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Revista Canavieiros - Junho de 2007
Revista Canavieiros - Junho de 2007
Editorial

Oportunidades aos
produtores rurais

N

este mês, a reportagem de
capa da Revista Canavieiros
traz o III Agronegócios Copercana.
Nos dias 20, 21 e 22 de junho, no Clube de Campo Vale do Sol, os cooperados do sistema Copercana, Canaoeste
e Cocred poderão conhecer e comprar
- com as melhores condições - todos
os produtos e equipamentos necessários para a agricultura da cana, soja,
amendoim e milho. Os negócios serão
feitos através de disponibilidade de
crédito e facilidades que só os cooperados do sistema têm.
Estarão presentes 50 expositores
de diversas áreas e um sistema facilitado de compra de insumos com as
melhores condições de pagamento. No
ano passado, os negócios feitos na
feira chegaram a R$ 60 milhões, com
destaque para a venda de mais de 51
mil toneladas de adubo e defensivos
agrícolas. Nesta edição, a feira contará com uma programação variada de
palestras de curta duração sobre ovinos- em torno de 30 a 40 minutos - para
que os participantes possam se informar, sem deixar de visitar os outros
estandes da feira.
O chefe do escritório regional da
Unica em Ribeirão Preto, Sérgio Prado,
é o entrevistado desta décima segunda
edição. Prado fala, entre outros assuntos, sobre a importância de uma reforma tributária para o desenvolvimento
do setor. "Os estados que têm uma
alíquota muito maior, nunca terão um
etanol acessível à população", esclarece. Ele fala da criação do escritório regional e sobre o processo de expansão
da região de Ribeirão. O jornalista ainda faz previsões para o futuro do setor,
nos mercados interno e externo.

No destaque, você confere o curso sobre Previdência Rural, promovido pelo Sindicato Rural de
Sertãozinho. As palestras, que aconteceram no dia 24 de maio foram
direcionadas a profissionais das áreas contábil, fiscal e de recursos humanos de empresas e sindicatos relacionados ao meio rural, o evento reuniu
200 pessoas, entre autoridades,
palestran-tes e profissionais da área.
As páginas do sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred, como de costume, trazem todos os acontecimentos importantes do mês. Como a participação dos agrônomos da Canaoeste em
um treinamento realizado pelo CTC
(Centro de Tecnologia Canavieiro), em
Piracicaba. A atuação do Laboratório
de Análises de Solo da Copercana e os
investimentos da UNAME em qualidade do amendoim são os destaques da
Copercana. E nas Notícias Cocred, um
perfil da Agência Cocred de
Sertãozinho: a história, quais serviços
são oferecidos e a opinião dos cooperados sobre a Cooperativa de Crédito.
Além do artigo jurídico, que este
mês fala sobre a queima da palha de
cana-de-açucar, do "Pragas e doenças", sobre Formigas-Cortadeiras e
dos prognósticos climáticos, esta edição traz, também, um artigo técnico
elaborado pelo Departamento de Planejamento e Controle Agrícola da
Canaoeste, intitulado: "O que leva um
industrial a optar por produção de cana
própria?". E mais: dicas de português,
indicação de livros, agenda de eventos do setor, repercutiu e os classificados.
Boa Leitura!

Conselho Editorial

Revista Canavieiros -- Junho de 2007
Revista Canavieiros Junho de 2007

03
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

III Agronegócios
Copercana apresenta
ótimas oportunidades
aos produtores rurais
A Feira é realizada exclusivamente
aos cooperados do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred

Pag.
Pag.

20

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

DESTAQUE

Entrevista

Pag.

08

Sérgio Prado

CONSECANA
Chefe do escritório da
Unica (União da Indústria
de cana-de-açúcar) em
Ribeirão Preto
Pag.

05

Pag.

14

Pag.

28

Pag.

30

Pag.

32

INFORMAÇÕES
SETORIAIS

Artigo Técnico
O que leva um industrial a
optar por produção de cana
própria?
Questões que levam um
industrial a optar por produção
própria de matéria-prima
Pag.

24

LEGISLAÇÃO
INFORMAÇÕES
TÉCNICAS

PRAGAS E DOENÇAS
Pag.

34

Copercana
Cooperativa tem um dos melhores
laboratórios de análise de solo da
região

Pag.

35

Notícias

Pag.

36

Pag.

37

Pag.

38

Notícias

Pag.

Pag.

10

12

Canaoeste
Agrônomos e técnicos da Canaoeste
participam de treinamento no CTC

Notícias

16
Cocred
Cocred apresenta sua agência em
Sertãozinho

EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814
PROJETO GRÁFICO E
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael Mermejo
FOTOS:
Carla Rossini
Marcelo Massensini
COLABORAÇÃO:
Marcelo Massensini
Carla Rodrigues
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Daniella Felício
revistacanavieiros@copercana.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniella
Felicio, Daniel Pelanda, Letícia Pignata,
Marcelo Massensini, Maria Fernanda
Pinotti, Rafael Mermejo, Roberta Faria
da Silva, Talita Carilli.

