SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  5
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
PIBID LETRAS
PROJETO:
CLIC
CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR
PROFESSORES:
GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA
PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES
FLÁVIA KELLYANNE MEDEIROS DA SILVA
MÓDULO 06: TEATRO
ALUNO:_____________________________________
www.projetoclicraul.blogspot.com
MÚSICA: CÁLICE
(CHICO BUARQUE)
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa.
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda (Cálice!)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno (Cale-se!)
Nem seja a vida um fato consumado (Cale-se!)
Quero inventar o meu próprio pecado (Cale-se!)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez tua cabeça! (Cale-se!)
Minha cabeça perder teu juízo. (Cale-se!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cale-se!)
Me embriagar até que alguém me esqueça (Cale-se!)
PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES
(Geraldo Vandré)
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer.

Contenu connexe

En vedette

Desvendando o poeta e suas poesias
Desvendando o poeta e suas poesiasDesvendando o poeta e suas poesias
Desvendando o poeta e suas poesiasstuff5678
 
MÓDULO 1 conhecendo a literatura pronto
MÓDULO  1 conhecendo a literatura prontoMÓDULO  1 conhecendo a literatura pronto
MÓDULO 1 conhecendo a literatura prontoPriscila Santana
 
Módulo avulso VIII (gregório de matos)
Módulo avulso VIII (gregório de matos)Módulo avulso VIII (gregório de matos)
Módulo avulso VIII (gregório de matos)Priscila Santana
 
Música casa no campo (slide)
Música casa no campo (slide)Música casa no campo (slide)
Música casa no campo (slide)stuff5678
 
Fuga bucólica
Fuga bucólicaFuga bucólica
Fuga bucólicastuff5678
 
Módulo 8 (gregório de matos política e sociedade)
Módulo 8 (gregório de matos política e sociedade)Módulo 8 (gregório de matos política e sociedade)
Módulo 8 (gregório de matos política e sociedade)Priscila Santana
 
Módulo avulso - Literatura marginal
Módulo avulso - Literatura marginalMódulo avulso - Literatura marginal
Módulo avulso - Literatura marginalPibid-Letras Córdula
 
Sequência - As várias faces do amor
Sequência - As várias faces do amorSequência - As várias faces do amor
Sequência - As várias faces do amorPibid-Letras Córdula
 
Apresentação do material arcadismo
Apresentação do material arcadismoApresentação do material arcadismo
Apresentação do material arcadismoRenally Arruda
 
Módulo I - Crônica
Módulo I - CrônicaMódulo I - Crônica
Módulo I - CrônicaBruna Maria
 
Dinâmica observando o arcadismo
Dinâmica observando o arcadismoDinâmica observando o arcadismo
Dinâmica observando o arcadismostuff5678
 
Sequência Música
Sequência MúsicaSequência Música
Sequência MúsicaBruna Maria
 

En vedette (20)

Desvendando o poeta e suas poesias
Desvendando o poeta e suas poesiasDesvendando o poeta e suas poesias
Desvendando o poeta e suas poesias
 
MÓDULO III -POESIA
MÓDULO III -POESIAMÓDULO III -POESIA
MÓDULO III -POESIA
 
MÓDULO 1 conhecendo a literatura pronto
MÓDULO  1 conhecendo a literatura prontoMÓDULO  1 conhecendo a literatura pronto
MÓDULO 1 conhecendo a literatura pronto
 
Módulo avulso VIII (gregório de matos)
Módulo avulso VIII (gregório de matos)Módulo avulso VIII (gregório de matos)
Módulo avulso VIII (gregório de matos)
 
Música casa no campo (slide)
Música casa no campo (slide)Música casa no campo (slide)
Música casa no campo (slide)
 
Modulo 4 avulso
Modulo 4 avulso Modulo 4 avulso
Modulo 4 avulso
 
MÓDULO IV
MÓDULO IVMÓDULO IV
MÓDULO IV
 
Fuga bucólica
Fuga bucólicaFuga bucólica
Fuga bucólica
 
Modulo 7
Modulo 7 Modulo 7
Modulo 7
 
Módulo 8 (gregório de matos política e sociedade)
Módulo 8 (gregório de matos política e sociedade)Módulo 8 (gregório de matos política e sociedade)
Módulo 8 (gregório de matos política e sociedade)
 
Módulo avulso - Literatura marginal
Módulo avulso - Literatura marginalMódulo avulso - Literatura marginal
Módulo avulso - Literatura marginal
 
Sequência - As várias faces do amor
Sequência - As várias faces do amorSequência - As várias faces do amor
Sequência - As várias faces do amor
 
Apresentação do material arcadismo
Apresentação do material arcadismoApresentação do material arcadismo
Apresentação do material arcadismo
 
Módulo - Literatura marginal
Módulo - Literatura marginalMódulo - Literatura marginal
Módulo - Literatura marginal
 
Módulo Racismo
Módulo RacismoMódulo Racismo
Módulo Racismo
 
Sequência - Literatura marginal
Sequência - Literatura marginalSequência - Literatura marginal
Sequência - Literatura marginal
 
Módulo I - Crônica
Módulo I - CrônicaMódulo I - Crônica
Módulo I - Crônica
 
Módulo: As várias faces do amor
Módulo: As várias faces do amorMódulo: As várias faces do amor
Módulo: As várias faces do amor
 
