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O USO DOS MATERIAIS CURRICULARES EDUCATIVOS
       SOBRE MODELAGEM MATEMÁTICA NAS PRÁTICAS
              PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES


                                                                       Wedeson Oliveira Costa1
                                                       Universidade Estadual de Feira de Santana
                                                                    wedesoncosta@hotmail.com

                                                              Andréia Maria Pereira de Oliveira2
                                                       Universidade Estadual de Feira de Santana
                                                                       ampodeinha@uol.com.br


Resumo
Neste artigo, nosso objetivo é compreender como os professores utilizam materiais curriculares
educativos sobre modelagem matemática em suas práticas pedagógicas. Esses materiais
encontram-se disponíveis em um ambiente virtual denominado Colaboração Online em
Modelagem Matemática (COMMa). Os dados referentes à pesquisa qualitativa foram coletados
por meio da observação e da entrevista. A partir das análises dos dados, identificamos
particularidades no uso dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática nas
práticas pedagógicas dos professores no que se refere à interligação ao programa curricular da
escola e como um norteador para a prática pedagógica. Os resultados evidenciam que a
utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática decorrem das
finalidades estabelecidas pelos professores, permitem dar uma noção de como conduzir
atividades de modelagem e auxilia na tomada de decisões para o desenvolvimento do ambiente
de modelagem.
Palavras-chave: Materiais Curriculares Educativos; Modelagem Matemática e
Professores.

Introdução
        A Internet possibilita novas formas de desenvolver atividades educacionais no
ambiente escolar, bem como espaços de comunicação e discussão acerca das práticas
pedagógicas na educação básica. Além disso, esse recurso de informação e

        1
           Bolsista de Iniciação Científica CNPq do Programa de Pesquisa e Pós-Graduação (PPPG-
UEFS) e aluno da Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Feira de Santana E-mail:
wedesoncosta@hotmail.com
         2
           Docente do Departamento de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Feira de Santana e
do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da Universidade Federal da
Bahia e da Universidade Estadual de Feira de Santana. E-mail: ampodeinha@gmail.com
2


comunicação pode configurar-se como espaços de ações e discussões acerca da
Educação Matemática.

        Os ambientes virtuais1 da Internet além de subsidiar os professores sobre a
prática em sala de aula, também despertam para que eles desenvolvam as propostas
compartilhadas na virtualidade, tornando assim um espaço de desenvolvimento
profissional (BAIRRAL, 2007). Pesquisas têm sido realizadas para investigar como a
Internet modifica e/ou condiciona as práticas dos professores em atividades
matemáticas voltadas a geometria plana e espacial (BAIRRAL; GIMÉNEZ; TOGASHI,
2001), as práticas de modelagem matemática2 (BORBA et. al, 2007), dentre outras.

        As discussões sobre a modelagem têm ocorrido cada vez mais em contextos
virtuais, em decorrência das dificuldades no contexto escolar oriundos da própria
prática docente, a insegurança do professor em trabalhar com a modelagem, além da
demanda de um ambiente virtual voltado para discutir e pesquisar colaborativamente
questões relacionadas à modelagem (BORBA et. al, 2007). Estudos têm evidenciado
essa insegurança dos professores em um ambiente de modelagem (OLIVEIRA;
BARBOSA, 2007), que é constituída quando eles se deparam com situações
imprevisíveis na sala de aula, bem como, às características inovadoras do ambiente de
modelagem, já que se diferencia da chamada “prática tradicional” do ensino de
matemática (BARBOSA, 2001).

        Atualmente, encontram-se disponíveis três ambientes virtuais vinculados à
modelagem matemática, a saber: o Centro de Referência sobre Modelagem Matemática
no Ensino (CREMM3), o Centro Virtual de Modelagem (CVM4) e o Colaboração
Online em Modelagem Matemática (COMMa5). O CREMM é um ambiente virtual que
disponibiliza livros, produções acadêmicas (monografias, dissertações e teses) e artigos
em anais e revistas sobre pesquisas e práticas pedagógicas em modelagem matemática.
O CVM é um ambiente que possibilita interações virtuais por meio de fóruns,
hipertextos, chats, no qual ocorre troca de informações e experiências entre os usuários
         1
           De acordo com Bairral (2007), o ambiente virtual diz respeito a um sistema sócio-interativo
que envolve múltiplos elementos, de diferentes tipos e domínios: a comunidade constituída, as tarefas ou
problemas, os discursos demandados, as colaborações estabelecidas, as ferramentas computacionais e
situações concretas de aula que permitem aos usuários relacionarem em sua prática esses elementos.
         2
           Entendemos a modelagem matemática como “um ambiente de aprendizagem no qual os alunos
são convidados a investigar por meio da matemática situações com referência na realidade ou em outras
áreas da ciência”. (BARBOSA, 2007, p. 161)
         3
           Site: http://www.furb.br/cremm
         4
           Site: http://tidia-ae.rc.unesp.br/portal
         5
           Site: http://www.uefs.br/comma
3


desse ambiente. O COMMa configura-se como um espaço de colaboração entre
professores e pesquisadores, em que o Grupo Colaborativo em Modelagem Matemática
(GCMM1) disponibiliza materiais curriculares educativos que são compostos por
atividades de modelagem que foram elaboradas e implementadas pelos professores
membros do grupo em suas práticas pedagógicas (PRADO et. al, 2009), de modo que
permite que outros professores suplementem esses materiais ao implementarem as
atividades em suas salas de aulas. A seguir, na próxima seção descreveremos acerca
desses materiais curriculares educativos produzidos pelo GCMM e a sua composição.

        Nos ambientes virtuais, é notória uma atenção considerável nas pesquisas acerca
dos discursos e interações dos participantes (BORBA et. al, 2007; BAIRRAL, 2007).
Contudo, esses estudos não sinalizam sobre como os professores atuam nas salas de
aulas, em termos de mudanças nas práticas pedagógicas a partir do contato com esses
ambientes. Assim, utilizamos o COMMa, o qual é composto por materiais curriculares
educativos sobre modelagem matemática, que trazem as experiências e saberes de
professores do grupo que participaram da elaboração, implementação e análises desses
materiais, e por fim a socialização por meio da Internet.
         Desta forma, buscamos analisar de que maneira os materiais curriculares
educativos sobre modelagem matemática são utilizados pelos professores em suas
práticas pedagógicas.


Materiais Curriculares Educativos

        Para uma compreensão acerca dos materiais curriculares educativos e o uso na
prática pedagógica, Brown (2009) associa-os a uma música executada por inúmeros
artistas de formas distintas, em virtude das influencias culturais, fatores contextuais e
preferenciais. Apesar dos artistas, usarem partituras como base para apoiar as suas
práticas, durante a utilização da música é que ocorre parte do trabalho criativo. Esta
relação é similar com os materiais curriculares educativos e as práticas dos professores.

        Os materiais curriculares educativos têm por finalidade a aprendizagem de
estudantes e professores. Nessa perspectiva, Steim e Kim (2009) argumentam que os
professores podem avaliar como ocorreu determinadas atividades num certo contexto e,

        1
          Projeto de extensão (Resolução UEFS/CONSEPE Nº. 120/2007) da Universidade Estadual de
Feira de Santana (UEFS) composto por 19 membros, entre pesquisadores da instituição, estudantes da
Licenciatura em Matemática e professores da rede pública e privada da região de Feira de Santana, Bahia.
4


daí, ter a possibilidade de levantar suposições sobre como poderia acontecer na sua sala
de aula, bem como inspirar a elaboração de novas atividades. Schneider e Krajcik
(2002) argumentam que os materiais curriculares educativos podem trazer descrições da
implementação em sala de aula, narrativas, registros dos alunos, comentários, etc.

