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Comparação da ativação mioelétrica 
Comparação da ativação mioelétrica do glúteo máximo 
e bíceps femoral entre os agachamentos paralelo 
e com passada à frente 
Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 • 383 
CDD. 20.ed. 616.7 
796.073 
Introdução 
Gustavo LEPORACE* 
Glauber Ribeiro PEREIRA* 
Luis Carlos Nascimento da COSTA** 
Luiz Cláudio TEIXEIRA** 
Luiz Alberto BATISTA* 
*Universidade do Esta-do 
do Rio de Janeiro. 
**Universidade Estácio 
de Sá. 
Resumo 
O objetivo desse estudo foi comparar a atividade mioelétrica (EMG) do glúteo máximo e bíceps femoral entre 
o agachamento com passada à frente e com pés paralelos. Sete indivíduos realizaram oito repetições do aga-chamento 
paralelo (AP) e com passada à frente (AF) deslocando sobrecarga relativa a 50% da massa corporal. 
O EMG do glúteo máximo e bíceps femoral foi capturado, fi ltrado por um fi ltro passa-banda Butterworth de 4ª 
ordem (20-400 Hz) e obtido valores RMS. Utilizou-se o teste de Wilcoxon para comparar o EMG normalizado 
entre os dois exercícios. Tanto o bíceps femoral (p = 0,041) quanto o glúteo máximo (p = 0,0059) apresentaram 
maior ativação no AF (30,9% para glúteo; 42,6% para bíceps) em comparação ao AP (21,2% para glúteo; 24,7% 
para bíceps). Apesar da ativação moderada durante a execução dos exercícios, girando em torno de 25% a 
45%, a resposta foi maior, para os participantes do estudo, no AF. 
UNITERMOS: Eletromiografi a; Treinamento de resistência; Quadril. 
É comum que profi ssionais que atuam no campo 
do treinamento desportivo selecionem determina-dos 
exercícios físicos por considerá-los mais efi cazes 
que outros, no que tange à capacidade de estimular 
respostas musculares. Porém, parecem ser recor-rentes 
os casos em que o esteio de conhecimentos 
adotado na fundamentação desse juízo não seja 
massivamente oriundo de fontes cientifi cas, o que 
encurte um signifi cativo grau de incerteza no pro-cesso. 
Nesse sentido, no que tange à necessidade de 
distinguir as modalidades de agachamento, análises 
biomecânicas e cinesiológicas constituem estratégias 
apropriadas à caracterização dos exercícios, uma 
vez que elas possibilitam precisar as diferenças nas 
confi gurações de movimento e estimar os efeitos de 
estimulação sobre os músculos. 
Entre as estratégias disponíveis para avaliar o grau 
de efi cácia de exercícios no treinamento de força, 
a técnica de eletromiografi a de superfície (EMG) 
é uma das mais utilizadas por possibilitar análises 
acuradas, tanto qualitativas quanto quantitativas, 
da atividade mioelétrica manifesta durante o ato da 
exercitação (DE LUCA, 2007). Decorrentes disso, 
diferentes estudos foram realizados com o propósito 
de se examinar a atividade de músculos dos membros 
inferiores durante a execução de exercícios, tais como 
o agachamento (CATERISANO, MOSS, PELLINGER, 
WOODRUFF, LEWIS, BOOTH & KHADRA, 2002; DA 
SILVA, BRENTANO, CADORE, DE ALMEIDA & KRUEL, 
2008; PEREIRA, LEPORACE, CHAGAS, FURTADO, PRA-XEDES 
& BATISTA, 2010). Com base nos resultados 
desses estudos é razoável inferir que o recrutamento 
muscular é infl uenciado por distintos fatores, tais 
como: amplitude de movimento, posição articular 
e intensidade do exercício (CATERISANO et al., 2002; 
DA SILVA et al., 2008; PEREIRA et al., 2010). 
Nessa mesma linha de investigação um aspecto 
discutido na literatura de treinamento de força diz
LEPORACE, G. et al. 
respeito à questão de qual tipo de exercício melhor 
estimula a resposta da musculatura glútea e posteriores 
de coxa. ESCAMILLA, FLEISIG, ZHENG, LANDER, 
BARRENTINE, ANDREWA, BERGEMANN e MOORMAN 
(2001) constataram que exercícios de agachamento 
destacam-se na capacidade de estimular os referidos 
músculos, quando comparados a outros que também 
o fazem. No entanto, não se sabe qual, dentre os 
diferentes tipos de agachamento, promove uma maior 
resposta do glúteo máximo e posteriores de coxa. 
Dentre os distintos tipos utilizados na exercitação da 
referida musculatura encontra-se o agachamento com 
passada à frente, o qual pode ser descrito como uma 
variação do agachamento tradicional, que se caracteriza 
pelo fato do executante realizá-lo com um dos membros 
Método 
Amostra 
Cinco homens (84 ± 14,6 kg, 1,72 ± 0,07 m, 
26 ± 4,2 anos) e 2 mulheres (54,5 ± 9,1 kg, 1,59 
± 0,05 m, 24,5 ± 2,1 anos) voluntariaram-se para 
participar do estudo após assinatura do Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido aprovado, assim 
como foram todos os procedimentos adotados na 
realização desse projeto, pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro, sob o parecer nº 032.3.2009. 
Para serem incluídos na pesquisa os indivíduos, 
no momento da coleta de dados, deveriam apre-sentar 
vivência na realização do exercício agacha-mento 
de pelo menos um ano e estar engajados em 
programas de treinamento contra resistência pelo 
menos três vezes por semana. Os participantes que 
apresentavam até o momento de realização do expe-rimento, 
sinais ou relataram sintomas sugestivos de 
lesão osteomioarticular foram excluídos do estudo. 
Procedimentos 
Os indivíduos realizaram os exercícios Agacha-mento 
Paralelo (AP) e Agachamento com Passada 
à frente (AF) (FIGURA 1) com uma sobrecarga 
estipulada para a realização dos exercícios de 50% 
da massa corporal total individual, sendo realizadas 
oito repetições. O intervalo entre a série de cada 
exercício foi de 10 minutos para evitar que a fadiga 
interferisse nos resultados (PEREIRA et al., 2010). A 
ordem de realização dos exercícios foi randomizada. 
inferiores posicionado à frente, no plano sagital, e 
lateralmente ao outro, no plano frontal, assim como 
por apresentar uma cinética diferente da manifesta no 
agachamento padrão, com os pés paralelos (ESCAMILLA, 
ZHENG, MACLEOD, EDWARDS, HRELJAC, FLEISIG, WILK, 
MOORMAN, IMAMURA & ANDREWS, 2008). 
