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Capitulo 2
O Acordo...

Dia 21 de março de 2012, exatamente um mês após toda aquela frustração, Marco
como sempre fez toda sua rotina normalmente, foi ao banheiro, lavou o rosto, trocou a água dos
pássaros no quintal, fez o seu café da manhã, vestiu seu uniforme e foi para a escola. Sua avó
fizera uma viagem de três dias com um grupo de idosos para a praia de Miami, foi ótimo para ela
fazer a viagem após toda aquela discussão, pensava o garoto.
Um dia quente de primavera o sol brilhava intensamente, parecia cena de cinema
o passar das luzes entre as folhagens das árvores. Marco ficara maravilhado com o belíssimo
caminho que fazia para ir à escola, era um dia incrível, sabia que seria um dos melhores para se
aproveitar cada momento. Duas ruas antes de sua escola, encontrou Eren, que morava próximo
ao local e juntos foram. Nesse caminho comentou Eren:
-Que tempo perfeito hoje não é?
-Sim... Sim perfeito, inteiramente aberto... – Respondeu Marco olhando para o
céu.
-Ótimo para jogar bola não é? – Disse Eren dando risada e incrivelmente animado.
-Bem... Inscrevi-me não foi? Agora eu quero jogar! – Marco deu um suspiro, mas
logo se animou novamente.
-Sim! É disso que gosto Marco! Força! – E assim foram para a escola.
Ao chegarem à escola, Eren foi à diretoria. Precisara resolver problemas em
relação ao clube de ciência e tecnologia em que era membro. Marco se pôs em direção à sala.
Todos agora o cumprimentavam não com sentimentos de amizade, mas de pelo menos um pouco
de respeito por ter levado aquela surra e ainda voltado à escola no dia seguinte sem nenhum
sentimento de vingança ou fúria em relação à Sarah. Após a manhã inteira de aula foi ao
refeitório almoçar, pois no período da tarde haveria o treino do time de futebol no qual se
inscrevera no primeiro dia. Era 13:30 da tarde, deitou em um banco sob a sombra de uma árvore.
“Acho que um cochilo agora me deixara ainda mais disposto para o treino”, pensou e apagou
logo em seguida.
Exatamente às 16 horas da tarde, Marco abriu os olhos e levantou assustado,
olhou no relógio percebeu estava atrasado 10 minutos, ficou de pé rapidamente e se pôs a correr
em direção ao campo de futebol. “Droga não acredito que desmaiei daquele jeito, irão me
matar!” Pensava o jovem e apressado rapaz. Chegando ao campo não avistou ninguém. Entrou
no gramado, correu em volta e não achou nenhuma alma por perto, respirou fundo com um alivio
por ninguém ter chegado ainda e foi ao banheiro para se trocar; Ao entrar foi emboscado pelo
time, sendo segurado por quatro colegas quando do meio do tumulto e risadas surgiu Eren com
um semblante sério, dizendo:
-Então, Senhor Marco... Achou mesmo que sairia impune por ter chegado atrasado
ao treino? – Eren começara a ficar com um semblante de psicopata.
-E-Eren! O que vocês vão fazer comigo! Eu me atrasei só 10 minutos galera! –
Disse Marco tentando se libertar de seus colegas que o seguravam.
-Você será punido com AQUILO!
-AQUILO? – Todos disseram assustados.
-Não... Não Eren! AQUILO não! Nós somos amigos, cara! Você vai fazer isso
comigo mesmo?
-Frank! – Gritou Eren
-Pois não! – Respondeu rapidamente Frank!
-Tragam AQUILO!
Logo em seguida Frank saiu em busca do temido artefato, enquanto Marco tentava
se soltar de seus colegas. Alguns minutos depois Frank voltou e ficou atrás do jovem prisioneiro
até que Eren deu as ordens:
-Frank! AGORA!
Frank despejou um galão enorme com água e gelo sobre Marco ficando
totalmente ensopado e com surpreendente frio. Todos davam enormes risadas, gargalhadas e
tapas nas costas de Marco, os semblantes que este fizera eram cômicos mesmo que sendo de
desespero, não havia uma pessoa sequer que não dava risadas da situação, e até mesmo Marco
começara a rir da brincadeira que tomara de seus colegas, afinal de contas a punição fora
razoável perto do que se podia se depreender da assustadora palavra “aquilo”. Saíram todos do
banheiro e foram em direção ao campo após a algazarra.
- Não acredito que vocês fizeram tudo isso para me punir por 10 minutos, Eren! –
Disse Marco sorrindo e dando um tapa nas costa do louvável colega.
-Você mereceu, Marco! Nós vimos você dormindo naquela sombra embaixo da
árvore e logo pensamos que você se atrasaria para o treino, então bolamos uma boa pegadinha
para você.
-Vocês não valem nada mesmo! – Disse Marco dando muita risada.
Após toda a brincadeira e trapalhada começou-se o treino. Eren era goleiro,
jogava muito bem, praticamente uma parede, já Marco se caracterizava mais no ataque do time.
Era rápido e sabia bater na bola, tirava quase sempre o goleiro rival de todos os lances, porém
parava somente em Eren. Trinta minutos do inicio do treino Marco foi substituído por outro mais
novo, não por que era ruim, mas por que era o esquema de substituição nos treinos onde todos
deveriam jogar. Sentou no banco de reservas e pegou a primeira garrafa de água que encontrou
pela frente, pois estava começando a ficar cansado o sol estava forte. Alguns minutos após ter
saído, Lance chutou a bola com tamanha força que a isolou do campo, caindo entre as árvores
que ficavam atrás do gol e como existia uma regra de que quem estava de fora deveria ir atrás da
bola, sobrou para Marco a complexa tarefa. Levantou-se e foi em busca do desejado objeto entre
às arvores.
-Não acredito! Porque sempre na minha vez eles chutam a bola tão longe? –
Sussurrava Marco – O Lance vai pagar na hora que estiver de fora também, irei chutar a bola o
mais longe possível! Ele irá me pa... – parou repentinamente a sua fala, pois notara algo estranho
entre os arbustos. Após se aproximar do local que teria visto um objeto estranho, notara que eram
binóculos. Mas o que é isso? Pensou o rapaz. Continuou a adentrar nos arbustos até encontrar
Sarah desmaiada com os dois olhos roxos.
-Sa-Sarah? Meu Deus é a Sarah! – gritou Marco – Mas o que ela estava fazendo
aqui? Por que os olhos roxos? – Marcos ao olhar em volta notou que a bola estava do lado de
Sarah e dos binóculos, e disse com baixo tom de voz:
-Não... Não pode ser! Será que... A bola bateu nela? Mas o que ela estaria fazendo
aqui no meio das árvores e com binóculos? Ainda mais a Sarah! – ficava se perguntando, mas
não chegava a nenhuma resposta – Droga, não irá adiantar nada eu ficar fazendo perguntas com
ela desacordada, vou levá-la à enfermaria logo! – Marco a segurou no colo e foi rumo à
enfermaria. Porém ao passar do campo onde estavam jogando todos viram a cena e os olhos
roxos de Sarah e já começaram a dizer:
-O que é isso Marco? Revidou a briga um mês depois do ocorrido? – Disse Lance
enquanto os outros riam. Marco continuava a caminhar ignorava tudo que ouvia olhando para
Sarah e ainda se perguntando o que acontecera.
-Cale a boca, Lance você não está vendo que a menina esta desmaiada? – Disse
Frank.
No meio das risadas e discussões, Eren e Frank saíram do jogo e se propuseram a
auxiliar Marco com a dama de ferro desmaiada em seus braços. Junto os três foram à enfermaria.
Algumas horas depois Sarah abriu os olhos e se assustou vendo o local que se
encontrava. Ao seu redor estava a enfermeira ao lado da cama, Eren e Frank sentados nas
cadeiras que ficavam encostadas na parede e Marco em pé encostado na porta. Sarah levantou
brutalmente dizendo:
-O-O que aconteceu? O que vocês fizeram comigo? Por que estou aqui?
