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Revista Canavieiros - Março de 2007
Revista Canavieiros - Março de 2007
Editorial

MOMENTO CRUCIAL
PARA INVESTIMENTO

E

m sua 9ª edição, a Revista Canavieiros
aborda as boas perspectivas do setor e
a recuperação dos preços da cana que estão
estimulando os investimentos na compra de
máquinas e implementos por parte dos pequenos e médios produtores independentes. De acordo com o presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan, os fornecedores precisam investir pelo menos na parte
básica _ plantio e cultivo_ como forma de
aumentar a eficiência e rentabilidade da atividade. A reportagem traz informações importantes sobre a venda de máquinas e equipamentos que estão aquecidas desde o ano
passado.
O entrevistado deste mês é o presidente da
FAESP, do Conselho Deliberativo do Sebrae/
SP e 1º Vice-Presidente da CNA, Fábio
Meirelles que afirma que "o Brasil tem crescido menos que a economia mundial. Em
2006, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, enquanto a economia mundial cresceu 3,9%. Dos
países apontados como futuras potencias,
o Brasil é que tem apresentado o pior desempenho. Países como Austrália e Nova
Zelândia, com economia fortemente baseada na agropecuária, mostram que o Brasil
pode se desenvolver muito mais alicerçado
no setor primário". Dr. Fábio concedeu entrevista exclusiva a Revista Canavieiros.
O artigo publicado no "Ponto de Vista" é do
deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP)
que também é membro da Frente Nacional
do Cooperativismo. Arnaldo Jardim escreveu seu artigo enaltecendo os benefícios do
"verdadeiro cooperativismo", por acreditar
no seu potencial de transformar sonhos em
realidade e alterar um círculo vicioso de desemprego, falta de oportunidades e perpetuação da pobreza.
Os principais fatos que aconteceram no sistema Copercana, Canaoeste e Cocred no mês
de março foram apresentados entre as pági-

nas 10 e 18. Nas páginas da Copercana, a
edição de fevereiro traz o crescimento da
Copercana Seguros. Líder no mercado na cidade de Sertãozinho, a corretora amplia negócios e filiais. A Canaoeste traz a participação do seu presidente, Manoel Ortolan no 7º
Encontro Regional de Produtores de Cana
realizado pela Orplana durante a Feicana em
Araçatuba. Destaque também para o ciclo de
reuniões técnicas abordando planejamento
e crescimento. A Cocred, por sua vez, traz as
informações sobre a Assembléia Geral Ordinária que foi realizada no dia 19 de março e
contou com a presença de cooperados de
toda a região. Parceira do programa "Jovem
Aprendiz Rural", a Cocred investe em responsabilidade social porque acredita no desenvolvimento e profissionalização de jovens
para formação de cidadãos.
Nas reportagens técnicas, a Canavieiros traz
informações sobre o plantio direto de soja
sobre palha da cana-de-açúcar colhida mecanicamente crua. O engenheiro agrônomo
da Canaoeste, Marcelo de Felício, autor da
reportagem também descreve o início do plantio na Agropecuária CFM Ltda e as experiências obtidas com a nova técnica de plantio. A
parte técnica da revista também traz as Informações Setoriais, do assessor agronômico
Oswaldo Alonso. O advogado da Canaoeste,
Juliano Bortoloti discorre sobre o ADA (Ato
Declaratório Ambiental). Enfim, matérias de
conteúdo específico para que os produtores
rurais possam se manter bem informados.
Uma criação muito curiosa faz parte do "Antes da Porteira" desta edição: a criação de
serpentes! Desde 1996, o produtor de canade-açúcar trabalha com a comercialização
de toxinas. Mas a paixão pelo negócio já é
tão grande, que agora a criação já virou
hobby e as "bichinhas" são tratadas como
animais de estimação. Vale a pena conferir!
Boa leitura!
Conselho Editorial

Revista Canavieiros -- Março de 2007
Revista Canavieiros Março de 2007

03
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo

Pequenos produtores
investem em
Tecnologia

Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri

Bons preços praticados
na safra passada
alavancam venda de
máquinas e equipamentos

Oscar Bisson
Pag.

22

DESTA
DESTA QUES

Entrevista

Pag.

24

Pag.

25

Fábio Meirelles
Presidente da FAESP,
Presidente do Conselho
Deliberativo do Sebrae/SP
e 1º Vice-Presidente da
CNA.
Pag.

05

Ponto de Vista
Arnaldo Jardim

CULTURAS DE
Pag.
30
ROTAÇÃO

Pag.

Notícias

08

10
Copercana
Copercana Seguros amplia produtos e
filiais
Pag.

Pag.

Notícias

Pag.

COLABORAÇÃO:
DMB Máquinas e Equipamentos
Agrícolas Ltda
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Daniella Felício
revistacanavieiros@copercana.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Artur Sandrin, Carla Rossini, Daniella
Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva,
Tatiana Sicchieri.

35
IMPRESSÃO:

CULTURA

São Francisco Gráfica e Editora

CLASSIFICADOS

6.500 exemplares

36
TIRAGEM:

Pag.

38

A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,

16
Cocred
Antonio Eduardo Tonielo é reeleito presidente da Cocred
Pag.

Antes da Porteira

26
Produtor rural concilia na mesma propriedade, lavoura

O mundo das cobras

PRAGAS E
DOENÇAS
AGENDE-SE

12

Canaoeste
Canaoeste realiza ciclo de reuniões
abordando planejamento e crescimento

FOTOS:

Felicio, Daniel Pelanda, Letícia Pignata,

Pag.

Notícias

34

DIAGRAMAÇÃO:

Carla Rossini

INFORMAÇÕES
Pag.
SETORIAIS
28

Pag.

PROJETO GRÁFICO E
Rafael Mermejo

REPERCUTIU

Deputado federal (PPSSP) e Membro da Frente
Nacional do
Cooperativismo

Pag.

de cana-de-açúcar a um serpentário com mais de mil cobras

04

Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814

OUTRAS

LEGISLAÇÃO

EQUIPE DE JORNALISMO:

Revista Canavieiros - Março de 2007

Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
Entrevista

Fábio Meirelles
Presidente da FAESP Presidente do Conselho Deliberativo
,
do Sebrae/SP e 1º Vice-Presidente da CNA.
Perfil
Fábio Meirelles é um dos mais importantes líderes rurais que surgiu no Brasil nos
últimos 50 anos e seu trabalho já beneficiou
toda a agricultura nacional. Seu curriculum
é enriquecido por funções representativas de
eleição, cargos públicos, atividades políticas, empresariais, condecorações, títulos de
cidadão, comendas, troféus, medalhas, obras
publicadas, missões no exterior, palestras em
congressos.
Formado em Ciências Jurídicas e Sociais,
exerceu os cargos de Presidente do Banco
Nacional de Crédito Cooperativo - BNCC,
Presidente do Instituto do Café do Estado de
São Paulo e Diretor do BADESP. Chefiou
Delegação de empresários brasileiros junto
à OIT. Inúmeras conferências e participações nacionais e internacionais.
Eleito Deputado Federal por São Paulo,
em 1990, integrou as Comissões de Agricultura e Política Rural; Economia, Indústria e
Comércio; Defesa Nacional; Constituição e
Justiça e Orçamento.
Iniciou sua participação na liderança do
setor agropecuário nos idos de 1948, na antiga FARESP, fundada há mais de 60 anos
por Íris Meinberg e presidida sucessivamente por Clóvis Salles Santos, Luiz Emanuel
Bianchi, Odilo Antunes Siqueira e, desde

1975 por Fábio Meirelles, já com a denominação de FAESP -Federação da Agricultura do Estado de São Paulo.
Acumula, ainda, a 1º Vice-Presidência da
CNA- Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, órgão sediado em Brasília e
a Presidência do Conselho Administrativo
do SENAR/SP - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em São Paulo, desde 1993.
É, ainda, o Presidente do Conselho
Deliberativo do SEBRAE/SP.
Eficiente administrador rural, Fábio
Meirelles com seu trabalho tornou-se proprietário de várias fazendas no Estado de
São Paulo, onde produz café, milho, sementes, soja, com altos níveis se produtividade.
É ainda criador de gado de corte, de leite e
de cavalos, não se descuidando em todas
fazendas da defesa ambiental. Há mais de
quarenta anos desbravou e desenvolve atividade agropecuária no Altiplano Central, no
único ponto do Estado de Minas Gerais que
toca no Distrito Federal. Foi agraciado com
uma centena de títulos de cidadania de municípios do estado de São Paulo e de outros
Estados brasileiros.
Natural de Cajuru, interior paulista, é casado com a professora Ivelle, tem sete filhos
e quatorze netos.

Ousadia e visão de futuro
Carla Rossini

A

agricultura energética vem ganhando destaque nos últimos anos, sendo considerada o novo
motor propulsor da agricultura. Devese salientar que não há riscos de
desequilíbrios e do estabelecimento do
dilema produção de alimentos ou
biocombustíveis, desde que estejamos
amparados por uma política de longo
de prazo, que promova as duas atividades simultaneamente.
O Brasil tem crescido menos que a
economia mundial e tem uma dívida social para resgatar, e uma das alternativas para isso é acompanhar a evolução
do conhecimento tecnológico no âmbito de um plano de desenvolvimento

nacional, contemplando as oportunidades do cenário global e as necessidades da nação brasileira, a fim de garantir as condições de sustentabilidade
social, econômica e ambiental.
A agricultura brasileira ocupa apenas 7% do território brasileiro, dispondo de mais 120 milhões de hectares aptos para introduzir no processo produtivo sem ter que exercer nenhuma pressão sobre o meio ambiente. Temos todas as possibilidades de produzir alimentos e biocombustíveis tanto para o
mercado interno quanto para o externo,
com custos extremamente competitivos.
O Brasil tem todas as condições
para desenvolver ainda mais a sua

agropecuária, assumindo um papel de
liderança mundial na produção e na exportação de alimentos, fibras e
biocombustíveis. Para tanto, alguns
importantes ajustes na política econômica e agrícola são necessários para
que o País realmente possa usufruir
desse potencial. É preciso ter ousadia
e visão de futuro, investimento e planejamento em consonância com as
potencialidades brasileiras.
O texto acima é do presidente da
FAESP, do Conselho Deliberativo do
Sebrae/SP e 1º Vice-Presidente da CNA,
Fábio Meirelles que concedeu entrevista a Revista Canavieiros. Segue a
íntegra da entrevista:
Revista Canavieiros - Março de 2007

05
Entrevista
Revista Canavieiros: Como tem sido
o desempenho da agropecuária brasileira?
Fábio Meirelles: A agropecuária perdeu renda em três safras sucessivamente. A renda da agropecuária caiu de R$
153 bilhões em 2005 para R$ 148 bilhões
em 2006, representando uma redução de
3%. Contribuíram para este resultado a
ausência de uma política ampla de garantia da produção e sustentação da renda, ou mesmo de amortecimento dos
desajustes da política macroeconômica.
Entre as medidas emergenciais para reverter este quadro está a implementação
de um modelo de gestão compartilhada
do seguro rural, com ampla cobertura de
culturas e regiões, a exemplo do modelo
adotado por Espanha e Estados Unidos.
Revista Canavieiros: Qual é o papel que a agricultura paulista desempenha para o desenvolvimento da agricultura nacional?
Fábio Meirelles: A agricultura
paulista desempenha um importante e
decisivo papel, pois algumas das cadeias de produção mais dinâmicas e intensivas na utilização de mão-de-obra estão presentes no Estado, a exemplo da
laranja, cana-de-açúcar, carne bovina,
leite, café, milho e ovos. Além de dinâmica, diversificada e pioneira na adoção de
novas tecnologias, a agricultura paulista
é precursora no desenvolvimento dos
biocombustíveis: novo direcionador de
crescimento e de investimentos na agricultura brasileira. Cabe mencionar também que há uma sólida agroindústria no
Estado, voltada tanto para a
comercialização externa, quanto interna,
fortemente ligada a outras regiões importantes da agricultura nacional. Por
tudo isso, a agricultura paulista exerce
um papel fundamental na manutenção
do equilíbrio e diversificação da economia agrícola nacional, bem como na
indução à utilização de novas
tecnologias nas demais regiões do País.
Revista Canavieiros: Para o ano de
2007, quais são as perspectivas? Quais
serão os maiores desafios que os agricultores devem enfrentar ao longo desse ano?
Fábio Meirelles: O ano de 2007 tem
tudo para trazer um pouco mais de alento
aos agricultores e pecuaristas brasileiros.
06

Revista Canavieiros - Março de 2007

A perspectiva favorável de elevação da
rentabilidade agrícola é devida à conjunção de dois fatores: primeiro, a elevação
dos preços de importantes commodities
e, segundo, a redução dos custos de produção. Todavia, mesmo que as perspectivas mais otimistas se materializem, a
agropecuária não voltará, em curto prazo,
a demonstrar o mesmo ritmo de crescimento apresentado até o início do governo Lula, uma vez que os produtores terão
de recuperar renda. Nesse sentido, 2007
ainda será um ano de ajuste no setor, que
ainda não se readaptou ao novo patamar
do câmbio, mas, com certeza, ventos bem
melhores sopram em favor da
agropecuária neste ano.
Revista Canavieiros: O cenário político que se apresenta deve ajudar a
agricultura?
Fábio Meirelles: O cenário político
apresenta-se bastante instável e marcado por negociações políticas, uma vez que
a Câmara Federal, que teve sua imagem
fortemente maculada na legislatura passada, foi recentemente empossada e a
gestão da Pasta da Agricultura a ser
implementada pelo novo Ministro da
Agricultura ainda é uma incógnita. Diante do que a agricultura brasileira representa para País e das dificuldades a que
foi exposta nos últimos anos, era de se
esperar políticas públicas que fortalecessem o setor. No entanto, teremos uma
definição mais clara do cenário político
nos próximos 60 dias, mas fica a expectativa que a grandeza da agricultura e o interesse nacional se sobrepujem às questões político-partidárias ou ideológicas.
Revista Canavieiros: Como o senhor vê o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) anunciado recentemente pelo presidente Lula?
Fábio Meirelles: O
PAC é um programa que
visa promover a aceleração do crescimento por
meio da desoneração e
incentivo à iniciativa privada, aumento dos investimentos públicos e
aperfeiçoamento da política fiscal. O pacote é
positivo, pois se preocupa com um dos principais

gargalos do Brasil, a deficiência de infraestrutura. Todavia, entendemos que a
reformulação das políticas públicas voltadas ao setor agropecuário deve ser também objeto das medidas propostas.
Priorizar o setor agropecuário nos programas de estímulo ao crescimento
potencializaria os benefícios dos investimentos em infra-estrutura e irradiaria o desenvolvimento em segmentos econômicos interligados, notadamente, no interior do Brasil.
Revista Canavieiros: Quais serão
as principais atividades que o Sistema
Faesp-Senar estará desenvolvendo em
2007?
Fábio Meirelles: Serão inúmeras as
atividades, mas podemos dizer que a
FAESP se fará presente em todos os momentos em que se fizerem necessários
para representar e defender os interesses
da classe produtora rural junto aos poderes públicos federal, estadual e municipal, que diretamente ou indiretamente
possam fomentar medidas de apoio a
sustentabilidade do agronegócio e a
melhoria de vida no meio rural. Também
coordenaremos e elaboraremos estudos
dos mais diversos assuntos com vistas a
subsidiar e promover, junto aos setores
público e privado, a implantação de ações
em benefício das atividades
agropecuárias e do produtor rural paulista
e ainda estaremos levando até o produtor
rural todas as informações referentes as
obrigações tributárias, previdenciárias,
técnicas, trabalhistas e sociais.
Continuaremos cuidando do aprimoramento do segmento dos leiloeiros rurais, da defesa agropecuária e fito sanitária, realizando campanhas para vacinação dos rebanhos e erradicação de doenças, da defesa do meio ambiente, além
Entrevista
de celebrar convênios com os poderes os trabalhadores rurais de todo o setor sucedido do mundo. Ou seja, a expansão
municipal, estadual e federal e realizar sucroalcooleiro desde o plantio à colhei- do setor é uma conseqüência do sucesso
parcerias para a realização de ações que ta, do transporte da matéria prima à fa- alcançado, e só pode ser enaltecida. Por
visem o incremento do setor. Também bricação do açúcar e álcool. Inicialmen- outro lado, faz-se necessário monitorar o
promoveremos, quando couber, a solu- te, os treinamentos estão sendo desen- desenvolvimento da cultura e impedir que
ção por meios conciliatórios, dos volvidos com os profissionais da colhei- alguns riscos comprometam o seu ciclo
dissídios ou litígios concernentes às ati- ta da cana-de-açúcar. O Programa Cana de expansão. Para tanto, algumas medividades compreendidas em nosso âmbi- Limpa, diante do seu grande sucesso, já das de apoio e fomento devem ser
to de representação.
está sendo adotado por outros estados adotadas, tais como: o incentivo à rotaNeste ano, estamos implantando a brasileiros, como Rio de Janeiro, Mato ção de culturas e uma adequada alocação
Atuação Estratégica 2007- 2010 para o Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas. E espacial das novas lavouras e usinas, bem
Sistema FAESP-SENAR-AR/SP, que tem diversos outros estados da federação como a um melhor acompanhamento da
como seu grande objetivo “manter o solicitaram os materiais didáticos para questão ambiental e social, até porque
homem no campo, contribuindo com seu aperfeiçoamento de seus técnicos.
essa atividade hoje é muito visada e o
desenvolvimento e prosperidaBrasil, atualmente, enfrenta
"O Brasil tem crescido menos que a econo- competidores que procuram
de”. Esta ação foi aprovada em
mia mundial. Em 2006, o PIB brasileiro
Assembléia Geral, ocasião em foi
flancos abertos para minar o
cresceu 2,9%, enquanto a economia mundial nosso potencial de expansão e
entregue um questionário que
cresceu 3,9%. Dos países apontados como
teve o objetivo de identificar e
competição internacional.
futuras potencias, o Brasil é que tem apresenlevantar as forças, oportunidades e adequações necessárias tado o pior desempenho. Países como AustráRevista Canavieiros: O
às entidades do Sistema FAESP- lia e Nova Zelândia, com economia fortemen- que deve ser feito pelo poder
SENAR/Sindicatos. Depois de te baseada na agropecuária, mostram que o público para incentivar a geração de renda e empregos no
tabuladas as respostas recebiBrasil pode se desenvolver muito mais
campo?
das foram identificadas as direalicerçado no setor primário".
Fábio Meirelles: É imprestrizes estratégicas para a FAESP
Segundo avaliação da instituição, en- cindível o estabelecimento de uma políe SENAR-AR/SP, tomando-se por base
as referidas informações recebidas de tre os principais resultados aferidos para tica agrícola plurianual, que mitigue os
o trabalhador estão à melhoria da auto- efeitos das políticas macroeconômicas
toda a rede sindical.
No momento, as diretrizes propostas estima, a valorização como pessoa que e que assegure produção e renda aos
estão sendo objeto de discussão e vali- passa a se sentir como um elo funda- produtores. Um dos programas mais imdação junto às bases sindicais, por meio mental de um segmento importante para portantes é o do seguro rural, que atuala economia do País. A conseqüência dis- mente carece de ajustes e de recursos
das oficinas participativas regionais.
No total de cursos das áreas de For- so é que o cortador de cana ganha um para garantir renda e não apenas indenimação Profissional e Promoção Social, o novo status, se valoriza, passa ser um zação contra sinistros. Outras ações
SENAR-AR/SP já contabiliza mais de um profissional do corte. Se do ponto de prioritárias seriam:
a) manter a tranqüilidade e a paz no
milhão de atendimentos. Em 2007, a atu- vista do trabalhador, uma maior
ação da instituição continuará marcante, conscientização produz bons frutos, o campo;
b) investir em extensão rural, defepor intermédio de seus 300 cursos de mesmo acontece em relação às usinas,
Formação Profissional, como: Proleite, que têm diminuído o número de aciden- sa agropecuária, pesquisa e desenvolJovem Aprendiz, Empresário Rural, Tu- tes de trabalho, porque os profissionais vimento de novas tecnologias;
c) rever a incidência tributária sob
rismo Rural, Olericultura Orgânica, ficam mais atentos sobre a necessidade
Ovinocultura, Cana Limpa, entre outros. do uso dos equipamentos especiais. O o setor produtivo;
d) investir e incentivar investimenNa área da promoção social, o aumento da lucratividade também é exSENAR-AR/SP contabiliza 100 cursos, pressivo, pois os cortadores aprendem tos nas áreas de infra-estrutura de transentre eles o Programa Promovendo a Saú- o ponto certo do corte, não deixando no porte e logística de apoio à atividade
de no Campo, de medicina preventiva, o campo, muitas vezes, a parte nobre da agropecuária;
e) consolidar a agropecuária, insePrograma de Alfabetização para Trabalha- planta.
rindo os micro e pequenos produtores
dores Sem Escolaridade, oriundos da
Revista Canavieiros: Como o senhor rurais no mercado;
zona rural, Ciranda de Esporte e Lazer
Rural, Mutirões da Cidadania no Campo. vê a expansão do setor canavieiro?
f) praticar juros reais compatíveis
Fábio Meirelles: A expansão é positi- com a atividade agropecuária e
g) não permitir que abruptas osciRevista Canavieiros: O que é o pro- va, resultante do investimento em pesgrama Cana Limpa e qual a sua impor- quisa e tecnologia, da dedicação e do tra- lações do câmbio afetem a produção. A
tância para a cadeia produtiva da balho do setor, ao longo dos anos, na geração de emprego e renda no campo
cana-de-açúcar?
produção de açúcar e álcool de qualida- depende de um cenário favorável aos inFábio Meirelles: O Programa Cana de, a baixos custos, culminando no pro- vestimentos, o que passa pela atenção a
Limpa do SENAR-AR/SP visa capacitar grama de energia renovável mais bem todos esses pontos citados.
Revista Canavieiros - Março de 2007