O objetivo neste estudo foi comparar a atividade 
mioelétrica do glúteo máximo e bíceps femoral 
entre o agachamento com passada à frente e o 
agachamento paralelo. A hipótese experimental 
foi de que, sendo utilizado um mesmo valor de 
sobrecarga absoluta, considerando a comparação 
pareada dos executantes, o agachamento passada, 
quando comparado ao agachamento paralelo, induz 
a maior ativação elétrica nos dois músculos. 
Em ambos os agachamentos o executante iniciou 
o ciclo de movimento com o joelho em completa 
extensão e realizou um deslocamento angular de 90º 
completando a fase descendente. Para assegurar que 
a amplitude de movimento (ADM) almejada fosse 
alcançada em cada meio ciclo de execução, foi utili-zado 
384 • Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 
um mecanismo sensibilizador posicionado pos-teriormente 
ao sujeito, que foi calibrado, por meio 
de comparação direta com um goniômetro manual 
(CARCI, Brasil). Dessa forma, foi possível controlar 
a ADM durante a execução utilizando, para efeito 
de “feedback”, tanto informação tátil como verbal. 
O dispositivo sensibilizador foi ajustado para cada 
indivíduo de forma que a articulação do joelho não 
ultrapassasse os previstos 90º de fl exão. Um metrô-nomo 
Qwiktime, ajustado em 1 Hz, determinando 
uma velocidade angular média de 45º/s, foi utilizado 
no controle da frequência e do ritmo de execução. 
A atividade mioelétrica (EMG) foi capturada a 
uma frequência de amostragem de 2 kHz (EMG 
100B, BIOPAC Systems Inc., Santa Bárbara, CA, 
USA), com amplifi cação bipolar diferencial (im-pedância 
de entrada = 2M, taxa de rejeição do 
modo comum > 110 db, ganho = 1000), convertido 
analógico-digital (12 bit, MP100WSW BIOPAC 
Systems Inc) e armazenada em um computador 
pessoal para análise posterior. 
Antes do posicionamento dos eletrodos, foi 
realizada a tricotomia e limpeza da pele com álcool 
isopropil, visando reduzir sua impedância (DELUCA, 
1997). Para reduzir a infl uencia dos artefatos de 
movimento na atividade mioelétrica os cabos dos
Comparação da ativação mioelétrica 
eletrodos foram fi xados à pele do executante por 
meio de fi ta adesiva hipoalergênica (3M Ltda, Brasil). 
Eletrodos de Ag/AgCl (KOBME Bio Protec Corp, 
Korea) foram, então, fi xados na região do músculo 
glúteo máximo e bíceps femoral em paralelo com as 
fi bras musculares, sendo utilizada uma distância inter-eletrodos 
de 2 cm, segundo estratégia proposta por 
CRAM, KASMAN e HOLTZ (1998). O posicionamento 
dos eletrodos foi confi rmado através de testes de 
contração isométrica voluntária máxima associada à 
palpação manual. Em ambos os exercícios, os eletrodos 
foram posicionados no membro inferior direito, sendo 
que no AF esse permaneceu à frente do esquerdo. 
Os sinais eletromiográficos foram filtrados no 
sentido direto e reverso, para evitar distorções de 
fase, por um fi ltro Butterworth de 4a. ordem com 
frequências de corte inferior e superior de 20 Hz e 400 
Hz, respectivamente, sendo calculado um valor de Raiz 
Média Quadrática parcial (Root Mean Square, RMSp), 
a partir do sinal mioelétrico, amostrado no intervalo de 
60º a 90º de fl exão do joelho na fase concêntrica da 
exercitação. Com o propósito de reduzir a signifi cância 
da interveniência da fadiga muscular e da adequação 
ao padrão de movimento na confi guração do sinal 
mioelétrico, o valor de RMS resultante (RMSr), 
efetivamente utilizado no exame das diferenças, foi 
obtido por meio do cálculo da média aritmética dos 
valores de RMSp dos quatro ciclos centrais de toda a 
exercitação, para cada sujeito. Este valor foi normalizado 
usando como referência a maior média do RMS obtido 
em duas contrações isométricas voluntárias máximas 
(CIVM) de seis segundos, realizadas com resistência 
manual (PEREIRA et al., 2010). Para o glúteo máximo 
realizou-se extensão de quadril isométrica resistida 
em posição de decúbito ventral no solo. Para o bíceps 
femoral realizou-se uma fl exão de joelho isométrica 
resistida com o indivíduo sentado e o joelho fl exionado 
a 45º. O processamento dos sinais obtidos nas CIVMs 
foi semelhante ao descrito acima. 
Como estratégia para estabelecer o sincronismo 
entre o eletromiograma e o decurso do deslocamento 
angular foi utilizado o sinal de um goniômetro fl exível 
(TSD 130B, BIOPAC Systems Inc, Santa Bárbara, 
CA) fi xado no eixo de movimento do joelho. A 
captura dos sinais da eletrogoniometria foi realizada 
a 2 kHz e a calibração do goniômetro foi feita por 
meio de amostras de registros coletados a 0º e 90º de 
fl exão do joelho, de acordo com as recomendações 
do manual do MP100 (BIOPAC Systems Inc, Santa 
Barbara, CA). Todos os dados mioelétricos foram pro-cessados 
através de rotinas desenvolvidas no “softwa-re” 
MatLab (versão 7.0.4, The MathWorks, USA). 
Análise estatística 
O tratamento estatístico dos dados foi realizado 
no “software” GraphPad Prim versão 5.0 (Gra-phPad 
software, EUA). Foi utilizado o Wilcoxon 
Rank test para verifi car a presença de diferenças 
estatisticamente signifi cantes entre os valores RMS 
normalizados provenientes dos exercícios AP e AF, 
sendo considerado um nível de signifi cância de 5%. 
A = Posição inicial do 
agachamento com pés 
paralelos (AP); 
B = Posição fi nal do AP; 
C = Posição inicial do 
agachamento com pas-sada 
à frente (AF); 
D = Posição fi nal do AF. 
Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 • 385 
FIGURA 1 - Exercícios realizados no estudo.
