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Capitulo 6

CONTINUAÇÃO

No outro dia, após toda a confusão do churrasco e o desastre da pesca, todos, novamente
no mesmo horário dos dias anteriores, estavam reunidos na sala divulgando idéias sobre o que
poderia ser feito naquele dia e que não arriscasse a vida de cada um.
-Andar de quadriciclo! – Disse Marco, insistindo novamente em sua idéia.
-Marco... Acho que já entendemos que você quer andar de quadriciclo, mas não precisa
ficar repetindo todo o dia. – Disse Eren, dando um sorriso amarelo.
-É que eu quero fixar bem a idéia na cabeça de vocês até entenderem que vai ser
divertido. – Disse Marco, sorridente e confiante.
-Entendo seu lado, mas ainda acho que devemos fazer um luau com violão e fogueira
para – foi interrompido por Marco.
-Olha isso então, Eren! Você fala de mim por ficar repetindo minha idéia, mas você
repete a sua todo dia! – Disse Marco, apontando para o amigo e se levantando.
-O que? – Disse Eren, se assustando e levantando logo em seguida – Eu só fico repetindo
a minha idéia porque é algo bom para se fazer em grupo!
-E andar de quadriciclo não? – Retrucou Marco.
-Marco, você não gostava de nada que era radical ou esportivo no início do ano, por que
agora você quer ser radical?
-E você, Eren, não era o que gostava de esporte e radicalismo, por que agora você quer
ser o romântico?
-JÁ CHEGA! – Gritou Sarah, fazendo os dois rapazes pararem na hora – Vocês estão
parecendo crianças!
-Mas, Sarah, Você não acha legal um luau? – Perguntou Eren.
-Se-Se eu acho legal um luau? – Nesse momento, Sarah imaginou a cena mais romântica
de sua vida com Eren e voltou à realidade logo em seguida – É... Um luau... Ótimo... – Terminou
sua fala com um sorriso diferente no rosto.
-Não! Um quadriciclo é melhor não é, Sa – Foi interrompido por Sarah.
-Cale a boca! – Gritou Sarah.
-Bem... Acho que seria legal um luau hoje... Iria ser tranqüilo perto dos outros dias. –
Disse Jéssica, envergonhada.
-B-Bem... Se a Jéssica acha me-melhor... Vamos fa-fazer o luau – Disse Marco,
envergonhado e aceitando a proposta do colega, mesmo que desfavorável.
-Então está decidido! Hoje à noite faremos um luau! – Disse Eren, animado.
Samanta ergueu a mão de repente.
-Hã? O que foi Samanta? – Perguntou Eren, sem entender a atitude da amiga.
-Eu ainda acho que devemos revezar de quarto. – Respondeu Samanta, com um sorriso
irônico.
Logo após a fala de Samanta, Sarah se irritou e partiu para cima da dela, mas a seguraram
até tudo se acalmar. Enquanto o dia passava, todos ficaram encarregados de cuidar de cada parte
do luau. Jéssica ficou afinando os violões e preparando músicas típicas para o local. Samanta
ficou na cozinha, preparando petiscos para serem degustados junto a fogueira. Sarah ficou de
limpar o quintal onde ficava a piscina e a churrasqueira da casa. Por fim, Marco e Eren ficaram
de ir pegar gravetos para que servissem de lenha para a fogueira. Enquanto os rapazes
caminhavam, Eren disse o seguinte:
-Por que você foi tão cabeça dura de não aceitar o luau, seu trouxa? – Disse Eren, dando
uma bronca em Marco.
-Hey! Eu acho que seria mais divertido o qua – Foi interrompido por Eren.
-Você não percebeu que é uma ótima chance de você se aproximar de Jéssica?
-O que? – Disse Marco, se espantando com a frase do amigo.
-Você sabe que eu sei que você gosta dela... Por isso insisti na idéia do luau. Existe lugar
mais romântico do que esse para falar com quem você gosta? – Disse Eren, dando uma risada
marota.
-Eren... Tudo isso então era para... – Foi interrompido pelo amigo.
-Sim... Para te aproximar de Jéssica! Afinal de contas... Queria retribuir toda essa
amizade e preocupação comigo e com meus sentimentos, Marco... Aquele dia no shopping...
Você mostrou que é um grande amigo. Queria retribuir de alguma forma... – Disse Eren,
relembrando a conversa que tiveram no shopping aquele dia.
-Por que você não me falou isso antes? Nós tínhamos poupado aquela discussão hoje de
manhã! – Disse Marco.
-Simples... Porque se eu te falasse qual era meu plano você iria tentar me convencer de
não me intrometer nesses assuntos... Além do mais, foi até divertido a discussão. Você utilizou
uns bons argumentos contra mim! Quase perdi! – Disse Eren, dando risada.
-Você não presta mesmo, Eren – Disse Marco, dando risada.
-Bem... Vamos parar de enrolar e vamos logo catar esses gravetos! – Disse Eren, se
apressando ao catar os vários gravetos que achava pelo caminho.
-É verdade... Melhor nos apressarmos, já são 18 horas! – Respondeu Marco, se
apressando também para catar os gravetos.
Enfim, os dois amigos terminaram suas tarefas e assim foram rumo à casa que os
aguardava. Ao chegarem, começaram os preparativos para aquela noite especial, pois continham
em seus pensamentos diversos planos.
Eram exatamente 21 horas, quando acenderam a fogueira e Jéssica trouxe os violões para
que começassem o luau. Todos se sentaram em volta das chamas, comendo os petiscos que
Samanta preparara; ao mesmo tempo, Marco e Jéssica começaram a tocar violão. De músicas
românticas à marchas de carnaval foi o repertório dos dois músicos, enquanto todos davam
risadas e comentavam sobre acontecimentos que na época foram horríveis, mas agora, eram
engraçadíssimos de se lembrar.
-Vocês se lembram, no começo do ano, o soco que o Marco levou da Sarah por ter
derrubado comida nela? - Disse Eren, em meio a gargalhadas.
-Hey, Eren! Eu já falei que isso não precisa mais ser lembrado, não é? – Disse Marco,
sem graça.
-Verdade, Eren! Foi muito engraçado! Igual quando você dormiu na nossa primeira aula
de violão. – Disse Jéssica, sorrindo.
-A não, Jéssica! Até você? Não concorde com ele e não lembre isso também, por favor! –
Disse Marco, envergonhado.
-Nossa! É verdade em Marco! Você dormiu na primeira aula... – Disse Eren, indignado.
-É, Marco... Pelo visto, você se envolveu em algumas confusões este ano... Que azar! –
Disse Samanta, sorrindo – Então, eu não fui a única a te dar um soco...
-Samanta! Não precisa falar mais nada, está bom... Vamos parar por aqui de lembrar-nos
de algumas besteiras minhas não é gente? – Disse Marco, sem jeito.
-Hey, Marco! Relaxe amigo é só uma brincadeira... Você nem sempre foi o vilão.
Lembra-se de quando salvou a Sarah daquele grupo de vândalos? Lá, você foi muito heróico. –
Disse Eren, fazendo um sinal de positivo para o amigo.
-Bem... – Respondeu Marco, envergonhado.
-O que? O Marco salvou a Sarah? – Disse Samanta, assustada.
-Sim! Foi muito legal a atitude desse nosso amigo aqui. A Sarah lembra o jeito que ele foi
para bater no rapaz, não é Sarah? – Disse Eren, virando para a amiga ao seu lado.
Ao virar, Eren viu Sarah totalmente vermelha, como se estivesse passando mal e
perguntou, assustado:
-Sa-Sarah?! Você está bem?
-O-O que tinha ne-nesses petiscos – Disse a garota, com uma voz trêmula.
-Bem... Limão, um temperinho leve, pimenta e – Foi interrompida por Sarah.
-Vo-Você disse PIMENTA? – Perguntou Sarah, ficando cada vez pior.
-Sim. Por quê? – Perguntou Samanta, sem entender.
-Eu sou alérgica a pimenta! – Disse Sarah, se levantando e indo ao banheiro correndo.
-Hey, Sarah! Volte aqui! – Gritou Marco, se levantando rapidamente e indo atrás da
amiga.
Os outros três colegas, sem entenderem nada do que havia acontecido, se levantaram e
foram atrás dos dois que saíram correndo.
-SARAH! – Gritava Marco, batendo na porta do banheiro – Você está bem?