07
Ponto de Vista

Os desafios do
cooperativismo

S

empre enalteço os benefícios do "verdadeiro cooperativismo", por acreditar no
seu potencial de transformar sonhos em realidade e alterar um círculo vicioso de desemprego, falta de oportunidades e perpetuação da
pobreza. Uma certeza, resultado da experiência
na elaboração de uma lei estadual (nº 12.226/
06), que estabeleceu os alicerces para auxiliar
o pleno funcionamento do setor e sua necessária expansão, além de disseminar os verdadeiros princípios que regem o cooperativismo.
Um desafio e tanto, dada à incompreensão, por
parte dos órgãos públicos, somada ao uso
indevido da denominação "cooperativismo"
por empresas de fachada, que muito deturparam seu papel social e econômico.
Agora, o desafio é lutar por uma nova legislação federal, pois a atual, já ultrapassada,
acaba por engessar seu crescimento e abre brechas importantes de intervencionismo por parte do governo, haja vista o projeto de lei nº
7009/06, apresentado pelo Executivo.
Diante disso, ingressei na Freencoop Nacional e participei do lançamento da Agenda
do Legislativo promovida em conjunto com a
Organização das Cooperativas Brasileiras
(OCB) que trata das principais reivindicações
dos treze ramos de atividade do setor, no sentido de solucionarmos arcabouços jurídicos
que dão margens a interpretações equivocadas dos princípios que regem o cooperativismo.
Primeiramente, precisamos de uma nova lei
cooperativista para dar o adequado tratamento
ao Ato Cooperativo, seja no âmbito tributário/
fiscal, na participação em licitações públicas e
nas relações de trabalho. A definição do Ato
Cooperativo é de suma importância, pois para o
Fisco o ato cooperativo apenas existe entre o
associado e a cooperativa e entre esta com o
associado, em caso de uma simples contratação
da cooperativa com terceiros, acreditam que
estas deveriam contribuir com PIS/Cofins e ISS.
Outro ponto que merece ser destacado, do
ponto de vista previdenciário, foi à instituição
da contribuição de 15%, a cargo do tomador
de serviços, sobre o total da nota fiscal ou fatura de serviços emitida pela cooperativa. É

sabido, que a nota fiscal de serviços emitida
pela cooperativa de trabalho, por exemplo, engloba outros valores além da remuneração do
cooperado, sendo assim, essa prática pode não
apenas inviabilizar a contratação de cooperativas, como também acarretar multas indevidas.
No caso das cooperativas de produção, para
equilibrar o sistema de custeio da seguridade
social, o INSS determinou que estas devem recolher a "cota patronal" de 20%, numa equiparação equivocada com as empresas em geral,
mesmo que estas não pratiquem as mesmas atividades. Neste caso, diante do cunho social
dessas cooperativas, poderíamos estender a
isenção da cota patronal, a exemplo do que acontece com as entidades filantrópicas.
No campo, precisamos lutar pela regulamentação das atividades das cooperativas de eletrificação rural, adequando o seu caráter de prestadora
de serviço público de energia elétrica com os interesses e investimentos dos cooperados, além da
reativação do fundo de estabilidade do seguro
social para as cooperativas agrícolas.
Em meio aos juros estratosféricos praticados pelo mercado, a regulamentação do sistema nacional de crédito cooperativo é uma alternativa exeqüível de linhas de créditos mais acessíveis à população. Assim como, a criação de
programas de fomento de cooperativas
habitacionais poderia mitigar a ausência de políticas públicas de combate ao crescente déficit
de moradias. Na área da saúde, existe também a
necessidade de uma lei específica para as empresas de assistência médica domiciliar.
Em suma, estes são alguns pontos que
tangem meu compromisso com a defesa
e o crescimento do cooperativismo no
Brasil. Sei da dificuldade de implementar
todos estes pontos, pois muitos deles
estão em discussão há anos no Congresso Nacional, mas tenho o respaldo
dos mais de 7,6 mil cooperativas
registradas na OCB, com mais de 7,3 milhões de associados, presentes em mais de 1,7 mil municípios e que movimentam 6%
do PIB brasileiro.

Arnaldo Jardim
Deputado federal (PPS-SP) e Membro da Frente Nacional do Cooperativismo
e-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.br - site: www.arnaldojardim.com.br

08

Revista Canavieiros - Março de 2007
Artigo

Novos cálculos e
velhos problemas

O

IBGE mudou a forma de calcular o
PIB (Produto Interno Bruto) e, dessa forma, revisou os números do crescimento
da economia brasileira a partir de 2000. O governo alega que a nova fórmula leva em consideração fatores que antes ficavam fora da conta, como pesquisas com indicadores da indústria, comércio, serviços e do orçamento familiar. Os novos resultados apontam que, de
2003 a 2005, o crescimento médio da economia foi um pouco
além do divulgado
até então: de 2,5%
passou para 2,8%.
Os cálculos referentes a 2006 ainda
não foram divulgados, mas o número
deve ser levemente
maior do divulgado
pelo próprio IBGE há
algumas semanas, de
2,9%. Com a nova fórmula de cálculo, o
Manoel Carlos de
crescimento de 2,3%
em 2005, que colocou o Brasil numa situação de
inferioridade perante os demais países da América Latina, chegou a 2,9%. Não muda muita coisa, mas deixa o governo menos longe da meta de
crescimento próxima dos 4,5% e cria no país a
sensação do "menos pior", apesar dessa expressão soar estranho aos ouvidos: o crescimento
melhorou um pouco, apesar de continuar pífio.
A atividade agropecuária, apesar das crises, ainda resiste. De 2000 a 2004, o crescimento foi de 90%, passando de R$ 60,7 bilhões para R$ 115,2 bilhões, com destaque para
a agricultura. No entanto, a participação no
PIB que era de 7,4% em 2003 caiu para 5,6%
em 2005. E os preços dos produtos, que em
2003 tiveram um crescimento de 21,8%, caíram
10% em 2005 e esse dado se refere à perda de
renda no campo e o prejuízo para os agricultores. Assim, apesar da atualização na fórmula

de cálculo e a revisão para cima nos números
do PIB a partir de 2001, os problemas continuam os mesmos ou até pioraram. Governo e sociedade devem prestar atenção nos detalhes
dos números divulgados pelo IBGE. A taxa de
investimentos, por exemplo, caiu de 20,6% para
16,3% do PIB em 2005. E investimentos são o
fermento para fazer a economia crescer. E os
motivos para essa
anemia crônica já
são velhos conhecidos, carga tributária
alta, câmbio desfavorável, falta de investimentos em
infra-estrutura e mecanismos de estímulo ao setor produtivo.
Apesar do diagnóstico conhecido,
não conseguimos
atacar as causas do
baixo crescimento. A
atividade produtiva
até pode resistir braAzevedo Ortolan*
vamente e crescer,
mas vai perder ritmo e fôlego ao longo do tempo e das safras. O bom resultado do setor, expresso pelos recordes na balança comercial do
agronegócio, é puxado pelo excelente desempenho do setor sucroalcooleiro, por exemplo,
que está em seu melhor momento, mas que depende também de investimentos em infra-estrutura como as demais cadeias.
O Programa de Aceleração do Crescimento,
anunciado há dois meses, ainda não começou
a ser discutido no Congresso e o governo ainda enfrenta o processo de definição de nomes
para ministérios importantes e estratégicos,
mesmo depois de cinco meses do resultado das
eleições. Isso demonstra que o país precisa ter
mais agilidade para começar a resolver problemas crônicos e antigos. Caso contrário, o setor
produtivo pode perder totalmente o fôlego e
chegar ao último suspiro.

*presidente da Canaoeste
(Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo)
Revista Canavieiros - Março de 2007

09
Notícias
Copercana

Copercana Seguros
amplia produtos e filiais
Carla Rossini

Líder no mercado em Sertãozinho, a Copercana Seguros cresce
em média 47% ao ano em volume de negócios

E

m 2001, a Copercana decidiu
aumentar a gama de serviços
que oferecia aos seus cooperados. O
objetivo era criar uma empresa que oferecesse todos os tipos de seguros e
conseguisse atender as necessidades
dos cooperados e futuros clientes.
Assim surgiu a Copercana Corretora de
Seguros, que hoje disponibiliza várias
modalidades de seguros aos seus clientes. E de lá para cá, o resultado se
traz em números: o crescimento médio
do volume de negócios é de 47% ao
ano.
Para oferecer as melhores soluções
em apólices e o melhor serviço de
consultoria nas modalidades de seguros, a Copercana Seguros conta com
uma equipe de profissionais altamente
especializada, segmentada em ramos.
"Aqui, o cliente consegue obter preços accessíveis e condições de pagamento diferenciadas. Tenho certeza que
ele sai satisfeito", afirma a encarregada
da Copercana Seguros, Maria Eulália
Martelo.
Além da matriz em Sertãozinho, a
Copercana Seguros possui filiais em
Pontal, Pitangueiras, Morro Agudo e
Viradouro. Mas o objetivo é ampliar o
atendimento. Segundo o gerente Paulo Calixto, até o final de 2008, sete novas filiais entrarão em funcionamento.
"Temos que expandir nosso atendimento para as cidades de abrangência da
Copercana e, assim, atender todos os
nossos cooperados", explica Paulo. As
cidades escolhidas são: Batatais,
Uberaba, Ribeirão Preto, Serrana,
Severínia, Barretos e Frutal.
No caso de sinistro, a Copercana
Seguros está sempre em busca de sim10

Revista Canavieiros - Março de 2007

plificar as operações e eliminar burocracias. "Procuramos atender o mais
rápido possível o cliente
para deixá-lo numa situação mais confortável",
explica Eulália. Foi assim
que a Copercana Seguros ganhou a total
confiabilidade
da
Bortolot Sistemas Elétricos Ltda que é cliente do
Seguro Empresarial, Seguro Frota e Seguro de
Vida em grupo. "Faço
questão de destacar o
excelente atendimento e
os bons preços e condições de pagamento que
a Copercana Seguros pratica. A confiança é tamanha que não nos preocupamos quem será a seguradora. Temos
total confiança na corretora", explica
Devanir Bortolot, proprietário da
Bortolot Sistemas Elétricos.
Ele conta que quando precisou
acionar o seguro foi sempre muito bem
atendido, sem burocracia e com muita
agilidade. "Um dos nossos veículos
se acidentou em Minas Gerais. O local
era de difícil acesso e com poucos recursos. Liguei para a Copercana Seguros e fiquei surpreso quando soube que em pouco tempo já estava tudo
resolvido. A cobertura foi total e não
demorei para ser ressarcido. É essa
agilidade e segurança que o cliente
procura", finaliza Devanir.

Devanir Bortolot
(proprietário da Bortolot
Sistemas Elétricos)

clientes. Com as melhores taxas do mercado, a Copercana Seguros oferece
cobertura a automóveis nacionais e
importados, além de assistência com
profissionais especializados que
agilizam os procedimentos necessários com menor burocracia na liquidação de sinistros. A Copercana Seguros
também oferece cobertura para caminhões em geral com descontos especiais para caminhões canavieiros.
» Seguro de Vida Individual: garante assistência para a família do segurado em caso de falecimento e o amparo aos seus beneficiários.

Veja porque a Copercana Seguros
cresce em média 47% ao ano:

» Seguro Residencial: protege seu
patrimônio contra incidentes das mais
diversas naturezas e origens, como
vendavais, inundações, incêndios, raios, explosões, danos elétricos e roubos.

» Seguro Auto Copercana: existe
para dar tranqüilidade e segurança aos

» Seguro de Equipamentos Agrícolas: quem trabalha no campo, sabe o
Notícias
Copercana
valor de uma boa colheita. E para colher bons resultados, é preciso equipamentos eficientes, que estejam sempre
prontos a atender as necessidades.
Com o Seguro de Equipamentos Agrícolas, o cliente conta com especialistas na área de sinistro e a garantia de
reposição rápida do bem para agilizar o
trabalho na lavoura.
» Seguro de Vida Fazenda: o empresário pode fazer um seguro de vida
diferenciado, que abrange os seus funcionários de vários níveis. Por ser um
seguro coletivo, tem custo reduzido.
Em caso de falecimento do titular, seus
beneficiários estarão amparados.
» Seguro Multi-Risco Rural: seja
qual for o tamanho da propriedade, ela
cabe no plano de Seguro Multi-Risco
Rural. Casa, gado, entre outros, estarão protegidos. A Copercana Seguros
oferece cobertura total.
» Seguro Colheita Garantida: não

há como controlar fenômenos da natureza, mas existe uma maneira de garantir que
a lavoura trará bons resultados: o Seguro
Colheita Garantida. A Copercana Seguros
se compromete em garantir a rentabilidade
da produção de acordo com o valor contratado com a seguradora.
» Seguro Incêndio Canavial: uma conquista alcançada com muito trabalho não
deve se perder do dia para a noite. Mas
isso pode acontecer com o canavial. Pensando nisso, a Copercana Seguros oferece um plano que protege sua lavoura contra incêndios de qualquer natureza. O Seguro Incêndio Canavial cobre a área segurada, indenizando os custeios dos cortes
da área declarada pelo produtor.
» Seguro Frota Copercana: ele existe
para proteger a frota da sua empresa. Não
importa a composição que ela tiver: automóveis, caminhões, motos, rebocadores,
etc. O preço é bastante acessível. ***Descontos especiais para caminhões exclusivamente canavieiros.

» Seguro de Vida em Grupo: a
empresa que tem Seguro de Vida em
Grupo possibilita ao funcionário a
oportunidade de garantir amparo à
sua família por um valor diferenciado. Assim, os familiares do segurado têm condições de se recuperar
de um momento delicado, garantindo inclusive assistência funeral. O
empresário pode optar pelos padrões: Capital escalonado; Capital
fixo e Múltiplo salarial.
» Seguro Copercana Empresarial: ser empresário é ter uma série
de atividades para gerenciar. E para
isso, é preciso a tranqüilidade que o
Seguro Copercana Empresarial oferece com uma série de produtos exclusivamente para atender às necessidades da empresa, seja ela uma
microempresa ou uma multinacional.
O empresário pode assegurar o seu
patrimônio contra fenômenos da natureza, lucros cessantes, roubos e
responsabilidade civil.

Revista Canavieiros - Março de 2007

11
Notícias
Canaoeste

Canaoeste realiza ciclo de
reuniões abordando
planejamento e crescimento

N

o final do mês de fevereiro e
início do mês de março, os
gerentes do Departamento Técnico da
Canaoeste, Gustavo de Almeida Nogueira e Cléber Moraes, realizaram um
ciclo de palestras técnicas com o objetivo de discutir com os associados,
questões relacionadas ao planejamento de plantio e à expansão do setor
sucroalcooleiro.
As palestras foram ministradas nos
municípios de Severínia, Barretos, Colina, Morro Agudo, Viradouro,
Pitangueiras, Bebedouro, Cravinhos,
Pontal e Sertãozinho. Sempre contando
com a presença dos associados das cidades e de suas regiões.
Nas palestras ministradas pelo consultor agronômico, Cléber Moraes, o
foco principal foi apresentar aos produtores rurais a grande oportunidade
de crescimento que vive o setor
sucroalcooleiro, que consiste no acompanhamento dos fornecedores de cana
em direção as novas unidades indus-

triais que estão sendo construídas.
Já o engenheiro
agrônomo Gustavo
Nogueira, falou sobre a importância financeira do planejamento no plantio de
cana. Na palestra, ele
falou sobre o estudo
prévio das variedades que melhor se
adaptam aos diferenGustavo Nogueira (Canaoeste), José Cristovão
Momesso (Cia Energética São José) e Carlos (FMC)
tes ambientes de
produção, dando um
destaque ao manejo da cana-de-açú- pelo seu administrador, Marcos Lopes
car como um dos principais intens den- Fernandes. As reuniões também contatro do planejamento agrícola.
ram com o apoio da DuPont e FMC
Durante as reuniões, os associados
da Canaoeste também tiveram a oportunidade de ouvir técnicos da área agrícola de diversas unidades industriais da
área de abrangência da associação. Também foi apresentado um panorama atual
da estrutura do Hospital Netto Campello

Bebedouro

12

Revista Canavieiros - Março de 2007

“A participação do fornecedor nas
reuniões técnicas é de fundamental
importância para que ele se mantenha
atualizado sobre as oportunidades que
estão surgindo dentro da atividade
canavieira”, afirmou o presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan.

Colina
Notícias
Canaoeste

Produtores participam de
encontro na Feicana
Cristiane Barão

Evento reuniu cerca de 300 participantes

O

7º Encontro Regional de Produtores de Cana realizado pela
Orplana (Organização dos Plantadores
de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) no último dia 8 contou com cerca de
300 participantes. O evento fez parte da
programação da Feicana, realizada em
Araçatuba entre os dias 6 e 8 de março.
De acordo com o presidente da organização e da Canaoeste, Manoel
Ortolan, o objetivo desses encontros é
oferecer aos fornecedores vinculados às
associações filiadas informações e subsídios necessários para o aperfeiçoamento da atividade e para o fortalecimento dos produtores dentro do
agronegócio da cana.
Segundo Ortolan, as perspectivas
também são positivas para os produtores
de cana, desde que estejam preparados e
organizados para enfrentar as exigências
e as condições de um mercado cada vez
mais profissionalizado e exigente. “O caminho mais viável e seguro para os fornecedores é integrar as associações e cooperativas, porque elas têm os instrumentos para o fortalecimento do produtor, para
defender seus interesses e garantir uma
boa produção, comercialização e inclusão
no mercado”, ressaltou.
O encontrou contou com dois
palestrantes. O primeiro foi o vice-presi-

dente de operações da
Dedini, José Luiz
Olivério, que abordou a
evolução do setor da
agroindústria da canade-açúcar. De acordo
com Olivério, hoje estão
em operação 357 usinas,
número que chegará a
455 em 2010. “Atualmente, 43 usinas estão em
fase de montagem, 55 em
fase de projeto e há 189
em estudos. Das que estão em fase de projeto, a
maior parte já está aprovada e já começou a par- Manoel Ortolan coordenou os
trabalhos durante o evento
te agrícola”, disse.
Segundo ele, a produção brasileira
de álcool poderá crescer também a partir da utilização do bagaço e da palha,
que representam 2/3 da energia que pode
ser gerada pela cana. Um terço restante
corresponde ao caldo. Segundo ele, uma
tonelada de cana limpa corresponde a
1,2 barris de petróleo em potencial de
energia. “Perdemos 500 mil barris por dia
em termos de energia com a não-utilização da palha e do bagaço”, diz.
O segundo palestrante foi Cláudio
Piquet, da trading Glencore, sobre o
mercado internacional de açúcar e álcool. De acordo com ele, há dúvidas se o

Brasil irá exportar este ano o mesmo
volume de álcool do ano passado, cerca
de 3 bilhões de litros, já que os Estados
Unidos, que são os nossos maiores
compradores, devem aumentar a produção de etanol a partir do milho.
Segundo ele, a uniformização das
alíquotas de ICMS sobre o álcool
hidratado, que hoje variam de 12% a 30%
entre os Estados, poderia impulsionar o
mercado interno, já aquecido pelos carros flexíveis. Em relação ao açúcar, deve
haver aumento na produção mundial.
Piquet não acredita que o preço do açúcar tenha grande expansão a curto prazo.

Produtores de cana e profissionais da imprensa lotaram o pavilhão onde foi realizado o encontro
Revista Canavieiros - Março de 2007

13
Notícias
Canaoeste

Consecana

Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº. 17/06
DATA: 28 de fevereiro de 2007

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito do ajuste parcial da safra 2006/2007.
O preço médio do kg de ATR para o mês de FEVEREIRO é de R$ 0,3471.
Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, nos meses de MAIO de 2006 a FEVEREIRO de 2007 e acumulados até FEVEREIRO, são
apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e VHP) e do álcool anidro e hidratado,
carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO de 2006 a FEVEREIRO de
2007 e acumulados até FEVEREIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes:

14

Revista Canavieiros - Março de 2007
Notícias
Canaoeste

Metodologia
Consecana

N

a edição janeiro e fevereiro de 2.007,
propusemo-nos a fazer uma série de artigos sobre a metodologia CONSECANA. Nestas
duas edições explicamos:

*Cléber Moraes

1-) Como calcular o valor do ATR de cada produto;
2-) Calcular o Mix de Produção;
3-) Calcular o Preço Médio do ATR.
Para fazer estes cálculos utilizamos os fatores de conversão de ATR em açúcar ou
álcool. Os fatores de conversão são os seguintes:
· São necessário 1,0495 Kg de ATR para produzir-se 1 Kg de Açúcar Branco;
· São necessário 1,0453 Kg de ATR para produzir-se 1 por Kg de Açúcar VHP;
· São necessário 1,7651 Kg de ATR para produzir-se 1 litros de Álcool Anidro;
· São necessário 1,6913 Kg de ATR para produzir-se 1 litros de Álcool Hidratado.
Mas “Como são definidos os fatores de conversão de ATR em açúcar ou álcool”:
1-) Fatores do Açúcar:
Em 0,95 Kg de sacarose (açúcar puro) temos 1 Kg de ATR. O açúcar branco
vendido no supermercado contém 99,7% de açúcar e 0,3% de impurezas. Assim em
um saco de 100 Kg de açúcar branco temos 99,7 Kg de sacarose (ou açúcar puro). Se
dividirmos 99,7 Kg de sacarose por 0,95, teremos 104,95 Kg de ATR em 100 Kg de
açúcar branco ou 1,0495 Kg de ATR por Kg de açúcar branco.
No caso do açúcar VHP temos 99,3% de sacarose e 0,7% de impurezas, assim
temos 1,0453 Kg de ATR por Kg de açúcar VHP.
2-) Fatores do álcool:
A levedura é um microorganismo colocado junto ao mosto que é a mistura de
caldo de cana e melaço que sobrou da fábrica de açúcar. A levedura utiliza o ATR para
se multiplicar, crescer e produzir novas células e para transformá-lo em álcool.
Se a levedura utilizasse o ATR apenas para produzir álcool 1 Kg de ATR produziria
0,6503 litros de Álcool Anidro ou 0,6786 litros de álcool hidratado, mas, como parte do
ATR é utilizado para a própria multiplicação da levedura, 12% do ATR vira levedura.
Depois de ter transformado o ATR em álcool perdendo 12% deste ATR, a levedura é separada do que chamamos vinho, isto é, o açúcar do caldo da cana e do melaço
já transformado em álcool misturado à água, que será destilado. Na destilação, que
separa o álcool do resto (vinhaça) ocorre uma perda de 1% que vai junto com a
vinhaça.
Assim temos:
1 Kg de ATR = 0,6503 x (1 - 0,12) x (1 – 0,01) = 0,5665 litros de álcool anidro por
Kg de ATR ou 1,7651 Kg de ATR por litro de álcool anidro.
1 Kg de ATR = 0,6786 x (1 - 0,12) x (1 – 0,01) = 0,5913 litros de álcool hidratado
por Kg de ATR ou 1,6913 Kg de ATR por litro de álcool hidratado.
Como já dissemos, os fatores de conversão funcionam como as cotações do dólar
em real: Se um dólar vale R$ 2,15, podemos facilmente converter um moeda na outra.
Os fatores de conversão de ATR em açúcar e álcool tem o mesmo papel, ou seja, 1 Kg
de açúcar branco vale 1,0495 Kg de ATR; 1 Kg de açúcar VHP vale 1,0453 Kg de
ATR; 1 litro de álcool anidro vale 1,7651 Kg de ATR e 1 litro de álcool hidratado vale
1,6913 Kg de ATR.
* Cléber Moraes - Consultor da M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda.
Assessor de Planejamento e Controle da Canaoeste
Revista Canavieiros - Março de 2007

