[1] O documento discute os principais aspectos do empirismo, corrente filosófica que defende que todo conhecimento vem da experiência sensível. [2] Os principais representantes do empirismo foram John Locke e David Hume, que acreditavam que as ideias derivam das impressões sensoriais. [3] Para os empiristas, não é possível afirmar nada sobre aquilo que não pode ser percebido pelos sentidos.
5. Fundadores do Empirismo
Os Fundadores do Empirismo são John Locke e David
Hume.
David Hume nasceu em Edimburgo 1711 e morreu em
Edimburgo em 1776. Foi um filósofo e historiador que
ficou conhecido pelo seu empirismo radical e cepticismo
filosófico.
John Locke nasceu em Wrington em 1632 e morreu em
Harlow em 1704. Foi um filósofo inglês e um ideólogo
do liberismo, foi considerado o principal representante
do empirismo britânico.
7. Empirismo
Como funciona?
O empirismo acredita que o homem nasce sem
conhecimento, vazio de conhecimento. O princípio deste
modelo são as impressões.
Impressões
Impressã
o
Complex
a
8. Empirismo
Como funciona?
Hume verifica que o homem tem por um lado
impressões e por outro lado ideias.
Podemos dizer que a impressão é a sensação
original e a ideia é apenas uma cópia pálida.
Homem
Impressõe
s
Ideias
Sensação
Recordaç
ão
da
sensação
9. Empirismo
Como funciona?
A ideia principal do empirismo é que não há
nada na nossa mente que não tenha passado
pelos nossos sentidos. Isto é, temos de usar os
nossos sentidos para obtermos conhecimento.
10. Empirismo
Como funciona?
A nossa razão é capaz de juntar ideias resultantes de diferentes
impressões, criando assim uma ideia complexa de algo que não
existe. Por isso Hume teve a preocupação de examinar essas
ideias complexas para:
Descobrir as ideias simples que as constituem;
Verificar se essas ideias simples têm ou não uma impressão
correspondente;
Decidir se são ideias falsas de coisas que não existem na realidade,
por não terem fundamento numa impressão correspondente.
11. Empirismo
Como funciona?
Por exemplo nunca ninguém observou Deus, nunca
ninguém teve nenhuma experiência sensível Dele, temos
sim experiência das ideias simples que o constituem, como
"inteligência", "bondade", "sabedoria", etc.. Assim podemos
perceber que a ideia de Deus segundo Hume e falsa pois
não temos nenhuma impressão sensível que lhe
corresponda.
12. O Empirismo moderno
David Hume
(Escócia, 1711 – 1776)
John Locke
(Inglaterra, 1632 – 1704)
Continuando nossos estudos em teoria do conhecimento
passaremos pelos filósofos da ilha para dar uma “olhada”
na tradição do empirismo.
14. John Locke
Nem só de teoria do conhecimento vive o
homem.
Escreve importantes obras sobre
política, em especial os Dois Tratados
Sobre o Governo, onde questiona as
bases do poder absolutista. Influencia
assim a revolução burguesa e até
mesmo a posterior Revolução Francesa.
É notável sua discussão sobre a luta
pela liberdade individual.
A partir de sua atuação como médico
acaba ingressando em importantes
círculos políticos da Inglaterra
15. Ensaio Sobre o Entendimento Humano (1690).
Questão de fundo: seria a nossa mente como um papel em
branco? Como ela é preenchida?
Vamos supor que nossa mente não tenha ideias em si, tal
como um papel em branco onde não haja nada escrito.
Como se pode então escrever algo aí? De onde ela
obtém o vasto estoque que a ocupada e ilimitada
imaginação do homem aí pintou – todos os materiais da
razão e da experiência? A isso respondo em uma
palavra: da experiência. Nossos entendimentos derivam
todos os materiais do pensamento de observações que
fazemos dos objetos externos que podem ser percebidos
através dos sentidos e das operações internas de nossas
mentes, as quais percebemos ao olharmos para dentro
de nós mesmos. Essas são as duas fontes do
conhecimento, das quais emergem todas as ideias que
temos ou que podemos naturalmente ter.
