Este documento descreve a história e natureza das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) no Brasil. Em três frases:
1) As CEBs surgiram no Brasil na década de 1960 como pequenas comunidades cristãs comprometidas com a libertação dos pobres.
2) Ao longo das décadas, as CEBs se tornaram um modo alternativo de ser Igreja centrado nos pobres e na ligação entre fé e ação social.
3) Atualmente, as CEBs enfrentam desafios como o ec
4. 2. Questões sobre a Eclesialidade das CEBs. As CEBs nascem no Brasil e em toda a América Latina e Caribe impulsionadas pelo espírito do Vaticano II. Em Medellín (1968), elas são reconhecidas como “ primeiro e fundamental núcleo eclesial, que deve, em seu próprio nível, responsabilizar-se pela riqueza e expansão da fé, como também pelo culto que é sua expressão. É ela, portanto, célula inicial de estruturação eclesial e foco de evangelização e atualmente fator primordial de promoção humana e desenvolvimento ” ( Medellín, 15. Pastoral de Conjunto, nº.10 ).
5. As CEBs são Igreja a partir da base. Buscam responder as questões vindas do cotidiano. São Igreja em nosso tempo. Por isso, muitas vezes, foram e são incompreendidas, como o próprio Jesus e as primeiras comunidades cristãs em seu tempo. Isto aconteceu e acontece com as CEBs do Brasil, quer do ponto de vista sócio-político, como também do ponto de vista eclesial. Queremos mostrar como acontecem essas tensões pelo fato das CEBs buscarem estar presentes em seu tempo. 2. Questões sobre a Eclesialidade das CEBs.
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8. 3 . CEB s : Elementos fundamentais. São evangélicas PASTORES Catolicidade MUNDO SOCIEDADE Compromisso social CEBs Ligação canônica Eclesialidade IGREJA UNIVERSAL JESUS CRISTO
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13. “ O que é uma CEB”? O que é preciso para se ter uma CEB?
14. 1º. Elementos materiais (corpo). 1) Grupo de fiéis batizados (suficientemente desen- volvido) e que celebra ( celebração ou culto regular , semanalmente, quinzenalmente) com ou sem eucaristia. 2) Integrado por gente das classes populares (pobres), tendo pessoas de outras classes , mas não majoritariamente. A CEB tem sua identidade histórica nos pobres em sentido sociológico e, desta forma, o sentido de “ base ” veicula as seguintes características em sua constituição: pobre popular (rosto do povo), celular, leiga, de luta, cristológica. 3) Em torno da Palavra de Deus (Bíblia): a Palavra faz parte constituinte de uma comunidade de base. A Bíblia é a companheira da CEB.
15. 2º. Elementos formais (alma). 1) Partilha da Palavra em confronto com a vida. Podemos nos perguntar: Como temos lido a Palavra de Deus frente à realidade? Temos feito a leitura orante da Bíblia? 2) Participação nos serviços ( ministérios ) : coordenação, liturgia, catequese, canto. As CEBs são participantes. 3) Compromisso no social: A Palavra de Deus induz à ação. Podemos lembrar aqui a grande novidade da Igreja na América Latina : A entrada ( inserção ) de cristãos e cristãs na luta política de libertação dos pobres e excluídos (Ligação Fé-Vida). Podemos nos perguntar: Como vai nossa fé? Como vai nosso compromisso? Como vão nossas lutas?
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21. 4. Desafios para o século XXI. Retomamos a palavra de D. Pedro Casaldáliga, o profeta da justiça e da esperança: “ O Século XXI ou será místico ou não será humano. O Século XXI cristão optará pelos excluídos ou não será cristão. O Século XXI cristão ou será ecumênico ou não será eclesial. O Século XXI ou será ecológico ou simplesmente não será ”. Esta afirmação de D. Pedro indica que devemos incorporar ao projeto da nova sociedade e, portanto, de um mundo novo possível, o místico, a opção pelos excluídos, o ecumenismo e o ecológico. São desafios que devemos enfrentar com muita ousadia, criatividade e esperança.