SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  130
Télécharger pour lire hors ligne
2a
SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Volume2
GEOGRAFIA
Ciências Humanas
CADERNO DO PROFESSOR
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
GEOGRAFIA
ENSINO MÉDIO
2a
SÉRIE
VOLUME 2
Nova edição
2014-2017
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretária-Adjunta
Cleide Bauab Eid Bochixio
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Dione Whitehurst Di Pietro
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
Os materiais de apoio à implementação
do Currículo do Estado de São Paulo
são oferecidos a gestores, professores e alunos
da rede estadual de ensino desde 2008, quando
foram originalmente editados os Cadernos
do Professor. Desde então, novos materiais
foram publicados, entre os quais os Cadernos
do Aluno, elaborados pela primeira vez
em 2009.
Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do
Professor e do Aluno foram reestruturados para
atender às sugestões e demandas dos professo-
res da rede estadual de ensino paulista, de modo
a ampliar as conexões entre as orientações ofe-
recidas aos docentes e o conjunto de atividades
propostas aos estudantes. Agora organizados
em dois volumes semestrais para cada série/
ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e
série do Ensino Médio, esses materiais foram re-
vistos de modo a ampliar a autonomia docente
no planejamento do trabalho com os conteúdos
e habilidades propostos no Currículo Oficial
de São Paulo e contribuir ainda mais com as
ações em sala de aula, oferecendo novas orien-
tações para o desenvolvimento das Situações de
Aprendizagem.
Para tanto, as diversas equipes curricula-
res da Coordenadoria de Gestão da Educação
Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do
Estado de São Paulo reorganizaram os Cader-
nos do Professor, tendo em vista as seguintes
finalidades:
incorporar todas as atividades presentes
nos Cadernos do Aluno, considerando
também os textos e imagens, sempre que
possível na mesma ordem;
orientar possibilidades de extrapolação
dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do
Aluno, inclusive com sugestão de novas ati-
vidades;
apresentar as respostas ou expectativas
de aprendizagem para cada atividade pre-
sente nos Cadernos do Aluno – gabarito
que, nas demais edições, esteve disponível
somente na internet.
Esse processo de compatibilização buscou
respeitar as características e especificidades de
cada disciplina, a fim de preservar a identidade
de cada área do saber e o movimento metodo-
lógico proposto. Assim, além de reproduzir as
atividades conforme aparecem nos Cadernos
do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-
crever a atividade e apresentar orientações mais
detalhadas para sua aplicação, como também in-
cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do
Professor (uma estratégia editorial para facilitar
a identificação da orientação de cada atividade).
A incorporação das respostas também res-
peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,
elas podem tanto ser apresentadas diretamente
após as atividades reproduzidas nos Cadernos
do Professor quanto ao final dos Cadernos, no
Gabarito. Quando incluídas junto das ativida-
des, elas aparecem destacadas.
ANOVA EDIÇÃO
Leitura e análise
Lição de casa
Pesquisa em grupo
Pesquisa de
campo
Aprendendo a
aprender
Roteiro de
experimentação
Pesquisa individual
Apreciação
Você aprendeu?
O que penso
sobre arte?
Ação expressiva
!
?
Situated learning
Homework
Learn to learn
Além dessas alterações, os Cadernos do
Professor e do Aluno também foram anali-
sados pelas equipes curriculares da CGEB
com o objetivo de atualizar dados, exemplos,
situações e imagens em todas as disciplinas,
possibilitando que os conteúdos do Currículo
continuem a ser abordados de maneira próxi-
ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades
de aprendizagem colocadas pelo mundo con-
temporâneo.
Para saber mais
Para começo de
conversa
Seções e ícones
SUMÁRIO
Orientação sobre os conteúdos do volume 7
Situações de Aprendizagem 13
Situação de Aprendizagem 1 – Matrizes culturais do Brasil 13
Situação de Aprendizagem 2 – A dinâmica demográfica 28
Situação de Aprendizagem 3 – O trabalho e o mercado de trabalho 45
Situação de Aprendizagem 4 – A segregação socioespacial e a exclusão social 56
Situação de Aprendizagem 5 – A tectônica de placas e o relevo brasileiro 64
Situação de Aprendizagem 6 – As formas de relevo brasileiro e as funções das
classificações 83
Situação de Aprendizagem 7 – Águas no Brasil: gestão e intervenções 92
Situação de Aprendizagem 8 – Gestão dos recursos naturais: o “estado da arte” no
Brasil 106
Propostas de Situações de Recuperação 113
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 116
Considerações finais 121
Quadro de conteúdos do Ensino Médio 122
7
Geografia – 2a
série – Volume 2
ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME
Em outras palavras, de nossa parte a expectati-
va é a de que possamos realizar um trabalho a
“quatro mãos”, contando com sua colaboração.
Dito isso, de qualquer modo vale chamar a
atenção para o fato de que, ao se trabalhar os
temas pertencentes ao conteúdo (população
brasileira), julgamos fundamental oportuni-
zar um contato mais estreito dos estudantes
com a leitura e a interpretação de dados es-
tatísticos, o que poderá ser feito (sem excluir
outros recursos e materiais) por intermédio de
uma atenção especial ao exercício de leitura e
interpretação de gráficos e tabelas. Como é de
seu conhecimento, o conjunto de temas abor-
dados favorece esse encaminhamento, quando
não o exigem.
Nas atividades das Situações de Aprendi-
zagem 1, 2, 3 e 4 procuramos articular o tra-
tamento dos temas básicos relacionados à
população brasileira com três aspectos: o con-
ceitual, o temporal e o comparativo com ou-
tros países, pois acreditamos que isso poderá
contribuir para uma compreensão enriquecida
acerca do conteúdo central trabalhado. A nos-
so ver, tal orientação ajuda a evitar que as aulas
de Geografia sejam desprovidas da abordagem
processual, levando-nos a zelar para que não
sejam apenas perfiladas atualidades que, isola-
das de abordagem conceitual e histórica, nada
ou pouco contribuem para a perspectiva geo-
gráfica de análise. Ademais, é necessário ter
Prezado(a) professor(a),
Alguns conteúdos da Geografia do Brasil
presentesnovolume2docurrículoda6a
série/
7o
ano do Ensino Fundamental são retoma-
dos neste volume da 2a
série do Ensino Mé-
dio. Em particular, são resgatados aspectos
essenciais acerca da população brasileira,
articulando-se uma visão de síntese sobre
suas bases formativas, suas dinâmicas de-
mográfica e social. Além disso, e como não
poderia deixar de ser, sugerimos estratégias
didáticas para o desenvolvimento do tema
segregação socioespacial, uma das expres-
sões mais visíveis da pobreza e da exclusão
social principalmente nas cidades brasilei-
ras médias e grandes.
Tendo em vista que a população brasileira
é um dos eixos condutores deste Caderno, cabe
reconhecer que a gama de conteúdos e temas
relacionados é abrangente, o que nos exigiu
fazer recortes ou selecioná-los para o trabalho
em sala de aula. Isso, contudo, não exclui sua
participação ativa em rever o que foi sugerido,
ampliando ou remanejando conteúdos de acor-
do com o que julgar ser essencial ou interessan-
te, levando em conta a especificidade de seus
alunos. Portanto, as abordagens e os recortes
aqui propostos merecem ser acompanhados
e diversificados com as estratégias didáticas
que você utiliza para disseminar entendimento
aos seus alunos sobre a população brasileira.
8
em mente que muitos temas trabalhados são
oportunos para sensibilizar e atrair a atenção
e o interesse dos alunos, partindo de sua pró-
pria realidade existencial ou condição de vida
como, por exemplo, as discussões sobre o mer-
cado de trabalho no Brasil (que poderão ser
conduzidas priorizando-se as desigualdades de
cor e gênero) ou a abordagem sobre as condi-
ções de moradia e diferenças de rendimentos.
Já nas Situações de Aprendizagem 5, 6, 7 e
8, trataremos de temas relacionados às gran-
des estruturas da superfície terrestre. A abor-
dagem não se encerra nos fenômenos naturais,
mas evolui para discussões fundamentais so-
bre as relações do ser humano com a nature-
za. Essas relações são trabalhadas com foco
na questão dos recursos naturais e sua gestão
na realidade brasileira.
Éimportanteressaltarqueosconteúdosespe-
cíficos trabalhados nas Situações de Aprendiza-
gem procuram marcar uma distinção em relação
a algumas das velhas práticas da Geografia esco-
lar. O tema do relevo terrestre, especificamente
do relevo brasileiro, prestava-se com frequência
ao exercício da memorização da nomenclatura
dos compartimentos e das formas de relevo. As
atividades propostas no Caderno contribuirão
para a construção do conhecimento mais ana-
lítico, voltado à explicação das lógicas dos pro-
cessos naturais e à compreensão do papel das
grandes extensões do tempo na construção do
cenário natural do mundo em que vivemos.
Diante do exposto, um dos objetivos deste
Caderno é estimular o diálogo entre profes-
sor e alunos para que esses últimos possam
compreender as transformações em curso na
sociedade brasileira, inserindo-se como parte
desse processo; e também estimular o engaja-
mento dos estudantes nas grandes questões do
nosso tempo, como a abertura para a discus-
são das novas posturas éticas que começam a
permear as relações do ser humano com a na-
tureza. Assim, os percursos de aprendizagem
aqui propostos são antes de tudo sugestões
de trabalho com conteúdos programáticos,
com práticas de ensino, recursos e materiais
didáticos de modo a oferecer orientações, al-
ternativas de trabalho docente, tão somente
adicionais ao seu saber-fazer, que jamais deve
ser substituído.
Conhecimentos priorizados
As Situações de Aprendizagem 1, 2, 3 e 4
foram concebidas com o propósito de ampliar
a visão de conjunto sobre as origens e trans-
formações da população brasileira ao longo
do tempo, o que poderá conscientizar os alu-
nos acerca de seus principais problemas eco-
nômicos e sociais.
Na Situação de Aprendizagem 1 – Matri-
zes culturais do Brasil, são sugeridas estraté-
gias didáticas para oportunizar aos alunos
uma visão de síntese sobre a constituição
étnica da população brasileira, priorizando
a diversidade imbuída nos principais grupos
formadores (indígena, branco e negro africa-
no). Nesse percurso, são sugeridas estratégias
didáticas cujo objetivo é elucidar conceitos
fundamentais relacionados ao conteúdo,
9
Geografia – 2a
série – Volume 2
como miscigenação, raça e etnia, preconceito
e discriminação. Propõe-se também priorizar
os principais grupos de imigrantes e áreas de
fixação no território brasileiro, além de discus-
sões acerca do mito da “democracia racial” e
levantamentos segundo a cor realizados pelos
censos do IBGE. De certa forma, esta Situa-
ção de Aprendizagem constrói requisitos bási-
cos que serão aprofundados nas demais.
Na Situação de Aprendizagem 2 – A dinâ-
mica demográfica, priorizam-se a evolução e a
situação atual da população brasileira. Previa-
mente, são abordados conceitos fundamentais,
como taxa de natalidade, taxa de mortalidade e
crescimento natural ou vegetativo. Em seguida,
articula-se uma visão de síntese sobre a evolu-
ção demográfica do Brasil, dividindo-a em dois
grandes períodos para os quais são comenta-
dos os principais fatores responsáveis por suas
respectivas dinâmicas demográficas. Nesse per-
curso, avaliamos essencial tratar da noção de
transição demográfica para estabelecer compa-
rações entre a realidade brasileira e a de outros
países. Com o intuito de ajudá-lo a interagir me-
lhor com seus alunos, propomos um trabalho a
ser realizado com grupos de alunos, no qual se
espera que reflitam sobre o teor de opiniões e
notícias veiculadas pela mídia que, muitas vezes,
tratam questões relacionadas ao processo demo-
gráfico brasileiro de modo equivocado.
Na Situação de Aprendizagem 3 – O tra-
balho e o mercado de trabalho, por sua vez,
dirigimos a atenção para a distribuição da
População Economicamente Ativa (PEA) do
Brasil segundo os setores de produção, ressal-
tando suas transformações ao longo do pro-
cesso de urbanização do país. No essencial,
depois de trabalhar com gráficos relacionados
ao conteúdo, propõe-se o estudo sobre as de-
sigualdades de gênero e raça no mercado de
trabalho brasileiro via grupos de investigação
e pesquisa na internet.
No que tange à Situação de Aprendizagem
4 – A segregação socioespacial e a exclusão so-
cial, sugerimos associação entre trabalho con-
ceitual e de campo (ensaio fotográfico) para
que os alunos se engajem no exercício de lei-
tura do espaço urbano, quer de sua cidade ou,
para o caso das escolas situadas em áreas não
urbanas, o mais próximo. No trâmite da rea-
lização dessa dinâmica de aprendizagem, pro-
pomos que na sala de aula sejam abordadas e
diferenciadas as noções de pobreza e de exclu-
são social, além dos indicadores sociais bra-
sileiros e das condições precárias de moradia
(favelas, cortiços e loteamentos irregulares),
ao lado das transformações expressivas na or-
ganização do espaço urbano ocasionadas pela
proliferação dos condomínios fechados.
Já as Situações de Aprendizagem 5, 6, 7
e 8 apresentam uma Geografia Física que se
afasta das posturas mnemônicas que caracte-
rizavam a Geografia escolar e que incorpora
uma discussão atualizada sobre as novas reali-
dades que se constroem em torno das relações
ser humano natureza.
Na Situação de Aprendizagem 5 – A
tectônica de placas e o relevo brasileiro, co-
meçamos investindo na compreensão da
10
dinâmica do funcionamento da litosfera,
lógica essa que é alvo de novas formulações
teóricas bastante produtivas, com destaque
para a teoria das placas tectônicas. Trata-
-se de tema trabalhado anteriormente, mas
agora o objetivo é verificar essa dinâmica na
escala do território brasileiro. A abordagem
será focada na placa tectônica Sul-america-
na, que é responsável, no seu movimento,
pela formação da América do Sul e de parte
importante de seu relevo atual.
Na Situação de Aprendizagem 6 – As for-
mas de relevo brasileiro e as funções das clas-
sificações, focaliza-se um viés metodológico,
pois são discutidas as formas de olhar o relevo
e os elementos que devem ser considerados até
se chegar às classificações existentes e às suas
representações cartográficas.
Na Situação de Aprendizagem 7 – Águas
no Brasil: gestão e intervenções, trabalhamos
as relações do ser humano com a natureza,
tratamos das bacias hidrográficas brasileiras
e introduzimos a discussão dos recursos hí-
dricos e de sua gestão.
Na Situação de Aprendizagem 8 – Gestão
dos recursos naturais: o “estado da arte” no
Brasil, apresentamos de forma mais abrangente
e conceitual a gestão dos recursos naturais em
nosso meio, com destaque para dois elemen-
tos: as mudanças de postura ética que envol-
vem a própria construção da ideia de recursos
naturais e a questão da sustentabilidade, aliás,
derivada dessas mudanças de postura cuja in-
fluência vem crescendo no Brasil e no mundo.
Competências e habilidades
Na 2a
série do Ensino Médio, espera-se
que os alunos consolidem as inúmeras habi-
lidades construídas e exercitadas no decorrer
da educação básica e que também aprimorem
a forma como tais procedimentos comporão
articuladamente o quadro de autonomia in-
telectual de cada um deles. Devemos conside-
rar a importância desse aprimoramento, no
sentido de consolidar o desempenho cogniti-
vo para o pleno exercício das competências,
não apenas em função das possibilidades
de continuidade dos estudos, mas também
no tocante à autonomia e ao preparo para o
mundo do trabalho. Desse modo, propomos
neste Caderno diversas formas de articula-
ção que levam em consideração as seguin-
tes habilidades relacionadas às Situações de
Aprendizagem 1, 2, 3 e 4:
identificar uma descrição que correspon-
da a um conceito ou às características
típicas de objetos, da oralidade, de dife-
rentes tipos de texto etc;
articular a relação entre conceitos para apli-
cá-los na interpretação de gráficos e tabelas;
ler, interpretar e produzir mapas e gráfi-
cos, utilizando-os como elementos quanti-
tativos para a compreensão de fenômenos
sociais;
discriminar e estabelecer diferenciações
entre objetos, situações e fenômenos com
diferentes níveis de semelhança;
interpretar o significado histórico-geográ-
fico apresentado em diferentes linguagens,
como fatos, experiências, dados, gráficos e
11
Geografia – 2a
série – Volume 2
tabelas, fotografias, mapas, textos, descri-
ções, filmes etc. e apreender os seus signifi-
cados e intencionalidades para utilizá-los
na solução de problemas;
analisar, explicar e estabelecer relações
de situações de causa e efeito resultantes
de uma determinada sequência de acon-
tecimentos para proceder à sua análise e
posterior compreensão diante de novas
ocorrências histórico-geográficas.
Espera-se que as atividades propostas nas
Situações de Aprendizagem 5, 6, 7 e 8 contri-
buam para o desenvolvimento das seguintes
competências e habilidades:
construir e aplicar habilidades relativas ao
domínio da linguagem cartográfica (leitu-
ra e confecção) como meio de visualização
sintética das relações presentes nas realida-
des geográficas naturais e humanas;
selecionar, organizar, relacionar e interpre-
tar dados e informações, representados de
diferentes formas (em mapas, fotos, quadros
analíticos, tabelas e textos), para identificar,
analisar e construir visões de mundo;
agrupar diferentes processos de constitui-
ção dinâmica das realidades naturais na
superfície terrestre segundo sua gênese e os
modelos teóricos que procuram descrevê-la;
identificar e distinguir realidades nas dife-
rentes escalas geográficas e saber empregar
essa distinção na apreensão dos fenômenos
estudados;
construir e aplicar conceitos da Geografia
Física, mais especificamente os associados
à Geomorfologia, como meio de constru-
ção de uma visão analítica e dinâmica so-
bre as formas de relevo do Brasil;
relacionar os novos conhecimentos cons-
truídos sobre a dinâmica natural com as
transformações que vêm ocorrendo nas re-
lações ser humano natureza;
analisar e compreender a realidade nacio-
nal no que diz respeito ao modo como os
recursos naturais são geridos.
Metodologias e estratégias
Apresentamos inúmeras estratégias didáti-
cas, como aulas expositivas com a participa-
ção dos alunos, propostas de sensibilização
para captar pré-requisitos com mediação do
professor e procedimentos para organização
de seminários e trabalhos escritos em grupo,
estudos dirigidos, grupos de investigação, ela-
boração e exposição de trabalhos de pesquisa
no mural da sala de aula.
Além disso, propomos também uma va-
riedade de recursos com o intuito de trazer
amplas possibilidades de desenvolvimento de
competências por meio de inúmeras linguagens,
como: leitura de mapas; utilização de vídeos;
leitura, interpretação e comparação de textos;
leitura e estabelecimento de relações entre grá-
ficos e mapas, e destes com conceitos; análise
de imagens; pesquisa na internet; pesquisa em
materiais didáticos; elaboração de dissertações
e quadros conceituais que funcionem como
instrumentos de análise para que, nos traba-
lhos propostos, os alunos encontrem oportu-
nidade de aplicação do que eles construíram
em conjunto e para que sintam a importância
12
de refletir com método e de interferir na organi-
zação e na interpretação das realidades repre-
sentadas de diversas formas. Enfim, para que
eles sintam o conhecimento sendo incorporado
e componham suas análises.
Avaliação
Para avaliar o resultado das Situações de
Aprendizagem deste Caderno, foram propos-
tas duas estratégias. A primeira delas se refere à
participação individual dos alunos nas aulas e
discussões. Nas aulas, o que deve ser observado
é a participação na construção dos quadros con-
ceituais; nas atividades, os resultados das aplica-
ções, o que passa pela consistência das pesquisas
solicitadas e pelas problematizações sugeridas. A
segunda se refere às formas de avaliação conside-
rando os conteúdos atitudinais e procedimentais
de pesquisa, possibilitando avaliar o envolvimen-
to do aluno em diferentes habilidades.
Nesse sentido, sugerimos que a atribuição
de conceitos leve em consideração os seguin-
tes parâmetros.
Avaliação das
Situações de
Aprendizagem
Objetivos atingidos
1. Muito bom
Atingiu plenamente os
objetivos propostos.
2. Bom
Atingiu grande parte dos
objetivos propostos.
3. Regular
Atingiu os objetivos
mínimos essenciais.
4. Insuficiente
Não atingiu os objetivos
mínimos essenciais.
Para a atribuição de conceitos nas ativida-
des em grupo, de produção de textos e pesqui-
sa, sugerimos dois critérios complementares.
1. Conteúdo
atitudinal
Valorizar a pontualida-
de na entrega, organi-
zação e envolvimento
dos alunos e grupos na
elaboração dos mate-
riais solicitados.
2. Conteúdos
procedimentais
de pesquisa
Considerar a presença
de elementos meto-
dológicos próprios de
trabalhos de pesquisa,
como capa, sumário,
introdução, desenvol-
vimento do texto, con-
clusão e bibliografia.
Nessa faixa etária e nesse estágio escolar,
nenhuma atividade pode dispensar o exercício
da competência analítica do estudante, sem a
qual ele não poderá, autonomamente, cons-
truir sentidos para o que enxerga nas diferen-
tes realidades geográficas.
Além da avaliação possível das atividades
sugeridas nas Situações de Aprendizagem,
existem algumas questões objetivas propostas
como referências possíveis para a organização
de avaliações formais.
Porém, e é muito importante ressaltar, as
avaliações propostas não dispensam a criação
de novas possibilidades de avaliação. A ava-
liação não é o objetivo final, mas um meio de
aferição de uma dinâmica que não pode ser
prevista integralmente.
13
Geografia – 2a
série – Volume 2
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
etnia, preconceito e discriminação. Discute-se
ainda o mito da “democracia racial” e os le-
vantamentos segundo a cor realizados pelos
censos do IBGE. Vista em conjunto com as
demais Situações de Aprendizagem deste
Caderno, esta apresenta requisitos básicos
que serão aprofundados nas demais.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
MATRIZES CULTURAIS DO BRASIL
Enfatiza-se a constituição étnica da popula-
ção brasileira oferecendo uma síntese dos prin-
cipais grupos que a formaram: o indígena, o
branco e o negro africano. Nesse percurso são
sugeridas estratégias didáticas cujo objetivo é
elucidar conceitos fundamentais relacionados
ao conteúdo, como miscigenação, raça e
Conteúdos: constituição étnica da população brasileira e principais grupos que a formaram; miscige-
nação, raça e etnia; preconceito e discriminação; mito da “democracia racial”; pesquisas do IBGE.
Competências e habilidades: desenvolver, de forma associada, a leitura e a interpretação de textos des-
contínuos (no caso, escultura, pintura e letra de música) sobre os principais grupos étnicos formado-
res da população brasileira; selecionar, organizar e sintetizar informações por escrito, com o objetivo
de elaborar um quadro sinótico sobre os principais grupos e áreas de concentração de imigrantes no
Brasil; pesquisa individual sobre a miscigenação e o mito da “democracia racial” no Brasil; identificar
e compreender a linguagem conceitual sobre “etnia” e “raça”; ler e interpretar organograma sobre
os grupos originais e os miscigenados que contribuíram para a formação e a diversidade étnicas da
população brasileira atual; ler e analisar gráficos sobre os recenseamentos segundo a cor realizados
pelo IBGE, conceituando e problematizando as categorias empregadas; analisar mapas sobre a atual
distribuição regional por cor ou raça (IBGE), associada ao estabelecimento de relações de causa e
efeito resultantes do processo de povoamento do território brasileiro por diferentes grupos étnicos.
Sugestão de estratégias: interpretação de imagens e letra de música; aulas expositivas; consultas e
leitura do material didático adotado; pesquisa e leitura de sites na internet; pesquisa individual acom-
panhada de debate, análise de texto e mapas.
Sugestão de recursos: imagens; aparelho de som; material didático adotado; internet; tabelas; gráficos;
mapas.
Sugestão de avaliação: participação individual nas discussões e nos exercícios propostos; participação
nos grupos; fichamento de textos.
14
Etapa prévia – Sondagem inicial e
sensibilização
Para esta etapa, propomos levar para a
sala de aula registros culturais que possam
despertar o interesse dos alunos para o tema
A diversidade étnica da população brasileira.
Tendo em vista esta estratégia, inicialmente,
apresente e discuta as duas obras artísticas
sugeridas (Figuras 1 e 2), presentes no Cader-
no do Aluno, e, usando um aparelho de som,
escute a canção Afro-brasileiro. Ao longo da
apresentação e do diálogo com os alunos, pro-
pomos o roteiro de questões a seguir.
Leitura e análise de imagem e texto
1. Observe a imagem Monumento às nações
indígenas, do artista Siron Franco.
a) Em sua opinião, qual foi a intenção do
artista ao destacar o contorno territo-
rial do Brasil em um monumento dedi-
cado às nações indígenas?
O Monumento às nações indígenas é uma das mais expres-
sivas obras do artista plástico Siron Franco. Criado em 1992
e construído em Aparecida de Goiânia (GO), quando visto
do alto mostra a silhueta do mapa do Brasil. Espera-se que os
alunos observem que o artista faz referência ao fato de que
os indígenas ocupavam o território do atual Brasil antes da
chegada dos portugueses. Portanto, a posse da terra era dos
indígenas antes que os colonizadores tomassem essas terras,
praticamente dizimando os nativos.
b) Esse monumento é composto por 500
totens quadrangulares ou triangulares,
com imagens da iconografia indígena
em baixo-relevo em suas faces laterais,
além de esculturas de objetos, utensílios
ou rituais sagrados de diferentes povos
indígenas, todos reproduzidos minu-
ciosamente em concreto pelo artista, a
partir de peças datadas da época pré-
-cabralina. Em que essas informações
complementam a opinião que você ti-
nha a respeito da intenção do artista ao
produzir esse monumento?
Espera-se que os alunos percebam que a reprodução minu-
ciosa de elementos da vida dos povos indígenas comprova o
quanto eram ricas as culturas desses povos antes da chegada
dos colonizadores.
Professor, é importante que você incentive
os alunos a buscar informações que contex-
tualizem a obra de arte estudada e que inda-
gue sobre o que eles conhecem a respeito da
contribuição dos povos indígenas para a for-
mação da cultura brasileira (como culinária,
instrumentos musicais, nomes de lugares ou a
presença de palavras indígenas no português
falado no Brasil).
2. Agora, observe a imagem Navio de emi-
grantes. Em sua opinião, quais sensações o
artista Lasar Segall tentou representar em
relação aos emigrantes?
No quadro, observa-se que o olhar do pintor está situado
na ponte de comando do navio, projetando-o sobre a proa,
conferindo destaque para as famílias de emigrantes. Embora,
ao que tudo indica, o instante escolhido pelo artista é o da
tristeza do desterro, o navio parece erguer-se, maior e mais
forte que os obstáculos naturais (o mar) em direção a seu
porto de destino. Além desses aspectos, nota-se o valor atri-
buído pelo artista aos seres anônimos que, egressos de dife-
rentes países, contribuíram para a formação e a diversidade
étnica do Brasil contemporâneo.
15
Geografia – 2a
série – Volume 2
©DiomícioGomes/OPopular/AE
Figura 1 – Foto panorâmica do Monumento às nações indígenas, do artista plástico Siron Franco. Aparecida de
Goiânia (GO), 2002.
©AcervodoMuseuLasarSegall-IBRAM/MinC
Figura 2 – Navio de emigrantes (1939-1941), de Lasar Segall. Óleo com areia sobre tela, 230 x 275 cm.
16
Afro-brasileiro
Thaíde e DJ Hum
[...]
Vamos sentar aqui no chão, colocar o boxe do lado e ouvir o som do GOG
Mano bem pesado, Câmbio Negro e Racionais, meu irmão
Afinal, o que é bom tem que ser provado
Tanta coisa boa e você aí parado, acuado, é por isso que insisto
Sou preto atrevido e gosto quando me chamam de macumbeiro
Toco atabaque em rodas de capoeira, e toco direito
Minha cultura primeiro, o meu orgulho é ser um negro verdadeiro afro-brasileiro
Sabe quem eu sou? Afro-brasileiro
me diga quem é (4 vezes)
Somos descendentes de Zumbi
Grande guerreiro.
© Editora Brava Gente (Dueto Edições Musicais).
A letra da canção pretende chamar a atenção para a
presença dos afrodescendentes na população brasileira.
Mais que isso, busca reafirmar a valorização do movi-
mento negro em nosso país, a partir das décadas de 1980
e 1990, não somente por intermédio de sua organiza-
ção e mobilização político-social como também de sua
expressão pela dança, música e poesia. É o caso, entre
outros, do RAP (Rhythm and Poetry; Ritmo e Poesia) e
do Movimento Hip-Hop. Essas expressões artísticas con-
tribuem para o processo de reconstrução de identida-
des nas sociedades em que elas estão presentes, dando
origem à constituição de um novo patamar urbano de
organização social que leva em consideração as plura-
lidades, as diferenças e as dicotomias que caracterizam
os processos de construção de uma verdadeira socieda-
de democrática e igualitária. No Brasil, especificamente,
A partir da pintura do artista modernis-
ta Lasar Segall (1891-1957), é interessante
discutir com os alunos o fato de que somos
multiculturais por formação. Ressalte a
contribuição dos imigrantes na formação
da população brasileira ao lado de outros
grupos e culturas (além dos portugueses,
indígenas e africanos), destacando o fato
de que inúmeras levas de estrangeiros che-
garam ao país principalmente ao longo do
século XIX e nas primeiras décadas do
século XX. Posteriormente, questione os
alunos sobre o que conhecem a respeito dos
imigrantes que chegaram ao Brasil (países
de procedência, períodos, principais áreas
para as quais se dirigiram no território
brasileiro).
3. Leia o trecho da letra da canção Afro-
-brasileiro, de Thaíde e DJ Hum, e em se-
guida responda: Qual é a mensagem ex-
plicitada nesse trecho?
17
Geografia – 2a
série – Volume 2
Instituto Socioambiental (ISA). Disponível em: <http://www.socioambiental.org>. Acesso
em: 26 nov. 2013. Neste site, os alunos poderão entrar em contato com a riqueza e a diversida-
de dos povos indígenas brasileiros, principalmente acessando o canal temático Povos indígenas
no Brasil no link <http://pib. socioambiental.org/pt>, acesso em: 25 mar. 2014. Fundado em
1994, desde 2001 o ISA é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip),
cuja atuação é reconhecida nas questões dos direitos indígenas no Brasil, desempenhando,
além disso, intensa colaboração na discussão dos problemas sociais e ambientais no país.
Afro-Ásia. Disponível em: <http://www.afroasia.ufba.br/index.php>. Acesso em: 26
nov. 2013. Mantido pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da
Bahia (Salvador), este site disponibiliza textos da revista semestral dedicada à divulgação
de estudos relativos às populações africanas, asiáticas e seus descendentes no Brasil e ou-
tros países. Excelente fonte de consulta para os estudantes.