-Calma mocinha! Esses rapazes te trouxeram para cá. Você estava desmaiada e
seus olhos ainda estão roxos. – Disse a enfermeira com uma voz tranqüila e serena.
-Es-Espera! Olhos roxos? Desmaiada? O que vocês fizeram para me fazer
desmaiar! – Disse Sarah erguendo a voz e começando a se levantar e ir para cima dos garotos.
Porém, ao se mover se sentiu zonza e voltou a sentar na cama. Mas o que eu senti agora? Quase
tudo escureceu novamente, pensou a jovem garota.
-É melhor você ir com calma, a pancada da bola foi violenta, principalmente na
hora que acertou os binóculos que você estava usando... – Disse Marco com o rosto baixo e com
tranqüilidade.
-O-O que? E-Eu não estava utilizando os binóculos! Eu somente estava
carregando para... – foi interrompida por Marco.
-Então por que seus olhos estão roxos e com o formato de binóculos?
-O-O que... O que você disse, seu idiota? Tinha que ser você de novo! Você quer
outra surra? Eu já disse que não esta – agora Eren a interrompeu:
- Ta. Tá, gente! Não precisamos saber o que na verdade aconteceu, o importante é
que ela está bem. Enfermeira, ela pode ir para casa? – perguntou.
-Bem, jovem... No estado em que ela se encontra é melhor que alguém a
acompanhe para termos certeza.
-Bem... – Eren ficou pensativo por um instante – Marco, por favor, você pode
acompanhar ela até em casa?
-O QUE? – Marco e Sarah gritaram e deram um pulo aonde estavam.
-P-Por que eu, Eren? Por que não você ou o Frank? – Disse Marco espantado.
-É! Por que ele? – Disse Sarah revoltada também.
-Marco, eu tenho encontro com o clube de ciência e tecnologia agora, e o Frank
tem que arrumar as coisas que esquecemos no campo no meio do ocorrido, além de que ela mora
uma rua antes da sua, ou seja, é caminho.
-Mas... Mas ele é um idiota, Eren! – Disse Sarah inconformada. Nesse mesmo
instante Eren ficou de frente à Sarah colocando suas mãos nos ombros da garota e disse:
-Por favor, é melhor do que ir sozinha. Eu entendo que vocês não se dão muito
bem, mas, por favor, faça isso por mim. – No mesmo momento que Eren colocou suas mãos nos
ombros de Sarah e começou a falar, esta ficou inteiramente rosada e seu corpo amoleceu.
Quando Eren mal tinha terminado, Sarah, como se fosse outra garota disse:
-Vamos, vamos, vamos! Vamos logo embora por que o Eren quer que eu chegue
bem em casa! – disse sorrindo, e estava extremamente com o rosto corado. Marco se espantou
com a mudança repentina de água para vinho.
Sarah se levantou rapidamente, parecendo curada. Foi em direção a Marco, o
agarrou pela camisa e o puxou para fora, dizendo a todos:
-Até mais pessoal! Já esta tarde, não é? – E foram embora deixando todos sem
entender nada do que havia acabado de acontecer.
Estava escurecendo, e lá estavam os dois caminhando de volta para casa. Um
silêncio imperava entre ambos. Marco estava um pouco tenso com medo de levar outra surra.
Sarah caminhava pesado e não olhava para os lados, era firme. Até o momento que Marco soltou
algumas palavras:
-Você estava usando os binóculos, não estava? – Sarah continuou olhando para
frente sem dizer uma palavra.
-Você estava admirando... O Eren no campo de futebol? – Neste mesmo momento
Sarah deu um salto, o agarrou pela gola da camisa empurrando-o contra a parede, dizendo:
-Seu IDIOTA! Você quer morrer, é? Eu não estava olhando ninguém! Eu já disse,
estava somente carregando o binóculo e conseqüentemente eu estava passando perto do campo –
Nisso ela estava com o rosto vermelho. Marco, meio que comprimido na parede pela força da
garota o empurrando, conseguiu pronunciar algumas palavras:
-Eu sabia! Você gosta dele! Eu percebi o jeito que você mudou a personalidade
assim que ele a tocou! Eu SABIA! - Logo que terminou a frase, Sarah o soltou e se afastou
drástica e envergonhadamente, dizendo:
- E O QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? VOCÊ GOSTA DA JESSICA! SEU
IDIOTA! – Nesse instante, Marco quase se afundou na parede de vergonha e susto pelo que
escutara, e logo em seguida perguntou:
-Co-Como... Como você sabe?
-Você é um palhaço mesmo. Todo mundo consegue ver você olhando e babando
por ela na sala, impossível não perceber, seu idiota! – Disse Sarah ainda distante, e também
envergonhada. Meu Deus estava tão na cara assim a minha expressão de admiração pela Jessica?
Como eu sou um tolo! Pensou Marco, logo em seguida abaixando a cabeça, totalmente
deprimido. Entretanto, no meio da discussão, Sarah se sentiu fraca e quase desmaiou novamente,
porém, Marco conseguiu segura-la antes de ir ao chão.
-Droga, você não está nada bem ainda... – Disse Marco vendo a face pálida de
Sarah.
-Ca-Cale a boca, seu idiota... – Sarah nem conseguia pronunciar as palavras
direito.
-Vou te levar para sua casa! Vamos lá! Falta pouco! – E assim, foram.
Ao chegar à casa de Sarah, Marco a levou para o quarto onde pediu para que se
deitasse e relaxasse, pois iria preparar uma refeição que melhoraria seu estado. Deixando-a no
quarto, Marco se pôs a fazer uma sopa que aprendera em um livro de sua avó com diversos
legumes e que melhoraria qualquer estado que a pessoa se encontrava. Percebeu também que a
menina morava sozinha e em uma casa de classe média, embora ouvira dizer que tinha pais ricos
e de elevada classe social. Enfim, terminou a sopa e a colocou sobre a mesa, e ao virar se
assustou com Sarah e se afastou rapidamente dizendo:
-Mas que susto, menina! Você quer me matar do coração? E... Eu fiz essa sopa. É
melhor você tomar. Ela vai te ajudar...
Sarah olhou para a sopa, estava zonza ainda. Sentou-se na cadeira e começou a
tomar. Marco se acalmou. Após o susto sentou-se no braço do sofá e começou a falar lentamente:
-Então... Eu sei que você gosta do Eren... E você sabe que eu gosto da Jéssica... E
eles são nossos melhores amigos... E – Nesse instante Sarah terminou a sopa e o interrompeu,
dizendo:
-O que você quer com essa enrolação? Como eu pensava, essa sopa não estava
boa...
-Enrolação? Hey, minha sopa é boa, não reclame! – Disse Marco meio revoltado
com o comentário sobre a refeição.
-Você quer fazer um acordo, não é? – Marco, nesse instante, parou totalmente –
Você quer que eu te ajude com a Jessica, em troca você me ajudaria com o Eren, não é?
-Co-Como? Como você sabia que eu iria falar isso? – Perguntou Marco assustado.
-Simples... O jeito que você se embaralhou todo no começo deixava claro que
tinha ligação entre nossos objetivos amorosos... – Disse Sarah com uma tranqüilidade
incomparável.
-Impressionante! Você até que é muito inteligente, embora não pareça... – Sarah,
nesse instante, ficou incondicionalmente brava e foi pra cima de Marco dizendo:
-O QUE VOCÊ DISSE, SEU ANIMAL? VOCÊ ESTA BRINCANDO COM A
MINHA CARA, É? – Marco, nesse instante, já recuou balançando as mãos e dizendo:
-Na-Nada! Eu não disse nada, foi só um deslize! O plano! Fale-me o que você
pretende fazer, eu concordo em teu ajudar se você me ajudar! – Sarah parou, mas estava nervosa
ainda.
-Bem... Já que vamos nos ajudar... Eu acho que... – Sarah ficou pensativa até que
a idéia veio em sua cabeça – Isso! A idéia perfeita para me aproximar de Eren!
-M-Mas e eu e a Jéssica? Como ficamos? – interrompeu Marco, em duvida.
-Pensamos em algo depois que fizermos o primeiro plano para mim e o Eren –
Disse, revoltada.
