O documento discute a hiperatividade, definindo suas características e causas. Apresenta estratégias de intervenção pedagógica como reforço positivo, organização do tempo e espaço de aprendizagem, permissão para movimento controlado e autoavaliação.
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OBJETIVOS
Realizar uma pesquisa e discorrer sobre a Hiperatividade;
Descrever suas características e principais causas;
Elaborar uma proposta de práticas pedagógicas para trabalhar o
transtorno abordado.
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CONCEITUAÇÃO
A hiperatividade, sempre vem acompanhada de outro problema,
como por exemplo, a dificuldade de aprendizado e, que sem tratamento, pode
comprometer o desempenho do indivíduo até a vida adulta. Atualmente também é
chamada de Transtorno Deficitário da Atenção (DDA). As causas podem ser de
origem orgânica, neurológica, psíquica e psicológica, e o fator hereditário pode
contribuir por isso o diagnóstico não deve ser feito por um único médico, mas por
uma equipe multidisciplinar (SANTOS; AMARAL, 2004).
[ ... ] Haver desequilíbrio neuroquímico cerebral, provocado pela produção
insuficiente de neurotransmissores (Dopamina, Noradrenalina) em certas
regiões do cérebro (região parietal posterior, sistema límbico, região frontal
e sistema reticular ascendente) que são responsáveis pelo estado de vigília,
atenção e controle das emoções. Esta desorganização bioquímica leva a
alterações neurofisiológicas que acarretam alterações do sono,
comportamento agressivo, impulsivo, depressivo e os distúrbios de atenção
que podem estar associados ao quadro de hiperatividade. (TOPCZEWSKI,
1999, p. 37, apud SANTOS, 2004, p. 79).
De acordo com Brandão (1983, p. 198, apud SANTOS, 2004), para
diagnosticar a hiperatividade é necessário verificar os seguintes sintomas
comportamentais: incapacidade de ficar quieta, distração fácil por estímulos
irrelevantes, impaciência, total desatenção a perguntas e em tarefas, desobediência,
impulsividade, tendência excessiva às manifestações verbais e um déficit auditivo
aparente. Para tal autor uma avaliação com o médico é uma etapa essencial na
definição da hiperatividade. É o profissional que deve procurar as causas
específicas, vendo as necessidades a serem aplicadas no teste para formulação do
diagnóstico, realizandoexame neurológico e verificando o grau de inteligência da
criança, seu desempenho escolar, se tem amigos, seu comportamento em casa e
em sala de aula.
Nem sempre a hiperatividade vai estar ligada ao distúrbio de
atenção, pois são distúrbios independentes, podendo ocorrer individualmente. Para
esse autor, os hiperativos têm histórias semelhantes, são em geral frutos de uma
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gravidez difícil e a cada quatro crianças hiperativas, surge uma menina (BRANDÃO,
1983, apud SANTOS; AMARAL, 2004).
Segundo Topczewski (1999, p. 28, apud SANTOS; AMARAL, 2004),
os dez (10) itens relacionados tomam a hiperatividade evidente em uma criança: 1.
Ao brincar, não conseguem se fixar, por um tempo, em determinadas atividades;
desinteressam-se rapidamente buscando outra ocupação. São crianças que estão
sempre em todos os lugares; 2. Necessitam de vigilância constante; 3. Trocam de
brinquedos com frequência; 4. Têm espírito de destruição, mesmo com seus objetos;
5. Não conseguem sentar à mesa para uma refeição; 6. Assistem à televisão por
pouco tempo; 7. Falam muito e mudam de assunto rapidamente; 8. Qualquer
estímulo desvia sua atenção; 9. Não finalizam uma tarefa de maneira adequada; 10.
São desorganizados com suas roupas e objetos.
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ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
De acordo com a ABDA (2012), algumas estratégias e intervenções
podem ser realizadas, como:
Buscando uma melhora da atenção e da memória, quando o
aluno desempenhar uma tarefa solicitada, o professor sempre deverá oferecer
sempre uma realimentação positiva (reforço) através de pequenos elogios e prêmios
que podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio, um aceno de mão... Os
feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E IMEDIATAMENTE após o aluno
conseguir um bom desempenho compatível com o seu tempo e processo de
aprendizagem.
Para o tempo e processamento de informações, o professor
deve respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas. Exemplo: propor um
trabalho em dupla antes de uma discussão sobre o tema com a turma inteira.
Permitir ao aluno dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha alguma dificuldade
para escrever.
Auxiliando na organização e utilizando de técnicas de estudo, o
professor deve estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem
desempenho em longo prazo. Exemplo: ao propor a realização de um trabalho de
pesquisa que deverá ser entregue no prazo de 30 dias, dividir o trabalho em partes,
estabelecer quais serão as etapas e monitorar se cada uma delas está sendo
cumprida, pois, alunos com TDAH apresentam dificuldades em desempenhar tarefas
em longo prazo.
Na busca de técnicas de aprendizado e melhoria das habilidades
metacognitivas, o educador precisa definir metas claras e possíveis para que o aluno
faça sua autoavaliação nas tarefas e nos projetos. Este procedimento permite que o
aluno faça uma reflexão sobre o seu aprendizado e desenvolva estratégias para lidar
com o seu próprio modo de aprender.
Na pretensão de inibição e controle do aluno portador de TDAH,
o professor necessita permitir que o aluno se levante em alguns momentos,
previamente combinados entre ele e o professor. Alunos com hiperatividade
necessitam de alguma atividade motora em determinados intervalos de tempo.
Exemplo: pedir que vá ao quadro (lousa) apagar o que está escrito, solicitar que vá
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até a coordenação buscar algum material, etc., ou mesmo permitir que vá
rapidamente ao banheiro ou ao corredor beber água. Este procedimento é
extremamente útil para diminuir a atividade motora e, muitas vezes, é
ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO para crianças muito agitadas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Algumas estratégias
Pedagógicas para alunos com TDAH. Publicado em 20 dez. 2012. Disponível em: <
http://www.tdah.org.br/br/textos/textos/item/401-algumas-estrat%C3%A9gias-pedag%
C3%B3gicas-para-alunos-com-tdah.html>. Acesso em 22 set. 2014.
SANTOS, Fernanda de Carvalho; AMARAL, Régina Durães. Criança hiperativa:
quem é ela? Pepsic. Jun. 2004, vol. 5, n. 1, p. 78-80.