Memorial do Imigrante. Disponível em: <http://www.memorialdoimigrante.sp.gov.br>.
Acesso em: 25 mar. 2014. Vinculado ao Departamento de Museus e Arquivos, o Memorial
do Imigrante é um órgão da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, uma instituição
essas expressões artísticas se tornaram gradativamente as
mais recentes etapas de um processo de resistência que
há mais de séculos vem sendo desenvolvida por sua po-
pulação afrodescendente, em um processo contínuo de
constituição de uma identidade negra.
Fornecidas essas informações, pergun-
te aos alunos o que eles conhecem sobre
esse universo cultural, pedindo exemplos
de canções e compositores que porventu-
ra conheçam. O objetivo é problematizar
como a incorporação de questões como a
de gênero e raça nas músicas contribui ou
não para o processo de constituição de um
novo modelo de sociedade, mais pluralista,
democrática, participativa e cidadã, criando
novas formas e práticas de exercício político
reivindicatório.
Etapa 1 – Aula expositiva
Transposta a fase prévia de contato com os
registros culturais, pode-se discorrer em aula ex-
positiva dialogada sobre os grupos étnicos que
formaram a população brasileira: o indígena, o
branco e o negro africano. Ao discorrer sobre
o assunto, enfatize a ancestralidade da ocupação
pelos diferentes povos indígenas do atual terri-
tório brasileiro, o aviltamento do uso de mão
de obra escrava no Brasil durante os períodos
colonial e imperial, entre os elementos brancos,
a predominância dos portugueses na formação
étnica do Brasil. Aproveite a ocasião para forne-
cer a indicação de quatro sites (veja boxe), a par-
tir dos quais os alunos poderão, posteriormente,
enriquecer e aprofundar uma visão de conjunto
sobre a diversidade étnica brasileira.
18
museológica criada em 1998 que objetiva reunir, preservar, pesquisar, documentar e divul-
gar a história da imigração e a memória dos imigrantes que chegaram ao Estado de São
Paulo a partir da década de 1820. Desenvolve atividades nas áreas de museologia, arquivo
e pesquisa e possui o Núcleo Histórico dos Transportes. O site apresenta várias seções in-
teressantes, como acervo histórico-cultural, associação de amigos, programação e serviços.
Museu Afro Brasil. Disponível em: <http://www.museuafrobrasil.org.br/home>. Aces-
so em: 25 mar. 2014. O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à
Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrada pela Associação Museu
Afro Brasil – Organização Social de Cultura. O Museu conserva um acervo com mais de
5 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etno-
lógicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de
hoje. O acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africanos e afro-brasileiros,
abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão,
e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade
brasileira. O Museu Afro Brasil é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à
pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro
no Brasil. O site apresenta seções interessantes, como programação e informações sobre
as exposições temporárias e de longa duração, consulta ao catálogo on line da biblioteca
da instituição e publicações.
Após ter desenvolvido a leitura e a dis-
cussão dos registros culturais selecionados
na etapa prévia e os conteúdos sugeridos,
dirija perguntas para uma discussão em
classe que permita aos alunos considerar os
aspectos abordados como mais próximos de
sua realidade de vida. Como exemplo, suge-
rimos indagar:
Quais são suas origens? Identifique como e
em qual momento histórico seus antepas-
sados chegaram ao Brasil.
Você já percebeu que convivemos diaria-
mente com pessoas dos mais variados tipos
e jeitos de ser?
Quantas nacionalidades, costumes, religiões,
línguas e histórias contribuíram para a for-
mação do povo brasileiro?
Você acredita ser importante valorizar e res-
peitar as diferenças culturais? Justifique sua
resposta.
Discorra sobre o povoamento europeu,
destacando o conjunto dos imigrantes vindos
daquele continente e suas principais áreas de
fixação no território brasileiro. É importante
mencionar também que, os asiáticos, representa-
dos pelos japoneses, chineses e coreanos, vieram
para o Brasil no século XX e também contribuí-
ram para a formação da população brasileira.
19
Geografia – 2a
série – Volume 2
Etapa 2 – Pesquisa e debate
Com base nas questões dirigi-
das anteriormente aos alunos e
nas informações fornecidas em
sala de aula, sugerimos no Caderno do Alu-
no uma pesquisa individual, que aborde a
miscigenação e o mito da democracia racial
na sociedade brasileira. A ideia é fazer que
eles se preparem para posterior debate em
sala de aula, reunindo, a partir dos textos es-
tudados, argumentos sobre o tema.
Sugestão de textos e materiais para a
Pesquisa individual
Oriente-os quanto à utilização do material
didático adotado, selecionando, previamen-
te, capítulos ou trechos a ser lidos sobre a
composição étnica da população brasileira
e o mito da democracia racial.
Remeta-os para sites interessantes que tra-
tem desses temas. Sugerimos a consulta ao
site AfroPress, disponível em: <www.afro
press.com.br>, acesso em 25 mar. 2014, que
oferece rico e extenso material.
Depois de fornecidas as informações bá-
sicas sobre o tema que os alunos estudarão,
organize um debate para a socialização das
pesquisas.
No início do debate é importante esclare-
cer que etnia corresponde a um agrupamento
humano cuja unidade repousa na comunhão
de língua, cultura e de consciência grupal.
Explique que podem existir, em uma etnia,
traços físicos comuns, entretanto não são eles
que a definem, e sim o sentimento de perten-
cer ao agrupamento ou à comunidade. O ter-
mo raça, por sua vez, largamente utilizado no
passado, é hoje considerado impróprio, pois a
ciência já constatou que, no sentido biológico,
não existe raça humana.
Durante muito tempo utilizou-se a misci-
genação da nossa população, isto é, o cruza-
mento entre grupos étnicos, para se afirmar
que no Brasil sempre existiu uma “democra-
cia racial”. No entanto, essa visão é hoje con-
siderada um mito, pois obscurece a realidade
do preconceito e da discriminação ainda pre-
sentes na sociedade brasileira. No passado,
tal mito disfarçava o preconceito de cor em
relação ao indígena, ao negro e aos mestiços
e, também, o preconceito social determinado
pela renda e pelo status social. Serviu de for-
ma admirável à classe dominante para mas-
carar as opressivas relações étnicas e sociais
no Brasil.
Leitura e análise de texto
Para melhor compreensão, proponha
aos alunos a leitura de um trecho do texto
Uma abordagem conceitual das noções de
raça, racismo, identidade e etnia, de auto-
ria de Kabengele Munanga, professor ti-
tular de Antropologia da Universidade de
São Paulo.
20
Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia
[...] No século XVIII, a cor da pele foi considerada como um critério fundamental e divisor
d’água entre as chamadas raças. [...]
No século XIX, acrescentou-se ao critério da cor outros critérios morfológicos como a for-
ma do nariz, dos lábios, do queixo, do formato do crânio, o ângulo facial etc. para aperfeiçoar
a classificação. [...]
No século XX, descobriu-se, graças aos progressos da Genética Humana, que havia no
sangue critérios químicos mais determinantes para consagrar definitivamente a divisão da
humanidade em raças estanques. Grupos de sangue, certas doenças hereditárias e outros
fatores na hemoglobina eram encontrados com mais frequência e incidência em algumas
raças do que em outras, podendo configurar o que os próprios geneticistas chamaram de
marcadores genéticos. O cruzamento de todos os critérios possíveis (o critério da cor da
pele, os critérios morfológicos e químicos) deu origem a dezenas de raças, sub-raças e sub-
sub-raças. As pesquisas comparativas levaram também à conclusão de que os patrimônios
genéticos de dois indivíduos pertencentes a uma mesma raça podem ser mais distantes
que os pertencentes a raças diferentes; um marcador genético característico de uma raça
pode, embora com menos incidência, ser encontrado em outra raça. Assim, um senegalês
pode, geneticamente, ser mais próximo de um norueguês e mais distante de um congolês,
da mesma maneira que raros casos de anemia falciforme podem ser encontrados na Europa
etc. Combinando todos esses desencontros com os progressos realizados na própria ciência
biológica (genética humana, biologia molecular, bioquímica), os estudiosos desse campo de
conhecimento chegaram à conclusão de que a raça não é uma realidade biológica, mas sim
apenas um conceito, aliás cientificamente inoperante, para explicar a diversidade humana e
para dividi-la em raças estanques. Ou seja, biológica e cientificamente, as raças não existem.
A invalidação científica do conceito de raça não significa que todos os indivíduos ou todas
as populações sejam geneticamente semelhantes. Os patrimônios genéticos são diferentes, mas
essas diferenças não são suficientes para classificá-las em raças. O maior problema não está
nem na classificação como tal, nem na inoperacionalidade científica do conceito de raça. Se os
naturalistas dos séculos XVIII-XIX tivessem limitado seus trabalhos somente à classificação
dos grupos humanos em função das características físicas, eles não teriam certamente causado
nenhum problema à humanidade. Suas classificações teriam sido mantidas ou rejeitadas como
sempre aconteceu na história do conhecimento científico. Infelizmente, desde o início, eles se
deram o direito de hierarquizar, isto é, de estabelecer uma escala de valores entre as chamadas
raças. O fizeram erigindo uma relação intrínseca entre o biológico (cor da pele, traços morfo-
lógicos) e as qualidades psicológicas, morais, intelectuais e culturais. Assim, os indivíduos da
raça “branca” foram decretados coletivamente superiores aos das raças “negra” e “amarela”,
21
Geografia – 2a
série – Volume 2
Em seguida, apresente aos alunos as ques-
tões a seguir referentes ao texto, presentes no
Caderno do Aluno.
1. Quais foram os critérios utilizados pelos
naturalistas europeus no século XIX para
estabelecer o conceito de raça?
Espera-se que os alunos apresentem como critérios os se-
guintes elementos: cor da pele e critérios morfológicos
como formato do nariz, dos lábios, do queixo, do crânio,
o ângulo facial etc.
2. Considerando-se a genética, é possível di-
vidir a humanidade em raças? Explique
sua resposta.
Não é possível, pois a complexidade da diferenciação genética
não permite que a humanidade seja cientificamente dividida
em raças. Assim, o conceito de raça não tem validade biológica.
3. Por que o autor afirma que o conceito de
raça é carregado de ideologia?
De acordo com o texto, ao se considerar elementos culturais,
psicológicos e intelectuais para classificar raças, cria-se uma
hierarquia valorativa por meio da qual é possível estabelecer
quem é “melhor” ou “pior”, “superior” ou “inferior” que outros.
Se geneticistas consideram raça um conceito biologicamente
ultrapassado, a sociedade deve romper com classificações cria-
dascomointuitodegerarhierarquias,responsáveisporjustificar
formas de dominação de um povo sobre outros. As sociedades
devem, portanto, respeitar-se, compreendendo que as dife-
renças entre os povos manifestam-se pela diversidade cultural
e que cada indivíduo é único e como tal deve ser compreen-
dido como mais um membro da espécie humana, dentro do
contexto socioeconômico e cultural em que vive. Você pode
aproveitar essa reflexão para discutir com os alunos a ideia de
“diferença” em contraposição à ideia de “desigualdade”.
Etapa 3 – Análise de gráficos
Nesta etapa, sugerimos que você aborde a
dimensão e a importância dos Censos Demo-
gráficos realizados pelo IBGE. Os censos são
a principal atividade empreendida por um ins-
tituto oficial de estatística e fornece um retrato
sociodemográfico do país, além de ser a mais
importante fonte de informações demográfi-
cas que são utilizadas para o planejamento de
políticas públicas.
em função de suas características físicas hereditárias, tais como a cor clara da pele, o formato
do crânio (dolicocefalia), a forma dos lábios, do nariz, do queixo etc. que, segundo pensavam,
os tornam mais bonitos, mais inteligentes, mais honestos, mais inventivos etc. e consequente-
mente mais aptos para dirigir e dominar as outras raças, principalmente a negra, mais escura de
todas, e consequentemente considerada como a mais estúpida, mais emocional, menos honesta,
menos inteligente e, portanto, a mais sujeita à escravidão e a todas as formas de dominação. [...]
Podemos observar que o conceito de raça, tal como o empregamos hoje, nada tem de
biológico. É um conceito carregado de ideologia, pois como todas as ideologias, ele es-
conde uma coisa não proclamada: a relação de poder e de dominação. [...]
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Palestra proferida no
3o
Seminário Nacional Relações Raciais e Educação – PENESB – RJ, 5/11/03. Disponível em:
<https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59>. Acesso em: 26 nov. 2013.
22
Historicamente, o censo demográfico agru-
pa a população em categorias étnico-raciais,
que se alteram de acordo com o contexto so-
cioeconômico e cultural de cada época. Por
exemplo, em 1872 havia a categoria cabocla
e a população escrava (preta e parda), e em
1940, essas categorias já não existiam, confor-
me pode ser verificado no quadro a seguir.
A partir do Censo 1940, as categorias utili-
zadas para a classificação se pautaram somente
na “cor” da população, sem fazer referência às
raças. Nos Censos de 1950 e 1960, os questioná-
rios apresentaram instruções de preenchimento
para respeitar a resposta da pessoa recenseada
de acordo com o princípio de autodeclaração.
Em 1991, o IBGE lançou mão da classi-
ficação por raça, incluindo agora a catego-
ria indígena. Além disso, os questionários do
recenseamento se pautaram na definição de
“raça ou cor”. Em 2000, a definição ficou em
“cor ou raça” compondo, portanto, cinco ca-
tegorias para as pesquisas de recenseamento:
branca, preta, amarela, parda e indígena (pela
ordem em que figuram na tabela), as quais
também constam no Censo Demográfico 2010.
A investigação de cor ou raça também passou a
integrar outras pesquisas domiciliares, como a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
– PNAD, em 1987, a Pesquisa de Orçamentos
Familiares – POF, em 2002-2003, e a Pesquisa
Mensal de Emprego – PME, em 2003a
.
Categorias Étnico-raciais nos Censos Demográficos – Brasil – 1872/2010
Fonte: IBGE. Nota técnica – Histórico da investigação sobre cor ou raça nas pesquisas domiciliares do
IBGE – 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas
_raciais/notas_tecnicas.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2014.
a
Fonte de dados: IBGE. Nota técnica – Histórico da investigação sobre cor ou raça nas pesquisas domiciliares
do IBGE – 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas_raciais/
notas_tecnicas.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2014.
23
Geografia – 2a
série – Volume 2
Leitura e análise de gráfico
Observe o gráfico com seu professor e seus colegas para responder à questão a seguir.
Figura 3 – Distribuição percentual da população, por cor ou raça Brasil – 1999/2009. Fonte: IBGE. Síntese de indica-
dores sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.
br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>. Acesso em:
23 abr. 2014.
Comparando os dados de 1999 com os de
2009, qual é a grande mudança na distribui-
ção étnico-racial da população brasileira? Em
sua opinião, por que isso acontece?
Na comparação, observa-se que há diminuição no número de
brancos e aumento significativo do número de pardos. Espera-
-se que os alunos percebam que os dados de 2009 demons-
tram que mais pessoas em nosso país estão assumindo sua cor
de pele, abrindo mão, assim, de uma ideologia de cunho racis-
ta que as fazia desvalorizar a própria cor. Em parte, isso ocorre
na nossa sociedade em um contexto histórico de fortaleci-
mento do movimento negro e de uma transformação positiva
da imagem pública das pessoas desse grupo, que sofrem pre-
conceito ainda hoje. Podem surgir respostas que justifiquem
essa mudança na distribuição étnico-racial pelo aumento da
miscigenação entre negros e brancos.
24
Figura 4 – Distribuição dos estudantes de 18 a 24 anos de idade, por nível de ensino frequentado, segundo a cor ou raça - Brasil -
2001/2011. Fonte: IBGE Síntese de indicadores sociais - Uma análise das condições de vida da população brasileira 2012. Disponível
em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Indicadores_Sociais/Sintese_de_Indicadores_Sociais_2012/SIS_2012.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2013.
O que estes dados revelam a respeito do
acesso dos brasileiros à educação?
O gráfico da Figura 4 apresenta os efeitos da expansão
educacional no Brasil, mas importantes disparidades po-
dem ainda ser observadas. A proporção de jovens estu-
dantes brancos de 18 a 24 anos de idade que frequen-
tavam o Ensino Médio diminuiu; em contrapartida, os
jovens estudantes pretos ou pardos na mesma faixa etária
mantêm a frequência nesse nível. Também pode se ob-
servar o aumento da frequência no ensino superior dos
jovens pretos ou pardos. Porém, espera-se que os alunos
relacionem a discriminação racial e a desigualdade social
como fatores que influenciam o acesso dos brasileiros à
educação.
2. Leia a reportagem a seguir e analise critica-
mente essa situação.
Proponha aos alunos as atividades da seção Lição de casa a seguir.
1. Analise o gráfico a seguir e responda:
25
Geografia – 2a
série – Volume 2
Os alunos deverão levantar várias hipóteses, e entre elas po-
dem surgir questões como a dificuldade de acesso ao mer-
cado de trabalho formal, que, embora se negue, baseia-se no
preconceito relativo ao gênero e à cor da pele.
3. Com base em seus conhecimentos, respon-
da: Por que apenas a miscigenação das
etnias não permite afirmar a existência de
uma “democracia racial” no Brasil? Justifi-
que sua resposta.
O enunciado exige reflexão e associação entre aspectos
estudados e dados estatísticos divulgados pelo IBGE e por
outros institutos de pesquisa. Espera-se que os alunos pon-
derem que o fato de haver uma forte miscigenação entre
brancos e não brancos no Brasil não garante que exista uma
verdadeira democracia. Os alunos poderão estruturar a ar-
gumentação a esse respeito com base na análise do gráfi-
co (acesso a educação) e também da reportagem (questão
do desemprego). O contraste entre brancos e não brancos
estende-se para outras informações – relativas às etnias e
sua condição social (por exemplo, homens brancos são os
que ganham salários mais elevados em todas as faixas etárias,
homens negros são as maiores vítimas da violência urbana e
homens pardos de 30 a 59 anos representam maior núme-
ro de analfabetos) –, nota-se que a democracia, no que diz
respeito à cor da pele, somente poderá ser construída por
meio de mudanças socioeconômicas e culturais profundas.
Em outras palavras, para deixar de ser um mito e passar a ser
realidade, a democracia exige que os não brancos adquiram
igualdade de condições no mercado de trabalho, nível de
No Brasil, negros e mulheres ficam mais tempo desempregados, diz estudo
Negros e mulheres são os grupos que ficam mais tempo desempregados no Brasil, segundo pes-
quisa feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). [...]
O desemprego subiu para 6% em junho, maior nível desde abril de 2012, de acordo com o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o Dieese, 53,9% dos trabalhadores que procuram emprego há menos de um
ano são mulheres e 53,3%, negros. A taxa aumenta entre os desempregados há mais de um ano:
nesta situação, 63,2% são mulheres e 60,6%, negros.
Ainda conforme a pesquisa, trabalhadores com ensino médio completo ou superior in-
completo são a maior parcela dos que estão desempregados há muito tempo, representando
46,2% do total.
Nota: O segmento de negros é composto por pretos e pardos e o de não negros engloba
brancos e amarelos.
Fonte: Portal de notícias Uol. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/
2013/08/19/no-brasil-negros-e-mulheres-ficam-mais-tempo-desempregados-diz-estudo.htm>. Acesso em: 13 dez. 2013.
26
escolaridade, acesso à renda, entre outros, compatíveis com
aqueles observados para os brancos. Há, ainda, a necessidade
de deixarem de ser vistos socialmente por meio de estereó-
tipos e preconceitos.
A atividade da seção Você
aprendeu?, no Caderno do
Aluno, propõe a análise dos
gráficos e mapas das Figuras 5 e 6.
Figura 5 – População por cor ou raça – preta e indígena. IBGE. Atlas do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 197. Disponível em:
<http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/>. Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supressão de escala numérica; mantida a grafia).
População por cor ou raça – preta e indígena
27
Geografia – 2a
série – Volume 2
Figura 6 – População por cor ou raça – branca e parda. IBGE. Atlas do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 196. Disponível em:
<http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/>. Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supressão de escala numérica; mantida a grafia).
Segundo o critério da cor da pele adota-
do pelo IBGE, a distribuição da população
brasileira pode ser compreendida se forem
considerados também os processos de povo-
amento e ocupação do território nacional.
Assinale a alternativa que expressa essa rela-
ção corretamente.
a) A maior concentração de população
preta está no Nordeste e a de pardos,
População por cor ou raça – branca e parda
28
no Norte e no Nordeste, legado de uma
intensa concentração escravagista afri-
cana que, desde meados do século XVI,
predominou nas duas regiões devido à
antiga cultura canavieira.
b) No Centro-Oeste há certo equilíbrio
entre as populações branca e parda
por causa dos descendentes de povos
europeus e orientais que se dirigiram à
região ao longo do século XX, para se
dedicar à colonização de novas terras.
c) A porcentagem de população preta no
Sul do país é expressiva perante as demais
regiões e reflete um processo de coloniza-
ção e povoamento similar ao de outras
regiões brasileiras, principalmente com a
presença de negros.
d) Os brancos são maioria nas regiões Sul e
Sudeste, devido à grande concentração de
descendentes de europeus (principalmente
italianos e alemães) ou de outros povos de
cor branca (por exemplo, árabes).
e) A maior parcela das populações indígena e
parda está no Norte, o que se deve à inten-
sa mestiçagem ocorrida a partir da cons-
trução da Rodovia Transamazônica.
O enunciado da questão busca promover a associação entre
os conteúdos estudados na Situação de Aprendizagem 1 com
aqueles tratados no semestre passado. A alternativa “a“ apre-
senta pertinência quanto aos dados no mapa, mas associa er-
roneamente a antiga cultura canavieira à região Norte para ex-
plicar o predomínio da população parda; na alternativa “b”, os
descendentes de povos orientais não explicam o contingente
da população parda encontrada na região Centro-Oeste; a al-
ternativa “c” apresenta distorção quanto aos dados do mapa; e
a alternativa “e”, além de desconsiderar a porcentagem da po-
pulação indígena no Centro-Oeste, restringe a mestiçagem a
partir da construção da Rodovia Transamazônica, desconside-
rando seus antecedentes. Desse modo, a única alternativa cor-
reta é a “d”, na qual se verifica tanto a apresentação de dados
corretos a partir do mapa e gráfico apresentado para leitura e
interpretação como também causas explicativas que os justifi-
cam com base nos conhecimentos prévios dos alunos sobre o
processo de povoamento e ocupação do território brasileiro.
Comente com os alunos que, segundo o
Censo 2010, 43,1% da população brasileira se
declararam pardos e o maior percentual desse
contingente estava na Região Norte (66,9%),
sendo que todas as regiões revelaram percen-
tuais acima dos 35%, exceto o Sul, com 16,5%.
Ainda segundo o censo, 7,6% dos entrevistados
se declararam pretos, e seu maior percentual es-
tava no Nordeste (9,5%), com o Sudeste (7,9%)
a seguir, enquanto a Região Sul mostrou o me-
nor percentual (4,1%).
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
A DINÂMICA DEMOGRÁFICA
São enfatizados, nesta Situação de Aprendi-
zagem, os conceitos de natalidade, mortalidade
e crescimento natural ou vegetativo, buscando
discutir a dinâmica demográfica brasileira se-
gundo sua evolução no tempo e sua situação
atual. A partir de mapas, tabela e gráficos são
29
Geografia – 2a
série – Volume 2
Etapa prévia – Sondagem inicial e
sensibilização
Para começo de conversa, com o propósi-
to de atrair a atenção dos alunos para o tema
que será estudado, sugerimos que a sondagem
inicial ocorra por meio de um aquecimento
específico acerca do que os alunos pensam
em relação ao futuro familiar que os aguarda,
dando destaque para que se posicionem sobre
o tipo de família que pretendem ter e quais os
métodos contraceptivos por eles conhecidos.
Conteúdos: natalidade, mortalidade e crescimento natural ou vegetativo; dinâmica demográfica brasi-
leira; transição demográfica.
Competências e habilidades: articular a relação entre conceitos (crescimento natural ou vegetativo, ta-
xas de mortalidade e natalidade), aplicando-os na interpretação de gráficos e tabela sobre o cresci-
mento populacional brasileiro; por meio de gráficos, interpretar os períodos da dinâmica demográfica
do Brasil, estabelecendo relações de causa e efeito entre sequências de acontecimentos de significado
histórico-geográfico; articular os conceitos taxa de fecundidade e mortalidade infantil com a leitura
e interpretação de gráficos; discriminar e estabelecer diferenciações entre as variações das taxas de
fecundidade e mortalidade infantil e os graus de instrução das mulheres; ler e interpretar gráficos para
caracterizar regionalmente a queda da taxa de fecundidade no Brasil; construir o conceito de tran-
sição demográfica utilizando a interpretação de gráficos como recurso; apreender o significado e as
intencionalidades de ideias equivocadas divulgadas na mídia sobre o processo demográfico brasileiro,
com o objetivo de desenvolver argumentação oral e escrita com base no conteúdo estudado; identificar
conceitos e pontos relevantes para a elaboração de sínteses dissertativas.
Sugestão de estratégias: aula expositiva sobre conceitos fundamentais; leitura e interpretação de mapa,
gráficos e tabela; grupos de pesquisa e discussão; comparação de resultados de pesquisa dos grupos.
Sugestão de recursos: campanhas publicitárias; mapa, gráficos e tabela; artigos de jornais; internet.
Sugestão de avaliação: entrega dos textos solicitados; participação nas dinâmicas de aprendizagem em
sala de aula e nos grupos de discussão.
destacados os principais fatores que interferem
na variação desses índices. De modo a conferir
um encaminhamento didático para a aborda-
gem do conteúdo indicado, a evolução demo-
gráfica do Brasil é subdividida em dois grandes
períodos e, a partir da noção de transição de-
mográfica, comparada com a verificada em ou-
tros países. Nesse percurso, também é analisada
a variação das taxas de natalidade no Brasil,
comentando-se os principais fatores responsáveis,
além da queda acentuada nas taxas de mortalida-
de e de fecundidade a partir da acelerada urba-
nização. De maneira implícita, busca-se também
refletir com os alunos sobre o teor de opiniões e
notícias veiculadas pela mídia que, muitas vezes,
tratam questões relacionadas ao processo demo-
gráfico brasileiro de modo equivocado, difundin-
do preconceitos e desinformação.
30
Para dar encaminhamento a esta atividade,
sugerimos as questões a seguir, presentes no
Caderno do Aluno.
CARTOGRAFIA PESSOAL
Eu nasci na cidade de ______________________________________________, Estado (ou país)_____________________________________________.
Meu pai nasceu na cidade de _______________________________________, Estado (ou país) ______________________________________.
Minha mãe nasceu na cidade de ____________________________________, Estado (ou país) ____________________________________.
Meu avô paterno nasceu na cidade de _______________________________, Estado (ou país) _______________________________.
Meu avô materno nasceu na cidade de _______________________________, Estado (ou país) ______________________________.
Minha avó paterna nasceu na cidade de _______________________________, Estado (ou país) ____________________________.
Minha avó materna nasceu na cidade de ______________________________, Estado (ou país) ____________________________.
Meu avô materno tem (ou teve) ________________ irmãos.
Meu avô paterno tem (ou teve) ________________ irmãos.
Minha avó materna tem (ou teve) ________________ irmãos.
Minha avó paterna tem (ou teve) ________________ irmãos.
Minha mãe tem (ou teve) ________________ irmãos.
Meu pai tem (ou teve) ________________ irmãos.
Eu tenho (ou tive) ________________ irmãos.
Pretendo ter ________________
Espera-se que os dados coletados por intermédio da
ficha reproduzam em escala local os resultados coerentes
com o encolhimento da taxa de fecundidade e a intensa
migração observados no conjunto da população brasileira.
Tomando por base esses resultados, analise com os alunos a
importância de coletar e estudar dados populacionais, não
apenas para que os governos planejem as políticas públicas
adequadas às reais necessidades da população, mas também
como forma de planejar o próprio futuro.
2. Converse com seus colegas e seu profes-
sor a respeito da “cartografia” das fa-
mílias dos alunos da sua turma. Depois,
responda:
a) Houve movimentos migratórios de
uma geração para outra? Comente as
principais tendências encontradas na
turma.
1. Considerando as características de sua fa-
mília, preencha os dados do formulário a
seguir.
31
Geografia – 2a
série – Volume 2
Espera-se que os alunos destaquem que houve movimento
migratório, se for o caso – o mais provável. Com os alunos,
identifique se o movimento migratório foi intraestadual ou de
âmbito nacional e determine os vetores desse movimento.
b) O número de filhos aumentou ou dimi-
nuiu de uma geração para outra? Co-
mente as principais tendências encon-
tradas na turma.
Provavelmente, a média do número de filhos por família terá
diminuído, confirmando a tendência observada nas taxas de
fecundidade nas últimas décadas. Com os alunos, procure
traçar a média de filhos nas diferentes gerações.
Etapa 1 – Aula expositiva dialogada
Uma vez transposta a etapa prévia, suge-
rimos iniciar o trabalho com alguns concei-
tos básicos que permitem desenvolver temas
essenciais sobre a dinâmica demográfica no
Brasil. Para tanto, defina e explique:
que o crescimento populacional decorre de
duas variáveis: o saldo entre o número de
imigrantes (pessoas que entram no país) e o
número de emigrantes (pessoas que deixam
o país) e o saldo entre o número de nasci-
mentos e o número de óbitos. Essa última
variável constitui o crescimento natural ou
vegetativo. No caso do Brasil, não deixe de