       Estudos mostram que a maneira como professores utiliza os materiais
curriculares educativos podem variar muito (REMILLARD, 2005), devido aos
diferentes objetivos apresentados pelos professores em contextos distintos. Nesse
sentido, Brown (2009) introduz o conceito de “capacidade de projeto pedagógico”
(PDC) para se referir “a capacidade de um professor em perceber e mobilizar recursos
existentes a fim de criar episódios pedagógicos. Desta forma, este conceito pode ajudar
a explicar porque dois professores altamente qualificados podem utilizar os mesmos
materiais curriculares de modos muito diferentes.

       Tal conceito permite flexibilizar o uso dos materiais curriculares enquanto
mantém as expectativas para a aprendizagem do professor, reduzindo assim a tensão
entre o os controles externos, como a escola e a comunidade sob a autonomia do
professor em adaptar e improvisar os materiais.

       Por isso, a necessidade de compreender melhor sobre o papel dos materiais
curriculares educativos, a fim de fornecer subsídios sobre sua utilização, já que a
implementação das atividades contidas nos materiais transcorrem por diferentes
ambientes, no que diz respeito à séries, instituições, classes sociais, comunidades, etc.

       Diante dessas implicações, com a finalidade de promover o aprendizado dos
professores na incorporação da modelagem nas aulas, iremos em particular focar na
utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática.


Materiais Curriculares Educativos sobre Modelagem Matemática

       Os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática é produzido
pelo Grupo Colaborativo em Modelagem Matemática (GCMM/UEFS), o qual elaboram
os materiais colaborativamente com a finalidade de apoiar os professores a
desenvolverem modelagem em suas aulas, por meio das experiências dos professores
membros do GCMM ao implementarem atividades de modelagem em suas práticas
pedagógicas e socializá-las por meio de um ambiente virtual denominado Colaboração
Online em Modelagem Matemática (COMMa). Além disso, eles são compostos por
5


atividades de modelagem do caso 11, planejamentos da implementação feitos pelo
professor membro do GCMM, narrativas descrevendo como atividade foi implementada
na sala de aula, trechos de vídeos das aulas, registros de algumas resoluções dos alunos,
fórum e análises dos vídeos e registros feitas pelo GCMM.

        Atualmente no ambiente virtual encontram-se disponíveis cinco atividades:
“Somos o que comemos?”, “Erradicação do Trabalho Infantil”, “Minha casa, minha
vida”, “Poupar água é investir no que existe de mais precioso: a Vida” e “Os efeitos da
maconha no organismo”. Neste artigo, focaremos nossas análises na utilização dos
materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática da atividade “Somos o
que comemos?”, em busca de tentar compreender como uma professora o utilizou em
prática pedagógica.


Contexto e Metodologia

        Neste artigo, os dados apresentados foram coletados na aula da professora
Mara2, em uma escola da rede pública estadual, na cidade de Feira de Santana, na
Bahia. A coleta de dados ocorreu em duas aulas geminadas numa turma que
correspondia ao 6º e 7º ano do Ensino Fundamental. Essa turma tinha uma característica
peculiar, pois os alunos cursavam dois anos simultaneamente em um ano letivo, de
acordo com o Projeto de Regularização do Fluxo Escolar, cujo objetivo era a aceleração
dos estudos para alunos com atraso escolar.

        A escolha deste contexto deveu-se a professora Mara ter tido um contato com os
materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática presentes no COMMa, a
partir da proposta da disciplina Instrumentalização para o Ensino de Matemática VIII
(INEM VIII) do curso de Licenciatura em Matemática da UEFS. A disciplina INEM
VIII traz no cronograma das atividades, uma experiência como professor na
implementação de uma atividade de modelagem. A professora da disciplina indicou o
ambiente virtual a fim de inspirá-la para a elaboração da atividade, daí a escolha da
professora Mara pela atividade sobre o tema Alimentação, em virtude de a escola estar
participando de um projeto sobre a alimentação dos alunos.


        1
        As atividades de modelagem, as quais o professor apresenta o problema, devidamente relatado
com dados quantitativos e qualitativos, cabendo aos alunos a investigação são nomeadas como Caso 1
(BARBOSA, 2003).
        2
            Pseudônimo adotado para a professora com o intuito de preservar sua identidade.
6


       Como o propósito deste estudo é compreender como os professores utilizam
os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática produzidos
externamente aos seus contextos pedagógicos, essa pesquisa se insere numa abordagem
qualitativa, pois a intenção é analisar o uso dos materiais e não quantificá-los. Deste
modo, esta abordagem possibilitará compreender ou interpretar as ações voltadas à
prática docente, partindo do pressuposto de que “as pessoas agem em função de suas
crenças, percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um
sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo imediato” (ALVES-
MAZZOTTI, 2002, p. 131), precisando ser investigado. Assim, a observação tornou-se
um dos instrumentos de investigação mais apropriado, para que pudéssemos captar os
significados dos comportamentos observados.

       Diante disso, utilizamos a filmagem da aula como procedimento de coleta afim
de que a observação pudesse ocorrer de forma repetidamente durante o estudo, em
busca de particularidades na prática pedagógica da professora Mara nos momentos da
aula. Ainda como instrumento, utilizamos a entrevista semiestruturada, as quais foram
baseadas nos estudos de Alves Mazzotti (2002), o qual se buscou entender os relatos da
professora acerca das análises sobre sua prática pedagógica, com base nos vídeos
apresentados durante a entrevista.

       A entrevista seguiu-se com a seguinte dinâmica: inicialmente, apresentou-se os
vídeos presentes no ambiente virtual, e, posteriormente, os recortes dos vídeos da
implementação da atividade da professora entrevistada, com o intuito de relembrar
alguns momentos da atividade, que podia não ser lembrado durante a entrevista.

       Ao final da filmagem da aula e posteriormente da entrevista, seguimos com a
transcrição desses dados a fim de trazer compreensões teóricas dos recortes escolhidos
com base no objetivo da pesquisa. Para analisar os dados foram realizadas leituras linha
por linha das transcrições da observação e da entrevista, seguido da elaboração das
categorias específicas relacionadas ao uso dos materiais curriculares educativos sobre
modelagem matemática (CHARMAZ, 2009).
7


Materiais Curriculares Educativos sobre Modelagem Matemática nas práticas
pedagógicas dos professores1

        Nesta seção, apresentaremos os dados referentes à prática pedagógica da
professora Mara, coletados a partir da implementação da atividade contida no material
curricular educativo sobre modelagem matemática e da entrevista, seguido das análises
dos discursos desses momentos. A dinâmica para a resolução da atividade escolhida
pela professora Mara foi de acordo como a apresentada nos materiais curriculares
educativos, o qual tratava acerca da alimentação dos alunos, com os dados quantitativos
e qualitativos sendo fornecidos na atividade, cabendo a eles a investigação e resolução
das questões. Assim, discutiremos duas categorias: o uso dos materiais curriculares
educativos interligado ao programa curricular da escola e o uso dos materiais
curriculares educativos com um norteador para a prática pedagógica.



O uso dos materiais curriculares educativos interligado ao programa curricular da
escola
        Essa categoria representa a utilização dos materiais curriculares educativos sobre
modelagem matemática interligado a um projeto sobre o tema “Alimentação” que faz
parte do programa curricular da escola. A seguir, apresentaremos os dados referentes ao
momento em que a professora comunicou aos alunos que eles iriam fazer uma atividade
sobre alimentação, de acordo com o que já vinha sendo discutido durante a semana do
projeto.

                          Mara:         A gente necessita ter uma boa alimentação, não é? Para a gente
                                       poder o quê? Se manter, não é? Para o nosso organismo estar em
                                       funcionamento direitinho. E quais foram às instruções que
                                       aqueles nutricionistas passaram para vocês, quem aqui ainda
                                       lembra?
                         Aluna 1:       Comer muita verdura.


