Este documento resume os principais pontos discutidos em encontros sobre plantas medicinais realizados no CAPS II de Vitória da Conquista. O texto descreve 11 espécies cultivadas na horta do CAPS II, incluindo suas propriedades, formas de cultivo e uso. O objetivo foi valorizar o conhecimento tradicional dos usuários e integrar experiências de uso popular e conhecimentos científicos sobre as plantas.
3. 3
Organização:
Patrícia Baier Krepsky
Tutora no PET-Saúde até dezembro de 2013
Professora no Instituto Multidisciplinar em Saúde
Universidade Federal da Bahia
Péricles Norberto Matos
Médico no CAPS II até maio de 2014
Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista
Tamyla Farias
Preceptora no PET-Saúde de 2012 a 2014
Farmacêutica no CAPS II
Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista
Diagramação e projeto gráfico:
Adriana Baier Krepsky
Bacharel em Publicidade e Propaganda - FURB - Blumenau ⁄ SC
Ano de publicação: 2015
Apoio:
Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), 2012-2014
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons
Atribuição 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta licença,
visite http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/.
5. 5
Introdução
Esta cartilha foi construída com base em discussões entre usuários e profissionais do Centro de
Atenção Psicossocial II (CAPS II), juntamente com estudantes e professora da UFBA, campus de
Vitória da Conquista, BA.
Em um ano e meio foram realizados sete encontros em sala de oficina. Os participantes, senta-
dos em roda, trocaram conhecimentos: espaço aberto para a escuta de experiências sobre formas
de preparo e uso de espécies medicinais, alimentares e cosméticas. Precauções e formas de culti-
vo também foram debatidas e relatadas as sensações despertadas pelos odores e sabores.
Muito interesse foi demonstrado por preparações que possam minimizar os efeitos adversos
hepáticos, estomacais e intestinais de medicamentos convencionais. Destaque foi dado também
às preparações que atuam em problemas respiratórios, comuns na região de Vitória da Conquista
devido ao frio e mudanças bruscas de temperatura.
Para a construção desta cartilha, além das experiências, especialmente dos usuários, foram em-
pregadas referências técnico-científicas e populares, citadas no decorrer do texto.
Pretendemos valorizar o conhecimento dos usuários, diminuindo os estigmas sociais; além de
favorecer a integração entre os participantes, contribuindo para o processo terapêutico e gerar
materiais, como esta cartilha, que possam contribuir para o uso coerente, de acordo com a reali-
dade local e conhecimentos bem estabelecidos, de plantas medicinais recém colhidas ou secas.
Durante os encontros, muitos assuntos emergiram, demonstrando o conhecimento e interesse
dos participantes. Iniciamos com as espécies de Mentha, cultivadas na horta do CAPS II, o que
levou à curiosidade sobre métodos de extração de óleos voláteis, que por sua vez contribuiu para
incluirmos nas oficinas o tema óleos fixos na saúde humana, como ômega 3 e 6. Assuntos estes
não abordados nesta cartilha. O hortelã-grosso foi sugerido a partir de discussão sobre xaropes,
sendo realizada oficina sobre preparo destes remédios caseiros. Ao final de cada encontro, geral-
mente definiam-se os temas para o próximo.
Os usuários demonstraram conhecer a importância da dose correta, da higienização e de ou-
tros cuidados com plantas medicinais, desde o cultivo até o modo de usar. Contradições foram
apontadas e debatidas no grupo. Foram momentos de troca entre experiências de usuários e
profissionais, entre uso popular e tradicional, entre experiências sentidas e conhecimentos siste-
matizados em literatura da área de plantas medicinais.
As espécies discutidas foram algumas daquelas cultivadas na horta do CAPS II. A horta é local de
desenvolvimento de uma das oficinas oferecidas como parte do projeto terapêutico de usuários.
Na horta, trabalha-se com adubação orgânica, sem uso de herbicidas, fungicidas e outros agrotó-
xicos, com o objetivo de manter a qualidade do material vegetal(8)
.
Vivenciamos possibilidades de relação e aprendizado em um CAPS II, crescemos continuamen-
te no ato do fazer, relacionando teoria e prática.
6. 6
● Outros nomes populares: Hortelã
miúdo, hortelã rasteiro(10)
, hortelã de
tempero, hortelã comum(8)
.
●Nomecientífico: Menthasp(3,8)
.