informar que apenas esse último processo é
de grande importância, pois a imigração só
teve influência significativa no crescimento
populacional no final do século XIX até
1934, quando foi promulgada a Lei de Co-
tas, que restringiu drasticamente a entrada
de imigrantes no país;
que a taxa de mortalidade expressa a propor-
ção entre o número de óbitos e a população
absoluta de um lugar, em determinado inter-
valo de tempo;
que a taxa de natalidade expressa a pro-
porção entre o número de nascimentos e a
população absoluta de um lugar, em deter-
minado intervalo de tempo.
Leitura e análise de gráfico e tabela
Definidos esses conceitos básicos, apresen-
te aos alunos o gráfico e a tabela (Figura 7 e
Quadro 1), indagando-os sobre o que é pos-
sível observar em relação à evolução da di-
nâmica demográfica brasileira. Conceda-lhes
um tempo para observarem e analisarem os
dados fornecidos e estimule-os a interpretá-
-los, sempre acompanhando esse processo de
interpretação e eventuais dúvidas dos alunos,
de acordo com as questões a seguir, presentes
no Caderno do Aluno.
1. Observe o gráfico da Figura 7 e responda
às questões.
32
a) Com base em seus conhecimentos e nos
dados do gráfico, é possível afirmar que
a população brasileira está passando
por uma explosão demográfica? Justifi-
que sua resposta.
Como esse tema já foi estudado em anos anteriores, espe-
ra-se que os alunos não considerem verdadeira a afirma-
ção. O gráfico mostra que o elevado crescimento ocor-
reu na década de 1890. E entre as décadas de 1940 e 1960
houve um período de aumento da taxa de crescimento
populacional em decorrência da queda da mortalidade
resultante dos avanços da medicina, como o surgimento
dos antibióticos e a popularização de formas de preven-
ção com as vacinações em massa. A partir da década de
1960, com a redução da natalidade, iniciou-se um de-
clínio do crescimento populacional brasileiro mostrado
pelas quedas percentuais de 27,7%, em 1980, para 12,3%,
em 2010. De acordo com projeções do IBGE entre 2010 e
2020 o crescimento populacional brasileiro deverá atingir
13,6%; somente em 2043 a população voltará a diminuir.
b) Na “cartografia” da turma, a variação
do número de filhos de uma geração
para outra reflete, de certa forma, a
situação do crescimento populacio-
nal brasileiro representada no gráfico?
Explique.
O que foi apurado na classe deve confirmar a tendência de
diminuição no crescimento populacional brasileiro repre-
sentado no gráfico. Caso essa tendência não se confirme, é
importante discutir fatores sociais e econômicos locais que
possam ter influenciado o resultado.
2. Converse com seus colegas e seu professor
para responder às questões referentes à
tabela a seguir (Quadro 1).
Figura 7 – Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeção para 2020. Fontes: IBGE. Anuário estatístico do Brasil,
1995, 2001; Censo Demográfico – 2010; Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais,
Projeção da População por Sexo e Idade para o Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação 2013.
Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeção para 2020
1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
50
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
44,3
37,8
21,6
37,8
17,3 17,3
25,9
35,1
32,7
27,7
23,3
15,6
12,3 13,6
Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeção para 2020
%
33
Geografia – 2a
série – Volume 2
tivo? Exemplifique com dados da tabela.
O crescimento vegetativo é o resultado da diferença entre
as taxas de natalidade e de mortalidade a cada mil habi-
tantes. Por exemplo, no período 1872-1890, o crescimento
vegetativo era de 16,3 (46,5 de natalidade por mil e 30,2 de
mortalidade por mil).
a) Quais variáveis são utilizadas para de-
terminar o crescimento natural ou vege-
tativo da população de um país.
Taxas de natalidade e de mortalidade.
b) Como é calculado o crescimento vegeta-
Períodos
Natalidade
(por mil)
Mortalidade
(por mil)
Crescimento vegetativo
(por mil)
1872-1890 46,5 30,2 16,3
1891-1900 46,0 27,8 18,2
1901-1920 45,0 26,4 18,6
1921-1940 44,0 25,3 18,7
1941-1950 43,5 19,7 23,8
1951-1960 41,5 15,0 26,5
1961-1970 37,7 9,4 28,3
1971-1980 34,0 8,0 26,0
1981-1990 27,4 7,8 19,6
1991-2000 22,1 6,8 15,3
2001-2005 20,0 6,8 13,2
2006-2010 16,4 6,3 10,2
2011-2013 14,2 6,3 7,9
Quadro 1 – Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento vegetativo da população. Fontes: CARVALHO,
Alceu Vicente W. de. A população brasileira: estudo e interpretação. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demogra-
fia brasileira: ensaio de demoeconomia brasileira. São Paulo: Atlas/Edusp, 1973; IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1993,
1995, 2000; Síntese de indicadores sociais, 2002; IBGE. Brasil em síntese. Disponível em: <http://brasilemsintese.ibge.gov.br/>.
Acesso em: 10 mar. 2014.
Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento vegetativo da população
34
c) Como são definidas as taxas de mortali-
dade e de natalidade de um país?
A taxa de mortalidade expressa a proporção entre o nú-
mero de óbitos e a população absoluta de um lugar, em
determinado intervalo de tempo. A taxa de natalidade
expressa a proporção entre o número de nascimentos
e a população absoluta de um lugar, em determinado
intervalo de tempo.
3. De acordo com os dados apresentados no
gráfico Crescimento populacional brasi-
leiro entre 1890 e 2010 e projeção para
2020 (Figura 7), quais motivos explicam
as taxas de crescimento da população
brasileira entre 1890 e 1930?
Espera-se que os alunos considerem que o crescimento
da população brasileira no final do século XIX (1890) e
início do século XX foi impactado pelo ingresso de imi-
grantes. No início dos anos 1930, poucos meses depois de
assumir o poder, o presidente Getúlio Vargas baixou um
decreto limitando a entrada de estrangeiros no Brasil e, a
partir de 1934, a chegada de imigrantes ao Brasil diminuiu
significativamente, em consequência de diversos fatores.
Em primeiro lugar, a crise cafeeira provocou sérios danos
à economia brasileira no final dos anos 1920, gerando de-
semprego e tensão social, ampliados pelas instabilidades
causadas pelas revoluções de 1930 e 1932. Em 1934, duran-
te o primeiro governo de Getúlio Vargas, foi assinada a Lei
de Cotas de Imigração, que permitia o ingresso de apenas
2% do total de imigrantes que haviam entrado no Brasil
nos últimos 50 anos (exceção feita aos portugueses). Tais
fatores explicam a redução do incremento populacional
ocorrida entre as décadas de 1920 e 1930.
4. Qual dos períodos apresentados no gráfi-
co a seguir (Figura 8) corresponde ao de
grande crescimento vegetativo? Justifique
sua resposta.
Figura 8 – Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento vegetativo da população (por mil habitantes). Fontes: CARVALHO,
Alceu Vicente W. de. A população brasileira: estudo e interpretação. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demografia brasileira:
ensaio de demoeconomia brasileira. São Paulo: Atlas/Edusp, 1973; IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1993, 1995, 2000; Síntese de
indicadores sociais, 2002; Brasil em Síntese. Disponível em: <http://brasilemsintese.ibge.gov.br/>. Acesso em: 25 mar. 2014.
%
Brasil: taxas de natalidade, mortalidade e de crescimento vegetativo da
população (por mil habitantes)
Taxa de Natalidade
Taxa de Mortalidade
14,2
6,3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Brasil: taxas de natalidade, mortalidade e de crescimento
vegetativo da população (por mil habitantes)
%o
1872-1890
1891-1900
1901-1920
1921-1940
1941-1950
1951-1960
1961-1970
1971-1980
1981-1990
1991-2000
2001-2005
2006-2010
2011-2013
35
Geografia – 2a
série – Volume 2
O período de grande crescimento vegetativo ocorreu en-
tre as décadas de 1940 e 1960, quando as taxas de natalida-
de aumentaram e houve redução acentuada nas taxas de
mortalidade, gerando, em consequência, grande cresci-
mento vegetativo ou natural da população brasileira. Tais
fatores resultaram da revolução da tecnologia bioquímica,
do aumento do número de pessoas com acesso à rede
médico-hospitalar, às vacinações em massa e à melhoria
das condições sanitárias que contribuíram de forma signi-
ficativa para a queda acentuada das taxas de mortalidade.
Essa queda e a permanência de elevadas taxas de natali-
dade, entre 1940 e 1960, explicam o elevado crescimento
vegetativo verificado no período.
Para finalizar esta atividade, comente com
os alunos a seguinte observação:
a desaceleração demográfica marcada pela
queda das taxas de natalidade e algumas
transformações ocorridas no Brasil estão
relacionadas à crescente urbanização, ao
aumento da taxa de escolarização, à entra-
da da mulher no mercado de trabalho e à
popularização da pílula anticoncepcional e
de outros métodos contraceptivos. O con-
junto desses fatores favoreceu a redução do
número de filhos, muitas vezes traduzida
pelo planejamento familiar.
Uma vez trabalhados os principais con-
ceitos demográficos, introduza o de taxa de
fecundidade. Desse modo, inicialmente, ex-
plique que a taxa de fecundidade consiste no
número médio de filhos que as mulheres têm
no decorrer de suas vidas, em determina-
da população. Informe que para obter essa
taxa, divide-se o total dos nascimentos pelo
número de mulheres em idade reprodutiva
(de 15 a 49 anos) da população considera-
da. Segundo o IBGE, a taxa de fecundidade
total expressa o número de filhos que, em
média, teria uma mulher que durante sua
vida fértil teve seus filhos de acordo com as
taxas de fecundidade por idade do período
em estudo e não esteve exposta aos riscos de
mortalidade desde o nascimento até o tér-
mino do período fértil.
Leitura e análise de gráfico
Em seguida, sugerimos avançar suas ex-
plicações a respeito da fecundidade com
base nos gráficos das Figuras 9 e 10, pre-
sentes no roteiro de questões do Caderno
do Aluno.
1. Quais relações podem ser estabelecidas
entre os dados do gráfico da Figura 9 e
a situação do crescimento populacional
brasileiro representada no gráfico Cresci-
mento populacional brasileiro entre 1890
e 2010 e projeção para 2020 (Figura 7)?
36
O número de filhos por mulher diminuiu de 6,2, em 1940,
para 1,8 filho por mulher em 2013. No geral, o gráfico Cres-
cimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e proje-
ção para 2020 mostra uma diminuição contínua no cresci-
mento populacional, a partir da década de 1960. Ressaltan-
do que em 1960 houve um pequeno aumento na taxa de
fecundidade e um aumento no crescimento populacional
Figura 10 – Taxas de fecundidade total, por nível de instrução das mulheres, segundo as Grandes Regiões – 2010. Fonte:
Censo Demográfico 2010. Nupcialidade, Fecundidade e Migração. Resultados da Amostra. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.
gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Nupcialidade_Fecundidade_Migracao/censo_nup_fec_mig.pdf>.
Acesso em: 25 mar. 2014.
em comparação à década anterior. Segundo o IBGE, uma
taxa de fecundidade inferior a 2,0 filhos por mulher não ga-
rante a reposição da população atual, demonstrando uma
tendência de que o número de habitantes poderá diminuir
em números absolutos.
2. Observe o gráfico a seguir.
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Sem instrução e Fundamental
incompleto
Fundamental completo e
Médio incompleto
Médio completo e Superior
incompleto
Superior completo
0,50
1,00
0,00
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
Taxas de fecundidade total, por nível de instrução das mulheres, segundo as Grandes Regiões - 2010Taxas de fecundidade total, por nível de instrução das mulheres, segundo as Grandes Regiões – 2010
Figura 9 – Brasil: redução da taxa de fecundidade, 1940-2010 e projeções para 2013 e 2020. Fontes: IBGE. Censo demográfico,
1940-2010; IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Projeção da População por Sexo
e Idade para o Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação 2013.
5
6
7
Média de filhos
por mulher
Brasil: redução da taxa de fecundidade, 1940 a 2010 e projeções para 2013 e 2020
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2013 2020
0
2
3
4
1
6,2 6,2 6,3
5,8
4,4
2,9
2,4
1,9 1,8 1,6
Brasil: redução da taxa de fecundidade, 1940 a 2010 e projeções para 2013 e 2020
37
Geografia – 2a
série – Volume 2
Quais informações apresentadas neste grá-
fico contribuem para explicar a redução da
taxa de fecundidade das mulheres brasileiras?
O gráfico demonstra como as taxas de fecundidade di-
minuem sensivelmente conforme aumentam os anos de
estudo das mulheres. Percebe-se que as regiões Norte,
Centro-Oeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de
fecundidade nas mulheres sem instrução e Fundamental
incompleto, ou seja, as mulheres de menor escolaridade
apresentam as maiores taxas de fecundidade. O mesmo
pode ser verificado nas taxas de fecundidade em outras re-
giões do Brasil. Uma variável socioeconômica relacionada à
fecundidade refere-se à escolaridade da mulher. De modo
geral, as diferentes taxas de fecundidade entre as regiões
brasileiras são explicadas pelas diferenças regionais de de-
senvolvimento econômico, o que implica maior nível edu-
cacional da população.
3. Quais outros motivos podem ser conside-
rados para explicar a redução na taxa de
fecundidade brasileira, principalmente a
partir da década de 1980?
Espera-se que os alunos, de modo geral, percebam que a
redução nas taxas de fecundidade é explicada pelo aumen-
to da urbanização e, portanto, pelo maior acesso aos meios
contraceptivos, pela melhoria no nível educacional da popu-
lação, pela significativa presença da mulher no mercado de
trabalho, entre outros fatores.
Para finalizar esta atividade, apresente aos
alunos as seguintes observações: que a redu-
ção do número médio de filhos por mulher
vem ocorrendo em todo o mundo. Particular-
mente no Brasil, iniciou-se com as mulheres
das classes média e alta dos centros urba-
nos do Sul e do Sudeste – que apresentavam
maior taxa de escolarização e tinham mais
acesso às informações – e, pouco a pouco,
atingiu as demais classes sociais e regiões (es-
tendendo-se, atualmente, pelas áreas rurais).
Segundo o IBGE, a idade média em que
as mulheres têm filhos é de 26,9 anos em
2013 e as projeções indicam que deve
chegar a 28 anos em 2020.
Finalmente, não deixe de chamar a atenção
para o fato de que, como existe uma estreita
relação entre desenvolvimento econômico e
taxa de fecundidade, pelas razões apontadas
anteriormente, nos países “desenvolvidos”
ou industrializados, de modo geral, as taxas
de fecundidade são baixas quando compa-
radas às dos países em desenvolvimento e
países pobres.
Etapa 2 – Trabalho conceitual e
interpretação associada de mapa e
gráficos
Contando com o apoio do que foi abordado
nas etapas anteriores, é interessante e elucidati-
vo abordar com mais vagar o tema da transição
demográfica brasileira, para logo em seguida
comparar o caso brasileiro com o de outros
países. Para tanto, propomos a apresentação e
a discussão do mapa Mundo: estágios de tran-
sição demográfica, 2000 (Figura 11) e as ques-
tões a seguir, presentes no Caderno do Aluno.
Leitura e análise de gráfico e mapa
1. Observe a Figura 11, que apresenta os
gráficos de representação das fases da
transição demográfica, assim como um
mapa-múndi com a fase em que se encon-
travam os países em 2000.
38
Figura11–Mundo:estágiosdetransiçãodemográfica,2000.L’Atlasdumondediplomatique.Paris:ArmandColin,2006.p.38.Mapaoriginal.
Mundo:estágiosdetransiçãodemográfica,2000
©PhilippeRekacewicz,LeMondeDiplomatique,Paris
39
Geografia – 2a
série – Volume 2
a) Procure explicar o significado da ex-
pressão “transição demográfica”.
A expressão pode ser definida como a transição entre um mo-
delo demográfico marcado pela alta natalidade e mortalidade
para outro, caracterizado pela baixa natalidade e mortalidade.
b) Analise os gráficos da transição demo-
gráfica e explique o que ocorre em cada
uma das três fases apresentadas.
Espera-sequeosalunosacentuemqueaprimeirafasecaracteriza
o regime demográfico tradicional e apresenta uma alta taxa de
mortalidade e de natalidade. Na Fase I da Transição Demográfi-
ca, ocorre a redução das taxas de mortalidade e registra-se um
elevado crescimento vegetativo da população. Na Fase II, ocorre
uma redução das taxas de natalidade, e, consequentemente, do
crescimento vegetativo. Por último, na Fase III, período pós-tran-
sicional, característico de um regime demográfico moderno, as
taxas de mortalidade e de natalidade apresentam-se reduzidas.
c) Com base na observação do mapa-mún-
di, dê exemplos de países representati-
vos de cada uma das fases da transição
demográfica e, após conversar com seus
colegas e seu professor, procure levantar
hipóteses que justifiquem a classificação
desses países nessas fases.
Paísesquejáconcluíramsuatransiçãodemográfica,queseencon-
tramnaFaseIII:Japão,paíseseuropeus,EstadosUnidosdaAmérica,
Canadá etc. Fase II, caracterizada por crescimento populacional
lento: os países latino-americanos, com exceção de Bolívia, Beli-
ze, Guatemala, Honduras, Nicarágua (todos na Fase I), e Uruguai
e Cuba que estão na Fase III. Na Fase I encontram-se grande parte
dos países africanos e do Oriente Médio. Também na Ásia temos
Iêmen,Afeganistão,Nepal,Butão,Bangladesh,CambojaeLaos.
Em geral a Fase III ocorre em países onde há desenvolvimento
econômico ou em nações antigas e também os atuais e ex-
-países socialistas, que priorizaram ações voltadas para a edu-
cação, saúde e mesmo planejamento familiar. Os países que se
encontramnaFaseIsãopobres,emsuamaioriacompopulação
predominantemente rural, com pouca infraestrutura e ações
concretas em termos educacionais e de assistência à saúde.
d) Em sua opinião, quais fatores são res-
ponsáveis pela manutenção de vários
países africanos na Fase I? Quais ações
poderiam ser realizadas para a mudança
dessa situação?
Espera-se que o aluno identifique a situação de pobreza
como um dos fatores das altas taxas de natalidade e de mor-
talidade, além da falta de infraestrutura e os conflitos arma-
dos, comuns nessa região. Os alunos podem sugerir várias
ações, como investimentos em saneamento básico, saúde,
educação etc. Alguns deles podem citar o papel da ajuda in-
ternacional. Se isso acontecer, proponha a discussão sobre
a eficácia desse tipo de ajuda e que interesses estão por trás
desse auxílio patrocinado pelos países ricos.
e) Explique por que o Brasil encontra-se na
fase de transição demográfica em curso
(Fase II).
O Brasil está caminhando para a última fase, que se caracte-
riza pela diminuição acentuada das taxas de natalidade e de
fecundidade e, consequentemente, pelo crescimento popu-
lacional moderado. Segundo estimativas, nos próximos anos
a taxa de natalidade deverá ser inferior a 20%, e a de fecundi-
dade deverá declinar ainda mais.
Etapa 3 – Análise comparativa da
pirâmide etária brasileira com os
países conhecidos como BRICS
Nesta etapa, apresente aos alunos as pirâ-
mides etárias (Figura 12) do conjunto de países
emergentes, conhecidos pela sigla BRICS: Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul. Esses países,
considerados economias emergentes, apresentam
40
estruturas etárias bem diferenciadas, tornando-
-se, portanto, um excelente material de análise
acerca de como devem ser lidos e interpretados
os gráficos correspondentes às pirâmides etárias.
A análise da pirâmide etária oferece diversas in-
formações sobre a população de um país, como a
quantidade de habitantes por faixa etária, a pro-
porção por sexo e a porcentagem de pessoas em
idade produtiva (ou seja, as que se encontram en-
tre 10 e 65 anos) no total da população. Informe
aos alunos que, para interpretar uma pirâmide
etária, devemos observar os seguintes critérios:
no eixo das abscissas, registra-se a proporção de
habitantes em cada faixa etária; no eixo das orde-
nadas, as faixas de idade.
Peça aos alunos que analisem as pirâmides
etárias considerando os seguintes aspectos:
comportamento dos dados da base ao topo
corresponde à quantidade de população
em cada faixa etária de acordo com o gê-
nero (à esquerda, população do sexo mas-
culino; à direita, do sexo feminino);
diferenças entre a quantidade de população
masculina e de população feminina em cada
faixa etária correspondente;
quanto à parcela intermediária – entre 15 e 60
anos –, estabelecer relações entre este segmen-
to, correspondente à idade produtiva, e a base
da pirâmide. Se a diferença for acentuada, o
país terá um descompasso entre a população
em idade produtiva e crianças e idosos;
vértice – quantidade de população de idosos
em relação ao resto da pirâmide.
Leitura e análise de gráfico
Agora, professor, proponha as questões a se-
guir, presentes no Caderno do Aluno.
1. Com base nas semelhanças visuais das es-
truturas etárias das pirâmides do Brasil, da
Rússia, da Índia, da China e da África do
Sul, apresentadas na Figura 12, distribua os
cinco países em dois grupos. Depois, procure
caracterizar a estrutura etária desses grupos.
Grupo 1 - Brasil, Índia e África do Sul – Características da es-
trutura etária = Base larga, corpo médio e topo estreito. No
Brasil verifica-se o aumento de adultos e uma leve diminui-
ção no número de jovens.
Grupo 2 - Rússia e China - Características da estrutura etá-
ria = China e Rússia apresentam base menor que o corpo
da pirâmide, resultado de baixas taxas de natalidade, e com
número significativo de idosos. As pirâmides da Rússia e
da China mostram uma estrutura etária mais envelhecida,
contrastando com a estrutura jovem da Índia. Vale comple-
mentar que a pirâmide russa apresenta maior quantidade
de mulheres do que de homens, principalmente nas faixas
acima dos 65 anos, em virtude dos vários conflitos internos
e das guerras pelos quais o país passou em sua história, o
que afetou diretamente o contingente masculino.
2. Considerando o que você estudou até agora
e a análise comparativa da questão anterior,
explique por que a pirâmide etária brasileira
sinaliza um estágio de transição demográfica.
A análise do comportamento da pirâmide brasileira evidencia
uma diminuição da base e um maior alargamento do contin-
gente de população em idade adulta, o que sinaliza a passa-
gem da Fase II para a Fase III da transição demográfica. Deve-se
também considerar que as quedas dos níveis de fecundidade
e mortalidade nos últimos 40 anos evidenciam essa fase de
transição, fazendo que o desenho de sua pirâmide etária apre-
sente mudanças ao longo do tempo, passando de uma estru-
tura jovem nas décadas de 1960, 1970 e 1980, para uma menos
jovem apresentada em 2010. Ressalta-se que a dinâmica de-
mográfica brasileira influi diretamente nas políticas públicas de
planejamento e de atendimento social.
41
Geografia – 2a
série – Volume 2
Figura 12 – Pirâmides etárias – Brasil, Rússia, Índia, Chi-
na e África do Sul – 2010. Fonte: Nações Unidas.
Perspectivas da População Mundial Revisão de 2010.
Disponível em: <http://www.un.org/en/development/desa/
population/publications/pdf/trends/WPP2010/WPP2010_
Volume-II_Demographic-Profiles.pdf>.
Acesso em: 10 mar. 2014.
Pirâmides etárias – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – 2010
Brasil
Índia
África do Sul
China
Rússia
42
3. Quais informações podem ser obtidas a par-
tir da leitura da pirâmide etária de um país?
A análise da pirâmide etária oferece diversas informações
sobre a população de um país, como a quantidade e a dis-
tribuição de habitantes por faixa etária, a proporção por sexo
e a porcentagem de pessoas em idade produtiva (ou seja, as
que se encontram entre 10 e 65 anos) no total da população.
Para finalizar esta Situação de Apren-
dizagem, sugerimos que discuta um pouco
mais com seus alunos sobre a questão do
envelhecimento no Brasil.
Segundo estimativas do IBGE, a popula-
ção acima de 65 anos de idade deve passar
de 14,9 milhões (7,4% do total), em 2013,
para 58,4 milhões (26,7% do total), em
2060. A evolução das componentes demo-
gráficas no período 2000/2030 resulta em
um significativo envelhecimento da popu-
lação em todas as Unidades da Federação.
O envelhecimento da população acima
dos 65 anos de idade está relacionado à
diminuição da fecundidade e ao aumento
da expectativa de vida.
A projeção indica que a esperança de vida
ao nascer, que em 2013 chegou a 71,3 anos
para homens e 78,5 anos para mulheres,
em 2060, deve atingir 78,0 e 84,4 anos,
respectivamente, o que representa um ga-
nho de 6,7 anos médios de vida para os
homens e 5,9 anos para as mulheres. Para
ambos os sexos, a esperança de vida ao
nascer do brasileiro chegará aos 80,0 anos
de idade em 2041.
Essas estimativas apontam para um au-
mento da demanda por políticas voltadas
para a saúde, assistência social e previ-
dência social.
Sugerimos a atividade a seguir,
na seção Lição de casa, presente
no Caderno do Aluno, que con-
tribuirá para aprofundar a discussão sobre
a questão do envelhecimento no Brasil.
Observe o mapa Índice de Envelhecimento,
2010 (Figura 13) e responda:
Com base nas informações do mapa, co-
mente a questão do envelhecimento popula-
cional no Brasil e a distribuição espacial do
Índice de Envelhecimento no Brasil.
O processo de transição demográfica, que ocorre acelerada-
mente no Brasil, além de ser determinante no tamanho popu-
lacional, também altera a estrutura por idade da população.
Esse processo se dá de forma generalizada em cada uma das
regiões brasileiras, mas ainda se mantêm diferenciais regionais,
que refletem suas desigualdades socioeconômicas. As regiões
Sudeste e Sul, que se encontram mais adiantadas no processo
de transição demográfica, apresentam os maiores índices. Os
valores mais baixos nas regiões Norte e Centro-Oeste refletem
a influência das migrações, atraindo pessoas em idades jovens,
muitas vezes acompanhadas de seus filhos. Assim as transfor-
mações nos movimentos migratórios também têm grande in-
fluência nas mudanças demográficas, com impacto tanto nas
populações de origem quanto nas de destino. Além disso, a
Região Norte apresenta taxa de fecundidade superior à média
nacional, o que ajuda a explicar o índice. Quanto ao Índice de
Envelhecimento, ele contribui para entender as tendências da
dinâmica demográfica e acompanhar a evolução do ritmo de
envelhecimento da população, comparativamente entre re-
giões geográficas, e subsidiar a formulação, gestão e avaliação
de políticas públicas nas áreas de saúde e previdência social.
43
Geografia – 2a
série – Volume 2
Figura 13 – Índice de Envelhecimento, 2010. IBGE. Atlas do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 45. Disponível em:
<http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/>. Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supressão de escala numérica; mantida a grafia).
Índice de Envelhecimento, 2010
44
Proponha a atividade a seguir
da seção Você aprendeu?, do
Caderno do Aluno.
A dinâmica demográfica brasileira modifi-
cou-se ao longo do tempo. Interprete o gráfico
da Figura 14, relativo ao período de 1872 a 2010.
Figura 14 – Brasil: crescimento vegetativo – 1872-2010. Fontes: CARVALHO, Alceu Vicente W. de. A população brasileira: estudo e
interpretação. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demografia brasileira: ensaio de demoeconomia brasileira. São Paulo: Atlas/
Edusp, 1973; IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1993, 1995, 2000; Síntese de indicadores sociais, 2002; Brasil em Síntese. Disponível em:
<http://brasilemsintese.ibge.gov.br/>. Acesso em: 25 mar. 2014.
Avalie as afirmativas em relação às mudan-
ças representadas no gráfico.
I. Considerando-se o período de 1970 a 2010,
pode-se afirmar que houve uma redução
no crescimento vegetativo do país, proces-
so em grande parte relacionado ao acesso
da população aos métodos contraceptivos,
à urbanização e à maior participação da
mulher no mercado de trabalho.
II. A partir da crise da década de 1980,
amplas políticas governamentais de con-
trole da natalidade resultaram na queda
do crescimento vegetativo e no ingresso do
país na fase mais avançada da transição
demográfica.
III. Considerando o período de 1970 a 2010, veri-
fica-se que ocorreu um desequilíbrio entre as
taxas de natalidade e de mortalidade, provo-
cando um elevado aumento populacional, em
virtude dos avanços da medicina, do aumento
da taxa de fecundidade e da maior participa-
ção da mulher no mercado de trabalho.
IV.Em meados do século XX, a redistribui-
ção espacial da população, pelo cresci-
mento da migração campo-cidade, e a
aceleração do processo de urbanização
foram fatores que contribuíram de manei-
ra expressiva para a redução das taxas de
natalidade. Além disso, sobretudo a partir
de 1970, as maiores taxas de escolariza-
ção e a inserção da mulher no mercado de
Brasil: crescimento vegetativo – 1872-2010
‰
1872-1890
1891-1900
1901-1920
1921-1940
1941-1950
1951-1960
1961-1970
1971-1980
1981-1990
1991-2000
2001-2005
2006-2010
Taxa de Mortalidade
Crescimento vegetativo
Taxa de Natalidade
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Brasil: crescimento vegetativo – 1872-2010
45
Geografia – 2a
série – Volume 2
trabalho contribuíram para maior redu-
ção das taxas de fecundidade.
As afirmativas corretas são indicadas pela
opção:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I e IV.
d) II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
As afirmações I e IV interpretam corretamente os dados apre-
sentados no gráfico da questão e resgatam as principais causas
para os fenômenos demográficos citados e que foram co-
mentados durante a Situação de Aprendizagem 2, na análise
do gráfico Brasil: crescimento vegetativo – 1872-2010. Já as
afirmações II e III estão incorretas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
O TRABALHO E O MERCADO DE TRABALHO
Em um primeiro momento, propõe-se o
estudo de conceitos fundamentais para o en-
tendimento da População Economicamente
Ativa (PEA) do Brasil segundo os setores
de produção (primário, secundário e ter-
ciário), ressaltando suas transformações
ao longo do processo de urbanização do
país. Posteriormente, sugere-se a organiza-
ção de grupos de investigação para que os
estudantes adquiram uma visão de síntese
sobre a integração da mulher no mercado
de trabalho segundo os setores de produção,
problematizando as desigualdades de gêne-
ro. Desse modo, vista em conjunto com as
Situações de Aprendizagem antecessoras,
esta contribui para abordagem em detalhes
sobre conteúdos essenciais sobre a popula-
ção brasileira, estabelecendo conexões prin-
cipalmente com o que foi desenvolvido na
Situação de Aprendizagem 1.
Conteúdos: População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil segundo os setores de produção;
integração da mulher no mercado de trabalho pelos setores de produção; desigualdades de gê-
nero.
Competências e habilidades: relacionar a leitura e a interpretação de dados estatísticos apresen-
tados em gráficos sobre a situação das mulheres na chefia dos domicílios brasileiros; articular
conceitos (PEA e setores econômicos) com leitura de gráficos; leitura e fichamento de textos
para exercitar a síntese de conceitos e acontecimentos relativos ao mercado de trabalho no Brasil;
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014