        Nesse trecho, a professora Mara iniciou uma conversa informal com os alunos
acerca do tema, questionando-os sobre a necessidade de se ter uma boa alimentação,
para que o organismo possa se manter de acordo com as necessidades normais do ser
humano e estar em correto funcionamento. Durante esse anúncio, a professora retomou
as discussões realizadas por nutricionistas que participaram do projeto. Diante disso, a

       1
         Este artigo tem como foco compreender a utilização dos materiais curriculares educativos sobre
modelagem matemática em especial de uma professora da Educação Básica, neste caso, a professora
Mara.
8


professora questionou quais foram as instruções que eles passaram para os alunos e a
Aluna 1 respondeu que se deveria consumir verduras.

        A partir do trecho apresentado, evidencia-se que a professora por meio do
contato com os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática, pôde
inserir na disciplina de Matemática uma discussão sobre um tema não-matemático,
neste caso, o tema do projeto que era de caráter interdisciplinar. Na entrevista, a
professora Mara explicou como procederam as discussões com os alunos a partir da
inserção da atividade nesse projeto escolar. Além disso, como ela poderia iniciar a
conversa com os alunos nos momentos iniciais:

                          “O único contato que eles tinham era com aquele grupo de nutricionistas da
                          faculdade que já estavam aplicando o projeto. [...]1 O contato que eu tive
                          com eles foi esse daí na sala, para estar relembrando o que foi que eles
                          falaram, quais foram às instruções que eles deram... Para como é que os
                          meninos poderiam manter uma dieta saudável, não é? [...] Como eu já tinha
                          assistido alguns vídeos do COMMa, não é? Aí eu tive uma noção de como
                          era que a gente poderia estar fazendo o convite para estar desenvolvendo a
                          atividade de modelagem em sala de aula.” (ENTREVISTA).

        Nesse trecho da entrevista, a professora relatou que o contato dos alunos com o
tema foi por meio dos nutricionistas, que participaram do projeto interdisciplinar na
escola. O momento que ela discutiu o tema com os alunos foi somente a aula da
atividade. Assim, o seu papel era relembrar o que os nutricionistas haviam discutido
com eles nos momentos iniciais da atividade, sobre o que seria ter uma alimentação
saudável. Em outro trecho da entrevista, a professora mencionou que já tinha visto
alguns vídeos do COMMa, o que a possibilitou ter uma noção de como poderia realizar
essa conversa inicial com os alunos na atividade de modelagem.

        Nesse sentido, esses trechos demonstram que os materiais curriculares
educativos sobre modelagem matemática favoreceram a inserção da disciplina
Matemática em projetos com temas relacionados a outras ciências, a partir do momento
que a professora Mara optou por inserir a atividade de modelagem no projeto escolar.
Desta forma, observa-se a utilização dos materiais curriculares educativos vinculados ao
programa curricular da escola, bem como a possibilidade de conexão entre ambos.




         1
           As reticências sinalizam pausas curtas no meio das falas, as reticências entre colchetes
sinalizam que ocorreram mais falas entre as que foram apresentadas nos dados e entre parênteses
destacam as ações do indivíduo.
9


O uso dos materiais curriculares educativos como um norteador para a prática
pedagógica
      Essa categoria se refere aos momentos em que a professora Mara utilizou os
materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática como norteador para a
implementação da atividade em sua prática pedagógica, no sentido de obter orientações
acerca do fazer modelagem. A seguir, apresentaremos trechos em que a professora
deparou-se com a resistência dos alunos e questionamentos inesperados, os quais
impulsionaram uma mudança na sua postura durante a realização da atividade, neste
caso, no momento da leitura e interpretação das tabelas e na organização dos alimentos
por grupos alimentares.

       Durante os dois momentos referidos, a professora Mara modificou a sua postura,
realizando uma ação similar a apresentada pela professora que socializou a sua
experiência da implementação da atividade por meio dos materiais curriculares
educativos.

       O trecho abaixo se refere ao momento da leitura e interpretação das tabelas
presentes na atividade do MCE:


                          Mara:        ... Então, eu vou pedir aí para vocês... Para cada grupo ler aí a
                                      quantidade de... Os grupos, não é? As calorias que o nosso
                                      organismo precisa. Então lê aí Aluna 1 o Grupo 1. Quem aqui
                                      lê aí [...] Na tabela aqui, certo? Nessa tabela. O que é que o
                                      Grupo 1 diz?
                          Aluno 13:    Cereais, pães...
                          Mara:        Ah... Um grupo ali leu.
                          Aluno 13:    Cereais, pães, raízes e tubérculos.
                          Mara:        Qual a quantidade de calorias que a gente tem que estar
                                      ingerindo?
                          Aluno 13:    Cento e cinqüenta.
                          Mara:        E o número de porções diárias?
                          Alunos:      Oito.

       Nesse trecho, a professora Mara mencionou que solicitaria que cada equipe lesse
os alimentos dos grupos alimentares e a quantidade de calorias que o organismo precisa
ingerir diariamente. Em seguida, a professora indicou qual equipe deveria ler,
solicitando para a Aluna 1 a leitura da tabela. Nesse momento, a leitura determinada não
foi realizada pela aluna. Diante disso, a professora Mara abriu a leitura para a turma,
deixando-a mais livre para quem quisesse realizá-la. Passado alguns instantes, o Aluno
13 realizou a leitura da tabela especificando quais os alimentos deste grupo. Depois
disso, a professora questionou qual a quantidade de calorias que precisa ser ingerido
diariamente nesse grupo e o aluno respondeu o que foi solicitado. Por fim, a professora
10


apresentou outro questionamento, dessa vez acerca da quantidade de porções para o
mesmo grupo alimentar, sendo respondido nesse momento por parte dos alunos.

       Após a solicitação da leitura que não foi realizada pela aluna, a dinâmica
escolhida pela professora Mara de realizar uma leitura compartilhada, ocorre de maneira
similar à apresentada nos materiais curriculares educativos, na qual a professora
convidou os alunos para realizarem a leitura da tabela, e, em seguida, questionava-os
acerca de cada item, de maneira mais aberta. Nesse sentido, esse trecho traz indícios de
que a professora Mara ao lidar com a resistência dos alunos na leitura da atividade, ela
retomou a dinâmica utilizada pela professora que socializou as suas experiências nos
materiais curriculares educativos. Nesse sentido, durante a entrevista questionou-se
acerca dessa dinâmica e a professora Mara relatou:


                       “O que eu pude notar na prática [da professora] é que ela foi fazendo a
                       leitura junto com os meninos e os meninos foram ajudando ela é... Fazendo a
                       leitura do texto. E já na minha [...] Só depois de tanto eu insistir, de tanto
                       pedir para eles lerem que eles foram lendo junto comigo e a leitura que eu
                       fui fazendo foi junto, não é? Eu fazendo a leitura e ao mesmo tempo tentando
                       indagar aos meninos o que é que eles tinham uma noção de porções, de
                       calorias” (ENTREVISTA).

       Nesse trecho, Mara, inicialmente, relatou o que pôde observar na prática da
professora por meio dos Vídeos e Narrativa contidos nos materiais curriculares
educativos, o qual demonstra a professora realizando a leitura das tabelas passo a passo
em paralelo com os alunos. Contudo, durante a aula, os alunos apresentaram certa
resistência, possivelmente em virtude da postura imperativa no momento da solicitação
da leitura. Após a mudança da ação na prática pedagógica da professora, a atividade
seguiu adiante com a participação de um número maior de alunos, devido à socialização
da leitura, bem como por meio das indagações realizadas por ela.

       No decorrer da aula, a professora Mara lidou com uma pergunta de uma aluna,
na questão que solicitava para os alunos organizarem os alimentos consumidos em
grupos alimentares:
                       Aluna 2:      Professora e o café?
                       Mara:         Onde é que a gente tem café aqui? (Olhando para a tabela dos
                                     Grupos Alimentares) Então, olha gente... Vamos observar aqui
                                     uma coisa. Ela me perguntou o café e o café à gente não tem
                                     nos grupos, então a gente vai colocar em outro grupo. Certo?
                                     A gente vai colocar no grupo “Outros”.

