Foi um trabalho de “dimensões faraónicas” - na expressão do seu criador, Pedro Cabrita Reis (Lisboa, 1956) -, que se cumpriu em três dias. A convite da novel anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, o artista empreendeu uma “desconstrução criativa” na Sala da Cidade de Coimbra, um espaço com cerca de 500 m2, situado no interior do edifício da Câmara Municipal, com entrada pela Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes. Um lugar com uma história longeva, porque antes de ser Sala da Cidade, foi, a partir de 1528, refeitório dos frades do Mosteiro de Santa Cruz, conservando inúmeras marcas dessa época.
“Foi um trabalho bastante estimulante”, aprecia Pedro Cabrita Reis, devido à dualidade do espaço: “o refeitório, de cariz religioso, e o espaço museológico/expositivo, de cariz profano”. Sob orientação do artista, a estrutura que caracterizava a Sala da Cidade, construída a partir de tábuas de contraplacado, que formavam um corpo central volumoso, com circuito expositivo em volta, foi fendida através de golpes de motosserra. Cortes que permitiram deslocar e colocar peças em posições diferentes, criando uma escultura que oferece perspetivas e leituras bem diferentes.
COIMBRA - Pedro Cabrita Reis transforma sala com 500 m2 numa obra de arte
1. Pedro Cabrita Reis transforma sala com 500 m2
numa obra de arte
Foi um trabalho de “dimensões faraónicas” - na expressão do seu criador, Pedro Cabrita
Reis (Lisboa, 1956) -, que se cumpriu em três dias. A convite da novel anozero: Bienal de
Arte Contemporânea de Coimbra, o artista empreendeu uma “desconstrução criativa” na
Sala da Cidade de Coimbra, um espaço com cerca de 500 m2, situado no interior do edifício
da Câmara Municipal, com entrada pela Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes. Um lugar com
uma história longeva, porque antes de ser Sala da Cidade, foi, a partir de 1528, refeitório
dos frades do Mosteiro de Santa Cruz, conservando inúmeras marcas dessa época.
“Foi um trabalho bastante estimulante”, aprecia Pedro Cabrita Reis, devido à dualidade do
espaço: “o refeitório, de cariz religioso, e o espaço museológico/expositivo, de cariz
profano”. Sob orientação do artista, a estrutura que caracterizava a Sala da Cidade,
construída a partir de tábuas de contraplacado, que formavam um corpo central volumoso,
com circuito expositivo em volta, foi fendida através de golpes de motosserra. Cortes que
permitiram deslocar e colocar peças em posições diferentes, criando uma escultura que
oferece perspetivas e leituras bem diferentes.
2. “Foi bastante interessante explorar e unir isto tudo criando uma nova base, uma nova
plataforma, reformulá-la e permitir uma nova abertura ao olhar; esta obra, entendida
como um processo de reconstrução, vem unificar os diversos tempos históricos contidos na
sala”, descreve Pedro Cabrita Reis, que batizou a sua mais recente criação como “A Casa de
Coimbra”.
Olhar para a nova obra faz pensar num grande trabalho físico necessário para a concretizar,
mas o autor afasta essa ideia. “Não houve qualquer dificuldade; foi um exercício de
criatividade, de puro prazer”, diz, fazendo questão de agradecer e elogiar o apoio que teve
de elementos da Câmara Municipal de Coimbra, da Companhia de Bombeiros Sapadores de
Coimbra e do Circulo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC). “O artista trabalha com os
mestres de outras áreas, é esta coisa quase medieval do coletivo que me encanta”,
observa.
A anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra é uma nova celebração da arte
contemporânea, coorganizada pelo CAPC, Câmara Municipal de Coimbra e Universidade de
Coimbra, que irá começar no próximo dia 31 de outubro e decorre durante o mês de
novembro. Um dos objetivos deste projeto é o de conferir proeminência à distinção da
Universidade de Coimbra, Alta e Rua da Sofia como Património Mundial da UNESCO.
Mas o principal propósito é divulgar o notável património cultural da cidade e contribuir
para uma mais significativa integração da cultura artística contemporânea no seu
quotidiano e dos seus cidadãos. Para tal, o anozero assenta em trinta atividades
distribuídas por três áreas de atuação: exposições de arte contemporânea com alguns dos
mais relevantes artistas nacionais e internacionais; atividades educativas de forma a
3. produzir um genuíno interesse em arte contemporânea; e atividades paralelas
programadas no contexto da vida artística cultural e contemporânea.