Contenu connexe

Tendances

Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aprofessora de geografia
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_2s
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_2sCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_2s
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_2sprofessora de geografia
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aprofessora de geografia
 
Caderno do Professor de Geografia 7ª série 8º ano vol-2
Caderno do Professor de Geografia 7ª série   8º ano vol-2Caderno do Professor de Geografia 7ª série   8º ano vol-2
Caderno do Professor de Geografia 7ª série 8º ano vol-2Neide Marques
 
Caderno do professor geografia vol 01 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 01 1as séries 2014Caderno do professor geografia vol 01 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 01 1as séries 2014professora de geografia
 
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014professora de geografia
 
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014professora de geografia
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aprofessora de geografia
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aprofessora de geografia
 
Subsídios para o_replanejamento_2015
Subsídios para o_replanejamento_2015Subsídios para o_replanejamento_2015
Subsídios para o_replanejamento_2015Jeca Tatu
 
Cbc 6º ao 9º ano geografia
Cbc 6º ao 9º ano geografiaCbc 6º ao 9º ano geografia
Cbc 6º ao 9º ano geografiagtallitag
 
Dialnet a producao-dematerialdidaticoparaoensinodehistoria-6238665
Dialnet a producao-dematerialdidaticoparaoensinodehistoria-6238665Dialnet a producao-dematerialdidaticoparaoensinodehistoria-6238665
Dialnet a producao-dematerialdidaticoparaoensinodehistoria-6238665Renata Cunha
 
Cadernodoprofessor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_1s
Cadernodoprofessor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_1sCadernodoprofessor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_1s
Cadernodoprofessor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_1sprofessora de geografia
 
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o ManifestoSistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o ManifestoLinTrab
 

Tendances (17)

Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_2s
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_2sCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_2s
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_2s
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
 
Caderno do Professor de Geografia 7ª série 8º ano vol-2
Caderno do Professor de Geografia 7ª série   8º ano vol-2Caderno do Professor de Geografia 7ª série   8º ano vol-2
Caderno do Professor de Geografia 7ª série 8º ano vol-2
 
Caderno do professor geografia vol 01 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 01 1as séries 2014Caderno do professor geografia vol 01 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 01 1as séries 2014
 
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
 
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
Caderno do professor geografia vol 02 1as séries 2014
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_6s_7a
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_7s_8aCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_7s_8a
 
Subsídios para o_replanejamento_2015
Subsídios para o_replanejamento_2015Subsídios para o_replanejamento_2015
Subsídios para o_replanejamento_2015
 
Cbc 6º ao 9º ano geografia
Cbc 6º ao 9º ano geografiaCbc 6º ao 9º ano geografia
Cbc 6º ao 9º ano geografia
 