Sarah não respondia nada.
-Droga! Por que você não falou que era alérgica à pimenta? – Perguntava Marco.
-Foi tudo armação daquela Sa-Samanta... – Resmungou Sarah, dentro do banheiro.
-Por que você acha isso? – Perguntou Marco.
-Por vingança! – Respondeu Sarah.
-Sarah... Não sei se ela chegaria tão longe a ponto de fazer você passar – Foi
interrompido por Sarah, que abriu a porta rapidamente e ficou de frente ao colega.
-Cale a boca! Foi ela! – Disse Sarah, com o rosto pálido.
Nesse momento, chegaram os amigos junto à porta do banheiro.
-Sarah! Seu rosto está branco! – Disse Eren, assustado.
-O-O que? Não! Não me veja assim, Eren! – Disse Sarah, virando o rosto.
-Não me venha com essa! Você não está bem! – Nesse momento, Eren pegou Sarah pela
mão e começou a puxá-la para o quarto – Venha para o meu quarto. Estou com remédios para
ocasiões como esta!
Sarah nem se quer resistiu, pois, ao ser tocada por Eren, se derreteu e foi junto ao rapaz
para o quarto como se estivesse sendo carregada por nuvens. Marco ficou olhando a cena sem
entender direito e preocupado com a amiga.
-Hey Marco, por que você está com essa expressão de preocupação? Será que é porque
ela foi para o quarto do seu amigo? – Perguntou Samanta, ironicamente.
-O que? – Assustou Marco – O que você está insinuando?
-Nada! Eu só perguntei... – Disse Samanta, indo em direção à sala para dormir.
-Sei... Só perguntou... Vá dormir mesmo que é a melhor coisa que você faz! – Disse
Marco, sério.
-Estou indo... Fique tranqüilo. Tenha uma boa noite, porque acho que esta será um pouco
mais agitada... – Disse Samanta, saindo do campo de visão de Marco.
-Mais... Agitada? – Perguntou Jéssica, sem entender.
-Não ligue para ela, Jéssica... Ela é meio transtornada... – Disse Marco, pensando no que
ela quis se referir a “noite mais agitada”.
-Bem, acho que vou para a cama agora... Boa noite, Marco! – Disse Jéssica, indo para seu
quarto.
Marco ficou parado por alguns minutos pensando no que a enigmática frase de Samanta
queria dizer. Sarah e Eren no quarto, noite agitada, eram pensamentos que ficavam na cabeça de
Marco, até que murmurou para si mesmo:
-Não... Espera... Será que ela quis insinuar que... – Nesse momento, Marco parou
completamente a respiração e, alguns segundos após, saiu correndo em direção ao quarto do
amigo.
Ao chegar ao quarto com a velocidade da luz, quando foi bater na porta, esta se abriu do
outro lado. Sarah saiu com o rosto vermelho e de cabeça baixa, impedindo de ver seus olhos,
indo direto para o seu quarto. Eren estava parado de costas para a porta, pois estava guardando os
medicamentos em sua mochila em cima da cômoda e, ao virar, viu Marco e deu um sorriso.
-Pode ficar tranqüilo... Ela ficará bem. – Disse Eren.
-O-O que aconteceu... – Eren interrompeu Marco.
-Foi só a alergia mesmo que atacou... Agora nada melhor que uma noite de sono. – Disse
Eren.
-E-Ela só tomou o remédio então? – Perguntou Marco, sem jeito.
-Lógico, Marco! Você achou que ela teria feito o que? – Disse Eren, dando risada.
-Na-Nada! – Disse Marco, se assustando – Bem... Pelo menos ela vai ficar melhor... –
Terminou sua fala, suspirando.
-Sim, Marco... Eu já disse que ela vai ficar melhor. Agora vamos dormir, não acha
melhor? – Disse Eren, arrumando sua cama para se deitar.
-Sim. – Disse Marco.
-Boa noite então, amigo! Até amanhã! – Disse Eren, deitando-se na cama, apagando a luz
e se virando para dormir.
-Boa noite, Eren. – Disse Marco, saindo da frente da porta do colega e indo para o seu
quarto.
Ao chegar a seu quarto, deitou-se na cama e se espreguiçou. Não acredito que pensei
besteiras, ainda mais do Eren. Estes eram alguns dos pensamentos que ficavam na cabeça do
rapaz, que nem mesmo se trocou para dormir e logo caiu no sono.
Eram exatamente 2 horas da manhã, quando se ouviu um grito pedindo socorro, fazendo a
casa inteira acordar. Todos levantaram rapidamente e perceberam que o gritou vinha do quarto
de Sarah. Ao chegarem lá, encontraram a garota encostada na parede segurando a almofada
frente ao peito. Os amigos entraram para ver o que tinha acontecido com a amiga, exceto
Samanta, que ficara dormindo na sala.
-Sarah, o que aconteceu? – Perguntou Marco, olhando a amiga branca de medo encostada
à parede.
Sarah tentava pronunciar algumas palavras, mas tremia de medo.
-O que será que assustou ela desse jeito? Ainda mais ela! – Disse Eren, se perguntando
sem entender. Até que Sarah soltou um grito:
-BARATA!
Nesse momento, todos se viraram e viram o pequeno inseto sobre as cobertas bagunçadas
da garota. Jéssica, ao ver o inseto, se juntou a amiga grudada na parede e começou a gritar.
Marco e Eren ficaram firmes e deram risada, pois não acreditavam que aquele pequeno e frágil
inseto estaria causando todo aquele alvoroço. Enfim, Marco se propôs a ir lentamente com o
chinelo na mão para esmagar o inseto acuado sobre as cobertas de Sarah. Entretanto, ao chegar a
certa distância do bichinho, este abriu suas asas lentamente. Todos ficaram em silêncio ao ver a
cena. Marco parou ao mesmo tempo e quase não respirava mais, afinal de contas, se aquele bicho
voasse tudo estaria perdido. Eren, ao ver o inseto preparado para voar, tentou chamar o amigo
para bolarem um plano para impedir o bicho de levantar vôo. Porém, ao se mover, o terrível
aconteceu. O pequeno inseto, ao perceber o movimento de Eren, voou para cima de Marco que,
assustado, saiu pulando e gritando no meio dos outros colegas. Esses que estavam assistindo a
cena também se desesperaram e começaram a gritar e correr desesperados dentro do quarto.
-Já chega! – Gritou Marco, no meio do tumulto.
Todos pararam e começaram a se acalmar.
-Alguém viu aonde aquele monstro foi parar? – Perguntou Jéssica, tremendo de medo.
-Eu o perdi de vista na confusão... – Disse Eren, olhando em volta.
-Droga... Acho que deve ter voado pela sacada que está aberta... – Disse Marco, se
virando para a porta aberta que dava para a sacada.
-Ma-Ma-Ma-Marco... – Disse Sarah, gaguejando absurdamente e tremendo de medo.
-O que foi, Sarah? – Disse Marco, ainda olhando para a sacada e os cobertores.
-BA-BA-BA-BARATA ESTÁ GRUDADA NAS SUAS COSTAS! – Gritou a menina,
apontando para o inseto pendurado nas costas do amigo.
Nesse momento, Sarah, Jéssica, Eren e Marco gritaram igual crianças e ficaram
desesperados ao ver o inseto agarrado na camisa do amigo. Marco pulava, mas o inseto alpinista
era profissional e não soltava nem que o pagassem. Foi de se perder as contas quantas chineladas
Marco tomou de Eren para ver se o animal morria, mas não sofreram efeito algum, pois a mira de
Eren era horrível. Por fim, a única solução que Marco encontrou foi se jogar pela sacada e cair
dentro da piscina que ficava embaixo, e assim o fez. O garoto, com toda sua força, se jogou do
segundo andar da casa caindo com roupa e tudo para dentro da piscina.
-Matou ela, Marco? – Gritou Eren, da sacada.
-Acho que sim! – Respondeu Marco, indo para a borda da piscina.
No entanto, Eren, ao levantar a cabeça, viu o inseto voando e indo embora para as árvores
logo perto. Eu não acredito que tudo isso foi em vão, pensava o garoto deprimido.
-O que foi, Eren? – Perguntou Marco, embaixo da sacada, tirando a camisa e a torcendo.
-Nada! Não é nada, Marco! Trabalho bem feito! – Terminou, dando um sorriso amarelo e
mostrando um sinal de positivo para o colega.
