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Séc. XIX, final
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Paul Gauguin , Paisagem em Osny
 Não chega a
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 Não responde a
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metafísicas
 Surge o
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Cristais diluídos de clarões alacres,
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...........................
Tudo! vivo e nervoso e quente e forte,
Nos turbilhões quiméricos do Sonho,
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel cabalístico da Morte...
(Cruz e Sousa)
Tempestade, de Wiliam Turner, reflete este mundo nevoento,
nebuloso e quase incorpóreo que os simbolistas tanto valorizam
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 Nova linguagem: neologismos;
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Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
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Da tua carne báquica rebenta
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Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
Planta mortal, carnívora, sangrenta,
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Nesse lábio mordente e convulsivo,
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 Obsessão pelo branco
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Mãos de finada, aquelas mãos de neve,
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Pairando no ar, num gesto brando e leve,
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(Alphonsus de Guimaraens)
 Mergulho na caótico, no
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 Figuras de linguagem:
metáfora, sinestesia,
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Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...
Formas do Amor, constelarmante puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
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Harmonias da Cor e do Perfume...
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― tematiza a transitoriedade
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Passou o outono já, já torna o frio...
- Outono de seu riso magoado.
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Cruz e Sousa
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irrevogável!
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Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
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― poesia impulsiva e sensual
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Carnais, sejam carnais tantos desejos,
Carnais, sejam carnais tantos anseios,
Palpitações e frêmitos e enleios,
Das harpas da emoção tantos arpejos...
Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,
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Onde as Visões do amor dormem geladas...
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias
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A encarnação das lívidas Amadas!
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Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...
Formas do Amor, constelarmante puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas ...
Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
― tom
vago e
musical
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Alphonsus de Guimaraens
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― poesia: D. Mística, Câmara Ardente,
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Pastoral dos Crentes do Amor e da Morte
― tematiza constantemente
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― tematiza constantemente a
morte (projeção do amor pela
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Quando Ismália enlouqueceu,
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Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(“Ismália”)
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― morte é redenção, não horror
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Simbolismo

  • 1. Séc. XIX, final rafabebum.blogspot.com Paul Gauguin , Paisagem em Osny
  • 2.  Não chega a todos  Não responde a questões metafísicas  Surge o Decadentismo (vanguarda simbolista de tom pessimista) rafabebum.blogspot.com Ralph Eugene Meatyard
  • 3.  Aversão ao espírito científico  Busca de vivências vagas e pré- lógicas; o “eu profundo” rafabebum.blogspot.com Cristais diluídos de clarões alacres, Desejos, vibrações, ânsias, alentos Fulvas vitórias, triunfamentos acres, Os mais estranhos estremecimentos...
  • 4. rafabebum.blogspot.com Cristais diluídos de clarões alacres, Desejos, vibrações, ânsias, alentos Fulvas vitórias, triunfamentos acres, Os mais estranhos estremecimentos... ........................... Tudo! vivo e nervoso e quente e forte, Nos turbilhões quiméricos do Sonho, Passe, cantando, ante o perfil medonho E o tropel cabalístico da Morte... (Cruz e Sousa)
  • 5. Tempestade, de Wiliam Turner, reflete este mundo nevoento, nebuloso e quase incorpóreo que os simbolistas tanto valorizam rafabebum.blogspot.com
  • 6.  Nova linguagem: neologismos; vocabulário litúrgico; sintaxe incomum rafabebum.blogspot.com Cróton selvagem, tinhorão lascivo, Planta mortal, carnívora, sangrenta, Da tua carne báquica rebenta A vermelha explosão de um sangue vivo.
  • 7. rafabebum.blogspot.com Cróton selvagem, tinhorão lascivo, Planta mortal, carnívora, sangrenta, Da tua carne báquica rebenta A vermelha explosão de um sangue vivo. Nesse lábio mordente e convulsivo, Ri, ri risadas de expressão violenta O Amor, trágico e triste, e passa,lenta, A morte, o espasmo gélido, aflitivo...
  • 9.  Obsessão pelo branco (pureza, misticismo) rafabebum.blogspot.com Mãos de finada, aquelas mãos de neve, De tons marfíneos, de ossatura rica, Pairando no ar, num gesto brando e leve, Que parece ordenar, mas que suplica. (Alphonsus de Guimaraens)
  • 10.  Mergulho na caótico, no vago, no ilógico, no inefável...  Figuras de linguagem: metáfora, sinestesia, aliteração, assonância, onomatopeia, maiúscula alegorizante rafabebum.blogspot.com
  • 11. rafabebum.blogspot.com Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras... Formas do Amor, constelarmante puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas ... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
  • 12. rafabebum.blogspot.com Eugênio de Castro Oaristos Um Sonho Na messe, que enlourece, estremece a quermesse... O sol, o celestial girassol, esmorece... E as cantilenas de serenos sons amenos Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos... Em Portugal: a partir de 1890
  • 13. rafabebum.blogspot.com Antônio Nobre ― poesia neorromântica: tematiza o saudosismo, a melancolia Ai do Lusíada, coitado, Que vem de tão longe, coberto de pó. Que não ama, nem é amado, Lúgubre Outono, no mês de Abril! Que triste foi o seu fado! Antes fosse pra soldado, Antes fosse próprio Brasil...