● Descrição: Erva com folhas ovais, aroma
forte e característico de hortelã(10)
. As flores,
quando aparecem, são pequenas, tem colo-
ração lilás clara ou azulada e localizam-se nas
pontas da planta, em formato de espiga. Cau-
les violáceos(8,10)
. A espécie pode florescer em
Vitória da Conquista(10)
.
● Sensações relatadas por usuários: A sen-
sação de frescor pode ir até o sentimento, traz
tranquilidade e leveza, lembra o aconchego
da infância. Após o preparo, permanece chei-
ro agradável na casa(10)
.
● Cultivo: O hortelãzinho passa a ter desen-
volvimento ruim quando permanece muitos
meses no mesmo local. Portanto, é adequada
a prática de troca do local de cultivo. É uma
espécie que precisa de umidade. Quando o
sol está mais forte, é necessário molhar mais.
Quando os dias estão mais frescos, não se
devemolharmuito(10)
.Precisadeluzsolardire-
taparasedesenvolverede12horasdesolpor
dia para florescer(8)
, mas em Vitória da Con-
quista os locais mais apropriados são à meia
sombra devido à alta intensidade da radiação
solar e baixa umidade do ar. Podem-se fazer
mudasapartirdepedaçosdaplantacomcau-
les e raízes, devem ser retiradas as folhas em
excesso. Estas informações podem ser usadas
também para o cultivo de vique (Mentha ar-
vensis) e alevante (Mentha sp)(10)
.
●Parteusada: Folhas.
● Observações: Trata-se de uma planta bas-
tante segura.
● Precauções: Não usar no nariz de bebês e
crianças pequenas, pois pode causar falta de
ar(6)
.Quandoadministradoànoiteoupormui-
to tempo, pode causar insônia(8)
.
Modo de usar e indicações:
● Bater no liquidificador junto com frutas: Man-
ga, abacaxi ou limão, como refrescante(10)
.
● Adicionado a molhos para saladas conferem
frescor, especialmente no verão(10)
.
● Como tempero para quibe, frango, carne de
boi e carne de porco(10)
.
● O chá fraco preparado por infusão, ou seja,
abafado, pode ser usado em casos de dor de
barriga e gripe em crianças(10)
.
● Para adultos, o chá preparado por infusão
pode ser empregado em casos de cólicas mens-
truais e gases. Deve-se desligar a água quando
começar a ferver e abafar colocando uma tampa
sobre a xícara(10)
.
● Com poejo e hortelã-grosso, faz parte da com-
posição de xaropes caseiros(10)
.
● Na forma de banho, o hortelãzinho deve ser
preparado em água por infusão e depois diluído
em bacia ou balde(10)
.
Hortelãzinho
Fonte:hortadoCAPSII,juntocom
hortelã-grossoeoutrasplantas
Fonte:http://flowers.la.coocan.jp/Lamiaceae/
Mentha%20spicata.htm
7. 7
● Outros nomes populares: Menta, hor-
telã-japonesa, menta-inglesa.
● Nome científico: Menthaarvensis.
● Descrição: Erva com 30 a 60 cm de altu-
ra, com folhas ovais ou pontudas, levemen-
te recortadas, com flores esbranquiçadas e
forte cheiro de menta, lembrando o cheiro
de balas de menta(8)
.
● Parte usada: Folhas.
● Sensação relatada pelos usuários:
Disposição(10)
.
● Cultivo: Informações semelhantes ao
descrito para o hortelãzinho. Na horta do
CAPS II, foi uma das espécies que mais se
desenvolveu(10)
.
● Precauções: Devido ao alto teor de
mentol, a inalação não deve ser aplicada
em excesso, pois pode provocar paralisia
respiratória, especialmente em crianças.
Não usar o óleo para inalação em crianças
pequenas.
● Observações: Não tem a mesma compo-
sição dos remédios da marca Vick®
.
Modo de usar e indicações:
● Para dor de estômago, azia, tratamen-
to de acidez estomacal, inclusive causada
pelo uso crônico de medicamentos. Nes-
tes casos, pode-se usar o sumo diluído em
água. Amassar as folhas de um ramo até
obter o sumo, adicionar água fria, coar e
beber. Não tomar junto com alimentos e
não parar de usar os medicamentos pres-
critos para problemas de estômago. Usar
por 15 dias(10)
.
