O documento analisa a aliança crescente entre o Irã e o Hamas, que representa uma ameaça devido às convicções religiosas radicais que guiam ambos. O Irã busca assumir uma posição de liderança regional apoiando grupos como o Hamas, enquanto este se aproxima cada vez mais do Irã em busca de apoio. No entanto, o Hamas também precisa manter boas relações com outros países para garantir sua sobrevivência.
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
A aliança Irã & Hamas
1. A aliança Irã-Hamas: Ameaça e Loucura
Desde a invasão do Iraque pelos EUA, o Presidente Mahmoud
Ahmadinejad do Irã, tem assumido a posição de hegemonia regional. De
fato, Ahmadinejad fala e age como se fosse o novo líder do Terceiro
Mundo. O Irã está se preparando para ser o líder do “Eixo do Mal” do
Oriente Médio com seus aliados radicais. Um aspecto importante do
novo alcance “hegêmonico” iraniano é a aliança crescente de Teerã com
o Hamas. O casamento entre os dois data de janeiro de 2006, quando
tanto o Irã, quanto a Autoridade Palestina tiveram eleições. Sob
Ahmadinejad, o Irã se tornou um estado revisionista ativo guiado por
convicções religiosas radicais, enquanto o Hamas tem obtido quase o
controle total da Autoridade Palestina (A.P.). Esse documento analisa as
implicações de uma coalizão religiosa radical entre o Irã e o Hamas.
Desenvolvimento dos laços entre o Irã e o Hamas
As relações entre o Irã e o Hamas passaram por três estágios. No final da
década de 1980, as relações entre ambos eram apenas superficiais,
principalmente porque o foco do Irã estava em outros lugares. Os
interesses do Irã estavam em mobilizar os xiitas no Golfo, em financiar o
terror mundial, e formar o Hezbolá com um radicalismo sectário. Estas
ações irritavam o Hamas – um movimento sunita radical. O Hamas
também via o apoio do Irã ao Jihad al-Islami, uma facção palestina
diferente, como ameaça à sua posição na arena doméstica palestina.
O segundo estágio começou com a invasão do Iraque em 1991, e sua
restrição subsequente. Apesar da política dos EUA falar em restrição
dupla, esta política foi imposta muito mais duramente no Iraque. O Irã
começou a se ver como um “hegemômico” regional em potencial, ou até
mesmo o líder do Terceiro Mundo. O Irã é a única potência regional a ser
dotada com uma grande população e uma plenitude de recursos naturais.
Nem a Turquia podia competir com essa combinação, em uma época em
que o Egito, o poder regional na década de 60 e 70, e inimigo natural do
Irã, continuou seu declínio relativo sob Mubarak. O Irã começou a focar
o aumento do poder do estado e controle sobre as nações guiadas pela
convicção radical e fanática.
Esta mudança na auto-percepção iraniana de uma revolução bolchevique
religiosa em um poder de estado radical, ou uma stalinização de políticos
iranianos, entrou em uma nova era de um relacionamento mais amigável
entre o Irã e o Hamas. O Hamas foi convidado por Terrã para grandes
2. eventos. O Irã começou a apoiar a organização financeiramente e o
Hezbolá treinou alguns dos 415 membros da organização, expulsos por
Israel em 1995, para Mar al-Zuhur, na arte do terrorismo. O Primeiro
Ministro israelense Yitzhak Rabin, repetiu o erro egrégio de permitir a
repatriação de terroristas, que foram introduzidos em uma nova era de
terrorismo. Novas medidas de letalidade surgiram: o advento do
terrorista suicida.
Mas, até a década de 90, o Hamas ainda era uma “peça” pequena no
mundo – um movimento com um orçamento estimado em 50 milhões de
dólares. A A.P. (Autoridade Palestina) controlada pela Organização para
a Libertação da Palestina (OLP), passou a receber a atenção do mundo.
A estrela do Hamas, cada vez mais luminosa antes de Oslo, começou a se
apagar à medida em que a A.P. criou raízes. O Hamas se viu forçado a
reduzir significantemente o terrorismo na segunda metade da década de
90, culminando com sua expulsão da Jordânia em 1999, e sua bifurcação.
Parte da organização estava localizada na relativamente distante Damasco
(um destino também experimentado pela OLP); enquanto o outro braço
operava na Cisjordânia, e especialmente na Faixa de Gaza.
Durante esse período (1993 a 2000), o Hamas também sofreu apoio
público limitado. Peritos palestinos em sondar a opinião pública viam
consistentemente que apenas uns meros 14-18% dos entrevistados
apoiavam o Hamas, enquanto o dobro apoiava a Fatah. Por esta razão, o
Hamas desistiu de participar das eleições palestinas de 1996.
O Irã achou que valia mais a pena investir no Hezbolá, após o acordo de
Taif (Arábia Saudita) no Líbano, do que no Hamas. Se ele tivesse jogado
suas cartas com habilidade, o Irã poderia possivelmente dominar um
estado limítrofe de Israel.
A transformação do relacionamento Irã-Hamas
As mudanças na arena mundial no novo século transformaram o
relacionamento entre o Irã e o Hamas pela terceira vez. A invasão do
Iraque em 2003, junto com a violência palestina desde 2000, culminaram
com uma vitória eleitoral do Hamas em janeiro de 2006. A violência
palestina, a morte de Arafat, além da percepção do Hamas de que eles
foram vencidos pelo contra-terrorismo israelense, fizeram com que a
organização terrorista tomasse o caminho do realismo político.
A vitória do Hamas nas eleições, e a captura de um “quase-estado”,
poderia ajudar o Irã a se tornar um poder atrás de representantes em busca
de uma hegemonia regional. O novo governo encabeçado pelo Hamas
3. tem gravitado cada vez mais em direção ao Irã, à medida que este
aumenta sua cooperação com o Hamas.