       Quando a professora Mara observou que o café não se encontrava especificado
nos grupos alimentares da tabela, ela utilizou uma estratégia que a professora
11


apresentou na aba Narrativa nos materiais curriculares educativos, o qual foi negociado
com os alunos que os alimentos que não foram encontrados na tabela da ANVISA,
deveriam ser colocados em um grupo denominado de “Outros”:

                       “Durante a resolução das questões, principalmente a 2ª e a 3ª, surgiram
                       questionamentos a respeito de alguns itens consumidos pelos alunos que não
                       estavam na tabela de calorias da ANVISA (tabela 1) ou não constava na
                       tabela de calorias elaborada por nutricionistas, por exemplo, café com leite,
                       coca-cola, Nescau, cuscuz, balas. Diante disso, combinamos que esses itens
                       receberiam a denominação de “Outros” e seriam colocados a parte”
                       (NARRATIVA DOS MCE).


       Além disso, na aba dos Registros dos alunos, encontram-se documentos que
expressam a soluções dos alunos utilizando esse artifício de separação dos grupos
alimentares. Assim como a professora dos materiais curriculares educativos sobre
alimentação, a professora Mara designou ao grupo alimentar a mesma denominação,
utilizando o termo “Outros”.
       Desta forma, esses extratos indicam que a professora Mara seguiu a estratégia
similar criada pela professora que socializou suas experiências no COMMa, ao lidar
com a situação inesperada acerca da organização dos alimentos nos grupos alimentares.
Diante disso, observa-se que o contato com os materiais curriculares educativos sobre
modelagem matemática auxiliou a professora Mara na tomada de decisões no decorrer
da atividade, a fim de dar continuidade na resolução das questões pelos alunos.


Discussões
       Nesta sessão, apresentaremos os resultados das análises dos dados em termos
das particularidades no uso dos materiais curriculares educativos sobre modelagem
matemática na prática pedagógica da professora Mara. Neste caso, a professora utilizou
os materiais curriculares educativos de duas maneiras: interligado ao programa
curricular da escola e como um norteador para a prática pedagógica.

       Bel utilizou os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática
conciliando-os ao programa curricular da escola, neste caso, a um projeto implementado
na unidade escolar cujo tema era Alimentação. O objetivo da professora era inserir a
disciplina de Matemática nesse projeto de caráter interdisciplinar, o qual os materiais
curriculares educativos puderam concretizar esse objetivo, já que a professora a partir
desse contato encontrou uma atividade, cujo tema era abordado na escola no momento.
12


       Além disso, a professora afirmou que os vídeos contidos nos materiais
curriculares educativos permitiram que ela pudesse ter uma noção de como conduzir a
atividade de modelagem. Nesse sentido, a maneira como a professora utilizou os
materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática demonstra uma
possibilidade desse uso na prática pedagógica dos professores. Nesse caso, a conciliação
dos materiais curriculares educativos ao programa curricular da escola, deveu-se a
finalidade estabelecida pela professora de inserir Matemática no projeto escolar. Assim,
a utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática decorre
das finalidades estabelecidas pelos professores. Sob essa questão, Edelson (2002)
afirma que “os professores definem como usar os materiais curriculares para atingir
seus objetivos” (p. 25).

       Outras compreensões puderam ser extraídas, acerca do uso dos materiais
curriculares educativos, a partir de dois momentos no decorrer da aula: na resistência
dos alunos e nos questionamentos inesperados. No momento em que a professora
deparou-se com a resistência dos alunos na leitura das tabelas, ela utilizou a dinâmica da
leitura compartilhada, ao invés de solicitar que o aluno a realizasse. Dessa maneira, a
professora oportunizou uma dinâmica de leitura mais aberta à participação dos alunos,
como a apresentada pela professora que socializou as suas experiências nos materiais
curriculares educativos no ambiente virtual COMMa. Nesse sentido, as mudanças nas
ações da professora, bem como, as alterações na maneira de apresentar a atividade
foram preponderantes para diminuir a resistência dos alunos (SILVA et. al, 2007).

       No momento em que a professora lidou com a pergunta de uma aluna sobre qual
grupo alimentar deveria ser colocado o café, ela utilizou uma estratégia que a professora
dos materiais curriculares educativos negociou em sua sala de aula. Nesse caso, a
professora ao lidar com os questionamentos não previstos, desenvolveu em sua aula a
mesma estratégia apresentada nos materiais curriculares educativos. Nesse sentido, o
contato com os materiais foi decisivo para orientá-la no desenvolvimento da atividade.

       Tendo em vista que a professora retomou as práticas contidas nos materiais
curriculares educativos, podemos considerar que essas decisões durante a dinâmica do
ambiente de modelagem foram decorrentes das experiências apresentadas nos materiais
curriculares educativos sobre modelagem matemática que a auxiliaram em sua prática
pedagógica. Nesse sentido, este resultado é convergente ao apresentado por Schneider
13


& Krajcik (2002), quando afirmam que os professores aprendem em situações de
experiências.

       Assim, percebemos que a utilização dos materiais curriculares educativos sobre
modelagem matemática nas práticas pedagógicas dos professores pode ocorrer de
maneiras distintas, e a apresentada neste estudo, contempla uma maneira, neste caso,
associando-o aos programas curriculares das escolas e como um norteador para a
prática pedagógica. Além disso, oportunizaram mudanças nas práticas pedagógicas da
professora, no que se refere à condução da atividade de modelagem e na tomada de
decisões.


Considerações Finais

       Este estudo teve como objetivo compreender como os professores utilizam os
materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática em suas práticas
pedagógicas. Para tanto, consideramos os discursos da professora no momento em que
ela utilizou os materiais curriculares em sua sala de aula e na entrevista.

       As conclusões encontradas a partir dos estudos sobre a implementação da
atividade de modelagem contida nos materiais curriculares educativos pela professora
Mara, podem auxiliar os outros professores a utilizarem os materiais em suas práticas
pedagógicas no que se refere ao currículo escolar, bem como no desenvolvimento do
ambiente de modelagem, já que eles podem encontrar as mesmas situações em suas
práticas pedagógicas.

       A análise do presente artigo apresenta somente a utilização dos materiais
curriculares educativos sobre modelagem matemática de uma professora da Educação
Básica, devido à demanda de professores utilizando os materiais curriculares
educativos, visto que o objetivo da pesquisa fora alcançado, ainda que em pequena
escala. Neste sentido, apontamos ainda a necessidade de melhor compreender como os
professores utilizam os materiais, a fim de ganhar evidências sobre suas possibilidades e
restrições no contexto escolar.