Depois do acontecido, Marco se trocou e se uniu aos amigos no quarto de Sarah, que
ainda continuava amedrontada, para entender como tudo aconteceu.
-E-Eu estava dormindo quando se-senti alguma coisa se movendo na minha perna sob as
cobertas. Então, quando as levantei eu encontrei aquele... Aquele inseto! – Disse Sarah, quase
chorando e abraçando a almofada.
-Sinceramente... Eu não sei como você tem tanto medo de um inseto pequeno como
aquele... – Disse Marco, dando um sorriso irônico.
-O que você está falando, seu idiota? Você também gritou igual uma garota, tanto na hora
que ele começou a voar quanto na hora que ele grudou em você! – Disse Sarah, se revoltando
com o amigo.
-M-Mas, você queria que eu fizesse o que? Ele me atacou, tive que desviar de algum
jeito. – Disse Marco, sem jeito.
-Eu não falei que você não desviou! Falei que você gritou igual a uma marica!
-Gente... Acho que agora já está resolvido... É melhor irmos para nossos quartos, não é? –
Disse Eren, dando um sorriso.
-Nossa... Agora que percebi que a Samanta nem levantou com toda essa gritaria... Ela
deve ter sono pesado. – Disse Jéssica, olhando em volta e procurando por Samanta.
-É... Sono pesadíssimo! – Disse Sarah, apertando o punho com uma raiva incrível.
-Bem. Então vamos nessa, pessoal! Vamos dormir. Boa noite a todos. – Disse Marco,
saindo do quarto.
Enfim, Jéssica, Eren e Marco saíram logo em seguida e foram para seus quartos. Sarah
deitou na cama apreensiva. Após meia hora do ocorrido, Marco, que estava dormindo, sentiu um
cutucão e, ao abrir os olhos, viu que era Sarah, abraçada ao seu travesseiro e parada ao lado da
cama.
-MAS O QUE! – Disse Marco, se assustando e levantando rapidamente.
-Não grite! Não acorde os outros! – Disse baixinho Sarah.
-O que você quer aqui? Tem outro inseto no seu quarto? – Disse Marco, sem entender a
situação.
-Não! Não tem! É que... – Sarah ficou envergonhada e colocou a almofada em frente ao
rosto – É que eu não estou conseguindo dormir devido ao medo daquele inseto voltar...
-Bem... – Suspirou Marco – Então, como você não está conseguindo dormir sozinha, quer
dormir com alguém... Por que comigo? E a Jéssica?
-O-Oras! Porque se eu fosse pedir para o Eren, iria ficar esquisito... E a Jéssica... Ronca
demais... – Respondeu Sarah.
-A Jé-Jéssica ronca? – Disse Marco, segurando a risada.
-Pare, seu idiota! Não ria da minha amiga! – Disse Sarah, dando com o travesseiro no
rosto do amigo.
-Ah... Tudo bem, então... Pode dormir aqui... Fique a vontade no chão. – Disse Marco,
voltando a se deitar e virando de costas para Sarah.
-Você está falando sério? – Disse Sarah, parada em pé ao lado da cama.
Marco somente balançou a cabeça com um sinal de positivo, mas no final de tudo, com a
delicadeza de Sarah, Marco acabou cedendo sua cama para a garota e este foi dormir no chão.
Após alguns minutos, Marco começou a dormir, mas logo foi acordado com a voz de Sarah
chamando seu nome.
-Marco... – Disse a garota, olhando para o teto.
-Oi? – Disse o garoto, sonolento.
-Você estava dormindo? – Perguntou a garota.
-Quase... – Disse o garoto, indignado com a pergunta da garota – Por quê? – Terminou
perguntando.
-Por nada... Eu só queria mesmo saber se... Se você já sabe o que quer para sua vida... –
Disse Sarah, pensativa.
-Bem... – Disse Marco, olhando para o teto – Eu estava pensando em estudar as leis...
Gosto muito de ler e ajudar as pessoas. Mas, não vou prestar o vestibular agora no meio do ano.
Quero ter certeza da minha escolha.
-Que interessante... Somente o Eren vai prestar no meio do ano agora, não é?
-Sim... Ele quer passar logo para mostrar que tem capacidade. Eu falo para ele que ele
não precisa provar nada, pois ele é um gênio e todos sabem disso, mas o Eren às vezes é pior que
uma porta... Cabeça dura ao extremo. – Disse Marco, dando risada – Mas, e você Sarah, o que
vai querer fazer? – Terminou, perguntando.
-Bem... – Pensou um pouco, mas falou logo em seguida – Eu quero ser lutadora de
MMA, mas meus pais insistem que eu faça medicina...
-Eu até entendo a preocupação de seus pais e a visão que eles têm de uma garota lutando,
mas, faça o que você gosta, pois tenho certeza que você será ótima em qual das duas escolher... –
Disse Marco, sorrindo timidamente.
-É sério, Marco? – Perguntou Sarah.
-Sim... Além do mais, se você fizer o que gosta, tudo fluirá melhor e será mais prazeroso
do que quando você faz algo que não gosta. A carreira pode ser de sucesso, mas sem a vontade
de quem a exerce se torna inócua, vazia, sem objetivos... Bem... Pelo menos é isso que eu acho...
– Disse Marco, pensativo.
Sarah ficou quieta, não respondeu nada e o silêncio pairou no ar por alguns segundos, até
que Sarah voltou a chamar o amigo.
-Marco...
-Oi? – Disse o rapaz, suspirando por querer dormir.
-Se você falhasse em algo que você quer muito alcançar e, quando chega próximo
pensando que finalmente alcançaria, te derrubam e você cai... O que você faria? – Perguntou a
garota.
-Sinceramente? Eu tentaria de novo, de novo, de novo e de novo, até alcançar. Ou, até
perceber que quando aquilo que você almeja a vida diz não, pode ser seu eu vislumbrando coisa
melhor ainda para que possa se superar e alcançar ainda mais além. – Respondeu Marco.
-Mesmo perdendo todo o caminho percorrido e ficando confuso sobre o que escolher, ou
até mesmo sobre si mesmo?
-Sarah... Não sei o porquê dessas perguntas enigmáticas... Mas, infelizmente, somos
humanos, imperfeitos. Dúvidas sobre si mesmo ou até sobre que caminhos seguir irão nos
importunar por toda a vida. Pois, esta, para mim, não se resume nada mais nada menos do que
um ciclo... – Disse Marco.
-Um... Ciclo? – Perguntou Sarah, sem entender.
-Sim... Pois, quando a vida te derrubar ela te jogará ao chão, te deixando sem esperanças
para continuar, mas é nessa hora que nós crescemos. Apoiando-nos em amigos e familiares, nos
momentos bons vividos e na vontade de construir momentos melhores é que nos fortalecemos
para quando o mesmo desafio que nos derrubou voltar a tentar nos derrubar, juntaremos tudo de
bom que construímos e com nosso crescimento superaremos a barreira. Mas, não para por aí...
Ao superarmos um desafio ou barreira, como no caso, outro irá surgir e vamos assim até a morte.
Nesse ciclo de indecisões, vitórias, derrotas, medos, dentre outros mistérios, que assolam a mente
humana...
-Nossa, Marco... Foi... – Sarah foi interrompida por Marco.
-Emocionante, não? Sou praticamente um filósofo! – Disse Marco, dando risada.
-Não, seu idiota! – Disse Sarah, se virando de costas para o amigo e abraçando o
travesseiro – Eu iria dizer foi o efeito daquele tempero maluco de Samanta que te fez ter ilusões
para falar tanta bobeira e conselhos como esses.
-É que quando estou com sono fico mais pensativo mesmo! – Disse Marco, dando muita
risada.
-Sei... Filosófico... Vamos dormir que já está bom por hoje, não é? Boa noite! – Disse a
garota, irritada e de costas para o amigo.
-Isso! Agora, gostei! Boa noite! – Respondeu Marco, em um tom irônico e se virando
também de costas para a garota que dormia na cama.
Enfim, após a discussão e conselhos de vida de Marco, ambos conseguiram descansar
como queriam.
No outro dia, após toda a confusão com o inseto nos cobertores de Sarah, todos,
novamente no mesmo horário dos outros dias, estavam reunidos na sala divulgando idéias sobre
o que poderia ser feito naquele dia.