● Má digestão; cólicas causadas por gases
intestinais(10)
, pois auxilia na expulsão dos
gases(8)
, inclusive para crianças.
● Gripe, descongestionante nasal, calman-
te, dor de cabeça(10)
.
- O chá abafado (infuso), é empregado em ca-
sos de vômitos. Tomar 2 a 3 xícaras por dia(8)
.
- Como descongestionante nasal, usar a
planta in natura, esmagá-la para liberar
mais o cheiro(8)
. Ou fazer inalação com o
abafado (infuso)(10)
.
- Como refrescante: Bater com sorvete de
creme; fazer picolé juntamente com suco
de maracujá ou abacaxi; outra opção é
bater com água em liquidificador, coar e
retornar o sumo ao liquidificador e bater
com leite(10)
.
- Como um dos componentes do suco ver-
de, pelo cheiro e refrescância(10)
.
- O vique pode ser usado em associação
com outras plantas, como o hortelã-gros-
so, na forma de xarope, para tosse(10)
. En-
tretanto, a preparação não pode ser fervi-
da após adição do vique, pois trata-se de
planta frágil e com cheiro; se for fervida
por muito tempo, substâncias importan-
tes serão perdidas.
Vique
Foto:GrahamCalow
Fonte:http://www.naturespot.org.uk/species/corn-mint
8. 8
● Outros nomes populares: Levante, ele-
vante, hortelã-silvestre(8)
.
● Nome científico: Mentha sp.
● Descrição: Erva aromática baixa, de ra-
mos finos, geralmente rastejantes, caule
verde ou arroxeado(8)
; folhas em formato
levemente pontiagudo. Não floresce na re-
gião de Vitória da Conquista(10)
.
● Cultivo: Informações semelhantes ao
descrito para o hortelãzinho.
● Parte usada: Folhas
● Sensações relatadas pelos usuários:
Cheiro delicioso, é revigorante(10)
.
Modo de usar e indicações:
● Deixar em álcool de cereais durante uma se-
mana; para cheirar em casos de dor de cabe-
ça; pode ser passado no peito e costas(10)
.
● Na forma banho para bebês que apresen-
tam tosse. Usar o chá abafado (infuso) diluído
na água do banho(10)
.
Alevante
Fonte:hortadoCAPSII,juntocomhortelã-grossoeoutrasplantas
Fotos: Patrícia Baier Krepsky. Fonte: horta do CAPS II em março de 2015
9. 9
● Outros nomes populares: Poejinho(10)
,
poejo das hortas(8)
.
● Nome científico: Mentha pulegium.
● Descrição: Erva rasteira, com cerca de
10 cm de altura, folhas pequenas com
borda lisa, flores pequenas cor violeta
claro reunidas em grupos.
● Informações sobre o cultivo: Em Vi-
tória da Conquista, é necessário molhar
o solo todos os dias, ou cultivar a meia
sombra, especialmente no verão, fican-
do mais viçoso nesta condição, o que foi
observado durante o cultivo no CAPS II.
As mudas podem ser obtidas a partir de
uma parte da planta contendo caules,
poucas folhas e raízes; se necessário, de-
vem ser retiradas as folhas em excesso.
Recomenda-se o cultivo suspenso para
evitar contaminação com o solo, ou co-
brir o solo com plantas secas (cobertura
morta). A cada seis meses plantar em lo-
cal novo.
● Parte usada: Toda a planta(8)
, partes
aéreas(2)
● Precauções: Possui efeitos tóxicos
em altas doses(6,8)
. Para crianças acima
de dois anos, usar o chá bem fraquinho.
Pode provocar broncoconstrição (falta
de ar) em crianças quando usado em ex-
cesso(11)
. Pode causar problemas no fíga-
do se usado em altas doses ou por tempo
prolongado(2)
. Não se recomenda o uso
em grávidas(2)
, principalmente nos três
primeiros meses de gestação(10)
.
● Observações: Se a tosse persistir, pro-
curar auxílio médico.
Modo de usar e indicações:
● Chá por infusão(6)
, ou seja, abafado; ou xaro-
pe(10)
; como expectorante(2,8)
em casos de res-
friado, gripe e tosse(10)
.
● O infuso pode ser usado em casos de indi-
gestão(8)
e dor de cabeça(6)
.