15
Notícias
Cocred

Antonio Eduardo Tonielo é
reeleito presidente da Cocred
Carla Rossini

Cooperativa de crédito distribuiu mais de 21 milhões em sobras aos cooperados

N

o último dia 19 de março, com
a presença de 236 cooperados foi realizada a AGO (Assembléia
Geral Ordinária) da Cocred no Cred
Clube, em Sertãozinho.
Durante o evento foram discutidas e deliberadas as seguintes ordens: prestação de contas da diretoria relativa ao exercício de 2006,
destinação das sobras líquidas, eleição da diretoria (mandato 2007 a
2011) e dos membros do conselho
fiscal (mandato 2007 a 2008).
A chapa presidida por Antonio
Eduardo Tonielo foi reeleita. Tonielo
terá como companheiros de diretoria os cooperados Manoel Ortolan,
Francisco César Urenha, Pedro
Esrael Bighetti e João Nilson Magro. Além deles mais seis membros
farão parte do conselho fiscal: três
efetivos que são Fernando dos Reis
Filho; José Mário Paro e João Luiz
Balieiro e três suplentes que são
Luiz Alberto Consoli; Daniel Annibal
e Nilson Armando Sicchieri.
Os destaques da assembléia foram os números referente ao crescimento da cooperativa de crédito que
Cooperados de toda região
prestigiaram a
Assembléia

José Oswaldo Galvão Junqueira, Márcio Meloni, Francisco C. Urenha, Dr. Clóvis
Vanzella, Antônio Eduardo Tonielo, Mário Baggio, Manoel Ortolan e Ismael Perina

foi pioneira na obtenção da
certificação ISO 9001 e cresceu
1200% nos últimos dez anos. O
patrimônio líquido da Cocred que era
de R$ 97.659.679,81 em 2005, passou
a ser R$ 118.747.555,87 no final de
2006, representando um crescimento de 21,59% em relação ao exercício anterior. O Capital Social também
aumentou passando de R$
41.011.770,71 em 2005 para R$
46.413.842,01
em 2006 o que
representa um
crescimento de
13% em relação
ao exercício de
2005.
As sobras
acumuladas durante o exercício foram distribuídas conforme o estatuto da cooperativa e totalizaram

16

Revista Canavieiros - Março de 2007

mais de R$ 21 milhões aos cooperados. "É motivo de muito orgulho ser
presidente de uma cooperativa que
nasceu pequena e cresceu muito até
proporcionar esses números surpreendentes aos cooperados", destacou Tonielo. Ele ainda lembrou que
apenas os correntistas de cooperativas de crédito recebem sobras.
"Qualquer cooperado que estivesse movimentando seu dinheiro num
banco tradicional não estaria hoje
recebendo sobras de retorno. Aqui
o lucro é do cooperado e não do
banqueiro", finalizou.
Já o presidente da Cocecrer (cooperativa Central de Crédito Rural
do Estado de São Paulo), José
Oswaldo Galvão Junqueira
(Maninho) lembrou que no
cooperativismo a decisão da
destinação do dinheiro é do próprio
cooperado. "É por isso que devemos apoiar o cooperativismo para
que ele se torne cada dia mais forte". Maninho também cumprimentou
Notícias
Cocred
a diretoria pelo brilhantismo que
vem desempenhando frente a
Cocred. "Fiz questão de estar aqui
hoje para cumprimentá-los por esses resultados magníficos", declarou.
Perspectivas para 2007
Para 2007 estão previstas inaugurações de mais quatro agências:
Frutal, Uberaba, Campo Florido e Ribeirão Preto. Ainda estão previstas
as reestruturações e padronizações
das agências de Severínia e
Barretos. "A meta é estar cada vez
mais próximo do cooperado para
melhor atendê-lo", disse Márcio
Meloni, gerente geral da Cocred.
A Cocred também prevê a instalação de terminais de auto-atendimento em todas as agências; implantação de sistema de Gestão de Risco com o objetivo de dar mais segurança ao cooperado; implantação da

Antônio Eduardo Tonielo apresentou os bons resultados obtidos pela Cocred em 2006

Ouvidoria para estreitar relacionamento entre cooperado e cooperati-

va; carteira de produtos ampliada,
entre outros benefícios.

Cocred é parceira do
programa “Jovem
Aprendiz Rural”
Carla Rossini

R

esponsabilidade Social: esse é
o motivo que levou a Cocred
se tornar parceira do Programa “Jovem

Aprendiz Rural” de Batatais. Além da
Cocred, são parceiros do projeto o Sindicato Rural de Batatais, o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e a Prefeitura
Municipal de Batatais.
O Programa de aprendizagem rural foi desenvolvido pelo Senar e tem como
objetivo fundamental, proporcionar ao jovem aprendiz a educação profissional
básica e genérica ao trabalho, em todas as atividades
produtivas do meio rural.

O programa possibilita
a formação técnico-profissional de adolescentes e
Galpão recentemente inaugurado onde será realizado o projeto

jovens com idade entre 14 e 17 anos,
ampliando as possibilidades de inserção no mercado de trabalho e torna mais
promissor o futuro da nova geração.
Também propicia aos aprendizes a
chance de terem sua primeira experiência como trabalhadores, a partir do contrato especial de trabalho firmado com
as empresas parceiras.
A Cocred, que possui agência em
Batatais, incentiva e se tornou parceira
do projeto porque acredita no desenvolvimento desses jovens. “Acredito
que esse programa vai ajudar muito no
desenvolvimento da cidade porque
profissionaliza cidadãos. A Cocred se
sente honrada em ser parceira do Projeto Jovem Aprendiz Rural”, explica
Márcio Meloni, gerente geral da Cocred.
Revista Canavieiros - Março de 2007

17
18

Revista Canavieiros - Março de 2007
Notícias
Cocred
Balancete
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho
BALANCETE MENSAL JANEIRO/2007 valores em Reais

Revista Canavieiros - Março de 2007
20

Revista Canavieiros - Março de 2007
Revista Canavieiros - Março de 2007

21
Reportagem de Capa

A importância de se
investir em tecnologia
Cristiane Barão

Bons preços praticados na safra passada alavancam venda de máquinas e equipamentos

A

s boas perspectivas do setor e a recuperação dos
preços da cana devem estimular os

22

Revista Canavieiros - Março de 2007

investimentos na compra de máquinas e implementos por parte dos pequenos e médios produtores inde-

pendentes. De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan, os fornecedores precisam
Reportagem de Capa
investir pelo menos na parte básica
_ plantio e cultivo_ como forma de
aumentar a eficiência e rentabilidade da atividade.
"Os produtores devem aproveitar esse bom momento para investir
na atividade, comprar equipamentos
novos, atualizar os que já têm. Precisamos buscar ficar mais independentes", afirma o presidente. Segun-

do ele, com máquinas e implementos
próprios, os produtores têm condições de maximizar o trabalho, já que
não dependem de máquinas e equipamentos terceirizados.
"Os fornecedores muitas vezes
deixam de fazer as intervenções na
lavoura no tempo adequado porque
não encontram o equipamento que
precisam no mercado naquele momento para contratar. Nisso, podem
perder produtividade", afirma
Ortolan.
O produtor Marcelo Baccega
também acredita que o momento seja
apropriado para o investimento em
equipamentos. Ele resolveu financiar a compra de um trator, coisa que
em outros anos, quando o preço da
cana estava baixo, achava arriscado. "A safra passada foi bem melhor,
o que nos deu condições de investir", disse.
Segundo ele, a intenção agora é
partir para a compra de
implementos, como adubadeira de
cana e grades para o preparo do
solo. "O fornecedor hoje tem de
procurar produzir mais, pensando
em ganhar eficiência para reduzir o
custo de produção", disse. Seu primo Ângelo Roberto Bachega também investiu em equipamentos no
ano passado, aproveitando a alta
no preço da cana e boas condições
de financiamento.
Ele acredita que o preço da cana
deverá ficar abaixo dos níveis do ano
passado, mas mesmo assim os produtores deverão ter bons anos pela
frente, o que os estimulará a fazer
investimentos. "O preço pode cair
um pouco, mas não vamos voltar ao
passado de crise", afirma Ângelo.
Os fabricantes também estão otimistas. De acordo com o gerente de
marketing da DMB, Auro Pereira
Pardinho, os produtores também estão aproveitando para atualizar os
equipamentos. Segundo ele, as vendas de máquinas e implementos utilizados no plantio e cultivo estão

aquecidas desde o ano passado. "A
tendência é que as vendas se mantenham ascendentes", disse
Pardinho.
Em relação à comercialização de
carregadoras, a participação dos fornecedores independentes também
cresceu consideravelmente nos últimos anos. De acordo com o gerente comercial da Santal, Edson
Stefani, há dois anos os fornecedores representavam 40% dos compradores desses equipamentos,
percentual que em 2006 beirou os
55%.
De acordo com Stefani, o
"boom" de usinas em novas fronteiras irá favorecer a mecanização.
"Hoje nós temos restrições
ambientais e também falta de mãode-obra nessas novas áreas. Como
as novas usinas deverão estar baseadas em cana de fornecedor, esses produtores terão de investir na
mecanização", afirma.
Segundo o gerente comercial da
Santal, fornecedores independentes
de grande porte já começaram a investir em máquinas de valor agregado maior, como colhedoras e
plantadoras. É o caso de um grupo
de fornecedores da região oeste de
São Paulo e do Triângulo Mineiro.
"Com a mecanização, o produtor ganha eficiência, produtividade e os
custos diminuem. Mesmo que o valor oferecido pela cana não apresente grandes saltos, a redução nos
custos de produção garantirá que o
produtor eleve o rendimento."
De acordo com o presidente da
Canaoeste, a maioria dos produtores não tem condições de adquirir
equipamentos de valor agregado
maior e a organização de consórcios ou condomínios de fornecedores
pode ser uma saída. "As cooperativas e associações terão de ser um
agente facilitador para o produtor
ter acesso a esses equipamentos.
Isso reforça a necessidade de o produtor estar organizado e vinculado
a uma associação", disse.
Revista Canavieiros - Março de 2007

23
Legislação

ADA - necessidade de
sua declaração anual a
partir de 2007.

I

nicialmente, cumpre informar que
o ADA (Ato Declaratório
Ambiental) é uma declaração da situação ambiental da propriedade rural,
onde será informada as áreas de preservação permanente, reserva legal e outras áreas de proteção ambiental (área
de reserva particular do patrimônio natural, área de declarado interesse ecológico, área com plano de manejo florestal, área com reflorestamento), caso existam no imóvel rural e desde que declaradas no DIAT (Distribuição da Área do
Imóvel Rural), entregue quando do preenchimento da DITR (Declaração do Importo Territorial Rural). Tal declaração
possibilita a redução do pagamento do
ITR (Imposto Territorial Rural) em até
100% de seu valor.

(ADAweb), através do
www.ibama.gov.br/adaweb/.

site

Porém, para possibilitar o adequado preenchimento do ADA, vamos nos
ater apenas a elucidar o que é área de
preservação permanente e de reserva
legal, pois são as mais comuns em nossa região. Dessa forma, temos que área
de preservação permanente é aquela
situada às margens de mananciais
d’água (rios, riachos, lagos, represas,
nascentes, etc.), no topo de morros
com mais de 1800 (mil e oitocentos)
metros de altura, matas fixadoras de
dunas e em locais com inclinação superior a 45º (quarenta e cinco graus).
Já quanto a reserva florestal legal, esta
se caracteriza pela existência na propriedade de 20% (vinte por cento) de
mata nativa, averbada à margem da
matrícula do imóvel no Cartório de
Registro de Imóveis, onde há restrição de uso. A restrição é de que não
pode sofrer corte raso (desmatamento)
e sua utilização depende de autorização do IBAMA.

No preenchimento eletrônico do ADA
ou em caso de
retificação,
deve-se observar fielmente o
que foi declarado no formulário do DITR,
protocolizado
perante a Secretaria da Receita
Juliano Bortoloti - Advogado
Federal, pois as
Departamento Jurídico Canaoeste
informações ali
contidas devem guardar relação com
as que forem prestadas no ADA, tendo em vista que, visando um maior controle administrativo das propriedades
rurais, o IBAMA começou a cruzar
suas informações com a Receita Federal e o INCRA – Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária, responsáveis pelo controle e recolhimento
anual do ITR.

Até o exercício 2006, a entrega do
ADA em qualquer das unidades do
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) ou o seu envio eletrônico se dava apenas uma única vez e,
mais de uma, quando havia a necessiPor fim, há que se enaltecer que,
dade de retificar os danos anteriormensegundo a Instrução Normativa 96/
te informados, porém, a partir da puPois bem, referida explicação se faz 2006 (art. 9º, §2º), no Ato Declaratório
blicação da Instrução Normativa necessária porque referidas áreas Ambiental deverão constar, informaIBAMA nº 96, de 30 de março de 2006 ambientais são isentas da tributação do ções referentes às áreas utilizadas em
(§1º e §2º, do art. 9º), tornou-se obri- ITR (Imposto Territorial Rural), desde cada tipo de atividade, à captação de
gatória a entrega do ADA (Ato que devidamente informadas no ADA água para irrigação e à quantidade utiDeclaratório Ambiental) perante o (www.ibama.gov.br/adaweb).
lizada anualmente de fertilizantes, deIBAMA (Instituto
fensivos e demais
Queima de Palha de Cana-deBrasileiro do Meio
produtos químicos.
Ambiente e dos ReAçúcar - última chamada para Também, segundo a
cursos
Naturais
mesma instrução
obtenção da autorização.
Renováveis), prazo
normativa, as inforeste que expirará em
mações constantes
31 de março de 2007.
omo todos sabem, o prazo para protocolo do pedido de autorização no Ato Declaratório
para queima de palha de cana-de-açúcar, vencerá no dia 02 de abril Ambiental substituiRessaltamos, ain- de 2007 e, segundo informações da Secretaria do Meio Ambiente, não será rão o Relatório de
da, que o envio do prorrogado, razão pela qual deve o associado procurar a CANAOESTE o Atividades para esADA a partir do exer- mais rápido possível, na matriz em Sertãozinho ou em uma de suas filiais, sas atividades (art.
cício 2007, que expira- para realizar o procedimento visando a autorização de queima, pois, sem 9º, §3º).
rá em 31.03.2007, será esta, não será possível utilizar-se do fogo como pratica agrícola de despalha
feito por meio eletrô- da cana-de-açúcar.
Juliano Bortoloti
nico, via internet
Advogado

C

24

Revista Canavieiros - Março de 2007
Foto: Agência Brasil

Repercutiu

Foto: Agência Brasil

"Não acho que um país
vá abrir mão das coisas que
protegem seu comércio
porque um outro está
pedindo... é um processo de
convencimento, de muita
conversa e vai chegar um dia
que essa conversa vai
amadurecer e chegar num
denominador comum que vai
permitir um acordo".
Do presidente Lula se
referindo a declaração do
presidente americano.

Foto: Agência Brasil

"Isso não vai acontecer. A lei vai até 2009"
Do presidente americano George W. Bush, referindo-se à
recente renovação pelo Congresso dos EUA da legislação que
estipula a tarifa norte-americana de importação do etanol brasileiro, que é de US$ 0,54 (cerca de R$ 1,13) por galão.

"A visita de Bush é marketing para o etanol"
Do governador de São Paulo, José Serra, se referindo a
visita do presidente americano George W. Bush ao Brasil.
Segundo Serra, a atual taxação que o biocombustível sofre ao
entrar nos Estados Unidos supera o valor do litro do álcool.

Revista Canavieiros - Março de 2007

25
Antes da Porteira

O mundo das
cobras
Carla Rossini

Produtor rural concilia na mesma propriedade, lavoura
de cana-de-açúcar a um serpentário com mais de mil cobras

Q

uem dirige pelas estreitas es
tradas de terra, em meio aos
canaviais da Fazenda Boa Esperança, no município de Taquaral, não
imagina que surpresa pode encontrar. Além da casa do proprietário da
fazenda, Márcio Scalon Maryama, o
visitante também se depara com o
verdadeiro “mundo das cobras”. E
como ali o mundo pertence a elas,
por quê não criar os bichinhos de
estimação no jardim?
Acredite quem quiser, as mais
“queridas” estão ali mesmo, no jar-

trabalhava com venda de toxinas. O objetivo sempre foi à
comercialização e exportação
do veneno das serpentes.
“No início, comprava o veneno de criadores e apenas
comercializava. Depois, o
produto começou a faltar no
mercado. Foi assim que resolvi criar cobras para extração
do veneno”, conta o japonês
que até então era apenas um
produtor rural.
O comércio começou a
crescer e o agricultor tomou gosto pelas serpentes que
hoje são tratadas
com cuidado, paciência e dedicação.
Além da extração e
venda do veneno, o
Instituto Sanmaru
também contribui
para a preservação
das espécies e ministra aulas de educação ambiental com
visitas monitoradas,
exposições e cursos.

Márcio e Denise com o casal de Corais:
criação já virou hobby

Márcio e que ajuda na lida com as serpentes, faz questão de explicar que as
jibóias não são venenosas. “Criamos
as jibóias para vender a pet shop. Muitas pessoas criam jibóias como animais de estimação”, explica.
Em cima das baias das serpentes,
um outro berçário também chama a atenção de quem passa pelo corredor do
criatório. São os ratos vindos de laboratórios que ali se reproduzem para servir de alimento às cobras. É do cuidado com esses animais que vai depender a saúde das serpentes e, por conseqüência, a qualidade do veneno.

“É por isso que
As cobras não comem muito (seis
crio as sucuris”, ex- ratos por mês), mas todo o cuidado é
Cascável: veneno valioso no exterior
plica Márcio. “Quan- pouco na hora de extrair o veneno do
dim. Um casal de corais, uma do chega uma turminha para Camundongos para a
caninana, uma boipeva, um casal de o curso, as crianças logo alimentação das serpentes
urutus cruzeiro, jararacas, casca- perguntam: tio, cadê a
véis... é de perder as contas. Mais sucuri?”, completa o criaalguns passos e lá está a maior con- dor.
centração: um criatório com mais de
mil serpentes. Assustadoras, porém
O cuidado com as cotranqüilas, elas são responsáveis bras
pelos botes que podem salvar vidas.
No Sanmaru, os bebês
das jibóias são hóspedes de
Márcio fundou o Instituto honra. Quando chega um viSanmaru em 1999, mas desde 1996 já sitante, Denise, esposa do
26

Revista Canavieiros - Março de 2007
Antes da Porteira
mal não esteja bem, ele é retirado imediatamente da baia e
vai direto ao laboratório. Lá, ele
fica de quarentena e recebe
acompanhamento constante. É
ali que ficam também os répteis doados por pessoas que
os encontram em locais não
apropriados ou levados pela
Polícia Florestal.
Comercialização do veneno
Sucurí de 3,5 metros desperta curiosidade
nos visitantes

animal porque a quantidade deve ser
respeitada para não ultrapassar a capacidade do réptil.
Márcio conta que
muitos criadores acabam matando a serpente porque a retirada do veneno
traumatiza e o animal
chega ao extremo. “É
preciso respeitar o limite da cobra e não
submetê-la a mais que
uma extração por
mês”, comenta. Geralmente, um animal
de porte bom produz
1 grama de veneno
por mês.
Como as cobras são frágeis, os cuidados não são poucos. Caso o ani-

Registrado no IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Jibóias para venda a Pet Shop

Renováveis), o Sanmaru ou melhor,
o mundo das cobras, como é conhecido, tem comércio garantido. “Ex-

porto para os Estados Unidos e países europeus, mas para entrar no negócio não é fácil. É preciso ter muito
contato”, explica Márcio.
Ele alerta que o negócio é de risco
e o veneno pode ser fatal caso venha
a acontecer algum acidente. A pessoa
que vai efetuar a extração deve estar
devidamente treinada e preparada.
Além disso, o mercado é cheio de
atravessadores. “Há criadores que
não conseguem colocar o produto no
mercado. A atividade é envolvida por
um comércio muito fechado”, completa Márcio.
O preço do veneno
no mercado externo
pode atingir valores
absurdos. Márcio
conta que 1 grama de
veneno de coral pode
chegar a ser vendido
por 7 mil dólares. “É
um veneno muito
caro, mas para conseguir 1 grama de veneno de coral é preciso
mais ou menos 250 cobras dessa espécie”,
conta o criador.
É assim, enfrentando as dificuldades e adquirindo conhecimentos
para ampliar os negócios, que Márcio
e Denise vão se transformando em
verdadeiras “feras”, ou melhor, “cobras” quando o assunto é a criação
de serpentes. “Vivemos assim, o dia
todo com as cobras na cabeça”, brinca Denise.
Caninana: animal de
estimação para Denise

Apesar da Jibóia não ser venenosa sua mordida pode trazer transtornos
Revista Canavieiros - Março de 2007

27
Informações setoriais

CHUVAS DE FEVEREIRO
e Prognósticos Climáticos

N

o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE
durante o mês de fevereiro de 2007.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor Agronômico Canaoeste

Pode-se dizer que as chuvas que ocorreram na Central Energética Moreno, EE Citricultura-Bebedouro, Fazenda
Santa Rita e Usina Ibirá pouco diferiram das respectivas médias históricas; enquanto que nos demais locais e média
das observações das chuvas anotadas neste mês de fevereiro, ficaram aquém das normais climáticas. Entretanto, "a
caixa d'água do solo" estava "cheia" neste início de fevereiro.

