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Oficina:
Trançados musculares: saúde
corporal e o ensino do frevo
Kiran Gorki Queiroz Projeto de pesquisa realizado através do FUNCULTURA
Recife,
janeiro de 2011
Conteúdo abordado
Teoria:
» As evidências;
» Os músculos;
» Exercícios de fortalecimento muscular;
» Resultado das análises;
» Quais os músculos que devem ser enfocados
no ensino do frevo;
» Exercícios funcionais
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Evidências
» A melhora na habilidade do músculo de gerar
força parece ser uma forma de melhorar a
performance de bailarinos. (Koutedakis & Jamurtas,
2004)
» Evidências revelam que tanto para bailarinos
quanto bailarinas, exercícios suplementares de
fortalecimento dos quadríceps e isquiotibiais
levam a um aumento de força na perna sem
interferir com requisitos artísticos e físicos de
suas performances. (Koutedakis, Y. 1996)
Evidências
» Mensurações isocinéticas vem indicando
repetidamente valores baixos de torque em bailarinos
quando comparados com outros atletas e até mesmo
com indivíduos destreinados. (Koutedakis, Y. e Sharp NCC.
1999; Kirkendall, DT.et al 1983; Brinson, P. 1996; Bennel, K. 1999)
» Bailarinos de dança moderna têm mais força muscular
que bailarinos clássicos. Isto devido a
multidisciplinaridade de sua formação. (Westbald, P. 1995)
» Exercícios convencionais de dança sozinhos conferem
muito pouco benefício em fortalecimento muscular.
(Rimmer, JH. 1994)
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Evidências
» Tem se apontado também para um
problema que na maioria das vezes passa
desapercebido, que o desequilíbrio de força
entre músculos agonistas e antagonistas em
um mesmo membro. (Bejjani FJ. 1987)
» Alguns autores sugerem que treinamento
para fortalecimento muscular extra aula de
dança podem reduzir as lesões em
bailarinos diminuindo assim o custo que isto
pode causar. (Reid, DC. 1988; Khan K, Brown J, Way S,
et al. 1995)
Evidências
» Foi demonstrado que quanto menor a relação
entre flexores e extensores do joelho, ou seja,
quanto mais fracos os Isquiotibiais
comparados com os quadríceps, maior o grau
da lesão. (Koutedakis Y, Frischknecht R, Murthy M. 1997)
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Os músculos
» Os músculos são os tecidos responsáveis pelos
movimentos dos animais, tanto os movimentos
voluntários (músculo estriados esqueléticos), com os
quais o animal interage com o meio ambiente, como
os movimentos dos seus órgãos internos, como o
coração (músculo estriado cardíaco) cardíaco) ou o
intestino (músculo liso).
Os músculos
Todos os três tipos musculares têm as seguintes
características: (extensibilidade, elasticidade,
irritabilidade, contratilidade)
» Podem contrair-se e encurtar, tornando-se mais
tensos e duros, em resposta a um estímulo vindo
do sistema nervoso;
» Podem ser distendidos, aumentando o seu
comprimento;
» Podem retornar à forma e ao tamanho originais.
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Os músculos
Tipos de músculos segundo a ação
» Agonista
» Antagonista
» Sinergista
» Estabilizador
A contração muscular
» Existem dois tipos de contrações musculares: contração
isotônica e contração isométrica.
» A contração isotônica refere-se a uma contração em que um
músculo encurta enquanto exerce uma força constante que
corresponde à carga que está sendo erguida pelo músculo.
» Divide-se em concêntrica e excêntrica. Na concêntrica a
contração vence a resistência e há o encurtamento muscular e
na excêntrica a resistência vence a contração havendo o
alongamento muscular.
» A contração isométrica refere-se a uma contração em que o
comprimento externo do músculo não se altera, pois a força
gerada pelo músculo é insuficiente para mover a carga à qual
está fixado.
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Treino de força
» Dispositivos mecânicos representam um relevante
papel no ganho de força muscular. Como
conseqüência a este tipo de treinamento, alterações
fisiológicas irão ocorrer; as primeiras são alterações
agudas (aprendizado psicomotor) e,
posteriormente, alterações crônicas (hipertrofia
muscular), que variam de acordo com a
predisponibilidade genética (tipo de fibra
predominante) e com o sexo, que está relacionada
ao fato de os homens possuírem níveis séricos de
testosterona maiores que as mulheres.
Treino de força
» Há dois fatores relacionados à velocidade. O primeiro refere-se
ao princípio da especificidade do treinamento, na qual a
velocidade do exercício deve imitar ao da função desejada.
» O segundo fator é a transferência de treinamento, já que o
treino de força em uma determinada velocidade pode
proporcionar ganho de força em velocidades de exercícios mais
altos e/ou mais baixos.
» Vale ressaltar a relação entre repetições e velocidade de
execução do exercício, ou seja, quando realizado de forma lenta
e com menor número de repetições haverá um maior
desenvolvimento de força muscular .
(KISNER C, COLBY LA. 2004)
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Treino de força
» Estabilidade passiva
» Estabilidade ativa
Treino de força
» Exercícios com pesos livres;
» Exercícios com máquinas;
» Exercícios calistênicos;
» Exercícios com elásticos;
» Exercícios com bolas;
» Pilates;
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As análises
» Biomecânica X Cinesiologia
» Análise qualitativa X análise quantitativa;
» O professor de dança X análise qualitativa
» Apresentar vídeos.
As análises
» Método desenvolvido por LOOSEN, Bert. e
MOED, Bas. 2006.