● Para o preparo de infusão, adicionar um co-
lher de sobremesa das folhas secas em uma
xícara(2)
, adicionar água quente e cobrir com
um prato. Esperar 15 minutos antes de tomar
o chá.
● Utilizar 1 xícara de chá 2 a 3 vezes ao dia du-
rante ou após refeições(2)
.
● Pode ser usado também como estimulante
do apetite, espasmos gastrointestinais (dor de
barriga), cálculos biliares (pedra na vesícula) e
colecistite (inflamação da vesícula)(2)
.
Poejo
Fonte: http://www.elicriso.it/it/piante_aromatiche/menta/
Fonte: http://www.onlineplantguide.com/Plant-Details/3533/
10. 10
● Outros nomes populares: Hortelã-gran-
de, hortelã-graúda, malvariço(6,13)
.
● Nome cientifíco: Plectranthusamboinicus.
● Sinôminos do nome científico: Coleusam-
boinicus,Plectranthusaromaticus,Coleusaromaticos(9,13)
.
● Descrição: Erva grande com cerca de 40
cm a 1 metro de altura, folhas triangulares,
com bordo recortado, muito quebradiça,
flores azuladas ou róseas clara, em forma
de espiga(13)
.
● Cultivo: Em Vitória da Conquista, é
necessário molhar o solo todos os dias,
especialmente no verão(10)
. Floresce ape-
nas em climas amenos(13)
. Nesta cidade, a
espécie floresce(10)
. As mudas podem ser
obtidas por estaquia(13)
, a partir de uma
parte da planta contendo caules, poucas
folhas; se necessário, devem ser retiradas
as folhas em excesso. Pode ser cultivada
ao sol. Replantar quando as folhas fica-
rem amareladas.
● Conservação: Para conservar o xarope,
utiliza-se um pote de vidro que deve ser
fervido antes do uso, por 10 minutos. Essa
fervura serve para evitar a contaminação
do xarope. O xarope deve ser consumido
em até 8 dias. Para garantir a conservação,
pode-se colocar cravo-da-índia dentro do
xarope. A rapadura em grande quantida-
de, abacaxi e beterraba, também servem
para ajudar na conservação(10)
. Ao invés de
aquecer, a mistura pode ser deixada em re-
pouso durante uma noite.
● Função de cada planta nos xaropes:
- Hortelãzinho e vique: Utilizados pelo sa-
bor e sensação de refrescância(10)
- Agrião e/ou guaco: Expectoração(10)
- Poejo: Expectoração, resfriado e rou-
quidão(10)
Modo de usar e indicações:
● Preparar chá por infusão ou xarope, com
açúcar mascavo ou rapadura ralada(10),
para
tosse(3,10 13)
, gripes e resfriados(10)
.
● Para preparo do xarope, rasuram-se as fo-
lhas, amassando-as e apertando-as bem até
extrair o sumo. Depois, mistura-se rapadura
ralada com o sumo em uma panela. Leva-se
ao fogo por 2 minutos. A rapadura pode ser
substituída pelo mel, neste caso não deve
ser fervido. Coa-se(10)
.
Hortelã-grosso
Fonte:http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br/planta.php?id=171
Fonte: http://nl.wikipedia.org/wiki/Vijf-in-een-kruid#/media/
File:Starr_071024-0027_Plectranthus_amboinicus.jpg)
11. 11
- Hortelã grosso: O mais importante, por-
que libera a água, indicado para gripe e dor
de barriga(10)
● Precauções: Se a tosse persistir, procurar
auxílio médico.
●Observações: ______________________
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● Um modo bastante popular em Vitória da
Conquista de se preparar o xarope caseiro é
intercalar camadas de hortelã-grosso e ou-
tras espécies medicinais (poejo, hortelãzinho,
guaco, agrião) e açúcar em uma panela. Man-
ter em fogo baixo, em banho-maria, com a
panela tampada. À medida em que as plantas
são aquecidas, é liberada água juntamente
com os componentes ativos das plantas. Se
for usado mel, não aquecê-lo, mas misturá-lo
após o preparo. Recomendamos substituição
do açúcar por açúcar mascavo ou rapadu-
ra ralada, muito mais saudáveis. Além disso,
lembramos que diabéticos não podem inge-
rir xaropes contendo açúcar, açúcar mascavo,
rapadura ou mel. Neste caso, recomenda-se o
uso do chá ou sumo(10)
.