O mapa (1) ao lado mostra que o
índice de Água Disponível no Solo,
em meados de fevereiro e em quase
toda área canavieira do Estado de
São Paulo, já se encontrava entre
médio a limitante. As exceções,
alguns pontos em azul, foram poucos
e isolados. Por outro lado, observouse grande luminosidade, que somada
à alta umidade do solo existente no
início do mês (chuvas de janeiro),
deve ter compensado o efeito da
baixa insolação ocorrida em janeiro.

28

Revista Canavieiros - Março de 2007

Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 15 a 18 de fevereiro de 2007.
Informações setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de fevereiro de 2006.

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de fevereiro de 2007.

Os mapas 1 e 3, entre meados e final de fevereiro de 2007, mostram que houve gradativa
redução do Índice de Água Disponível no Solo até o final do mês, destacando-se as regiões
Nordeste e Oeste do Estado. Situação esta inversa ao que foi observado entre os meses de
janeiro e fevereiro de 2006. Em janeiro do ano passado a estiagem foi prolongada, vindo a
chover praticamente na última semana daquele mês e as chuvas de fevereiro de 2006 foram
quase o dobro das observadas em fevereiro deste ano.

Com o fim de prestar sub
sídios aos planejamentos de atividades futuras, o Departamento
Técnico da CANAOESTE resume
o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPEInstituto Nacional de Pesquisas
Espaciais para a Região Centro
Sul do Brasil, para os meses de
abril e maio.
- O fenômeno "El Nino" perdeu força e, praticamente, a partir de março não se observa seu
efeito;
- Os prognósticos de consenso INPE-INMET apontam que:
- As temperaturas poderão "ficar" acima das médias históricas
nas Regiões Sudeste (ES, MG, RJ
e SP) e Centro Oeste (GO, MS e
MT), enquanto que para a Região
Sul (PR, RS e SC) deverão ser próximas das normais climáticas;
- Em todos os estados da Região Centro Sul, as chuvas previstas para os meses de abril e
maio serão próximas das médias
históricas;
- Em função destes prognósticos e em toda sua região de
abrangência, a CANAOESTE recomenda atenção ao período seguro de plantio. Ou seja e sendo
bem claro, evitar plantios de cana
de ano e meio após meados de
abril, em áreas com preparo convencional do solo e sem irrigação.
Exemplificando, para a região
de abrangência da CANAOESTE,
as médias históricas (Centro
Apta - IAC - Ribeirão Preto), são
de 75mm em abril e de 55mm em
maio.

Revista Canavieiros - Março de 2007

29
Cultura de Rotação

Plantio direto de soja sobre
palha de Cana-de-Açucar
colhida mecanicamente crua
Marcelo de Felício. - Engenheiro Agrônomo da Canaoeste
Desenvolvimento da soja sobre a
palha de cana

O

plantio direto é visto
como um sistema de
exploração agropecuária que envolve a
rotação de culturas,
correção da fertilidade do solo, mobilização do solo na linha
de semeadura, controle da erosão por meio
da manutenção da palha na superfície,
descompactação do
solo pela ação das
raízes das plantas e diminuição da população de plantas daninhas pela decomposição da palha.
Além disso, apresenta inúmeras vantagens de ordem econômica e
ambiental, dando sustentabilidade à
agricultura e segurança na produção
de alimentos.
Hoje, no Estado de São Paulo, segundo dados do CANASAT
(mapeamento da cana via imagens de
satélite), são cultivados aproximadamente 3,7 milhões de ha com a cultura
da cana-de-açúcar. Nessas áreas, após
o quinto ou sexto corte, é necessária a
renovação do canavial, podendo ser
utilizado o plantio da cultura de soja
ou outros tipos de grãos, dependendo
da região.
De acordo com o CANASAT,
estima-se que essas áreas possíveis de renovação situam-se em
307 mil hectares. Para realizar o
cultivo de grãos, os agricultores
utilizam o sistema de plantio convencional, aumentando os custos e diminuindo o lucro. Como
os gastos com tratos culturais
são bastante altos e há necessi30

Revista Canavieiros - Março de 2007

dade de melhorar a produtividade, uma
solução encontrada pelos agricultores
é tentar implantar o sistema de plantio
direto na palhada. Assim, é possível
encontrar uma quantidade entre 12 a
15 ton/ha de palha, formando uma ótima cobertura de matéria orgânica na
superfície do solo, excelente para o
plantio direto de soja.

A palha
A natureza continua vencendo. A
palha, a resteva, o resíduo das culturas anteriores, que antes deveriam desocupar a área rapidamente para que
se conseguisse o preparo do solo o
mais rápido possível, hoje estão com
as honras da casa e recebendo homenagens.
Palha, após a colheita
mecanizada da cana

É a consagração
indiscutível das virtudes que nos oferece a
palha, fazendo com
que se chame de plantio na palha, o que antes era conhecido
como plantio direto. O
agricultor é o principal
responsável pelo
aperfeiçoamento desse sistema de produção de grãos. Razões?
Existem muitas! Protegendo o solo, a erosão é eliminada. Na
permanência da água
que deixou de causar
erosão, é garantido o adubo. Na cobertura verde, seca ou morta, diminui a população de plantas daninhas. Aumentou a fertilidade e a produtividade na
lavoura.
Na realidade, são inúmeros os fatores somados que confirmam o plantio direto na palha como uma excelente
aplicação, que tem oferecido extraordinários retornos aos que nele investiram. Quem planta na palha está fazendo a sua parte, mesmo enfrentando situações adversas quanto ao clima,
mercado e política agrícola.
Essa técnica é uma fórmula eficiente para conseguir as mais altas produtividades, conciliando os interesses econômicos com o trabalho da natureza.
Plantio de soja convencional, sem a proteção
da palha, destaque da erosão
Culturas de Rotação
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Segundo o decreto nº 47.700, de 11 de março de 2003, que regulamenta a lei
10.547/2000, alterada pela lei 11.241/2002, as queimadas de cana-de-açúcar como
método despalhador deverão ser eliminadas de forma gradativa, não podendo
esta redução ser inferior a 25% a cada período de cinco anos, em cada propriedade ou unidade agroindustrial.
A área inicial que é proibida a utilização do fogo, já a partir de 2001, é de 25%
nas áreas mecanizáveis (áreas com declividade inferior a 12%) e de 13,35% nas
áreas não mecanizáveis (áreas com declividade igual ou superior a 12%). Já para
aquelas propriedades com área inferior a 150 ha e/ou nas áreas não mecanizáveis,
o uso do fogo vigerá a partir de 2011, com uma taxa de 10% inicialmente nas áreas
mecanizáveis e 2031 nas áreas não mecanizáveis. Para as áreas mecanizáveis, a
eliminação total da queima deverá ocorrer em 2021.

Sobre o início do Plantio na
Agropecuária CFM Ltda
O plantio direto teve início no ano
de 2000, na Fazenda Três Barras, de
propriedade da Agropecuária CFM
Ltda, localizada no município de
Pitangueiras, em parceria com o associado da Canaoeste, Nicola de
Felício Neto.
As dificuldades eram muitas no
início dos trabalhos, pois não existia

posição definida a respeito dos benefícios obtidos com o manejo da
palha. Tínhamos certeza de que o sistema só alcançaria o sucesso se levássemos em consideração como
principais aspectos a cobertura do
solo e a utilização da palha. O “colchão” de palha retém umidade no
solo e esse é um fator importantíssimo para a vida da planta.

Outra surpresa agradável que a
palha proporciona é a possibilidade
do controle das plantas daninhas e,
a partir disso, com a utilização da
palha, o sistema torna-se mais atraente e econômico.
O íntimo relacionamento com o
nosso pedaço de terra, propiciado pelo
uso de uma técnica como o plantio direto, fez ver que, na trilha convencional proposta, modelada e induzida, não
chegaríamos a lugar seguro. Então,
descobrimos a palha, que tantas vezes
queimamos e, também, que o maior
patrimônio do produtor é o solo.
No começo, não havia máquinas
apropriadas, nem herbicidas eficientes, informações técnicas ou pesquisas em andamento. Os pioneiros eram
chamados de malucos. Mas quando
os resultados foram mensurados,
percebeu-se o avanço. Era como se
antes víssemos a agricultura em preto e branco e, depois do plantio direto, passássemos a ver colorido.

Revista Canavieiros - Março de 2007

31
Culturas de Rotação
Correção do Solo,
Dessecação e Plantio
Após escolher ás áreas definidas para a reforma do canavial, o primeiro passo
é fazer uma análise de solo do local para identificar a necessidade de se fazer
aplicação da calagem e gessagem, nas suas respectivas dosagens corretas, e qual
a melhor fórmula de adubo para realizar o plantio da soja.
Para fazer a dessecação é preciso esperar que o canavial rebrote e os pefilhos
atinjam uma média entre 60 a 70 cm de altura. Assim, é possível conseguir melhor
eficiência do produto e também evitar rebrotes após a dessecação.

Variedades,
Colheita e
Resultados
Neste tipo de sistema, como a
cultura principal é a cana-de-açúcar, é preciso escolher variedades
de soja precoces e médias para evitar o plantio de cana tardio e, dessa forma, afastar a possibilidade de
condições climáticas desfavoráveis
ao desenvolvimento do canavial,
prejudicando a sua produtividade.
Ao longo dos anos testamos
muitas variedades de soja neste
tipo de sistema e a que mais se adaptou foi a M-Soy 6101, desenvolvida pela Monsanto e considerada
uma variedade de soja super precoce, com um período médio de 105
dias entre o plantio e a colhedita,
podendo chegar a uma produtividade média de até 58 sc/ha.

Àrea de cana sendo dessecada

Àrea 25 dias após a dessecação

Plantio de soja, sobre a palha de cana

Desenvolvimento inicial da soja

A variedade Conquista também
é uma excelente opção, atingindo
uma média de 130 dias, podendo
chegar a uma produção média de 60
sc/há. Outra variedade que tem se
destacado bastante é a variedade
Ve n c e d o r a , d e s e n v o l v i d a p e l a
Embrapa Soja, uma variedade de ciclo tardio, chegando até aos 135
dias e podendo atingir uma excepcional produtividade de até 72 sc/
há.
No que diz a respeito às pragas e
doenças, é preciso ficar alerta ao ataque de lagartas cortadeiras (Anticarsia
gemmatalis, Pseudoplusia includens
e Spodoptra frugiperda) na fase inicial do desenvolvimento da cultura de
soja, já que a elevada quantidade de
matéria orgânica (palha) acaba formando um ótimo habitat ao desenvolvimento destas pragas.
Soja pronta para ser colhida

Soja em pleno desenvolvimento na palhada de cana-de-açúcar

32

Revista Canavieiros - Março de 2007
Culturas de Rotação
Já na cultura da cana-de-açúcar, os
benefícios são ainda maiores: aumento
de 15% a 16% na produtividade no primeiro corte da cana (cana de ano e meio)
em comparação à reforma do canavial
no sistema do plantio convencional;
aumento da longevidade do canavial;
redução do custo de implantação na ordem de 10% a 12% por não ser preciso
fazer o preparo do solo no sistema convencional, que consiste em gradagens,
arações e subsolagens. Neste último
item, o preparo de solo é feito levando
em consideração o nível de compactação
do terreno, por meio de levantamentos
a campo. Faz-se apenas a subsolagem
nos terrenos em que for detectada necessidade de descompactação.

Colheita da soja

Outro aspecto importante também
são as doenças de final de ciclo, conhecidas com DFC, destacando a ferrugem asiática causada pelo fungo

Phakopsora pachyrhizi. Nenhuma
das variedades citadas acima está livre das DFC, o que indica a necessidade de duas a três aplicações de
fungicida, dependendo da severidade do ataque da doença na cultura.

Área após a colheita da soja

Plantio da Cana e Conclusão
Ao longo do desenvolvimento desse trabalho, foi possível verificar grandes resultados positivos na cultura da
soja e também resultados de extrema importância na cultura da cana-de-açúcar.

Na cultura da soja percebemos que
temos uma diminuição muito grande no
custo de produção por hectare. Em comparação com o plantio convencional, a
redução é de, em média, 24%.

Descompactação do solo, para o plantio da cana

Área já sulcada, destacando-se a Banqueta

Área de cana,
concluído o plantio

Revista Canavieiros - Março de 2007

33
Pragas e Doenças

Considerações sobre
pragas de solo
Leila L. Dinardo Miranda
Centro Apta Cana-de-açúcar - Instituto Agronômico

M

uitos são os insetos que causam
dano econômico à cana-de-açúcar. Entre eles, a broca Diatraea saccharalis
ainda é considerada por muitos a mais importante praga da cultura, estando presente em todos os canaviais do país. Além dela,
a cigarrinha das raízes, Mahanarva
fimbriolata, vem merecendo atenção especial por causar drásticas reduções de produtividade de colmos e de açúcar, principalmente em regiões que concentram grandes áreas de colheita de cana crua. Outro
grupo de insetos, conhecidos como pragas
de solo, também causa danos importantes a
canaviais de todo o país e é representado
pelos cupins, Migdolus fryanus e
Sphenophorus levis. Sobre essas pragas
serão feitas algumas considerações a seguir.
Os cupins são insetos sociais, que vivem em colônias com diversas castas. Muitas espécies são encontradas em canaviais e
podem ser divididas em dois grupos pelos
hábitos de construir suas colônias. Os mais
importantes são os cupins subterrâneos,
cujas colônias se distribuem em galerias no
solo, sob rochas, no interior das raízes, etc.
Alimentam-se de material lenhoso em várias fases de decomposição e das partes vivas das plantas, tais como raízes, toletes e
entrenós basais da cana-de-açúcar. Neste
grupo estão as espécies de Heterotermes,
Procornitermes,
Nasutitermes,
Neocapritermes, Syntermes e outros. O
outro grupo contempla os cupins de
montículos, cuja espécie mais comum em
canaviais é a Cornitermes cumulans. Estes
insetos constroem ninhos acima do solo e
são considerados de menor importância
porque alimentam-se basicamente de material vegetal morto e raramente são encontrados atacando tecidos vivos.
Quando atacam a cana-de-açúcar no
plantio, os cupins destroem os toletes e
também as gemas e, conseqüentemente,
ocorrem falhas na brotação. Sob infestações
severas, os cupins podem destruir o interior dos entrenós basais, provocando morte
de perfilhos (“coração morto”), quando esses ainda são jovens ou quebra de colmos
adultos. Em decorrência do ataque de cupins, há severas reduções de produtividade. Em cana soca, os danos se acentuam
com falhas na brotação da soqueira, baixa
produtividade e redução na longevidade do
canavial.
A espécie mais comum do gênero

34

Revista Canavieiros - Março de 2007

Migdolus em cana-de-açúcar é M. fryanus.
Este inseto é de hábito subterrâneo, sendo
encontrado tanto em solos arenosos quanto em argilosos. Os machos são ativos e
voam enquanto as fêmeas possuem as asas
atrofiadas e, portanto, não voam. Após o
acasalamento, as fêmeas entram no solo
colocando os ovos em diversas profundidades. As larvas recém eclodidas possivelmente alimentam-se apenas de matéria orgânica, enquanto os estágios mais avançados nutrem-se das raízes e rizomas da cana.
Os maiores danos à cana-de-açúcar são, portanto, causados pelas larvas que destroem
as raízes e rizomas das plantas em qualquer
idade. Em conseqüência do ataque de
Migdolus ocorrem morte de colmos, com
redução significativa de produtividade e da
longevidade do canavial. Em áreas atacadas
são comuns canais ou galerias no solo, feitos durante a movimentação das larvas.
Acredita-se que essas galerias são posteriormente utilizadas pelos adultos para atingir a superfície, durante as revoadas.
O besouro Sphenophorus levis, conhecido como gorgulho da cana-de-açúcar, deve
merecer atenção especial dos produtores.
Até alguns anos atrás, está espécie estava
restrita à região de Piracicaba, mas nos últimos anos sua ocorrência já foi registrada
em mais de 50 municípios no Estado de São
Paulo, na região de Jaú, Assis, Araraquara e
outras. Os adultos desta praga medem de
12 a 15mm de comprimento, são marrons
escuros com manchas pretas sobre o dorso
e com a face ventral preta. Após o
acasalamento, as fêmeas perfuram os tecidos sadios do rizoma, com as mandíbulas
presentes no ápice do rostro ou bico e aí, na
base das brotações, abaixo do nível do solo,
inserem os ovos. As larvas são branco leitosas, com a cabeça castanho-avermelhada
e ápodas, e escavam galerias no interior do
rizoma, ao se alimentarem. Estas galerias
permanecem cheias de serragem fina, característica do ataque da praga. A pupa é inicialmente branco leitosa, tornando-se castanho-clara e com manchas dorsais à medida
em que se desenvolve. Os adultos permanecem no solo, sob torrões e restos vegetais ou entre os perfilhos. Os danos, portanto são causados pelas larvas que, broqueiam os rizomas. Em conseqüência das
galerias abertas na base dos colmos, ocorre
amarelecimento de folhas, seguido pelo
secamento e morte de perfilhos, que podem ser facilmente destacados da touceira.

Sob infestações severas, as touceiras morrem e são observadas muitas falhas na
rebrota, favorecendo altas populações de
plantas daninhas. Estes sintomas são mais
facilmente visualizados na época seca do
ano, quando são encontradas as maiores
populações de larvas.
Outros insetos de solo, tais como pão
de galinha, larva arame e percevejo castanho são também comuns em canaviais, mas
não há estudos sobre os danos que causam.
De uma maneira geral, considera-se que não
têm importância econômica, na maioria das
situações, embora, em certos casos, sejam
encontrados em populações tão elevadas
que esse pressuposto pode não ser correto.
Embora possam ocorram durante todo
o ciclo da cultura, as populações dessas pragas de solo são mais elevadas nas épocas
secas do ano, razão pela qual os levantamentos populacionais devem ser feitos nessa
ocasião (maio a outubro). O ideal é fazer 2
pontos de amostragem por ha. Em cada
ponto, faz-se uma pequena cova de 50 X
50cm e 30cm de profundidade, na linha de
cana, verificando a ocorrência de cupins,
Migdolus e outras pragas de solo. Para cupins, deve-se atribuir nota em função do
número de indivíduos presentes (0 = sem
cupins; 1 = 1 a 10 indivíduos; 2 = 11 a 100
indivíduos; 3 = mais de 100 indivíduos).
Os soldados devem ser coletados, colocados em vidros com álcool 70% ou formol
para identificação da(s) espécie(s)
presente(s). É importante identificar as espécies de cupins ocorrentes, pois há aquelas mais daninhas à cana-de-açúcar que outras. O número de indivíduos de Migdolus,
S. levis e outras pragas também devem ser
anotados, bem como a ocorrência de danos
nas touceiras. Para ocorrência de danos nas
touceiras, recomenda-se contar o número
total de rizomas e o número de rizomas
danificados. Esses dados devem ser anotados em ficha apropriada.
Em função das espécies e populações
de pragas de solo identificadas, recomendase o uso ou não medidas de controle. Para
áreas com problemas de pragas de solo, o
mais indicado é se fazer à destruição mecânica da soqueira, na época seca do ano, justamente porque nessa época as populações
de pragas são mais elevadas e utilizar inseticidas no plantio. Nessas áreas não se recomenda a destruição química da soca.
Agende-se
Abril

de 2007

Abril
AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO 2007
Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação
Data: 30 de abril a 05 de maio
Local: Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro Leste/Centro de Cana – Ribeirão
Preto-SP
Temática: A Agrishow é considerada uma feira agrícola dinâmica, com demonstrações de máquinas, equipamentos e
implementos agrícolas em ação. Nesse evento, o produtor rural tem a oportunidade da avaliar o desempenho dos equipamentos em condições reais de operação.
Maiores Informações: (11) 5591 6337 ou (11) 5591 6324

III SIMPÓSIO DE PLANTIO DIRETO
Data: 02 a 04 de abril
Local: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Esalq/USP, em Piracicaba-SP
Temática: Atualização de conhecimentos e discussão de problemas emergenciais em plantio direto
Maiores Informações: www.fealq.org.br

Revista Canavieiros - Março de 2007

35
Biblioteca
“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
PLANTIO DE CANA-DE-AÇÚCAR:
ESTADO DA ARTE

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira
didática, esclarecer algumas dúvidas a
respeito do português
1) Prezado leitor, aqui estão algumas “pérolas” colecionadas por mim,lendo,
ouvindo...enfim dito e/ou escrito precisamos prestar muita atenção com a nossa
querida Língua Portuguesa. Alguns exemplos entre aspas:
a) “O EUNINHO” já provocou secas e enchentes calamitosas...
Também provocou no Português!!!
O correto é EL NIÑO.
b)“A situação tendia piorar: os madeireiros da Amazônia destroem a Mata
Atlântica da região...”
Assim, destroem a Língua Portuguesa também...
Quanta redundância na frase... típica frase mal redigida.

A

s operações de plantio, sejam mecanizadas ou não, envolvem - além da colocação dos órgãos de desenvolvimento
vegetativo em condições idéias, permitidas
pelas condições edafoclimáticas da área comercial - a correta quantificação e
posicionamento do fertilizante que ficará disponível durante o desenvolvimento do ciclo fenológico da cultura e a adequada aplicação de agroquímicos para combater ou
controlar as pragas de solo.
A obra "Plantio de Cana-de-Açúcar: Estado
da Arte" dos autores Tomaz Caetano
Cannavam Ripoli; Marco Lorenzzo Cunali
Ripoli; Dumas Vicenti Casagrandi e Bernardo
Yasuhiro Ide, apresenta de maneira sintética, mas, sem perda do fundamental, o atual
estádio de conhecimento existente a respeito do plantio de cana-de-açúcar e demais
questões intrinsecamente a ele associadas.
Não se teve a pretensão de esgotar o assunto, mas tão somente, como o próprio título
se apresenta, reunir o atual Estado da Arte
desta fase do processo de produção da canade-açúcar, na região Centro-Sul do Brasil.
Em breve, uma nova edição revisada da obra
"Plantio de Cana-de-Açúcar: Estado daArte"
estará sendo disponibilizada inclusive com
versão em espanhol.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na
36Rua Revista Canavieiros1461 em Sertãozinho,
Augusto Zanini, nº - Março de 2007
ou pelo telefone (16) 3946-3300 - Ramal
2016.

c) “O que é de interesse de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente”
Estou tentando entender o “tal interesse...”!!!
d) “O grande problema do Rio Amazonas é a pesca de peixes.”
Acredito que seja difícil pensar na frase acima em “pesca de pássaros”....
“É um problema de muita gravidez”
Com certeza.Use sempre camisinha para não ter problemas....
O correto é gravidade.
e) Vamos mostrar que somos “semelhantemente iguais uns aos outros”
Tem lugar para acrescentar à frase acima “com algumas diferenças básicas”???
f) ... menos desmatamentos, mais “florestas arborizadas”
Fantástico!!! Florestas não arborizadas basta o Saara!!!
Olha a redundância....
g)A “concentização” é um fato “esperansoso” para todo o território nacional””
Por favor!!!! CONSCIENTIZAÇÃO e ESPERANÇOSO. Haja coração, meu Deus!!!
2) Maria disse:
— “ADINHE” o que eu fiz ontem?
O suspense continuará junto com a curiosidade
e o Português escrito de forma incorreta...
A palavra adivinhe é da mesma família de divino.
De acordo com a origem do vocábulo, adivinhar
é dom divino.

