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MODERNISMO
segundo momento
MOMENTOHISTÓRICO
A década de 30 surge
trazendo a guerra, a
catástrofe, a falta de
liberdade. Os felizes e
– até mesmo –
ingênuos anos 20 são
engolidos por regimes
autoritários, tensões e
uma sensação de
morte e extermínio
iminentes.
MOMENTOHISTÓRICO
A democracia passa a ser
questionada, afinal, nos
Estados Unidos – maior
exemplo mundial
daquela ordem social –
milhões de pessoas
vagavam pelas ruas na
mais profunda pobreza
em busca de um
emprego. A “terra das
oportunidades” parecia
um sonho que se
acabava: miséria, fome e
desemprego em um
cenário de colapso
industrial.
MOMENTOHISTÓRICO
O inevitável agravamento
das questões sociais cria
um campo fértil ao
avanço das ideias
socialistas e comunistas,
ampliando o clima
conflituoso,
contrapondo-se ideais
marxistas às burguesias
nacionais, defensoras do
autoritarismo estatal,
baseado nos pilares do
conservadorismo, do
nacionalismo e de uma
militarização crescente.
MOMENTOHISTÓRICO
O sentimento
anticomunista,
antiparlamentar e
antidemocrático leva à
criação de um Estado
fascista. A Itália de
Mussolini, a Alemanha
de Hitler, a Espanha de
Franco e Portugal de
Salazar são provas
inequívocas do
crescimento de tais
conceitos.
MOMENTOHISTÓRICO
As frustrações geradas
pelas derrotas na I
Guerra Mundial e a
contestação do Tratado
de Versalhes dão o
componente de orgulho
que faltava ao povo
alemão para apoiar seu
Führer na construção de
um novo Reich. Esse
quadro levaria o mundo
à II Grande Guerra
(1939-1945), com
centenas de milhões de
vítimas, e apresentaria o
mundo à Era Atômica
com a detonação das
bombas em Hiroxima e
Nagasáqui, no final da
Grande Guerra.
MOMENTOHISTÓRICO
O Brasil também não
apresenta um cenário de
tranquilidade. A década
de 30 marca o fim da
República Velha, ligada
às velhas oligarquias do
café e o início da
revolução que levaria ao
período da ditadura de
Getúlio Vargas.
MOMENTOHISTÓRICO
Em 1932, São Paulo
busca a contrarrevolução
como resposta à
frustração das
oligarquias cafeeiras
paulistas com a nova
ordem. Sentiam-se
prejudicados pelas
mudanças econômicas
de Vargas, com
incentivos à
industrialização e à
entrada de capital
estadunidense.
MOMENTOHISTÓRICO
Vargas ainda enfrentou
outras revoltas até
tornar-se ditador, em
1937, dando origem ao
período conhecido como
Estado Novo,
caracterizado pela
perseguição aos
comunistas, por ações
antidemocráticas, pelo
nacionalismo
conservador e pela
idolatria – quase fascista
– do chefe de Estado:
Getúlio Vargas.
ESTÉTICADAPOESIAMODERNISTADE30
Inserida em um contexto
histórico conturbado,
assiste-se à ampliação
temática, incorporando
as preocupações
relativas à humanidade e
ao "estar-no-mundo".
As pesquisas estéticas
aprofundam-se e a
poesia chocante e
destruidora dá lugar à
construção de um novo
modelo de pensar o
homem e o mundo.
ESTÉTICADAPOESIAMODERNISTADE30
O interessante é
perceber que, em vista
das mazelas, da guerra e
da crise, surgem também
poetas que voltam-se
mais para dentro de si
mesmos e buscam certa
espiritualização, como
forma de negar a
realidade horrenda que
se descortina.
ESTÉTICADAPOESIAMODERNISTADE30
A principal característica,
no entanto, é a
ampliação das relações
entre o "eu" e o mundo,
por muitas vezes com a
fragilização desse "eu". A
preocupação do homem,
do seu interior e de sua
vida social é uma
constante. A
consequência é a
imagem da fragilidade
diante do mundo, da
impotência e da miséria
humana. Contra tudo
isso, resta a união e as
ações coletivas.