-Andar de quadriciclo! – Insistiu de novo Marco
-Aí! Já chega dessa idéia Marco! – Gritou Sarah, revoltada.
-Marco! Vou por um ponto final nisso! Amanhã andamos de quadriciclo! – Disse Eren, se
levantando e falando firme com o colega.
-UHUL! – Gritou Marco, se levantando e erguendo os braços para o alto.
-Ah! Por que ninguém aceita minha idéia de rodízio dos quartos?! – Disse Samanta,
indignada.
-Eu já disse que não, sua – Sarah foi interrompida por Jéssica.
-Nossa Samanta, você não acordou ontem à noite com os gritos? Lembrei agora que você
não estava lá! – Disse Jéssica, perguntando para a amiga.
-É verdade... Samanta, você não escutou nada? – Perguntou Sarah, com um olhar de
desconfiança.
-N-Não, gente! – Respondeu Samanta, dando um sorriso amarelo – E-Eu tenho sono
pesado!
-Uhum... Sono pesado... Acredito... – Resmungou Sarah.
-Gente, vamos com calma! – Disse Eren, entrando no meio da conversa – Acho melhor
fazermos um churrasco aqui em casa mesmo e utilizarmos da piscina, não acham?
-É! Seria legal. Está muito calor. – Respondeu Marco, animado.
-É, acho que seria divertido! – Respondeu Samanta, ainda sem graça.
Sarah não falou nada e ficava olhando para a garota, como se quisesse decifrar algo.
-Bem... Eu e o Marco já vamos arrumando a churrasqueira. Vocês meninas, podem
temperar as carnes e tudo mais?
-SIM! – Respondeu Jéssica, entusiasmada.
-Ótimo! Então, vamos lá! – Gritou Eren, que saiu correndo junto com Marco para o fundo
da casa onde se encontrava a piscina e a churrasqueira.
Jéssica foi a primeira ir para a cozinha. Samanta, ao passar ao lado de Sarah, rumo a
cozinha murmurou para a garota:
-Espero que vocês não tenham matado meu adorado bichinho... – Disse Samanta, com um
sorriso e voz irônica.
Sarah ficou parada, enquanto Samanta foi para a cozinha. Eu sabia que foi ela. Como ela
ousa. Ela irá me pagar, pensava a garota que tremia parada no lugar de tanta raiva. De repente,
Jéssica chamou Sarah para ir ajudar nos preparativos; esta voltou a si e correu para a cozinha
ajudar a colega.
Enfim, este dia foi o primeiro dia que ninguém dos amigos correu risco de vida ou foi
atormentado por alguma coisa como temperos exagerados e insetos malditos. Todos deram
muitas risadas quando se lembraram da noite passada e da busca implacável contra aquele
pequeno ser que atormentou a casa toda, exceto Samanta. Ninguém entendia como a garota tinha
um sono tão pesado para não ter escutado a gritaria. Sarah não falava nada, pois somente
admirava a cena. O churrasco foi até as 18 horas da tarde, fazendo para a janta comidas mais
leves a fim de combater toda aquela gordurosa carne e refrigerantes que todos ingeriram.
Eram exatamente 23 horas da noite. Todos já estavam em seus cômodos dormindo,
quando Sarah saiu a passos silenciosos e foi para a garagem, onde estavam os quadriciclos já
preparados para o passeio no dia seguinte. Havia dois deles. Samanta, durante o churrasco,
comentou que adora quadriciclo e que pegaria o primeiro que encontrasse para andar com Eren e
mostrar suas habilidades de pilotagem. Sarah não teve outra idéia, se não a de sabotar o primeiro
quadriciclo que a garota visse na frente. Dito e feito. Sarah cortou os cabos de freio de um dos
quadriciclos e travou o acelerador para que, na hora que Samanta montasse, aquele sairia em
uma velocidade inesperada e não teria forma da garota brecar. A vingança é perfeita! Pensava
Sarah, dando um sorriso maligno. Quando o relógio bateu à meia noite, Sarah terminou todo o
serviço e foi a passos silenciosos para seu quarto, segurando de toda e qualquer forma, a risada
que gostaria de estar soltando.
No dia seguinte exatamente às 8 horas da manhã, quando todos estavam começando a sair
de seus quartos. Marco foi o primeiro a sair correndo completamente animado, indo em direção
aos quadriciclos, que se encontravam na garagem. Sarah, ao ver a animação do garoto que
passou como um raio na frente de seu quarto, não entendeu de primeira o que estava
acontecendo. Até que se lembrou do que havia feito no primeiro quadriciclo, o qual seria
utilizado por Samanta. Sarah tentou alertar o amigo sobre o que o esperava, mas sem êxito.
Marco correu e montou no primeiro quadriciclo que vira pela frente e, infelizmente, o que Sarah
havia alterado.
O rapaz, com toda a vontade de uma criança quando encontrava seu brinquedo preferido,
saiu da garagem com o veículo ainda desligado. Do lado de fora, o ligou e acelerou com toda a
força que tinha em seu corpo. O quadriciclo, na arrancada, saiu tranquilamente. Mas, após alguns
segundos de movimento, sua velocidade somente aumentava mesmo sem Marco acelerar, graças
à manutenção que Sarah executou no veículo na noite passada. Ao perceber o problema no
acelerador, o desesperado rapaz tentou frear e, novamente, graças à brincadeira de Sarah contra
Samanta os freios não funcionaram. No final de tudo, com as somas de todos os fatores, Marco,
azarado por ter utilizado a maquina a qual Sarah se vingaria de Samanta, terminou se jogando do
quadriciclo, ralando seus braços e o veículo indo para dentro do lago. Todos ficaram olhando a
cena do amigo desesperado em cima da maquina indomável, afinal de contas, ninguém sabia o
que estava acontecendo e tinham acabado de acordar. Todos se deram conta de que havia algo
errado, exceto Sarah, quando Marco saltou do veículo.
O jovem e machucado rapaz passou a tarde inteira sendo tratado por Sarah no quarto. A
jovem ficou ajoelhada ao lado da cama e passou talas em partes dos braços de Marco.
-Você armou tudo isso, não foi? – Disse Marco para Sarah, a qual estava ajudando o
colega.
-Sim... – Respondeu a menina, sem olhar para o amigo.
-Era para Samanta utilizar o veículo, não era?
-Sim... – Respondeu Sarah, ainda sem olhar para o amigo.
-Você queria se vingar dela por ela ter posto a ba – Nesse momento, Marco soltou um
grito quando Sarah apertou a tala em seu braço.
-Você já sabe, não é? Então por que ficar repetindo... Eu errei e sei que – Marco a
interrompeu.
-Acho que você não está errada em querer dar o troco nela. Ela também pede para ser sua
inimiga íntima. – Respondeu Marco, sorrindo.
-O-O que? – Perguntou Sarah, sem entender o posicionamento do amigo.
-É isso mesmo que você ouviu. Eu só acho que não precisaria ser algo tão drástico e
mortal como sabotar um veículo.
-É... Acho que exagerei... E no final das contas, sobrou novamente para você, como
sempre... – Disse a garota, abaixando a cabeça.
-Sim, mas, por favor, não fique mal pelo que aconteceu comigo. Eu estou bem aqui, não
estou? Agi rapidamente quando vi que o veículo não estava funcionando da maneira correta. Os
ralados foram um risco que tive que correr para não acontecer algo pior. Agora... Imagine se
fosse a Samanta... – Disse Marco, suspirando.
Sarah não respondeu nada, pois ainda se sentia muito culpada pelo que acontecera com o
amigo.
-Acho que já está bom. – Disse Marco, se levantando e mexendo os braços com as talas –
Isso não vai me fazer parar de curtir mais estes últimos dias que ficaremos aqui, não é? –
Terminou sorrindo.
-Você está certo... – Disse Sarah, olhando para o amigo com um sorriso no rosto – Você é
um idiota e tarado, mas difícil de ser parado.
-Vamos para a cozinha agora? Todos devem estar lá fazendo ou esperando a janta...
Possivelmente esperando, já que sou o cozinheiro. – Disse Marco, estendendo a mão para Sarah
que estava ajoelhada.
-Vamos. – A garota segurou a mão do amigo e se levantou.