(LOCKE, ECHU, Livro II, cap. 1, §2)
16. O processo de conhecimento.
Experiência
Objetos exteriores
sensíveis
Percebidos pela SENSAÇÃO:
Percepções dos objetos
externos
Ex: A dureza e frieza do gelo.
O aroma e brancura de uma
flor.
Objetos internos da
mente
Percebidos pela REFLEXÃO:
Operação da mente sobre
si mesma (O que a mente
faz e como faz)
Ex: percepção, dúvida,
vontade
17. A experiência fornece nossas ideias.
É a partir da experiência que obtemos as ideias, ou seja, aquilo que forma o
nosso entendimento do mundo a partir das qualidades dos objetos.
Estas ideias se dividem em dois tipos maiores:
Ideias simples: qualidades obtidas através da sensação e/ou da reflexão.
Ideias Complexas: produto da combinação e relação de ideias simples.
20. David Hume
Hume é também autor de vasta obra:
Teoria do Conhecimento
Tratado da Natureza Humana (a obra que nasceu
morta)
Investigações Sobre o Entendimento Humano.
Além de escritos em outros
campos:
História da Inglaterra
Investigação Sobre os Princípios
da Moral
História Natural da Religião
21. Como conhecemos as coisas?
PERCEPÇÕES – a experiência é a única fonte de conhecimentos.
Impressões: dados fornecidos pelos sentidos e produções
mentais.
externas: visão de uma paisagem; audição de um ruído.
internas: estados emocionais.
Ideias: cópias modificadas das impressões.
Memória: lembrança enfraquecida de impressões já vividas.
Imaginação: associação aleatória de impressões já vividas.
Investigações sobre o entendimento
humano (1748)
22. Que diz o autor?
Todos admitirão sem hesitar que existe uma considerável diferença entre
as percepções da mente quando o homem sente a dor de um calor
excessivo ou o prazer de um ar moderadamente tépido e quando
relembra mais tarde essa sensação ou a antecipa pela imaginação. Essas
faculdades podem remedar ou copiar as percepções dos sentidos, mas
jamais atingirão a força e a vivacidade do sentimento original. O máximo
que podemos dizer delas, mesmo quando operam com todo o seu vigor,
é que representam o objeto de maneira tão viva que quase se poderia
dizer que os vemos ou sentimos. (...)“Todas as cores da poesia, por mais
esplêndidas, jamais poderão pintar os objetos naturais de tal modo que a
descrição seja tomada por uma verdadeira paisagem. O mais vivo
pensamento é ainda inferior à mais embotada das sensações”.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril
Cultural, 1973.
23. Crítica à noção de causalidade
Analisemos a seguinte sentença:
A pedra esquenta porque os raios de sol incidem sobre ela
Quais impressões ela nos fornece?
- Tátil: a pedra esquenta
- Visual: os raios de sol incidem sobre ela
Mas os sentidos não conseguem provar a vinculação necessária
entre estes eventos.
A conexão entre impressões é produto da crença fundada no hábito.
Pense, como podemos ter certeza de que o sol nascerá amanhã?
As ciências naturais se constroem sobre o hábito. Elas estão baseadas
na frequência e repetição de certos fenômenos, e não na certeza de
que certos efeitos derivam necessariamente de certas causas.
24. Que diz o autor?
Quando olhamos os objetos exteriores à nossa volta e
consideramos a operação das causas, nunca podemos
descobrir, num único exemplo, qualquer poder ou conexão
necessária, qualquer qualidade que ligue o efeito à causa e
faça com que um deles seja consequência infalível do outro.