PARA VOCÊ PENSAR:
“Não existe o esquecimento total: as pegadas impressas
na alma são indestrutíveis” - Ralph Waldo Emerson
“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento
envolvido. Não está na vitória propriamente dita.”
Mahatma Gandhi
“Transportai um punhado de terra todos os dias e
fareis uma montanha.” - Confúcio

RENATA CARONE SBORGIA
Advogada
e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP,
Especialista em Língua
Portuguesa, Consultora de
Português, MBA em Direito e
Gestão Educacional,
Escreveu a Gramática
Português Sem Segredos
(Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia
Revista Canavieiros - Março de 2007

37
Prestação de Serviços
Tratar c/ Lúcia ou Fabiano, Pitangueiras/
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38

Revista Canavieiros - Março de 2007

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ano 2005, cor prata, completíssima + couro, único dono, baixa km, aceito troca por
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café e o restante em pasto, possui reserva propriedade conta com uma casa (sala, copa,
legal-beira do rio turvo, 12km da usina, por- cozinha, banheiro, 4 quartos e 1 dispensa,
teira fechada (gado e maquinário), R$ com varanda nas laterais e na frente do
45.000,00/alq.
imóvel), pomar, pequena criação de gado
Tratar com José Paulo Prado - (019) e muita fartura em água corrente e de cis35415318
ou
97584054
ou terna.
terraverdeimoveis@yahoo.com.br.
Tratar com Mateus (16)8123-1506.
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Ousadia e visão de futuro: entrevista com Fábio Meirelles sobre o potencial da agricultura brasileira