Enfim, os dois amigos foram juntos para a cozinha, onde encontraram todos. Marco,
como tinha dito, mesmo com os braços naquele estado, fez o jantar. Todos comeram,
conversaram sobre o que havia acontecido, mas Marco e Sarah não abriram a boca sobre o
verdadeiro motivo do problema no veículo. No final de tudo, foram todos para seus aposentos e
dormiram para aproveitar os últimos dias que restavam na casa do lago de Sarah. Afinal de
contas, os vestibulares no meio do ano estavam próximos e eles deveriam voltar logo para casa.

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Noite agitada no luau

  • 1. Capitulo 6 CONTINUAÇÃO No outro dia, após toda a confusão do churrasco e o desastre da pesca, todos, novamente no mesmo horário dos dias anteriores, estavam reunidos na sala divulgando idéias sobre o que poderia ser feito naquele dia e que não arriscasse a vida de cada um. -Andar de quadriciclo! – Disse Marco, insistindo novamente em sua idéia. -Marco... Acho que já entendemos que você quer andar de quadriciclo, mas não precisa ficar repetindo todo o dia. – Disse Eren, dando um sorriso amarelo. -É que eu quero fixar bem a idéia na cabeça de vocês até entenderem que vai ser divertido. – Disse Marco, sorridente e confiante. -Entendo seu lado, mas ainda acho que devemos fazer um luau com violão e fogueira para – foi interrompido por Marco. -Olha isso então, Eren! Você fala de mim por ficar repetindo minha idéia, mas você repete a sua todo dia! – Disse Marco, apontando para o amigo e se levantando. -O que? – Disse Eren, se assustando e levantando logo em seguida – Eu só fico repetindo a minha idéia porque é algo bom para se fazer em grupo! -E andar de quadriciclo não? – Retrucou Marco. -Marco, você não gostava de nada que era radical ou esportivo no início do ano, por que agora você quer ser radical? -E você, Eren, não era o que gostava de esporte e radicalismo, por que agora você quer ser o romântico? -JÁ CHEGA! – Gritou Sarah, fazendo os dois rapazes pararem na hora – Vocês estão parecendo crianças! -Mas, Sarah, Você não acha legal um luau? – Perguntou Eren. -Se-Se eu acho legal um luau? – Nesse momento, Sarah imaginou a cena mais romântica de sua vida com Eren e voltou à realidade logo em seguida – É... Um luau... Ótimo... – Terminou sua fala com um sorriso diferente no rosto. -Não! Um quadriciclo é melhor não é, Sa – Foi interrompido por Sarah. -Cale a boca! – Gritou Sarah.
  • 2. -Bem... Acho que seria legal um luau hoje... Iria ser tranqüilo perto dos outros dias. – Disse Jéssica, envergonhada. -B-Bem... Se a Jéssica acha me-melhor... Vamos fa-fazer o luau – Disse Marco, envergonhado e aceitando a proposta do colega, mesmo que desfavorável. -Então está decidido! Hoje à noite faremos um luau! – Disse Eren, animado. Samanta ergueu a mão de repente. -Hã? O que foi Samanta? – Perguntou Eren, sem entender a atitude da amiga. -Eu ainda acho que devemos revezar de quarto. – Respondeu Samanta, com um sorriso irônico. Logo após a fala de Samanta, Sarah se irritou e partiu para cima da dela, mas a seguraram até tudo se acalmar. Enquanto o dia passava, todos ficaram encarregados de cuidar de cada parte do luau. Jéssica ficou afinando os violões e preparando músicas típicas para o local. Samanta ficou na cozinha, preparando petiscos para serem degustados junto a fogueira. Sarah ficou de limpar o quintal onde ficava a piscina e a churrasqueira da casa. Por fim, Marco e Eren ficaram de ir pegar gravetos para que servissem de lenha para a fogueira. Enquanto os rapazes caminhavam, Eren disse o seguinte: -Por que você foi tão cabeça dura de não aceitar o luau, seu trouxa? – Disse Eren, dando uma bronca em Marco. -Hey! Eu acho que seria mais divertido o qua – Foi interrompido por Eren. -Você não percebeu que é uma ótima chance de você se aproximar de Jéssica? -O que? – Disse Marco, se espantando com a frase do amigo. -Você sabe que eu sei que você gosta dela... Por isso insisti na idéia do luau. Existe lugar mais romântico do que esse para falar com quem você gosta? – Disse Eren, dando uma risada marota. -Eren... Tudo isso então era para... – Foi interrompido pelo amigo. -Sim... Para te aproximar de Jéssica! Afinal de contas... Queria retribuir toda essa amizade e preocupação comigo e com meus sentimentos, Marco... Aquele dia no shopping... Você mostrou que é um grande amigo. Queria retribuir de alguma forma... – Disse Eren, relembrando a conversa que tiveram no shopping aquele dia. -Por que você não me falou isso antes? Nós tínhamos poupado aquela discussão hoje de manhã! – Disse Marco. -Simples... Porque se eu te falasse qual era meu plano você iria tentar me convencer de não me intrometer nesses assuntos... Além do mais, foi até divertido a discussão. Você utilizou uns bons argumentos contra mim! Quase perdi! – Disse Eren, dando risada.
  • 3. -Você não presta mesmo, Eren – Disse Marco, dando risada. -Bem... Vamos parar de enrolar e vamos logo catar esses gravetos! – Disse Eren, se apressando ao catar os vários gravetos que achava pelo caminho. -É verdade... Melhor nos apressarmos, já são 18 horas! – Respondeu Marco, se apressando também para catar os gravetos. Enfim, os dois amigos terminaram suas tarefas e assim foram rumo à casa que os aguardava. Ao chegarem, começaram os preparativos para aquela noite especial, pois continham em seus pensamentos diversos planos. Eram exatamente 21 horas, quando acenderam a fogueira e Jéssica trouxe os violões para que começassem o luau. Todos se sentaram em volta das chamas, comendo os petiscos que Samanta preparara; ao mesmo tempo, Marco e Jéssica começaram a tocar violão. De músicas românticas à marchas de carnaval foi o repertório dos dois músicos, enquanto todos davam risadas e comentavam sobre acontecimentos que na época foram horríveis, mas agora, eram engraçadíssimos de se lembrar. -Vocês se lembram, no começo do ano, o soco que o Marco levou da Sarah por ter derrubado comida nela? - Disse Eren, em meio a gargalhadas. -Hey, Eren! Eu já falei que isso não precisa mais ser lembrado, não é? – Disse Marco, sem graça. -Verdade, Eren! Foi muito engraçado! Igual quando você dormiu na nossa primeira aula de violão. – Disse Jéssica, sorrindo. -A não, Jéssica! Até você? Não concorde com ele e não lembre isso também, por favor! – Disse Marco, envergonhado. -Nossa! É verdade em Marco! Você dormiu na primeira aula... – Disse Eren, indignado. -É, Marco... Pelo visto, você se envolveu em algumas confusões este ano... Que azar! – Disse Samanta, sorrindo – Então, eu não fui a única a te dar um soco... -Samanta! Não precisa falar mais nada, está bom... Vamos parar por aqui de lembrar-nos de algumas besteiras minhas não é gente? – Disse Marco, sem jeito. -Hey, Marco! Relaxe amigo é só uma brincadeira... Você nem sempre foi o vilão. Lembra-se de quando salvou a Sarah daquele grupo de vândalos? Lá, você foi muito heróico. – Disse Eren, fazendo um sinal de positivo para o amigo. -Bem... – Respondeu Marco, envergonhado. -O que? O Marco salvou a Sarah? – Disse Samanta, assustada. -Sim! Foi muito legal a atitude desse nosso amigo aqui. A Sarah lembra o jeito que ele foi para bater no rapaz, não é Sarah? – Disse Eren, virando para a amiga ao seu lado.
