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    Os projetos das regiões de Sul de Minas,
     Triângulo, Rio Doce, Norte de Minas,
     Noroeste de Minas, Jequitinhonha e Alto
     Paranaíba são aprovados e captados em
     menor proporção, tendo como referência a
     demanda oriunda de cada região. Sob
     este viés, a LEIC acaba influenciando,
     ainda que numa proporção pequena, a
     centralização    dos     recursos    em
     determinadas regiões.
Resultados – LEIC
    A atuação da CTAP não diminuiu a concentração
     espacial verificada na demanda.
    Tendência a perpetuar a concentração de projetos
     apresentados por região. No geral, percebe-se uma
     pequena oscilação ano a ano na participação das
     regiões, sendo que a região Central manteve-se
     praticamente durante todo o período estudado com
     uma taxa acima de 70%.
    No total, a região Central apresentou demanda de
     74,5% e taxa de aprovação de 76,5%, o que sugere
     que a CTAP pode estar contribuindo para o
     adensamento da concentração na referida região. Em
     compensação, todas as outras regiões, sem exceção,
     perderam em participação após julgamento dos
     projetos pela Comissão.
Resultados – LEIC
Desconcentração:
    A LEIC tentou buscar um equilíbrio em relação à
     demanda das áreas como um todo. Assim, a
     diferença percentual entre o número de projetos que
     pleitearam e foram aprovados na Lei é pequena.
     Em compensação, percebe-se que a distorção entre
     essas variáveis se dá na captação de recursos, que
     independe do desenho da Lei. De alguma forma,
     pode-se inferir que o problema da concentração de
     recursos em determinadas áreas, como a 1 (teatro,
     dança, circo, ópera) e 4 (música), são reflexo da
     comportamento do mercado, e não das
     especificidades da LEIC.
Resultados – LEIC



    A avaliação e aprovação da CTAP,
     embora pareça buscar um certo equilíbrio
     em relação às áreas contempladas, acaba
     modificando o contexto, ao aprovar mais
     projetos de determinadas áreas em
     relação à demanda de recursos.
Resultados - LEIC

    Algumas áreas apresentam taxa de aprovação
     acima da taxa de demanda. Isso parece mostrar
     uma intenção deliberada da CTAP no sentido de
     diminuir a concentração observada na
     demanda.

    Todavia, a ação da CTAP não interfere de forma
     a diminuir significativamente a enorme
     concentração por área verificada na demanda.
Resultados – LEIC
    Projetos das áreas 1 (teatro, dança, circo,
     ópera) e 4 (música) conseguem captar recursos
     com maior facilidade. Nesta etapa, o Estado não
     mais influencia o desenvolvimento dos projetos,
     cabendo ao mercado a escolha do patrocínio.
     Somente projetos das áreas que garantem
     maior projeção midiática e de marketing
     conseguem captar. Dessa forma, quanto maior a
     visibilidade do projeto, assim como o seu apelo
     junto ao público, maiores as chances de se
     conseguir patrocínio junto às empresas:
     ‘mercantilização da cultura’.
Resultados – FEC
FEC:
  Desconcentração:

  As áreas 1 (patrimônio material e imaterial) e
  3 (circulação, distribuição e formação de
  público) mantiveram-se à frente das demais
  áreas no que diz respeito à percentagem de
  recursos destinadas à elas.
   Neste aspecto, pode-se concluir que o FEC
  ainda não tem conseguido atuar de forma
  efetiva na desconcentração de recursos para
  as diversas áreas contempladas por este
  mecanismo de incentivo cultural.
Resultados – FEC
    Descentralização:
         Verifica-se que o FEC proporcionou um
     crescimento geral na taxa de aprovação e
     redução na percentagem da região Central.
     Neste sentido, pode-se concluir que o Fundo
     contribuiu para a descentralização dos recursos
     destinados à cultura. No entanto, há de se
     ressaltar que o Fundo ainda apresenta
     resultados que denotam centralização dos
     recursos, com destaque para a região Central
     que apresenta taxa de 47% da totalidade de
     recursos.
Resultados – FEC
    Pode-se inferir que a descentralização, um dos
     principais objetivos que motivaram criação deste
     instrumento de incentivo, ainda deve ser
     desenvolvida. As regiões Central, Sul de Minas
     e Rio Doce, nesta ordem, ainda detêm o
     percentual mais alto de disponibilização de
     recursos. Já as regiões do Alto Paranaíba e
     Centro-Oeste aparecem como as regiões
     desprivilegiadas em relação à disponibilização
     dos recursos do Fundo Estadual em Cultura.
Resultados – FEC

    No decorrer dos anos, o volume
     destinado ao Fundo reduziu. Tal
     situação, em parte, pode ser justificada
     pelo despreparo do Estado em relação
     a esta nova função cultural que lhe foi
     atribuída. Afinal, o Estado não contou
     com uma alteração orçamentária que
     garantisse     condições     reais    de
     financiamento do setor cultural.
Considerações finais