-T-Ta! – confirmou Marco, meio que pressionado – Qual será o plano?
- O plano será o seguinte: Amanhã teremos aula de química, e como o Eren é do
clube de ciência e tecnologia, todas as garotas irão tentar fazer par com ele, me deixando assim
sem qualquer proximidade. Porém, é nessa hora que irei agir, eu misturarei produtos químicos
que provocam uma reação explosiva em um recipiente. Você chamará o Eren, enquanto eu
entrego o composto explosivo para quem for parceira dele. Quando esta composição explodir, a
pessoa ficará assustada e um pouco machucada, sendo levada à enfermaria sobrando somente à
mim que me candidatarei logo em seguida, como sua nova parceira! – Terminou de dizer dando
muitas risadas mirabolantes.
-Vo-Você vai machucar uma pessoa para conseguir isso? Você por acaso é Lou –
foi interrompido por Sarah:
-Se você não quiser participar tudo bem, eu conto para a Jéssica o que você
sente...
-N-Não! – Gritou Marco – Tu-Tudo bem, eu ajudo...
-Ótimo, seu idiota! – Disse Sarah dando risadas que faziam Marco sentir medo e
calafrios.
Após armarem o plano mirabolante, Marco foi embora. Eram nove horas da noite;
“essa menina é doida, aonde já se viu fazer uma coisa dessas? Mas não posso fazer nada, senão
estou perdido. E como explicarei para minha avó eu estar chegando tarde assim? Pensava o
pobre e cansado rapaz.
Enquanto preparava sua janta, lavava louça, escovava os dentes e estudava em seu quarto,
pensava no plano que o aguardava no dia seguinte e que aquela Sarah não tinha todos os
parafusos em sua cabeça. Por fim terminou os estudos e deitou-se na cama, dormindo logo em
seguida.
No outro dia Marco fez toda sua rotina normalmente, mas não parava de pensar no
que aquele plano maluco daria. Saiu de sua casa e foi rumo à escola. Como sempre, encontrou
Eren duas ruas antes e foram juntos. Porém, Eren no caminho perguntou:
-E então, como ela está? Brigaram muito no caminho de volta? – Disse o jovem
dando algumas risadas.
-Acho que ela já deve estar melhor, apesar de ter passado mal no
caminho de volta... – respondeu Marco lembrando o momento do ocorrido.
-Por sorte você estava a acompanhando... Foi estranho mesmo os dois olhos dela
estarem roxos com o formato do binóculo, reparei logo que você falou...
-É foi estranho... – nesse instante Marco lembrou-se do plano novamente,
sentido um calafrio na coluna.
-Hey Marco, o que você tem cara? Você está bem? Ficou branco de repente... –
Perguntou Eren olhando para a mudança repentina do amigo.
-Na-Nada, Eren... É que tem aula de química hoje e eu não me dou muito bem...
– Respondeu Marco com a cabeça baixa.
-Relaxa amigo, qualquer coisa eu formo dupla com – Eren foi interrompido pelo
grito do amigo:
-NÃO! Quer dizer... Não precisa meu amigo, eu dou um jeito. Pode confiar em
mim! – Disse Marco dando uma risada sem graça.
-Tu-Tudo bem então confiarei em você. – Disse Eren sem jeito e dando risadas.
Assim, os dois foram.
Na escola, ao entrar na classe, Marco sentou-se na carteira e se esticou por
completo, espreguiçando-se. Aquilo continuava martelando em sua cabeça: No que vai
virar esse plano doido? Resolveu levantar e ir beber água, saindo da sala rumo ao
bebedor. Ao se aproximar, Sarah subiu as escadas acompanhada de sua amiga Jéssica a
qual ao perceber Marco, o chamou:
-MARCO! – Terminaram de subir e ficaram os três um de frente ao outro.
-O-O que... O que foi Jéssica? – Disse Marco envergonhado e totalmente
vermelho.
-Obrigada por ter cuidado da minha amiga. Pois mesmo depois do soco que ela
te deu, você ainda se importou com ela... – Disse Jéssica sorrindo.
-Não... Não foi nada... Porém não precisava ter se lembrado do soco –
Respondeu
-Ela é durona assim mesmo, mas é uma boa pessoa!
Enquanto a conversa acontecia, Sarah não levantou o rosto e ficou em silêncio,
até o horário que o sinal de aula tocou. Jessica se despediu e foi com a amiga para a
sala, entretanto, ao virarem para sair, Sarah virou o rosto e cruzou olhares com Marco
que no mesmo momento sentiu alguma coisa perfurando seu corpo. Aquele olhar de
quem dizia: você sabe o que tem que fazer hoje não é? Após a troca de olhares, Sarah se
virou e foi atrás da amiga.
-Essa menina é maluca, isso sim... Não sei aonde tem boa pessoa nisso tudo... –
Resmungou Marco indo para sala.
Soou o sinal do recreio e todos saíram para comer. Mas, Marco continuou na
sala, é a próxima aula pensava o garoto. Eren já tinha se dirigido à sala de química para
fazer os preparativos para a aula junto com alguns colegas que também eram do clube
de ciência e tecnologia. Enquanto isso, Sarah e Jéssica saíram normalmente apesar de
Sarah aparentar certo nervosismo que a amiga não entendia. Marco dava risada sozinho
quando pensava na besteira de ter firmado esse acordo com a menina que lhe dera um
soco. Queria voltar no tempo para desfazer tudo, mas não era mais possível. Até que
enfim, o sinal soou novamente para que todos voltassem às salas e agora o plano seria
executado.
Ao começar a aula de química, foi dito e feito o que Sarah falara sobre todos
ficarem em volta de Eren para formar dupla deixando ela completamente longe de seu
amado. Porém a turma se espantou ao verem Marco e Sarah em dupla, olhavam sem
entender o que estava acontecendo, pois a dupla de Sarah era somente a Jéssica. O que
ela estaria fazendo com Marco, o garoto que batera há um mês atrás? Porém a aula
prosseguiu.
Após alguns minutos de aula Sarah murmurou com a cabeça baixa:
-Eu vou pegar os frascos que estão restritos à estudantes ali no armário enquanto
você puxa o Eren e o distrai, deixando-o longe de sua parceira a qual irei entregar o
composto prestes a explodir...
-Es-Espera, você vai fazer essa loucura mesmo? – Sussurrou Marco assustado.
-VAI AGORA! – Disse Sarah entre os dentes.
Marco deu um salto por ver como Sarah estava determinada e acabou indo.
Quando chegou a Eren, o puxou pelo casaco e o arrastou rapidamente para a sua mesa
de experimentos dizendo:
-Eren! Eren é você mesmo de quem preciso! Estou com dificuldades aqui em um
composto me ajude... – no meio desse agarramento e arrastamento Eren falou:
-Mas-Mas, e minha parceira?
-Ela consegue se virar,vem logo! – Disse Marco, olhando somente para frente
enquanto Eren não entendia nada.
No meio de toda a algazarra, Sarah terminara o composto químico escondida.
Saiu caminhando em direção à parceira de Eren que estava olhando assustada o parceiro
ser arrastado pelo amigo. Ao chegar, Sarah descaradamente fingiu ter torcido o pé, e ao
mesmo tempo, pediu para que a parceira de Eren segurasse o recipiente químico que
carregava. Porém, o imprevisto aconteceu. Ao pedir ajuda à parceira, esta se encontrava
com as mãos ocupadas, não podendo segurar o frasco. Em uma fração de segundos,
Eren ao ver o que acontecera atrás dele se soltou e foi em direção a Sarah pegando o
frasco em mãos dizendo:
-Opa! Cuidado, pode deixar que eu seguro... – Disse sorrindo.
Nesse instante, Marco e Sarah praticamente ficaram travados sem tempo de
qualquer reação, quando de repente, o frasco começara a vibrar e esquentar até o
momento que ocorreu a explosão sobre Eren, provocando um barulho tão alto que
poderia ser escutado do campo de futebol.