Referências

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J.; GEWAMDSZNADJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa
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Uso de materiais educativos de modelagem matemática

  • 1. O USO DOS MATERIAIS CURRICULARES EDUCATIVOS SOBRE MODELAGEM MATEMÁTICA NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES Wedeson Oliveira Costa1 Universidade Estadual de Feira de Santana wedesoncosta@hotmail.com Andréia Maria Pereira de Oliveira2 Universidade Estadual de Feira de Santana ampodeinha@uol.com.br Resumo Neste artigo, nosso objetivo é compreender como os professores utilizam materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática em suas práticas pedagógicas. Esses materiais encontram-se disponíveis em um ambiente virtual denominado Colaboração Online em Modelagem Matemática (COMMa). Os dados referentes à pesquisa qualitativa foram coletados por meio da observação e da entrevista. A partir das análises dos dados, identificamos particularidades no uso dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática nas práticas pedagógicas dos professores no que se refere à interligação ao programa curricular da escola e como um norteador para a prática pedagógica. Os resultados evidenciam que a utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática decorrem das finalidades estabelecidas pelos professores, permitem dar uma noção de como conduzir atividades de modelagem e auxilia na tomada de decisões para o desenvolvimento do ambiente de modelagem. Palavras-chave: Materiais Curriculares Educativos; Modelagem Matemática e Professores. Introdução A Internet possibilita novas formas de desenvolver atividades educacionais no ambiente escolar, bem como espaços de comunicação e discussão acerca das práticas pedagógicas na educação básica. Além disso, esse recurso de informação e 1 Bolsista de Iniciação Científica CNPq do Programa de Pesquisa e Pós-Graduação (PPPG- UEFS) e aluno da Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Feira de Santana E-mail: wedesoncosta@hotmail.com 2 Docente do Departamento de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Feira de Santana e do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Estadual de Feira de Santana. E-mail: ampodeinha@gmail.com
  • 2. 2 comunicação pode configurar-se como espaços de ações e discussões acerca da Educação Matemática. Os ambientes virtuais1 da Internet além de subsidiar os professores sobre a prática em sala de aula, também despertam para que eles desenvolvam as propostas compartilhadas na virtualidade, tornando assim um espaço de desenvolvimento profissional (BAIRRAL, 2007). Pesquisas têm sido realizadas para investigar como a Internet modifica e/ou condiciona as práticas dos professores em atividades matemáticas voltadas a geometria plana e espacial (BAIRRAL; GIMÉNEZ; TOGASHI, 2001), as práticas de modelagem matemática2 (BORBA et. al, 2007), dentre outras. As discussões sobre a modelagem têm ocorrido cada vez mais em contextos virtuais, em decorrência das dificuldades no contexto escolar oriundos da própria prática docente, a insegurança do professor em trabalhar com a modelagem, além da demanda de um ambiente virtual voltado para discutir e pesquisar colaborativamente questões relacionadas à modelagem (BORBA et. al, 2007). Estudos têm evidenciado essa insegurança dos professores em um ambiente de modelagem (OLIVEIRA; BARBOSA, 2007), que é constituída quando eles se deparam com situações imprevisíveis na sala de aula, bem como, às características inovadoras do ambiente de modelagem, já que se diferencia da chamada “prática tradicional” do ensino de matemática (BARBOSA, 2001). Atualmente, encontram-se disponíveis três ambientes virtuais vinculados à modelagem matemática, a saber: o Centro de Referência sobre Modelagem Matemática no Ensino (CREMM3), o Centro Virtual de Modelagem (CVM4) e o Colaboração Online em Modelagem Matemática (COMMa5). O CREMM é um ambiente virtual que disponibiliza livros, produções acadêmicas (monografias, dissertações e teses) e artigos em anais e revistas sobre pesquisas e práticas pedagógicas em modelagem matemática. O CVM é um ambiente que possibilita interações virtuais por meio de fóruns, hipertextos, chats, no qual ocorre troca de informações e experiências entre os usuários 1 De acordo com Bairral (2007), o ambiente virtual diz respeito a um sistema sócio-interativo que envolve múltiplos elementos, de diferentes tipos e domínios: a comunidade constituída, as tarefas ou problemas, os discursos demandados, as colaborações estabelecidas, as ferramentas computacionais e situações concretas de aula que permitem aos usuários relacionarem em sua prática esses elementos. 2 Entendemos a modelagem matemática como “um ambiente de aprendizagem no qual os alunos são convidados a investigar por meio da matemática situações com referência na realidade ou em outras áreas da ciência”. (BARBOSA, 2007, p. 161) 3 Site: http://www.furb.br/cremm 4 Site: http://tidia-ae.rc.unesp.br/portal 5 Site: http://www.uefs.br/comma
  • 3. 3 desse ambiente. O COMMa configura-se como um espaço de colaboração entre professores e pesquisadores, em que o Grupo Colaborativo em Modelagem Matemática (GCMM1) disponibiliza materiais curriculares educativos que são compostos por atividades de modelagem que foram elaboradas e implementadas pelos professores membros do grupo em suas práticas pedagógicas (PRADO et. al, 2009), de modo que permite que outros professores suplementem esses materiais ao implementarem as atividades em suas salas de aulas. A seguir, na próxima seção descreveremos acerca desses materiais curriculares educativos produzidos pelo GCMM e a sua composição. Nos ambientes virtuais, é notória uma atenção considerável nas pesquisas acerca dos discursos e interações dos participantes (BORBA et. al, 2007; BAIRRAL, 2007). Contudo, esses estudos não sinalizam sobre como os professores atuam nas salas de aulas, em termos de mudanças nas práticas pedagógicas a partir do contato com esses ambientes. Assim, utilizamos o COMMa, o qual é composto por materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática, que trazem as experiências e saberes de professores do grupo que participaram da elaboração, implementação e análises desses materiais, e por fim a socialização por meio da Internet. Desta forma, buscamos analisar de que maneira os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática são utilizados pelos professores em suas práticas pedagógicas. Materiais Curriculares Educativos Para uma compreensão acerca dos materiais curriculares educativos e o uso na prática pedagógica, Brown (2009) associa-os a uma música executada por inúmeros artistas de formas distintas, em virtude das influencias culturais, fatores contextuais e preferenciais. Apesar dos artistas, usarem partituras como base para apoiar as suas práticas, durante a utilização da música é que ocorre parte do trabalho criativo. Esta relação é similar com os materiais curriculares educativos e as práticas dos professores. Os materiais curriculares educativos têm por finalidade a aprendizagem de estudantes e professores. Nessa perspectiva, Steim e Kim (2009) argumentam que os professores podem avaliar como ocorreu determinadas atividades num certo contexto e, 1 Projeto de extensão (Resolução UEFS/CONSEPE Nº. 120/2007) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) composto por 19 membros, entre pesquisadores da instituição, estudantes da Licenciatura em Matemática e professores da rede pública e privada da região de Feira de Santana, Bahia.