GERAÇÃO DE 30
ESTÉTICADAGERAÇÃODE30
Com toda a turbulência
por que passava o
mundo na década de 30,
o experimentalismo
estético característico
das vanguardas foi
deixado de lado,
voltando-se a uma visão
mais realista do passado,
na busca de ser melhor
compreendida pela
massa de pessoas que
não possuíam alto grau
de instrução. A arte
busca um entendimento
imediato, sem grandes
problemas de reflexão e,
até mesmo, explorando
sua função
propagandística. A
criação se submetia,
então, à ideologia.
ESTÉTICADAGERAÇÃODE30
Em todas essas
manifestações podemos
encontrar pontos em
comum, como a rejeição
do vanguardismo e de
seu experimentalismo; a
necessidade de imitação
do real, com foco na
verossimilhança; e o
caráter de denúncia
social.
ESTÉTICADAGERAÇÃODE30
A idéia de uma função
social e política da
literatura era algo
comum aos autores da
geração. O escritor
deveria pensar a
sociedade, funcionar
como sua consciência.
Essa preocupação com a
nação, de contribuição
com a grandeza da
pátria, data do
Romantismo, mas, para a
geração de 30, havia
profundas diferenças nos
objetivos: a mudança das
estruturas sociais e a
busca de uma
conscientização da
nação.
ESTÉTICADAGERAÇÃODE30
Encontram-se, no
período, obras de
temática agrária,
retratando um universo
rural decadente ou
mesmo já inexistente. A
exploração de temas
como o coronelismo e a
denúncia da opressão
dos trabalhadores rurais
e o conflito entre os dos
países dentro de um
mesmo Brasil: o país
agrário, de mentalidade
fundiária em
contraposição com o
país urbano, moderno e
em desenvolvimento.
ESTÉTICADAGERAÇÃODE30
Vale ressaltar que o
rótulo de romance
regionalista não
contempla a diversidade
da produção dos autores
da época. É evidente que
há a nítida preocupação
local nas obras do
período, mas é também
evidente que se
universaliza o tema para
discutir a sociedade e o
país, dentro de óticas
localizadas. Ainda assim,
é importante lembrar
que há romances rurais e
urbanos, não sendo
correto imaginar o termo
“regional” como aplicável
apenas ao interior e ao
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Modernismo 2

  • 2. MOMENTOHISTÓRICO A década de 30 surge trazendo a guerra, a catástrofe, a falta de liberdade. Os felizes e – até mesmo – ingênuos anos 20 são engolidos por regimes autoritários, tensões e uma sensação de morte e extermínio iminentes.
  • 3. MOMENTOHISTÓRICO A democracia passa a ser questionada, afinal, nos Estados Unidos – maior exemplo mundial daquela ordem social – milhões de pessoas vagavam pelas ruas na mais profunda pobreza em busca de um emprego. A “terra das oportunidades” parecia um sonho que se acabava: miséria, fome e desemprego em um cenário de colapso industrial.
  • 4. MOMENTOHISTÓRICO O inevitável agravamento das questões sociais cria um campo fértil ao avanço das ideias socialistas e comunistas, ampliando o clima conflituoso, contrapondo-se ideais marxistas às burguesias nacionais, defensoras do autoritarismo estatal, baseado nos pilares do conservadorismo, do nacionalismo e de uma militarização crescente.
  • 5. MOMENTOHISTÓRICO O sentimento anticomunista, antiparlamentar e antidemocrático leva à criação de um Estado fascista. A Itália de Mussolini, a Alemanha de Hitler, a Espanha de Franco e Portugal de Salazar são provas inequívocas do crescimento de tais conceitos.
  • 6. MOMENTOHISTÓRICO As frustrações geradas pelas derrotas na I Guerra Mundial e a contestação do Tratado de Versalhes dão o componente de orgulho que faltava ao povo alemão para apoiar seu Führer na construção de um novo Reich. Esse quadro levaria o mundo à II Grande Guerra (1939-1945), com centenas de milhões de vítimas, e apresentaria o mundo à Era Atômica com a detonação das bombas em Hiroxima e Nagasáqui, no final da Grande Guerra.