-MAS O QUE FOI ISSO! – gritou o professor de química, Ramon – SARAH,
POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? POR QUE VOCÊ MEXEU NAQUELES COMPOSTOS
PROIBIDOS? VOCÊ NÃO SE CAN... – neste instante foi interrompido por Marco que
entrou na frente:
-Fui eu, professor! – Disse firme, fazendo todos se espantarem – Eu que pedi
para ela pegar os produtos químicos, porque queria provar que sei lidar com produtos
perigosos e queria chamar a atenção do senhor! Ela somente estava me trazendo, só
isso... Ela não tem relação nenhuma... Desculpe-me, Eren... – Terminou a frase,
abaixando a cabeça enquanto Sarah atrás permanecia com os olhos estalados e
totalmente paralisada.
-Marco você é um ótimo aluno. Você não precisa fazer uma coisas dessas para
mostrar seu valor... Até entendo que você queira por ser estrangeiro, mas isso é
imperdoável. Porém, sua penalidade dessa vez passara somente como uma advertência,
tudo bem? – Disse o professor se acalmando.
-S-Sim professor... Obrigado! – Respondeu ainda de cabeça baixa.
-E vocês parados ai? Vamos! Arrumem essa bagunça e ajudem o Senhor Eren!
Leve-o à enfermaria. Esse composto é tóxico. Devemos lavar o mais rápido possível. –
Disse o professor, saindo de perto de Marco e indo em direção aos estilhaços que
ficaram no laboratório.
A turma se dividiu em grupo,s sendo um deles o responsável pela limpeza do
laboratório, e outro responsável por acompanhar Eren à enfermaria. Marco ficou no
grupo de Eren. Enquanto Sarah e Jéssica ficaram no grupo de limpeza, que ficou a tarde
inteira arrumando a bagunça. Já o outro grupo, foi dispensado após terem acompanhado
o acidentado à enfermaria, porém, Marco foi o único que ficou até o final da tarde junto
ao colega.
-Eu sei que você não fez porque quis, Marco... Foi só um acidente... Isso
acontece – Dizia Eren, com as mãos enfaixadas.
-Me-Me desculpe, Eren... Eu não consegui ajudar... – Dizia Marco com a cabeça
baixa.
-Marco, você vai se desculpar até quando? Eu já disse que estou bem e foi só um
acidente... – Marco ainda balançava a cabeça no sentido de negação – Quer saber, vai
para casa e descanse... Essas coisas acontecem... Não fique mal, afinal de contas somos
amigos, não é?
Marco, após Eren terminar de falar, levantou a cabeça, olhou para o amigo,
sorriu e disse:
-Você é o cara, Eren... Valeu mesmo por ainda me chamar de amigo após tudo
isso...
-Marco, já disse. Isso foi um acidente, acredite em mim. Mesmo que você
tivesse feito por vontade própria, você ainda seria meu melhor amigo. Tenho certeza de
que nos acertaríamos – disse Eren, dando risada. Marco logo em seguida levantou e
colocou suas mãos sobre o ombro do amigo dizendo:
-Isso, Eren! Somos melhores amigos! Acertaríamo-nos sempre! – Disse Marco
sorrindo para o amigo – Então agora vou embora, qualquer coisa me ligue no celular.
Eren balançou a cabeça com um sinal positivo, e Marco se retirou do quarto.
Porém, no caminho até a saída da escola, ainda esboçando um semblante triste, não
acreditava que tinha participado daquele esquema criminoso que Sarah bolara. Ao
chegar ao portão de saída, encontrou Sarah encostada de braços cruzados como se
esperasse alguém. Chegando próximo à menina, ambos não pronunciaram nenhuma
palavra, um silêncio planou no momento. Sarah desencostou da parede e caminhou em
direção à calçada. Marco também, e assim foram lado a lado.
No caminho, o silêncio perturbador ainda reinava, até o momento em que Sarah
pronunciou em voz baixa:
-Por que você disse aquilo, seu idiota? Você poderia ter deixado eu me – Marco
interrompeu com uma voz calma.
-Você não pensa direito, não é? Pensei que fosse mais inteligente quando vi o
plano que você tinha bolado... – Nesse instante, Sarah estalou os olhos e começou a
ficar nervosa, dizendo:
-O que você disse, seu idiota? Eu... Eu vim conversar com você sobre sua atitude
altruísta, porém estúpida, e eu que sou idiota?! Você é lou – foi interrompida
novamente.
-Você não pensou que, caso o plano desce errado e você fosse a culpada,
assustaria o Eren, e ainda seria suspensa novamente da escola, ficando longe dele sem
poder tramar nenhum plano ou sequer me ajudar?
Sarah, após o pronunciamento de Marco, ficara totalmente sem jeito quando se
tocou que o plano poderia ter todo esse prejuízo no acordo celebrado entre ambos, mas
ainda assim continuou brava, dizendo:
-E-Eu sa-sabia! Vo-Você mesmo assim continua sendo um idiota por entrar em
uma complicação minha! Você deu sorte de não ter tomado nenhuma advertência, você
é um palhaço mesmo... Idiota...
-Tudo bem, então... Eu sou um i-d-i-o-t-a! Mas, por favor, pare de reclamar... –
Disse Marco, suspirando e dando um singelo sorriso – Agora, precisamos bolar um
novo plano – finalizou o jovem.
Estava começando a anoitecer, quando enfim chegaram a frente da casa de
Sarah. Marco se despediu, porém, antes de dar o primeiro passo, Sarah o chamou:
- M-arco!
-O que foi? – Respondeu Marco, de costas.
-Você pode só me ensinar a fazer aquela sopa de ontem, mas não que eu tenha
gostado da sua, porque a que você fez estava horrível. Por isso, estou pedindo a sua
ajuda, porque eu tenho que melhorar meus dotes culi...- foi interrompida por Marco.
-Você não é muito boa na cozinha, não é? – Disse ainda, de costas, para a garota.
-N-Não é isso! É que eu quero fazer a sopa melhor que a sua! Só isso! E-Eu
fiquei triste por ter desperdiçado tantos legumes em uma sopa ruim como a sua! –
aparentava estar envergonhada.
-Tudo bem, eu ajudo, pois em modéstia parte sou bom em culinária! – Virou
Marco, dizendo com um sorriso no rosto e logo após adentraram à casa.
Marco ensinou tudo o que sabia, como cortar legumes e o horário exato de
desligar o fogão, dentre outras dicas. Porém, Sarah dificultava bastante o aprendizado,
cortara o dedo duas ou três vezes e quase se queimou ao ascender o fogão, mas no fim
tudo deu certo. Após terminarem de tomar a sopa, Marco perguntou:
-Então... Já tem idéia para o próximo plano e que não acabe com a nossa moral
na escola?
-O-O que? Mesmo dando errado hoje, você ainda vai continuar? – Disse Sarah,
assustada.
-Lógico! Foi um acordo, não foi? Vamos até o final! – Disse sorrindo.
-Acho que vou dar um tempo... Vou pensar melhor no próximo plano para que
seja infalível! – Disse Sarah, apreensiva no início, dando uma risada diabólica no final.
-Ainda bem que você disse isso! Isso me mostra que você é, pelo menos, um
pouco sensata e menos maluca...
-O QUE VOCÊ DISSE, SEU IDIOTA? – Gritou Sarah, partindo para cima de
Marco – FORA DAQUI, AGORA! VOCÊ JÁ ME ENSIONOU O NECESSÁRIO!
AGORA, FORA DAQUI! – e o empurrou para fora, fechando a porta na cara do amigo
e gritando de dentro: ATÉ AMANHÃ, E OBRIGADA!
Marco ficou olhando a porta em sua cara, era noite, deu um sorriso e pensou:
essa menina vai enrolar ainda mais as coisas. Logo em seguida foi para sua casa. Ao
chegar, entrou e foi tomar o merecido banho para finalizar o dia mais movimentado
desde que se mudou para a pacata cidade. Deitou-se na cama e pensou no amigo que
deixara na enfermaria e a atitude repentina que fizera para a culpa não recair sobre
Sarah. Ao lembrar, levava as mãos ao rosto e se perguntava por que fizera aquilo? Justo
quando começou a se enturmar melhor com todos, teve que se candidatar a autor da
loucura, mas tudo bem, tinha certeza de que o próximo plano de Sarah seria mais
detalhista e conseguiria evitar qualquer deslize. Quando terminava de pensar nessa
hipótese, começava a rir sozinho. Pois, Sarah fazendo algo que desse certo parecia uma
utopia, e com esses pensamentos, foi pegando no sono. Aos poucos, apagou em seu
leito.