Dinâmica observando o arcadismo
Dinâmica observando o arcadismoDinâmica observando o arcadismo
Dinâmica observando o arcadismo
 
Sequência Música
Sequência MúsicaSequência Música
Sequência Música
 

Similaire à Músicas de Chico Buarque e Geraldo Vandré

Similaire à Músicas de Chico Buarque e Geraldo Vandré (20)

358 an 15_novembro_2011.ok
358 an 15_novembro_2011.ok358 an 15_novembro_2011.ok
358 an 15_novembro_2011.ok
 
Acre e-book nº 026 (outubro, novembro e dezembro 2022)
Acre e-book nº 026 (outubro, novembro e dezembro 2022)Acre e-book nº 026 (outubro, novembro e dezembro 2022)
Acre e-book nº 026 (outubro, novembro e dezembro 2022)
 
Arte na ditadura 9º ano.pdf
Arte na ditadura 9º ano.pdfArte na ditadura 9º ano.pdf
Arte na ditadura 9º ano.pdf
 
Módulo avulso (gregório de matos)
Módulo avulso (gregório de matos)Módulo avulso (gregório de matos)
Módulo avulso (gregório de matos)
 
Acre 2ª edição (abril, maio,junho 2012)
Acre 2ª edição (abril, maio,junho 2012)Acre 2ª edição (abril, maio,junho 2012)
Acre 2ª edição (abril, maio,junho 2012)
 
512 an 24_fevereiro_2015.ok
512 an 24_fevereiro_2015.ok512 an 24_fevereiro_2015.ok
512 an 24_fevereiro_2015.ok
 
Ditadura parte1
Ditadura   parte1Ditadura   parte1
Ditadura parte1
 
Módulo 5 avulso teatro
Módulo  5 avulso teatroMódulo  5 avulso teatro
Módulo 5 avulso teatro
 
Módulo 5 avulso teatro
Módulo  5 avulso teatroMódulo  5 avulso teatro
Módulo 5 avulso teatro
 
Acre e-book nº 024 (março, abril e maio 2022))
Acre e-book nº 024 (março, abril e maio 2022))Acre e-book nº 024 (março, abril e maio 2022))
Acre e-book nº 024 (março, abril e maio 2022))
 
Reporter capixaba 62
Reporter capixaba 62Reporter capixaba 62
Reporter capixaba 62
 
Reporter Capixaba 62
Reporter Capixaba 62Reporter Capixaba 62
Reporter Capixaba 62
 
Reporter capixaba 62
Reporter capixaba 62Reporter capixaba 62
Reporter capixaba 62
 
Música e ensino de ciências
 Música e ensino de ciências Música e ensino de ciências
Música e ensino de ciências
 
Reporter capixaba 61
Reporter capixaba 61Reporter capixaba 61
Reporter capixaba 61
 
Reporter capixaba 61
Reporter capixaba 61Reporter capixaba 61
Reporter capixaba 61
 
Reporter capixaba 61
Reporter capixaba 61Reporter capixaba 61
Reporter capixaba 61
 
Poemas de gregório de matos guerra
Poemas de gregório de matos guerraPoemas de gregório de matos guerra
Poemas de gregório de matos guerra
 
Sopa de Massa
Sopa de Massa  Sopa de Massa
Sopa de Massa
 
Projeto cinema
Projeto cinemaProjeto cinema
Projeto cinema
 

Músicas de Chico Buarque e Geraldo Vandré

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID LETRAS PROJETO: CLIC CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR PROFESSORES: GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES FLÁVIA KELLYANNE MEDEIROS DA SILVA MÓDULO 06: TEATRO ALUNO:_____________________________________ www.projetoclicraul.blogspot.com
  • 2. MÚSICA: CÁLICE (CHICO BUARQUE) Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor e engolir a labuta? Mesmo calada a boca resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa? Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Quero lançar um grito desumano Que é uma maneira de ser escutado Esse silêncio todo me atordoa Atordoado eu permaneço atento Na arquibancada, prá a qualquer momento Ver emergir o monstro da lagoa. Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice
  • 3. Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue De muito gorda a porca já não anda (Cálice!) De muito usada a faca já não corta Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!) Essa palavra presa na garganta Esse pileque homérico no mundo De que adianta ter boa vontade? Mesmo calado o peito resta a cuca Dos bêbados do centro da cidade Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Talvez o mundo não seja pequeno (Cale-se!) Nem seja a vida um fato consumado (Cale-se!) Quero inventar o meu próprio pecado (Cale-se!) Quero morrer do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!) Quero perder de vez tua cabeça! (Cale-se!) Minha cabeça perder teu juízo. (Cale-se!) Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cale-se!) Me embriagar até que alguém me esqueça (Cale-se!) PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES (Geraldo Vandré) Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não
  • 4. Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando Indecisos cordões Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Há soldados armados Amados ou não Quase todos perdidos De armas na mão Nos quartéis lhes ensinam Uma antiga lição: De morrer pela pátria E viver sem razão Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Nas escolas, nas ruas Campos, construções Somos todos soldados Armados ou não Caminhando e cantando E seguindo a canção
  • 5. Somos todos iguais Braços dados ou não Os amores na mente As flores no chão A certeza na frente A história na mão Caminhando e cantando E seguindo a canção Aprendendo e ensinando Uma nova lição Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer.