SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 24
BIOMECÂNICA
Equilíbrio e alavancas

Carlos Bolli Mota
bollimota@gmail.com

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Laboratório de Biomecânica
SUMÁRIO
• EQUILÍBRIO ESTÁTICO
• ALAVANCAS
• EXERCÍCIOS
Torque ou momento resultante
Da mesma forma que é possível determinar uma
força resultante que isoladamente tem o mesmo
efeito das forças componentes de um sistema,
pode-se determinar o momento resultante de um
sistema de forças em relação a um determinado
eixo.
Torque ou momento resultante
O torque resultante em relação a um determinado
eixo é a soma dos torques de cada uma das forças
que compõem o sistema em relação ao mesmo
eixo.
P = 50 N, Ps = 20 N, F = 400 N
a = 5 cm, b = 15 cm, c = 30 cm
Equilíbrio estático

Um corpo está em equilíbrio estático quando a
força resultante E o momento resultante de
todas as forças que atuam sobre ele for igual a
zero.
Equilíbrio estático

1ª condição de equilíbrio:
A força resultante de todas as forças que atuam
sobre o corpo deve ser igual a zero.



garante ausência de translação
Equilíbrio estático

2ª condição de equilíbrio:
O momento resultante de todas as forças que
atuam sobre o corpo em relação a qualquer eixo
deve ser igual a zero.



garante ausência de rotação
ALAVANCAS
Quando os músculos desenvolvem tensão,
tracionando os ossos para sustentar ou mover
resistências, estes funcionam mecanicamente
como alavancas. Alavancas são hastes rígidas
que podem girar em torno de um eixo sob a
ação de forças.
No corpo humano os ossos são as hastes
rígidas, as articulções são os eixos e os
músculos e cargas resistentes aplicam forças.
ALAVANCAS
Os três tipos possíveis de alavancas são:
• Primeira classe ou interfixa
• Segunda classe ou inter-resistente
• Terceira classe ou interpotente
ALAVANCAS
Vantagem mecânica de uma alavanca
A eficiência de uma alavanca para mover uma
resistência é dada pela vantagem mecânica:

braço de força - distância do eixo até a força
braço de resistência - distância do eixo até a
resistência
Vantagem mecânica de uma alavanca
• Vm = 1 - a força necessária para movimentar
uma resistência é exatamente igual à
resistência.
• Vm > 1 - a força necessária para movimentar
uma resistência é menor do que a resistência.
• Vm < 1 - a força necessária para movimentar
uma resistência é maior do que a resistência
Alavancas de primeira classe
• Força e resistência aplicadas em lados
opostos do eixo.
• No corpo humano - ação simultânea dos
agonistas e antagonistas em lados opostos de
uma articulação.
• A vantagem mecânica pode ser maior, menor
ou igual a 1.
Alavancas de segunda classe
• Resistência aplicada entre o eixo e a força.
• No corpo humano - não existem exemplos
análogos.
• A vantagem mecânica é sempre maior que 1,
pois o braço de força é sempre maior que o
braço de resistência.
Alavancas de terceira classe
• Força aplicada entre o eixo e a resistência.
• No corpo humano - a grande maioria das
alavancas do corpo.
• A vantagem mecânica é sempre menor que 1,
pois o braço de força é sempre menor que o
braço de resistência.
Alavancas
A grande maioria das alavancas do corpo
humano, por serem de terceira classe e
apresentarem as inserções dos músculos
próximas das articulações, apresentam baixo
rendimento em termos de força.
Alavancas
Entretanto, um pequeno encurtamento do
músculo possibilita uma grande amplitude de
movimento na extremidade do segmento. Da
mesma forma, uma velocidade de encurtamento
do músculo relativamente baixa acarreta uma
velocidade muito maior na extremidade do
segmento.
Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano
Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano
Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano
Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano
Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano
Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Biomecânica aplicada ao jogador de basquete
Biomecânica aplicada ao jogador de basquete Biomecânica aplicada ao jogador de basquete
Biomecânica aplicada ao jogador de basquete Samara Lyvia
 
Cinesiologia Conceitos e-definicoes
Cinesiologia Conceitos e-definicoesCinesiologia Conceitos e-definicoes
Cinesiologia Conceitos e-definicoesTaianna Ribeiro
 
Leis De Newton
Leis De NewtonLeis De Newton
Leis De NewtonMiky Mine
 
Musculacao planos e eixos
Musculacao planos e eixosMusculacao planos e eixos
Musculacao planos e eixosCHICLETE14
 
Cinesiologia e biomecânica do complexo articular do ombro
Cinesiologia e biomecânica do complexo articular do ombroCinesiologia e biomecânica do complexo articular do ombro
Cinesiologia e biomecânica do complexo articular do ombroRaphael Menezes
 
Princípios físicos da água
Princípios físicos da águaPrincípios físicos da água
Princípios físicos da águaThais Benicio
 

Mais procurados (20)

Biomecânica
BiomecânicaBiomecânica
Biomecânica
 
Biomecânica aplicada ao jogador de basquete
Biomecânica aplicada ao jogador de basquete Biomecânica aplicada ao jogador de basquete
Biomecânica aplicada ao jogador de basquete
 
Aula 4 Cinematica Linear (partes 1 e 2)
Aula 4   Cinematica Linear (partes 1 e 2)Aula 4   Cinematica Linear (partes 1 e 2)
Aula 4 Cinematica Linear (partes 1 e 2)
 
Cinesiologia Conceitos e-definicoes
Cinesiologia Conceitos e-definicoesCinesiologia Conceitos e-definicoes
Cinesiologia Conceitos e-definicoes
 
Musculação e alavancas
Musculação e  alavancasMusculação e  alavancas
Musculação e alavancas
 
Biomecânica - Aula 12 biomec musculos e ossos parte 2
Biomecânica - Aula 12   biomec musculos e ossos parte 2Biomecânica - Aula 12   biomec musculos e ossos parte 2
Biomecânica - Aula 12 biomec musculos e ossos parte 2
 
Coluna lombar
Coluna lombarColuna lombar
Coluna lombar
 
Leis De Newton
Leis De NewtonLeis De Newton
Leis De Newton
 
Leis de Newton
Leis de NewtonLeis de Newton
Leis de Newton
 
Maquinas simples - Plano Alavancas
Maquinas simples - Plano AlavancasMaquinas simples - Plano Alavancas
Maquinas simples - Plano Alavancas
 
Cinética
CinéticaCinética
Cinética
 
Musculacao planos e eixos
Musculacao planos e eixosMusculacao planos e eixos
Musculacao planos e eixos
 
Leis de newton
Leis de newtonLeis de newton
Leis de newton
 
Cinesiologia e biomecânica do complexo articular do ombro
Cinesiologia e biomecânica do complexo articular do ombroCinesiologia e biomecânica do complexo articular do ombro
Cinesiologia e biomecânica do complexo articular do ombro
 
Biomecânica - Aula 11 biomec musculos e ossos parte 1
Biomecânica - Aula 11   biomec musculos e ossos parte 1Biomecânica - Aula 11   biomec musculos e ossos parte 1
Biomecânica - Aula 11 biomec musculos e ossos parte 1
 
Dinâmica
DinâmicaDinâmica
Dinâmica
 
Alavancas
AlavancasAlavancas
Alavancas
 
Biomecânica - Aula 8 cinematica angular ef
Biomecânica - Aula 8   cinematica angular efBiomecânica - Aula 8   cinematica angular ef
Biomecânica - Aula 8 cinematica angular ef
 
Aula Coluna Cinesiologia
Aula Coluna CinesiologiaAula Coluna Cinesiologia
Aula Coluna Cinesiologia
 
Princípios físicos da água
Princípios físicos da águaPrincípios físicos da água
Princípios físicos da água
 