    Percebe-se que, de certa forma, há um
     movimento, por parte dos gestores, no
     que diz respeito à busca de melhorias
     destas políticas de desenvolvimento do
     setor cultural, ao ampliarem o perfil dos
     beneficiários e as possibilidades de se
     conseguir um financiamento para os
     projetos da área cultural.
Mudanças propostas e implementadas:
FEC:
  Ampliação do rol de beneficiários, permitindo-
   se que qualquer pessoa – física ou jurídica -
   que desenvolva projetos relacionados ao setor
   artístico-cultural e atenda aos demais
   requisitos estabelecidos em lei.
  Modificação do percentual de uma das fontes
   de recursos do fundo. O substitutivo
   acrescenta que os recursos poderão ser
   destinados não apenas a financiamentos
   reembolsáveis, mas também a financiamentos
   não-reembolsáveis.
Mudanças propostas e implementadas:
LEIC:
  Constante revisão dos editais: redução de
   documentos a serem apresentados, fusão de
   algumas áreas (desburocratização dos editais).
   Em 2008, as 12 áreas foram reduzidas para 9.
   As áreas 6 (folclore e artesanato) e 8
   (preservação e restauração) foram reunidas em
   uma única área: 6 ( conservação do patrimônio
   material e imaterial, incluindo folclore e
   artesanato). As áreas 10 (bolsa de estudos), 11
   (seminários e cursos) e 12 (transporte e seguro
   de objetos de valor cultural) também foram
   unificadas e passaram a integrar a área 9 (áreas
   culturais integradas).
    A parcela de renúncia, até 2007, não podia
     exceder a 3% do valor do ICMS a ser pago no
     período. Em 2008, foram criados três patamares
     de renúncia fiscal, 10%, 7% e 3% do ICMS
     devido, sendo que estes podem variar de
     acordo com o faturamento anual da empresa
     patrocinadora.

    Outra inovação no edital de 2008, diz respeito à
     descentralização dos recursos, garantindo 40%
     do total aprovado para os empreendedores
     residentes no interior do estado. O objetivo é
     que esse percentual aumente um ponto por ano
     até chegar a um mínimo de 45% em 2013.
Novas hipóteses:
    Nos últimos anos, tem-se observado tentativas de se aumentarem
     os recursos dos fundos destinados ao financiamento do setor
     cultural. Qual seria o limite da intervenção estatal nessa área? Não
     seria este um movimento de estatização da cultura?

    Como descentralizar a demanda por recursos nas diferentes regiões
     do estado? Falta divulgação? Treinamento?

    As leis têm conseguido estimular a participação das empresas no
     financiamento do setor cultural ou têm apenas intensificado a
     vinculação do patrocínio em relação à renúncia fiscal proporcionada
     pelas mesmas?

