1. Página Imprimir Noticiae 1 de 3
INVESTIDOR PRIVADO
Deixe o carro, vá de mota e gaste metade
21 Outubro 2011 | 08:50
Paulo Moutinho - paulomoutinho@negocios.pt
A "lei das 125" deu um forte impulso às vendas dos veículos de duas rodas. Alguns
foram comprados para puro lazer. Noutros casos, o objectivo foi o de evitar as longas
filas de trânsito entre a casa e o trabalho . E, melhor, baixar o número de visitas ao
posto de abastecimento. As "125" são baratas, gastam muito pouco e são o ideal para
poupar em tempos de crise.
Os combustíveis estão caros. E
não há sinais de que os preços
voltem a descer, pelo menos de
forma expressiva. Representam
um custo elevado para quem
não tem alternativa para as
deslocações do dia-a-dia senão a
de utilizar um transporte
próprio. O automóvel é, quase
sempre, o meio de eleição. Mas
a mota pode ser a solução para
diminuir o consumo e, assim,
poupar alguns euros por mês.
São várias centenas ao ano.
A "lei das 125", como ficou
conhecida e que passou a
permitir aos detentores de carta
de automóvel a condução de
veículos de duas rodas até 125
centímetros cúbicos, tornou a
mota numa alternativa válida ao
automóvel. Apesar dos vários contras face às quatro rodas, como a segurança e a falta de protecção contra
as condições climatéricas, estas motas, de baixa cilindrada, têm vindo a ganhar adeptos.
As vendas dispararam, fruto do baixo preço de aquisição em resultado do surgimento de várias marcas
neste nicho de mercado. Há cada vez mais novos motociclistas, especialmente nas grandes cidades.
Utilizam as duas rodas para evitar as longas filas de trânsito mas, também, para poupar alguns euros com
o combustível. Os consumos não se comparam aos dos carros.
É aqui que reside a principal vantagem das duas rodas. A mota mais vendida em Portugal, em 2010, e
também em 2011, a Honda PCX 125, anuncia consumos de 2,2 litros a cada 100 quilómetros. Assumindo
um percurso de casa para o trabalho, e regresso a casa, na ordem dos 40 quilómetros diários, no final de
um mês, a despesa com combustível será de 30,56 euros.
Este valor, que tem por base o preço de venda de 1,579 euros por litro de gasolina de 95 octanas, compara
positivamente com os de qualquer carro. Para termo de comparação, o Negócios procurou o veículo de
quatro rodas mais vendido no último ano e desde o início deste. O Opel Corsa 1.2 Enjoy, que anuncia um
consumo urbano de 6,4 litros aos 100 quilómetros, custar-lhe-á 88,93 euros por mês, em combustível.
Há uma poupança mensal na ordem dos 58,35 euros, acreditando nos consumos anunciados pelas
respectivas marcas. Ao final de um ano, este valor dispara para cerca de 700 euros, comparando os
consumos com o automóvel a gasolina. Utilizando o mesmo modelo, mas a gasóleo (Corsa EcoFlex 1.3
CDTI), reduz a diferença, mas a continua ser expressiva: 280 euros por ano.
Seguros, mas caros
O menor consumo de combustível é, de longe, a principal vantagem dos veículos de duas rodas, para quem
os procura como alternativa de transporte próprio. Mas, para aferir se esta solução é, ou não, a mais
eficiente para a carteira, é preciso ter em conta outros factores. O mais relevante é o seguro. Comprar uma
"protecção" para uma mota é muito mais caro.
http://www.jornaldenegocios.pt/imprimirNews_v2.php?id=513409 21-10-2011
2. Página Imprimir Noticiae 2 de 3
São, ainda, poucas as seguradoras que apresentam nas sua ofertas de seguros para motas. E, nas que os
disponibilizam, são raras as que permitem simular um prémio, tal como acontece com os carros. O Corsa a
gasolina paga 164,55 euros ao ano, num seguro de responsabilidade civil, de acordo com a simulação feita
pelo Negócios, numa das maiores companhias "on-line".
A mota paga quase o dobro. Na mesma seguradora, mas numa simulação feita por telefone para um
homem de 30 anos, casado, sem registo de acidentes nos últimos anos, o preço que nos apresentaram foi
de 239 euros. Este valor, somado à despesa com combustível, eleva para 605,83 euros o custo de
utilização da mota, menos de metade do que com o carro.
Comparativamente ao Corsa a gasolina, que apresenta um custo anual de 1.231 euros, há um aforro anual
de 50,8%. A poupança baixa, face ao mesmo modelo, mas a gasóleo, passando de 625 para 216 euros. Se,
com o primeiro, quatro anos chegam para amortizar o investimento na PCX 125 (que tem um preço de
venda de 2.470 euros, mais despesas), no último, a mota só se "paga" a si própria após 11 anos.
Estacionamento
Gratuito para as motas, caro para os automóveis
Não há dúvidas. A mota é um meio de transporte mais eficiente, em comparação com o carro, quer este
seja a gasolina ou a gasóleo. Paga mais de seguro, mas consome menos combustível e há que ter em
conta, também, o facto de os veículos de duas rodas não pagarem estacionamento, ao contrário dos
veículos de quatro rodas que vêem, cada vez mais, onerada a sua presença nas grandes cidades.
Além do desafio diário de encontrar um lugar de estacionamento, os carros têm sempre que ficar
acompanhados de um "ticket" que valida o direito à utilização do espaço, por um período determinado de
tempo. Caso se conside um preço médio de 1,20 euros por hora, durante oito horas e 264 dias úteis num
ano, utilizar o carro implica um investimento anual de cerca de 2.500 euros.
Somando o estacionamento ao seguro e à despesa com o combustível, a utilização do carro para as
deslocações de casa para o trabalho, e vice-versa, apresenta um custo médio anual de 3.766 euros. A
diferença para a mota, que não paga parquímetro, dispara para mais de 3.000 euros de acordo com os
cálculos do Negócios. Este valor permite "pagar" o investimento inicial no veículo de duas rodas em menos
de um ano.
http://www.jornaldenegocios.pt/imprimirNews_v2.php?id=513409 21-10-2011
3. Página Imprimir Noticiae 3 de 3
http://www.jornaldenegocios.pt/imprimirNews_v2.php?id=513409 21-10-2011