LEPORACE, G. et al. 
Resultados 
Tanto o bíceps femoral (p = 0,041) assim 
como o glúteo máximo (p = 0,0059) apresentou 
maior ativação no AF em comparação ao AP. A 
ativação das musculaturas foi mediana durante a 
execução dos exercícios, com respeito à amplitude 
entre 60º e 90º de fl exão do joelho, girando em 
torno de 25% a 45% da ativação relativa à CIVM 
(FIGURA 2). 
FIGURA 2 - Atividade mioelétrica do Bíceps Femoral e Glúteo Máximo no Agachamento Paralelo (AP) e 
Agachamento com Passada à Frente (AF). 
Discussão 
O objetivo do presente estudo foi comparar a 
atividade mioelétrica do glúteo máximo e do bíceps 
femoral entre os exercícios de AP e AF. Consta-tamos 
um percentual de ativação moderado nos 
dois exercícios (FIGURA 2), variando entre 25% 
a 45% da CIVM. Quanto a isso há que se registrar 
que as sobrecargas variaram entre 24 e 51 kg, cor-respondendo, 
provavelmente, a um baixo percen-tual 
relativo do valor de 1 RM, para os indivíduos 
participantes (FLECK, 1999). Essa proposição está 
de acordo com a manifestação dos próprios parti-cipantes 
que relataram uma percepção subjetiva de 
esforço entre leve e moderado quando da execução 
de ambos os exercícios. 
FLECK (1999) reportou que indivíduos considera-dos 
treinados realizam em média 1 RM do agacha-mento 
paralelo com sobrecarga por volta de 120% a 
150% da massa corporal. CHAGAS, BARBOSA e LIMA 
(2005) relataram que homens e mulheres realizaram 
em média, respectivamente, 7,6 e 7,7 repetições no 
exercício de “Leg Press” a 80% de 1 RM. Por outro 
lado, a mesma amostra realizou, respectivamente, 
20,8 e 20,7 repetições do mesmo exercício a 40% 
de 1 RM. Apesar das diferenças entre o “Leg Press” 
e o agachamento, tais exercícios apresentam algu-mas 
características semelhantes como articulações 
mobilizadas, plano de movimento e grupamentos 
musculares ativados, o que possibilita certo grau de 
inferência dos resultados obtidos pelos pesquisadores. 
Neste sentido, é razoável pressupor que os indivíduos 
realizaram com relativa facilidade oito repetições do 
agachamento com a sobrecarga absoluta de 50% 
da massa corporal utilizada neste trabalho, uma vez 
que a carga para 1 RM, para o mesmo número de 
repetições, provavelmente seria maior. 
Sendo assim, é possível sugerir que um aumento 
do valor da carga resistiva promovesse, de forma 
associada, um aumento, mesmo que não linear, da 
atividade muscular (DE LUCA, 1997), e propiciasse 
o alcance das magnitudes de respostas musculares 
necessárias à obtenção de efeitos de treinamento di-versos, 
386 • Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 
como, por exemplo, o aumento da capacidade 
de geração de força e de hipertrofi a muscular. No 
entanto, a possibilidade de se obter, efetivamente, os 
referidos efeitos de treinamento devem ser estudados 
em outra oportunidade uma vez não ter sido objeto 
da presente investigação. 
Apesar do moderado percentual de ativação encon-trado, 
a hipótese de estudo, de que o AF promoveria 
uma maior ativação nos músculos examinados, em 
comparação ao AP, foi confi rmada pelos resultados. 
Esses achados estão em acordo com os obtidos por 
*p < 0,05; 
**p < 0,01 em relação 
ao AP.
Comparação da ativação mioelétrica 
MCCAW e MELROSE (1999) e PEREIRA et al. (2010), 
os quais, embora tenham estudado a atividade de 
músculos diferentes dos aqui investigados, também 
preocuparam-se em verifi car em que medida distintas 
disposições corporais se associam à diferentes respos-tas 
mioelétricas. Em ambos os casos os pesquisadores 
identifi caram que adutores de quadril aumentam sua 
atividade mioelétrica, quando sujeitos a uma situação 
de geometria articular que, provavelmente, induz o 
pré-estiramento muscular e apontaram esse fenôme-no 
como causa provável do aumento na atividade 
muscular, para o que basearam-se no pressuposto 
de que músculos que se encontram com certo grau 
de estiramento antes de iniciar a contração têm 
vantagem mecânica na geração de força em relação a 
músculos que se encontram com o comprimento de 
repouso, o que, consequentemente, resulta em uma 
maior capacidade de gerar tensão durante a realização 
de exercícios (FLECK & KRAEMER, 1999). 
A disposição corporal adotada no AF, com um 
membro inferior adiante do outro, também resulta 
em uma geometria articular de membros inferiores 
que, do ponto de vista cinesiológico, tende a propiciar 
uma melhor condição de pré-estiramento tanto da 
musculatura glútea quanto dos posteriores de coxa, 
sendo esperado que nessa condição as atividades 
mioelétricas se manifestem em maior magnitude 
(DWYER, BOUDREAU, MATTACOLA, UHL & LATTERMAN, 
2010), manifestação essa observada em nosso estudo. 
Destarte, os achados desse estudo sugerem que, no 
caso dos agachamentos estudados, quando buscamos 
mecanoinduzir estímulos com o objetivo de propiciar 
respostas mioelétricas mais intensas, o exercício AF 
apresenta-se mais efi caz do que o AP, principalmente 
para o músculo glúteo máximo, que respondeu com 
mais intensidade à modifi cação da posição de membros 
inferiores (FIGURA 2). No entanto, como a amostra 
foi pequena e a sobrecarga utilizada foi relativada a 
partir da massa corporal individual, é necessário cautela 
na inferência irrestrita dos resultados, principalmente 
quando da utilização de valores de resistência mais 
expressivos que os aqui adotados. 
Mesmo que os achados sejam confi rmados em 
estudos futuros, é de fundamental importância a 
observação de certos aspectos quando da prescrição 
tanto do AF quanto do AP, principalmente para 
indivíduos com histórico de diferentes tipos de 
lesões na articulação do joelho, tendo em vista 
o provável aumento do estresse patelo-femoral 
resultante da fl exão do joelho entre 60º e 90º. 
