verdasca
Economista
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6. quinTA-FEIRA 28 JANEIRO 2010
VI suplemento pataias
Émuitocríticoemrelaçãoaoquetem
sido o papel da Câmara de Alcobaça
no desenvolvimento daquela que é a
suafreguesia,Pataias.TuríbioMachado,
quefoipresidentedaJuntanadécada
de80,atéescreveuumromance,num
mistodehumoredrama,quedecorre
emcenáriosdafreguesia.Hojeemdia,
assume-secomoobservadordavidada
vilaeaconselhaa“umamaioruniãoem
nome dos interesses da terra”.
REGIÃO DE CISTER (RC) > Como era
Pataias quando foi presidente da
Junta?
TURÍBIO MACHADO (TM) > Economi-
camente, estava bem nessa altura.
Havia uma actividade empresarial
diversificada.Socialmente,pensoque
as pessoas estavam razoavelmente
bem. Na época, o País passava por
umagravecriseeconómicaehavia,a
nível governamental, aquela neces-
sidadedeosportugueses‘apertarem
ocinto’.MárioSoarestentavaresolver
osproblemasdaeconomia.NaJunta,
padeci um bocado com isso, porque
não havia verbas disponíveis para
avançar com projectos que conside-
rava, então, fundamentais. A somar
a isso, tive a fatalidade de encontrar
uma Câmara de Alcobaça que, por
razões políticas, não investia nesta
freguesia. A prioridade do executivo
era, e sempre foi, o investimento em
São Martinho do Porto.
RC>Quaisforam,naépoca,assuas
prioridades e os principais projectos?
TM > Uma das prioridades foi o abas-
tecimentodeáguaaPataias,vindadas
Paredes.Eraumaáguadequalidadee
esse abastecimento ainda se mantém
nos dias de hoje. Foi, também, inau-
guradooparquedecampismodapraia
dasParedes,queeraumanecessidade
e hoje está em funcionamento, com
bons rendimentos.
RC>Quantoshabitantestinha,en-
tão, a freguesia?
TM>Deviateràvoltadeoitoadezmil
habitantesporquetambémtínhamos
aMoitaeaMartingança.Masapesarde
sermos a freguesia mais populosa do
concelho, nunca fomos tratados com
o respeito que merecíamos.
RC > Há oito anos lançou um livro,
que intitulou de ‘Deserdados’. É um
retrato da freguesia?
TM>Emparte,sim.Éumromance,um
misto de humor e drama. A história
passa-se na freguesia, nos lugares li-
mítrofes,eretrataaformadeviverna
épocadesdeofinaldasegundaguerra
mundialatéàdécadade60.Aprimeira
edição, de 500 exemplares, foi muito
bemaceiteetenhoandadoparafazer
uma segunda edição. Mas ainda não
tive oportunidade.
RC > E porque escolheu o título
‘Deserdados’?
TM > Porque a história desta fregue-
siaconta-nosqueapopulaçãosempre
tevequesedesenrascarsozinha.Nunca
houve interesse de entidades ou go-
vernantes, Santa Casa da Misericórdia,
esobretudodaCâmara,emolharpara
esta terra. Mas foi pena porque havia
pessoasmuitocarenciadasquenunca
foramajudadas.Sempreservimospara
darreceitasàCâmaramaspoucorece-
bemos em troca. O título do meu livro,
‘Deserdados’, reflecte um pouco isso.
RC>Continuaaacompanharavida
de Pataias?
TM>Ultimamente,jánemtanto.Houve
várias situações que me foram desgos-
tando, ao longo dos anos, e acabei por
me ir afastando um pouco. E também
nãovejo,dapartedopovo,uminteres-
sepelapolíticalocal,nemempenhona
resolução dos problemas da terra. Mas
vouobservando...
RC > E há questões que o preocu-
pem mais?
TM > Há algumas situações que não
me agradam muito. As piscinas foram
construídas devido à venda de um
terreno à Cibra, terreno esse que foi o
ganha-pão de muita gente e durante
muitosanos.Eradesseterrenoqueera
extraída a pedra para os fornos da cal,
indústria muito antiga na freguesia.
Lamentavelmente, vejo lá inscrito o
nome de piscinas municipais, quan-
do, ao que me consta, a Câmara nada
lá gastou. O dinheiro foi proveniente
daquiloqueeranosso.Logo,seeufosse
presidentedaJunta,nãopermitiriaque
alguémcolocassealio‘municipal’.Épor
questõescomoestaqueprefiroalhear-
medoquesepassa.Outradasminhas
desilusõeséoparquedecampismo.Eu
empenhei-meeesperavaveroprojecto
desenvolvido,combungalows,restau-
ranteseoutrassoluçõesdequalidade.E
hojevejo,comdesgosto,queasbarra-
casdosMijaretes,lamentavelmente,se
passaram para dentro do parque.
RC>Mas,apesardetudo,continuaa
acompanharoprogressodafreguesia.
O crescimento tem correspondido às
expectativas que tinha?