Semelhante a Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano

2_cinesiologia_forca_torque_alavancas.pdf
2_cinesiologia_forca_torque_alavancas.pdf2_cinesiologia_forca_torque_alavancas.pdf
2_cinesiologia_forca_torque_alavancas.pdfbiancadossantos321
 
Estatica corpo-extenso-fisica-2-e.m
Estatica corpo-extenso-fisica-2-e.mEstatica corpo-extenso-fisica-2-e.m
Estatica corpo-extenso-fisica-2-e.mWilsonPassos6
 
Mecânica Técnica Apresentação para sala de aula
Mecânica Técnica Apresentação para sala de aulaMecânica Técnica Apresentação para sala de aula
Mecânica Técnica Apresentação para sala de aulaMiquéias Tiburcio
 
Biomecânica - Músculos
Biomecânica - Músculos Biomecânica - Músculos
Biomecânica - Músculos Claudio Pereira
 
Leis de newton - Para Alunos do Edite
Leis de newton - Para Alunos do EditeLeis de newton - Para Alunos do Edite
Leis de newton - Para Alunos do EditePaulo Victor
 
7 rotacao dos_corpos_2
7 rotacao dos_corpos_27 rotacao dos_corpos_2
7 rotacao dos_corpos_2esp
 
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3Emerson Assis
 
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3José Wilson Coelho
 
Biomecânica da Ação Muscular
Biomecânica da Ação MuscularBiomecânica da Ação Muscular
Biomecânica da Ação MuscularAllan Krdek
 

Semelhante a Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano (20)

2_cinesiologia_forca_torque_alavancas.pdf
2_cinesiologia_forca_torque_alavancas.pdf2_cinesiologia_forca_torque_alavancas.pdf
2_cinesiologia_forca_torque_alavancas.pdf
 
Estatica corpo-extenso-fisica-2-e.m
Estatica corpo-extenso-fisica-2-e.mEstatica corpo-extenso-fisica-2-e.m
Estatica corpo-extenso-fisica-2-e.m
 
Aula 05
Aula 05Aula 05
Aula 05
 
Mecânica Técnica Apresentação para sala de aula
Mecânica Técnica Apresentação para sala de aulaMecânica Técnica Apresentação para sala de aula
Mecânica Técnica Apresentação para sala de aula
 
_DINAMICA IMPULSIVA (1).pptx
_DINAMICA IMPULSIVA (1).pptx_DINAMICA IMPULSIVA (1).pptx
_DINAMICA IMPULSIVA (1).pptx
 
Dinâmica parte 3
Dinâmica parte 3Dinâmica parte 3
Dinâmica parte 3
 
Dinâmica parte 3
Dinâmica parte 3Dinâmica parte 3
Dinâmica parte 3
 
Dinâmica parte 3
Dinâmica parte 3Dinâmica parte 3
Dinâmica parte 3
 
Slideharedinamica
SlideharedinamicaSlideharedinamica
Slideharedinamica
 
Biomecânica - Músculos
Biomecânica - Músculos Biomecânica - Músculos
Biomecânica - Músculos
 
Leis de newton - Para Alunos do Edite
Leis de newton - Para Alunos do EditeLeis de newton - Para Alunos do Edite
Leis de newton - Para Alunos do Edite
 
7 rotacao dos_corpos_2
7 rotacao dos_corpos_27 rotacao dos_corpos_2
7 rotacao dos_corpos_2
 
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
 
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3Estatica dos-corpos-rigidos parte3
Estatica dos-corpos-rigidos parte3
 
Leis de newton
Leis de newtonLeis de newton
Leis de newton
 
Biomecânica da Ação Muscular
Biomecânica da Ação MuscularBiomecânica da Ação Muscular
Biomecânica da Ação Muscular
 
Cinésiologia parte 5
Cinésiologia parte 5Cinésiologia parte 5
Cinésiologia parte 5
 
Biomecanica....
Biomecanica....Biomecanica....
Biomecanica....
 