  • 14. rafabebum.blogspot.com Ó virgens que passais, ao Sol-poente, Pelas estradas ermas, a cantar! Eu quero ouvir uma canção ardente, Que me transporte ao meu perdido Lar. (Antônio Nobre)
  • 15. rafabebum.blogspot.com Camilo Pessanha Clepsidra (relógio dágua) ― tematiza a transitoriedade ― tom de dor, de desalento Imagens que passais pela retina Dos meus olhos, porque não vos fixais? Que passais como a água cristalina Por uma fonte para nunca mais!...
  • 16. rafabebum.blogspot.com Passou o outono já, já torna o frio... - Outono de seu riso magoado. Álgido inverno! Oblíquo o sol, gelado... - O sol, e as águas límpidas do rio. Águas claras do rio! Águas do rio, Fugindo sob o meu olhar cansado, Para onde me levais meu vão cuidado? Aonde vais, meu coração vazio? Ficai, cabelos dela, flutuando, E, debaixo das águas fugidias, Os seus olhos abertos e cismando... Onde ides a correr, melancolias? - E, refratadas, longamente ondeando, As suas mãos translúcidas e frias...
  • 17. rafabebum.blogspot.com No Brasil: a partir de 1893 Cruz e Sousa ― poesia: Broquéis (1893), Faróis, Últimos Sonetos ― poesia em prosa: Missal (1893), Evocações
  • 18. rafabebum.blogspot.com Cruz e Sousa: evolui de um aspecto individual para o universal Deus meu! Por uma questão banal da química biológica do pigmento ficam alguns mais rebeldes e curiosos fósseis preocupados, a ruminar primitivas erudições, perdidos e atropelados pelas longas galerias submarinas de uma sabedoria infinita, esmagadora, irrevogável! Mas, que importa tudo isso?! Qual é a cor da minha forma, do meu sentir? Qual é a cor da tempestade de dilacerações que me abala? Qual a dos meus sonhos e gritos? Qual a dos meus desejos e febre?
  • 19. rafabebum.blogspot.com Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza. Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. ― visão pessimista e espiritualista
  • 20. rafabebum.blogspot.com Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?! ― poesia impulsiva e sensual
  • 21. rafabebum.blogspot.com Carnais, sejam carnais tantos desejos, Carnais, sejam carnais tantos anseios, Palpitações e frêmitos e enleios, Das harpas da emoção tantos arpejos... Sonhos, que vão, por trêmulos adejos, A noite, ao luar, intumescer os seios Lácteos, de finos e azulados veios De virgindade, de pudor, de pejos... Sejam carnais todos os sonhos brumos De estranhos, vagos, estrelados rumos Onde as Visões do amor dormem geladas... Sonhos, palpitações, desejos e ânsias Formem, com claridades e fragrâncias, A encarnação das lívidas Amadas!
  • 22. rafabebum.blogspot.com Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras... Formas do Amor, constelarmante puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas ... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... ― tom vago e musical
  • 23. rafabebum.blogspot.com Alphonsus de Guimaraens (Afonso Henrique da Costa Guimarães) ― poesia: D. Mística, Câmara Ardente, Setenário das Dores de N. Senhora, Pastoral dos Crentes do Amor e da Morte ― tematiza constantemente a morte (projeção do amor pela prima Constança)
  • 24. rafabebum.blogspot.com A lua, que lhe foi mãe carinhosa, Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la Entre lírios e pétalas de rosa. Os meus sonhos de amor serão defuntos... E os arcanjos dirão no azul ao vê-la, Pensando em mim: - "Por que não vieram juntos?" ― tematiza constantemente a morte (projeção do amor pela prima Constança morta)
  • 25. rafabebum.blogspot.com Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar...
  • 26. rafabebum.blogspot.com E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar... (“Ismália”)
  • 27. rafabebum.blogspot.com ― morte é redenção, não horror ― outros temas: amor, Virgem Maria Foi-lhe a vida um eterno mês de maio Cheio de rezas brancas a Maria, Que ela vivera como um desmaio. Tão branca assim! Fizera-se de cera... Sorriu-lhes Deus e ela que lhe sorria, Virgem voltou como do céu descera. Constança
  • 28. rafabebum.blogspot.com Museu Casa Alphonsus de Guimaraens. Mariana-MG
  • 30. Largo do Pelourinho, Mariana-MG