Nesse sentido recomenda-se que, antes de proceder 
à prescrição, que seja realizada anamnese e exame 
físico de modo a assegurar que o executante não 
apresente dor patelo-femoral, assim como fatores de 
risco para o desenvolvimento da mesma (ESCAMILLA 
et al., 2008; LEPORACE, PEREIRA, CARMO, SILVA, 
CABRAL, SILVA FILHO, PASQUALINI & BATISTA, 2010). 
Quanto a sua utilização na reabilitação do 
ligamento cruzado anterior, ESCAMILLA, ZHENG, 
MACLEOD, IMAMURA, EDWARDS, HRELJAC, FLEISIG, 
WILK, MOORMAN, PAULOS e ANDREWS (2010) suge-rem 
que ambos os exercícios podem ser prescritos 
durante todas as fases, mesmo após procedimentos 
cirúrgicos. Por outro lado, para o ligamento cruzado 
posterior, não se recomenda a prescrição do AF nas 
fases iniciais de reabilitação devido à alta tensão à 
qual esse ligamento é submetido entre 40º e 90º de 
fl exão do joelho (ESCAMILLA et al., 2010). 
Sugere-se para estudos futuros a realização de 
pesquisas com modelos experimentais semelhantes, 
no entanto, que utilizem uma amostra maior e uti-lizem 
sobrecarga relativa à 1 RM. Como limitações 
desse estudo, destacam-se o baixo N amostral, o 
que recomenda prudência quando da generalização 
dos achados, e o baixo percentual de carga utilizada 
em relação à massa corporal, apesar disto não ter 
impedido a maior estimulação das musculaturas 
testadas. Além disso, uma limitação inata à técnica 
de eletromiografi a foi à possível modifi cação no 
posicionamento dos eletrodos das musculaturas 
testadas, devido à diferente posição angular dos 
membros inferiores em cada exercício. 
Em conclusão, os sujeitos testados manifestaram 
maior ativação mioelétrica do glúteo máximo 
e bíceps femoral no exercício de agachamento 
com passada à frente em comparação aos valores 
obtidos no agachamento paralelo para uma 
mesma carga absoluta. Por conseguinte, quando 
o objetivo da prescrição é estimular mais esses 
músculos, os achados do presente estudo sugerem a 
preconização do agachamento com passada à frente 
ao agachamento paralelo. 
Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 • 387
LEPORACE, G. et al. 
Abstract 
Comparison of myoelectric activity of gluteus maximus and biceps femoris between parallel and lunge squat 
The purpose of this study was to compare the EMG of the gluteus maximus and biceps femoris between 
the lunge and the parallel squat. Seven subjects, with experience in strength training, performed eight 
repetitions of the parallel squat (PS) and the lunge (LU) with an overload corresponding to 50% of body 
mass. The EMG of the gluteus maximus and biceps femoris was captured, fi ltered by a forth order But-terworth 
fi lter (20-400 Hz) and calculated RMS values. The Wilcoxon Ranked test was used to compare 
the normalized EMG of each muscle between the two exercises. Both the biceps femoris (p = 0.041) 
and the gluteus maximus (p = 0.0059) showed increased activation in LU compared to the PS. Despite 
the moderate activation in both exercises, ranging from 25% to 45%, the myoelectric response of the 
analyzed muscles was higher, for the participants, in the lunge exercise. 
UNITERMS: Electromyography; Resistance training; Hip. 
Resumen 
Comparación de la activación mioeléctrica de los glúteos y bíceps femoral entre las sentadillas con los 
pies paralelos y los pies uno frente al otro 
El objetivo de este estudio fue comparar la actividad mioeléctrica (EMG) del músculo glúteo mayor y el 
bíceps femoral entre la sentadilla con los pies uno frente al otro y los pies paralelos. Siete sujetos reali-zaron 
ocho repeticiones de la sentadilla paralela (AP) y con los pies uno frente al otro (FA) desplazando 
una masa igual a 50% del peso corporal. El EMG del músculo glúteo mayor y el bíceps femoral fueron 
capturados, fi ltrada por un fi ltro de banda de 4 º orden Butterworth (20-400 Hz) y los valores RMS ob-tenidos. 
Se utilizó el test de Wilcoxon para comparar la EMG normalizada entre los dos ejercicios. Tanto 
el bíceps femoral (p = 0,041) y el glúteo mayor (p = 0,0059) mostraron una mayor activación en la FA 
(30,9% para lo glúteo y 52% para lo bíceps) en comparación con el AP (21,2% para lo glúteo y 24,7% 
para lo bíceps). Aunque la activación moderada durante la ejecución de los ejercicios fue moderado, 
situándose en torno a un 25% a 45%, la respuesta fue mayor en el FA para los participantes del estudio. 
PALABRAS CLAVE: Electromiografi a; Entrenamiento de resistencia; Cadera. 