● Outra receita: Misturar em panela com
água poejo, hortelã-grosso, capim-da-lapa,
açúcar e ferver por poucos minutos. Deixar
no sereno para esfriar. Manter em geladeira
para conservar. Retirar da geladeira antes de
usar. O capim-da-lapa é também denomina-
do capim-santo e o nome científico é Cym-
bopogon citratus(10)
.
● Ainda sobre misturas de espécies, foi des-
crita a seguinte foma de preparo de xaropes:
Forra-se o fundo de uma panela com rapadu-
ra ralada. As folhas de hortelã-grosso devem
cobrir a rapadura. Por cima, coloca-se outra
camada de rapadura ralada e, sobre a rapadu-
ra, uma camada de folhas de vique. Todas as
folhas são adicionadas sempre intercalando
uma camada de folhas e uma de rapadura. É
recomendado deixar o sistema montado na
panela descansando por cerca de 1 hora. Ha-
verá a liberação de água que vem das folhas,
principalmente do hortelã grosso. Depois de
deixar em repouso, leva-se a panela ao fogo
em banho-maria até engrossar. Coa-se(10)
.
● A beterraba e o abacaxi também foram des-
critos como espécies empregadas em casos
de tosse. Para o preparo do xarope, corta-se
a beterraba e o abacaxi em fatias, coloca-se
açúcar por cima. Mantém-se no sereno até o
dia seguinte. Usar o líquido que se forma(10)
.Foto:Felipe S. B. Paiva Fonte: horta do CAPS II em
março de 2015
12. 12
● Outros nomes populares: Alfava-
ca-cravo(13)
, tioiô, cravinho(10)
, alfava-
ca grande(12)
, alfavacão(11,12,13)
.
● Nome científico: Ocimumgratissimum.
● Descrição: Subarbusto, que pode
atingir até 2,5 metros de altura(13)
. As
folhas apresentam bordos denta-
dos e possuem aroma que lembra o
cravo-da-índia (Syzygium aromaticum(8,13)
.
Suas flores são pequenas, roxo-pá-
lidas ou amarelo-esverdeadas, dis-
postas na parte terminal(13)
.
● Cultivo: Asmudaspodemserobti-
das através de sementes secas na pró-
pria planta; ou a partir de uma parte
do caule(11)
, contendo poucas folhas. EmVitória da Conquista, suporta bem sol e calor. Pode ser
plantada com poejo e hortelã(11)
.
● Partes usadas: Folhas e flores(13)
.
● Precauções: Se a tosse persistir, procurar auxílio médico.
● Observações: ____________________________________________________________
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__________________________________________________________________________
Modo de usar e indicações:
● Chás por infusão/abafado, em casos de gri-
pes, resfriados, tosse, bronquite(4,8,13)
, como
analgésico e antisséptico.
● Banhos antigripais com o chá bem concen-
trado colocado na água do banho(7,10, 13)
.
● Bochechos e gargarejos do chá morno,
para afecções de boca(13)
, como aftas, pelo
efeito antisséptico.
● Para frieiras e outras micoses(13)
pode ser
usado o sumo(8)
.
Quioiô
Fonte: http://www.about-garden.com/se/en/fotoa-Ocimum/
Fonte:http://www.cnip.org.br/banco_img/
Alfavaca%20Cravo/ocimumgratissimum.html
13. 13
● Outros nomes populares: Alfavaca(6,11)
● Nome científico: Ocimum basilicum
● Descrição: Folhas com margens serradas.
Flores brancas ou violáceas claras, pequenas.
● Cultivo: As mesmas orientações do quioiô.
● Partes usadas: Folhas(6,11)
.
● Preucações: Se os sintomas persistirem por
mais de duas semanas, procurar auxílio médico.
●Observações: _________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
Modo de usar e indicações:
● Em molho de tomate, para ser usado
em massas. Preparar a massa e o mo-
lho primeiro, adicionar o manjericão
apenas ao final, sem ferver, para man-
ter o sabor(10)
.
● Tintura para tratamento de mico-
ses, inclusive de unha, e frieiras. Para
preparar a tintura, colocar a planta
em contato com álcool de cereais ou
cachaça por no mínimo 2 semanas.
Pode ser usada durante 1 ano, pois o
álcool ajuda na conservação.
● Para frieiras, pode ser usado o sumo.