    Além das leis e fundos de incentivo, quais outras alternativas seriam
     viáveis, em termos de políticas públicas, para o financiamento do
     setor?
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  • 13.   Os projetos das regiões de Sul de Minas, Triângulo, Rio Doce, Norte de Minas, Noroeste de Minas, Jequitinhonha e Alto Paranaíba são aprovados e captados em menor proporção, tendo como referência a demanda oriunda de cada região. Sob este viés, a LEIC acaba influenciando, ainda que numa proporção pequena, a centralização dos recursos em determinadas regiões.
  • 14.
  • 15. Resultados – LEIC   A atuação da CTAP não diminuiu a concentração espacial verificada na demanda.   Tendência a perpetuar a concentração de projetos apresentados por região. No geral, percebe-se uma pequena oscilação ano a ano na participação das regiões, sendo que a região Central manteve-se praticamente durante todo o período estudado com uma taxa acima de 70%.   No total, a região Central apresentou demanda de 74,5% e taxa de aprovação de 76,5%, o que sugere que a CTAP pode estar contribuindo para o adensamento da concentração na referida região. Em compensação, todas as outras regiões, sem exceção, perderam em participação após julgamento dos projetos pela Comissão.
  • 16. Resultados – LEIC Desconcentração:   A LEIC tentou buscar um equilíbrio em relação à demanda das áreas como um todo. Assim, a diferença percentual entre o número de projetos que pleitearam e foram aprovados na Lei é pequena. Em compensação, percebe-se que a distorção entre essas variáveis se dá na captação de recursos, que independe do desenho da Lei. De alguma forma, pode-se inferir que o problema da concentração de recursos em determinadas áreas, como a 1 (teatro, dança, circo, ópera) e 4 (música), são reflexo da comportamento do mercado, e não das especificidades da LEIC.
  • 17. Resultados – LEIC   A avaliação e aprovação da CTAP, embora pareça buscar um certo equilíbrio em relação às áreas contempladas, acaba modificando o contexto, ao aprovar mais projetos de determinadas áreas em relação à demanda de recursos.
  • 18. Resultados - LEIC   Algumas áreas apresentam taxa de aprovação acima da taxa de demanda. Isso parece mostrar uma intenção deliberada da CTAP no sentido de diminuir a concentração observada na demanda.   Todavia, a ação da CTAP não interfere de forma a diminuir significativamente a enorme concentração por área verificada na demanda.
  • 19. Resultados – LEIC   Projetos das áreas 1 (teatro, dança, circo, ópera) e 4 (música) conseguem captar recursos com maior facilidade. Nesta etapa, o Estado não mais influencia o desenvolvimento dos projetos, cabendo ao mercado a escolha do patrocínio. Somente projetos das áreas que garantem maior projeção midiática e de marketing conseguem captar. Dessa forma, quanto maior a visibilidade do projeto, assim como o seu apelo junto ao público, maiores as chances de se conseguir patrocínio junto às empresas: ‘mercantilização da cultura’.
  • 20. Resultados – FEC FEC:   Desconcentração: As áreas 1 (patrimônio material e imaterial) e 3 (circulação, distribuição e formação de público) mantiveram-se à frente das demais áreas no que diz respeito à percentagem de recursos destinadas à elas. Neste aspecto, pode-se concluir que o FEC ainda não tem conseguido atuar de forma efetiva na desconcentração de recursos para as diversas áreas contempladas por este mecanismo de incentivo cultural.
  • 21. Resultados – FEC   Descentralização: Verifica-se que o FEC proporcionou um crescimento geral na taxa de aprovação e redução na percentagem da região Central. Neste sentido, pode-se concluir que o Fundo contribuiu para a descentralização dos recursos destinados à cultura. No entanto, há de se ressaltar que o Fundo ainda apresenta resultados que denotam centralização dos recursos, com destaque para a região Central que apresenta taxa de 47% da totalidade de recursos.
  • 22. Resultados – FEC   Pode-se inferir que a descentralização, um dos principais objetivos que motivaram criação deste instrumento de incentivo, ainda deve ser desenvolvida. As regiões Central, Sul de Minas e Rio Doce, nesta ordem, ainda detêm o percentual mais alto de disponibilização de recursos. Já as regiões do Alto Paranaíba e Centro-Oeste aparecem como as regiões desprivilegiadas em relação à disponibilização dos recursos do Fundo Estadual em Cultura.
  • 23. Resultados – FEC   No decorrer dos anos, o volume destinado ao Fundo reduziu. Tal situação, em parte, pode ser justificada pelo despreparo do Estado em relação a esta nova função cultural que lhe foi atribuída. Afinal, o Estado não contou com uma alteração orçamentária que garantisse condições reais de financiamento do setor cultural.
  • 24. Considerações finais   Percebe-se que, de certa forma, há um movimento, por parte dos gestores, no que diz respeito à busca de melhorias destas políticas de desenvolvimento do setor cultural, ao ampliarem o perfil dos beneficiários e as possibilidades de se conseguir um financiamento para os projetos da área cultural.
  • 25. Mudanças propostas e implementadas: FEC:   Ampliação do rol de beneficiários, permitindo- se que qualquer pessoa – física ou jurídica - que desenvolva projetos relacionados ao setor artístico-cultural e atenda aos demais requisitos estabelecidos em lei.   Modificação do percentual de uma das fontes de recursos do fundo. O substitutivo acrescenta que os recursos poderão ser destinados não apenas a financiamentos reembolsáveis, mas também a financiamentos não-reembolsáveis.
  • 26. Mudanças propostas e implementadas: LEIC:   Constante revisão dos editais: redução de documentos a serem apresentados, fusão de algumas áreas (desburocratização dos editais). Em 2008, as 12 áreas foram reduzidas para 9. As áreas 6 (folclore e artesanato) e 8 (preservação e restauração) foram reunidas em uma única área: 6 ( conservação do patrimônio material e imaterial, incluindo folclore e artesanato). As áreas 10 (bolsa de estudos), 11 (seminários e cursos) e 12 (transporte e seguro de objetos de valor cultural) também foram unificadas e passaram a integrar a área 9 (áreas culturais integradas).
  • 27.   A parcela de renúncia, até 2007, não podia exceder a 3% do valor do ICMS a ser pago no período. Em 2008, foram criados três patamares de renúncia fiscal, 10%, 7% e 3% do ICMS devido, sendo que estes podem variar de acordo com o faturamento anual da empresa patrocinadora.   Outra inovação no edital de 2008, diz respeito à descentralização dos recursos, garantindo 40% do total aprovado para os empreendedores residentes no interior do estado. O objetivo é que esse percentual aumente um ponto por ano até chegar a um mínimo de 45% em 2013.
  • 28. Novas hipóteses:   Nos últimos anos, tem-se observado tentativas de se aumentarem os recursos dos fundos destinados ao financiamento do setor cultural. Qual seria o limite da intervenção estatal nessa área? Não seria este um movimento de estatização da cultura?   Como descentralizar a demanda por recursos nas diferentes regiões do estado? Falta divulgação? Treinamento?   As leis têm conseguido estimular a participação das empresas no financiamento do setor cultural ou têm apenas intensificado a vinculação do patrocínio em relação à renúncia fiscal proporcionada pelas mesmas?   Além das leis e fundos de incentivo, quais outras alternativas seriam viáveis, em termos de políticas públicas, para o financiamento do setor?