Referências 
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388 • Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012
Comparação da ativação mioelétrica 
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ENDEREÇO 
Gustavo Leporace 
Laboratório de Biomecânica e Comportamento Motor 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
R. São Francisco Xavier, 524 - 8o. andar - Ginásio Esportivo 
20550-900 - Rio de Janeiro - RJ - BRASIL 
e-mail: gustavo.leporace@brasilsaude.org.br 
Recebido para publicação: 17/05/2011 
Revisado: 08/05/2012 
Aceito: 25/05/2012 
Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 • 389

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Comparação EMG Glúteo e Bíceps em Agachamentos

  • 1. Comparação da ativação mioelétrica Comparação da ativação mioelétrica do glúteo máximo e bíceps femoral entre os agachamentos paralelo e com passada à frente Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 • 383 CDD. 20.ed. 616.7 796.073 Introdução Gustavo LEPORACE* Glauber Ribeiro PEREIRA* Luis Carlos Nascimento da COSTA** Luiz Cláudio TEIXEIRA** Luiz Alberto BATISTA* *Universidade do Esta-do do Rio de Janeiro. **Universidade Estácio de Sá. Resumo O objetivo desse estudo foi comparar a atividade mioelétrica (EMG) do glúteo máximo e bíceps femoral entre o agachamento com passada à frente e com pés paralelos. Sete indivíduos realizaram oito repetições do aga-chamento paralelo (AP) e com passada à frente (AF) deslocando sobrecarga relativa a 50% da massa corporal. O EMG do glúteo máximo e bíceps femoral foi capturado, fi ltrado por um fi ltro passa-banda Butterworth de 4ª ordem (20-400 Hz) e obtido valores RMS. Utilizou-se o teste de Wilcoxon para comparar o EMG normalizado entre os dois exercícios. Tanto o bíceps femoral (p = 0,041) quanto o glúteo máximo (p = 0,0059) apresentaram maior ativação no AF (30,9% para glúteo; 42,6% para bíceps) em comparação ao AP (21,2% para glúteo; 24,7% para bíceps). Apesar da ativação moderada durante a execução dos exercícios, girando em torno de 25% a 45%, a resposta foi maior, para os participantes do estudo, no AF. UNITERMOS: Eletromiografi a; Treinamento de resistência; Quadril. É comum que profi ssionais que atuam no campo do treinamento desportivo selecionem determina-dos exercícios físicos por considerá-los mais efi cazes que outros, no que tange à capacidade de estimular respostas musculares. Porém, parecem ser recor-rentes os casos em que o esteio de conhecimentos adotado na fundamentação desse juízo não seja massivamente oriundo de fontes cientifi cas, o que encurte um signifi cativo grau de incerteza no pro-cesso. Nesse sentido, no que tange à necessidade de distinguir as modalidades de agachamento, análises biomecânicas e cinesiológicas constituem estratégias apropriadas à caracterização dos exercícios, uma vez que elas possibilitam precisar as diferenças nas confi gurações de movimento e estimar os efeitos de estimulação sobre os músculos. Entre as estratégias disponíveis para avaliar o grau de efi cácia de exercícios no treinamento de força, a técnica de eletromiografi a de superfície (EMG) é uma das mais utilizadas por possibilitar análises acuradas, tanto qualitativas quanto quantitativas, da atividade mioelétrica manifesta durante o ato da exercitação (DE LUCA, 2007). Decorrentes disso, diferentes estudos foram realizados com o propósito de se examinar a atividade de músculos dos membros inferiores durante a execução de exercícios, tais como o agachamento (CATERISANO, MOSS, PELLINGER, WOODRUFF, LEWIS, BOOTH & KHADRA, 2002; DA SILVA, BRENTANO, CADORE, DE ALMEIDA & KRUEL, 2008; PEREIRA, LEPORACE, CHAGAS, FURTADO, PRA-XEDES & BATISTA, 2010). Com base nos resultados desses estudos é razoável inferir que o recrutamento muscular é infl uenciado por distintos fatores, tais como: amplitude de movimento, posição articular e intensidade do exercício (CATERISANO et al., 2002; DA SILVA et al., 2008; PEREIRA et al., 2010). Nessa mesma linha de investigação um aspecto discutido na literatura de treinamento de força diz
  • 2. LEPORACE, G. et al. respeito à questão de qual tipo de exercício melhor estimula a resposta da musculatura glútea e posteriores de coxa. ESCAMILLA, FLEISIG, ZHENG, LANDER, BARRENTINE, ANDREWA, BERGEMANN e MOORMAN (2001) constataram que exercícios de agachamento destacam-se na capacidade de estimular os referidos músculos, quando comparados a outros que também o fazem. No entanto, não se sabe qual, dentre os diferentes tipos de agachamento, promove uma maior resposta do glúteo máximo e posteriores de coxa. Dentre os distintos tipos utilizados na exercitação da referida musculatura encontra-se o agachamento com passada à frente, o qual pode ser descrito como uma variação do agachamento tradicional, que se caracteriza pelo fato do executante realizá-lo com um dos membros Método Amostra Cinco homens (84 ± 14,6 kg, 1,72 ± 0,07 m, 26 ± 4,2 anos) e 2 mulheres (54,5 ± 9,1 kg, 1,59 ± 0,05 m, 24,5 ± 2,1 anos) voluntariaram-se para participar do estudo após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado, assim como foram todos os procedimentos adotados na realização desse projeto, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob o parecer nº 032.3.2009. Para serem incluídos na pesquisa os indivíduos, no momento da coleta de dados, deveriam apre-sentar vivência na realização do exercício agacha-mento de pelo menos um ano e estar engajados em programas de treinamento contra resistência pelo menos três vezes por semana. Os participantes que apresentavam até o momento de realização do expe-rimento, sinais ou relataram sintomas sugestivos de lesão osteomioarticular foram excluídos do estudo. Procedimentos Os indivíduos realizaram os exercícios Agacha-mento Paralelo (AP) e Agachamento com Passada à frente (AF) (FIGURA 1) com uma sobrecarga estipulada para a realização dos exercícios de 50% da massa corporal total individual, sendo realizadas oito repetições. O intervalo entre a série de cada exercício foi de 10 minutos para evitar que a fadiga interferisse nos resultados (PEREIRA et al., 2010). A ordem de realização dos exercícios foi randomizada. inferiores posicionado à frente, no plano sagital, e lateralmente ao outro, no plano frontal, assim como por apresentar uma cinética diferente da manifesta no agachamento padrão, com os pés paralelos (ESCAMILLA, ZHENG, MACLEOD, EDWARDS, HRELJAC, FLEISIG, WILK, MOORMAN, IMAMURA & ANDREWS, 2008). O objetivo neste estudo foi comparar a atividade mioelétrica do glúteo máximo e bíceps femoral entre o agachamento com passada à frente e o agachamento paralelo. A hipótese experimental foi de que, sendo utilizado um mesmo valor de sobrecarga absoluta, considerando a comparação pareada dos executantes, o agachamento passada, quando comparado ao agachamento paralelo, induz a maior ativação elétrica nos dois músculos. Em ambos os agachamentos o executante iniciou o ciclo de movimento com o joelho em completa extensão e realizou um deslocamento angular de 90º completando a fase descendente. Para assegurar que a amplitude de movimento (ADM) almejada fosse alcançada em cada meio ciclo de execução, foi utili-zado 384 • Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 um mecanismo sensibilizador posicionado pos-teriormente ao sujeito, que foi calibrado, por meio de comparação direta com um goniômetro manual (CARCI, Brasil). Dessa forma, foi possível controlar a ADM durante a execução utilizando, para efeito de “feedback”, tanto informação tátil como verbal. O dispositivo sensibilizador foi ajustado para cada indivíduo de forma que a articulação do joelho não ultrapassasse os previstos 90º de fl exão. Um metrô-nomo Qwiktime, ajustado em 1 Hz, determinando uma velocidade angular média de 45º/s, foi utilizado no controle da frequência e do ritmo de execução. A atividade mioelétrica (EMG) foi capturada a uma frequência de amostragem de 2 kHz (EMG 100B, BIOPAC Systems Inc., Santa Bárbara, CA, USA), com amplifi cação bipolar diferencial (im-pedância de entrada = 2M, taxa de rejeição do modo comum > 110 db, ganho = 1000), convertido analógico-digital (12 bit, MP100WSW BIOPAC Systems Inc) e armazenada em um computador pessoal para análise posterior. Antes do posicionamento dos eletrodos, foi realizada a tricotomia e limpeza da pele com álcool isopropil, visando reduzir sua impedância (DELUCA, 1997). Para reduzir a infl uencia dos artefatos de movimento na atividade mioelétrica os cabos dos