TM>Atédeterminadaaltura,houveum
crescimentogrande.Masdeháalgum
tempoaestaparte,comacrise,ascoi-
sasregrediramenãotemhavidogrande
desenvolvimento em Pataias. Muitas
empresas fecharam, infelizmente. Já
fomosumareferência,anívelnacional,
naindústriadomobiliário,masascoisas
decaíramdrasticamente.Esecalharfoi
porque os empresários não souberam
unir-se, nem criar uma estratégia no
sentido de obter apoios estatais, de
turíbio machado, autor e antigo presidente da junta de pataias
“Servimos para dar receitas à
Câmara mas pouco recebemos”
Perfil
TuríbiodaEncarnaçãoMachado,
de 62 anos, foi presidente da
Junta de Pataias, no mandato
autárquicoentre1982-85,eleito
como independente nas listas
do PS. Foi a única experiência
autárquica e política, finda a
qualseafastou,manifestando-
se “desiludido” com a forma
como funcionam a política e as
máquinas partidárias. “Cansei-
me de andar a lutar contra mo-
ínhos de vento”, justifica.
Figura respeitada pela popula-
ção local, começou a trabalhar
aos10anoseasseguraqueteve
muitas profissões ao longo da
vida. Foi barbeiro, escriturário,
guarda-livroseTécnicoOficialde
Contas, que exerceu até 2009.
Sempre ligado à sua terra, fez
parte da Direcção de várias
associações culturais, entre
as quais a Casa da Cultura e o
“Jornal de Pataias”.
Háoitoanoslançouumlivro,de
título“Deserdados”,retratando
a década de 60 na freguesia.
Actualmente, para espanto de
muitos, dado ser um sexagená-
rio,éestudantedeArqueologiae
HistórianaFaculdadedeLetrasda
UniversidadedeCoimbra,cidade
ondepassaamaiorpartedotem-
po. A vida de estudante impõe-
lhequepermanceçaemCoimbraa
semanainteira,regressandoàvila
apenasaosfins-de-semana.Esta
alteração na sua rotina levou-o
aafastar-se,aindamais,davida
da sua terra.
forma a desenvolver o sector.
RC>Eosequipamentoseasrespos-
tassociaisqueexistemactualmente...
Satisfazem-no?
TM > A nível de saúde, por exemplo, o
CentrodeSaúdedeixamuitoadesejar.
E na Cultura, somos carentes. Tivemos
uma Casa da Cultura e um Jornal de
Pataias. Tive o privilégio de estar na
Direcçãodeamboseachoquefizemos
umbomtrabalho.Haviaumapessoa,o
EmídiodeSousa,quefoinotávelnaluta
peladefesadaCulturanestaterra.Fize-
moscolóquios,concertos,espectáculos,
criámosumgrupomusicaleumRancho
Folclórico... Hoje, não resta nada.
RC > Como é que vê o futuro de
Pataias?
TM > Gostaria que fosse um futuro ri-
sonho.Gostavadevermaisuniãoem
defesadosinteressesdaterraemenos
divisões em nome da política. 1
7. quinTA-FEIRA 28 JANEIRO 2010
suplemento pataias VII
Estará concluído no primeiro
trimestre deste ano o Plano de
Pormenor da Alva, onde irá ser
construídaanovaZonaIndustrial
dafreguesia.HermínioRodrigues,
vereador da Câmara de Alcobaça
esclarece que, neste momento,
estão por definir questões rela-
cionadas com as acessibilidades
ao local, pelo que estão já agen-
dadas reuniões com as Estradas
de Portugal (EP) para concluir
esses detalhes.
Findo esse processo, será aber-
tooconcursoparaconstruçãoda
Zona Industrial. “Se tudo correr
bem, como esperamos, as obras
poderão arrancar no início do
próximo ano”, revela o respon-
sável.
A criação da zona industrial
permitirá melhor a resposta da
freguesia a nível económico. O
vereador conta que, nos últi-
mos meses, várias empresas têm
manifestado interesse em fixar
os seus projectos na localidade.
“Muitas empresas, sobretudo de
moldes,têm-nosprocuradocom
a intenção de se instalarem na
freguesia”, explica.
Pataias tem, desde há muito,
uma forte dinâmica industrial.
Vários sectores de actividade,
desde os vidros, aos cimentos,
moldesemóveistêm,nosúltimos
Zona industrial tem empresas em ‘lista de espera’
Plano de pormenor da Alva
está em fase de conclusão
atrair e fixar jovens à freguesia é o objectivo do projecto
anos, escolhido essa localização
para se implementar.
O pólo empresarial, situado na
saída da freguesia a caminho da
Nazaré, já não tem capacidade
para acolher mais unidades in-
dustriais.“Semrespostapositiva,
os empresários acabam por ter
que escolher outros concelhos
para se localizar, o que gosta-
ríamos de evitar”, explica, por
seu turno, o secretário da Junta
de Freguesia, Dário Moleiro. Por
isso, considera ser de extrema
importância que avance com
rapidez a construção da nova
zona industrial.
“Jáháprojectoejáfoiconsegui-
da a desafectação dos terrenos.
Agora, é só arrancar com a obra”,
defende.
DárioMoleirocontaqueumdos
objectivos do executivo na Junta
é conseguir atrair e fixar jovens
na freguesia. “Não sentimos, pelo
menos ainda, que a vila esteja
a ficar envelhecida. Mas temos
consciência de que, para que isso
não aconteça, é preciso investir”,
adianta,considerandoqueacriação
de emprego - resultante da fixa-
ção de novas empresas - será um
contributofundamentalparaesse
objectivo. “Sempre fomos ambi-
ciosos e continuamos a sê-lo”,
assegura. 1