Observamos, apenas, que um deles se segue realmente ao
outro. O impulso de uma bola de bilhar é seguido pelo
movimento da segunda. Isso é tudo que se apresenta aos
nossos sentidos exteriores. Essa sucessão de objetos não
produz nenhum sentimento ou impressão interior na mente:
por conseguinte, num exemplo único e particular de causa e
efeito nada existe que possa sugerir a ideia de poder ou
conexão necessária.
HUME, D. Investigação Sobre o Entendimento Humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
25. Hume produz então um poderoso ataque à metafísica:
não é possível afirmar nada sobre o que não pode ser
percebido pelas impressões
Não é possível afirmar que há uma causa primeira
que originou a tudo e mantém e ordena o universo.
(ideia de causalidade)
Não é possível afirmar a existência real de algo
perfeito, como Deus. (ideias inatas)
A filosofia de Hume apresenta-se como forte
contraposição à René Descartes.
26. Que diz o autor?
[...] quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por
mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos
que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma
sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, a
primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem
mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela. A
ideia de Deus, correspondendo a um Ser infinitamente
inteligente, sábio e bom, surge das reflexões que fazemos
das operações de nossa própria mente, aumentando sem
limites essas qualidades de bondade e sabedoria. Podemos
prosseguir esse exame tanto quanto desejarmos, e sempre
descobriremos que todas as ideias que examinamos são
copiadas de uma impressão semelhante.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano, seção II, pg. 14, apud
COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010.
P. 163.
28. CONCLUSÃO
Vimos que no século XVII, a partir dos problemas gnosiológicos
(relativo ao conhecimento), surgem duas correntes opostas: O
RACIONALISMO E O EMPIRISMO. Exagerando, poderíamos dizer que
o racionalismo é o sistema que consiste em limitar o homem ao
âmbito da própria razão, e o empirismo é que limita ao âmbito da
experiência sensível. Isso não quer dizer que o racionalismo exclua
a experiência sensível, mas esta é apenas a ocasião do
conhecimento e está sujeito a enganos. A verdadeira ciência se
perfaz no espírito. Para o empirismo, ao contrário, a experiência é
fundamental, e o trabalho posterior a razão está a ela subordinado.
Como consequencia, os racionalistas confiam na capacidade do
homem de atingir verdades universais, eternas, enquanto os
empiristas terminam por questionar o caráter absoluto da verdade,
já que o conhecimento parte de uma realidade in fieri (isto é, em
transformação constante), sendo tudo relativo ao espaço, ao
tempo, ao humano
29. Certa vez, duas moscas
caíram num copo de leite...
A primeira era forte e
valente. Assim, logo ao cair,
nadou até a borda do copo.
Como a superfície era muito
lisa e suas asas estavam
molhadas, não conseguiu
escapar. Acreditando que
não havia saída, a mosca
desanimou, parou
de se debater e afundou.
30. Sua companheira de
infortúnio, apesar de não
ser tão forte, era tenaz e,
por isso, continuou a se
debater e a lutar. Aos
poucos com tanta agitação,
o leite ao seu redor formou
um pequeno nódulo de
manteiga no qual ela subiu.
Dali, conseguiu levantar
vôo e sair do copo.
31. Tempos depois, a mosca tenaz, por
descuido, novamente caiu num copo,
desta vez cheio de água. Como pensou
que já conhecia a solução daquele
problema, começou a se debater na
esperança de que, no devido tempo, se
salvasse.
Outra mosca, passando por ali e vendo a
aflição da companheira de espécie,
pousou na beira do copo e gritou:
32. SOLUÇÕES DO PASSADO, EM
CONTEXTOS DIFERENTES,
PODEM TRANSFORMAR-SE
EM PROBLEMAS.
SE A SITUAÇÃO SE MODIFICOU,
DÊ UM JEITO DE MUDAR.
"Tem um
canudo ali,
nade até
lá e suba".
A mosca tenaz respondeu:
"Pode deixar que eu sei como
resolver este problema."
E continuou a se debater mais
e mais até que, exausta,
afundou na água.