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  • 1. Capitulo 2 O Acordo... Dia 21 de março de 2012, exatamente um mês após toda aquela frustração, Marco como sempre fez toda sua rotina normalmente, foi ao banheiro, lavou o rosto, trocou a água dos pássaros no quintal, fez o seu café da manhã, vestiu seu uniforme e foi para a escola. Sua avó fizera uma viagem de três dias com um grupo de idosos para a praia de Miami, foi ótimo para ela fazer a viagem após toda aquela discussão, pensava o garoto. Um dia quente de primavera o sol brilhava intensamente, parecia cena de cinema o passar das luzes entre as folhagens das árvores. Marco ficara maravilhado com o belíssimo caminho que fazia para ir à escola, era um dia incrível, sabia que seria um dos melhores para se aproveitar cada momento. Duas ruas antes de sua escola, encontrou Eren, que morava próximo ao local e juntos foram. Nesse caminho comentou Eren: -Que tempo perfeito hoje não é? -Sim... Sim perfeito, inteiramente aberto... – Respondeu Marco olhando para o céu. -Ótimo para jogar bola não é? – Disse Eren dando risada e incrivelmente animado. -Bem... Inscrevi-me não foi? Agora eu quero jogar! – Marco deu um suspiro, mas logo se animou novamente. -Sim! É disso que gosto Marco! Força! – E assim foram para a escola. Ao chegarem à escola, Eren foi à diretoria. Precisara resolver problemas em relação ao clube de ciência e tecnologia em que era membro. Marco se pôs em direção à sala. Todos agora o cumprimentavam não com sentimentos de amizade, mas de pelo menos um pouco de respeito por ter levado aquela surra e ainda voltado à escola no dia seguinte sem nenhum sentimento de vingança ou fúria em relação à Sarah. Após a manhã inteira de aula foi ao refeitório almoçar, pois no período da tarde haveria o treino do time de futebol no qual se inscrevera no primeiro dia. Era 13:30 da tarde, deitou em um banco sob a sombra de uma árvore. “Acho que um cochilo agora me deixara ainda mais disposto para o treino”, pensou e apagou logo em seguida. Exatamente às 16 horas da tarde, Marco abriu os olhos e levantou assustado, olhou no relógio percebeu estava atrasado 10 minutos, ficou de pé rapidamente e se pôs a correr
  • 2. em direção ao campo de futebol. “Droga não acredito que desmaiei daquele jeito, irão me matar!” Pensava o jovem e apressado rapaz. Chegando ao campo não avistou ninguém. Entrou no gramado, correu em volta e não achou nenhuma alma por perto, respirou fundo com um alivio por ninguém ter chegado ainda e foi ao banheiro para se trocar; Ao entrar foi emboscado pelo time, sendo segurado por quatro colegas quando do meio do tumulto e risadas surgiu Eren com um semblante sério, dizendo: -Então, Senhor Marco... Achou mesmo que sairia impune por ter chegado atrasado ao treino? – Eren começara a ficar com um semblante de psicopata. -E-Eren! O que vocês vão fazer comigo! Eu me atrasei só 10 minutos galera! – Disse Marco tentando se libertar de seus colegas que o seguravam. -Você será punido com AQUILO! -AQUILO? – Todos disseram assustados. -Não... Não Eren! AQUILO não! Nós somos amigos, cara! Você vai fazer isso comigo mesmo? -Frank! – Gritou Eren -Pois não! – Respondeu rapidamente Frank! -Tragam AQUILO! Logo em seguida Frank saiu em busca do temido artefato, enquanto Marco tentava se soltar de seus colegas. Alguns minutos depois Frank voltou e ficou atrás do jovem prisioneiro até que Eren deu as ordens: -Frank! AGORA! Frank despejou um galão enorme com água e gelo sobre Marco ficando totalmente ensopado e com surpreendente frio. Todos davam enormes risadas, gargalhadas e tapas nas costas de Marco, os semblantes que este fizera eram cômicos mesmo que sendo de desespero, não havia uma pessoa sequer que não dava risadas da situação, e até mesmo Marco começara a rir da brincadeira que tomara de seus colegas, afinal de contas a punição fora razoável perto do que se podia se depreender da assustadora palavra “aquilo”. Saíram todos do banheiro e foram em direção ao campo após a algazarra. - Não acredito que vocês fizeram tudo isso para me punir por 10 minutos, Eren! – Disse Marco sorrindo e dando um tapa nas costa do louvável colega. -Você mereceu, Marco! Nós vimos você dormindo naquela sombra embaixo da árvore e logo pensamos que você se atrasaria para o treino, então bolamos uma boa pegadinha para você. -Vocês não valem nada mesmo! – Disse Marco dando muita risada.
  • 3. Após toda a brincadeira e trapalhada começou-se o treino. Eren era goleiro, jogava muito bem, praticamente uma parede, já Marco se caracterizava mais no ataque do time. Era rápido e sabia bater na bola, tirava quase sempre o goleiro rival de todos os lances, porém parava somente em Eren. Trinta minutos do inicio do treino Marco foi substituído por outro mais novo, não por que era ruim, mas por que era o esquema de substituição nos treinos onde todos deveriam jogar. Sentou no banco de reservas e pegou a primeira garrafa de água que encontrou pela frente, pois estava começando a ficar cansado o sol estava forte. Alguns minutos após ter saído, Lance chutou a bola com tamanha força que a isolou do campo, caindo entre as árvores que ficavam atrás do gol e como existia uma regra de que quem estava de fora deveria ir atrás da bola, sobrou para Marco a complexa tarefa. Levantou-se e foi em busca do desejado objeto entre às arvores. -Não acredito! Porque sempre na minha vez eles chutam a bola tão longe? – Sussurrava Marco – O Lance vai pagar na hora que estiver de fora também, irei chutar a bola o mais longe possível! Ele irá me pa... – parou repentinamente a sua fala, pois notara algo estranho entre os arbustos. Após se aproximar do local que teria visto um objeto estranho, notara que eram binóculos. Mas o que é isso? Pensou o rapaz. Continuou a adentrar nos arbustos até encontrar Sarah desmaiada com os dois olhos roxos. -Sa-Sarah? Meu Deus é a Sarah! – gritou Marco – Mas o que ela estava fazendo aqui? Por que os olhos roxos? – Marcos ao olhar em volta notou que a bola estava do lado de Sarah e dos binóculos, e disse com baixo tom de voz: -Não... Não pode ser! Será que... A bola bateu nela? Mas o que ela estaria fazendo aqui no meio das árvores e com binóculos? Ainda mais a Sarah! – ficava se perguntando, mas não chegava a nenhuma resposta – Droga, não irá adiantar nada eu ficar fazendo perguntas com ela desacordada, vou levá-la à enfermaria logo! – Marco a segurou no colo e foi rumo à enfermaria. Porém ao passar do campo onde estavam jogando todos viram a cena e os olhos roxos de Sarah e já começaram a dizer: -O que é isso Marco? Revidou a briga um mês depois do ocorrido? – Disse Lance enquanto os outros riam. Marco continuava a caminhar ignorava tudo que ouvia olhando para Sarah e ainda se perguntando o que acontecera. -Cale a boca, Lance você não está vendo que a menina esta desmaiada? – Disse Frank. No meio das risadas e discussões, Eren e Frank saíram do jogo e se propuseram a auxiliar Marco com a dama de ferro desmaiada em seus braços. Junto os três foram à enfermaria.