Spfe prof 2014_vol1_filosofia_em_2_s
Spfe prof 2014_vol1_filosofia_em_2_sSpfe prof 2014_vol1_filosofia_em_2_s
Spfe prof 2014_vol1_filosofia_em_2_s
 
Dialnet a producao-dematerialdidaticoparaoensinodehistoria-6238665
Dialnet a producao-dematerialdidaticoparaoensinodehistoria-6238665Dialnet a producao-dematerialdidaticoparaoensinodehistoria-6238665
Dialnet a producao-dematerialdidaticoparaoensinodehistoria-6238665
 
Cadernodoprofessor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_1s
Cadernodoprofessor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_1sCadernodoprofessor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_1s
Cadernodoprofessor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_em_1s
 
Cbc anos finais - geografia
Cbc   anos finais - geografiaCbc   anos finais - geografia
Cbc anos finais - geografia
 
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o ManifestoSistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto
 
Cbc geografia marcione
Cbc geografia marcioneCbc geografia marcione
Cbc geografia marcione
 

Similaire à Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014

Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_3sCaderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_3sGleici Licá
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6aprofessora de geografia
 
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_2s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_2sCaderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_2s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_2sGleici Licá
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3sprofessora de geografia
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sprofessora de geografia
 
Educação Física 3ª Série - Ensino Médio
Educação Física 3ª Série - Ensino MédioEducação Física 3ª Série - Ensino Médio
Educação Física 3ª Série - Ensino Médiomarcelosilveirazero1
 
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_1s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_1sCaderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_1s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_1sGleici Licá
 
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio marcelosilveirazero1
 
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental IImarcelosilveirazero1
 
Educação Física 5ª Série (6º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 5ª Série (6º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 5ª Série (6º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 5ª Série (6º ano) - Ensino Fundamental IImarcelosilveirazero1
 
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental IImarcelosilveirazero1
 
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdfDanilo A. Pereira
 
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)suellem camillato
 
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3sCaderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3sGleici Licá
 
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_1s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_1sCaderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_1s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_1sGleici Licá
 
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_lc_linguaportuguesa_em_2s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_lc_linguaportuguesa_em_2sCaderno doprofessor 2014_vol1_baixa_lc_linguaportuguesa_em_2s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_lc_linguaportuguesa_em_2sE.E. Mario Martins Pereira
 
Didaticgeoaula10
Didaticgeoaula10Didaticgeoaula10
Didaticgeoaula10Ana Beatriz
 
CURRICULO_BASEADO_NO_PLANEJAMENTO_DO_ENS (1).pdf
CURRICULO_BASEADO_NO_PLANEJAMENTO_DO_ENS (1).pdfCURRICULO_BASEADO_NO_PLANEJAMENTO_DO_ENS (1).pdf
CURRICULO_BASEADO_NO_PLANEJAMENTO_DO_ENS (1).pdfssuser488283
 

Similaire à Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014 (20)

Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_3sCaderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_3s
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6aCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a
 
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_2s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_2sCaderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_2s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_2s
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_3s
 
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1sCaderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
Caderno do professor 2014_2017_vol2_baixa_ch_geografia_em_1s
 
Educação Física 3ª Série - Ensino Médio
Educação Física 3ª Série - Ensino MédioEducação Física 3ª Série - Ensino Médio
Educação Física 3ª Série - Ensino Médio
 
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_1s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_1sCaderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_1s
Caderno doprofessor 2014_2017_vol2_baixa_mat_matematica_em_1s
 
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
Educação Física 2ª Série - Ensino Médio
 
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 6ª Série (7º ano) - Ensino Fundamental II
 
Cadernodoprofessor20142017vol2baixalceducfisicaef5s6a 170409215944
Cadernodoprofessor20142017vol2baixalceducfisicaef5s6a 170409215944Cadernodoprofessor20142017vol2baixalceducfisicaef5s6a 170409215944
Cadernodoprofessor20142017vol2baixalceducfisicaef5s6a 170409215944
 
Educação Física 5ª Série (6º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 5ª Série (6º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 5ª Série (6º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 5ª Série (6º ano) - Ensino Fundamental II
 
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental IIEducação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
Educação Física 7ª Série (8º ano) - Ensino Fundamental II
 
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
395859668-CadernoDoProfessor-2014-2017-Vol2-Baixa-CN-Fisica-EM-1S.pdf
 
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
Ciências 8 s_9a_ef_volume1 (1)
 
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3sCaderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_3s
 
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_1s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_1sCaderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_1s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_mat_matematica_em_1s
 
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_lc_linguaportuguesa_em_2s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_lc_linguaportuguesa_em_2sCaderno doprofessor 2014_vol1_baixa_lc_linguaportuguesa_em_2s
Caderno doprofessor 2014_vol1_baixa_lc_linguaportuguesa_em_2s
 
Didaticgeoaula10
Didaticgeoaula10Didaticgeoaula10
Didaticgeoaula10
 
MAP.pdf
MAP.pdfMAP.pdf
MAP.pdf
 
CURRICULO_BASEADO_NO_PLANEJAMENTO_DO_ENS (1).pdf
CURRICULO_BASEADO_NO_PLANEJAMENTO_DO_ENS (1).pdfCURRICULO_BASEADO_NO_PLANEJAMENTO_DO_ENS (1).pdf
CURRICULO_BASEADO_NO_PLANEJAMENTO_DO_ENS (1).pdf
 

Plus de professora de geografia

Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_8s_9aCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_8s_9aprofessora de geografia
 
Cadernodoaluno professoradegeografia-3a-vol-2
Cadernodoaluno professoradegeografia-3a-vol-2Cadernodoaluno professoradegeografia-3a-vol-2
Cadernodoaluno professoradegeografia-3a-vol-2professora de geografia
 
Caderno do aluno professoradegeografia 3a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 3a vol1Caderno do aluno professoradegeografia 3a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 3a vol1professora de geografia
 
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol2
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol2Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol2
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol2professora de geografia
 
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol1Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol1professora de geografia
 
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol2
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol2Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol2
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol2professora de geografia
 
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol1Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol1professora de geografia
 
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 1 2014 2017
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 1 2014 2017Caderno do aluno biologia 3 ano vol 1 2014 2017
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 1 2014 2017professora de geografia
 
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 2 2014 2017
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 2 2014 2017Caderno do aluno biologia 3 ano vol 2 2014 2017
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 2 2014 2017professora de geografia
 

Plus de professora de geografia (12)

Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_8s_9aCaderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_8s_9a
 
Fluxos materiais e imateriais
Fluxos materiais e imateriaisFluxos materiais e imateriais
Fluxos materiais e imateriais
 
Cadernodoaluno professoradegeografia-3a-vol-2
Cadernodoaluno professoradegeografia-3a-vol-2Cadernodoaluno professoradegeografia-3a-vol-2
Cadernodoaluno professoradegeografia-3a-vol-2
 
Caderno do aluno de geografia 3a vol2
Caderno do aluno de geografia 3a vol2Caderno do aluno de geografia 3a vol2
Caderno do aluno de geografia 3a vol2
 
Caderno do aluno professoradegeografia 3a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 3a vol1Caderno do aluno professoradegeografia 3a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 3a vol1
 
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol2
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol2Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol2
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol2
 
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol1Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 2a vol1
 
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol2
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol2Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol2
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol2
 
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol1Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol1
Caderno do aluno professoradegeografia 1a vol1
 
saresp geografia
saresp geografiasaresp geografia
saresp geografia
 
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 1 2014 2017
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 1 2014 2017Caderno do aluno biologia 3 ano vol 1 2014 2017
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 1 2014 2017
 
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 2 2014 2017
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 2 2014 2017Caderno do aluno biologia 3 ano vol 2 2014 2017
Caderno do aluno biologia 3 ano vol 2 2014 2017
 

Dernier

Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxReinaldoMuller1
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeitotatianehilda
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosLucianoPrado15
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxLeonardoGabriel65
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptPedro Luis Moraes
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 

Dernier (20)

Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 

Caderno do professor geografia vol 02 2as séries 2014

  • 2. MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR GEOGRAFIA ENSINO MÉDIO 2a SÉRIE VOLUME 2 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo
  • 3. Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretária-Adjunta Cleide Bauab Eid Bochixio Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Dione Whitehurst Di Pietro Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri
  • 4. Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo
  • 5. Os materiais de apoio à implementação do Currículo do Estado de São Paulo são oferecidos a gestores, professores e alunos da rede estadual de ensino desde 2008, quando foram originalmente editados os Cadernos do Professor. Desde então, novos materiais foram publicados, entre os quais os Cadernos do Aluno, elaborados pela primeira vez em 2009. Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do Professor e do Aluno foram reestruturados para atender às sugestões e demandas dos professo- res da rede estadual de ensino paulista, de modo a ampliar as conexões entre as orientações ofe- recidas aos docentes e o conjunto de atividades propostas aos estudantes. Agora organizados em dois volumes semestrais para cada série/ ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e série do Ensino Médio, esses materiais foram re- vistos de modo a ampliar a autonomia docente no planejamento do trabalho com os conteúdos e habilidades propostos no Currículo Oficial de São Paulo e contribuir ainda mais com as ações em sala de aula, oferecendo novas orien- tações para o desenvolvimento das Situações de Aprendizagem. Para tanto, as diversas equipes curricula- res da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo reorganizaram os Cader- nos do Professor, tendo em vista as seguintes finalidades: incorporar todas as atividades presentes nos Cadernos do Aluno, considerando também os textos e imagens, sempre que possível na mesma ordem; orientar possibilidades de extrapolação dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do Aluno, inclusive com sugestão de novas ati- vidades; apresentar as respostas ou expectativas de aprendizagem para cada atividade pre- sente nos Cadernos do Aluno – gabarito que, nas demais edições, esteve disponível somente na internet. Esse processo de compatibilização buscou respeitar as características e especificidades de cada disciplina, a fim de preservar a identidade de cada área do saber e o movimento metodo- lógico proposto. Assim, além de reproduzir as atividades conforme aparecem nos Cadernos do Aluno, algumas disciplinas optaram por des- crever a atividade e apresentar orientações mais detalhadas para sua aplicação, como também in- cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do Professor (uma estratégia editorial para facilitar a identificação da orientação de cada atividade). A incorporação das respostas também res- peitou a natureza de cada disciplina. Por isso, elas podem tanto ser apresentadas diretamente após as atividades reproduzidas nos Cadernos do Professor quanto ao final dos Cadernos, no Gabarito. Quando incluídas junto das ativida- des, elas aparecem destacadas. ANOVA EDIÇÃO
  • 6. Leitura e análise Lição de casa Pesquisa em grupo Pesquisa de campo Aprendendo a aprender Roteiro de experimentação Pesquisa individual Apreciação Você aprendeu? O que penso sobre arte? Ação expressiva ! ? Situated learning Homework Learn to learn Além dessas alterações, os Cadernos do Professor e do Aluno também foram anali- sados pelas equipes curriculares da CGEB com o objetivo de atualizar dados, exemplos, situações e imagens em todas as disciplinas, possibilitando que os conteúdos do Currículo continuem a ser abordados de maneira próxi- ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades de aprendizagem colocadas pelo mundo con- temporâneo. Para saber mais Para começo de conversa Seções e ícones
  • 7. SUMÁRIO Orientação sobre os conteúdos do volume 7 Situações de Aprendizagem 13 Situação de Aprendizagem 1 – Matrizes culturais do Brasil 13 Situação de Aprendizagem 2 – A dinâmica demográfica 28 Situação de Aprendizagem 3 – O trabalho e o mercado de trabalho 45 Situação de Aprendizagem 4 – A segregação socioespacial e a exclusão social 56 Situação de Aprendizagem 5 – A tectônica de placas e o relevo brasileiro 64 Situação de Aprendizagem 6 – As formas de relevo brasileiro e as funções das classificações 83 Situação de Aprendizagem 7 – Águas no Brasil: gestão e intervenções 92 Situação de Aprendizagem 8 – Gestão dos recursos naturais: o “estado da arte” no Brasil 106 Propostas de Situações de Recuperação 113 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 116 Considerações finais 121 Quadro de conteúdos do Ensino Médio 122
  • 8. 7 Geografia – 2a série – Volume 2 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME Em outras palavras, de nossa parte a expectati- va é a de que possamos realizar um trabalho a “quatro mãos”, contando com sua colaboração. Dito isso, de qualquer modo vale chamar a atenção para o fato de que, ao se trabalhar os temas pertencentes ao conteúdo (população brasileira), julgamos fundamental oportuni- zar um contato mais estreito dos estudantes com a leitura e a interpretação de dados es- tatísticos, o que poderá ser feito (sem excluir outros recursos e materiais) por intermédio de uma atenção especial ao exercício de leitura e interpretação de gráficos e tabelas. Como é de seu conhecimento, o conjunto de temas abor- dados favorece esse encaminhamento, quando não o exigem. Nas atividades das Situações de Aprendi- zagem 1, 2, 3 e 4 procuramos articular o tra- tamento dos temas básicos relacionados à população brasileira com três aspectos: o con- ceitual, o temporal e o comparativo com ou- tros países, pois acreditamos que isso poderá contribuir para uma compreensão enriquecida acerca do conteúdo central trabalhado. A nos- so ver, tal orientação ajuda a evitar que as aulas de Geografia sejam desprovidas da abordagem processual, levando-nos a zelar para que não sejam apenas perfiladas atualidades que, isola- das de abordagem conceitual e histórica, nada ou pouco contribuem para a perspectiva geo- gráfica de análise. Ademais, é necessário ter Prezado(a) professor(a), Alguns conteúdos da Geografia do Brasil presentesnovolume2docurrículoda6a série/ 7o ano do Ensino Fundamental são retoma- dos neste volume da 2a série do Ensino Mé- dio. Em particular, são resgatados aspectos essenciais acerca da população brasileira, articulando-se uma visão de síntese sobre suas bases formativas, suas dinâmicas de- mográfica e social. Além disso, e como não poderia deixar de ser, sugerimos estratégias didáticas para o desenvolvimento do tema segregação socioespacial, uma das expres- sões mais visíveis da pobreza e da exclusão social principalmente nas cidades brasilei- ras médias e grandes. Tendo em vista que a população brasileira é um dos eixos condutores deste Caderno, cabe reconhecer que a gama de conteúdos e temas relacionados é abrangente, o que nos exigiu fazer recortes ou selecioná-los para o trabalho em sala de aula. Isso, contudo, não exclui sua participação ativa em rever o que foi sugerido, ampliando ou remanejando conteúdos de acor- do com o que julgar ser essencial ou interessan- te, levando em conta a especificidade de seus alunos. Portanto, as abordagens e os recortes aqui propostos merecem ser acompanhados e diversificados com as estratégias didáticas que você utiliza para disseminar entendimento aos seus alunos sobre a população brasileira.
  • 9. 8 em mente que muitos temas trabalhados são oportunos para sensibilizar e atrair a atenção e o interesse dos alunos, partindo de sua pró- pria realidade existencial ou condição de vida como, por exemplo, as discussões sobre o mer- cado de trabalho no Brasil (que poderão ser conduzidas priorizando-se as desigualdades de cor e gênero) ou a abordagem sobre as condi- ções de moradia e diferenças de rendimentos. Já nas Situações de Aprendizagem 5, 6, 7 e 8, trataremos de temas relacionados às gran- des estruturas da superfície terrestre. A abor- dagem não se encerra nos fenômenos naturais, mas evolui para discussões fundamentais so- bre as relações do ser humano com a nature- za. Essas relações são trabalhadas com foco na questão dos recursos naturais e sua gestão na realidade brasileira. Éimportanteressaltarqueosconteúdosespe- cíficos trabalhados nas Situações de Aprendiza- gem procuram marcar uma distinção em relação a algumas das velhas práticas da Geografia esco- lar. O tema do relevo terrestre, especificamente do relevo brasileiro, prestava-se com frequência ao exercício da memorização da nomenclatura dos compartimentos e das formas de relevo. As atividades propostas no Caderno contribuirão para a construção do conhecimento mais ana- lítico, voltado à explicação das lógicas dos pro- cessos naturais e à compreensão do papel das grandes extensões do tempo na construção do cenário natural do mundo em que vivemos. Diante do exposto, um dos objetivos deste Caderno é estimular o diálogo entre profes- sor e alunos para que esses últimos possam compreender as transformações em curso na sociedade brasileira, inserindo-se como parte desse processo; e também estimular o engaja- mento dos estudantes nas grandes questões do nosso tempo, como a abertura para a discus- são das novas posturas éticas que começam a permear as relações do ser humano com a na- tureza. Assim, os percursos de aprendizagem aqui propostos são antes de tudo sugestões de trabalho com conteúdos programáticos, com práticas de ensino, recursos e materiais didáticos de modo a oferecer orientações, al- ternativas de trabalho docente, tão somente adicionais ao seu saber-fazer, que jamais deve ser substituído. Conhecimentos priorizados As Situações de Aprendizagem 1, 2, 3 e 4 foram concebidas com o propósito de ampliar a visão de conjunto sobre as origens e trans- formações da população brasileira ao longo do tempo, o que poderá conscientizar os alu- nos acerca de seus principais problemas eco- nômicos e sociais. Na Situação de Aprendizagem 1 – Matri- zes culturais do Brasil, são sugeridas estraté- gias didáticas para oportunizar aos alunos uma visão de síntese sobre a constituição étnica da população brasileira, priorizando a diversidade imbuída nos principais grupos formadores (indígena, branco e negro africa- no). Nesse percurso, são sugeridas estratégias didáticas cujo objetivo é elucidar conceitos fundamentais relacionados ao conteúdo,
  • 10. 9 Geografia – 2a série – Volume 2 como miscigenação, raça e etnia, preconceito e discriminação. Propõe-se também priorizar os principais grupos de imigrantes e áreas de fixação no território brasileiro, além de discus- sões acerca do mito da “democracia racial” e levantamentos segundo a cor realizados pelos censos do IBGE. De certa forma, esta Situa- ção de Aprendizagem constrói requisitos bási- cos que serão aprofundados nas demais. Na Situação de Aprendizagem 2 – A dinâ- mica demográfica, priorizam-se a evolução e a situação atual da população brasileira. Previa- mente, são abordados conceitos fundamentais, como taxa de natalidade, taxa de mortalidade e crescimento natural ou vegetativo. Em seguida, articula-se uma visão de síntese sobre a evolu- ção demográfica do Brasil, dividindo-a em dois grandes períodos para os quais são comenta- dos os principais fatores responsáveis por suas respectivas dinâmicas demográficas. Nesse per- curso, avaliamos essencial tratar da noção de transição demográfica para estabelecer compa- rações entre a realidade brasileira e a de outros países. Com o intuito de ajudá-lo a interagir me- lhor com seus alunos, propomos um trabalho a ser realizado com grupos de alunos, no qual se espera que reflitam sobre o teor de opiniões e notícias veiculadas pela mídia que, muitas vezes, tratam questões relacionadas ao processo demo- gráfico brasileiro de modo equivocado. Na Situação de Aprendizagem 3 – O tra- balho e o mercado de trabalho, por sua vez, dirigimos a atenção para a distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil segundo os setores de produção, ressal- tando suas transformações ao longo do pro- cesso de urbanização do país. No essencial, depois de trabalhar com gráficos relacionados ao conteúdo, propõe-se o estudo sobre as de- sigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro via grupos de investigação e pesquisa na internet. No que tange à Situação de Aprendizagem 4 – A segregação socioespacial e a exclusão so- cial, sugerimos associação entre trabalho con- ceitual e de campo (ensaio fotográfico) para que os alunos se engajem no exercício de lei- tura do espaço urbano, quer de sua cidade ou, para o caso das escolas situadas em áreas não urbanas, o mais próximo. No trâmite da rea- lização dessa dinâmica de aprendizagem, pro- pomos que na sala de aula sejam abordadas e diferenciadas as noções de pobreza e de exclu- são social, além dos indicadores sociais bra- sileiros e das condições precárias de moradia (favelas, cortiços e loteamentos irregulares), ao lado das transformações expressivas na or- ganização do espaço urbano ocasionadas pela proliferação dos condomínios fechados. Já as Situações de Aprendizagem 5, 6, 7 e 8 apresentam uma Geografia Física que se afasta das posturas mnemônicas que caracte- rizavam a Geografia escolar e que incorpora uma discussão atualizada sobre as novas reali- dades que se constroem em torno das relações ser humano natureza. Na Situação de Aprendizagem 5 – A tectônica de placas e o relevo brasileiro, co- meçamos investindo na compreensão da
  • 11. 10 dinâmica do funcionamento da litosfera, lógica essa que é alvo de novas formulações teóricas bastante produtivas, com destaque para a teoria das placas tectônicas. Trata- -se de tema trabalhado anteriormente, mas agora o objetivo é verificar essa dinâmica na escala do território brasileiro. A abordagem será focada na placa tectônica Sul-america- na, que é responsável, no seu movimento, pela formação da América do Sul e de parte importante de seu relevo atual. Na Situação de Aprendizagem 6 – As for- mas de relevo brasileiro e as funções das clas- sificações, focaliza-se um viés metodológico, pois são discutidas as formas de olhar o relevo e os elementos que devem ser considerados até se chegar às classificações existentes e às suas representações cartográficas. Na Situação de Aprendizagem 7 – Águas no Brasil: gestão e intervenções, trabalhamos as relações do ser humano com a natureza, tratamos das bacias hidrográficas brasileiras e introduzimos a discussão dos recursos hí- dricos e de sua gestão. Na Situação de Aprendizagem 8 – Gestão dos recursos naturais: o “estado da arte” no Brasil, apresentamos de forma mais abrangente e conceitual a gestão dos recursos naturais em nosso meio, com destaque para dois elemen- tos: as mudanças de postura ética que envol- vem a própria construção da ideia de recursos naturais e a questão da sustentabilidade, aliás, derivada dessas mudanças de postura cuja in- fluência vem crescendo no Brasil e no mundo. Competências e habilidades Na 2a série do Ensino Médio, espera-se que os alunos consolidem as inúmeras habi- lidades construídas e exercitadas no decorrer da educação básica e que também aprimorem a forma como tais procedimentos comporão articuladamente o quadro de autonomia in- telectual de cada um deles. Devemos conside- rar a importância desse aprimoramento, no sentido de consolidar o desempenho cogniti- vo para o pleno exercício das competências, não apenas em função das possibilidades de continuidade dos estudos, mas também no tocante à autonomia e ao preparo para o mundo do trabalho. Desse modo, propomos neste Caderno diversas formas de articula- ção que levam em consideração as seguin- tes habilidades relacionadas às Situações de Aprendizagem 1, 2, 3 e 4: identificar uma descrição que correspon- da a um conceito ou às características típicas de objetos, da oralidade, de dife- rentes tipos de texto etc; articular a relação entre conceitos para apli- cá-los na interpretação de gráficos e tabelas; ler, interpretar e produzir mapas e gráfi- cos, utilizando-os como elementos quanti- tativos para a compreensão de fenômenos sociais; discriminar e estabelecer diferenciações entre objetos, situações e fenômenos com diferentes níveis de semelhança; interpretar o significado histórico-geográ- fico apresentado em diferentes linguagens, como fatos, experiências, dados, gráficos e
  • 12. 11 Geografia – 2a série – Volume 2 tabelas, fotografias, mapas, textos, descri- ções, filmes etc. e apreender os seus signifi- cados e intencionalidades para utilizá-los na solução de problemas; analisar, explicar e estabelecer relações de situações de causa e efeito resultantes de uma determinada sequência de acon- tecimentos para proceder à sua análise e posterior compreensão diante de novas ocorrências histórico-geográficas. Espera-se que as atividades propostas nas Situações de Aprendizagem 5, 6, 7 e 8 contri- buam para o desenvolvimento das seguintes competências e habilidades: construir e aplicar habilidades relativas ao domínio da linguagem cartográfica (leitu- ra e confecção) como meio de visualização sintética das relações presentes nas realida- des geográficas naturais e humanas; selecionar, organizar, relacionar e interpre- tar dados e informações, representados de diferentes formas (em mapas, fotos, quadros analíticos, tabelas e textos), para identificar, analisar e construir visões de mundo; agrupar diferentes processos de constitui- ção dinâmica das realidades naturais na superfície terrestre segundo sua gênese e os modelos teóricos que procuram descrevê-la; identificar e distinguir realidades nas dife- rentes escalas geográficas e saber empregar essa distinção na apreensão dos fenômenos estudados; construir e aplicar conceitos da Geografia Física, mais especificamente os associados à Geomorfologia, como meio de constru- ção de uma visão analítica e dinâmica so- bre as formas de relevo do Brasil; relacionar os novos conhecimentos cons- truídos sobre a dinâmica natural com as transformações que vêm ocorrendo nas re- lações ser humano natureza; analisar e compreender a realidade nacio- nal no que diz respeito ao modo como os recursos naturais são geridos. Metodologias e estratégias Apresentamos inúmeras estratégias didáti- cas, como aulas expositivas com a participa- ção dos alunos, propostas de sensibilização para captar pré-requisitos com mediação do professor e procedimentos para organização de seminários e trabalhos escritos em grupo, estudos dirigidos, grupos de investigação, ela- boração e exposição de trabalhos de pesquisa no mural da sala de aula. Além disso, propomos também uma va- riedade de recursos com o intuito de trazer amplas possibilidades de desenvolvimento de competências por meio de inúmeras linguagens, como: leitura de mapas; utilização de vídeos; leitura, interpretação e comparação de textos; leitura e estabelecimento de relações entre grá- ficos e mapas, e destes com conceitos; análise de imagens; pesquisa na internet; pesquisa em materiais didáticos; elaboração de dissertações e quadros conceituais que funcionem como instrumentos de análise para que, nos traba- lhos propostos, os alunos encontrem oportu- nidade de aplicação do que eles construíram em conjunto e para que sintam a importância
  • 13. 12 de refletir com método e de interferir na organi- zação e na interpretação das realidades repre- sentadas de diversas formas. Enfim, para que eles sintam o conhecimento sendo incorporado e componham suas análises. Avaliação Para avaliar o resultado das Situações de Aprendizagem deste Caderno, foram propos- tas duas estratégias. A primeira delas se refere à participação individual dos alunos nas aulas e discussões. Nas aulas, o que deve ser observado é a participação na construção dos quadros con- ceituais; nas atividades, os resultados das aplica- ções, o que passa pela consistência das pesquisas solicitadas e pelas problematizações sugeridas. A segunda se refere às formas de avaliação conside- rando os conteúdos atitudinais e procedimentais de pesquisa, possibilitando avaliar o envolvimen- to do aluno em diferentes habilidades. Nesse sentido, sugerimos que a atribuição de conceitos leve em consideração os seguin- tes parâmetros. Avaliação das Situações de Aprendizagem Objetivos atingidos 1. Muito bom Atingiu plenamente os objetivos propostos. 2. Bom Atingiu grande parte dos objetivos propostos. 3. Regular Atingiu os objetivos mínimos essenciais. 4. Insuficiente Não atingiu os objetivos mínimos essenciais. Para a atribuição de conceitos nas ativida- des em grupo, de produção de textos e pesqui- sa, sugerimos dois critérios complementares. 1. Conteúdo atitudinal Valorizar a pontualida- de na entrega, organi- zação e envolvimento dos alunos e grupos na elaboração dos mate- riais solicitados. 2. Conteúdos procedimentais de pesquisa Considerar a presença de elementos meto- dológicos próprios de trabalhos de pesquisa, como capa, sumário, introdução, desenvol- vimento do texto, con- clusão e bibliografia. Nessa faixa etária e nesse estágio escolar, nenhuma atividade pode dispensar o exercício da competência analítica do estudante, sem a qual ele não poderá, autonomamente, cons- truir sentidos para o que enxerga nas diferen- tes realidades geográficas. Além da avaliação possível das atividades sugeridas nas Situações de Aprendizagem, existem algumas questões objetivas propostas como referências possíveis para a organização de avaliações formais. Porém, e é muito importante ressaltar, as avaliações propostas não dispensam a criação de novas possibilidades de avaliação. A ava- liação não é o objetivo final, mas um meio de aferição de uma dinâmica que não pode ser prevista integralmente.
  • 14. 13 Geografia – 2a série – Volume 2 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM etnia, preconceito e discriminação. Discute-se ainda o mito da “democracia racial” e os le- vantamentos segundo a cor realizados pelos censos do IBGE. Vista em conjunto com as demais Situações de Aprendizagem deste Caderno, esta apresenta requisitos básicos que serão aprofundados nas demais. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 MATRIZES CULTURAIS DO BRASIL Enfatiza-se a constituição étnica da popula- ção brasileira oferecendo uma síntese dos prin- cipais grupos que a formaram: o indígena, o branco e o negro africano. Nesse percurso são sugeridas estratégias didáticas cujo objetivo é elucidar conceitos fundamentais relacionados ao conteúdo, como miscigenação, raça e Conteúdos: constituição étnica da população brasileira e principais grupos que a formaram; miscige- nação, raça e etnia; preconceito e discriminação; mito da “democracia racial”; pesquisas do IBGE. Competências e habilidades: desenvolver, de forma associada, a leitura e a interpretação de textos des- contínuos (no caso, escultura, pintura e letra de música) sobre os principais grupos étnicos formado- res da população brasileira; selecionar, organizar e sintetizar informações por escrito, com o objetivo de elaborar um quadro sinótico sobre os principais grupos e áreas de concentração de imigrantes no Brasil; pesquisa individual sobre a miscigenação e o mito da “democracia racial” no Brasil; identificar e compreender a linguagem conceitual sobre “etnia” e “raça”; ler e interpretar organograma sobre os grupos originais e os miscigenados que contribuíram para a formação e a diversidade étnicas da população brasileira atual; ler e analisar gráficos sobre os recenseamentos segundo a cor realizados pelo IBGE, conceituando e problematizando as categorias empregadas; analisar mapas sobre a atual distribuição regional por cor ou raça (IBGE), associada ao estabelecimento de relações de causa e efeito resultantes do processo de povoamento do território brasileiro por diferentes grupos étnicos. Sugestão de estratégias: interpretação de imagens e letra de música; aulas expositivas; consultas e leitura do material didático adotado; pesquisa e leitura de sites na internet; pesquisa individual acom- panhada de debate, análise de texto e mapas. Sugestão de recursos: imagens; aparelho de som; material didático adotado; internet; tabelas; gráficos; mapas. Sugestão de avaliação: participação individual nas discussões e nos exercícios propostos; participação nos grupos; fichamento de textos.
  • 15. 14 Etapa prévia – Sondagem inicial e sensibilização Para esta etapa, propomos levar para a sala de aula registros culturais que possam despertar o interesse dos alunos para o tema A diversidade étnica da população brasileira. Tendo em vista esta estratégia, inicialmente, apresente e discuta as duas obras artísticas sugeridas (Figuras 1 e 2), presentes no Cader- no do Aluno, e, usando um aparelho de som, escute a canção Afro-brasileiro. Ao longo da apresentação e do diálogo com os alunos, pro- pomos o roteiro de questões a seguir. Leitura e análise de imagem e texto 1. Observe a imagem Monumento às nações indígenas, do artista Siron Franco. a) Em sua opinião, qual foi a intenção do artista ao destacar o contorno territo- rial do Brasil em um monumento dedi- cado às nações indígenas? O Monumento às nações indígenas é uma das mais expres- sivas obras do artista plástico Siron Franco. Criado em 1992 e construído em Aparecida de Goiânia (GO), quando visto do alto mostra a silhueta do mapa do Brasil. Espera-se que os alunos observem que o artista faz referência ao fato de que os indígenas ocupavam o território do atual Brasil antes da chegada dos portugueses. Portanto, a posse da terra era dos indígenas antes que os colonizadores tomassem essas terras, praticamente dizimando os nativos. b) Esse monumento é composto por 500 totens quadrangulares ou triangulares, com imagens da iconografia indígena em baixo-relevo em suas faces laterais, além de esculturas de objetos, utensílios ou rituais sagrados de diferentes povos indígenas, todos reproduzidos minu- ciosamente em concreto pelo artista, a partir de peças datadas da época pré- -cabralina. Em que essas informações complementam a opinião que você ti- nha a respeito da intenção do artista ao produzir esse monumento? Espera-se que os alunos percebam que a reprodução minu- ciosa de elementos da vida dos povos indígenas comprova o quanto eram ricas as culturas desses povos antes da chegada dos colonizadores. Professor, é importante que você incentive os alunos a buscar informações que contex- tualizem a obra de arte estudada e que inda- gue sobre o que eles conhecem a respeito da contribuição dos povos indígenas para a for- mação da cultura brasileira (como culinária, instrumentos musicais, nomes de lugares ou a presença de palavras indígenas no português falado no Brasil). 2. Agora, observe a imagem Navio de emi- grantes. Em sua opinião, quais sensações o artista Lasar Segall tentou representar em relação aos emigrantes? No quadro, observa-se que o olhar do pintor está situado na ponte de comando do navio, projetando-o sobre a proa, conferindo destaque para as famílias de emigrantes. Embora, ao que tudo indica, o instante escolhido pelo artista é o da tristeza do desterro, o navio parece erguer-se, maior e mais forte que os obstáculos naturais (o mar) em direção a seu porto de destino. Além desses aspectos, nota-se o valor atri- buído pelo artista aos seres anônimos que, egressos de dife- rentes países, contribuíram para a formação e a diversidade étnica do Brasil contemporâneo.
  • 16. 15 Geografia – 2a série – Volume 2 ©DiomícioGomes/OPopular/AE Figura 1 – Foto panorâmica do Monumento às nações indígenas, do artista plástico Siron Franco. Aparecida de Goiânia (GO), 2002. ©AcervodoMuseuLasarSegall-IBRAM/MinC Figura 2 – Navio de emigrantes (1939-1941), de Lasar Segall. Óleo com areia sobre tela, 230 x 275 cm.
  • 17. 16 Afro-brasileiro Thaíde e DJ Hum [...] Vamos sentar aqui no chão, colocar o boxe do lado e ouvir o som do GOG Mano bem pesado, Câmbio Negro e Racionais, meu irmão Afinal, o que é bom tem que ser provado Tanta coisa boa e você aí parado, acuado, é por isso que insisto Sou preto atrevido e gosto quando me chamam de macumbeiro Toco atabaque em rodas de capoeira, e toco direito Minha cultura primeiro, o meu orgulho é ser um negro verdadeiro afro-brasileiro Sabe quem eu sou? Afro-brasileiro me diga quem é (4 vezes) Somos descendentes de Zumbi Grande guerreiro. © Editora Brava Gente (Dueto Edições Musicais). A letra da canção pretende chamar a atenção para a presença dos afrodescendentes na população brasileira. Mais que isso, busca reafirmar a valorização do movi- mento negro em nosso país, a partir das décadas de 1980 e 1990, não somente por intermédio de sua organiza- ção e mobilização político-social como também de sua expressão pela dança, música e poesia. É o caso, entre outros, do RAP (Rhythm and Poetry; Ritmo e Poesia) e do Movimento Hip-Hop. Essas expressões artísticas con- tribuem para o processo de reconstrução de identida- des nas sociedades em que elas estão presentes, dando origem à constituição de um novo patamar urbano de organização social que leva em consideração as plura- lidades, as diferenças e as dicotomias que caracterizam os processos de construção de uma verdadeira socieda- de democrática e igualitária. No Brasil, especificamente, A partir da pintura do artista modernis- ta Lasar Segall (1891-1957), é interessante discutir com os alunos o fato de que somos multiculturais por formação. Ressalte a contribuição dos imigrantes na formação da população brasileira ao lado de outros grupos e culturas (além dos portugueses, indígenas e africanos), destacando o fato de que inúmeras levas de estrangeiros che- garam ao país principalmente ao longo do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Posteriormente, questione os alunos sobre o que conhecem a respeito dos imigrantes que chegaram ao Brasil (países de procedência, períodos, principais áreas para as quais se dirigiram no território brasileiro). 3. Leia o trecho da letra da canção Afro- -brasileiro, de Thaíde e DJ Hum, e em se- guida responda: Qual é a mensagem ex- plicitada nesse trecho?