33. Quantos de nós, baseados
em experiências anteriores,
deixamos de observar as
mudanças ao redor e
ficamos lutando inutilmente
até afundar em nossa própria
falta de visão!
Criamos uma confiança equivocada e
perdemos a oportunidade de repensar nossas
experiências. Ficamos presos a velhos
hábitos que nos levaram ao sucesso e
perdemos a oportunidade de evoluir.
34. É por isso que os japoneses dizem
que na garupa do sucesso vem
sempre o fracasso. Os dois estão
tão próximos que a arrogância pelo
sucesso pode levar à displicência
que conduz ao fracasso.
Os donos do futuro sabem
reconhecer essas transformações
e fazer as mudanças necessárias
para acompanhar a nova situação.
(De: Os Donos do Futuro-Roberto Shinyashiki)
Se a única ferramenta que você conhece é o martelo, todo problema
que aparece você pensa que é prego.
36. Essas regras auxiliam-nos a adquirir a
certeza da verdade. Parte da dúvida
metódica
René Descartes
MÉTODO CARTESIANO
1) Só admitir como verdadeiro o que parece
evidente, evitar a precipitação e a prevenção
2) Dividir o problema em tantas partes quantas as
possíveis - análise
3) Recompor a totalidade subindo por degraus -
síntese
4) Rever o todo para se ter a certeza de não há
erro.
”A única certeza que tenho é a
dúvida”. Descartes.
Racionalista
“Cogito ergo sum = eu
penso, logo existo”.
Descartes
37. David HumeEmpirismo
o fenomenismo empíricoDesenvolveu
Sua filosofia, portanto, é de caráter empírico
Ele parte de duas idéias fundamentais:
Para ele, todo conhecimento humano é combinação de
sensações. A impressão de que a percepção atual das
coisas é a idéia, de que a imagem é a impressão deixa
após ser, i.e., apenas uma cópia pálida do original.
Para ele o homem possui impressões e idéias.
Impressões são as percepções imediatas da realidade
e as idéias são as lembranças de tais impressões.
Escocês - (1711-1776)
Ex: A junção de uma idéia simples de um cavalo e outra
de asas formariam uma idéia complexa de um cavalo
alado.
A filosofia de Hume assume que todo conhecimento é reduzido
ao sentido, que nos proporciona os fenômenos, as aparências
das coisas.
Se um livro sobre doutrina divina, não é
baseado na experiência atira-o no fogo.
38. Immanuel Kant
O último grande filósofo da era moderna, Kant fez
uma síntese entre o racionalismo de René Descartes, onde
prevalece a forma de raciocínio dedutivo, e a tradição
empírica inglesa de David Hume, que valoriza a indução.
Para os racionalistas a base de todo o
conhecimento humano está na consciência do homem.
Para os empiristas o conhecimento do homem
se baseia na experiência, isto é, derivam das impressões
dos sentidos.
Kant acreditava que tanto os sentidos quanto a
razão eram muito importantes, porém não se poderia
supervalorizar um ou outro atributo. "Só a crítica pode cortar pela raiz o
materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a
incredulidade dos espíritos fortes, o
fanatismo e a superstição, que se
podem tornar nocivos a todos e, por
último, também o idealismo e o
cepticismo, que são sobretudo
perigosos para as escolas e
dificilmente se propagam no público"
Kant, Crítica da razão pura, B XXXIV[1]
teoria do conhecimento. Deseja saber, mas sem erro. Para tanto, elabora a relação
entre os juízos sintéticos "a priori" e os juízos sintéticos "a posteriori". Aos primeiros, são chamados de
puros, que caberia à matemática desvendá-los; aos segundos, de fenômenos, influenciados pela
percepção sensorial.
Epistemologia
A sua teoria é chamada de
criticismo kantiano e é postulada nos
esforços para aproximar o fenômeno a
"coisa em si".
39. BIBLIOGRAFIA
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 7ª ed. 2ª imp. editora ática, 2000.
ARANHA, M. L de A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Paulo, Moderna,
1986.