  • 4. Algumas horas depois Sarah abriu os olhos e se assustou vendo o local que se encontrava. Ao seu redor estava a enfermeira ao lado da cama, Eren e Frank sentados nas cadeiras que ficavam encostadas na parede e Marco em pé encostado na porta. Sarah levantou brutalmente dizendo: -O-O que aconteceu? O que vocês fizeram comigo? Por que estou aqui? -Calma mocinha! Esses rapazes te trouxeram para cá. Você estava desmaiada e seus olhos ainda estão roxos. – Disse a enfermeira com uma voz tranqüila e serena. -Es-Espera! Olhos roxos? Desmaiada? O que vocês fizeram para me fazer desmaiar! – Disse Sarah erguendo a voz e começando a se levantar e ir para cima dos garotos. Porém, ao se mover se sentiu zonza e voltou a sentar na cama. Mas o que eu senti agora? Quase tudo escureceu novamente, pensou a jovem garota. -É melhor você ir com calma, a pancada da bola foi violenta, principalmente na hora que acertou os binóculos que você estava usando... – Disse Marco com o rosto baixo e com tranqüilidade. -O-O que? E-Eu não estava utilizando os binóculos! Eu somente estava carregando para... – foi interrompida por Marco. -Então por que seus olhos estão roxos e com o formato de binóculos? -O-O que... O que você disse, seu idiota? Tinha que ser você de novo! Você quer outra surra? Eu já disse que não esta – agora Eren a interrompeu: - Ta. Tá, gente! Não precisamos saber o que na verdade aconteceu, o importante é que ela está bem. Enfermeira, ela pode ir para casa? – perguntou. -Bem, jovem... No estado em que ela se encontra é melhor que alguém a acompanhe para termos certeza. -Bem... – Eren ficou pensativo por um instante – Marco, por favor, você pode acompanhar ela até em casa? -O QUE? – Marco e Sarah gritaram e deram um pulo aonde estavam. -P-Por que eu, Eren? Por que não você ou o Frank? – Disse Marco espantado. -É! Por que ele? – Disse Sarah revoltada também. -Marco, eu tenho encontro com o clube de ciência e tecnologia agora, e o Frank tem que arrumar as coisas que esquecemos no campo no meio do ocorrido, além de que ela mora uma rua antes da sua, ou seja, é caminho. -Mas... Mas ele é um idiota, Eren! – Disse Sarah inconformada. Nesse mesmo instante Eren ficou de frente à Sarah colocando suas mãos nos ombros da garota e disse:
  • 5. -Por favor, é melhor do que ir sozinha. Eu entendo que vocês não se dão muito bem, mas, por favor, faça isso por mim. – No mesmo momento que Eren colocou suas mãos nos ombros de Sarah e começou a falar, esta ficou inteiramente rosada e seu corpo amoleceu. Quando Eren mal tinha terminado, Sarah, como se fosse outra garota disse: -Vamos, vamos, vamos! Vamos logo embora por que o Eren quer que eu chegue bem em casa! – disse sorrindo, e estava extremamente com o rosto corado. Marco se espantou com a mudança repentina de água para vinho. Sarah se levantou rapidamente, parecendo curada. Foi em direção a Marco, o agarrou pela camisa e o puxou para fora, dizendo a todos: -Até mais pessoal! Já esta tarde, não é? – E foram embora deixando todos sem entender nada do que havia acabado de acontecer. Estava escurecendo, e lá estavam os dois caminhando de volta para casa. Um silêncio imperava entre ambos. Marco estava um pouco tenso com medo de levar outra surra. Sarah caminhava pesado e não olhava para os lados, era firme. Até o momento que Marco soltou algumas palavras: -Você estava usando os binóculos, não estava? – Sarah continuou olhando para frente sem dizer uma palavra. -Você estava admirando... O Eren no campo de futebol? – Neste mesmo momento Sarah deu um salto, o agarrou pela gola da camisa empurrando-o contra a parede, dizendo: -Seu IDIOTA! Você quer morrer, é? Eu não estava olhando ninguém! Eu já disse, estava somente carregando o binóculo e conseqüentemente eu estava passando perto do campo – Nisso ela estava com o rosto vermelho. Marco, meio que comprimido na parede pela força da garota o empurrando, conseguiu pronunciar algumas palavras: -Eu sabia! Você gosta dele! Eu percebi o jeito que você mudou a personalidade assim que ele a tocou! Eu SABIA! - Logo que terminou a frase, Sarah o soltou e se afastou drástica e envergonhadamente, dizendo: - E O QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? VOCÊ GOSTA DA JESSICA! SEU IDIOTA! – Nesse instante, Marco quase se afundou na parede de vergonha e susto pelo que escutara, e logo em seguida perguntou: -Co-Como... Como você sabe? -Você é um palhaço mesmo. Todo mundo consegue ver você olhando e babando por ela na sala, impossível não perceber, seu idiota! – Disse Sarah ainda distante, e também envergonhada. Meu Deus estava tão na cara assim a minha expressão de admiração pela Jessica? Como eu sou um tolo! Pensou Marco, logo em seguida abaixando a cabeça, totalmente
  • 6. deprimido. Entretanto, no meio da discussão, Sarah se sentiu fraca e quase desmaiou novamente, porém, Marco conseguiu segura-la antes de ir ao chão. -Droga, você não está nada bem ainda... – Disse Marco vendo a face pálida de Sarah. -Ca-Cale a boca, seu idiota... – Sarah nem conseguia pronunciar as palavras direito. -Vou te levar para sua casa! Vamos lá! Falta pouco! – E assim, foram. Ao chegar à casa de Sarah, Marco a levou para o quarto onde pediu para que se deitasse e relaxasse, pois iria preparar uma refeição que melhoraria seu estado. Deixando-a no quarto, Marco se pôs a fazer uma sopa que aprendera em um livro de sua avó com diversos legumes e que melhoraria qualquer estado que a pessoa se encontrava. Percebeu também que a menina morava sozinha e em uma casa de classe média, embora ouvira dizer que tinha pais ricos e de elevada classe social. Enfim, terminou a sopa e a colocou sobre a mesa, e ao virar se assustou com Sarah e se afastou rapidamente dizendo: -Mas que susto, menina! Você quer me matar do coração? E... Eu fiz essa sopa. É melhor você tomar. Ela vai te ajudar... Sarah olhou para a sopa, estava zonza ainda. Sentou-se na cadeira e começou a tomar. Marco se acalmou. Após o susto sentou-se no braço do sofá e começou a falar lentamente: -Então... Eu sei que você gosta do Eren... E você sabe que eu gosto da Jéssica... E eles são nossos melhores amigos... E – Nesse instante Sarah terminou a sopa e o interrompeu, dizendo: -O que você quer com essa enrolação? Como eu pensava, essa sopa não estava boa... -Enrolação? Hey, minha sopa é boa, não reclame! – Disse Marco meio revoltado com o comentário sobre a refeição. -Você quer fazer um acordo, não é? – Marco, nesse instante, parou totalmente – Você quer que eu te ajude com a Jessica, em troca você me ajudaria com o Eren, não é? -Co-Como? Como você sabia que eu iria falar isso? – Perguntou Marco assustado. -Simples... O jeito que você se embaralhou todo no começo deixava claro que tinha ligação entre nossos objetivos amorosos... – Disse Sarah com uma tranqüilidade incomparável. -Impressionante! Você até que é muito inteligente, embora não pareça... – Sarah, nesse instante, ficou incondicionalmente brava e foi pra cima de Marco dizendo:
  • 7. -O QUE VOCÊ DISSE, SEU ANIMAL? VOCÊ ESTA BRINCANDO COM A MINHA CARA, É? – Marco, nesse instante, já recuou balançando as mãos e dizendo: -Na-Nada! Eu não disse nada, foi só um deslize! O plano! Fale-me o que você pretende fazer, eu concordo em teu ajudar se você me ajudar! – Sarah parou, mas estava nervosa ainda. -Bem... Já que vamos nos ajudar... Eu acho que... – Sarah ficou pensativa até que a idéia veio em sua cabeça – Isso! A idéia perfeita para me aproximar de Eren! -M-Mas e eu e a Jéssica? Como ficamos? – interrompeu Marco, em duvida. -Pensamos em algo depois que fizermos o primeiro plano para mim e o Eren – Disse, revoltada. -T-Ta! – confirmou Marco, meio que pressionado – Qual será o plano? - O plano será o seguinte: Amanhã teremos aula de química, e como o Eren é do clube de ciência e tecnologia, todas as garotas irão tentar fazer par com ele, me deixando assim sem qualquer proximidade. Porém, é nessa hora que irei agir, eu misturarei produtos químicos que provocam uma reação explosiva em um recipiente. Você chamará o Eren, enquanto eu entrego o composto explosivo para quem for parceira dele. Quando esta composição explodir, a pessoa ficará assustada e um pouco machucada, sendo levada à enfermaria sobrando somente à mim que me candidatarei logo em seguida, como sua nova parceira! – Terminou de dizer dando muitas risadas mirabolantes. -Vo-Você vai machucar uma pessoa para conseguir isso? Você por acaso é Lou – foi interrompido por Sarah: -Se você não quiser participar tudo bem, eu conto para a Jéssica o que você sente... -N-Não! – Gritou Marco – Tu-Tudo bem, eu ajudo... -Ótimo, seu idiota! – Disse Sarah dando risadas que faziam Marco sentir medo e calafrios. Após armarem o plano mirabolante, Marco foi embora. Eram nove horas da noite; “essa menina é doida, aonde já se viu fazer uma coisa dessas? Mas não posso fazer nada, senão estou perdido. E como explicarei para minha avó eu estar chegando tarde assim? Pensava o pobre e cansado rapaz. Enquanto preparava sua janta, lavava louça, escovava os dentes e estudava em seu quarto, pensava no plano que o aguardava no dia seguinte e que aquela Sarah não tinha todos os parafusos em sua cabeça. Por fim terminou os estudos e deitou-se na cama, dormindo logo em seguida.