Musculos
MusculosMusculos
Musculos
 
Impulso
ImpulsoImpulso
Impulso
 

Bioequilíbrio e alavancas no corpo humano

  • 1. BIOMECÂNICA Equilíbrio e alavancas Carlos Bolli Mota bollimota@gmail.com UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Laboratório de Biomecânica
  • 2. SUMÁRIO • EQUILÍBRIO ESTÁTICO • ALAVANCAS • EXERCÍCIOS
  • 3. Torque ou momento resultante Da mesma forma que é possível determinar uma força resultante que isoladamente tem o mesmo efeito das forças componentes de um sistema, pode-se determinar o momento resultante de um sistema de forças em relação a um determinado eixo.
  • 4. Torque ou momento resultante O torque resultante em relação a um determinado eixo é a soma dos torques de cada uma das forças que compõem o sistema em relação ao mesmo eixo.
  • 5. P = 50 N, Ps = 20 N, F = 400 N a = 5 cm, b = 15 cm, c = 30 cm
  • 6. Equilíbrio estático Um corpo está em equilíbrio estático quando a força resultante E o momento resultante de todas as forças que atuam sobre ele for igual a zero.
  • 7. Equilíbrio estático 1ª condição de equilíbrio: A força resultante de todas as forças que atuam sobre o corpo deve ser igual a zero.  garante ausência de translação
  • 8. Equilíbrio estático 2ª condição de equilíbrio: O momento resultante de todas as forças que atuam sobre o corpo em relação a qualquer eixo deve ser igual a zero.  garante ausência de rotação
  • 9. ALAVANCAS Quando os músculos desenvolvem tensão, tracionando os ossos para sustentar ou mover resistências, estes funcionam mecanicamente como alavancas. Alavancas são hastes rígidas que podem girar em torno de um eixo sob a ação de forças. No corpo humano os ossos são as hastes rígidas, as articulções são os eixos e os músculos e cargas resistentes aplicam forças.
  • 10. ALAVANCAS Os três tipos possíveis de alavancas são: • Primeira classe ou interfixa • Segunda classe ou inter-resistente • Terceira classe ou interpotente
  • 12. Vantagem mecânica de uma alavanca A eficiência de uma alavanca para mover uma resistência é dada pela vantagem mecânica: braço de força - distância do eixo até a força braço de resistência - distância do eixo até a resistência
  • 13. Vantagem mecânica de uma alavanca • Vm = 1 - a força necessária para movimentar uma resistência é exatamente igual à resistência. • Vm > 1 - a força necessária para movimentar uma resistência é menor do que a resistência. • Vm < 1 - a força necessária para movimentar uma resistência é maior do que a resistência
  • 14. Alavancas de primeira classe • Força e resistência aplicadas em lados opostos do eixo. • No corpo humano - ação simultânea dos agonistas e antagonistas em lados opostos de uma articulação. • A vantagem mecânica pode ser maior, menor ou igual a 1.
  • 15. Alavancas de segunda classe • Resistência aplicada entre o eixo e a força. • No corpo humano - não existem exemplos análogos. • A vantagem mecânica é sempre maior que 1, pois o braço de força é sempre maior que o braço de resistência.
  • 16. Alavancas de terceira classe • Força aplicada entre o eixo e a resistência. • No corpo humano - a grande maioria das alavancas do corpo. • A vantagem mecânica é sempre menor que 1, pois o braço de força é sempre menor que o braço de resistência.
  • 17. Alavancas A grande maioria das alavancas do corpo humano, por serem de terceira classe e apresentarem as inserções dos músculos próximas das articulações, apresentam baixo rendimento em termos de força.
  • 18. Alavancas Entretanto, um pequeno encurtamento do músculo possibilita uma grande amplitude de movimento na extremidade do segmento. Da mesma forma, uma velocidade de encurtamento do músculo relativamente baixa acarreta uma velocidade muito maior na extremidade do segmento.