O documento discute os processos de erosão e acumulação no litoral e como eles moldam o relevo costeiro. A erosão marinha causa o recuo de arribas e a formação de plataformas de abrasão, enquanto a acumulação cria praias, cordões litorais, restingas e outros acidentes geográficos. O documento também descreve os principais tipos de costa e acidentes geográficos comuns no litoral português.
Documento apoio ao estudo meio natural relevo litoral
1. MEIO NATURAL GEOGRAFIA: 8º ano
Relevo Litoral ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO MATIAS AIRES (Documento de Apoio ao Estudo)
2011/2012 Prof. Daniel Maurício Dias
Relevo Litoral
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Relevo Litoral ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO MATIAS AIRES (Documento de Apoio ao Estudo)
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Litoral
O litoral é a área de influência directa ou indirecta da acção do mar.
É também no litoral que se situam a maior parte das indústrias, devido às disponibilidades hídricas, à facilidade de transportes
(melhores vias rodoviárias, acesso a portos de escoamento de produtos e de entrada de matérias primas) e à proximidade dos
maiores centros económicos.
O mar é um poderoso agente erosivo cuja acção se faz sentir, principalmente, sobre a linha de costa – área de contacto entre a
terra e a mar.
A erosão marinha
Qual o Papel da Acção Erosiva do Mar na Evolução do Litoral?
A erosão provocada pelas águas do mar designa-se por erosão marinha ou abrasão marinha (erosão mecânica das ondas e das
marés contras as rochas ), levada a cabo com o material arrancado à costa e novamente atirado contra ela, porque as ondas
actuam fortemente contra as rochas, desagregando-as. As águas do mar actuam sobre os materiais do litoral ( linha de costa)
desgastando-os através da sua acção química e da sua acção mecânica.
A erosão marinha ou abrasão tende a regular a linha de costa, desgastando as áreas mais salientes (cabos, arribas, etc.) e
depositando materiais nas reentrâncias da costa, através dos processos de:
desgaste ou erosão das arribas pela força do embate das ondas
transporte, pelas correntes costeiras, dos materiais resultantes do processo de desgaste, que aumentam o
poder da erosão marinha;
acumulação ou deposição dos materiais (areia, seixos...) arrastados pela força das ondas e transportados
pelas correntes.
A acção de desgaste está condicionada pelos seguintes factores:
a) reacções químicas entre a água e os materiais;
b) acção mecânica da água;
c) força e direcção das ondas;
d) natureza das rochas - dureza, constituição química e coesão.
O desgaste origina materiais soltos, de dimensões muito variáveis que as correntes marítimas transportam, por vezes, a grandes
distâncias. Quando a velocidade e força das correntes diminuem os materiais transportados são depositados ou acumulados.
As correntes marítimas transportam materiais resultantes do desgaste da costa ou trazidos pelos cursos de água ( rios que
desaguam no litoral) que depositam quando a velocidade das águas diminui devido à baixa profundidade.
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Principais processos de evolução da linha da costa
Tipo de costas
A linha de costa, em Portugal Continental, apesar do seu traçado bastante regular, é variável de acordo com a natureza dos
materiais rochosos que a constituem.
Embora o litoral Português seja dominado essencialmente por praias, existem áreas de costa predominantemente rochosa.
assim Podemos concluir que, de um modo geral, podemos detectar dois tipos de costa:
a costa alta ou de arriba - alta e escarpada - onde a linha de costa se insere num relevo alto constituído por
formações rochosas mais resistentes à erosão marinha. Como a costa a norte de Espinho, Estremadura Meridional, Sudoeste
Alentejano e Barlavento Algarvio.
a costa baixa ou de praia - baixa e arenosa - onde a linha de costa se insere num relevo baixo ou as
formações rochosas são menos resistentes.
A erosão marinha manifesta-se, geralmente, com grande intensidade onde predomina a costa alta, rochosa e escarpada
(arribas). Nas áreas de costa baixa, o trabalho erosivo do mar é menos intenso, procedendo à trituração e arredondamento dos
sedimentos litorais, formando as praias, resultante da acumulação dos sedimentos litorais.
A evolução da linha de costa pode também resultar de movimentos da crosta terrestre e de alterações climáticas que
provocam:
transgressões marinhas - avanço do mar sobre áreas continentais - fenómeno que poderá voltar a
acontecer se a temperatura média da superfície terrestre continuar a subir, o que terá como consequência o degelo dos
glaciares e a subida do nível médio das aguas do mar.
Aquando do degelo da última glaciação o mar subiu o seu nível médio tendo invadido as áreas continentais (Transgressão
marinha), esta é uma situação que nos deixa de prevenção pois com o aumento da temperatura média global, corremos o risco
do degelo das regiões polares e dos glaciares de montanha e a consequente subida do nível médio do mar.
regressões marinhas - recuo do mar - devido a movimentos internos da Terra que provocam o
levantamento dos continentes ou a diminuição da temperatura media da superfície terrestre que provoca a formação de
glaciares e a descida do nível médio das aguas do mar, originando o seu recuo.
A costa de pPraia ( Praia de Cacela - Algarve)
A costa de aArriba (Cabo S, Vicente)
Tipos de costa
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Acidentes litorais que resultam da erosão:
Plataforma de abrasão - faixa, entre o mar e a arriba, que fica a
descoberto na maré baixa.
Quando o mar contacta com o litoral em zona de costas de arriba
dão-se fenómenos de recuo da arriba.