  • 8. No outro dia Marco fez toda sua rotina normalmente, mas não parava de pensar no que aquele plano maluco daria. Saiu de sua casa e foi rumo à escola. Como sempre, encontrou Eren duas ruas antes e foram juntos. Porém, Eren no caminho perguntou: -E então, como ela está? Brigaram muito no caminho de volta? – Disse o jovem dando algumas risadas. -Acho que ela já deve estar melhor, apesar de ter passado mal no caminho de volta... – respondeu Marco lembrando o momento do ocorrido. -Por sorte você estava a acompanhando... Foi estranho mesmo os dois olhos dela estarem roxos com o formato do binóculo, reparei logo que você falou... -É foi estranho... – nesse instante Marco lembrou-se do plano novamente, sentido um calafrio na coluna. -Hey Marco, o que você tem cara? Você está bem? Ficou branco de repente... – Perguntou Eren olhando para a mudança repentina do amigo. -Na-Nada, Eren... É que tem aula de química hoje e eu não me dou muito bem... – Respondeu Marco com a cabeça baixa. -Relaxa amigo, qualquer coisa eu formo dupla com – Eren foi interrompido pelo grito do amigo: -NÃO! Quer dizer... Não precisa meu amigo, eu dou um jeito. Pode confiar em mim! – Disse Marco dando uma risada sem graça. -Tu-Tudo bem então confiarei em você. – Disse Eren sem jeito e dando risadas. Assim, os dois foram. Na escola, ao entrar na classe, Marco sentou-se na carteira e se esticou por completo, espreguiçando-se. Aquilo continuava martelando em sua cabeça: No que vai virar esse plano doido? Resolveu levantar e ir beber água, saindo da sala rumo ao bebedor. Ao se aproximar, Sarah subiu as escadas acompanhada de sua amiga Jéssica a qual ao perceber Marco, o chamou: -MARCO! – Terminaram de subir e ficaram os três um de frente ao outro. -O-O que... O que foi Jéssica? – Disse Marco envergonhado e totalmente vermelho. -Obrigada por ter cuidado da minha amiga. Pois mesmo depois do soco que ela te deu, você ainda se importou com ela... – Disse Jéssica sorrindo. -Não... Não foi nada... Porém não precisava ter se lembrado do soco – Respondeu -Ela é durona assim mesmo, mas é uma boa pessoa!
  • 9. Enquanto a conversa acontecia, Sarah não levantou o rosto e ficou em silêncio, até o horário que o sinal de aula tocou. Jessica se despediu e foi com a amiga para a sala, entretanto, ao virarem para sair, Sarah virou o rosto e cruzou olhares com Marco que no mesmo momento sentiu alguma coisa perfurando seu corpo. Aquele olhar de quem dizia: você sabe o que tem que fazer hoje não é? Após a troca de olhares, Sarah se virou e foi atrás da amiga. -Essa menina é maluca, isso sim... Não sei aonde tem boa pessoa nisso tudo... – Resmungou Marco indo para sala. Soou o sinal do recreio e todos saíram para comer. Mas, Marco continuou na sala, é a próxima aula pensava o garoto. Eren já tinha se dirigido à sala de química para fazer os preparativos para a aula junto com alguns colegas que também eram do clube de ciência e tecnologia. Enquanto isso, Sarah e Jéssica saíram normalmente apesar de Sarah aparentar certo nervosismo que a amiga não entendia. Marco dava risada sozinho quando pensava na besteira de ter firmado esse acordo com a menina que lhe dera um soco. Queria voltar no tempo para desfazer tudo, mas não era mais possível. Até que enfim, o sinal soou novamente para que todos voltassem às salas e agora o plano seria executado. Ao começar a aula de química, foi dito e feito o que Sarah falara sobre todos ficarem em volta de Eren para formar dupla deixando ela completamente longe de seu amado. Porém a turma se espantou ao verem Marco e Sarah em dupla, olhavam sem entender o que estava acontecendo, pois a dupla de Sarah era somente a Jéssica. O que ela estaria fazendo com Marco, o garoto que batera há um mês atrás? Porém a aula prosseguiu. Após alguns minutos de aula Sarah murmurou com a cabeça baixa: -Eu vou pegar os frascos que estão restritos à estudantes ali no armário enquanto você puxa o Eren e o distrai, deixando-o longe de sua parceira a qual irei entregar o composto prestes a explodir... -Es-Espera, você vai fazer essa loucura mesmo? – Sussurrou Marco assustado. -VAI AGORA! – Disse Sarah entre os dentes. Marco deu um salto por ver como Sarah estava determinada e acabou indo. Quando chegou a Eren, o puxou pelo casaco e o arrastou rapidamente para a sua mesa de experimentos dizendo: -Eren! Eren é você mesmo de quem preciso! Estou com dificuldades aqui em um composto me ajude... – no meio desse agarramento e arrastamento Eren falou:
  • 10. -Mas-Mas, e minha parceira? -Ela consegue se virar,vem logo! – Disse Marco, olhando somente para frente enquanto Eren não entendia nada. No meio de toda a algazarra, Sarah terminara o composto químico escondida. Saiu caminhando em direção à parceira de Eren que estava olhando assustada o parceiro ser arrastado pelo amigo. Ao chegar, Sarah descaradamente fingiu ter torcido o pé, e ao mesmo tempo, pediu para que a parceira de Eren segurasse o recipiente químico que carregava. Porém, o imprevisto aconteceu. Ao pedir ajuda à parceira, esta se encontrava com as mãos ocupadas, não podendo segurar o frasco. Em uma fração de segundos, Eren ao ver o que acontecera atrás dele se soltou e foi em direção a Sarah pegando o frasco em mãos dizendo: -Opa! Cuidado, pode deixar que eu seguro... – Disse sorrindo. Nesse instante, Marco e Sarah praticamente ficaram travados sem tempo de qualquer reação, quando de repente, o frasco começara a vibrar e esquentar até o momento que ocorreu a explosão sobre Eren, provocando um barulho tão alto que poderia ser escutado do campo de futebol. -MAS O QUE FOI ISSO! – gritou o professor de química, Ramon – SARAH, POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? POR QUE VOCÊ MEXEU NAQUELES COMPOSTOS PROIBIDOS? VOCÊ NÃO SE CAN... – neste instante foi interrompido por Marco que entrou na frente: -Fui eu, professor! – Disse firme, fazendo todos se espantarem – Eu que pedi para ela pegar os produtos químicos, porque queria provar que sei lidar com produtos perigosos e queria chamar a atenção do senhor! Ela somente estava me trazendo, só isso... Ela não tem relação nenhuma... Desculpe-me, Eren... – Terminou a frase, abaixando a cabeça enquanto Sarah atrás permanecia com os olhos estalados e totalmente paralisada. -Marco você é um ótimo aluno. Você não precisa fazer uma coisas dessas para mostrar seu valor... Até entendo que você queira por ser estrangeiro, mas isso é imperdoável. Porém, sua penalidade dessa vez passara somente como uma advertência, tudo bem? – Disse o professor se acalmando. -S-Sim professor... Obrigado! – Respondeu ainda de cabeça baixa. -E vocês parados ai? Vamos! Arrumem essa bagunça e ajudem o Senhor Eren! Leve-o à enfermaria. Esse composto é tóxico. Devemos lavar o mais rápido possível. – Disse o professor, saindo de perto de Marco e indo em direção aos estilhaços que