Passar 3 vezes ao dia(8)
● Chá por infusão/abafado para pro-
blemas digestivos(6,8)
. Tomar uma xíca-
ra de chá de 3 em 3 horas(8)
● Chá por infusão/abafado adoçado
com mel para problemas das vias res-
piratórias(8)
, como gripes e resfriados(6)
●Estimulasecreçãodeleitematerno(8,11)
Manjericão
Fonte: http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br/
planta.php?id=161
14. 14
● Nome científico: Mikania glomerata
● Descrição: Trepadeira. As folhas têm
cerca de 10 a 15 cm de comprimento, são
lisas com formato triangular, sensivelmente
lobada, de base arredondada, truncada ou
cordada; contêm de 3 a 5 nervuras básicas,
oriundas do pecíolo, que mede de 3 a 6 cm
de comprimento. Seca, esta folha é fraca-
mente aromática e possui sabor aromático.
● Cultivo: As mudas podem ser obtidas
por estaquia(7,11)
, ou seja, pode-se usar
uma parte do caule com poucas folhas
e cerca de 20 cm. Desenvolve-se em ma-
tas próximas aos rios. Na horta do CAPS
II, tem se desenvolvido bem a pleno sol,
mas nunca floresceu(10)
. Necessita solo
úmido(8)
. Deve ser protegido contra ven-
tos fortes(7)
.
● Parte usada: Folhas ou planta florida(8)
.
● Observações: Os moradores de Vitória
da Conquista geralmente obtêm essa es-
pécie a partir de mudas trazidas de ou-
tros estados, especialmente São Paulo(10)
.
Talvez por não se tratar de espécie nativa
na Bahia e ser desconhecida pela maioria
dos participantes, não houve muita dis-
cussão nas oficinas sobre sua importan-
cia medicinal.
● Precauções: Pode causar vômitos e
diarreia, se usado em excesso(2,8)
. Pode
interferir na coagulação sanguinea(2)
. Em
caso de asma, não deixar de usar os remé-
dios de farmácia prescritos pelo médico.
Mododeusareindicações:
● Na forma de xarope em casos de:
Bronquite, tosse e asma(5,7,10)
, inclusive
em bronquites alérgicas e infeccion-
sas(2)
, pela ação expectorante(1,2,6,8)
e
broncodilatadora(6,7,8)
;gripe,resfriado(2,6)
,
tosse seca, como antialérgico.
● Pode ser empregado o chá preparado
por infusão/abafado ou decocção para
as mesmas indicações(1)
. Neste caso, usar
2 xícaras de cafezinho das folhas picadas
em meio litro de água. Tomar 1 xícara 4
vezes ao dia(8)
. Ou usar 1 colher de sopa
dasfolhassecasparacadaxícara.Etomar
1xícara3vezesaodia(2)
.
● Em casos de crises de tosse, pode ser
usada a decocção(7,8)
. Desligar o fogo
quando sentir cheiro de cumarina(7)
, ou
seja, semelhante ao cheiro de casca de
amburana(7)
.
Guaco
Fonte: http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br/
planta.php?id=163
15. 15
● Outros nomes populares: Erva-de-santa-ma-
ria(5,8,14)
, mastruço, matruz, mentruz, quenopodio(5)
.
● Nome científico: Chenopodiumambrosioides.
● Descrição: Erva com até 1 metro de altura(5)
,
muito ramificada(7,8,14)
. Folhas dentadas, sendo
menores aquelas dos ramos superiores. Flores
muito pequenas, claras(7,14)
. Sementes escuras(7,8)
com cerca de 1 mm de diâmetro(14)
.
● Cultivo: Obtenção de mudas por semeadura, diretamente no campo(14)
ou em sementei-
ra. Ou ainda por estaquia de caules(5)
.
● Parte usada: Partes aéreas com sementes maduras.
● Precauções: Devido à toxicidade do óleo, deve-se evitar o uso de mastruz em crianças
menores de dois anos(7,8,14)
, pessoas com problemas de audição, gestantes e idosos(7,14)
. Em
gestantes, não deve ser usado(5)
, pois estimula a musculatura uterina(1)
. Não usar por mais
de duas semanas.
Mododeusareindicações:
● Como vermífugo(4,5,7,10,14)
: Triturar/ma-
cerar/ machucar a planta para obter o
sumo. Adicionar leite. Tomar de uma vez
paraeliminarvermesintestinais,especial-
mente lombriga(3,7,10)
.