  • 4. Ao virar, Eren viu Sarah totalmente vermelha, como se estivesse passando mal e perguntou, assustado: -Sa-Sarah?! Você está bem? -O-O que tinha ne-nesses petiscos – Disse a garota, com uma voz trêmula. -Bem... Limão, um temperinho leve, pimenta e – Foi interrompida por Sarah. -Vo-Você disse PIMENTA? – Perguntou Sarah, ficando cada vez pior. -Sim. Por quê? – Perguntou Samanta, sem entender. -Eu sou alérgica a pimenta! – Disse Sarah, se levantando e indo ao banheiro correndo. -Hey, Sarah! Volte aqui! – Gritou Marco, se levantando rapidamente e indo atrás da amiga. Os outros três colegas, sem entenderem nada do que havia acontecido, se levantaram e foram atrás dos dois que saíram correndo. -SARAH! – Gritava Marco, batendo na porta do banheiro – Você está bem? Sarah não respondia nada. -Droga! Por que você não falou que era alérgica à pimenta? – Perguntava Marco. -Foi tudo armação daquela Sa-Samanta... – Resmungou Sarah, dentro do banheiro. -Por que você acha isso? – Perguntou Marco. -Por vingança! – Respondeu Sarah. -Sarah... Não sei se ela chegaria tão longe a ponto de fazer você passar – Foi interrompido por Sarah, que abriu a porta rapidamente e ficou de frente ao colega. -Cale a boca! Foi ela! – Disse Sarah, com o rosto pálido. Nesse momento, chegaram os amigos junto à porta do banheiro. -Sarah! Seu rosto está branco! – Disse Eren, assustado. -O-O que? Não! Não me veja assim, Eren! – Disse Sarah, virando o rosto. -Não me venha com essa! Você não está bem! – Nesse momento, Eren pegou Sarah pela mão e começou a puxá-la para o quarto – Venha para o meu quarto. Estou com remédios para ocasiões como esta! Sarah nem se quer resistiu, pois, ao ser tocada por Eren, se derreteu e foi junto ao rapaz para o quarto como se estivesse sendo carregada por nuvens. Marco ficou olhando a cena sem entender direito e preocupado com a amiga. -Hey Marco, por que você está com essa expressão de preocupação? Será que é porque ela foi para o quarto do seu amigo? – Perguntou Samanta, ironicamente. -O que? – Assustou Marco – O que você está insinuando? -Nada! Eu só perguntei... – Disse Samanta, indo em direção à sala para dormir.
  • 5. -Sei... Só perguntou... Vá dormir mesmo que é a melhor coisa que você faz! – Disse Marco, sério. -Estou indo... Fique tranqüilo. Tenha uma boa noite, porque acho que esta será um pouco mais agitada... – Disse Samanta, saindo do campo de visão de Marco. -Mais... Agitada? – Perguntou Jéssica, sem entender. -Não ligue para ela, Jéssica... Ela é meio transtornada... – Disse Marco, pensando no que ela quis se referir a “noite mais agitada”. -Bem, acho que vou para a cama agora... Boa noite, Marco! – Disse Jéssica, indo para seu quarto. Marco ficou parado por alguns minutos pensando no que a enigmática frase de Samanta queria dizer. Sarah e Eren no quarto, noite agitada, eram pensamentos que ficavam na cabeça de Marco, até que murmurou para si mesmo: -Não... Espera... Será que ela quis insinuar que... – Nesse momento, Marco parou completamente a respiração e, alguns segundos após, saiu correndo em direção ao quarto do amigo. Ao chegar ao quarto com a velocidade da luz, quando foi bater na porta, esta se abriu do outro lado. Sarah saiu com o rosto vermelho e de cabeça baixa, impedindo de ver seus olhos, indo direto para o seu quarto. Eren estava parado de costas para a porta, pois estava guardando os medicamentos em sua mochila em cima da cômoda e, ao virar, viu Marco e deu um sorriso. -Pode ficar tranqüilo... Ela ficará bem. – Disse Eren. -O-O que aconteceu... – Eren interrompeu Marco. -Foi só a alergia mesmo que atacou... Agora nada melhor que uma noite de sono. – Disse Eren. -E-Ela só tomou o remédio então? – Perguntou Marco, sem jeito. -Lógico, Marco! Você achou que ela teria feito o que? – Disse Eren, dando risada. -Na-Nada! – Disse Marco, se assustando – Bem... Pelo menos ela vai ficar melhor... – Terminou sua fala, suspirando. -Sim, Marco... Eu já disse que ela vai ficar melhor. Agora vamos dormir, não acha melhor? – Disse Eren, arrumando sua cama para se deitar. -Sim. – Disse Marco. -Boa noite então, amigo! Até amanhã! – Disse Eren, deitando-se na cama, apagando a luz e se virando para dormir. -Boa noite, Eren. – Disse Marco, saindo da frente da porta do colega e indo para o seu quarto.
  • 6. Ao chegar a seu quarto, deitou-se na cama e se espreguiçou. Não acredito que pensei besteiras, ainda mais do Eren. Estes eram alguns dos pensamentos que ficavam na cabeça do rapaz, que nem mesmo se trocou para dormir e logo caiu no sono. Eram exatamente 2 horas da manhã, quando se ouviu um grito pedindo socorro, fazendo a casa inteira acordar. Todos levantaram rapidamente e perceberam que o gritou vinha do quarto de Sarah. Ao chegarem lá, encontraram a garota encostada na parede segurando a almofada frente ao peito. Os amigos entraram para ver o que tinha acontecido com a amiga, exceto Samanta, que ficara dormindo na sala. -Sarah, o que aconteceu? – Perguntou Marco, olhando a amiga branca de medo encostada à parede. Sarah tentava pronunciar algumas palavras, mas tremia de medo. -O que será que assustou ela desse jeito? Ainda mais ela! – Disse Eren, se perguntando sem entender. Até que Sarah soltou um grito: -BARATA! Nesse momento, todos se viraram e viram o pequeno inseto sobre as cobertas bagunçadas da garota. Jéssica, ao ver o inseto, se juntou a amiga grudada na parede e começou a gritar. Marco e Eren ficaram firmes e deram risada, pois não acreditavam que aquele pequeno e frágil inseto estaria causando todo aquele alvoroço. Enfim, Marco se propôs a ir lentamente com o chinelo na mão para esmagar o inseto acuado sobre as cobertas de Sarah. Entretanto, ao chegar a certa distância do bichinho, este abriu suas asas lentamente. Todos ficaram em silêncio ao ver a cena. Marco parou ao mesmo tempo e quase não respirava mais, afinal de contas, se aquele bicho voasse tudo estaria perdido. Eren, ao ver o inseto preparado para voar, tentou chamar o amigo para bolarem um plano para impedir o bicho de levantar vôo. Porém, ao se mover, o terrível aconteceu. O pequeno inseto, ao perceber o movimento de Eren, voou para cima de Marco que, assustado, saiu pulando e gritando no meio dos outros colegas. Esses que estavam assistindo a cena também se desesperaram e começaram a gritar e correr desesperados dentro do quarto. -Já chega! – Gritou Marco, no meio do tumulto. Todos pararam e começaram a se acalmar. -Alguém viu aonde aquele monstro foi parar? – Perguntou Jéssica, tremendo de medo. -Eu o perdi de vista na confusão... – Disse Eren, olhando em volta. -Droga... Acho que deve ter voado pela sacada que está aberta... – Disse Marco, se virando para a porta aberta que dava para a sacada. -Ma-Ma-Ma-Marco... – Disse Sarah, gaguejando absurdamente e tremendo de medo. -O que foi, Sarah? – Disse Marco, ainda olhando para a sacada e os cobertores.