  • 4. 4 daí, ter a possibilidade de levantar suposições sobre como poderia acontecer na sua sala de aula, bem como inspirar a elaboração de novas atividades. Schneider e Krajcik (2002) argumentam que os materiais curriculares educativos podem trazer descrições da implementação em sala de aula, narrativas, registros dos alunos, comentários, etc. Estudos mostram que a maneira como professores utiliza os materiais curriculares educativos podem variar muito (REMILLARD, 2005), devido aos diferentes objetivos apresentados pelos professores em contextos distintos. Nesse sentido, Brown (2009) introduz o conceito de “capacidade de projeto pedagógico” (PDC) para se referir “a capacidade de um professor em perceber e mobilizar recursos existentes a fim de criar episódios pedagógicos. Desta forma, este conceito pode ajudar a explicar porque dois professores altamente qualificados podem utilizar os mesmos materiais curriculares de modos muito diferentes. Tal conceito permite flexibilizar o uso dos materiais curriculares enquanto mantém as expectativas para a aprendizagem do professor, reduzindo assim a tensão entre o os controles externos, como a escola e a comunidade sob a autonomia do professor em adaptar e improvisar os materiais. Por isso, a necessidade de compreender melhor sobre o papel dos materiais curriculares educativos, a fim de fornecer subsídios sobre sua utilização, já que a implementação das atividades contidas nos materiais transcorrem por diferentes ambientes, no que diz respeito à séries, instituições, classes sociais, comunidades, etc. Diante dessas implicações, com a finalidade de promover o aprendizado dos professores na incorporação da modelagem nas aulas, iremos em particular focar na utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática. Materiais Curriculares Educativos sobre Modelagem Matemática Os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática é produzido pelo Grupo Colaborativo em Modelagem Matemática (GCMM/UEFS), o qual elaboram os materiais colaborativamente com a finalidade de apoiar os professores a desenvolverem modelagem em suas aulas, por meio das experiências dos professores membros do GCMM ao implementarem atividades de modelagem em suas práticas pedagógicas e socializá-las por meio de um ambiente virtual denominado Colaboração Online em Modelagem Matemática (COMMa). Além disso, eles são compostos por
  • 5. 5 atividades de modelagem do caso 11, planejamentos da implementação feitos pelo professor membro do GCMM, narrativas descrevendo como atividade foi implementada na sala de aula, trechos de vídeos das aulas, registros de algumas resoluções dos alunos, fórum e análises dos vídeos e registros feitas pelo GCMM. Atualmente no ambiente virtual encontram-se disponíveis cinco atividades: “Somos o que comemos?”, “Erradicação do Trabalho Infantil”, “Minha casa, minha vida”, “Poupar água é investir no que existe de mais precioso: a Vida” e “Os efeitos da maconha no organismo”. Neste artigo, focaremos nossas análises na utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática da atividade “Somos o que comemos?”, em busca de tentar compreender como uma professora o utilizou em prática pedagógica. Contexto e Metodologia Neste artigo, os dados apresentados foram coletados na aula da professora Mara2, em uma escola da rede pública estadual, na cidade de Feira de Santana, na Bahia. A coleta de dados ocorreu em duas aulas geminadas numa turma que correspondia ao 6º e 7º ano do Ensino Fundamental. Essa turma tinha uma característica peculiar, pois os alunos cursavam dois anos simultaneamente em um ano letivo, de acordo com o Projeto de Regularização do Fluxo Escolar, cujo objetivo era a aceleração dos estudos para alunos com atraso escolar. A escolha deste contexto deveu-se a professora Mara ter tido um contato com os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática presentes no COMMa, a partir da proposta da disciplina Instrumentalização para o Ensino de Matemática VIII (INEM VIII) do curso de Licenciatura em Matemática da UEFS. A disciplina INEM VIII traz no cronograma das atividades, uma experiência como professor na implementação de uma atividade de modelagem. A professora da disciplina indicou o ambiente virtual a fim de inspirá-la para a elaboração da atividade, daí a escolha da professora Mara pela atividade sobre o tema Alimentação, em virtude de a escola estar participando de um projeto sobre a alimentação dos alunos. 1 As atividades de modelagem, as quais o professor apresenta o problema, devidamente relatado com dados quantitativos e qualitativos, cabendo aos alunos a investigação são nomeadas como Caso 1 (BARBOSA, 2003). 2 Pseudônimo adotado para a professora com o intuito de preservar sua identidade.
  • 6. 6 Como o propósito deste estudo é compreender como os professores utilizam os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática produzidos externamente aos seus contextos pedagógicos, essa pesquisa se insere numa abordagem qualitativa, pois a intenção é analisar o uso dos materiais e não quantificá-los. Deste modo, esta abordagem possibilitará compreender ou interpretar as ações voltadas à prática docente, partindo do pressuposto de que “as pessoas agem em função de suas crenças, percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo imediato” (ALVES- MAZZOTTI, 2002, p. 131), precisando ser investigado. Assim, a observação tornou-se um dos instrumentos de investigação mais apropriado, para que pudéssemos captar os significados dos comportamentos observados. Diante disso, utilizamos a filmagem da aula como procedimento de coleta afim de que a observação pudesse ocorrer de forma repetidamente durante o estudo, em busca de particularidades na prática pedagógica da professora Mara nos momentos da aula. Ainda como instrumento, utilizamos a entrevista semiestruturada, as quais foram baseadas nos estudos de Alves Mazzotti (2002), o qual se buscou entender os relatos da professora acerca das análises sobre sua prática pedagógica, com base nos vídeos apresentados durante a entrevista. A entrevista seguiu-se com a seguinte dinâmica: inicialmente, apresentou-se os vídeos presentes no ambiente virtual, e, posteriormente, os recortes dos vídeos da implementação da atividade da professora entrevistada, com o intuito de relembrar alguns momentos da atividade, que podia não ser lembrado durante a entrevista. Ao final da filmagem da aula e posteriormente da entrevista, seguimos com a transcrição desses dados a fim de trazer compreensões teóricas dos recortes escolhidos com base no objetivo da pesquisa. Para analisar os dados foram realizadas leituras linha por linha das transcrições da observação e da entrevista, seguido da elaboração das categorias específicas relacionadas ao uso dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática (CHARMAZ, 2009).
  • 7. 7 Materiais Curriculares Educativos sobre Modelagem Matemática nas práticas pedagógicas dos professores1 Nesta seção, apresentaremos os dados referentes à prática pedagógica da professora Mara, coletados a partir da implementação da atividade contida no material curricular educativo sobre modelagem matemática e da entrevista, seguido das análises dos discursos desses momentos. A dinâmica para a resolução da atividade escolhida pela professora Mara foi de acordo como a apresentada nos materiais curriculares educativos, o qual tratava acerca da alimentação dos alunos, com os dados quantitativos e qualitativos sendo fornecidos na atividade, cabendo a eles a investigação e resolução das questões. Assim, discutiremos duas categorias: o uso dos materiais curriculares educativos interligado ao programa curricular da escola e o uso dos materiais curriculares educativos com um norteador para a prática pedagógica. O uso dos materiais curriculares educativos interligado ao programa curricular da escola Essa categoria representa a utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática interligado a um projeto sobre o tema “Alimentação” que faz parte do programa curricular da escola. A seguir, apresentaremos os dados referentes ao momento em que a professora comunicou aos alunos que eles iriam fazer uma atividade sobre alimentação, de acordo com o que já vinha sendo discutido durante a semana do projeto. Mara: A gente necessita ter uma boa alimentação, não é? Para a gente poder o quê? Se manter, não é? Para o nosso organismo estar em funcionamento direitinho. E quais foram às instruções que aqueles nutricionistas passaram para vocês, quem aqui ainda lembra? Aluna 1: Comer muita verdura. Nesse trecho, a professora Mara iniciou uma conversa informal com os alunos acerca do tema, questionando-os sobre a necessidade de se ter uma boa alimentação, para que o organismo possa se manter de acordo com as necessidades normais do ser humano e estar em correto funcionamento. Durante esse anúncio, a professora retomou as discussões realizadas por nutricionistas que participaram do projeto. Diante disso, a 1 Este artigo tem como foco compreender a utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática em especial de uma professora da Educação Básica, neste caso, a professora Mara.