● Ou bater no liquidificador 1 copo da
planta picada com sementes e 2 copos
de leite. Tomar 1 copo do suco, 1 vez ao
dia, durante 3 dias seguidos(8)
. Ou usar 1
vez ao dia e repetir após 10 dias(7)
.
● Contusões(4)
: Triturar/macerar/machu-
car a planta para obter o sumo e aplicá-lo
em machucados, feridas, pancadas(7,10)
.
● Colocar 1 xícara de cafezinho de vina-
gre, 1 colher de sopa de sal, amassar a
planta na mistura até obter uma papa.
Aplicar sobre o local afetado e enfaixar(8)
.
Mastruz
Fonte: http://www.zimbabweflora.co.zw/speciesdata/
image-display.php?species_id=121950&image_id=8
Fonte: http://www.zimbabweflora.co.zw/speciesdata/
image-display.php?species_id=121950&image_id=8
16. 16
● Nome científico: Erva lanceta, arnica
silvestre(11,14)
● Nome científico: Solidagomicroglossa.
● Descrição: Erva ereta, pode atingir até 1,20
m de altura(12)
. Inflorescências amarelas.
● Cultivo: Pode-se obter mudas por semen-
te, ou por plantio da raiz e caule, sendo esta
a forma mais utilizada. A planta espalhou-se
por um canteiro da horta no CAPS II pela sua
grande capacidade de propagação e resistên-
cia ao calor(10)
.
● Parte usada: Folhas(10)
e flores(5,14)
.
● Precauções: Apenas uso externo, ou seja, não
se pode beber.
● Observações: A arnica tem esse nome
popular pois existe outra espécie, a Arnica
montana, com o mesmo nome popular. Utili-
zada em pomadas, cremes e medicamentos
homeopáticos vendidos em farmácias.
Modo de usar e indicações:
● Preparar a tintura colocando a arnica
no álcool de cereais ou cachaça. Deixar 1
semana até que solte a cor verde ou ama-
rela. No momento do uso, embeber um
algodão ou gaze com a tintura, passar
na região dolorida ou manter o algodão
com a tintura na região afetada com o
uso de uma compressa. Usar em casos de
pancadas, pé torcido(8,10)
, inchaço, dor de
coluna, hematoma (mancha roxa). Atua
em inflamações musculares(12)
.
● Pode ser feita compressa quente com
o chá bem concentrado. Quando esfriar,
embeber nova compressa e colocar no
local afetado.
● A tintura ou o chá mais forte pode ser
usado para cicatrização de ferimentos. A
vantagem do chá é a ausência do ardor
causado pelo álcool.
● Pode-se associar com mastruz
(Chenopodium ambrosioides) ou com alecrim
(Rosmarinus officinalis).
Arnica
Fonte: http://riquezasdanatureza.ll.eti.br/
Fonte: http://cangucuemcores.blogspot.com.
br/2012/03/erva-lanceta-solidago-microglossa-dc.html
● Observações: ________________________
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● Nome científico: Aloe vera.
● Sinônimo do nome científico: Aloe barbadensis(9)
● Descrição: Tem folhas grossas e suculentas,
grandes, presas em caule muito curto. Quando
cortadas, deixam escoar um suco viscoso, amare-
lado e muito amargo(7)
.
● Cultivo: Podem ser obtidas mudas a partir
dos brotos que nascem da própria planta(3,10)
.
Prefere solos arenosos(8)
. Desenvolve-se bem
no semi-árido nordestino(3)
.
● Parte usada: Parte interna das folhas.
● Precauções: Não usar a parte externa das
folhas, ou seja, a parte verde e o líquido ama-
relo, para beber, pois causa grave nefrite
aguda (inflamação nos rins)(5,7)
e perda de mi-
nerais(3)
. Gestantes não devem usá-la(5)
, pois
estimula musculatura do útero(3)
. Em casos de
hemorroidas, não beber(3)
. Apenas usar o gel
transparente.
Mododeusareindicações:
● Retirar o gel da babosa, usar apenas
o gel como cicatrizante(1,3,5,7)
em casos
de ferimentos e queimaduras(3,6)
para
auxiliar a regeneração da pele.
● Pode ser usado para hidratar o cabelo,
usando apenas o gel batido ou não, ou
misturar o gel com creme para cabelos.