» Os movimentos são filmados;
» Divididos em fases;
» Cada fase é então analisada nos quesitos:
» deslocamento do centro geral de massa,
» direção dos movimentos articulares,
» velocidade e aceleração angular das articulações,
» tipo de contração muscular necessária para realização
dos movimentos,
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As análises
1. Definir o movimento a ser analisado, os segmentos e as
articulações;
2. Objetivo;
3. Descrição do movimento;
3.1. Orientação para realização do movimento (Valéria Vicente)
4. Plano de análise;
5. Fases do movimento;
6. Forças internas – análise do Centro Geral de Massa (CGM);
7. Forças externas – análise dos centros parciais de massa (PCM) -
Análise articular cinética e cinemática de cada articulação
escolhida;
8. Tipos de contração por músculo atuante em cada articulação
analisada ;
9. Conclusão.
A análise
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Movimentos analisados
» Parafuso
» Apertando a porca
» Caindo nas molas
» Patinho
» Coice de burro
» Ferrolho
» Tesoura
» Tramela
» Ligadura
» Tesourão
Resultado das análises
» Sobrecarga articular nos MMII;
» De maneira geral, a aterrissagem é a fase de colisão
contra uma superfície externa fixa, na qual o corpo é
submetido a forças com rápida desaceleração
(impactantes). Tais forças atuam individualmente nos
segmentos corporais que recebem o impacto e após
são transmitidos através do sistema esquelético para o
restante do corpo, podendo ocasionar choque nas
articulações. (Derrick TR, 2004)
» Predominância do componente excêntrico
(desaceleração) e isométrico (estabilização);
» Necessidade de exercícios extra para fortalecimento
da musculatura dos MMII e dos abdominais;
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Discussão
» Foi observado que muitas distensões musculares agudas ocorrem
durante a fase excêntrica de atividades musculares forçadas.
Repetidas contrações concêntricas durante o exercício contribuem
para lesões microscópicas nos tendões e músculos, levando a
distensões crônicas, ruptura muscular e tendinopatias.
Entretanto, treinamento excêntrico tem demonstrado ter efeitos
positivos na prevenção de danos e lesões musculares.
As propriedades das áções musculares excêntricas que lavam a
efeitos protetores ainda não foram completamente elucidadas, mas
acredita-se que estas incluam adaptações celulares, mecânicas e
neurais. (Pull MR; Ranson C. 2007)
Discussão
• Tem sido demonstrado que contrações excêntricas – na
qual o músculo ativo é alongado, resulta em grande
mudanças no músculo esquelético humano seja
através da geração de força voluntária ou estimulada
eletricmente em comparação com contrações
concêntricas – na quais o músculo ativo encurta (Davies
and White 1981 ; Edwards et al. 1981a; Newham et al.
1983), assim como, dor e sensibilidade aumentada no
período pós-exercício estão associadas muito mais com
contrações excêntricas que concêntricas. (Asmussen
1956; Komi and Buskirk 1972; Talag 1973; Cobb et al.
1975; Edwards et al. 1981b).
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Músculos que devem ser enfocados no
ensino do frevo
» Principalmente os músculos dos membros
inferiores (MMII) e os abdominais.
» Flexores e extensões do quadril;
» Adutores e abdutores do quadril:
» Flexores e extensores do joelho;
» Dorsiflexores e flexores plantar do tornozelo;
» Abdominais. tonificação [exercícios de
estabilização] após o aquecimento e exercícios
de fortalecimento após a parte técnica da aula.
Exercícios funcionais
» Exercício funcional é aquele que em sua forma e
uso das alavancas mais se aproxima da atividade
para a qual os músculos estão sendo treinados.
» Adaptar o exercícios já existentes de
fortalecimento da musculatura dos MMII aos
movimentos do frevo.
» Exercícios que enfoquem principalmente o
componente isométrico em diversas amplitudes
articulares e contrações excêntricas
(desaceleração).
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O conteúdo teórico da oficina
Devido a curta duração desta oficina, é
impossível abordar todo o conteúdo teórico
sobre a fisiologia do exercício e sobre os
aspectos técnicos de nossa pesquisa.
Esperamos contudo, que o material oferecido
por nós seja o suficiente para despertar nos
participantes o interesse pela pesquisa dos
temas abordados, pois temos certeza da
importância destas informações para a prático
do ensino do frevo.
Referências Bibliográficas
1. KISNER C, COLBY LA. Exercícios terapêuticos. São Paulo: Editora Manole; 2004.
2. FOX EL, BOWERS RW, FOSS ML. Bases fisiológicas da Educação Física e dos Desportos. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan; 1991.
3. KOUTEDAKIS Y. e JAMURTAS A. The Dancer as a Performing Athlete: Physiological
Considerations. Sports Med; 34 (10): 651-661. 2004.
4. KNUDSON, Duane V.; MORRISON, Craig S. Análise Qualitativa do Movimento Humano. São
Paulo: Manole. 2001
5. TREW, Marion. e EVERETT, Tony. Movimento Humano. 4a ed. São Paulo: Premier. 4a ed. São
Paulo: Editora Premier, 2010.
6. LIMA, Ana P.; RIBEIRO, Itatiara A.; COIMBRA, Leda MC.; SANTOS, Monique R.; ANFDRADE,
Everaldo N. Mecanoterapia e Fortalecimento Muscular: Um Embasamento Seguro para um
Treinamento Eficaz. Rev. Saúde Com. 2(2):143-152; 2006.
7. Ingen Schenau G.J. van en Toussaint H., 1990. Biomechanica: Theoretische mechanica
toegepast op het bewegen van de mens. Vu Boekhandel, Amsterdam.
8. Derrick TR. The effects of knee contact angle on impact forces and accelerations. Med Sci
Sports Exerc 2004;36(5):832-837.
9. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-muscular/musculos.php -
acesso em 11/01/11
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