  • 1. Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 2. Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 3. Editorial MOMENTO CRUCIAL PARA INVESTIMENTO E m sua 9ª edição, a Revista Canavieiros aborda as boas perspectivas do setor e a recuperação dos preços da cana que estão estimulando os investimentos na compra de máquinas e implementos por parte dos pequenos e médios produtores independentes. De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, os fornecedores precisam investir pelo menos na parte básica _ plantio e cultivo_ como forma de aumentar a eficiência e rentabilidade da atividade. A reportagem traz informações importantes sobre a venda de máquinas e equipamentos que estão aquecidas desde o ano passado. O entrevistado deste mês é o presidente da FAESP, do Conselho Deliberativo do Sebrae/ SP e 1º Vice-Presidente da CNA, Fábio Meirelles que afirma que "o Brasil tem crescido menos que a economia mundial. Em 2006, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, enquanto a economia mundial cresceu 3,9%. Dos países apontados como futuras potencias, o Brasil é que tem apresentado o pior desempenho. Países como Austrália e Nova Zelândia, com economia fortemente baseada na agropecuária, mostram que o Brasil pode se desenvolver muito mais alicerçado no setor primário". Dr. Fábio concedeu entrevista exclusiva a Revista Canavieiros. O artigo publicado no "Ponto de Vista" é do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) que também é membro da Frente Nacional do Cooperativismo. Arnaldo Jardim escreveu seu artigo enaltecendo os benefícios do "verdadeiro cooperativismo", por acreditar no seu potencial de transformar sonhos em realidade e alterar um círculo vicioso de desemprego, falta de oportunidades e perpetuação da pobreza. Os principais fatos que aconteceram no sistema Copercana, Canaoeste e Cocred no mês de março foram apresentados entre as pági- nas 10 e 18. Nas páginas da Copercana, a edição de fevereiro traz o crescimento da Copercana Seguros. Líder no mercado na cidade de Sertãozinho, a corretora amplia negócios e filiais. A Canaoeste traz a participação do seu presidente, Manoel Ortolan no 7º Encontro Regional de Produtores de Cana realizado pela Orplana durante a Feicana em Araçatuba. Destaque também para o ciclo de reuniões técnicas abordando planejamento e crescimento. A Cocred, por sua vez, traz as informações sobre a Assembléia Geral Ordinária que foi realizada no dia 19 de março e contou com a presença de cooperados de toda a região. Parceira do programa "Jovem Aprendiz Rural", a Cocred investe em responsabilidade social porque acredita no desenvolvimento e profissionalização de jovens para formação de cidadãos. Nas reportagens técnicas, a Canavieiros traz informações sobre o plantio direto de soja sobre palha da cana-de-açúcar colhida mecanicamente crua. O engenheiro agrônomo da Canaoeste, Marcelo de Felício, autor da reportagem também descreve o início do plantio na Agropecuária CFM Ltda e as experiências obtidas com a nova técnica de plantio. A parte técnica da revista também traz as Informações Setoriais, do assessor agronômico Oswaldo Alonso. O advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti discorre sobre o ADA (Ato Declaratório Ambiental). Enfim, matérias de conteúdo específico para que os produtores rurais possam se manter bem informados. Uma criação muito curiosa faz parte do "Antes da Porteira" desta edição: a criação de serpentes! Desde 1996, o produtor de canade-açúcar trabalha com a comercialização de toxinas. Mas a paixão pelo negócio já é tão grande, que agora a criação já virou hobby e as "bichinhas" são tratadas como animais de estimação. Vale a pena conferir! Boa leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros -- Março de 2007 Revista Canavieiros Março de 2007 03
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Pequenos produtores investem em Tecnologia Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Bons preços praticados na safra passada alavancam venda de máquinas e equipamentos Oscar Bisson Pag. 22 DESTA DESTA QUES Entrevista Pag. 24 Pag. 25 Fábio Meirelles Presidente da FAESP, Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/SP e 1º Vice-Presidente da CNA. Pag. 05 Ponto de Vista Arnaldo Jardim CULTURAS DE Pag. 30 ROTAÇÃO Pag. Notícias 08 10 Copercana Copercana Seguros amplia produtos e filiais Pag. Pag. Notícias Pag. COLABORAÇÃO: DMB Máquinas e Equipamentos Agrícolas Ltda COMERCIAL E PUBLICIDADE: Daniella Felício revistacanavieiros@copercana.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Artur Sandrin, Carla Rossini, Daniella Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva, Tatiana Sicchieri. 35 IMPRESSÃO: CULTURA São Francisco Gráfica e Editora CLASSIFICADOS 6.500 exemplares 36 TIRAGEM: Pag. 38 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, 16 Cocred Antonio Eduardo Tonielo é reeleito presidente da Cocred Pag. Antes da Porteira 26 Produtor rural concilia na mesma propriedade, lavoura O mundo das cobras PRAGAS E DOENÇAS AGENDE-SE 12 Canaoeste Canaoeste realiza ciclo de reuniões abordando planejamento e crescimento FOTOS: Felicio, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Pag. Notícias 34 DIAGRAMAÇÃO: Carla Rossini INFORMAÇÕES Pag. SETORIAIS 28 Pag. PROJETO GRÁFICO E Rafael Mermejo REPERCUTIU Deputado federal (PPSSP) e Membro da Frente Nacional do Cooperativismo Pag. de cana-de-açúcar a um serpentário com mais de mil cobras 04 Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 OUTRAS LEGISLAÇÃO EQUIPE DE JORNALISMO: Revista Canavieiros - Março de 2007 Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311
  • 5. Entrevista Fábio Meirelles Presidente da FAESP Presidente do Conselho Deliberativo , do Sebrae/SP e 1º Vice-Presidente da CNA. Perfil Fábio Meirelles é um dos mais importantes líderes rurais que surgiu no Brasil nos últimos 50 anos e seu trabalho já beneficiou toda a agricultura nacional. Seu curriculum é enriquecido por funções representativas de eleição, cargos públicos, atividades políticas, empresariais, condecorações, títulos de cidadão, comendas, troféus, medalhas, obras publicadas, missões no exterior, palestras em congressos. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais, exerceu os cargos de Presidente do Banco Nacional de Crédito Cooperativo - BNCC, Presidente do Instituto do Café do Estado de São Paulo e Diretor do BADESP. Chefiou Delegação de empresários brasileiros junto à OIT. Inúmeras conferências e participações nacionais e internacionais. Eleito Deputado Federal por São Paulo, em 1990, integrou as Comissões de Agricultura e Política Rural; Economia, Indústria e Comércio; Defesa Nacional; Constituição e Justiça e Orçamento. Iniciou sua participação na liderança do setor agropecuário nos idos de 1948, na antiga FARESP, fundada há mais de 60 anos por Íris Meinberg e presidida sucessivamente por Clóvis Salles Santos, Luiz Emanuel Bianchi, Odilo Antunes Siqueira e, desde 1975 por Fábio Meirelles, já com a denominação de FAESP -Federação da Agricultura do Estado de São Paulo. Acumula, ainda, a 1º Vice-Presidência da CNA- Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, órgão sediado em Brasília e a Presidência do Conselho Administrativo do SENAR/SP - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em São Paulo, desde 1993. É, ainda, o Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE/SP. Eficiente administrador rural, Fábio Meirelles com seu trabalho tornou-se proprietário de várias fazendas no Estado de São Paulo, onde produz café, milho, sementes, soja, com altos níveis se produtividade. É ainda criador de gado de corte, de leite e de cavalos, não se descuidando em todas fazendas da defesa ambiental. Há mais de quarenta anos desbravou e desenvolve atividade agropecuária no Altiplano Central, no único ponto do Estado de Minas Gerais que toca no Distrito Federal. Foi agraciado com uma centena de títulos de cidadania de municípios do estado de São Paulo e de outros Estados brasileiros. Natural de Cajuru, interior paulista, é casado com a professora Ivelle, tem sete filhos e quatorze netos. Ousadia e visão de futuro Carla Rossini A agricultura energética vem ganhando destaque nos últimos anos, sendo considerada o novo motor propulsor da agricultura. Devese salientar que não há riscos de desequilíbrios e do estabelecimento do dilema produção de alimentos ou biocombustíveis, desde que estejamos amparados por uma política de longo de prazo, que promova as duas atividades simultaneamente. O Brasil tem crescido menos que a economia mundial e tem uma dívida social para resgatar, e uma das alternativas para isso é acompanhar a evolução do conhecimento tecnológico no âmbito de um plano de desenvolvimento nacional, contemplando as oportunidades do cenário global e as necessidades da nação brasileira, a fim de garantir as condições de sustentabilidade social, econômica e ambiental. A agricultura brasileira ocupa apenas 7% do território brasileiro, dispondo de mais 120 milhões de hectares aptos para introduzir no processo produtivo sem ter que exercer nenhuma pressão sobre o meio ambiente. Temos todas as possibilidades de produzir alimentos e biocombustíveis tanto para o mercado interno quanto para o externo, com custos extremamente competitivos. O Brasil tem todas as condições para desenvolver ainda mais a sua agropecuária, assumindo um papel de liderança mundial na produção e na exportação de alimentos, fibras e biocombustíveis. Para tanto, alguns importantes ajustes na política econômica e agrícola são necessários para que o País realmente possa usufruir desse potencial. É preciso ter ousadia e visão de futuro, investimento e planejamento em consonância com as potencialidades brasileiras. O texto acima é do presidente da FAESP, do Conselho Deliberativo do Sebrae/SP e 1º Vice-Presidente da CNA, Fábio Meirelles que concedeu entrevista a Revista Canavieiros. Segue a íntegra da entrevista: Revista Canavieiros - Março de 2007 05
  • 6. Entrevista Revista Canavieiros: Como tem sido o desempenho da agropecuária brasileira? Fábio Meirelles: A agropecuária perdeu renda em três safras sucessivamente. A renda da agropecuária caiu de R$ 153 bilhões em 2005 para R$ 148 bilhões em 2006, representando uma redução de 3%. Contribuíram para este resultado a ausência de uma política ampla de garantia da produção e sustentação da renda, ou mesmo de amortecimento dos desajustes da política macroeconômica. Entre as medidas emergenciais para reverter este quadro está a implementação de um modelo de gestão compartilhada do seguro rural, com ampla cobertura de culturas e regiões, a exemplo do modelo adotado por Espanha e Estados Unidos. Revista Canavieiros: Qual é o papel que a agricultura paulista desempenha para o desenvolvimento da agricultura nacional? Fábio Meirelles: A agricultura paulista desempenha um importante e decisivo papel, pois algumas das cadeias de produção mais dinâmicas e intensivas na utilização de mão-de-obra estão presentes no Estado, a exemplo da laranja, cana-de-açúcar, carne bovina, leite, café, milho e ovos. Além de dinâmica, diversificada e pioneira na adoção de novas tecnologias, a agricultura paulista é precursora no desenvolvimento dos biocombustíveis: novo direcionador de crescimento e de investimentos na agricultura brasileira. Cabe mencionar também que há uma sólida agroindústria no Estado, voltada tanto para a comercialização externa, quanto interna, fortemente ligada a outras regiões importantes da agricultura nacional. Por tudo isso, a agricultura paulista exerce um papel fundamental na manutenção do equilíbrio e diversificação da economia agrícola nacional, bem como na indução à utilização de novas tecnologias nas demais regiões do País. Revista Canavieiros: Para o ano de 2007, quais são as perspectivas? Quais serão os maiores desafios que os agricultores devem enfrentar ao longo desse ano? Fábio Meirelles: O ano de 2007 tem tudo para trazer um pouco mais de alento aos agricultores e pecuaristas brasileiros. 06 Revista Canavieiros - Março de 2007 A perspectiva favorável de elevação da rentabilidade agrícola é devida à conjunção de dois fatores: primeiro, a elevação dos preços de importantes commodities e, segundo, a redução dos custos de produção. Todavia, mesmo que as perspectivas mais otimistas se materializem, a agropecuária não voltará, em curto prazo, a demonstrar o mesmo ritmo de crescimento apresentado até o início do governo Lula, uma vez que os produtores terão de recuperar renda. Nesse sentido, 2007 ainda será um ano de ajuste no setor, que ainda não se readaptou ao novo patamar do câmbio, mas, com certeza, ventos bem melhores sopram em favor da agropecuária neste ano. Revista Canavieiros: O cenário político que se apresenta deve ajudar a agricultura? Fábio Meirelles: O cenário político apresenta-se bastante instável e marcado por negociações políticas, uma vez que a Câmara Federal, que teve sua imagem fortemente maculada na legislatura passada, foi recentemente empossada e a gestão da Pasta da Agricultura a ser implementada pelo novo Ministro da Agricultura ainda é uma incógnita. Diante do que a agricultura brasileira representa para País e das dificuldades a que foi exposta nos últimos anos, era de se esperar políticas públicas que fortalecessem o setor. No entanto, teremos uma definição mais clara do cenário político nos próximos 60 dias, mas fica a expectativa que a grandeza da agricultura e o interesse nacional se sobrepujem às questões político-partidárias ou ideológicas. Revista Canavieiros: Como o senhor vê o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) anunciado recentemente pelo presidente Lula? Fábio Meirelles: O PAC é um programa que visa promover a aceleração do crescimento por meio da desoneração e incentivo à iniciativa privada, aumento dos investimentos públicos e aperfeiçoamento da política fiscal. O pacote é positivo, pois se preocupa com um dos principais gargalos do Brasil, a deficiência de infraestrutura. Todavia, entendemos que a reformulação das políticas públicas voltadas ao setor agropecuário deve ser também objeto das medidas propostas. Priorizar o setor agropecuário nos programas de estímulo ao crescimento potencializaria os benefícios dos investimentos em infra-estrutura e irradiaria o desenvolvimento em segmentos econômicos interligados, notadamente, no interior do Brasil. Revista Canavieiros: Quais serão as principais atividades que o Sistema Faesp-Senar estará desenvolvendo em 2007? Fábio Meirelles: Serão inúmeras as atividades, mas podemos dizer que a FAESP se fará presente em todos os momentos em que se fizerem necessários para representar e defender os interesses da classe produtora rural junto aos poderes públicos federal, estadual e municipal, que diretamente ou indiretamente possam fomentar medidas de apoio a sustentabilidade do agronegócio e a melhoria de vida no meio rural. Também coordenaremos e elaboraremos estudos dos mais diversos assuntos com vistas a subsidiar e promover, junto aos setores público e privado, a implantação de ações em benefício das atividades agropecuárias e do produtor rural paulista e ainda estaremos levando até o produtor rural todas as informações referentes as obrigações tributárias, previdenciárias, técnicas, trabalhistas e sociais. Continuaremos cuidando do aprimoramento do segmento dos leiloeiros rurais, da defesa agropecuária e fito sanitária, realizando campanhas para vacinação dos rebanhos e erradicação de doenças, da defesa do meio ambiente, além
  • 7. Entrevista de celebrar convênios com os poderes os trabalhadores rurais de todo o setor sucedido do mundo. Ou seja, a expansão municipal, estadual e federal e realizar sucroalcooleiro desde o plantio à colhei- do setor é uma conseqüência do sucesso parcerias para a realização de ações que ta, do transporte da matéria prima à fa- alcançado, e só pode ser enaltecida. Por visem o incremento do setor. Também bricação do açúcar e álcool. Inicialmen- outro lado, faz-se necessário monitorar o promoveremos, quando couber, a solu- te, os treinamentos estão sendo desen- desenvolvimento da cultura e impedir que ção por meios conciliatórios, dos volvidos com os profissionais da colhei- alguns riscos comprometam o seu ciclo dissídios ou litígios concernentes às ati- ta da cana-de-açúcar. O Programa Cana de expansão. Para tanto, algumas medividades compreendidas em nosso âmbi- Limpa, diante do seu grande sucesso, já das de apoio e fomento devem ser to de representação. está sendo adotado por outros estados adotadas, tais como: o incentivo à rotaNeste ano, estamos implantando a brasileiros, como Rio de Janeiro, Mato ção de culturas e uma adequada alocação Atuação Estratégica 2007- 2010 para o Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas. E espacial das novas lavouras e usinas, bem Sistema FAESP-SENAR-AR/SP, que tem diversos outros estados da federação como a um melhor acompanhamento da como seu grande objetivo “manter o solicitaram os materiais didáticos para questão ambiental e social, até porque homem no campo, contribuindo com seu aperfeiçoamento de seus técnicos. essa atividade hoje é muito visada e o desenvolvimento e prosperidaBrasil, atualmente, enfrenta "O Brasil tem crescido menos que a econo- competidores que procuram de”. Esta ação foi aprovada em mia mundial. Em 2006, o PIB brasileiro Assembléia Geral, ocasião em foi flancos abertos para minar o cresceu 2,9%, enquanto a economia mundial nosso potencial de expansão e entregue um questionário que cresceu 3,9%. Dos países apontados como teve o objetivo de identificar e competição internacional. futuras potencias, o Brasil é que tem apresenlevantar as forças, oportunidades e adequações necessárias tado o pior desempenho. Países como AustráRevista Canavieiros: O às entidades do Sistema FAESP- lia e Nova Zelândia, com economia fortemen- que deve ser feito pelo poder SENAR/Sindicatos. Depois de te baseada na agropecuária, mostram que o público para incentivar a geração de renda e empregos no tabuladas as respostas recebiBrasil pode se desenvolver muito mais campo? das foram identificadas as direalicerçado no setor primário". Fábio Meirelles: É imprestrizes estratégicas para a FAESP Segundo avaliação da instituição, en- cindível o estabelecimento de uma políe SENAR-AR/SP, tomando-se por base as referidas informações recebidas de tre os principais resultados aferidos para tica agrícola plurianual, que mitigue os o trabalhador estão à melhoria da auto- efeitos das políticas macroeconômicas toda a rede sindical. No momento, as diretrizes propostas estima, a valorização como pessoa que e que assegure produção e renda aos estão sendo objeto de discussão e vali- passa a se sentir como um elo funda- produtores. Um dos programas mais imdação junto às bases sindicais, por meio mental de um segmento importante para portantes é o do seguro rural, que atuala economia do País. A conseqüência dis- mente carece de ajustes e de recursos das oficinas participativas regionais. No total de cursos das áreas de For- so é que o cortador de cana ganha um para garantir renda e não apenas indenimação Profissional e Promoção Social, o novo status, se valoriza, passa ser um zação contra sinistros. Outras ações SENAR-AR/SP já contabiliza mais de um profissional do corte. Se do ponto de prioritárias seriam: a) manter a tranqüilidade e a paz no milhão de atendimentos. Em 2007, a atu- vista do trabalhador, uma maior ação da instituição continuará marcante, conscientização produz bons frutos, o campo; b) investir em extensão rural, defepor intermédio de seus 300 cursos de mesmo acontece em relação às usinas, Formação Profissional, como: Proleite, que têm diminuído o número de aciden- sa agropecuária, pesquisa e desenvolJovem Aprendiz, Empresário Rural, Tu- tes de trabalho, porque os profissionais vimento de novas tecnologias; c) rever a incidência tributária sob rismo Rural, Olericultura Orgânica, ficam mais atentos sobre a necessidade Ovinocultura, Cana Limpa, entre outros. do uso dos equipamentos especiais. O o setor produtivo; d) investir e incentivar investimenNa área da promoção social, o aumento da lucratividade também é exSENAR-AR/SP contabiliza 100 cursos, pressivo, pois os cortadores aprendem tos nas áreas de infra-estrutura de transentre eles o Programa Promovendo a Saú- o ponto certo do corte, não deixando no porte e logística de apoio à atividade de no Campo, de medicina preventiva, o campo, muitas vezes, a parte nobre da agropecuária; e) consolidar a agropecuária, insePrograma de Alfabetização para Trabalha- planta. rindo os micro e pequenos produtores dores Sem Escolaridade, oriundos da Revista Canavieiros: Como o senhor rurais no mercado; zona rural, Ciranda de Esporte e Lazer Rural, Mutirões da Cidadania no Campo. vê a expansão do setor canavieiro? f) praticar juros reais compatíveis Fábio Meirelles: A expansão é positi- com a atividade agropecuária e g) não permitir que abruptas osciRevista Canavieiros: O que é o pro- va, resultante do investimento em pesgrama Cana Limpa e qual a sua impor- quisa e tecnologia, da dedicação e do tra- lações do câmbio afetem a produção. A tância para a cadeia produtiva da balho do setor, ao longo dos anos, na geração de emprego e renda no campo cana-de-açúcar? produção de açúcar e álcool de qualida- depende de um cenário favorável aos inFábio Meirelles: O Programa Cana de, a baixos custos, culminando no pro- vestimentos, o que passa pela atenção a Limpa do SENAR-AR/SP visa capacitar grama de energia renovável mais bem todos esses pontos citados. Revista Canavieiros - Março de 2007 07
  • 8. Ponto de Vista Os desafios do cooperativismo S empre enalteço os benefícios do "verdadeiro cooperativismo", por acreditar no seu potencial de transformar sonhos em realidade e alterar um círculo vicioso de desemprego, falta de oportunidades e perpetuação da pobreza. Uma certeza, resultado da experiência na elaboração de uma lei estadual (nº 12.226/ 06), que estabeleceu os alicerces para auxiliar o pleno funcionamento do setor e sua necessária expansão, além de disseminar os verdadeiros princípios que regem o cooperativismo. Um desafio e tanto, dada à incompreensão, por parte dos órgãos públicos, somada ao uso indevido da denominação "cooperativismo" por empresas de fachada, que muito deturparam seu papel social e econômico. Agora, o desafio é lutar por uma nova legislação federal, pois a atual, já ultrapassada, acaba por engessar seu crescimento e abre brechas importantes de intervencionismo por parte do governo, haja vista o projeto de lei nº 7009/06, apresentado pelo Executivo. Diante disso, ingressei na Freencoop Nacional e participei do lançamento da Agenda do Legislativo promovida em conjunto com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) que trata das principais reivindicações dos treze ramos de atividade do setor, no sentido de solucionarmos arcabouços jurídicos que dão margens a interpretações equivocadas dos princípios que regem o cooperativismo. Primeiramente, precisamos de uma nova lei cooperativista para dar o adequado tratamento ao Ato Cooperativo, seja no âmbito tributário/ fiscal, na participação em licitações públicas e nas relações de trabalho. A definição do Ato Cooperativo é de suma importância, pois para o Fisco o ato cooperativo apenas existe entre o associado e a cooperativa e entre esta com o associado, em caso de uma simples contratação da cooperativa com terceiros, acreditam que estas deveriam contribuir com PIS/Cofins e ISS. Outro ponto que merece ser destacado, do ponto de vista previdenciário, foi à instituição da contribuição de 15%, a cargo do tomador de serviços, sobre o total da nota fiscal ou fatura de serviços emitida pela cooperativa. É sabido, que a nota fiscal de serviços emitida pela cooperativa de trabalho, por exemplo, engloba outros valores além da remuneração do cooperado, sendo assim, essa prática pode não apenas inviabilizar a contratação de cooperativas, como também acarretar multas indevidas. No caso das cooperativas de produção, para equilibrar o sistema de custeio da seguridade social, o INSS determinou que estas devem recolher a "cota patronal" de 20%, numa equiparação equivocada com as empresas em geral, mesmo que estas não pratiquem as mesmas atividades. Neste caso, diante do cunho social dessas cooperativas, poderíamos estender a isenção da cota patronal, a exemplo do que acontece com as entidades filantrópicas. No campo, precisamos lutar pela regulamentação das atividades das cooperativas de eletrificação rural, adequando o seu caráter de prestadora de serviço público de energia elétrica com os interesses e investimentos dos cooperados, além da reativação do fundo de estabilidade do seguro social para as cooperativas agrícolas. Em meio aos juros estratosféricos praticados pelo mercado, a regulamentação do sistema nacional de crédito cooperativo é uma alternativa exeqüível de linhas de créditos mais acessíveis à população. Assim como, a criação de programas de fomento de cooperativas habitacionais poderia mitigar a ausência de políticas públicas de combate ao crescente déficit de moradias. Na área da saúde, existe também a necessidade de uma lei específica para as empresas de assistência médica domiciliar. Em suma, estes são alguns pontos que tangem meu compromisso com a defesa e o crescimento do cooperativismo no Brasil. Sei da dificuldade de implementar todos estes pontos, pois muitos deles estão em discussão há anos no Congresso Nacional, mas tenho o respaldo dos mais de 7,6 mil cooperativas registradas na OCB, com mais de 7,3 milhões de associados, presentes em mais de 1,7 mil municípios e que movimentam 6% do PIB brasileiro. Arnaldo Jardim Deputado federal (PPS-SP) e Membro da Frente Nacional do Cooperativismo e-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.br - site: www.arnaldojardim.com.br 08 Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 9. Artigo Novos cálculos e velhos problemas O IBGE mudou a forma de calcular o PIB (Produto Interno Bruto) e, dessa forma, revisou os números do crescimento da economia brasileira a partir de 2000. O governo alega que a nova fórmula leva em consideração fatores que antes ficavam fora da conta, como pesquisas com indicadores da indústria, comércio, serviços e do orçamento familiar. Os novos resultados apontam que, de 2003 a 2005, o crescimento médio da economia foi um pouco além do divulgado até então: de 2,5% passou para 2,8%. Os cálculos referentes a 2006 ainda não foram divulgados, mas o número deve ser levemente maior do divulgado pelo próprio IBGE há algumas semanas, de 2,9%. Com a nova fórmula de cálculo, o Manoel Carlos de crescimento de 2,3% em 2005, que colocou o Brasil numa situação de inferioridade perante os demais países da América Latina, chegou a 2,9%. Não muda muita coisa, mas deixa o governo menos longe da meta de crescimento próxima dos 4,5% e cria no país a sensação do "menos pior", apesar dessa expressão soar estranho aos ouvidos: o crescimento melhorou um pouco, apesar de continuar pífio. A atividade agropecuária, apesar das crises, ainda resiste. De 2000 a 2004, o crescimento foi de 90%, passando de R$ 60,7 bilhões para R$ 115,2 bilhões, com destaque para a agricultura. No entanto, a participação no PIB que era de 7,4% em 2003 caiu para 5,6% em 2005. E os preços dos produtos, que em 2003 tiveram um crescimento de 21,8%, caíram 10% em 2005 e esse dado se refere à perda de renda no campo e o prejuízo para os agricultores. Assim, apesar da atualização na fórmula de cálculo e a revisão para cima nos números do PIB a partir de 2001, os problemas continuam os mesmos ou até pioraram. Governo e sociedade devem prestar atenção nos detalhes dos números divulgados pelo IBGE. A taxa de investimentos, por exemplo, caiu de 20,6% para 16,3% do PIB em 2005. E investimentos são o fermento para fazer a economia crescer. E os motivos para essa anemia crônica já são velhos conhecidos, carga tributária alta, câmbio desfavorável, falta de investimentos em infra-estrutura e mecanismos de estímulo ao setor produtivo. Apesar do diagnóstico conhecido, não conseguimos atacar as causas do baixo crescimento. A atividade produtiva até pode resistir braAzevedo Ortolan* vamente e crescer, mas vai perder ritmo e fôlego ao longo do tempo e das safras. O bom resultado do setor, expresso pelos recordes na balança comercial do agronegócio, é puxado pelo excelente desempenho do setor sucroalcooleiro, por exemplo, que está em seu melhor momento, mas que depende também de investimentos em infra-estrutura como as demais cadeias. O Programa de Aceleração do Crescimento, anunciado há dois meses, ainda não começou a ser discutido no Congresso e o governo ainda enfrenta o processo de definição de nomes para ministérios importantes e estratégicos, mesmo depois de cinco meses do resultado das eleições. Isso demonstra que o país precisa ter mais agilidade para começar a resolver problemas crônicos e antigos. Caso contrário, o setor produtivo pode perder totalmente o fôlego e chegar ao último suspiro. *presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) Revista Canavieiros - Março de 2007 09