  • 7. -BA-BA-BA-BARATA ESTÁ GRUDADA NAS SUAS COSTAS! – Gritou a menina, apontando para o inseto pendurado nas costas do amigo. Nesse momento, Sarah, Jéssica, Eren e Marco gritaram igual crianças e ficaram desesperados ao ver o inseto agarrado na camisa do amigo. Marco pulava, mas o inseto alpinista era profissional e não soltava nem que o pagassem. Foi de se perder as contas quantas chineladas Marco tomou de Eren para ver se o animal morria, mas não sofreram efeito algum, pois a mira de Eren era horrível. Por fim, a única solução que Marco encontrou foi se jogar pela sacada e cair dentro da piscina que ficava embaixo, e assim o fez. O garoto, com toda sua força, se jogou do segundo andar da casa caindo com roupa e tudo para dentro da piscina. -Matou ela, Marco? – Gritou Eren, da sacada. -Acho que sim! – Respondeu Marco, indo para a borda da piscina. No entanto, Eren, ao levantar a cabeça, viu o inseto voando e indo embora para as árvores logo perto. Eu não acredito que tudo isso foi em vão, pensava o garoto deprimido. -O que foi, Eren? – Perguntou Marco, embaixo da sacada, tirando a camisa e a torcendo. -Nada! Não é nada, Marco! Trabalho bem feito! – Terminou, dando um sorriso amarelo e mostrando um sinal de positivo para o colega. Depois do acontecido, Marco se trocou e se uniu aos amigos no quarto de Sarah, que ainda continuava amedrontada, para entender como tudo aconteceu. -E-Eu estava dormindo quando se-senti alguma coisa se movendo na minha perna sob as cobertas. Então, quando as levantei eu encontrei aquele... Aquele inseto! – Disse Sarah, quase chorando e abraçando a almofada. -Sinceramente... Eu não sei como você tem tanto medo de um inseto pequeno como aquele... – Disse Marco, dando um sorriso irônico. -O que você está falando, seu idiota? Você também gritou igual uma garota, tanto na hora que ele começou a voar quanto na hora que ele grudou em você! – Disse Sarah, se revoltando com o amigo. -M-Mas, você queria que eu fizesse o que? Ele me atacou, tive que desviar de algum jeito. – Disse Marco, sem jeito. -Eu não falei que você não desviou! Falei que você gritou igual a uma marica! -Gente... Acho que agora já está resolvido... É melhor irmos para nossos quartos, não é? – Disse Eren, dando um sorriso. -Nossa... Agora que percebi que a Samanta nem levantou com toda essa gritaria... Ela deve ter sono pesado. – Disse Jéssica, olhando em volta e procurando por Samanta. -É... Sono pesadíssimo! – Disse Sarah, apertando o punho com uma raiva incrível.
  • 8. -Bem. Então vamos nessa, pessoal! Vamos dormir. Boa noite a todos. – Disse Marco, saindo do quarto. Enfim, Jéssica, Eren e Marco saíram logo em seguida e foram para seus quartos. Sarah deitou na cama apreensiva. Após meia hora do ocorrido, Marco, que estava dormindo, sentiu um cutucão e, ao abrir os olhos, viu que era Sarah, abraçada ao seu travesseiro e parada ao lado da cama. -MAS O QUE! – Disse Marco, se assustando e levantando rapidamente. -Não grite! Não acorde os outros! – Disse baixinho Sarah. -O que você quer aqui? Tem outro inseto no seu quarto? – Disse Marco, sem entender a situação. -Não! Não tem! É que... – Sarah ficou envergonhada e colocou a almofada em frente ao rosto – É que eu não estou conseguindo dormir devido ao medo daquele inseto voltar... -Bem... – Suspirou Marco – Então, como você não está conseguindo dormir sozinha, quer dormir com alguém... Por que comigo? E a Jéssica? -O-Oras! Porque se eu fosse pedir para o Eren, iria ficar esquisito... E a Jéssica... Ronca demais... – Respondeu Sarah. -A Jé-Jéssica ronca? – Disse Marco, segurando a risada. -Pare, seu idiota! Não ria da minha amiga! – Disse Sarah, dando com o travesseiro no rosto do amigo. -Ah... Tudo bem, então... Pode dormir aqui... Fique a vontade no chão. – Disse Marco, voltando a se deitar e virando de costas para Sarah. -Você está falando sério? – Disse Sarah, parada em pé ao lado da cama. Marco somente balançou a cabeça com um sinal de positivo, mas no final de tudo, com a delicadeza de Sarah, Marco acabou cedendo sua cama para a garota e este foi dormir no chão. Após alguns minutos, Marco começou a dormir, mas logo foi acordado com a voz de Sarah chamando seu nome. -Marco... – Disse a garota, olhando para o teto. -Oi? – Disse o garoto, sonolento. -Você estava dormindo? – Perguntou a garota. -Quase... – Disse o garoto, indignado com a pergunta da garota – Por quê? – Terminou perguntando. -Por nada... Eu só queria mesmo saber se... Se você já sabe o que quer para sua vida... – Disse Sarah, pensativa.
  • 9. -Bem... – Disse Marco, olhando para o teto – Eu estava pensando em estudar as leis... Gosto muito de ler e ajudar as pessoas. Mas, não vou prestar o vestibular agora no meio do ano. Quero ter certeza da minha escolha. -Que interessante... Somente o Eren vai prestar no meio do ano agora, não é? -Sim... Ele quer passar logo para mostrar que tem capacidade. Eu falo para ele que ele não precisa provar nada, pois ele é um gênio e todos sabem disso, mas o Eren às vezes é pior que uma porta... Cabeça dura ao extremo. – Disse Marco, dando risada – Mas, e você Sarah, o que vai querer fazer? – Terminou, perguntando. -Bem... – Pensou um pouco, mas falou logo em seguida – Eu quero ser lutadora de MMA, mas meus pais insistem que eu faça medicina... -Eu até entendo a preocupação de seus pais e a visão que eles têm de uma garota lutando, mas, faça o que você gosta, pois tenho certeza que você será ótima em qual das duas escolher... – Disse Marco, sorrindo timidamente. -É sério, Marco? – Perguntou Sarah. -Sim... Além do mais, se você fizer o que gosta, tudo fluirá melhor e será mais prazeroso do que quando você faz algo que não gosta. A carreira pode ser de sucesso, mas sem a vontade de quem a exerce se torna inócua, vazia, sem objetivos... Bem... Pelo menos é isso que eu acho... – Disse Marco, pensativo. Sarah ficou quieta, não respondeu nada e o silêncio pairou no ar por alguns segundos, até que Sarah voltou a chamar o amigo. -Marco... -Oi? – Disse o rapaz, suspirando por querer dormir. -Se você falhasse em algo que você quer muito alcançar e, quando chega próximo pensando que finalmente alcançaria, te derrubam e você cai... O que você faria? – Perguntou a garota. -Sinceramente? Eu tentaria de novo, de novo, de novo e de novo, até alcançar. Ou, até perceber que quando aquilo que você almeja a vida diz não, pode ser seu eu vislumbrando coisa melhor ainda para que possa se superar e alcançar ainda mais além. – Respondeu Marco. -Mesmo perdendo todo o caminho percorrido e ficando confuso sobre o que escolher, ou até mesmo sobre si mesmo? -Sarah... Não sei o porquê dessas perguntas enigmáticas... Mas, infelizmente, somos humanos, imperfeitos. Dúvidas sobre si mesmo ou até sobre que caminhos seguir irão nos importunar por toda a vida. Pois, esta, para mim, não se resume nada mais nada menos do que um ciclo... – Disse Marco.
  • 10. -Um... Ciclo? – Perguntou Sarah, sem entender. -Sim... Pois, quando a vida te derrubar ela te jogará ao chão, te deixando sem esperanças para continuar, mas é nessa hora que nós crescemos. Apoiando-nos em amigos e familiares, nos momentos bons vividos e na vontade de construir momentos melhores é que nos fortalecemos para quando o mesmo desafio que nos derrubou voltar a tentar nos derrubar, juntaremos tudo de bom que construímos e com nosso crescimento superaremos a barreira. Mas, não para por aí... Ao superarmos um desafio ou barreira, como no caso, outro irá surgir e vamos assim até a morte. Nesse ciclo de indecisões, vitórias, derrotas, medos, dentre outros mistérios, que assolam a mente humana... -Nossa, Marco... Foi... – Sarah foi interrompida por Marco. -Emocionante, não? Sou praticamente um filósofo! – Disse Marco, dando risada. -Não, seu idiota! – Disse Sarah, se virando de costas para o amigo e abraçando o travesseiro – Eu iria dizer foi o efeito daquele tempero maluco de Samanta que te fez ter ilusões para falar tanta bobeira e conselhos como esses. -É que quando estou com sono fico mais pensativo mesmo! – Disse Marco, dando muita risada. -Sei... Filosófico... Vamos dormir que já está bom por hoje, não é? Boa noite! – Disse a garota, irritada e de costas para o amigo. -Isso! Agora, gostei! Boa noite! – Respondeu Marco, em um tom irônico e se virando também de costas para a garota que dormia na cama. Enfim, após a discussão e conselhos de vida de Marco, ambos conseguiram descansar como queriam. No outro dia, após toda a confusão com o inseto nos cobertores de Sarah, todos, novamente no mesmo horário dos outros dias, estavam reunidos na sala divulgando idéias sobre o que poderia ser feito naquele dia. -Andar de quadriciclo! – Insistiu de novo Marco -Aí! Já chega dessa idéia Marco! – Gritou Sarah, revoltada. -Marco! Vou por um ponto final nisso! Amanhã andamos de quadriciclo! – Disse Eren, se levantando e falando firme com o colega. -UHUL! – Gritou Marco, se levantando e erguendo os braços para o alto. -Ah! Por que ninguém aceita minha idéia de rodízio dos quartos?! – Disse Samanta, indignada. -Eu já disse que não, sua – Sarah foi interrompida por Jéssica.