  • 3. Comparação da ativação mioelétrica eletrodos foram fi xados à pele do executante por meio de fi ta adesiva hipoalergênica (3M Ltda, Brasil). Eletrodos de Ag/AgCl (KOBME Bio Protec Corp, Korea) foram, então, fi xados na região do músculo glúteo máximo e bíceps femoral em paralelo com as fi bras musculares, sendo utilizada uma distância inter-eletrodos de 2 cm, segundo estratégia proposta por CRAM, KASMAN e HOLTZ (1998). O posicionamento dos eletrodos foi confi rmado através de testes de contração isométrica voluntária máxima associada à palpação manual. Em ambos os exercícios, os eletrodos foram posicionados no membro inferior direito, sendo que no AF esse permaneceu à frente do esquerdo. Os sinais eletromiográficos foram filtrados no sentido direto e reverso, para evitar distorções de fase, por um fi ltro Butterworth de 4a. ordem com frequências de corte inferior e superior de 20 Hz e 400 Hz, respectivamente, sendo calculado um valor de Raiz Média Quadrática parcial (Root Mean Square, RMSp), a partir do sinal mioelétrico, amostrado no intervalo de 60º a 90º de fl exão do joelho na fase concêntrica da exercitação. Com o propósito de reduzir a signifi cância da interveniência da fadiga muscular e da adequação ao padrão de movimento na confi guração do sinal mioelétrico, o valor de RMS resultante (RMSr), efetivamente utilizado no exame das diferenças, foi obtido por meio do cálculo da média aritmética dos valores de RMSp dos quatro ciclos centrais de toda a exercitação, para cada sujeito. Este valor foi normalizado usando como referência a maior média do RMS obtido em duas contrações isométricas voluntárias máximas (CIVM) de seis segundos, realizadas com resistência manual (PEREIRA et al., 2010). Para o glúteo máximo realizou-se extensão de quadril isométrica resistida em posição de decúbito ventral no solo. Para o bíceps femoral realizou-se uma fl exão de joelho isométrica resistida com o indivíduo sentado e o joelho fl exionado a 45º. O processamento dos sinais obtidos nas CIVMs foi semelhante ao descrito acima. Como estratégia para estabelecer o sincronismo entre o eletromiograma e o decurso do deslocamento angular foi utilizado o sinal de um goniômetro fl exível (TSD 130B, BIOPAC Systems Inc, Santa Bárbara, CA) fi xado no eixo de movimento do joelho. A captura dos sinais da eletrogoniometria foi realizada a 2 kHz e a calibração do goniômetro foi feita por meio de amostras de registros coletados a 0º e 90º de fl exão do joelho, de acordo com as recomendações do manual do MP100 (BIOPAC Systems Inc, Santa Barbara, CA). Todos os dados mioelétricos foram pro-cessados através de rotinas desenvolvidas no “softwa-re” MatLab (versão 7.0.4, The MathWorks, USA). Análise estatística O tratamento estatístico dos dados foi realizado no “software” GraphPad Prim versão 5.0 (Gra-phPad software, EUA). Foi utilizado o Wilcoxon Rank test para verifi car a presença de diferenças estatisticamente signifi cantes entre os valores RMS normalizados provenientes dos exercícios AP e AF, sendo considerado um nível de signifi cância de 5%. A = Posição inicial do agachamento com pés paralelos (AP); B = Posição fi nal do AP; C = Posição inicial do agachamento com pas-sada à frente (AF); D = Posição fi nal do AF. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 • 385 FIGURA 1 - Exercícios realizados no estudo.
  • 4. LEPORACE, G. et al. Resultados Tanto o bíceps femoral (p = 0,041) assim como o glúteo máximo (p = 0,0059) apresentou maior ativação no AF em comparação ao AP. A ativação das musculaturas foi mediana durante a execução dos exercícios, com respeito à amplitude entre 60º e 90º de fl exão do joelho, girando em torno de 25% a 45% da ativação relativa à CIVM (FIGURA 2). FIGURA 2 - Atividade mioelétrica do Bíceps Femoral e Glúteo Máximo no Agachamento Paralelo (AP) e Agachamento com Passada à Frente (AF). Discussão O objetivo do presente estudo foi comparar a atividade mioelétrica do glúteo máximo e do bíceps femoral entre os exercícios de AP e AF. Consta-tamos um percentual de ativação moderado nos dois exercícios (FIGURA 2), variando entre 25% a 45% da CIVM. Quanto a isso há que se registrar que as sobrecargas variaram entre 24 e 51 kg, cor-respondendo, provavelmente, a um baixo percen-tual relativo do valor de 1 RM, para os indivíduos participantes (FLECK, 1999). Essa proposição está de acordo com a manifestação dos próprios parti-cipantes que relataram uma percepção subjetiva de esforço entre leve e moderado quando da execução de ambos os exercícios. FLECK (1999) reportou que indivíduos considera-dos treinados realizam em média 1 RM do agacha-mento paralelo com sobrecarga por volta de 120% a 150% da massa corporal. CHAGAS, BARBOSA e LIMA (2005) relataram que homens e mulheres realizaram em média, respectivamente, 7,6 e 7,7 repetições no exercício de “Leg Press” a 80% de 1 RM. Por outro lado, a mesma amostra realizou, respectivamente, 20,8 e 20,7 repetições do mesmo exercício a 40% de 1 RM. Apesar das diferenças entre o “Leg Press” e o agachamento, tais exercícios apresentam algu-mas características semelhantes como articulações mobilizadas, plano de movimento e grupamentos musculares ativados, o que possibilita certo grau de inferência dos resultados obtidos pelos pesquisadores. Neste sentido, é razoável pressupor que os indivíduos realizaram com relativa facilidade oito repetições do agachamento com a sobrecarga absoluta de 50% da massa corporal utilizada neste trabalho, uma vez que a carga para 1 RM, para o mesmo número de repetições, provavelmente seria maior. Sendo assim, é possível sugerir que um aumento do valor da carga resistiva promovesse, de forma associada, um aumento, mesmo que não linear, da atividade muscular (DE LUCA, 1997), e propiciasse o alcance das magnitudes de respostas musculares necessárias à obtenção de efeitos de treinamento di-versos, 386 • Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 como, por exemplo, o aumento da capacidade de geração de força e de hipertrofi a muscular. No entanto, a possibilidade de se obter, efetivamente, os referidos efeitos de treinamento devem ser estudados em outra oportunidade uma vez não ter sido objeto da presente investigação. Apesar do moderado percentual de ativação encon-trado, a hipótese de estudo, de que o AF promoveria uma maior ativação nos músculos examinados, em comparação ao AP, foi confi rmada pelos resultados. Esses achados estão em acordo com os obtidos por *p < 0,05; **p < 0,01 em relação ao AP.