  • 10. Notícias Copercana Copercana Seguros amplia produtos e filiais Carla Rossini Líder no mercado em Sertãozinho, a Copercana Seguros cresce em média 47% ao ano em volume de negócios E m 2001, a Copercana decidiu aumentar a gama de serviços que oferecia aos seus cooperados. O objetivo era criar uma empresa que oferecesse todos os tipos de seguros e conseguisse atender as necessidades dos cooperados e futuros clientes. Assim surgiu a Copercana Corretora de Seguros, que hoje disponibiliza várias modalidades de seguros aos seus clientes. E de lá para cá, o resultado se traz em números: o crescimento médio do volume de negócios é de 47% ao ano. Para oferecer as melhores soluções em apólices e o melhor serviço de consultoria nas modalidades de seguros, a Copercana Seguros conta com uma equipe de profissionais altamente especializada, segmentada em ramos. "Aqui, o cliente consegue obter preços accessíveis e condições de pagamento diferenciadas. Tenho certeza que ele sai satisfeito", afirma a encarregada da Copercana Seguros, Maria Eulália Martelo. Além da matriz em Sertãozinho, a Copercana Seguros possui filiais em Pontal, Pitangueiras, Morro Agudo e Viradouro. Mas o objetivo é ampliar o atendimento. Segundo o gerente Paulo Calixto, até o final de 2008, sete novas filiais entrarão em funcionamento. "Temos que expandir nosso atendimento para as cidades de abrangência da Copercana e, assim, atender todos os nossos cooperados", explica Paulo. As cidades escolhidas são: Batatais, Uberaba, Ribeirão Preto, Serrana, Severínia, Barretos e Frutal. No caso de sinistro, a Copercana Seguros está sempre em busca de sim10 Revista Canavieiros - Março de 2007 plificar as operações e eliminar burocracias. "Procuramos atender o mais rápido possível o cliente para deixá-lo numa situação mais confortável", explica Eulália. Foi assim que a Copercana Seguros ganhou a total confiabilidade da Bortolot Sistemas Elétricos Ltda que é cliente do Seguro Empresarial, Seguro Frota e Seguro de Vida em grupo. "Faço questão de destacar o excelente atendimento e os bons preços e condições de pagamento que a Copercana Seguros pratica. A confiança é tamanha que não nos preocupamos quem será a seguradora. Temos total confiança na corretora", explica Devanir Bortolot, proprietário da Bortolot Sistemas Elétricos. Ele conta que quando precisou acionar o seguro foi sempre muito bem atendido, sem burocracia e com muita agilidade. "Um dos nossos veículos se acidentou em Minas Gerais. O local era de difícil acesso e com poucos recursos. Liguei para a Copercana Seguros e fiquei surpreso quando soube que em pouco tempo já estava tudo resolvido. A cobertura foi total e não demorei para ser ressarcido. É essa agilidade e segurança que o cliente procura", finaliza Devanir. Devanir Bortolot (proprietário da Bortolot Sistemas Elétricos) clientes. Com as melhores taxas do mercado, a Copercana Seguros oferece cobertura a automóveis nacionais e importados, além de assistência com profissionais especializados que agilizam os procedimentos necessários com menor burocracia na liquidação de sinistros. A Copercana Seguros também oferece cobertura para caminhões em geral com descontos especiais para caminhões canavieiros. » Seguro de Vida Individual: garante assistência para a família do segurado em caso de falecimento e o amparo aos seus beneficiários. Veja porque a Copercana Seguros cresce em média 47% ao ano: » Seguro Residencial: protege seu patrimônio contra incidentes das mais diversas naturezas e origens, como vendavais, inundações, incêndios, raios, explosões, danos elétricos e roubos. » Seguro Auto Copercana: existe para dar tranqüilidade e segurança aos » Seguro de Equipamentos Agrícolas: quem trabalha no campo, sabe o
  • 11. Notícias Copercana valor de uma boa colheita. E para colher bons resultados, é preciso equipamentos eficientes, que estejam sempre prontos a atender as necessidades. Com o Seguro de Equipamentos Agrícolas, o cliente conta com especialistas na área de sinistro e a garantia de reposição rápida do bem para agilizar o trabalho na lavoura. » Seguro de Vida Fazenda: o empresário pode fazer um seguro de vida diferenciado, que abrange os seus funcionários de vários níveis. Por ser um seguro coletivo, tem custo reduzido. Em caso de falecimento do titular, seus beneficiários estarão amparados. » Seguro Multi-Risco Rural: seja qual for o tamanho da propriedade, ela cabe no plano de Seguro Multi-Risco Rural. Casa, gado, entre outros, estarão protegidos. A Copercana Seguros oferece cobertura total. » Seguro Colheita Garantida: não há como controlar fenômenos da natureza, mas existe uma maneira de garantir que a lavoura trará bons resultados: o Seguro Colheita Garantida. A Copercana Seguros se compromete em garantir a rentabilidade da produção de acordo com o valor contratado com a seguradora. » Seguro Incêndio Canavial: uma conquista alcançada com muito trabalho não deve se perder do dia para a noite. Mas isso pode acontecer com o canavial. Pensando nisso, a Copercana Seguros oferece um plano que protege sua lavoura contra incêndios de qualquer natureza. O Seguro Incêndio Canavial cobre a área segurada, indenizando os custeios dos cortes da área declarada pelo produtor. » Seguro Frota Copercana: ele existe para proteger a frota da sua empresa. Não importa a composição que ela tiver: automóveis, caminhões, motos, rebocadores, etc. O preço é bastante acessível. ***Descontos especiais para caminhões exclusivamente canavieiros. » Seguro de Vida em Grupo: a empresa que tem Seguro de Vida em Grupo possibilita ao funcionário a oportunidade de garantir amparo à sua família por um valor diferenciado. Assim, os familiares do segurado têm condições de se recuperar de um momento delicado, garantindo inclusive assistência funeral. O empresário pode optar pelos padrões: Capital escalonado; Capital fixo e Múltiplo salarial. » Seguro Copercana Empresarial: ser empresário é ter uma série de atividades para gerenciar. E para isso, é preciso a tranqüilidade que o Seguro Copercana Empresarial oferece com uma série de produtos exclusivamente para atender às necessidades da empresa, seja ela uma microempresa ou uma multinacional. O empresário pode assegurar o seu patrimônio contra fenômenos da natureza, lucros cessantes, roubos e responsabilidade civil. Revista Canavieiros - Março de 2007 11
  • 12. Notícias Canaoeste Canaoeste realiza ciclo de reuniões abordando planejamento e crescimento N o final do mês de fevereiro e início do mês de março, os gerentes do Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo de Almeida Nogueira e Cléber Moraes, realizaram um ciclo de palestras técnicas com o objetivo de discutir com os associados, questões relacionadas ao planejamento de plantio e à expansão do setor sucroalcooleiro. As palestras foram ministradas nos municípios de Severínia, Barretos, Colina, Morro Agudo, Viradouro, Pitangueiras, Bebedouro, Cravinhos, Pontal e Sertãozinho. Sempre contando com a presença dos associados das cidades e de suas regiões. Nas palestras ministradas pelo consultor agronômico, Cléber Moraes, o foco principal foi apresentar aos produtores rurais a grande oportunidade de crescimento que vive o setor sucroalcooleiro, que consiste no acompanhamento dos fornecedores de cana em direção as novas unidades indus- triais que estão sendo construídas. Já o engenheiro agrônomo Gustavo Nogueira, falou sobre a importância financeira do planejamento no plantio de cana. Na palestra, ele falou sobre o estudo prévio das variedades que melhor se adaptam aos diferenGustavo Nogueira (Canaoeste), José Cristovão Momesso (Cia Energética São José) e Carlos (FMC) tes ambientes de produção, dando um destaque ao manejo da cana-de-açú- pelo seu administrador, Marcos Lopes car como um dos principais intens den- Fernandes. As reuniões também contatro do planejamento agrícola. ram com o apoio da DuPont e FMC Durante as reuniões, os associados da Canaoeste também tiveram a oportunidade de ouvir técnicos da área agrícola de diversas unidades industriais da área de abrangência da associação. Também foi apresentado um panorama atual da estrutura do Hospital Netto Campello Bebedouro 12 Revista Canavieiros - Março de 2007 “A participação do fornecedor nas reuniões técnicas é de fundamental importância para que ele se mantenha atualizado sobre as oportunidades que estão surgindo dentro da atividade canavieira”, afirmou o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan. Colina
  • 13. Notícias Canaoeste Produtores participam de encontro na Feicana Cristiane Barão Evento reuniu cerca de 300 participantes O 7º Encontro Regional de Produtores de Cana realizado pela Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) no último dia 8 contou com cerca de 300 participantes. O evento fez parte da programação da Feicana, realizada em Araçatuba entre os dias 6 e 8 de março. De acordo com o presidente da organização e da Canaoeste, Manoel Ortolan, o objetivo desses encontros é oferecer aos fornecedores vinculados às associações filiadas informações e subsídios necessários para o aperfeiçoamento da atividade e para o fortalecimento dos produtores dentro do agronegócio da cana. Segundo Ortolan, as perspectivas também são positivas para os produtores de cana, desde que estejam preparados e organizados para enfrentar as exigências e as condições de um mercado cada vez mais profissionalizado e exigente. “O caminho mais viável e seguro para os fornecedores é integrar as associações e cooperativas, porque elas têm os instrumentos para o fortalecimento do produtor, para defender seus interesses e garantir uma boa produção, comercialização e inclusão no mercado”, ressaltou. O encontrou contou com dois palestrantes. O primeiro foi o vice-presi- dente de operações da Dedini, José Luiz Olivério, que abordou a evolução do setor da agroindústria da canade-açúcar. De acordo com Olivério, hoje estão em operação 357 usinas, número que chegará a 455 em 2010. “Atualmente, 43 usinas estão em fase de montagem, 55 em fase de projeto e há 189 em estudos. Das que estão em fase de projeto, a maior parte já está aprovada e já começou a par- Manoel Ortolan coordenou os trabalhos durante o evento te agrícola”, disse. Segundo ele, a produção brasileira de álcool poderá crescer também a partir da utilização do bagaço e da palha, que representam 2/3 da energia que pode ser gerada pela cana. Um terço restante corresponde ao caldo. Segundo ele, uma tonelada de cana limpa corresponde a 1,2 barris de petróleo em potencial de energia. “Perdemos 500 mil barris por dia em termos de energia com a não-utilização da palha e do bagaço”, diz. O segundo palestrante foi Cláudio Piquet, da trading Glencore, sobre o mercado internacional de açúcar e álcool. De acordo com ele, há dúvidas se o Brasil irá exportar este ano o mesmo volume de álcool do ano passado, cerca de 3 bilhões de litros, já que os Estados Unidos, que são os nossos maiores compradores, devem aumentar a produção de etanol a partir do milho. Segundo ele, a uniformização das alíquotas de ICMS sobre o álcool hidratado, que hoje variam de 12% a 30% entre os Estados, poderia impulsionar o mercado interno, já aquecido pelos carros flexíveis. Em relação ao açúcar, deve haver aumento na produção mundial. Piquet não acredita que o preço do açúcar tenha grande expansão a curto prazo. Produtores de cana e profissionais da imprensa lotaram o pavilhão onde foi realizado o encontro Revista Canavieiros - Março de 2007 13
  • 14. Notícias Canaoeste Consecana Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº. 17/06 DATA: 28 de fevereiro de 2007 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito do ajuste parcial da safra 2006/2007. O preço médio do kg de ATR para o mês de FEVEREIRO é de R$ 0,3471. Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, nos meses de MAIO de 2006 a FEVEREIRO de 2007 e acumulados até FEVEREIRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e VHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO de 2006 a FEVEREIRO de 2007 e acumulados até FEVEREIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes: 14 Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 15. Notícias Canaoeste Metodologia Consecana N a edição janeiro e fevereiro de 2.007, propusemo-nos a fazer uma série de artigos sobre a metodologia CONSECANA. Nestas duas edições explicamos: *Cléber Moraes 1-) Como calcular o valor do ATR de cada produto; 2-) Calcular o Mix de Produção; 3-) Calcular o Preço Médio do ATR. Para fazer estes cálculos utilizamos os fatores de conversão de ATR em açúcar ou álcool. Os fatores de conversão são os seguintes: · São necessário 1,0495 Kg de ATR para produzir-se 1 Kg de Açúcar Branco; · São necessário 1,0453 Kg de ATR para produzir-se 1 por Kg de Açúcar VHP; · São necessário 1,7651 Kg de ATR para produzir-se 1 litros de Álcool Anidro; · São necessário 1,6913 Kg de ATR para produzir-se 1 litros de Álcool Hidratado. Mas “Como são definidos os fatores de conversão de ATR em açúcar ou álcool”: 1-) Fatores do Açúcar: Em 0,95 Kg de sacarose (açúcar puro) temos 1 Kg de ATR. O açúcar branco vendido no supermercado contém 99,7% de açúcar e 0,3% de impurezas. Assim em um saco de 100 Kg de açúcar branco temos 99,7 Kg de sacarose (ou açúcar puro). Se dividirmos 99,7 Kg de sacarose por 0,95, teremos 104,95 Kg de ATR em 100 Kg de açúcar branco ou 1,0495 Kg de ATR por Kg de açúcar branco. No caso do açúcar VHP temos 99,3% de sacarose e 0,7% de impurezas, assim temos 1,0453 Kg de ATR por Kg de açúcar VHP. 2-) Fatores do álcool: A levedura é um microorganismo colocado junto ao mosto que é a mistura de caldo de cana e melaço que sobrou da fábrica de açúcar. A levedura utiliza o ATR para se multiplicar, crescer e produzir novas células e para transformá-lo em álcool. Se a levedura utilizasse o ATR apenas para produzir álcool 1 Kg de ATR produziria 0,6503 litros de Álcool Anidro ou 0,6786 litros de álcool hidratado, mas, como parte do ATR é utilizado para a própria multiplicação da levedura, 12% do ATR vira levedura. Depois de ter transformado o ATR em álcool perdendo 12% deste ATR, a levedura é separada do que chamamos vinho, isto é, o açúcar do caldo da cana e do melaço já transformado em álcool misturado à água, que será destilado. Na destilação, que separa o álcool do resto (vinhaça) ocorre uma perda de 1% que vai junto com a vinhaça. Assim temos: 1 Kg de ATR = 0,6503 x (1 - 0,12) x (1 – 0,01) = 0,5665 litros de álcool anidro por Kg de ATR ou 1,7651 Kg de ATR por litro de álcool anidro. 1 Kg de ATR = 0,6786 x (1 - 0,12) x (1 – 0,01) = 0,5913 litros de álcool hidratado por Kg de ATR ou 1,6913 Kg de ATR por litro de álcool hidratado. Como já dissemos, os fatores de conversão funcionam como as cotações do dólar em real: Se um dólar vale R$ 2,15, podemos facilmente converter um moeda na outra. Os fatores de conversão de ATR em açúcar e álcool tem o mesmo papel, ou seja, 1 Kg de açúcar branco vale 1,0495 Kg de ATR; 1 Kg de açúcar VHP vale 1,0453 Kg de ATR; 1 litro de álcool anidro vale 1,7651 Kg de ATR e 1 litro de álcool hidratado vale 1,6913 Kg de ATR. * Cléber Moraes - Consultor da M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda. Assessor de Planejamento e Controle da Canaoeste Revista Canavieiros - Março de 2007 15
  • 16. Notícias Cocred Antonio Eduardo Tonielo é reeleito presidente da Cocred Carla Rossini Cooperativa de crédito distribuiu mais de 21 milhões em sobras aos cooperados N o último dia 19 de março, com a presença de 236 cooperados foi realizada a AGO (Assembléia Geral Ordinária) da Cocred no Cred Clube, em Sertãozinho. Durante o evento foram discutidas e deliberadas as seguintes ordens: prestação de contas da diretoria relativa ao exercício de 2006, destinação das sobras líquidas, eleição da diretoria (mandato 2007 a 2011) e dos membros do conselho fiscal (mandato 2007 a 2008). A chapa presidida por Antonio Eduardo Tonielo foi reeleita. Tonielo terá como companheiros de diretoria os cooperados Manoel Ortolan, Francisco César Urenha, Pedro Esrael Bighetti e João Nilson Magro. Além deles mais seis membros farão parte do conselho fiscal: três efetivos que são Fernando dos Reis Filho; José Mário Paro e João Luiz Balieiro e três suplentes que são Luiz Alberto Consoli; Daniel Annibal e Nilson Armando Sicchieri. Os destaques da assembléia foram os números referente ao crescimento da cooperativa de crédito que Cooperados de toda região prestigiaram a Assembléia José Oswaldo Galvão Junqueira, Márcio Meloni, Francisco C. Urenha, Dr. Clóvis Vanzella, Antônio Eduardo Tonielo, Mário Baggio, Manoel Ortolan e Ismael Perina foi pioneira na obtenção da certificação ISO 9001 e cresceu 1200% nos últimos dez anos. O patrimônio líquido da Cocred que era de R$ 97.659.679,81 em 2005, passou a ser R$ 118.747.555,87 no final de 2006, representando um crescimento de 21,59% em relação ao exercício anterior. O Capital Social também aumentou passando de R$ 41.011.770,71 em 2005 para R$ 46.413.842,01 em 2006 o que representa um crescimento de 13% em relação ao exercício de 2005. As sobras acumuladas durante o exercício foram distribuídas conforme o estatuto da cooperativa e totalizaram 16 Revista Canavieiros - Março de 2007 mais de R$ 21 milhões aos cooperados. "É motivo de muito orgulho ser presidente de uma cooperativa que nasceu pequena e cresceu muito até proporcionar esses números surpreendentes aos cooperados", destacou Tonielo. Ele ainda lembrou que apenas os correntistas de cooperativas de crédito recebem sobras. "Qualquer cooperado que estivesse movimentando seu dinheiro num banco tradicional não estaria hoje recebendo sobras de retorno. Aqui o lucro é do cooperado e não do banqueiro", finalizou. Já o presidente da Cocecrer (cooperativa Central de Crédito Rural do Estado de São Paulo), José Oswaldo Galvão Junqueira (Maninho) lembrou que no cooperativismo a decisão da destinação do dinheiro é do próprio cooperado. "É por isso que devemos apoiar o cooperativismo para que ele se torne cada dia mais forte". Maninho também cumprimentou
  • 17. Notícias Cocred a diretoria pelo brilhantismo que vem desempenhando frente a Cocred. "Fiz questão de estar aqui hoje para cumprimentá-los por esses resultados magníficos", declarou. Perspectivas para 2007 Para 2007 estão previstas inaugurações de mais quatro agências: Frutal, Uberaba, Campo Florido e Ribeirão Preto. Ainda estão previstas as reestruturações e padronizações das agências de Severínia e Barretos. "A meta é estar cada vez mais próximo do cooperado para melhor atendê-lo", disse Márcio Meloni, gerente geral da Cocred. A Cocred também prevê a instalação de terminais de auto-atendimento em todas as agências; implantação de sistema de Gestão de Risco com o objetivo de dar mais segurança ao cooperado; implantação da Antônio Eduardo Tonielo apresentou os bons resultados obtidos pela Cocred em 2006 Ouvidoria para estreitar relacionamento entre cooperado e cooperati- va; carteira de produtos ampliada, entre outros benefícios. Cocred é parceira do programa “Jovem Aprendiz Rural” Carla Rossini R esponsabilidade Social: esse é o motivo que levou a Cocred se tornar parceira do Programa “Jovem Aprendiz Rural” de Batatais. Além da Cocred, são parceiros do projeto o Sindicato Rural de Batatais, o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e a Prefeitura Municipal de Batatais. O Programa de aprendizagem rural foi desenvolvido pelo Senar e tem como objetivo fundamental, proporcionar ao jovem aprendiz a educação profissional básica e genérica ao trabalho, em todas as atividades produtivas do meio rural. O programa possibilita a formação técnico-profissional de adolescentes e Galpão recentemente inaugurado onde será realizado o projeto jovens com idade entre 14 e 17 anos, ampliando as possibilidades de inserção no mercado de trabalho e torna mais promissor o futuro da nova geração. Também propicia aos aprendizes a chance de terem sua primeira experiência como trabalhadores, a partir do contrato especial de trabalho firmado com as empresas parceiras. A Cocred, que possui agência em Batatais, incentiva e se tornou parceira do projeto porque acredita no desenvolvimento desses jovens. “Acredito que esse programa vai ajudar muito no desenvolvimento da cidade porque profissionaliza cidadãos. A Cocred se sente honrada em ser parceira do Projeto Jovem Aprendiz Rural”, explica Márcio Meloni, gerente geral da Cocred. Revista Canavieiros - Março de 2007 17
  • 18. 18 Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 19. Notícias Cocred Balancete Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE MENSAL JANEIRO/2007 valores em Reais Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 20. 20 Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 21. Revista Canavieiros - Março de 2007 21
  • 22. Reportagem de Capa A importância de se investir em tecnologia Cristiane Barão Bons preços praticados na safra passada alavancam venda de máquinas e equipamentos A s boas perspectivas do setor e a recuperação dos preços da cana devem estimular os 22 Revista Canavieiros - Março de 2007 investimentos na compra de máquinas e implementos por parte dos pequenos e médios produtores inde- pendentes. De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, os fornecedores precisam
  • 23. Reportagem de Capa investir pelo menos na parte básica _ plantio e cultivo_ como forma de aumentar a eficiência e rentabilidade da atividade. "Os produtores devem aproveitar esse bom momento para investir na atividade, comprar equipamentos novos, atualizar os que já têm. Precisamos buscar ficar mais independentes", afirma o presidente. Segun- do ele, com máquinas e implementos próprios, os produtores têm condições de maximizar o trabalho, já que não dependem de máquinas e equipamentos terceirizados. "Os fornecedores muitas vezes deixam de fazer as intervenções na lavoura no tempo adequado porque não encontram o equipamento que precisam no mercado naquele momento para contratar. Nisso, podem perder produtividade", afirma Ortolan. O produtor Marcelo Baccega também acredita que o momento seja apropriado para o investimento em equipamentos. Ele resolveu financiar a compra de um trator, coisa que em outros anos, quando o preço da cana estava baixo, achava arriscado. "A safra passada foi bem melhor, o que nos deu condições de investir", disse. Segundo ele, a intenção agora é partir para a compra de implementos, como adubadeira de cana e grades para o preparo do solo. "O fornecedor hoje tem de procurar produzir mais, pensando em ganhar eficiência para reduzir o custo de produção", disse. Seu primo Ângelo Roberto Bachega também investiu em equipamentos no ano passado, aproveitando a alta no preço da cana e boas condições de financiamento. Ele acredita que o preço da cana deverá ficar abaixo dos níveis do ano passado, mas mesmo assim os produtores deverão ter bons anos pela frente, o que os estimulará a fazer investimentos. "O preço pode cair um pouco, mas não vamos voltar ao passado de crise", afirma Ângelo. Os fabricantes também estão otimistas. De acordo com o gerente de marketing da DMB, Auro Pereira Pardinho, os produtores também estão aproveitando para atualizar os equipamentos. Segundo ele, as vendas de máquinas e implementos utilizados no plantio e cultivo estão aquecidas desde o ano passado. "A tendência é que as vendas se mantenham ascendentes", disse Pardinho. Em relação à comercialização de carregadoras, a participação dos fornecedores independentes também cresceu consideravelmente nos últimos anos. De acordo com o gerente comercial da Santal, Edson Stefani, há dois anos os fornecedores representavam 40% dos compradores desses equipamentos, percentual que em 2006 beirou os 55%. De acordo com Stefani, o "boom" de usinas em novas fronteiras irá favorecer a mecanização. "Hoje nós temos restrições ambientais e também falta de mãode-obra nessas novas áreas. Como as novas usinas deverão estar baseadas em cana de fornecedor, esses produtores terão de investir na mecanização", afirma. Segundo o gerente comercial da Santal, fornecedores independentes de grande porte já começaram a investir em máquinas de valor agregado maior, como colhedoras e plantadoras. É o caso de um grupo de fornecedores da região oeste de São Paulo e do Triângulo Mineiro. "Com a mecanização, o produtor ganha eficiência, produtividade e os custos diminuem. Mesmo que o valor oferecido pela cana não apresente grandes saltos, a redução nos custos de produção garantirá que o produtor eleve o rendimento." De acordo com o presidente da Canaoeste, a maioria dos produtores não tem condições de adquirir equipamentos de valor agregado maior e a organização de consórcios ou condomínios de fornecedores pode ser uma saída. "As cooperativas e associações terão de ser um agente facilitador para o produtor ter acesso a esses equipamentos. Isso reforça a necessidade de o produtor estar organizado e vinculado a uma associação", disse. Revista Canavieiros - Março de 2007 23
  • 24. Legislação ADA - necessidade de sua declaração anual a partir de 2007. I nicialmente, cumpre informar que o ADA (Ato Declaratório Ambiental) é uma declaração da situação ambiental da propriedade rural, onde será informada as áreas de preservação permanente, reserva legal e outras áreas de proteção ambiental (área de reserva particular do patrimônio natural, área de declarado interesse ecológico, área com plano de manejo florestal, área com reflorestamento), caso existam no imóvel rural e desde que declaradas no DIAT (Distribuição da Área do Imóvel Rural), entregue quando do preenchimento da DITR (Declaração do Importo Territorial Rural). Tal declaração possibilita a redução do pagamento do ITR (Imposto Territorial Rural) em até 100% de seu valor. (ADAweb), através do www.ibama.gov.br/adaweb/. site Porém, para possibilitar o adequado preenchimento do ADA, vamos nos ater apenas a elucidar o que é área de preservação permanente e de reserva legal, pois são as mais comuns em nossa região. Dessa forma, temos que área de preservação permanente é aquela situada às margens de mananciais d’água (rios, riachos, lagos, represas, nascentes, etc.), no topo de morros com mais de 1800 (mil e oitocentos) metros de altura, matas fixadoras de dunas e em locais com inclinação superior a 45º (quarenta e cinco graus). Já quanto a reserva florestal legal, esta se caracteriza pela existência na propriedade de 20% (vinte por cento) de mata nativa, averbada à margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis, onde há restrição de uso. A restrição é de que não pode sofrer corte raso (desmatamento) e sua utilização depende de autorização do IBAMA. No preenchimento eletrônico do ADA ou em caso de retificação, deve-se observar fielmente o que foi declarado no formulário do DITR, protocolizado perante a Secretaria da Receita Juliano Bortoloti - Advogado Federal, pois as Departamento Jurídico Canaoeste informações ali contidas devem guardar relação com as que forem prestadas no ADA, tendo em vista que, visando um maior controle administrativo das propriedades rurais, o IBAMA começou a cruzar suas informações com a Receita Federal e o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, responsáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR. Até o exercício 2006, a entrega do ADA em qualquer das unidades do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ou o seu envio eletrônico se dava apenas uma única vez e, mais de uma, quando havia a necessiPor fim, há que se enaltecer que, dade de retificar os danos anteriormensegundo a Instrução Normativa 96/ te informados, porém, a partir da puPois bem, referida explicação se faz 2006 (art. 9º, §2º), no Ato Declaratório blicação da Instrução Normativa necessária porque referidas áreas Ambiental deverão constar, informaIBAMA nº 96, de 30 de março de 2006 ambientais são isentas da tributação do ções referentes às áreas utilizadas em (§1º e §2º, do art. 9º), tornou-se obri- ITR (Imposto Territorial Rural), desde cada tipo de atividade, à captação de gatória a entrega do ADA (Ato que devidamente informadas no ADA água para irrigação e à quantidade utiDeclaratório Ambiental) perante o (www.ibama.gov.br/adaweb). lizada anualmente de fertilizantes, deIBAMA (Instituto fensivos e demais Queima de Palha de Cana-deBrasileiro do Meio produtos químicos. Ambiente e dos ReAçúcar - última chamada para Também, segundo a cursos Naturais mesma instrução obtenção da autorização. Renováveis), prazo normativa, as inforeste que expirará em mações constantes 31 de março de 2007. omo todos sabem, o prazo para protocolo do pedido de autorização no Ato Declaratório para queima de palha de cana-de-açúcar, vencerá no dia 02 de abril Ambiental substituiRessaltamos, ain- de 2007 e, segundo informações da Secretaria do Meio Ambiente, não será rão o Relatório de da, que o envio do prorrogado, razão pela qual deve o associado procurar a CANAOESTE o Atividades para esADA a partir do exer- mais rápido possível, na matriz em Sertãozinho ou em uma de suas filiais, sas atividades (art. cício 2007, que expira- para realizar o procedimento visando a autorização de queima, pois, sem 9º, §3º). rá em 31.03.2007, será esta, não será possível utilizar-se do fogo como pratica agrícola de despalha feito por meio eletrô- da cana-de-açúcar. Juliano Bortoloti nico, via internet Advogado C 24 Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 25. Foto: Agência Brasil Repercutiu Foto: Agência Brasil "Não acho que um país vá abrir mão das coisas que protegem seu comércio porque um outro está pedindo... é um processo de convencimento, de muita conversa e vai chegar um dia que essa conversa vai amadurecer e chegar num denominador comum que vai permitir um acordo". Do presidente Lula se referindo a declaração do presidente americano. Foto: Agência Brasil "Isso não vai acontecer. A lei vai até 2009" Do presidente americano George W. Bush, referindo-se à recente renovação pelo Congresso dos EUA da legislação que estipula a tarifa norte-americana de importação do etanol brasileiro, que é de US$ 0,54 (cerca de R$ 1,13) por galão. "A visita de Bush é marketing para o etanol" Do governador de São Paulo, José Serra, se referindo a visita do presidente americano George W. Bush ao Brasil. Segundo Serra, a atual taxação que o biocombustível sofre ao entrar nos Estados Unidos supera o valor do litro do álcool. Revista Canavieiros - Março de 2007 25