  • 8. 8 professora questionou quais foram as instruções que eles passaram para os alunos e a Aluna 1 respondeu que se deveria consumir verduras. A partir do trecho apresentado, evidencia-se que a professora por meio do contato com os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática, pôde inserir na disciplina de Matemática uma discussão sobre um tema não-matemático, neste caso, o tema do projeto que era de caráter interdisciplinar. Na entrevista, a professora Mara explicou como procederam as discussões com os alunos a partir da inserção da atividade nesse projeto escolar. Além disso, como ela poderia iniciar a conversa com os alunos nos momentos iniciais: “O único contato que eles tinham era com aquele grupo de nutricionistas da faculdade que já estavam aplicando o projeto. [...]1 O contato que eu tive com eles foi esse daí na sala, para estar relembrando o que foi que eles falaram, quais foram às instruções que eles deram... Para como é que os meninos poderiam manter uma dieta saudável, não é? [...] Como eu já tinha assistido alguns vídeos do COMMa, não é? Aí eu tive uma noção de como era que a gente poderia estar fazendo o convite para estar desenvolvendo a atividade de modelagem em sala de aula.” (ENTREVISTA). Nesse trecho da entrevista, a professora relatou que o contato dos alunos com o tema foi por meio dos nutricionistas, que participaram do projeto interdisciplinar na escola. O momento que ela discutiu o tema com os alunos foi somente a aula da atividade. Assim, o seu papel era relembrar o que os nutricionistas haviam discutido com eles nos momentos iniciais da atividade, sobre o que seria ter uma alimentação saudável. Em outro trecho da entrevista, a professora mencionou que já tinha visto alguns vídeos do COMMa, o que a possibilitou ter uma noção de como poderia realizar essa conversa inicial com os alunos na atividade de modelagem. Nesse sentido, esses trechos demonstram que os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática favoreceram a inserção da disciplina Matemática em projetos com temas relacionados a outras ciências, a partir do momento que a professora Mara optou por inserir a atividade de modelagem no projeto escolar. Desta forma, observa-se a utilização dos materiais curriculares educativos vinculados ao programa curricular da escola, bem como a possibilidade de conexão entre ambos. 1 As reticências sinalizam pausas curtas no meio das falas, as reticências entre colchetes sinalizam que ocorreram mais falas entre as que foram apresentadas nos dados e entre parênteses destacam as ações do indivíduo.
  • 9. 9 O uso dos materiais curriculares educativos como um norteador para a prática pedagógica Essa categoria se refere aos momentos em que a professora Mara utilizou os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática como norteador para a implementação da atividade em sua prática pedagógica, no sentido de obter orientações acerca do fazer modelagem. A seguir, apresentaremos trechos em que a professora deparou-se com a resistência dos alunos e questionamentos inesperados, os quais impulsionaram uma mudança na sua postura durante a realização da atividade, neste caso, no momento da leitura e interpretação das tabelas e na organização dos alimentos por grupos alimentares. Durante os dois momentos referidos, a professora Mara modificou a sua postura, realizando uma ação similar a apresentada pela professora que socializou a sua experiência da implementação da atividade por meio dos materiais curriculares educativos. O trecho abaixo se refere ao momento da leitura e interpretação das tabelas presentes na atividade do MCE: Mara: ... Então, eu vou pedir aí para vocês... Para cada grupo ler aí a quantidade de... Os grupos, não é? As calorias que o nosso organismo precisa. Então lê aí Aluna 1 o Grupo 1. Quem aqui lê aí [...] Na tabela aqui, certo? Nessa tabela. O que é que o Grupo 1 diz? Aluno 13: Cereais, pães... Mara: Ah... Um grupo ali leu. Aluno 13: Cereais, pães, raízes e tubérculos. Mara: Qual a quantidade de calorias que a gente tem que estar ingerindo? Aluno 13: Cento e cinqüenta. Mara: E o número de porções diárias? Alunos: Oito. Nesse trecho, a professora Mara mencionou que solicitaria que cada equipe lesse os alimentos dos grupos alimentares e a quantidade de calorias que o organismo precisa ingerir diariamente. Em seguida, a professora indicou qual equipe deveria ler, solicitando para a Aluna 1 a leitura da tabela. Nesse momento, a leitura determinada não foi realizada pela aluna. Diante disso, a professora Mara abriu a leitura para a turma, deixando-a mais livre para quem quisesse realizá-la. Passado alguns instantes, o Aluno 13 realizou a leitura da tabela especificando quais os alimentos deste grupo. Depois disso, a professora questionou qual a quantidade de calorias que precisa ser ingerido diariamente nesse grupo e o aluno respondeu o que foi solicitado. Por fim, a professora
  • 10. 10 apresentou outro questionamento, dessa vez acerca da quantidade de porções para o mesmo grupo alimentar, sendo respondido nesse momento por parte dos alunos. Após a solicitação da leitura que não foi realizada pela aluna, a dinâmica escolhida pela professora Mara de realizar uma leitura compartilhada, ocorre de maneira similar à apresentada nos materiais curriculares educativos, na qual a professora convidou os alunos para realizarem a leitura da tabela, e, em seguida, questionava-os acerca de cada item, de maneira mais aberta. Nesse sentido, esse trecho traz indícios de que a professora Mara ao lidar com a resistência dos alunos na leitura da atividade, ela retomou a dinâmica utilizada pela professora que socializou as suas experiências nos materiais curriculares educativos. Nesse sentido, durante a entrevista questionou-se acerca dessa dinâmica e a professora Mara relatou: “O que eu pude notar na prática [da professora] é que ela foi fazendo a leitura junto com os meninos e os meninos foram ajudando ela é... Fazendo a leitura do texto. E já na minha [...] Só depois de tanto eu insistir, de tanto pedir para eles lerem que eles foram lendo junto comigo e a leitura que eu fui fazendo foi junto, não é? Eu fazendo a leitura e ao mesmo tempo tentando indagar aos meninos o que é que eles tinham uma noção de porções, de calorias” (ENTREVISTA). Nesse trecho, Mara, inicialmente, relatou o que pôde observar na prática da professora por meio dos Vídeos e Narrativa contidos nos materiais curriculares educativos, o qual demonstra a professora realizando a leitura das tabelas passo a passo em paralelo com os alunos. Contudo, durante a aula, os alunos apresentaram certa resistência, possivelmente em virtude da postura imperativa no momento da solicitação da leitura. Após a mudança da ação na prática pedagógica da professora, a atividade seguiu adiante com a participação de um número maior de alunos, devido à socialização da leitura, bem como por meio das indagações realizadas por ela. No decorrer da aula, a professora Mara lidou com uma pergunta de uma aluna, na questão que solicitava para os alunos organizarem os alimentos consumidos em grupos alimentares: Aluna 2: Professora e o café? Mara: Onde é que a gente tem café aqui? (Olhando para a tabela dos Grupos Alimentares) Então, olha gente... Vamos observar aqui uma coisa. Ela me perguntou o café e o café à gente não tem nos grupos, então a gente vai colocar em outro grupo. Certo? A gente vai colocar no grupo “Outros”. Quando a professora Mara observou que o café não se encontrava especificado nos grupos alimentares da tabela, ela utilizou uma estratégia que a professora
  • 11. 11 apresentou na aba Narrativa nos materiais curriculares educativos, o qual foi negociado com os alunos que os alimentos que não foram encontrados na tabela da ANVISA, deveriam ser colocados em um grupo denominado de “Outros”: “Durante a resolução das questões, principalmente a 2ª e a 3ª, surgiram questionamentos a respeito de alguns itens consumidos pelos alunos que não estavam na tabela de calorias da ANVISA (tabela 1) ou não constava na tabela de calorias elaborada por nutricionistas, por exemplo, café com leite, coca-cola, Nescau, cuscuz, balas. Diante disso, combinamos que esses itens receberiam a denominação de “Outros” e seriam colocados a parte” (NARRATIVA DOS MCE). Além disso, na aba dos Registros dos alunos, encontram-se documentos que expressam a soluções dos alunos utilizando esse artifício de separação dos grupos alimentares. Assim como a professora dos materiais curriculares educativos sobre alimentação, a professora Mara designou ao grupo alimentar a mesma denominação, utilizando o termo “Outros”. Desta forma, esses extratos indicam que a professora Mara seguiu a estratégia similar criada pela professora que socializou suas experiências no COMMa, ao lidar com a situação inesperada acerca da organização dos alimentos nos grupos alimentares. Diante disso, observa-se que o contato com os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática auxiliou a professora Mara na tomada de decisões no decorrer da atividade, a fim de dar continuidade na resolução das questões pelos alunos. Discussões Nesta sessão, apresentaremos os resultados das análises dos dados em termos das particularidades no uso dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática na prática pedagógica da professora Mara. Neste caso, a professora utilizou os materiais curriculares educativos de duas maneiras: interligado ao programa curricular da escola e como um norteador para a prática pedagógica. Bel utilizou os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática conciliando-os ao programa curricular da escola, neste caso, a um projeto implementado na unidade escolar cujo tema era Alimentação. O objetivo da professora era inserir a disciplina de Matemática nesse projeto de caráter interdisciplinar, o qual os materiais curriculares educativos puderam concretizar esse objetivo, já que a professora a partir desse contato encontrou uma atividade, cujo tema era abordado na escola no momento.