  • 7. MOMENTOHISTÓRICO O Brasil também não apresenta um cenário de tranquilidade. A década de 30 marca o fim da República Velha, ligada às velhas oligarquias do café e o início da revolução que levaria ao período da ditadura de Getúlio Vargas.
  • 8. MOMENTOHISTÓRICO Em 1932, São Paulo busca a contrarrevolução como resposta à frustração das oligarquias cafeeiras paulistas com a nova ordem. Sentiam-se prejudicados pelas mudanças econômicas de Vargas, com incentivos à industrialização e à entrada de capital estadunidense.
  • 9. MOMENTOHISTÓRICO Vargas ainda enfrentou outras revoltas até tornar-se ditador, em 1937, dando origem ao período conhecido como Estado Novo, caracterizado pela perseguição aos comunistas, por ações antidemocráticas, pelo nacionalismo conservador e pela idolatria – quase fascista – do chefe de Estado: Getúlio Vargas.
  • 10.
  • 11. ESTÉTICADAPOESIAMODERNISTADE30 Inserida em um contexto histórico conturbado, assiste-se à ampliação temática, incorporando as preocupações relativas à humanidade e ao "estar-no-mundo". As pesquisas estéticas aprofundam-se e a poesia chocante e destruidora dá lugar à construção de um novo modelo de pensar o homem e o mundo.
  • 12. ESTÉTICADAPOESIAMODERNISTADE30 O interessante é perceber que, em vista das mazelas, da guerra e da crise, surgem também poetas que voltam-se mais para dentro de si mesmos e buscam certa espiritualização, como forma de negar a realidade horrenda que se descortina.
  • 13. ESTÉTICADAPOESIAMODERNISTADE30 A principal característica, no entanto, é a ampliação das relações entre o "eu" e o mundo, por muitas vezes com a fragilização desse "eu". A preocupação do homem, do seu interior e de sua vida social é uma constante. A consequência é a imagem da fragilidade diante do mundo, da impotência e da miséria humana. Contra tudo isso, resta a união e as ações coletivas.
  • 15. ESTÉTICADAGERAÇÃODE30 Com toda a turbulência por que passava o mundo na década de 30, o experimentalismo estético característico das vanguardas foi deixado de lado, voltando-se a uma visão mais realista do passado, na busca de ser melhor compreendida pela massa de pessoas que não possuíam alto grau de instrução. A arte busca um entendimento imediato, sem grandes problemas de reflexão e, até mesmo, explorando sua função propagandística. A criação se submetia, então, à ideologia.
  • 16. ESTÉTICADAGERAÇÃODE30 Em todas essas manifestações podemos encontrar pontos em comum, como a rejeição do vanguardismo e de seu experimentalismo; a necessidade de imitação do real, com foco na verossimilhança; e o caráter de denúncia social.
  • 17. ESTÉTICADAGERAÇÃODE30 A idéia de uma função social e política da literatura era algo comum aos autores da geração. O escritor deveria pensar a sociedade, funcionar como sua consciência. Essa preocupação com a nação, de contribuição com a grandeza da pátria, data do Romantismo, mas, para a geração de 30, havia profundas diferenças nos objetivos: a mudança das estruturas sociais e a busca de uma conscientização da nação.
  • 18. ESTÉTICADAGERAÇÃODE30 Encontram-se, no período, obras de temática agrária, retratando um universo rural decadente ou mesmo já inexistente. A exploração de temas como o coronelismo e a denúncia da opressão dos trabalhadores rurais e o conflito entre os dos países dentro de um mesmo Brasil: o país agrário, de mentalidade fundiária em contraposição com o país urbano, moderno e em desenvolvimento.
  • 19. ESTÉTICADAGERAÇÃODE30 Vale ressaltar que o rótulo de romance regionalista não contempla a diversidade da produção dos autores da época. É evidente que há a nítida preocupação local nas obras do período, mas é também evidente que se universaliza o tema para discutir a sociedade e o país, dentro de óticas localizadas. Ainda assim, é importante lembrar que há romances rurais e urbanos, não sendo correto imaginar o termo “regional” como aplicável apenas ao interior e ao sertão.