  • 5. Comparação da ativação mioelétrica MCCAW e MELROSE (1999) e PEREIRA et al. (2010), os quais, embora tenham estudado a atividade de músculos diferentes dos aqui investigados, também preocuparam-se em verifi car em que medida distintas disposições corporais se associam à diferentes respos-tas mioelétricas. Em ambos os casos os pesquisadores identifi caram que adutores de quadril aumentam sua atividade mioelétrica, quando sujeitos a uma situação de geometria articular que, provavelmente, induz o pré-estiramento muscular e apontaram esse fenôme-no como causa provável do aumento na atividade muscular, para o que basearam-se no pressuposto de que músculos que se encontram com certo grau de estiramento antes de iniciar a contração têm vantagem mecânica na geração de força em relação a músculos que se encontram com o comprimento de repouso, o que, consequentemente, resulta em uma maior capacidade de gerar tensão durante a realização de exercícios (FLECK & KRAEMER, 1999). A disposição corporal adotada no AF, com um membro inferior adiante do outro, também resulta em uma geometria articular de membros inferiores que, do ponto de vista cinesiológico, tende a propiciar uma melhor condição de pré-estiramento tanto da musculatura glútea quanto dos posteriores de coxa, sendo esperado que nessa condição as atividades mioelétricas se manifestem em maior magnitude (DWYER, BOUDREAU, MATTACOLA, UHL & LATTERMAN, 2010), manifestação essa observada em nosso estudo. Destarte, os achados desse estudo sugerem que, no caso dos agachamentos estudados, quando buscamos mecanoinduzir estímulos com o objetivo de propiciar respostas mioelétricas mais intensas, o exercício AF apresenta-se mais efi caz do que o AP, principalmente para o músculo glúteo máximo, que respondeu com mais intensidade à modifi cação da posição de membros inferiores (FIGURA 2). No entanto, como a amostra foi pequena e a sobrecarga utilizada foi relativada a partir da massa corporal individual, é necessário cautela na inferência irrestrita dos resultados, principalmente quando da utilização de valores de resistência mais expressivos que os aqui adotados. Mesmo que os achados sejam confi rmados em estudos futuros, é de fundamental importância a observação de certos aspectos quando da prescrição tanto do AF quanto do AP, principalmente para indivíduos com histórico de diferentes tipos de lesões na articulação do joelho, tendo em vista o provável aumento do estresse patelo-femoral resultante da fl exão do joelho entre 60º e 90º. Nesse sentido recomenda-se que, antes de proceder à prescrição, que seja realizada anamnese e exame físico de modo a assegurar que o executante não apresente dor patelo-femoral, assim como fatores de risco para o desenvolvimento da mesma (ESCAMILLA et al., 2008; LEPORACE, PEREIRA, CARMO, SILVA, CABRAL, SILVA FILHO, PASQUALINI & BATISTA, 2010). Quanto a sua utilização na reabilitação do ligamento cruzado anterior, ESCAMILLA, ZHENG, MACLEOD, IMAMURA, EDWARDS, HRELJAC, FLEISIG, WILK, MOORMAN, PAULOS e ANDREWS (2010) suge-rem que ambos os exercícios podem ser prescritos durante todas as fases, mesmo após procedimentos cirúrgicos. Por outro lado, para o ligamento cruzado posterior, não se recomenda a prescrição do AF nas fases iniciais de reabilitação devido à alta tensão à qual esse ligamento é submetido entre 40º e 90º de fl exão do joelho (ESCAMILLA et al., 2010). Sugere-se para estudos futuros a realização de pesquisas com modelos experimentais semelhantes, no entanto, que utilizem uma amostra maior e uti-lizem sobrecarga relativa à 1 RM. Como limitações desse estudo, destacam-se o baixo N amostral, o que recomenda prudência quando da generalização dos achados, e o baixo percentual de carga utilizada em relação à massa corporal, apesar disto não ter impedido a maior estimulação das musculaturas testadas. Além disso, uma limitação inata à técnica de eletromiografi a foi à possível modifi cação no posicionamento dos eletrodos das musculaturas testadas, devido à diferente posição angular dos membros inferiores em cada exercício. Em conclusão, os sujeitos testados manifestaram maior ativação mioelétrica do glúteo máximo e bíceps femoral no exercício de agachamento com passada à frente em comparação aos valores obtidos no agachamento paralelo para uma mesma carga absoluta. Por conseguinte, quando o objetivo da prescrição é estimular mais esses músculos, os achados do presente estudo sugerem a preconização do agachamento com passada à frente ao agachamento paralelo. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 • 387