Um prognóstico para a Aliança
O Hamas, já que está em uma posição mais vulnerável, está jogando um
jogo mais cauteloso. A organização vê a importância do Egito como uma
“linha de vida” para Gaza, e está tomando todo o cuidado para não
antagonizar o Cairo. Até o momento, o Egito está cooperando com o
Hamas, apesar de sua aliança com o Irã, porque o Egito ainda vê Israel
como uma grande ameaça, em um balanço clássico de cálculo de ameaça.
Entretanto, este relacionamento poderia mudar se o poder do Irã e os
vínculos dos palestinos com o terrorismo da al Qaeda no Sinai
aumentarem. O seqüestro do correspondente da BBC Alan Johnson, por
grupos possivelmente ligados à al Qaeda em março de 2007, e seu
envolvimento com inúmeros ataques terroristas a cyber cafés e centros
cristãos em Gaza, podem resultar em uma mudança de atitude no Egito,
em relação à ameaça islâmica em geral, e do Hamas em particular.
O Hamas não pode desconsiderar as implicações de uma aliança de um
estado sunita potenciamente moderado entre o Egito, Jordânia e a Arábia
Saudita. Como o analista político palestino Abdullah Hourani
recentemente observou em um número da revista Majjalat al-Dirasat al-
Filastinyya, o Hamas quase não mostrou entusiasmo pela vitória do
Hezbolá – parcialmente porque a tríade entre o Irã, Hezbolá e o Hamas é
caracterizada pela inveja, como é o caso da maior parte de
relacionamentos entre uma potência e seus subordinados. Estes últimos
geralmente querem a atenção e benefícios que a potência pode lhes dar. É
interessante observar que o envolvimento do Irã-Hezbolá no terrorismo,
geralmente ocorreu com grupos renegados da Fatah, ao invés do Hamas.
O Hamas também aprecia o valor de seu governo de unidade com a
Fatah. O Hamas teve de encarar a hostilidade dos palestinos
nacionalistas e mais seculares (Abbas e Fatah), combinado com a
oposição dos EUA, Jordânia e Israel – uma formidável força de inimigos.
Por estas razões, o Hamas está sabiamente mantendo aberta a opção de
saída da aliança iraniana-síria, evitando danos contra cidadãos e
interesses americanos em Gaza, se refreando do terror internacional, e
evitando abertamente se identificar com a al Qaeda.
O Irã, ao contrário, está caminhando em direção a um desastre ao trilhar o
mesmo caminho de Muhammad Ali na primeira metade do século
dezenove, Jamal Abd al-Nasser um século depois, e Saddam Hussein na
década de 90. Talvez o Irã tenha a motivação, mas falta a capacidade
necessária para desafiar num campo de jogo internacional, no qual o
4. poder no centro nos dois últimos séculos apenas mudou entre os
jogadores da “região norte”, ao invés de diversificar ou espalhar mais
uniformemente. Se a União Soviética cedeu para os EUA, embora após
um longo desafio, o Irã que é tão menos dotado de recursos humanos e
naturais, quase não pode desafiar esse fato básico da vida internacional.
O que o Hamas pode fazer?
Mais cedo ou mais tarde, o Irã encarará o poder bruto dos EUA – sob
uma administração republicana ou democrática, ou antes ou depois de
Teerã conseguir a bomba – e o desfecho será bem aparente. Naquele
momento, o Hamas pode decidir ligar-se ao ocidente para negociar a paz,
ao invés de ser parte da tentiva de tentar derrotá-lo, e sofrer por sua vez,
uma derrota.
Para se conseguir a paz, há necessidade de mudança de mentalidade do
Hamas, de um pan-islamismo e pan-arabismo de conquista, para um pan-
arabismo de oportunidade criativa. A base desse novo pan-arabismo deve
ser uma forma de federação jordaniano-palestina, que permitirá que os
palestinos tenham acesso às oportunidades derivadas de um
relacionamento mais amigável com a Jordânia moderada e os ricos
estados do Golfo.
No presente momento, a emergência de um “pan-arabismo criativo” com
orientação palestina mais benigna parece forçada. Entretanto, após a
falha de sucessivos governos dominados pela Fatah, um governo
dominado pelo Hamas, e o governo de unidade do presente, junto com
falhas na frente do terror, os palestinos, incluindo o Hamas, poderão
reconsiderar uma aproximação diferente, mesmo que essa mudança seja
quase inevitável.
Fonte: BESA (Perspectives) – The Iran-Hamas Alliance: Threat and
Folly, por Hillel Frisch, 1 de maio de 2007.
Presidente Ahmadinejad do Irã: Contagem regressiva para a
destruição de Israel
4 de junho de 2007
O Presidente Ahmadinejad lançou um novo ataque verbal contra Israel,
prevendo sua destruição.
5. No domingo, 3 de junho de 2007, em uma cerimônia comemorando o
18º. aniversário da morte do Ayatolá Khomeini, ele declarou: “A
contagem regressiva para a destruição do regime sionista começou nas
mãos das crianças do Hezbolá”. E acrescentou: “Se deus quiser, em um
futuro próximo nós testemunharemos a destruição desse regime, graças às
realizações de todos os combatentes palestinos e libaneses”.
O Porta-Voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Mark
Regev, respondeu: “As pessoas razoáveis de todas as crenças, devem se
unir para condenar esse tipo de linguagem extremista e cheia de ódio.
Ahmadinejad oferece apenas morte e destruição. Hoje em dia ele é o
mais sério desafio para a paz e segurança regional”.