  • 26. Antes da Porteira O mundo das cobras Carla Rossini Produtor rural concilia na mesma propriedade, lavoura de cana-de-açúcar a um serpentário com mais de mil cobras Q uem dirige pelas estreitas es tradas de terra, em meio aos canaviais da Fazenda Boa Esperança, no município de Taquaral, não imagina que surpresa pode encontrar. Além da casa do proprietário da fazenda, Márcio Scalon Maryama, o visitante também se depara com o verdadeiro “mundo das cobras”. E como ali o mundo pertence a elas, por quê não criar os bichinhos de estimação no jardim? Acredite quem quiser, as mais “queridas” estão ali mesmo, no jar- trabalhava com venda de toxinas. O objetivo sempre foi à comercialização e exportação do veneno das serpentes. “No início, comprava o veneno de criadores e apenas comercializava. Depois, o produto começou a faltar no mercado. Foi assim que resolvi criar cobras para extração do veneno”, conta o japonês que até então era apenas um produtor rural. O comércio começou a crescer e o agricultor tomou gosto pelas serpentes que hoje são tratadas com cuidado, paciência e dedicação. Além da extração e venda do veneno, o Instituto Sanmaru também contribui para a preservação das espécies e ministra aulas de educação ambiental com visitas monitoradas, exposições e cursos. Márcio e Denise com o casal de Corais: criação já virou hobby Márcio e que ajuda na lida com as serpentes, faz questão de explicar que as jibóias não são venenosas. “Criamos as jibóias para vender a pet shop. Muitas pessoas criam jibóias como animais de estimação”, explica. Em cima das baias das serpentes, um outro berçário também chama a atenção de quem passa pelo corredor do criatório. São os ratos vindos de laboratórios que ali se reproduzem para servir de alimento às cobras. É do cuidado com esses animais que vai depender a saúde das serpentes e, por conseqüência, a qualidade do veneno. “É por isso que As cobras não comem muito (seis crio as sucuris”, ex- ratos por mês), mas todo o cuidado é Cascável: veneno valioso no exterior plica Márcio. “Quan- pouco na hora de extrair o veneno do dim. Um casal de corais, uma do chega uma turminha para Camundongos para a caninana, uma boipeva, um casal de o curso, as crianças logo alimentação das serpentes urutus cruzeiro, jararacas, casca- perguntam: tio, cadê a véis... é de perder as contas. Mais sucuri?”, completa o criaalguns passos e lá está a maior con- dor. centração: um criatório com mais de mil serpentes. Assustadoras, porém O cuidado com as cotranqüilas, elas são responsáveis bras pelos botes que podem salvar vidas. No Sanmaru, os bebês das jibóias são hóspedes de Márcio fundou o Instituto honra. Quando chega um viSanmaru em 1999, mas desde 1996 já sitante, Denise, esposa do 26 Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 27. Antes da Porteira mal não esteja bem, ele é retirado imediatamente da baia e vai direto ao laboratório. Lá, ele fica de quarentena e recebe acompanhamento constante. É ali que ficam também os répteis doados por pessoas que os encontram em locais não apropriados ou levados pela Polícia Florestal. Comercialização do veneno Sucurí de 3,5 metros desperta curiosidade nos visitantes animal porque a quantidade deve ser respeitada para não ultrapassar a capacidade do réptil. Márcio conta que muitos criadores acabam matando a serpente porque a retirada do veneno traumatiza e o animal chega ao extremo. “É preciso respeitar o limite da cobra e não submetê-la a mais que uma extração por mês”, comenta. Geralmente, um animal de porte bom produz 1 grama de veneno por mês. Como as cobras são frágeis, os cuidados não são poucos. Caso o ani- Registrado no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Jibóias para venda a Pet Shop Renováveis), o Sanmaru ou melhor, o mundo das cobras, como é conhecido, tem comércio garantido. “Ex- porto para os Estados Unidos e países europeus, mas para entrar no negócio não é fácil. É preciso ter muito contato”, explica Márcio. Ele alerta que o negócio é de risco e o veneno pode ser fatal caso venha a acontecer algum acidente. A pessoa que vai efetuar a extração deve estar devidamente treinada e preparada. Além disso, o mercado é cheio de atravessadores. “Há criadores que não conseguem colocar o produto no mercado. A atividade é envolvida por um comércio muito fechado”, completa Márcio. O preço do veneno no mercado externo pode atingir valores absurdos. Márcio conta que 1 grama de veneno de coral pode chegar a ser vendido por 7 mil dólares. “É um veneno muito caro, mas para conseguir 1 grama de veneno de coral é preciso mais ou menos 250 cobras dessa espécie”, conta o criador. É assim, enfrentando as dificuldades e adquirindo conhecimentos para ampliar os negócios, que Márcio e Denise vão se transformando em verdadeiras “feras”, ou melhor, “cobras” quando o assunto é a criação de serpentes. “Vivemos assim, o dia todo com as cobras na cabeça”, brinca Denise. Caninana: animal de estimação para Denise Apesar da Jibóia não ser venenosa sua mordida pode trazer transtornos Revista Canavieiros - Março de 2007 27
  • 28. Informações setoriais CHUVAS DE FEVEREIRO e Prognósticos Climáticos N o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE durante o mês de fevereiro de 2007. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor Agronômico Canaoeste Pode-se dizer que as chuvas que ocorreram na Central Energética Moreno, EE Citricultura-Bebedouro, Fazenda Santa Rita e Usina Ibirá pouco diferiram das respectivas médias históricas; enquanto que nos demais locais e média das observações das chuvas anotadas neste mês de fevereiro, ficaram aquém das normais climáticas. Entretanto, "a caixa d'água do solo" estava "cheia" neste início de fevereiro. O mapa (1) ao lado mostra que o índice de Água Disponível no Solo, em meados de fevereiro e em quase toda área canavieira do Estado de São Paulo, já se encontrava entre médio a limitante. As exceções, alguns pontos em azul, foram poucos e isolados. Por outro lado, observouse grande luminosidade, que somada à alta umidade do solo existente no início do mês (chuvas de janeiro), deve ter compensado o efeito da baixa insolação ocorrida em janeiro. 28 Revista Canavieiros - Março de 2007 Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 15 a 18 de fevereiro de 2007.
  • 29. Informações setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de fevereiro de 2006. Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de fevereiro de 2007. Os mapas 1 e 3, entre meados e final de fevereiro de 2007, mostram que houve gradativa redução do Índice de Água Disponível no Solo até o final do mês, destacando-se as regiões Nordeste e Oeste do Estado. Situação esta inversa ao que foi observado entre os meses de janeiro e fevereiro de 2006. Em janeiro do ano passado a estiagem foi prolongada, vindo a chover praticamente na última semana daquele mês e as chuvas de fevereiro de 2006 foram quase o dobro das observadas em fevereiro deste ano. Com o fim de prestar sub sídios aos planejamentos de atividades futuras, o Departamento Técnico da CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais para a Região Centro Sul do Brasil, para os meses de abril e maio. - O fenômeno "El Nino" perdeu força e, praticamente, a partir de março não se observa seu efeito; - Os prognósticos de consenso INPE-INMET apontam que: - As temperaturas poderão "ficar" acima das médias históricas nas Regiões Sudeste (ES, MG, RJ e SP) e Centro Oeste (GO, MS e MT), enquanto que para a Região Sul (PR, RS e SC) deverão ser próximas das normais climáticas; - Em todos os estados da Região Centro Sul, as chuvas previstas para os meses de abril e maio serão próximas das médias históricas; - Em função destes prognósticos e em toda sua região de abrangência, a CANAOESTE recomenda atenção ao período seguro de plantio. Ou seja e sendo bem claro, evitar plantios de cana de ano e meio após meados de abril, em áreas com preparo convencional do solo e sem irrigação. Exemplificando, para a região de abrangência da CANAOESTE, as médias históricas (Centro Apta - IAC - Ribeirão Preto), são de 75mm em abril e de 55mm em maio. Revista Canavieiros - Março de 2007 29
  • 30. Cultura de Rotação Plantio direto de soja sobre palha de Cana-de-Açucar colhida mecanicamente crua Marcelo de Felício. - Engenheiro Agrônomo da Canaoeste Desenvolvimento da soja sobre a palha de cana O plantio direto é visto como um sistema de exploração agropecuária que envolve a rotação de culturas, correção da fertilidade do solo, mobilização do solo na linha de semeadura, controle da erosão por meio da manutenção da palha na superfície, descompactação do solo pela ação das raízes das plantas e diminuição da população de plantas daninhas pela decomposição da palha. Além disso, apresenta inúmeras vantagens de ordem econômica e ambiental, dando sustentabilidade à agricultura e segurança na produção de alimentos. Hoje, no Estado de São Paulo, segundo dados do CANASAT (mapeamento da cana via imagens de satélite), são cultivados aproximadamente 3,7 milhões de ha com a cultura da cana-de-açúcar. Nessas áreas, após o quinto ou sexto corte, é necessária a renovação do canavial, podendo ser utilizado o plantio da cultura de soja ou outros tipos de grãos, dependendo da região. De acordo com o CANASAT, estima-se que essas áreas possíveis de renovação situam-se em 307 mil hectares. Para realizar o cultivo de grãos, os agricultores utilizam o sistema de plantio convencional, aumentando os custos e diminuindo o lucro. Como os gastos com tratos culturais são bastante altos e há necessi30 Revista Canavieiros - Março de 2007 dade de melhorar a produtividade, uma solução encontrada pelos agricultores é tentar implantar o sistema de plantio direto na palhada. Assim, é possível encontrar uma quantidade entre 12 a 15 ton/ha de palha, formando uma ótima cobertura de matéria orgânica na superfície do solo, excelente para o plantio direto de soja. A palha A natureza continua vencendo. A palha, a resteva, o resíduo das culturas anteriores, que antes deveriam desocupar a área rapidamente para que se conseguisse o preparo do solo o mais rápido possível, hoje estão com as honras da casa e recebendo homenagens. Palha, após a colheita mecanizada da cana É a consagração indiscutível das virtudes que nos oferece a palha, fazendo com que se chame de plantio na palha, o que antes era conhecido como plantio direto. O agricultor é o principal responsável pelo aperfeiçoamento desse sistema de produção de grãos. Razões? Existem muitas! Protegendo o solo, a erosão é eliminada. Na permanência da água que deixou de causar erosão, é garantido o adubo. Na cobertura verde, seca ou morta, diminui a população de plantas daninhas. Aumentou a fertilidade e a produtividade na lavoura. Na realidade, são inúmeros os fatores somados que confirmam o plantio direto na palha como uma excelente aplicação, que tem oferecido extraordinários retornos aos que nele investiram. Quem planta na palha está fazendo a sua parte, mesmo enfrentando situações adversas quanto ao clima, mercado e política agrícola. Essa técnica é uma fórmula eficiente para conseguir as mais altas produtividades, conciliando os interesses econômicos com o trabalho da natureza. Plantio de soja convencional, sem a proteção da palha, destaque da erosão
  • 31. Culturas de Rotação LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Segundo o decreto nº 47.700, de 11 de março de 2003, que regulamenta a lei 10.547/2000, alterada pela lei 11.241/2002, as queimadas de cana-de-açúcar como método despalhador deverão ser eliminadas de forma gradativa, não podendo esta redução ser inferior a 25% a cada período de cinco anos, em cada propriedade ou unidade agroindustrial. A área inicial que é proibida a utilização do fogo, já a partir de 2001, é de 25% nas áreas mecanizáveis (áreas com declividade inferior a 12%) e de 13,35% nas áreas não mecanizáveis (áreas com declividade igual ou superior a 12%). Já para aquelas propriedades com área inferior a 150 ha e/ou nas áreas não mecanizáveis, o uso do fogo vigerá a partir de 2011, com uma taxa de 10% inicialmente nas áreas mecanizáveis e 2031 nas áreas não mecanizáveis. Para as áreas mecanizáveis, a eliminação total da queima deverá ocorrer em 2021. Sobre o início do Plantio na Agropecuária CFM Ltda O plantio direto teve início no ano de 2000, na Fazenda Três Barras, de propriedade da Agropecuária CFM Ltda, localizada no município de Pitangueiras, em parceria com o associado da Canaoeste, Nicola de Felício Neto. As dificuldades eram muitas no início dos trabalhos, pois não existia posição definida a respeito dos benefícios obtidos com o manejo da palha. Tínhamos certeza de que o sistema só alcançaria o sucesso se levássemos em consideração como principais aspectos a cobertura do solo e a utilização da palha. O “colchão” de palha retém umidade no solo e esse é um fator importantíssimo para a vida da planta. Outra surpresa agradável que a palha proporciona é a possibilidade do controle das plantas daninhas e, a partir disso, com a utilização da palha, o sistema torna-se mais atraente e econômico. O íntimo relacionamento com o nosso pedaço de terra, propiciado pelo uso de uma técnica como o plantio direto, fez ver que, na trilha convencional proposta, modelada e induzida, não chegaríamos a lugar seguro. Então, descobrimos a palha, que tantas vezes queimamos e, também, que o maior patrimônio do produtor é o solo. No começo, não havia máquinas apropriadas, nem herbicidas eficientes, informações técnicas ou pesquisas em andamento. Os pioneiros eram chamados de malucos. Mas quando os resultados foram mensurados, percebeu-se o avanço. Era como se antes víssemos a agricultura em preto e branco e, depois do plantio direto, passássemos a ver colorido. Revista Canavieiros - Março de 2007 31
  • 32. Culturas de Rotação Correção do Solo, Dessecação e Plantio Após escolher ás áreas definidas para a reforma do canavial, o primeiro passo é fazer uma análise de solo do local para identificar a necessidade de se fazer aplicação da calagem e gessagem, nas suas respectivas dosagens corretas, e qual a melhor fórmula de adubo para realizar o plantio da soja. Para fazer a dessecação é preciso esperar que o canavial rebrote e os pefilhos atinjam uma média entre 60 a 70 cm de altura. Assim, é possível conseguir melhor eficiência do produto e também evitar rebrotes após a dessecação. Variedades, Colheita e Resultados Neste tipo de sistema, como a cultura principal é a cana-de-açúcar, é preciso escolher variedades de soja precoces e médias para evitar o plantio de cana tardio e, dessa forma, afastar a possibilidade de condições climáticas desfavoráveis ao desenvolvimento do canavial, prejudicando a sua produtividade. Ao longo dos anos testamos muitas variedades de soja neste tipo de sistema e a que mais se adaptou foi a M-Soy 6101, desenvolvida pela Monsanto e considerada uma variedade de soja super precoce, com um período médio de 105 dias entre o plantio e a colhedita, podendo chegar a uma produtividade média de até 58 sc/ha. Àrea de cana sendo dessecada Àrea 25 dias após a dessecação Plantio de soja, sobre a palha de cana Desenvolvimento inicial da soja A variedade Conquista também é uma excelente opção, atingindo uma média de 130 dias, podendo chegar a uma produção média de 60 sc/há. Outra variedade que tem se destacado bastante é a variedade Ve n c e d o r a , d e s e n v o l v i d a p e l a Embrapa Soja, uma variedade de ciclo tardio, chegando até aos 135 dias e podendo atingir uma excepcional produtividade de até 72 sc/ há. No que diz a respeito às pragas e doenças, é preciso ficar alerta ao ataque de lagartas cortadeiras (Anticarsia gemmatalis, Pseudoplusia includens e Spodoptra frugiperda) na fase inicial do desenvolvimento da cultura de soja, já que a elevada quantidade de matéria orgânica (palha) acaba formando um ótimo habitat ao desenvolvimento destas pragas. Soja pronta para ser colhida Soja em pleno desenvolvimento na palhada de cana-de-açúcar 32 Revista Canavieiros - Março de 2007
  • 33. Culturas de Rotação Já na cultura da cana-de-açúcar, os benefícios são ainda maiores: aumento de 15% a 16% na produtividade no primeiro corte da cana (cana de ano e meio) em comparação à reforma do canavial no sistema do plantio convencional; aumento da longevidade do canavial; redução do custo de implantação na ordem de 10% a 12% por não ser preciso fazer o preparo do solo no sistema convencional, que consiste em gradagens, arações e subsolagens. Neste último item, o preparo de solo é feito levando em consideração o nível de compactação do terreno, por meio de levantamentos a campo. Faz-se apenas a subsolagem nos terrenos em que for detectada necessidade de descompactação. Colheita da soja Outro aspecto importante também são as doenças de final de ciclo, conhecidas com DFC, destacando a ferrugem asiática causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Nenhuma das variedades citadas acima está livre das DFC, o que indica a necessidade de duas a três aplicações de fungicida, dependendo da severidade do ataque da doença na cultura. Área após a colheita da soja Plantio da Cana e Conclusão Ao longo do desenvolvimento desse trabalho, foi possível verificar grandes resultados positivos na cultura da soja e também resultados de extrema importância na cultura da cana-de-açúcar. Na cultura da soja percebemos que temos uma diminuição muito grande no custo de produção por hectare. Em comparação com o plantio convencional, a redução é de, em média, 24%. Descompactação do solo, para o plantio da cana Área já sulcada, destacando-se a Banqueta Área de cana, concluído o plantio Revista Canavieiros - Março de 2007 33
  • 34. Pragas e Doenças Considerações sobre pragas de solo Leila L. Dinardo Miranda Centro Apta Cana-de-açúcar - Instituto Agronômico M uitos são os insetos que causam dano econômico à cana-de-açúcar. Entre eles, a broca Diatraea saccharalis ainda é considerada por muitos a mais importante praga da cultura, estando presente em todos os canaviais do país. Além dela, a cigarrinha das raízes, Mahanarva fimbriolata, vem merecendo atenção especial por causar drásticas reduções de produtividade de colmos e de açúcar, principalmente em regiões que concentram grandes áreas de colheita de cana crua. Outro grupo de insetos, conhecidos como pragas de solo, também causa danos importantes a canaviais de todo o país e é representado pelos cupins, Migdolus fryanus e Sphenophorus levis. Sobre essas pragas serão feitas algumas considerações a seguir. Os cupins são insetos sociais, que vivem em colônias com diversas castas. Muitas espécies são encontradas em canaviais e podem ser divididas em dois grupos pelos hábitos de construir suas colônias. Os mais importantes são os cupins subterrâneos, cujas colônias se distribuem em galerias no solo, sob rochas, no interior das raízes, etc. Alimentam-se de material lenhoso em várias fases de decomposição e das partes vivas das plantas, tais como raízes, toletes e entrenós basais da cana-de-açúcar. Neste grupo estão as espécies de Heterotermes, Procornitermes, Nasutitermes, Neocapritermes, Syntermes e outros. O outro grupo contempla os cupins de montículos, cuja espécie mais comum em canaviais é a Cornitermes cumulans. Estes insetos constroem ninhos acima do solo e são considerados de menor importância porque alimentam-se basicamente de material vegetal morto e raramente são encontrados atacando tecidos vivos. Quando atacam a cana-de-açúcar no plantio, os cupins destroem os toletes e também as gemas e, conseqüentemente, ocorrem falhas na brotação. Sob infestações severas, os cupins podem destruir o interior dos entrenós basais, provocando morte de perfilhos (“coração morto”), quando esses ainda são jovens ou quebra de colmos adultos. Em decorrência do ataque de cupins, há severas reduções de produtividade. Em cana soca, os danos se acentuam com falhas na brotação da soqueira, baixa produtividade e redução na longevidade do canavial. A espécie mais comum do gênero 34 Revista Canavieiros - Março de 2007 Migdolus em cana-de-açúcar é M. fryanus. Este inseto é de hábito subterrâneo, sendo encontrado tanto em solos arenosos quanto em argilosos. Os machos são ativos e voam enquanto as fêmeas possuem as asas atrofiadas e, portanto, não voam. Após o acasalamento, as fêmeas entram no solo colocando os ovos em diversas profundidades. As larvas recém eclodidas possivelmente alimentam-se apenas de matéria orgânica, enquanto os estágios mais avançados nutrem-se das raízes e rizomas da cana. Os maiores danos à cana-de-açúcar são, portanto, causados pelas larvas que destroem as raízes e rizomas das plantas em qualquer idade. Em conseqüência do ataque de Migdolus ocorrem morte de colmos, com redução significativa de produtividade e da longevidade do canavial. Em áreas atacadas são comuns canais ou galerias no solo, feitos durante a movimentação das larvas. Acredita-se que essas galerias são posteriormente utilizadas pelos adultos para atingir a superfície, durante as revoadas. O besouro Sphenophorus levis, conhecido como gorgulho da cana-de-açúcar, deve merecer atenção especial dos produtores. Até alguns anos atrás, está espécie estava restrita à região de Piracicaba, mas nos últimos anos sua ocorrência já foi registrada em mais de 50 municípios no Estado de São Paulo, na região de Jaú, Assis, Araraquara e outras. Os adultos desta praga medem de 12 a 15mm de comprimento, são marrons escuros com manchas pretas sobre o dorso e com a face ventral preta. Após o acasalamento, as fêmeas perfuram os tecidos sadios do rizoma, com as mandíbulas presentes no ápice do rostro ou bico e aí, na base das brotações, abaixo do nível do solo, inserem os ovos. As larvas são branco leitosas, com a cabeça castanho-avermelhada e ápodas, e escavam galerias no interior do rizoma, ao se alimentarem. Estas galerias permanecem cheias de serragem fina, característica do ataque da praga. A pupa é inicialmente branco leitosa, tornando-se castanho-clara e com manchas dorsais à medida em que se desenvolve. Os adultos permanecem no solo, sob torrões e restos vegetais ou entre os perfilhos. Os danos, portanto são causados pelas larvas que, broqueiam os rizomas. Em conseqüência das galerias abertas na base dos colmos, ocorre amarelecimento de folhas, seguido pelo secamento e morte de perfilhos, que podem ser facilmente destacados da touceira. Sob infestações severas, as touceiras morrem e são observadas muitas falhas na rebrota, favorecendo altas populações de plantas daninhas. Estes sintomas são mais facilmente visualizados na época seca do ano, quando são encontradas as maiores populações de larvas. Outros insetos de solo, tais como pão de galinha, larva arame e percevejo castanho são também comuns em canaviais, mas não há estudos sobre os danos que causam. De uma maneira geral, considera-se que não têm importância econômica, na maioria das situações, embora, em certos casos, sejam encontrados em populações tão elevadas que esse pressuposto pode não ser correto. Embora possam ocorram durante todo o ciclo da cultura, as populações dessas pragas de solo são mais elevadas nas épocas secas do ano, razão pela qual os levantamentos populacionais devem ser feitos nessa ocasião (maio a outubro). O ideal é fazer 2 pontos de amostragem por ha. Em cada ponto, faz-se uma pequena cova de 50 X 50cm e 30cm de profundidade, na linha de cana, verificando a ocorrência de cupins, Migdolus e outras pragas de solo. Para cupins, deve-se atribuir nota em função do número de indivíduos presentes (0 = sem cupins; 1 = 1 a 10 indivíduos; 2 = 11 a 100 indivíduos; 3 = mais de 100 indivíduos). Os soldados devem ser coletados, colocados em vidros com álcool 70% ou formol para identificação da(s) espécie(s) presente(s). É importante identificar as espécies de cupins ocorrentes, pois há aquelas mais daninhas à cana-de-açúcar que outras. O número de indivíduos de Migdolus, S. levis e outras pragas também devem ser anotados, bem como a ocorrência de danos nas touceiras. Para ocorrência de danos nas touceiras, recomenda-se contar o número total de rizomas e o número de rizomas danificados. Esses dados devem ser anotados em ficha apropriada. Em função das espécies e populações de pragas de solo identificadas, recomendase o uso ou não medidas de controle. Para áreas com problemas de pragas de solo, o mais indicado é se fazer à destruição mecânica da soqueira, na época seca do ano, justamente porque nessa época as populações de pragas são mais elevadas e utilizar inseticidas no plantio. Nessas áreas não se recomenda a destruição química da soca.
  • 35. Agende-se Abril de 2007 Abril AGRISHOW RIBEIRÃO PRETO 2007 Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação Data: 30 de abril a 05 de maio Local: Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro Leste/Centro de Cana – Ribeirão Preto-SP Temática: A Agrishow é considerada uma feira agrícola dinâmica, com demonstrações de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas em ação. Nesse evento, o produtor rural tem a oportunidade da avaliar o desempenho dos equipamentos em condições reais de operação. Maiores Informações: (11) 5591 6337 ou (11) 5591 6324 III SIMPÓSIO DE PLANTIO DIRETO Data: 02 a 04 de abril Local: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Esalq/USP, em Piracicaba-SP Temática: Atualização de conhecimentos e discussão de problemas emergenciais em plantio direto Maiores Informações: www.fealq.org.br Revista Canavieiros - Março de 2007 35
  • 36. Biblioteca “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” PLANTIO DE CANA-DE-AÇÚCAR: ESTADO DA ARTE Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português 1) Prezado leitor, aqui estão algumas “pérolas” colecionadas por mim,lendo, ouvindo...enfim dito e/ou escrito precisamos prestar muita atenção com a nossa querida Língua Portuguesa. Alguns exemplos entre aspas: a) “O EUNINHO” já provocou secas e enchentes calamitosas... Também provocou no Português!!! O correto é EL NIÑO. b)“A situação tendia piorar: os madeireiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região...” Assim, destroem a Língua Portuguesa também... Quanta redundância na frase... típica frase mal redigida. A s operações de plantio, sejam mecanizadas ou não, envolvem - além da colocação dos órgãos de desenvolvimento vegetativo em condições idéias, permitidas pelas condições edafoclimáticas da área comercial - a correta quantificação e posicionamento do fertilizante que ficará disponível durante o desenvolvimento do ciclo fenológico da cultura e a adequada aplicação de agroquímicos para combater ou controlar as pragas de solo. A obra "Plantio de Cana-de-Açúcar: Estado da Arte" dos autores Tomaz Caetano Cannavam Ripoli; Marco Lorenzzo Cunali Ripoli; Dumas Vicenti Casagrandi e Bernardo Yasuhiro Ide, apresenta de maneira sintética, mas, sem perda do fundamental, o atual estádio de conhecimento existente a respeito do plantio de cana-de-açúcar e demais questões intrinsecamente a ele associadas. Não se teve a pretensão de esgotar o assunto, mas tão somente, como o próprio título se apresenta, reunir o atual Estado da Arte desta fase do processo de produção da canade-açúcar, na região Centro-Sul do Brasil. Em breve, uma nova edição revisada da obra "Plantio de Cana-de-Açúcar: Estado daArte" estará sendo disponibilizada inclusive com versão em espanhol. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na 36Rua Revista Canavieiros1461 em Sertãozinho, Augusto Zanini, nº - Março de 2007 ou pelo telefone (16) 3946-3300 - Ramal 2016. c) “O que é de interesse de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente” Estou tentando entender o “tal interesse...”!!! d) “O grande problema do Rio Amazonas é a pesca de peixes.” Acredito que seja difícil pensar na frase acima em “pesca de pássaros”.... “É um problema de muita gravidez” Com certeza.Use sempre camisinha para não ter problemas.... O correto é gravidade. e) Vamos mostrar que somos “semelhantemente iguais uns aos outros” Tem lugar para acrescentar à frase acima “com algumas diferenças básicas”??? f) ... menos desmatamentos, mais “florestas arborizadas” Fantástico!!! Florestas não arborizadas basta o Saara!!! Olha a redundância.... g)A “concentização” é um fato “esperansoso” para todo o território nacional”” Por favor!!!! CONSCIENTIZAÇÃO e ESPERANÇOSO. Haja coração, meu Deus!!! 2) Maria disse: — “ADINHE” o que eu fiz ontem? O suspense continuará junto com a curiosidade e o Português escrito de forma incorreta... A palavra adivinhe é da mesma família de divino. De acordo com a origem do vocábulo, adivinhar é dom divino. PARA VOCÊ PENSAR: “Não existe o esquecimento total: as pegadas impressas na alma são indestrutíveis” - Ralph Waldo Emerson “A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não está na vitória propriamente dita.” Mahatma Gandhi “Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.” - Confúcio RENATA CARONE SBORGIA Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia
  • 37. Revista Canavieiros - Março de 2007 37
  • 38. Prestação de Serviços Tratar c/ Lúcia ou Fabiano, Pitangueiras/ Faz-se projetos urbanos e rurais, refor- SP, (16) 3952-1587 ou 9135-5067. mas e construções. fabianopiresvmp@ig.com.br Tratar E.T.C. Projetos e Construções Ribeirão Preto/SP, tel.16 3911-5228. Ve n d e - s e 04 transbordos para cana picada Santal Prestação de Serviços – com cabeçalho deslocado. Auto-eletro Serrana – conserto em Excelente estado de conservação. alternadores, motores de partida e instala- R$35.000,00 cada. ções em geral. Tratar com Tatá, 16 9992-7336, RibeiTratar c/ Sérgio, Serrana/SP, tel. 16 rão Preto/SP. 3987-1241. Ve n d e - s e Prestação de Serviços 1 máquina p/ doce, 2 tachos aço inox e1 Madeireira Nossa Senhora Aparecida – máquina p/ fazer saches. marcenaria em geral, restauração de móveis, Tratar com Luís Fernando tel. 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  • 40. Revista Canavieiros - Março de 2007