Passar no cabelo, deixar 15 minutos e en-
xaguar(10)
.
● Parahemorróidas(5,10)
inflamadas,cortar
um pedaço do gel em formato de supo-
sitório e aplicar diretamente no ânus(3,7,10)
.
● Paragastrite,usarumpequenopedaço
do gel com cerca de 1 cm (sem a parte
verde e sem o líquido amarelo) puro ou
batido com suco(10)
.
Babosa
Fonte: http://moganblog.com/?p=1306
Fonte:http://pt.wikihow.com/Preparar-Suco-de-Aloe-Vera
Fonte: http://portuguese.alibaba.com/product-free/fresh
-aloe-vera-leaves-yellow-flower--124663828.html
18. 18
Fonte:http://www.aloepluslanzarote.es/museo?___store=pt
Receita de suco verde:
Picar folhas verdes escuras, como couve.
Adicionar ervas como vique, horlelãzinho e
suco de limão. Completar com quantidade
suficiente de água filtrada ou fervida para
bater em liquidificador e obter o suco(10)
.
● Função de cada planta:
- Hortelãzinho e/ou vique: Sabor e sensação
de refrescância(10)
.
- Folhas verdes escuras: Prevenção; proble-
mas como câncer, auxílio no tratamento de
doenças reumáticas e hipertensão(10)
.
● Observações: ________________________
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SucoVerde
19. 19
Referências
1. ALONSO, Jorge. Fitomedicina: Curso para profissionais da área da saúde. São Paulo: Phar-
mabooks, 2008.
2. BRASIL. Resolução no
10, de 9 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais
junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências.
3. CARRICONDE, Celerino; MORAES, Diana; FRITSCHEN, Maren von; CARSOZO, Euclides Lara. Plan-
tas medicinais & plantas alimentícias. Olinda: Centro Nordestino de Medicina Popular, 1996.
Volume I.
4. COIMBRA, Raul. Notas em Fitoterapia: Catálogo dos dados principais sobre plantas utilizadas
em Medicina e Farmácia. Rio de Janeiro: Edição de Carlos Silva Araújo, 1942.
5. CORREA, Anderson Domingues; BATISTA, Rodrigo Siqueira; QUINTAS, Luis Eduardo M. Plantas
medicinais: Do cultivo à terapêutica. 7a
edição. Ed. Vozes, 2008.
6. HOLETZ, Fabíola Barbiéri; HOJDA, Patrícia; SOUZA, Wesley Maurício de (org.). Cadernos peda-
gógicos: Plantas medicinais e tóxicas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1998.
7. MATOS, Francisco de abreu. Farmácias Vivas: Sistema de utilização de plantas medicinais pro-
jetado para pequenas comunidades. 4. edição. Fortaleza: Ed. da Universidade Federal do Ceará,
2002.
8. MARTINS, Ernane Ronie; CASTRO, Daniel Melo de; CATELLANI, Débora Cristina; DIAS, Jaqueline
Evangelista. Plantas Medicinais. 5. reimpressão. Viçosa: Ed. da Universidade Federal de Viçosa,
2003.
9. MISSOURI BOTANICAL GARDEN. Tropicos. Disponível em: <http://www.tropicos.org/> Acesso
em: 27/08/2014.
10. PARTICIPANTES DA OFICINAS: Usuários, profissionais, professores e estudantes. Oficina de
Plantas Medicinais do CAPS II. 2013.
11. RIBEIRO, Paulo Guilherme Ferreira; DINIZ, Rui Cépil. Plantas aromáticas e medicinais: Cultivo
e utilização. Londrina: Instituto Agronômico do Paraná. 2008.
12. SACRAMENTO, Henriqueta Tereza do. Plantas que dão vida: Benefícios das ervas medicinais
para a saúde. Vitória: Grafitusa, 2011.
13. SIMIONATO, César Paulo; ROSA, Shirley Catarina; WOSNY, Antônio de Miranda. Horto didático
de plantas medicinais do HU. 2011. Disponível em: <http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br/>
Acesso em: 27/08/2014.
14. SIMÕES, Claúdia Maria Oliveira; MENTZ, Lilian Auler; SCHNKEL, Eloir Paulo; IRGANG, Bruno Edi-
gar; STEHMANN, João Renato. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul. 5. ed. Porto
Alegre: Ed. da Universidade, Universidade Federal do Rio Grande do SUL, 1998.