  • 11. ficaram no laboratório. A turma se dividiu em grupo,s sendo um deles o responsável pela limpeza do laboratório, e outro responsável por acompanhar Eren à enfermaria. Marco ficou no grupo de Eren. Enquanto Sarah e Jéssica ficaram no grupo de limpeza, que ficou a tarde inteira arrumando a bagunça. Já o outro grupo, foi dispensado após terem acompanhado o acidentado à enfermaria, porém, Marco foi o único que ficou até o final da tarde junto ao colega. -Eu sei que você não fez porque quis, Marco... Foi só um acidente... Isso acontece – Dizia Eren, com as mãos enfaixadas. -Me-Me desculpe, Eren... Eu não consegui ajudar... – Dizia Marco com a cabeça baixa. -Marco, você vai se desculpar até quando? Eu já disse que estou bem e foi só um acidente... – Marco ainda balançava a cabeça no sentido de negação – Quer saber, vai para casa e descanse... Essas coisas acontecem... Não fique mal, afinal de contas somos amigos, não é? Marco, após Eren terminar de falar, levantou a cabeça, olhou para o amigo, sorriu e disse: -Você é o cara, Eren... Valeu mesmo por ainda me chamar de amigo após tudo isso... -Marco, já disse. Isso foi um acidente, acredite em mim. Mesmo que você tivesse feito por vontade própria, você ainda seria meu melhor amigo. Tenho certeza de que nos acertaríamos – disse Eren, dando risada. Marco logo em seguida levantou e colocou suas mãos sobre o ombro do amigo dizendo: -Isso, Eren! Somos melhores amigos! Acertaríamo-nos sempre! – Disse Marco sorrindo para o amigo – Então agora vou embora, qualquer coisa me ligue no celular. Eren balançou a cabeça com um sinal positivo, e Marco se retirou do quarto. Porém, no caminho até a saída da escola, ainda esboçando um semblante triste, não acreditava que tinha participado daquele esquema criminoso que Sarah bolara. Ao chegar ao portão de saída, encontrou Sarah encostada de braços cruzados como se esperasse alguém. Chegando próximo à menina, ambos não pronunciaram nenhuma palavra, um silêncio planou no momento. Sarah desencostou da parede e caminhou em direção à calçada. Marco também, e assim foram lado a lado. No caminho, o silêncio perturbador ainda reinava, até o momento em que Sarah pronunciou em voz baixa:
  • 12. -Por que você disse aquilo, seu idiota? Você poderia ter deixado eu me – Marco interrompeu com uma voz calma. -Você não pensa direito, não é? Pensei que fosse mais inteligente quando vi o plano que você tinha bolado... – Nesse instante, Sarah estalou os olhos e começou a ficar nervosa, dizendo: -O que você disse, seu idiota? Eu... Eu vim conversar com você sobre sua atitude altruísta, porém estúpida, e eu que sou idiota?! Você é lou – foi interrompida novamente. -Você não pensou que, caso o plano desce errado e você fosse a culpada, assustaria o Eren, e ainda seria suspensa novamente da escola, ficando longe dele sem poder tramar nenhum plano ou sequer me ajudar? Sarah, após o pronunciamento de Marco, ficara totalmente sem jeito quando se tocou que o plano poderia ter todo esse prejuízo no acordo celebrado entre ambos, mas ainda assim continuou brava, dizendo: -E-Eu sa-sabia! Vo-Você mesmo assim continua sendo um idiota por entrar em uma complicação minha! Você deu sorte de não ter tomado nenhuma advertência, você é um palhaço mesmo... Idiota... -Tudo bem, então... Eu sou um i-d-i-o-t-a! Mas, por favor, pare de reclamar... – Disse Marco, suspirando e dando um singelo sorriso – Agora, precisamos bolar um novo plano – finalizou o jovem. Estava começando a anoitecer, quando enfim chegaram a frente da casa de Sarah. Marco se despediu, porém, antes de dar o primeiro passo, Sarah o chamou: - M-arco! -O que foi? – Respondeu Marco, de costas. -Você pode só me ensinar a fazer aquela sopa de ontem, mas não que eu tenha gostado da sua, porque a que você fez estava horrível. Por isso, estou pedindo a sua ajuda, porque eu tenho que melhorar meus dotes culi...- foi interrompida por Marco. -Você não é muito boa na cozinha, não é? – Disse ainda, de costas, para a garota. -N-Não é isso! É que eu quero fazer a sopa melhor que a sua! Só isso! E-Eu fiquei triste por ter desperdiçado tantos legumes em uma sopa ruim como a sua! – aparentava estar envergonhada. -Tudo bem, eu ajudo, pois em modéstia parte sou bom em culinária! – Virou Marco, dizendo com um sorriso no rosto e logo após adentraram à casa. Marco ensinou tudo o que sabia, como cortar legumes e o horário exato de
  • 13. desligar o fogão, dentre outras dicas. Porém, Sarah dificultava bastante o aprendizado, cortara o dedo duas ou três vezes e quase se queimou ao ascender o fogão, mas no fim tudo deu certo. Após terminarem de tomar a sopa, Marco perguntou: -Então... Já tem idéia para o próximo plano e que não acabe com a nossa moral na escola? -O-O que? Mesmo dando errado hoje, você ainda vai continuar? – Disse Sarah, assustada. -Lógico! Foi um acordo, não foi? Vamos até o final! – Disse sorrindo. -Acho que vou dar um tempo... Vou pensar melhor no próximo plano para que seja infalível! – Disse Sarah, apreensiva no início, dando uma risada diabólica no final. -Ainda bem que você disse isso! Isso me mostra que você é, pelo menos, um pouco sensata e menos maluca... -O QUE VOCÊ DISSE, SEU IDIOTA? – Gritou Sarah, partindo para cima de Marco – FORA DAQUI, AGORA! VOCÊ JÁ ME ENSIONOU O NECESSÁRIO! AGORA, FORA DAQUI! – e o empurrou para fora, fechando a porta na cara do amigo e gritando de dentro: ATÉ AMANHÃ, E OBRIGADA! Marco ficou olhando a porta em sua cara, era noite, deu um sorriso e pensou: essa menina vai enrolar ainda mais as coisas. Logo em seguida foi para sua casa. Ao chegar, entrou e foi tomar o merecido banho para finalizar o dia mais movimentado desde que se mudou para a pacata cidade. Deitou-se na cama e pensou no amigo que deixara na enfermaria e a atitude repentina que fizera para a culpa não recair sobre Sarah. Ao lembrar, levava as mãos ao rosto e se perguntava por que fizera aquilo? Justo quando começou a se enturmar melhor com todos, teve que se candidatar a autor da loucura, mas tudo bem, tinha certeza de que o próximo plano de Sarah seria mais detalhista e conseguiria evitar qualquer deslize. Quando terminava de pensar nessa hipótese, começava a rir sozinho. Pois, Sarah fazendo algo que desse certo parecia uma utopia, e com esses pensamentos, foi pegando no sono. Aos poucos, apagou em seu leito.