  • 6. LEPORACE, G. et al. Abstract Comparison of myoelectric activity of gluteus maximus and biceps femoris between parallel and lunge squat The purpose of this study was to compare the EMG of the gluteus maximus and biceps femoris between the lunge and the parallel squat. Seven subjects, with experience in strength training, performed eight repetitions of the parallel squat (PS) and the lunge (LU) with an overload corresponding to 50% of body mass. The EMG of the gluteus maximus and biceps femoris was captured, fi ltered by a forth order But-terworth fi lter (20-400 Hz) and calculated RMS values. The Wilcoxon Ranked test was used to compare the normalized EMG of each muscle between the two exercises. Both the biceps femoris (p = 0.041) and the gluteus maximus (p = 0.0059) showed increased activation in LU compared to the PS. Despite the moderate activation in both exercises, ranging from 25% to 45%, the myoelectric response of the analyzed muscles was higher, for the participants, in the lunge exercise. UNITERMS: Electromyography; Resistance training; Hip. Resumen Comparación de la activación mioeléctrica de los glúteos y bíceps femoral entre las sentadillas con los pies paralelos y los pies uno frente al otro El objetivo de este estudio fue comparar la actividad mioeléctrica (EMG) del músculo glúteo mayor y el bíceps femoral entre la sentadilla con los pies uno frente al otro y los pies paralelos. Siete sujetos reali-zaron ocho repeticiones de la sentadilla paralela (AP) y con los pies uno frente al otro (FA) desplazando una masa igual a 50% del peso corporal. El EMG del músculo glúteo mayor y el bíceps femoral fueron capturados, fi ltrada por un fi ltro de banda de 4 º orden Butterworth (20-400 Hz) y los valores RMS ob-tenidos. Se utilizó el test de Wilcoxon para comparar la EMG normalizada entre los dos ejercicios. Tanto el bíceps femoral (p = 0,041) y el glúteo mayor (p = 0,0059) mostraron una mayor activación en la FA (30,9% para lo glúteo y 52% para lo bíceps) en comparación con el AP (21,2% para lo glúteo y 24,7% para lo bíceps). Aunque la activación moderada durante la ejecución de los ejercicios fue moderado, situándose en torno a un 25% a 45%, la respuesta fue mayor en el FA para los participantes del estudio. PALABRAS CLAVE: Electromiografi a; Entrenamiento de resistencia; Cadera. Referências CATERISANO, A.; MOSS, R.E.; PELLINGER, T.K.; WOODRUFF, K.; LEWIS, V.C.; BOOTH, W.; KHADRA, T. The effect of back squat depth on the EMG activity of 4 superfi cial hip and thigh muscles. Journal of Strength and Conditioning Research, Champaign, v.16, p.428-32, 2002. CHAGAS, M.H.; BARBOSA, J.R.M.; LIMA, F.V. Comparação do número máximo de repetições realizadas a 40 e 80% de uma repetição máxima em dois diferentes exercícios na musculação entre os gêneros masculino e feminino. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.19, n.1, p.5-12, 2005. CRAM, J.; KASMAN, G.; HOLTZ, J. Introduction to surface electromyography. Gaithersburg: Aspen, 1998. DA SILVA, E.M.; BRENTANO, M.A.; CADORE, E.L.; DE ALMEIDA, A.P.; KRUEL, L.F. Analysis of muscle activa-tion during different leg press exercises at submaximum effort levels. Journal of Strength and Conditioning Research, Champaign, v.22, p.1059-65, 2008. DE LUCA, C. The use of electromyography in biomechanics. Journal of Applied Biomechanics, Champaign, v.13, p.135-63, 1997. DWYER, M.K.; BOUDREAU, S.N.; MATTACOLA, C.G.; UHL, T.L.; LATTERMAN, C. Comparison of lower extremity kinematics and hip muscle activation during rehabilitation tasks between sexes. Journal of Athletic Training, Dallas, v.45, n.2, p.181-90, 2010. 388 • Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012
  • 7. Comparação da ativação mioelétrica ESCAMILLA, R.F.; FLEISIG, G.S.; ZHENG, N.; LANDER, J.E.; BARRENTINE, S.W.; ANDREW, J.R.; BERGE-MANN; B.W.; MOORMAN, C.T. Effects of technique variations on knee biomechanics during the squat and leg press. Medicine and Science in Sports Exercise, Madison, v.33, n.9, p.1552-66, 2001. ESCAMILLA, R.F.; ZHENG, N.; MacLEOD, T.D.; EDWARDS, W.B.; HRELJAC, A.; FLEISIG, G.S.; WILK, K.E.; MOORMAN, C.T.; IMAMURA, R.; ANDREWS, J.R. Patellofemoral joint force and stress between a short- and long-step forward lunge. Journal of Ortophaedic and Sports Physical Therapy, Alexandria, v.38, n.11, p.681-90, 2008. ESCAMILLA, R.F.; ZHENG, N.; MacLEOD, T.D.; IMAMURA, R.; EDWARDS, W.B.; HRELJAC, A.; FLEISIG, G.S.; WILK, K.E.; MOORMAN, C.T., PAULOS, L.; ANDREWS, JR. Cruciate ligament tensile forces during the forward and side lunge. Clinical Biomechanics, Bristol, v.25, n.3, p.213-21, 2010. FLECK, S.J. Periodized strength training: a critical review. Journal of Strength and Conditioning Research, Champaign, v.13, n.1, p.82-9, 1999. FLECK, S.J.; KRAEMER, W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. São Paulo: Artes Médicas Sul, 1999. LEPORACE, G.; PEREIRA, G.R.; CARMO, R.C.R.; SILVA, A.C.; CABRAL, R.P.; SILVA FILHO, N.; PASQUALINE, H.E.C.; BATISTA, L.A. Especifi cidade da atividade mioelétrica no agachamento excêntrico declinado 25º e no agachamento padrão com diferentes sobrecargas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v.16, n.3, p.205-9, 2010. McCAW, S.; MELROSE, D. Stance width and bar load effects on leg muscle activity during the parallel squat. Medicine and Science in Sports Exercise, Madison, v.31, n.3, p.426-36, 1999. PEREIRA, G.R.; LEPORACE, G.; CHAGAS, D.V.; FURTADO, L.F.L.; PRAXEDES, J.; BATISTA, L.A. Infl uence of hip external rotation on hip adductor and rectus femoris myoelectric activity during a dynamic parallel squat. Journal of Strength and Conditioning Research, Champaign, v.24, n.10, p.2749-54, 2010. ENDEREÇO Gustavo Leporace Laboratório de Biomecânica e Comportamento Motor Universidade do Estado do Rio de Janeiro R. São Francisco Xavier, 524 - 8o. andar - Ginásio Esportivo 20550-900 - Rio de Janeiro - RJ - BRASIL e-mail: gustavo.leporace@brasilsaude.org.br Recebido para publicação: 17/05/2011 Revisado: 08/05/2012 Aceito: 25/05/2012 Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.3, p.383-89, jul./set. 2012 • 389