  • 11. -Nossa Samanta, você não acordou ontem à noite com os gritos? Lembrei agora que você não estava lá! – Disse Jéssica, perguntando para a amiga. -É verdade... Samanta, você não escutou nada? – Perguntou Sarah, com um olhar de desconfiança. -N-Não, gente! – Respondeu Samanta, dando um sorriso amarelo – E-Eu tenho sono pesado! -Uhum... Sono pesado... Acredito... – Resmungou Sarah. -Gente, vamos com calma! – Disse Eren, entrando no meio da conversa – Acho melhor fazermos um churrasco aqui em casa mesmo e utilizarmos da piscina, não acham? -É! Seria legal. Está muito calor. – Respondeu Marco, animado. -É, acho que seria divertido! – Respondeu Samanta, ainda sem graça. Sarah não falou nada e ficava olhando para a garota, como se quisesse decifrar algo. -Bem... Eu e o Marco já vamos arrumando a churrasqueira. Vocês meninas, podem temperar as carnes e tudo mais? -SIM! – Respondeu Jéssica, entusiasmada. -Ótimo! Então, vamos lá! – Gritou Eren, que saiu correndo junto com Marco para o fundo da casa onde se encontrava a piscina e a churrasqueira. Jéssica foi a primeira ir para a cozinha. Samanta, ao passar ao lado de Sarah, rumo a cozinha murmurou para a garota: -Espero que vocês não tenham matado meu adorado bichinho... – Disse Samanta, com um sorriso e voz irônica. Sarah ficou parada, enquanto Samanta foi para a cozinha. Eu sabia que foi ela. Como ela ousa. Ela irá me pagar, pensava a garota que tremia parada no lugar de tanta raiva. De repente, Jéssica chamou Sarah para ir ajudar nos preparativos; esta voltou a si e correu para a cozinha ajudar a colega. Enfim, este dia foi o primeiro dia que ninguém dos amigos correu risco de vida ou foi atormentado por alguma coisa como temperos exagerados e insetos malditos. Todos deram muitas risadas quando se lembraram da noite passada e da busca implacável contra aquele pequeno ser que atormentou a casa toda, exceto Samanta. Ninguém entendia como a garota tinha um sono tão pesado para não ter escutado a gritaria. Sarah não falava nada, pois somente admirava a cena. O churrasco foi até as 18 horas da tarde, fazendo para a janta comidas mais leves a fim de combater toda aquela gordurosa carne e refrigerantes que todos ingeriram. Eram exatamente 23 horas da noite. Todos já estavam em seus cômodos dormindo, quando Sarah saiu a passos silenciosos e foi para a garagem, onde estavam os quadriciclos já
  • 12. preparados para o passeio no dia seguinte. Havia dois deles. Samanta, durante o churrasco, comentou que adora quadriciclo e que pegaria o primeiro que encontrasse para andar com Eren e mostrar suas habilidades de pilotagem. Sarah não teve outra idéia, se não a de sabotar o primeiro quadriciclo que a garota visse na frente. Dito e feito. Sarah cortou os cabos de freio de um dos quadriciclos e travou o acelerador para que, na hora que Samanta montasse, aquele sairia em uma velocidade inesperada e não teria forma da garota brecar. A vingança é perfeita! Pensava Sarah, dando um sorriso maligno. Quando o relógio bateu à meia noite, Sarah terminou todo o serviço e foi a passos silenciosos para seu quarto, segurando de toda e qualquer forma, a risada que gostaria de estar soltando. No dia seguinte exatamente às 8 horas da manhã, quando todos estavam começando a sair de seus quartos. Marco foi o primeiro a sair correndo completamente animado, indo em direção aos quadriciclos, que se encontravam na garagem. Sarah, ao ver a animação do garoto que passou como um raio na frente de seu quarto, não entendeu de primeira o que estava acontecendo. Até que se lembrou do que havia feito no primeiro quadriciclo, o qual seria utilizado por Samanta. Sarah tentou alertar o amigo sobre o que o esperava, mas sem êxito. Marco correu e montou no primeiro quadriciclo que vira pela frente e, infelizmente, o que Sarah havia alterado. O rapaz, com toda a vontade de uma criança quando encontrava seu brinquedo preferido, saiu da garagem com o veículo ainda desligado. Do lado de fora, o ligou e acelerou com toda a força que tinha em seu corpo. O quadriciclo, na arrancada, saiu tranquilamente. Mas, após alguns segundos de movimento, sua velocidade somente aumentava mesmo sem Marco acelerar, graças à manutenção que Sarah executou no veículo na noite passada. Ao perceber o problema no acelerador, o desesperado rapaz tentou frear e, novamente, graças à brincadeira de Sarah contra Samanta os freios não funcionaram. No final de tudo, com as somas de todos os fatores, Marco, azarado por ter utilizado a maquina a qual Sarah se vingaria de Samanta, terminou se jogando do quadriciclo, ralando seus braços e o veículo indo para dentro do lago. Todos ficaram olhando a cena do amigo desesperado em cima da maquina indomável, afinal de contas, ninguém sabia o que estava acontecendo e tinham acabado de acordar. Todos se deram conta de que havia algo errado, exceto Sarah, quando Marco saltou do veículo. O jovem e machucado rapaz passou a tarde inteira sendo tratado por Sarah no quarto. A jovem ficou ajoelhada ao lado da cama e passou talas em partes dos braços de Marco. -Você armou tudo isso, não foi? – Disse Marco para Sarah, a qual estava ajudando o colega. -Sim... – Respondeu a menina, sem olhar para o amigo.
  • 13. -Era para Samanta utilizar o veículo, não era? -Sim... – Respondeu Sarah, ainda sem olhar para o amigo. -Você queria se vingar dela por ela ter posto a ba – Nesse momento, Marco soltou um grito quando Sarah apertou a tala em seu braço. -Você já sabe, não é? Então por que ficar repetindo... Eu errei e sei que – Marco a interrompeu. -Acho que você não está errada em querer dar o troco nela. Ela também pede para ser sua inimiga íntima. – Respondeu Marco, sorrindo. -O-O que? – Perguntou Sarah, sem entender o posicionamento do amigo. -É isso mesmo que você ouviu. Eu só acho que não precisaria ser algo tão drástico e mortal como sabotar um veículo. -É... Acho que exagerei... E no final das contas, sobrou novamente para você, como sempre... – Disse a garota, abaixando a cabeça. -Sim, mas, por favor, não fique mal pelo que aconteceu comigo. Eu estou bem aqui, não estou? Agi rapidamente quando vi que o veículo não estava funcionando da maneira correta. Os ralados foram um risco que tive que correr para não acontecer algo pior. Agora... Imagine se fosse a Samanta... – Disse Marco, suspirando. Sarah não respondeu nada, pois ainda se sentia muito culpada pelo que acontecera com o amigo. -Acho que já está bom. – Disse Marco, se levantando e mexendo os braços com as talas – Isso não vai me fazer parar de curtir mais estes últimos dias que ficaremos aqui, não é? – Terminou sorrindo. -Você está certo... – Disse Sarah, olhando para o amigo com um sorriso no rosto – Você é um idiota e tarado, mas difícil de ser parado. -Vamos para a cozinha agora? Todos devem estar lá fazendo ou esperando a janta... Possivelmente esperando, já que sou o cozinheiro. – Disse Marco, estendendo a mão para Sarah que estava ajoelhada. -Vamos. – A garota segurou a mão do amigo e se levantou. Enfim, os dois amigos foram juntos para a cozinha, onde encontraram todos. Marco, como tinha dito, mesmo com os braços naquele estado, fez o jantar. Todos comeram, conversaram sobre o que havia acontecido, mas Marco e Sarah não abriram a boca sobre o verdadeiro motivo do problema no veículo. No final de tudo, foram todos para seus aposentos e dormiram para aproveitar os últimos dias que restavam na casa do lago de Sarah. Afinal de contas, os vestibulares no meio do ano estavam próximos e eles deveriam voltar logo para casa.