  • 18. 17 Geografia – 2a série – Volume 2 Instituto Socioambiental (ISA). Disponível em: <http://www.socioambiental.org>. Acesso em: 26 nov. 2013. Neste site, os alunos poderão entrar em contato com a riqueza e a diversida- de dos povos indígenas brasileiros, principalmente acessando o canal temático Povos indígenas no Brasil no link <http://pib. socioambiental.org/pt>, acesso em: 25 mar. 2014. Fundado em 1994, desde 2001 o ISA é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), cuja atuação é reconhecida nas questões dos direitos indígenas no Brasil, desempenhando, além disso, intensa colaboração na discussão dos problemas sociais e ambientais no país. Afro-Ásia. Disponível em: <http://www.afroasia.ufba.br/index.php>. Acesso em: 26 nov. 2013. Mantido pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Salvador), este site disponibiliza textos da revista semestral dedicada à divulgação de estudos relativos às populações africanas, asiáticas e seus descendentes no Brasil e ou- tros países. Excelente fonte de consulta para os estudantes. Memorial do Imigrante. Disponível em: <http://www.memorialdoimigrante.sp.gov.br>. Acesso em: 25 mar. 2014. Vinculado ao Departamento de Museus e Arquivos, o Memorial do Imigrante é um órgão da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, uma instituição essas expressões artísticas se tornaram gradativamente as mais recentes etapas de um processo de resistência que há mais de séculos vem sendo desenvolvida por sua po- pulação afrodescendente, em um processo contínuo de constituição de uma identidade negra. Fornecidas essas informações, pergun- te aos alunos o que eles conhecem sobre esse universo cultural, pedindo exemplos de canções e compositores que porventu- ra conheçam. O objetivo é problematizar como a incorporação de questões como a de gênero e raça nas músicas contribui ou não para o processo de constituição de um novo modelo de sociedade, mais pluralista, democrática, participativa e cidadã, criando novas formas e práticas de exercício político reivindicatório. Etapa 1 – Aula expositiva Transposta a fase prévia de contato com os registros culturais, pode-se discorrer em aula ex- positiva dialogada sobre os grupos étnicos que formaram a população brasileira: o indígena, o branco e o negro africano. Ao discorrer sobre o assunto, enfatize a ancestralidade da ocupação pelos diferentes povos indígenas do atual terri- tório brasileiro, o aviltamento do uso de mão de obra escrava no Brasil durante os períodos colonial e imperial, entre os elementos brancos, a predominância dos portugueses na formação étnica do Brasil. Aproveite a ocasião para forne- cer a indicação de quatro sites (veja boxe), a par- tir dos quais os alunos poderão, posteriormente, enriquecer e aprofundar uma visão de conjunto sobre a diversidade étnica brasileira.
  • 19. 18 museológica criada em 1998 que objetiva reunir, preservar, pesquisar, documentar e divul- gar a história da imigração e a memória dos imigrantes que chegaram ao Estado de São Paulo a partir da década de 1820. Desenvolve atividades nas áreas de museologia, arquivo e pesquisa e possui o Núcleo Histórico dos Transportes. O site apresenta várias seções in- teressantes, como acervo histórico-cultural, associação de amigos, programação e serviços. Museu Afro Brasil. Disponível em: <http://www.museuafrobrasil.org.br/home>. Aces- so em: 25 mar. 2014. O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. O Museu conserva um acervo com mais de 5 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etno- lógicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de hoje. O acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão, e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. O Museu Afro Brasil é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. O site apresenta seções interessantes, como programação e informações sobre as exposições temporárias e de longa duração, consulta ao catálogo on line da biblioteca da instituição e publicações. Após ter desenvolvido a leitura e a dis- cussão dos registros culturais selecionados na etapa prévia e os conteúdos sugeridos, dirija perguntas para uma discussão em classe que permita aos alunos considerar os aspectos abordados como mais próximos de sua realidade de vida. Como exemplo, suge- rimos indagar: Quais são suas origens? Identifique como e em qual momento histórico seus antepas- sados chegaram ao Brasil. Você já percebeu que convivemos diaria- mente com pessoas dos mais variados tipos e jeitos de ser? Quantas nacionalidades, costumes, religiões, línguas e histórias contribuíram para a for- mação do povo brasileiro? Você acredita ser importante valorizar e res- peitar as diferenças culturais? Justifique sua resposta. Discorra sobre o povoamento europeu, destacando o conjunto dos imigrantes vindos daquele continente e suas principais áreas de fixação no território brasileiro. É importante mencionar também que, os asiáticos, representa- dos pelos japoneses, chineses e coreanos, vieram para o Brasil no século XX e também contribuí- ram para a formação da população brasileira.
  • 20. 19 Geografia – 2a série – Volume 2 Etapa 2 – Pesquisa e debate Com base nas questões dirigi- das anteriormente aos alunos e nas informações fornecidas em sala de aula, sugerimos no Caderno do Alu- no uma pesquisa individual, que aborde a miscigenação e o mito da democracia racial na sociedade brasileira. A ideia é fazer que eles se preparem para posterior debate em sala de aula, reunindo, a partir dos textos es- tudados, argumentos sobre o tema. Sugestão de textos e materiais para a Pesquisa individual Oriente-os quanto à utilização do material didático adotado, selecionando, previamen- te, capítulos ou trechos a ser lidos sobre a composição étnica da população brasileira e o mito da democracia racial. Remeta-os para sites interessantes que tra- tem desses temas. Sugerimos a consulta ao site AfroPress, disponível em: <www.afro press.com.br>, acesso em 25 mar. 2014, que oferece rico e extenso material. Depois de fornecidas as informações bá- sicas sobre o tema que os alunos estudarão, organize um debate para a socialização das pesquisas. No início do debate é importante esclare- cer que etnia corresponde a um agrupamento humano cuja unidade repousa na comunhão de língua, cultura e de consciência grupal. Explique que podem existir, em uma etnia, traços físicos comuns, entretanto não são eles que a definem, e sim o sentimento de perten- cer ao agrupamento ou à comunidade. O ter- mo raça, por sua vez, largamente utilizado no passado, é hoje considerado impróprio, pois a ciência já constatou que, no sentido biológico, não existe raça humana. Durante muito tempo utilizou-se a misci- genação da nossa população, isto é, o cruza- mento entre grupos étnicos, para se afirmar que no Brasil sempre existiu uma “democra- cia racial”. No entanto, essa visão é hoje con- siderada um mito, pois obscurece a realidade do preconceito e da discriminação ainda pre- sentes na sociedade brasileira. No passado, tal mito disfarçava o preconceito de cor em relação ao indígena, ao negro e aos mestiços e, também, o preconceito social determinado pela renda e pelo status social. Serviu de for- ma admirável à classe dominante para mas- carar as opressivas relações étnicas e sociais no Brasil. Leitura e análise de texto Para melhor compreensão, proponha aos alunos a leitura de um trecho do texto Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia, de auto- ria de Kabengele Munanga, professor ti- tular de Antropologia da Universidade de São Paulo.
  • 21. 20 Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia [...] No século XVIII, a cor da pele foi considerada como um critério fundamental e divisor d’água entre as chamadas raças. [...] No século XIX, acrescentou-se ao critério da cor outros critérios morfológicos como a for- ma do nariz, dos lábios, do queixo, do formato do crânio, o ângulo facial etc. para aperfeiçoar a classificação. [...] No século XX, descobriu-se, graças aos progressos da Genética Humana, que havia no sangue critérios químicos mais determinantes para consagrar definitivamente a divisão da humanidade em raças estanques. Grupos de sangue, certas doenças hereditárias e outros fatores na hemoglobina eram encontrados com mais frequência e incidência em algumas raças do que em outras, podendo configurar o que os próprios geneticistas chamaram de marcadores genéticos. O cruzamento de todos os critérios possíveis (o critério da cor da pele, os critérios morfológicos e químicos) deu origem a dezenas de raças, sub-raças e sub- sub-raças. As pesquisas comparativas levaram também à conclusão de que os patrimônios genéticos de dois indivíduos pertencentes a uma mesma raça podem ser mais distantes que os pertencentes a raças diferentes; um marcador genético característico de uma raça pode, embora com menos incidência, ser encontrado em outra raça. Assim, um senegalês pode, geneticamente, ser mais próximo de um norueguês e mais distante de um congolês, da mesma maneira que raros casos de anemia falciforme podem ser encontrados na Europa etc. Combinando todos esses desencontros com os progressos realizados na própria ciência biológica (genética humana, biologia molecular, bioquímica), os estudiosos desse campo de conhecimento chegaram à conclusão de que a raça não é uma realidade biológica, mas sim apenas um conceito, aliás cientificamente inoperante, para explicar a diversidade humana e para dividi-la em raças estanques. Ou seja, biológica e cientificamente, as raças não existem. A invalidação científica do conceito de raça não significa que todos os indivíduos ou todas as populações sejam geneticamente semelhantes. Os patrimônios genéticos são diferentes, mas essas diferenças não são suficientes para classificá-las em raças. O maior problema não está nem na classificação como tal, nem na inoperacionalidade científica do conceito de raça. Se os naturalistas dos séculos XVIII-XIX tivessem limitado seus trabalhos somente à classificação dos grupos humanos em função das características físicas, eles não teriam certamente causado nenhum problema à humanidade. Suas classificações teriam sido mantidas ou rejeitadas como sempre aconteceu na história do conhecimento científico. Infelizmente, desde o início, eles se deram o direito de hierarquizar, isto é, de estabelecer uma escala de valores entre as chamadas raças. O fizeram erigindo uma relação intrínseca entre o biológico (cor da pele, traços morfo- lógicos) e as qualidades psicológicas, morais, intelectuais e culturais. Assim, os indivíduos da raça “branca” foram decretados coletivamente superiores aos das raças “negra” e “amarela”,
  • 22. 21 Geografia – 2a série – Volume 2 Em seguida, apresente aos alunos as ques- tões a seguir referentes ao texto, presentes no Caderno do Aluno. 1. Quais foram os critérios utilizados pelos naturalistas europeus no século XIX para estabelecer o conceito de raça? Espera-se que os alunos apresentem como critérios os se- guintes elementos: cor da pele e critérios morfológicos como formato do nariz, dos lábios, do queixo, do crânio, o ângulo facial etc. 2. Considerando-se a genética, é possível di- vidir a humanidade em raças? Explique sua resposta. Não é possível, pois a complexidade da diferenciação genética não permite que a humanidade seja cientificamente dividida em raças. Assim, o conceito de raça não tem validade biológica. 3. Por que o autor afirma que o conceito de raça é carregado de ideologia? De acordo com o texto, ao se considerar elementos culturais, psicológicos e intelectuais para classificar raças, cria-se uma hierarquia valorativa por meio da qual é possível estabelecer quem é “melhor” ou “pior”, “superior” ou “inferior” que outros. Se geneticistas consideram raça um conceito biologicamente ultrapassado, a sociedade deve romper com classificações cria- dascomointuitodegerarhierarquias,responsáveisporjustificar formas de dominação de um povo sobre outros. As sociedades devem, portanto, respeitar-se, compreendendo que as dife- renças entre os povos manifestam-se pela diversidade cultural e que cada indivíduo é único e como tal deve ser compreen- dido como mais um membro da espécie humana, dentro do contexto socioeconômico e cultural em que vive. Você pode aproveitar essa reflexão para discutir com os alunos a ideia de “diferença” em contraposição à ideia de “desigualdade”. Etapa 3 – Análise de gráficos Nesta etapa, sugerimos que você aborde a dimensão e a importância dos Censos Demo- gráficos realizados pelo IBGE. Os censos são a principal atividade empreendida por um ins- tituto oficial de estatística e fornece um retrato sociodemográfico do país, além de ser a mais importante fonte de informações demográfi- cas que são utilizadas para o planejamento de políticas públicas. em função de suas características físicas hereditárias, tais como a cor clara da pele, o formato do crânio (dolicocefalia), a forma dos lábios, do nariz, do queixo etc. que, segundo pensavam, os tornam mais bonitos, mais inteligentes, mais honestos, mais inventivos etc. e consequente- mente mais aptos para dirigir e dominar as outras raças, principalmente a negra, mais escura de todas, e consequentemente considerada como a mais estúpida, mais emocional, menos honesta, menos inteligente e, portanto, a mais sujeita à escravidão e a todas as formas de dominação. [...] Podemos observar que o conceito de raça, tal como o empregamos hoje, nada tem de biológico. É um conceito carregado de ideologia, pois como todas as ideologias, ele es- conde uma coisa não proclamada: a relação de poder e de dominação. [...] MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Palestra proferida no 3o Seminário Nacional Relações Raciais e Educação – PENESB – RJ, 5/11/03. Disponível em: <https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59>. Acesso em: 26 nov. 2013.
  • 23. 22 Historicamente, o censo demográfico agru- pa a população em categorias étnico-raciais, que se alteram de acordo com o contexto so- cioeconômico e cultural de cada época. Por exemplo, em 1872 havia a categoria cabocla e a população escrava (preta e parda), e em 1940, essas categorias já não existiam, confor- me pode ser verificado no quadro a seguir. A partir do Censo 1940, as categorias utili- zadas para a classificação se pautaram somente na “cor” da população, sem fazer referência às raças. Nos Censos de 1950 e 1960, os questioná- rios apresentaram instruções de preenchimento para respeitar a resposta da pessoa recenseada de acordo com o princípio de autodeclaração. Em 1991, o IBGE lançou mão da classi- ficação por raça, incluindo agora a catego- ria indígena. Além disso, os questionários do recenseamento se pautaram na definição de “raça ou cor”. Em 2000, a definição ficou em “cor ou raça” compondo, portanto, cinco ca- tegorias para as pesquisas de recenseamento: branca, preta, amarela, parda e indígena (pela ordem em que figuram na tabela), as quais também constam no Censo Demográfico 2010. A investigação de cor ou raça também passou a integrar outras pesquisas domiciliares, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, em 1987, a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, em 2002-2003, e a Pesquisa Mensal de Emprego – PME, em 2003a . Categorias Étnico-raciais nos Censos Demográficos – Brasil – 1872/2010 Fonte: IBGE. Nota técnica – Histórico da investigação sobre cor ou raça nas pesquisas domiciliares do IBGE – 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas _raciais/notas_tecnicas.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2014. a Fonte de dados: IBGE. Nota técnica – Histórico da investigação sobre cor ou raça nas pesquisas domiciliares do IBGE – 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas_raciais/ notas_tecnicas.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2014.
  • 24. 23 Geografia – 2a série – Volume 2 Leitura e análise de gráfico Observe o gráfico com seu professor e seus colegas para responder à questão a seguir. Figura 3 – Distribuição percentual da população, por cor ou raça Brasil – 1999/2009. Fonte: IBGE. Síntese de indica- dores sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov. br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2014. Comparando os dados de 1999 com os de 2009, qual é a grande mudança na distribui- ção étnico-racial da população brasileira? Em sua opinião, por que isso acontece? Na comparação, observa-se que há diminuição no número de brancos e aumento significativo do número de pardos. Espera- -se que os alunos percebam que os dados de 2009 demons- tram que mais pessoas em nosso país estão assumindo sua cor de pele, abrindo mão, assim, de uma ideologia de cunho racis- ta que as fazia desvalorizar a própria cor. Em parte, isso ocorre na nossa sociedade em um contexto histórico de fortaleci- mento do movimento negro e de uma transformação positiva da imagem pública das pessoas desse grupo, que sofrem pre- conceito ainda hoje. Podem surgir respostas que justifiquem essa mudança na distribuição étnico-racial pelo aumento da miscigenação entre negros e brancos.
  • 25. 24 Figura 4 – Distribuição dos estudantes de 18 a 24 anos de idade, por nível de ensino frequentado, segundo a cor ou raça - Brasil - 2001/2011. Fonte: IBGE Síntese de indicadores sociais - Uma análise das condições de vida da população brasileira 2012. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Indicadores_Sociais/Sintese_de_Indicadores_Sociais_2012/SIS_2012.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2013. O que estes dados revelam a respeito do acesso dos brasileiros à educação? O gráfico da Figura 4 apresenta os efeitos da expansão educacional no Brasil, mas importantes disparidades po- dem ainda ser observadas. A proporção de jovens estu- dantes brancos de 18 a 24 anos de idade que frequen- tavam o Ensino Médio diminuiu; em contrapartida, os jovens estudantes pretos ou pardos na mesma faixa etária mantêm a frequência nesse nível. Também pode se ob- servar o aumento da frequência no ensino superior dos jovens pretos ou pardos. Porém, espera-se que os alunos relacionem a discriminação racial e a desigualdade social como fatores que influenciam o acesso dos brasileiros à educação. 2. Leia a reportagem a seguir e analise critica- mente essa situação. Proponha aos alunos as atividades da seção Lição de casa a seguir. 1. Analise o gráfico a seguir e responda:
  • 26. 25 Geografia – 2a série – Volume 2 Os alunos deverão levantar várias hipóteses, e entre elas po- dem surgir questões como a dificuldade de acesso ao mer- cado de trabalho formal, que, embora se negue, baseia-se no preconceito relativo ao gênero e à cor da pele. 3. Com base em seus conhecimentos, respon- da: Por que apenas a miscigenação das etnias não permite afirmar a existência de uma “democracia racial” no Brasil? Justifi- que sua resposta. O enunciado exige reflexão e associação entre aspectos estudados e dados estatísticos divulgados pelo IBGE e por outros institutos de pesquisa. Espera-se que os alunos pon- derem que o fato de haver uma forte miscigenação entre brancos e não brancos no Brasil não garante que exista uma verdadeira democracia. Os alunos poderão estruturar a ar- gumentação a esse respeito com base na análise do gráfi- co (acesso a educação) e também da reportagem (questão do desemprego). O contraste entre brancos e não brancos estende-se para outras informações – relativas às etnias e sua condição social (por exemplo, homens brancos são os que ganham salários mais elevados em todas as faixas etárias, homens negros são as maiores vítimas da violência urbana e homens pardos de 30 a 59 anos representam maior núme- ro de analfabetos) –, nota-se que a democracia, no que diz respeito à cor da pele, somente poderá ser construída por meio de mudanças socioeconômicas e culturais profundas. Em outras palavras, para deixar de ser um mito e passar a ser realidade, a democracia exige que os não brancos adquiram igualdade de condições no mercado de trabalho, nível de No Brasil, negros e mulheres ficam mais tempo desempregados, diz estudo Negros e mulheres são os grupos que ficam mais tempo desempregados no Brasil, segundo pes- quisa feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). [...] O desemprego subiu para 6% em junho, maior nível desde abril de 2012, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o Dieese, 53,9% dos trabalhadores que procuram emprego há menos de um ano são mulheres e 53,3%, negros. A taxa aumenta entre os desempregados há mais de um ano: nesta situação, 63,2% são mulheres e 60,6%, negros. Ainda conforme a pesquisa, trabalhadores com ensino médio completo ou superior in- completo são a maior parcela dos que estão desempregados há muito tempo, representando 46,2% do total. Nota: O segmento de negros é composto por pretos e pardos e o de não negros engloba brancos e amarelos. Fonte: Portal de notícias Uol. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/ 2013/08/19/no-brasil-negros-e-mulheres-ficam-mais-tempo-desempregados-diz-estudo.htm>. Acesso em: 13 dez. 2013.
  • 27. 26 escolaridade, acesso à renda, entre outros, compatíveis com aqueles observados para os brancos. Há, ainda, a necessidade de deixarem de ser vistos socialmente por meio de estereó- tipos e preconceitos. A atividade da seção Você aprendeu?, no Caderno do Aluno, propõe a análise dos gráficos e mapas das Figuras 5 e 6. Figura 5 – População por cor ou raça – preta e indígena. IBGE. Atlas do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 197. Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/>. Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supressão de escala numérica; mantida a grafia). População por cor ou raça – preta e indígena
  • 28. 27 Geografia – 2a série – Volume 2 Figura 6 – População por cor ou raça – branca e parda. IBGE. Atlas do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 196. Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/>. Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supressão de escala numérica; mantida a grafia). Segundo o critério da cor da pele adota- do pelo IBGE, a distribuição da população brasileira pode ser compreendida se forem considerados também os processos de povo- amento e ocupação do território nacional. Assinale a alternativa que expressa essa rela- ção corretamente. a) A maior concentração de população preta está no Nordeste e a de pardos, População por cor ou raça – branca e parda
  • 29. 28 no Norte e no Nordeste, legado de uma intensa concentração escravagista afri- cana que, desde meados do século XVI, predominou nas duas regiões devido à antiga cultura canavieira. b) No Centro-Oeste há certo equilíbrio entre as populações branca e parda por causa dos descendentes de povos europeus e orientais que se dirigiram à região ao longo do século XX, para se dedicar à colonização de novas terras. c) A porcentagem de população preta no Sul do país é expressiva perante as demais regiões e reflete um processo de coloniza- ção e povoamento similar ao de outras regiões brasileiras, principalmente com a presença de negros. d) Os brancos são maioria nas regiões Sul e Sudeste, devido à grande concentração de descendentes de europeus (principalmente italianos e alemães) ou de outros povos de cor branca (por exemplo, árabes). e) A maior parcela das populações indígena e parda está no Norte, o que se deve à inten- sa mestiçagem ocorrida a partir da cons- trução da Rodovia Transamazônica. O enunciado da questão busca promover a associação entre os conteúdos estudados na Situação de Aprendizagem 1 com aqueles tratados no semestre passado. A alternativa “a“ apre- senta pertinência quanto aos dados no mapa, mas associa er- roneamente a antiga cultura canavieira à região Norte para ex- plicar o predomínio da população parda; na alternativa “b”, os descendentes de povos orientais não explicam o contingente da população parda encontrada na região Centro-Oeste; a al- ternativa “c” apresenta distorção quanto aos dados do mapa; e a alternativa “e”, além de desconsiderar a porcentagem da po- pulação indígena no Centro-Oeste, restringe a mestiçagem a partir da construção da Rodovia Transamazônica, desconside- rando seus antecedentes. Desse modo, a única alternativa cor- reta é a “d”, na qual se verifica tanto a apresentação de dados corretos a partir do mapa e gráfico apresentado para leitura e interpretação como também causas explicativas que os justifi- cam com base nos conhecimentos prévios dos alunos sobre o processo de povoamento e ocupação do território brasileiro. Comente com os alunos que, segundo o Censo 2010, 43,1% da população brasileira se declararam pardos e o maior percentual desse contingente estava na Região Norte (66,9%), sendo que todas as regiões revelaram percen- tuais acima dos 35%, exceto o Sul, com 16,5%. Ainda segundo o censo, 7,6% dos entrevistados se declararam pretos, e seu maior percentual es- tava no Nordeste (9,5%), com o Sudeste (7,9%) a seguir, enquanto a Região Sul mostrou o me- nor percentual (4,1%). SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 A DINÂMICA DEMOGRÁFICA São enfatizados, nesta Situação de Aprendi- zagem, os conceitos de natalidade, mortalidade e crescimento natural ou vegetativo, buscando discutir a dinâmica demográfica brasileira se- gundo sua evolução no tempo e sua situação atual. A partir de mapas, tabela e gráficos são
  • 30. 29 Geografia – 2a série – Volume 2 Etapa prévia – Sondagem inicial e sensibilização Para começo de conversa, com o propósi- to de atrair a atenção dos alunos para o tema que será estudado, sugerimos que a sondagem inicial ocorra por meio de um aquecimento específico acerca do que os alunos pensam em relação ao futuro familiar que os aguarda, dando destaque para que se posicionem sobre o tipo de família que pretendem ter e quais os métodos contraceptivos por eles conhecidos. Conteúdos: natalidade, mortalidade e crescimento natural ou vegetativo; dinâmica demográfica brasi- leira; transição demográfica. Competências e habilidades: articular a relação entre conceitos (crescimento natural ou vegetativo, ta- xas de mortalidade e natalidade), aplicando-os na interpretação de gráficos e tabela sobre o cresci- mento populacional brasileiro; por meio de gráficos, interpretar os períodos da dinâmica demográfica do Brasil, estabelecendo relações de causa e efeito entre sequências de acontecimentos de significado histórico-geográfico; articular os conceitos taxa de fecundidade e mortalidade infantil com a leitura e interpretação de gráficos; discriminar e estabelecer diferenciações entre as variações das taxas de fecundidade e mortalidade infantil e os graus de instrução das mulheres; ler e interpretar gráficos para caracterizar regionalmente a queda da taxa de fecundidade no Brasil; construir o conceito de tran- sição demográfica utilizando a interpretação de gráficos como recurso; apreender o significado e as intencionalidades de ideias equivocadas divulgadas na mídia sobre o processo demográfico brasileiro, com o objetivo de desenvolver argumentação oral e escrita com base no conteúdo estudado; identificar conceitos e pontos relevantes para a elaboração de sínteses dissertativas. Sugestão de estratégias: aula expositiva sobre conceitos fundamentais; leitura e interpretação de mapa, gráficos e tabela; grupos de pesquisa e discussão; comparação de resultados de pesquisa dos grupos. Sugestão de recursos: campanhas publicitárias; mapa, gráficos e tabela; artigos de jornais; internet. Sugestão de avaliação: entrega dos textos solicitados; participação nas dinâmicas de aprendizagem em sala de aula e nos grupos de discussão. destacados os principais fatores que interferem na variação desses índices. De modo a conferir um encaminhamento didático para a aborda- gem do conteúdo indicado, a evolução demo- gráfica do Brasil é subdividida em dois grandes períodos e, a partir da noção de transição de- mográfica, comparada com a verificada em ou- tros países. Nesse percurso, também é analisada a variação das taxas de natalidade no Brasil, comentando-se os principais fatores responsáveis, além da queda acentuada nas taxas de mortalida- de e de fecundidade a partir da acelerada urba- nização. De maneira implícita, busca-se também refletir com os alunos sobre o teor de opiniões e notícias veiculadas pela mídia que, muitas vezes, tratam questões relacionadas ao processo demo- gráfico brasileiro de modo equivocado, difundin- do preconceitos e desinformação.
  • 31. 30 Para dar encaminhamento a esta atividade, sugerimos as questões a seguir, presentes no Caderno do Aluno. CARTOGRAFIA PESSOAL Eu nasci na cidade de ______________________________________________, Estado (ou país)_____________________________________________. Meu pai nasceu na cidade de _______________________________________, Estado (ou país) ______________________________________. Minha mãe nasceu na cidade de ____________________________________, Estado (ou país) ____________________________________. Meu avô paterno nasceu na cidade de _______________________________, Estado (ou país) _______________________________. Meu avô materno nasceu na cidade de _______________________________, Estado (ou país) ______________________________. Minha avó paterna nasceu na cidade de _______________________________, Estado (ou país) ____________________________. Minha avó materna nasceu na cidade de ______________________________, Estado (ou país) ____________________________. Meu avô materno tem (ou teve) ________________ irmãos. Meu avô paterno tem (ou teve) ________________ irmãos. Minha avó materna tem (ou teve) ________________ irmãos. Minha avó paterna tem (ou teve) ________________ irmãos. Minha mãe tem (ou teve) ________________ irmãos. Meu pai tem (ou teve) ________________ irmãos. Eu tenho (ou tive) ________________ irmãos. Pretendo ter ________________ Espera-se que os dados coletados por intermédio da ficha reproduzam em escala local os resultados coerentes com o encolhimento da taxa de fecundidade e a intensa migração observados no conjunto da população brasileira. Tomando por base esses resultados, analise com os alunos a importância de coletar e estudar dados populacionais, não apenas para que os governos planejem as políticas públicas adequadas às reais necessidades da população, mas também como forma de planejar o próprio futuro. 2. Converse com seus colegas e seu profes- sor a respeito da “cartografia” das fa- mílias dos alunos da sua turma. Depois, responda: a) Houve movimentos migratórios de uma geração para outra? Comente as principais tendências encontradas na turma. 1. Considerando as características de sua fa- mília, preencha os dados do formulário a seguir.
  • 32. 31 Geografia – 2a série – Volume 2 Espera-se que os alunos destaquem que houve movimento migratório, se for o caso – o mais provável. Com os alunos, identifique se o movimento migratório foi intraestadual ou de âmbito nacional e determine os vetores desse movimento. b) O número de filhos aumentou ou dimi- nuiu de uma geração para outra? Co- mente as principais tendências encon- tradas na turma. Provavelmente, a média do número de filhos por família terá diminuído, confirmando a tendência observada nas taxas de fecundidade nas últimas décadas. Com os alunos, procure traçar a média de filhos nas diferentes gerações. Etapa 1 – Aula expositiva dialogada Uma vez transposta a etapa prévia, suge- rimos iniciar o trabalho com alguns concei- tos básicos que permitem desenvolver temas essenciais sobre a dinâmica demográfica no Brasil. Para tanto, defina e explique: que o crescimento populacional decorre de duas variáveis: o saldo entre o número de imigrantes (pessoas que entram no país) e o número de emigrantes (pessoas que deixam o país) e o saldo entre o número de nasci- mentos e o número de óbitos. Essa última variável constitui o crescimento natural ou vegetativo. No caso do Brasil, não deixe de informar que apenas esse último processo é de grande importância, pois a imigração só teve influência significativa no crescimento populacional no final do século XIX até 1934, quando foi promulgada a Lei de Co- tas, que restringiu drasticamente a entrada de imigrantes no país; que a taxa de mortalidade expressa a propor- ção entre o número de óbitos e a população absoluta de um lugar, em determinado inter- valo de tempo; que a taxa de natalidade expressa a pro- porção entre o número de nascimentos e a população absoluta de um lugar, em deter- minado intervalo de tempo. Leitura e análise de gráfico e tabela Definidos esses conceitos básicos, apresen- te aos alunos o gráfico e a tabela (Figura 7 e Quadro 1), indagando-os sobre o que é pos- sível observar em relação à evolução da di- nâmica demográfica brasileira. Conceda-lhes um tempo para observarem e analisarem os dados fornecidos e estimule-os a interpretá- -los, sempre acompanhando esse processo de interpretação e eventuais dúvidas dos alunos, de acordo com as questões a seguir, presentes no Caderno do Aluno. 1. Observe o gráfico da Figura 7 e responda às questões.