As ondas escavam a base da arriba esta torna-se instável devido à
perda da sua base de sustentação. Essa instabilidade origina a
fragmentação e queda de blocos. Se a arriba tem fissuras, o ar
situado nessas fissuras é comprimido. Quando a onda recua, dá-se Evolução e recuo de uma arriba.
um processo de descompressão. Desta forma os interstícios da rocha
Fonte: Gomes, A., Boto, A.; (2006).; "Fazer Geografia";
são alargados e a rocha vai-se fragmentando. Este desgaste provoca
Porto Editora
um escavamento no sopé das arribas, que , sem apoio, se vão
desmoronando. Assim, a arriba vai recuando, desenvolvendo-se,
assim, uma plataforma de abrasão ( faixa entre o mar e a arriba ),
que fica a descoberto na maré baixa.
Arriba fóssil
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Baía ou enseada – Reentrância da costa bem aberta em
direcção ao mar, com uma pequena penetração dele.
Forma-se quando existem formações rochosas menos
duras que permitem a penetração do mar.
Golfo é uma porção de água que avança em terra firme,
desenha no litoral uma curva muito ampla. O golfo é uma
baía de grandes dimensões. As baías detiveram e detêm
importância económica e estratégica uma vez que são,
normalmente, locais ideais para construção de portos e
docas.
Península é uma extensão de terra rodeada de mar por
todos os lados menos por um, relativamente estreito, pelo
qual está unida a outra terra de maior extensão. A zona de Acção das ondas – Quando a costa é formada por
rochas de diferentes durezas, formam-se
união entre a península e a terra designa-se por Ístmo. reentrâncias (baías ou enseadas) e saliências no lado
escarpado, de acordo com a resistência dessas
rochas à erosão marinha.
Golfo
Baía
Golfo
Concha de S. Martinho, com a forma de crescente, era um
antigo e vasto golfo, que se foi reduzindo através da
sedimentação marinha, não passando hoje de uma pequena
enseada, em comunicação com o mar por uma estreita
passagem de paredes abruptas,
Concha de s. Martinho
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Arco (A)- Forma-se quando se unem grutas de ambos os
lados de um cabo ou promontório (pequeno cabo).
Arribas ou falésias (C)- Formações rochosas, em escarpa
sobre o mar,constantemente sujeitas à força erosiva das
ondas do mar.
Há arribas vivas quando o mar actua sobre elas e arribas
mortas ou fósseis quando o mar deixa de as desgastar.
Farilhão (D) – Quando a ponte de um arco cai, deixa no mar
uma rocha isolada.
Cabo (E) – Formações rochosas mais resistentes que se
projectam no mar, salientando-se em relação à costa.
Gruta Litoral (F)- Fenda formada pelo desgaste de uma
arriba provocado pelo mar.
Acidentes litorais que resultam da acumulação
As praias são depósitos de areia e seixos arrancados as
arribas ou transportados de outros troços do litoral que se
cumulam nas áreas abrigadas da costa, onde as correntes
litorais exercem menos força. Quando o depósito de areia
se acumula paralelamente à costa, formam-se as barras ou
barreiras ou bancos de areia.
Praia
Estuário - Parte terminal de um rio, constituída
por um único braço, que se alarga e aprofunda
na foz e onde a influência das correntes e marés
é importante. Os estuários formam-se em locais
onde a força das marés e das correntes
marítimas é intensa. A água arrasta os aluviões
até zonas muito afastadas da foz e deposita-os
no fundo do oceano.
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Ilhas - barreira - Por vezes, a agua dos rios impede
a formação de uma barreira contínua.
Restinga - Acumulação de areia e seixos que forma
uma barra à entrada da baía
Barreira – Assemelha-se a uma restinga, mas é
muito maior.
Laguna - Extensão de agua mais ou menos salobra
separada do mar por ilhas - barreira
A ria de Aveiro - haff-delta de Aveiro, localizada
entre Espinho e o cabo Mondego, é uma laguna
separada do mar por uma restinga formada pela
acumulação de sedimentos , quer de origem
marinha, depositados por correntes marítimas de
sentidos opostos, quer de origem fluvial,
transportados pelo rio Vouga, os quais foram
formando um cordão litoral paralelo à linha de
Ria de Aveiro
costa, impedindo o contacto do rio com o mar,
acelerando assim o seu assoreamento;. Também
se chama haff-delta, pois o rio desagua na laguna
(haff), formando um delta interior.
Lido ( Ria Formosa - Faro) -Trata-se de uma zona
lagunar obstruída por numerosas ilhas e cordões
de areia. As correntes marítimas transportam
materiais resultantes do desgaste da costa ou
trazidos pelos cursos de água (rios que desaguam
no litoral) que depositam quando a velocidade das Cordões litorais ( Ria Formosa - Faro)
águas diminui devido à baixa profundidade
formando cordões litorais.
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8. MEIO NATURAL GEOGRAFIA: 8º ano
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Tômbolo - pequena ilha rochosa ligada ao
continente por um istmo – faixa resultante
da acumulação de areias e seixos . Á
acumulação de areia, como aconteceu em
Peniche, dá-se entre o litoral e uma ilha Esquema de formação de um tômbolo. Repare-se
que por acção das correntes marítimas se
próxima. No caso dos manterias acumulam , entre uma pequena ilha e a orla
acumulados emergirem a ilha fica ligada continental grandes quantidades de sedimentos
arenosos que, acabando por emergir, formaram
ao continente por uma faixa arenosa a que um istmo que faz a ligação ao território
damos o nome de Tômbolo. continental. É a este istmo arenoso, ligando uma
ilha ao continente, que se dá o nome de tômbolo.
Tômbolo
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