  • 12. 12 Além disso, a professora afirmou que os vídeos contidos nos materiais curriculares educativos permitiram que ela pudesse ter uma noção de como conduzir a atividade de modelagem. Nesse sentido, a maneira como a professora utilizou os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática demonstra uma possibilidade desse uso na prática pedagógica dos professores. Nesse caso, a conciliação dos materiais curriculares educativos ao programa curricular da escola, deveu-se a finalidade estabelecida pela professora de inserir Matemática no projeto escolar. Assim, a utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática decorre das finalidades estabelecidas pelos professores. Sob essa questão, Edelson (2002) afirma que “os professores definem como usar os materiais curriculares para atingir seus objetivos” (p. 25). Outras compreensões puderam ser extraídas, acerca do uso dos materiais curriculares educativos, a partir de dois momentos no decorrer da aula: na resistência dos alunos e nos questionamentos inesperados. No momento em que a professora deparou-se com a resistência dos alunos na leitura das tabelas, ela utilizou a dinâmica da leitura compartilhada, ao invés de solicitar que o aluno a realizasse. Dessa maneira, a professora oportunizou uma dinâmica de leitura mais aberta à participação dos alunos, como a apresentada pela professora que socializou as suas experiências nos materiais curriculares educativos no ambiente virtual COMMa. Nesse sentido, as mudanças nas ações da professora, bem como, as alterações na maneira de apresentar a atividade foram preponderantes para diminuir a resistência dos alunos (SILVA et. al, 2007). No momento em que a professora lidou com a pergunta de uma aluna sobre qual grupo alimentar deveria ser colocado o café, ela utilizou uma estratégia que a professora dos materiais curriculares educativos negociou em sua sala de aula. Nesse caso, a professora ao lidar com os questionamentos não previstos, desenvolveu em sua aula a mesma estratégia apresentada nos materiais curriculares educativos. Nesse sentido, o contato com os materiais foi decisivo para orientá-la no desenvolvimento da atividade. Tendo em vista que a professora retomou as práticas contidas nos materiais curriculares educativos, podemos considerar que essas decisões durante a dinâmica do ambiente de modelagem foram decorrentes das experiências apresentadas nos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática que a auxiliaram em sua prática pedagógica. Nesse sentido, este resultado é convergente ao apresentado por Schneider
  • 13. 13 & Krajcik (2002), quando afirmam que os professores aprendem em situações de experiências. Assim, percebemos que a utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática nas práticas pedagógicas dos professores pode ocorrer de maneiras distintas, e a apresentada neste estudo, contempla uma maneira, neste caso, associando-o aos programas curriculares das escolas e como um norteador para a prática pedagógica. Além disso, oportunizaram mudanças nas práticas pedagógicas da professora, no que se refere à condução da atividade de modelagem e na tomada de decisões. Considerações Finais Este estudo teve como objetivo compreender como os professores utilizam os materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática em suas práticas pedagógicas. Para tanto, consideramos os discursos da professora no momento em que ela utilizou os materiais curriculares em sua sala de aula e na entrevista. As conclusões encontradas a partir dos estudos sobre a implementação da atividade de modelagem contida nos materiais curriculares educativos pela professora Mara, podem auxiliar os outros professores a utilizarem os materiais em suas práticas pedagógicas no que se refere ao currículo escolar, bem como no desenvolvimento do ambiente de modelagem, já que eles podem encontrar as mesmas situações em suas práticas pedagógicas. A análise do presente artigo apresenta somente a utilização dos materiais curriculares educativos sobre modelagem matemática de uma professora da Educação Básica, devido à demanda de professores utilizando os materiais curriculares educativos, visto que o objetivo da pesquisa fora alcançado, ainda que em pequena escala. Neste sentido, apontamos ainda a necessidade de melhor compreender como os professores utilizam os materiais, a fim de ganhar evidências sobre suas possibilidades e restrições no contexto escolar. Referências ALVES-MAZZOTTI, A. J. O método nas ciências sociais. In: ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWAMDSZNADJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1998.
  • 14. 14 ALVES-MAZZOTTI, A. J. O método nas ciências sociais. In: ALVES-MAZZOTTI, A. J. e GEWANDSZNAJDER, F. O método das ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira, cap. 6-7, p. 129-178, 2002. BAIRRAL, M. A. Discurso, interação e aprendizagem matemática em ambientes virtuais a distância. Seropédica, RJ: EDUR, 2007. BAIRRAL, M.A.; GIMÉNEZ, J. e TOGASHI, E. Desenvolvimento profissional docente baseado na WEB: perspectivas para a Educação Geométrica. Rio de Janeiro, Boletim GEPEM n. 39, p. 25-36, set., 2001. BARBOSA, J. C. A prática dos alunos no ambiente de Modelagem Matemática: o esboço de um framework. In: BARBOSA, J. C.; CALDEIRA, A. D.; ARAÚJO, J. L. (Org.). Modelagem Matemática na Educação Matemática Brasileira: pesquisas e práticas educacionais. Recife: SBEM, p. 161-174, 2007. BARBOSA, J. C. Modelagem Matemática na sala de aula. Perspectiva, Erechim (RS), v. 27, n. 98, p. 65-74, 2003. BARBOSA, J. C. Modelagem matemática e os professores: a questão da formação. Bolema, Rio Claro, n. 15, p. 5-23, 2001. BORBA, M. C.; MALHEIROS, A. P. S.; ZULATTO, R. B. A. Educação a Distância on-line. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. BROW, Matthew. The theacher-Tool Relationship: Theorizing the Design and Use of Curriculum Materials. In J. Remillard, G. Lloyd & B. Herbel-Eisenmann (Eds.), Mathematics Teachers at Work: Connecting curriculum materials and classroom instruction. Series Editor: Alan Schoenfeld. Routledge, p. 17-36, 2009. CHARMAZ, K. A construção da teoria fundamentada: guia prático para análise qualitativa. Tradução Joice Elias Costa. Porto Alegre: Artmed, 2009. EDELSON, D. C. Design research: What we learn when we engage in design. Journal of the Learning Sciences. 11(1), p. 105–121, 2002. OLIVEIRA, A. M. P., BARBOSA, J. C. As situações de tensão e as tensões na prática de Modelagem: o caso Vitória. In Anais da V Conferência Nacional sobre Modelagem na Educação Matemática (pp. 191-206). Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil: Universidade Federal de Ouro Preto/Universidade Federal de Minas Gerais, 2007. PRADO, A. S. ; et al. Colaboração Online em Modelagem Matemática: a construção coletiva de materiais curriculares educativos. In: VI Conferência Nacional sobre Modelagem na educação Matemática, 2009, Campinas. Anais da... Conferência Nacional sobre Modelagem na educação Matemática, 2009. REMILLARD, J. T. Examining key concepts in research on teachers’ use of mathematics curricula. Review of Educational Research, v. 75, n. 2, p. 211-246, 2005.
  • 15. 15 SCHNEIDER, R. M.; KRAJCIK, J. Supporting science teacher learning: the role of educative curriculum materials. Journal of Science Teacher Education, v. 13, n. 3, 2002. SILVA, M. S.; SANTANA, T. S.; BARBOSA, J. C. Modelagem Matemática e a resistência de um grupo de alunos. In: V Conferência Nacional sobre Modelagem na Educação Matemática, 2007, Ouro Preto - MG. V CNMEM, 2007. STEIN, M.K.; KIM, G. The role of mathematics curriculum materials in large-scale urban reform: An analysis of demands and opportunities for teacher learning. In J. Remillard, B. Herbel-Eisenmann, & G. Lloyd, (Eds.), Mathematics teachers at work: Connecting curriculum materials and classroom instruction (pp. 37-55). New York: Routledge, 2009.