  • 33. 32 a) Com base em seus conhecimentos e nos dados do gráfico, é possível afirmar que a população brasileira está passando por uma explosão demográfica? Justifi- que sua resposta. Como esse tema já foi estudado em anos anteriores, espe- ra-se que os alunos não considerem verdadeira a afirma- ção. O gráfico mostra que o elevado crescimento ocor- reu na década de 1890. E entre as décadas de 1940 e 1960 houve um período de aumento da taxa de crescimento populacional em decorrência da queda da mortalidade resultante dos avanços da medicina, como o surgimento dos antibióticos e a popularização de formas de preven- ção com as vacinações em massa. A partir da década de 1960, com a redução da natalidade, iniciou-se um de- clínio do crescimento populacional brasileiro mostrado pelas quedas percentuais de 27,7%, em 1980, para 12,3%, em 2010. De acordo com projeções do IBGE entre 2010 e 2020 o crescimento populacional brasileiro deverá atingir 13,6%; somente em 2043 a população voltará a diminuir. b) Na “cartografia” da turma, a variação do número de filhos de uma geração para outra reflete, de certa forma, a situação do crescimento populacio- nal brasileiro representada no gráfico? Explique. O que foi apurado na classe deve confirmar a tendência de diminuição no crescimento populacional brasileiro repre- sentado no gráfico. Caso essa tendência não se confirme, é importante discutir fatores sociais e econômicos locais que possam ter influenciado o resultado. 2. Converse com seus colegas e seu professor para responder às questões referentes à tabela a seguir (Quadro 1). Figura 7 – Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeção para 2020. Fontes: IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1995, 2001; Censo Demográfico – 2010; Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Projeção da População por Sexo e Idade para o Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação 2013. Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeção para 2020 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 50 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 44,3 37,8 21,6 37,8 17,3 17,3 25,9 35,1 32,7 27,7 23,3 15,6 12,3 13,6 Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeção para 2020 %
  • 34. 33 Geografia – 2a série – Volume 2 tivo? Exemplifique com dados da tabela. O crescimento vegetativo é o resultado da diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade a cada mil habi- tantes. Por exemplo, no período 1872-1890, o crescimento vegetativo era de 16,3 (46,5 de natalidade por mil e 30,2 de mortalidade por mil). a) Quais variáveis são utilizadas para de- terminar o crescimento natural ou vege- tativo da população de um país. Taxas de natalidade e de mortalidade. b) Como é calculado o crescimento vegeta- Períodos Natalidade (por mil) Mortalidade (por mil) Crescimento vegetativo (por mil) 1872-1890 46,5 30,2 16,3 1891-1900 46,0 27,8 18,2 1901-1920 45,0 26,4 18,6 1921-1940 44,0 25,3 18,7 1941-1950 43,5 19,7 23,8 1951-1960 41,5 15,0 26,5 1961-1970 37,7 9,4 28,3 1971-1980 34,0 8,0 26,0 1981-1990 27,4 7,8 19,6 1991-2000 22,1 6,8 15,3 2001-2005 20,0 6,8 13,2 2006-2010 16,4 6,3 10,2 2011-2013 14,2 6,3 7,9 Quadro 1 – Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento vegetativo da população. Fontes: CARVALHO, Alceu Vicente W. de. A população brasileira: estudo e interpretação. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demogra- fia brasileira: ensaio de demoeconomia brasileira. São Paulo: Atlas/Edusp, 1973; IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1993, 1995, 2000; Síntese de indicadores sociais, 2002; IBGE. Brasil em síntese. Disponível em: <http://brasilemsintese.ibge.gov.br/>. Acesso em: 10 mar. 2014. Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento vegetativo da população
  • 35. 34 c) Como são definidas as taxas de mortali- dade e de natalidade de um país? A taxa de mortalidade expressa a proporção entre o nú- mero de óbitos e a população absoluta de um lugar, em determinado intervalo de tempo. A taxa de natalidade expressa a proporção entre o número de nascimentos e a população absoluta de um lugar, em determinado intervalo de tempo. 3. De acordo com os dados apresentados no gráfico Crescimento populacional brasi- leiro entre 1890 e 2010 e projeção para 2020 (Figura 7), quais motivos explicam as taxas de crescimento da população brasileira entre 1890 e 1930? Espera-se que os alunos considerem que o crescimento da população brasileira no final do século XIX (1890) e início do século XX foi impactado pelo ingresso de imi- grantes. No início dos anos 1930, poucos meses depois de assumir o poder, o presidente Getúlio Vargas baixou um decreto limitando a entrada de estrangeiros no Brasil e, a partir de 1934, a chegada de imigrantes ao Brasil diminuiu significativamente, em consequência de diversos fatores. Em primeiro lugar, a crise cafeeira provocou sérios danos à economia brasileira no final dos anos 1920, gerando de- semprego e tensão social, ampliados pelas instabilidades causadas pelas revoluções de 1930 e 1932. Em 1934, duran- te o primeiro governo de Getúlio Vargas, foi assinada a Lei de Cotas de Imigração, que permitia o ingresso de apenas 2% do total de imigrantes que haviam entrado no Brasil nos últimos 50 anos (exceção feita aos portugueses). Tais fatores explicam a redução do incremento populacional ocorrida entre as décadas de 1920 e 1930. 4. Qual dos períodos apresentados no gráfi- co a seguir (Figura 8) corresponde ao de grande crescimento vegetativo? Justifique sua resposta. Figura 8 – Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento vegetativo da população (por mil habitantes). Fontes: CARVALHO, Alceu Vicente W. de. A população brasileira: estudo e interpretação. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demografia brasileira: ensaio de demoeconomia brasileira. São Paulo: Atlas/Edusp, 1973; IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1993, 1995, 2000; Síntese de indicadores sociais, 2002; Brasil em Síntese. Disponível em: <http://brasilemsintese.ibge.gov.br/>. Acesso em: 25 mar. 2014. % Brasil: taxas de natalidade, mortalidade e de crescimento vegetativo da população (por mil habitantes) Taxa de Natalidade Taxa de Mortalidade 14,2 6,3 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Brasil: taxas de natalidade, mortalidade e de crescimento vegetativo da população (por mil habitantes) %o 1872-1890 1891-1900 1901-1920 1921-1940 1941-1950 1951-1960 1961-1970 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2005 2006-2010 2011-2013
  • 36. 35 Geografia – 2a série – Volume 2 O período de grande crescimento vegetativo ocorreu en- tre as décadas de 1940 e 1960, quando as taxas de natalida- de aumentaram e houve redução acentuada nas taxas de mortalidade, gerando, em consequência, grande cresci- mento vegetativo ou natural da população brasileira. Tais fatores resultaram da revolução da tecnologia bioquímica, do aumento do número de pessoas com acesso à rede médico-hospitalar, às vacinações em massa e à melhoria das condições sanitárias que contribuíram de forma signi- ficativa para a queda acentuada das taxas de mortalidade. Essa queda e a permanência de elevadas taxas de natali- dade, entre 1940 e 1960, explicam o elevado crescimento vegetativo verificado no período. Para finalizar esta atividade, comente com os alunos a seguinte observação: a desaceleração demográfica marcada pela queda das taxas de natalidade e algumas transformações ocorridas no Brasil estão relacionadas à crescente urbanização, ao aumento da taxa de escolarização, à entra- da da mulher no mercado de trabalho e à popularização da pílula anticoncepcional e de outros métodos contraceptivos. O con- junto desses fatores favoreceu a redução do número de filhos, muitas vezes traduzida pelo planejamento familiar. Uma vez trabalhados os principais con- ceitos demográficos, introduza o de taxa de fecundidade. Desse modo, inicialmente, ex- plique que a taxa de fecundidade consiste no número médio de filhos que as mulheres têm no decorrer de suas vidas, em determina- da população. Informe que para obter essa taxa, divide-se o total dos nascimentos pelo número de mulheres em idade reprodutiva (de 15 a 49 anos) da população considera- da. Segundo o IBGE, a taxa de fecundidade total expressa o número de filhos que, em média, teria uma mulher que durante sua vida fértil teve seus filhos de acordo com as taxas de fecundidade por idade do período em estudo e não esteve exposta aos riscos de mortalidade desde o nascimento até o tér- mino do período fértil. Leitura e análise de gráfico Em seguida, sugerimos avançar suas ex- plicações a respeito da fecundidade com base nos gráficos das Figuras 9 e 10, pre- sentes no roteiro de questões do Caderno do Aluno. 1. Quais relações podem ser estabelecidas entre os dados do gráfico da Figura 9 e a situação do crescimento populacional brasileiro representada no gráfico Cresci- mento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeção para 2020 (Figura 7)?
  • 37. 36 O número de filhos por mulher diminuiu de 6,2, em 1940, para 1,8 filho por mulher em 2013. No geral, o gráfico Cres- cimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e proje- ção para 2020 mostra uma diminuição contínua no cresci- mento populacional, a partir da década de 1960. Ressaltan- do que em 1960 houve um pequeno aumento na taxa de fecundidade e um aumento no crescimento populacional Figura 10 – Taxas de fecundidade total, por nível de instrução das mulheres, segundo as Grandes Regiões – 2010. Fonte: Censo Demográfico 2010. Nupcialidade, Fecundidade e Migração. Resultados da Amostra. Disponível em: <ftp://ftp.ibge. gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Nupcialidade_Fecundidade_Migracao/censo_nup_fec_mig.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2014. em comparação à década anterior. Segundo o IBGE, uma taxa de fecundidade inferior a 2,0 filhos por mulher não ga- rante a reposição da população atual, demonstrando uma tendência de que o número de habitantes poderá diminuir em números absolutos. 2. Observe o gráfico a seguir. Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Sem instrução e Fundamental incompleto Fundamental completo e Médio incompleto Médio completo e Superior incompleto Superior completo 0,50 1,00 0,00 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 Taxas de fecundidade total, por nível de instrução das mulheres, segundo as Grandes Regiões - 2010Taxas de fecundidade total, por nível de instrução das mulheres, segundo as Grandes Regiões – 2010 Figura 9 – Brasil: redução da taxa de fecundidade, 1940-2010 e projeções para 2013 e 2020. Fontes: IBGE. Censo demográfico, 1940-2010; IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Projeção da População por Sexo e Idade para o Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação 2013. 5 6 7 Média de filhos por mulher Brasil: redução da taxa de fecundidade, 1940 a 2010 e projeções para 2013 e 2020 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2013 2020 0 2 3 4 1 6,2 6,2 6,3 5,8 4,4 2,9 2,4 1,9 1,8 1,6 Brasil: redução da taxa de fecundidade, 1940 a 2010 e projeções para 2013 e 2020
  • 38. 37 Geografia – 2a série – Volume 2 Quais informações apresentadas neste grá- fico contribuem para explicar a redução da taxa de fecundidade das mulheres brasileiras? O gráfico demonstra como as taxas de fecundidade di- minuem sensivelmente conforme aumentam os anos de estudo das mulheres. Percebe-se que as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de fecundidade nas mulheres sem instrução e Fundamental incompleto, ou seja, as mulheres de menor escolaridade apresentam as maiores taxas de fecundidade. O mesmo pode ser verificado nas taxas de fecundidade em outras re- giões do Brasil. Uma variável socioeconômica relacionada à fecundidade refere-se à escolaridade da mulher. De modo geral, as diferentes taxas de fecundidade entre as regiões brasileiras são explicadas pelas diferenças regionais de de- senvolvimento econômico, o que implica maior nível edu- cacional da população. 3. Quais outros motivos podem ser conside- rados para explicar a redução na taxa de fecundidade brasileira, principalmente a partir da década de 1980? Espera-se que os alunos, de modo geral, percebam que a redução nas taxas de fecundidade é explicada pelo aumen- to da urbanização e, portanto, pelo maior acesso aos meios contraceptivos, pela melhoria no nível educacional da popu- lação, pela significativa presença da mulher no mercado de trabalho, entre outros fatores. Para finalizar esta atividade, apresente aos alunos as seguintes observações: que a redu- ção do número médio de filhos por mulher vem ocorrendo em todo o mundo. Particular- mente no Brasil, iniciou-se com as mulheres das classes média e alta dos centros urba- nos do Sul e do Sudeste – que apresentavam maior taxa de escolarização e tinham mais acesso às informações – e, pouco a pouco, atingiu as demais classes sociais e regiões (es- tendendo-se, atualmente, pelas áreas rurais). Segundo o IBGE, a idade média em que as mulheres têm filhos é de 26,9 anos em 2013 e as projeções indicam que deve chegar a 28 anos em 2020. Finalmente, não deixe de chamar a atenção para o fato de que, como existe uma estreita relação entre desenvolvimento econômico e taxa de fecundidade, pelas razões apontadas anteriormente, nos países “desenvolvidos” ou industrializados, de modo geral, as taxas de fecundidade são baixas quando compa- radas às dos países em desenvolvimento e países pobres. Etapa 2 – Trabalho conceitual e interpretação associada de mapa e gráficos Contando com o apoio do que foi abordado nas etapas anteriores, é interessante e elucidati- vo abordar com mais vagar o tema da transição demográfica brasileira, para logo em seguida comparar o caso brasileiro com o de outros países. Para tanto, propomos a apresentação e a discussão do mapa Mundo: estágios de tran- sição demográfica, 2000 (Figura 11) e as ques- tões a seguir, presentes no Caderno do Aluno. Leitura e análise de gráfico e mapa 1. Observe a Figura 11, que apresenta os gráficos de representação das fases da transição demográfica, assim como um mapa-múndi com a fase em que se encon- travam os países em 2000.
  • 40. 39 Geografia – 2a série – Volume 2 a) Procure explicar o significado da ex- pressão “transição demográfica”. A expressão pode ser definida como a transição entre um mo- delo demográfico marcado pela alta natalidade e mortalidade para outro, caracterizado pela baixa natalidade e mortalidade. b) Analise os gráficos da transição demo- gráfica e explique o que ocorre em cada uma das três fases apresentadas. Espera-sequeosalunosacentuemqueaprimeirafasecaracteriza o regime demográfico tradicional e apresenta uma alta taxa de mortalidade e de natalidade. Na Fase I da Transição Demográfi- ca, ocorre a redução das taxas de mortalidade e registra-se um elevado crescimento vegetativo da população. Na Fase II, ocorre uma redução das taxas de natalidade, e, consequentemente, do crescimento vegetativo. Por último, na Fase III, período pós-tran- sicional, característico de um regime demográfico moderno, as taxas de mortalidade e de natalidade apresentam-se reduzidas. c) Com base na observação do mapa-mún- di, dê exemplos de países representati- vos de cada uma das fases da transição demográfica e, após conversar com seus colegas e seu professor, procure levantar hipóteses que justifiquem a classificação desses países nessas fases. Paísesquejáconcluíramsuatransiçãodemográfica,queseencon- tramnaFaseIII:Japão,paíseseuropeus,EstadosUnidosdaAmérica, Canadá etc. Fase II, caracterizada por crescimento populacional lento: os países latino-americanos, com exceção de Bolívia, Beli- ze, Guatemala, Honduras, Nicarágua (todos na Fase I), e Uruguai e Cuba que estão na Fase III. Na Fase I encontram-se grande parte dos países africanos e do Oriente Médio. Também na Ásia temos Iêmen,Afeganistão,Nepal,Butão,Bangladesh,CambojaeLaos. Em geral a Fase III ocorre em países onde há desenvolvimento econômico ou em nações antigas e também os atuais e ex- -países socialistas, que priorizaram ações voltadas para a edu- cação, saúde e mesmo planejamento familiar. Os países que se encontramnaFaseIsãopobres,emsuamaioriacompopulação predominantemente rural, com pouca infraestrutura e ações concretas em termos educacionais e de assistência à saúde. d) Em sua opinião, quais fatores são res- ponsáveis pela manutenção de vários países africanos na Fase I? Quais ações poderiam ser realizadas para a mudança dessa situação? Espera-se que o aluno identifique a situação de pobreza como um dos fatores das altas taxas de natalidade e de mor- talidade, além da falta de infraestrutura e os conflitos arma- dos, comuns nessa região. Os alunos podem sugerir várias ações, como investimentos em saneamento básico, saúde, educação etc. Alguns deles podem citar o papel da ajuda in- ternacional. Se isso acontecer, proponha a discussão sobre a eficácia desse tipo de ajuda e que interesses estão por trás desse auxílio patrocinado pelos países ricos. e) Explique por que o Brasil encontra-se na fase de transição demográfica em curso (Fase II). O Brasil está caminhando para a última fase, que se caracte- riza pela diminuição acentuada das taxas de natalidade e de fecundidade e, consequentemente, pelo crescimento popu- lacional moderado. Segundo estimativas, nos próximos anos a taxa de natalidade deverá ser inferior a 20%, e a de fecundi- dade deverá declinar ainda mais. Etapa 3 – Análise comparativa da pirâmide etária brasileira com os países conhecidos como BRICS Nesta etapa, apresente aos alunos as pirâ- mides etárias (Figura 12) do conjunto de países emergentes, conhecidos pela sigla BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esses países, considerados economias emergentes, apresentam
  • 41. 40 estruturas etárias bem diferenciadas, tornando- -se, portanto, um excelente material de análise acerca de como devem ser lidos e interpretados os gráficos correspondentes às pirâmides etárias. A análise da pirâmide etária oferece diversas in- formações sobre a população de um país, como a quantidade de habitantes por faixa etária, a pro- porção por sexo e a porcentagem de pessoas em idade produtiva (ou seja, as que se encontram en- tre 10 e 65 anos) no total da população. Informe aos alunos que, para interpretar uma pirâmide etária, devemos observar os seguintes critérios: no eixo das abscissas, registra-se a proporção de habitantes em cada faixa etária; no eixo das orde- nadas, as faixas de idade. Peça aos alunos que analisem as pirâmides etárias considerando os seguintes aspectos: comportamento dos dados da base ao topo corresponde à quantidade de população em cada faixa etária de acordo com o gê- nero (à esquerda, população do sexo mas- culino; à direita, do sexo feminino); diferenças entre a quantidade de população masculina e de população feminina em cada faixa etária correspondente; quanto à parcela intermediária – entre 15 e 60 anos –, estabelecer relações entre este segmen- to, correspondente à idade produtiva, e a base da pirâmide. Se a diferença for acentuada, o país terá um descompasso entre a população em idade produtiva e crianças e idosos; vértice – quantidade de população de idosos em relação ao resto da pirâmide. Leitura e análise de gráfico Agora, professor, proponha as questões a se- guir, presentes no Caderno do Aluno. 1. Com base nas semelhanças visuais das es- truturas etárias das pirâmides do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul, apresentadas na Figura 12, distribua os cinco países em dois grupos. Depois, procure caracterizar a estrutura etária desses grupos. Grupo 1 - Brasil, Índia e África do Sul – Características da es- trutura etária = Base larga, corpo médio e topo estreito. No Brasil verifica-se o aumento de adultos e uma leve diminui- ção no número de jovens. Grupo 2 - Rússia e China - Características da estrutura etá- ria = China e Rússia apresentam base menor que o corpo da pirâmide, resultado de baixas taxas de natalidade, e com número significativo de idosos. As pirâmides da Rússia e da China mostram uma estrutura etária mais envelhecida, contrastando com a estrutura jovem da Índia. Vale comple- mentar que a pirâmide russa apresenta maior quantidade de mulheres do que de homens, principalmente nas faixas acima dos 65 anos, em virtude dos vários conflitos internos e das guerras pelos quais o país passou em sua história, o que afetou diretamente o contingente masculino. 2. Considerando o que você estudou até agora e a análise comparativa da questão anterior, explique por que a pirâmide etária brasileira sinaliza um estágio de transição demográfica. A análise do comportamento da pirâmide brasileira evidencia uma diminuição da base e um maior alargamento do contin- gente de população em idade adulta, o que sinaliza a passa- gem da Fase II para a Fase III da transição demográfica. Deve-se também considerar que as quedas dos níveis de fecundidade e mortalidade nos últimos 40 anos evidenciam essa fase de transição, fazendo que o desenho de sua pirâmide etária apre- sente mudanças ao longo do tempo, passando de uma estru- tura jovem nas décadas de 1960, 1970 e 1980, para uma menos jovem apresentada em 2010. Ressalta-se que a dinâmica de- mográfica brasileira influi diretamente nas políticas públicas de planejamento e de atendimento social.
  • 42. 41 Geografia – 2a série – Volume 2 Figura 12 – Pirâmides etárias – Brasil, Rússia, Índia, Chi- na e África do Sul – 2010. Fonte: Nações Unidas. Perspectivas da População Mundial Revisão de 2010. Disponível em: <http://www.un.org/en/development/desa/ population/publications/pdf/trends/WPP2010/WPP2010_ Volume-II_Demographic-Profiles.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2014. Pirâmides etárias – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – 2010 Brasil Índia África do Sul China Rússia
  • 43. 42 3. Quais informações podem ser obtidas a par- tir da leitura da pirâmide etária de um país? A análise da pirâmide etária oferece diversas informações sobre a população de um país, como a quantidade e a dis- tribuição de habitantes por faixa etária, a proporção por sexo e a porcentagem de pessoas em idade produtiva (ou seja, as que se encontram entre 10 e 65 anos) no total da população. Para finalizar esta Situação de Apren- dizagem, sugerimos que discuta um pouco mais com seus alunos sobre a questão do envelhecimento no Brasil. Segundo estimativas do IBGE, a popula- ção acima de 65 anos de idade deve passar de 14,9 milhões (7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), em 2060. A evolução das componentes demo- gráficas no período 2000/2030 resulta em um significativo envelhecimento da popu- lação em todas as Unidades da Federação. O envelhecimento da população acima dos 65 anos de idade está relacionado à diminuição da fecundidade e ao aumento da expectativa de vida. A projeção indica que a esperança de vida ao nascer, que em 2013 chegou a 71,3 anos para homens e 78,5 anos para mulheres, em 2060, deve atingir 78,0 e 84,4 anos, respectivamente, o que representa um ga- nho de 6,7 anos médios de vida para os homens e 5,9 anos para as mulheres. Para ambos os sexos, a esperança de vida ao nascer do brasileiro chegará aos 80,0 anos de idade em 2041. Essas estimativas apontam para um au- mento da demanda por políticas voltadas para a saúde, assistência social e previ- dência social. Sugerimos a atividade a seguir, na seção Lição de casa, presente no Caderno do Aluno, que con- tribuirá para aprofundar a discussão sobre a questão do envelhecimento no Brasil. Observe o mapa Índice de Envelhecimento, 2010 (Figura 13) e responda: Com base nas informações do mapa, co- mente a questão do envelhecimento popula- cional no Brasil e a distribuição espacial do Índice de Envelhecimento no Brasil. O processo de transição demográfica, que ocorre acelerada- mente no Brasil, além de ser determinante no tamanho popu- lacional, também altera a estrutura por idade da população. Esse processo se dá de forma generalizada em cada uma das regiões brasileiras, mas ainda se mantêm diferenciais regionais, que refletem suas desigualdades socioeconômicas. As regiões Sudeste e Sul, que se encontram mais adiantadas no processo de transição demográfica, apresentam os maiores índices. Os valores mais baixos nas regiões Norte e Centro-Oeste refletem a influência das migrações, atraindo pessoas em idades jovens, muitas vezes acompanhadas de seus filhos. Assim as transfor- mações nos movimentos migratórios também têm grande in- fluência nas mudanças demográficas, com impacto tanto nas populações de origem quanto nas de destino. Além disso, a Região Norte apresenta taxa de fecundidade superior à média nacional, o que ajuda a explicar o índice. Quanto ao Índice de Envelhecimento, ele contribui para entender as tendências da dinâmica demográfica e acompanhar a evolução do ritmo de envelhecimento da população, comparativamente entre re- giões geográficas, e subsidiar a formulação, gestão e avaliação de políticas públicas nas áreas de saúde e previdência social.
  • 44. 43 Geografia – 2a série – Volume 2 Figura 13 – Índice de Envelhecimento, 2010. IBGE. Atlas do censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 45. Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/>. Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supressão de escala numérica; mantida a grafia). Índice de Envelhecimento, 2010
  • 45. 44 Proponha a atividade a seguir da seção Você aprendeu?, do Caderno do Aluno. A dinâmica demográfica brasileira modifi- cou-se ao longo do tempo. Interprete o gráfico da Figura 14, relativo ao período de 1872 a 2010. Figura 14 – Brasil: crescimento vegetativo – 1872-2010. Fontes: CARVALHO, Alceu Vicente W. de. A população brasileira: estudo e interpretação. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demografia brasileira: ensaio de demoeconomia brasileira. São Paulo: Atlas/ Edusp, 1973; IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1993, 1995, 2000; Síntese de indicadores sociais, 2002; Brasil em Síntese. Disponível em: <http://brasilemsintese.ibge.gov.br/>. Acesso em: 25 mar. 2014. Avalie as afirmativas em relação às mudan- ças representadas no gráfico. I. Considerando-se o período de 1970 a 2010, pode-se afirmar que houve uma redução no crescimento vegetativo do país, proces- so em grande parte relacionado ao acesso da população aos métodos contraceptivos, à urbanização e à maior participação da mulher no mercado de trabalho. II. A partir da crise da década de 1980, amplas políticas governamentais de con- trole da natalidade resultaram na queda do crescimento vegetativo e no ingresso do país na fase mais avançada da transição demográfica. III. Considerando o período de 1970 a 2010, veri- fica-se que ocorreu um desequilíbrio entre as taxas de natalidade e de mortalidade, provo- cando um elevado aumento populacional, em virtude dos avanços da medicina, do aumento da taxa de fecundidade e da maior participa- ção da mulher no mercado de trabalho. IV.Em meados do século XX, a redistribui- ção espacial da população, pelo cresci- mento da migração campo-cidade, e a aceleração do processo de urbanização foram fatores que contribuíram de manei- ra expressiva para a redução das taxas de natalidade. Além disso, sobretudo a partir de 1970, as maiores taxas de escolariza- ção e a inserção da mulher no mercado de Brasil: crescimento vegetativo – 1872-2010 ‰ 1872-1890 1891-1900 1901-1920 1921-1940 1941-1950 1951-1960 1961-1970 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2005 2006-2010 Taxa de Mortalidade Crescimento vegetativo Taxa de Natalidade 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Brasil: crescimento vegetativo – 1872-2010
  • 46. 45 Geografia – 2a série – Volume 2 trabalho contribuíram para maior redu- ção das taxas de fecundidade. As afirmativas corretas são indicadas pela opção: a) I e II. b) III e IV. c) I e IV. d) II, III e IV. e) I, II, III e IV. As afirmações I e IV interpretam corretamente os dados apre- sentados no gráfico da questão e resgatam as principais causas para os fenômenos demográficos citados e que foram co- mentados durante a Situação de Aprendizagem 2, na análise do gráfico Brasil: crescimento vegetativo – 1872-2010. Já as afirmações II e III estão incorretas. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 O TRABALHO E O MERCADO DE TRABALHO Em um primeiro momento, propõe-se o estudo de conceitos fundamentais para o en- tendimento da População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil segundo os setores de produção (primário, secundário e ter- ciário), ressaltando suas transformações ao longo do processo de urbanização do país. Posteriormente, sugere-se a organiza- ção de grupos de investigação para que os estudantes adquiram uma visão de síntese sobre a integração da mulher no mercado de trabalho segundo os setores de produção, problematizando as desigualdades de gêne- ro. Desse modo, vista em conjunto com as Situações de Aprendizagem antecessoras, esta contribui para abordagem em detalhes sobre conteúdos essenciais sobre a popula- ção brasileira, estabelecendo conexões prin- cipalmente com o que foi desenvolvido na Situação de Aprendizagem 1. Conteúdos: População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil segundo os setores de produção; integração da mulher no mercado de trabalho pelos setores de produção; desigualdades de gê- nero. Competências e habilidades: relacionar a leitura e a interpretação de dados estatísticos apresen- tados em gráficos sobre a situação das mulheres na chefia dos domicílios brasileiros; articular conceitos (PEA e setores econômicos) com leitura de gráficos; leitura e fichamento de textos para exercitar a síntese de conceitos e acontecimentos relativos ao mercado de trabalho no Brasil;