AGENDE-SE
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

CULTURA
REPERCUTIU

Pag.

CLASSIFICADOS

TIRAGEM:
7.000 exemplares
A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311

04

Revista Canavieiros - Junho de 2007
Entrevista

Sérgio Prado
Chefe do escritório da Unica (União da Indústria de
cana-de-açúcar) em Ribeirão Preto

N

o cargo desde agosto de
2006, Sérgio Prado falou
sobre a instalação da Unica em Ribeirão Preto e sobre o crescimento desta região que, segundo ele,
está consolidada como o principal
pólo de produção de cana, açúcar
e álcool do estado de São Paulo e
do Centro-Sul. Prado falou ainda
sobre comportamento do mercado hoje e sobre projeções para o
futuro do setor.

Perfil:
Chefe do escritório regional da Unica em Ribeirão Preto. Sérgio Prado é jornalista, formado
pela PUC-RS. Trabalhou nos jornais Zero Hora,
Jornal da Tarde, Estado de São Paulo, Folha de
São Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil.
Foi chefe da sucursal de Brasília da Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil.

De acordo com o entrevistado,
o Brasil deve dar atenção extra à
questão tributária, um dos grandes
fatores de atrapalham o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro e
de toda a economia nacional. Ele
ainda explica a importância da criação de uma cadeia produtiva com o
advento da industrialização do setor, gerado com o fim das queimadas. Leia, a seguir, a entrevista concedida por Sérgio Prado à revista
Canavieiros, no dia 17 de maio.

Brasil precisa de reforma
tributária para crescer
Marcelo Massensini

Revista Canavieiros: Por que a
Unica resolveu montar um escritório
nesta região?
Sérgio Prado: A instalação do escritório regional da Unica em Ribeirão
é uma demanda dos próprios empresários da região. O papel dele aqui é, em
uma parte, dialogar com a imprensa e
manter o diálogo interno com os próprios associados. Existem demandas
específicas da região que precisam ser
levadas para frente, para todo o conselho de sócios e esse trabalho é importante para afinar as posições e as estratégias do setor. Então as demandas

da região são levadas, muitas vezes,
diretamente a presidência da Unica através do escritório de Ribeirão.
Revista Canavieiros: Como a Unica
avalia o processo de expansão nessa
região? O fato do maior número de
usinas estarem sendo instaladas no
Noroeste vai fazer essa região vai perder a importância dentro do setor?
Sérgio Prado: Ribeirão sempre vai
ser Ribeirão, em qualquer hipótese.
Porque é uma região muito importante
de produção. Nós temos aqui, cerca de
40 usinas. É um peso muito grande na

economia do estado. Neste contexto, a
importância de Ribeirão é evidente em
função de muitas usinas daqui estarem
fazendo unidades fora. A expansão de
certa forma passa por Ribeirão, é feita a
partir de Ribeirão, a região passou a
ser pólo irradiador dentro desta expansão. Então Ribeirão não vai perder a
importância, porque os grupos que se
expandiram para fora continuarão a ter
sua sede aqui. Uma coisa não é
dissociada da outra. Expansão é um
conjunto de coisas, ela é estratégica.
Você não tem mais grandes áreas na
região para planta
Revista Canavieiros - Junho de 2007

05
Entrevista
ção de cana. Então o espaço físico para
a cultura não existe em tanta abundância como existe em outras áreas do estado e do centro-sul. Então é uma questão de estratégia. Os grupos daqui vão
continuar investindo em outras regiões, isso é lógico.

Sérgio Prado: A instalação de escritórios regionais é um projeto que dá
inicio a uma estratégia. É um plano piloto. A partir do momento que está consolidado em Ribeirão, podemos discutir internamente a necessidade da criação de um outro escritório em outra região. Isso naturalmente vai ser discutido dentro da Unica, dependendo da
conveniência daquele momento e das
necessidades levadas ao conselho da
Unica pelos próprios sócios. Primeiramente vamos nos concentrar dentro de
São Paulo. Demos o primeiro passo em
Ribeirão, digamos que uma outra região
importante de produção como o pólo
de Araçatuba, que está crescendo muito, venha a solicitar ao conselho da
Unica, isso vai ser debatido naquele

A questão do preço vai variar conforme o mercado naquele momento. A safra veio e mudou o quadro de preços.
Vai ser assim sempre.

Revista Canavieiros: Com muitas
usinas entrando em operação já em
2007, haverá uma oferta de produtos
Revista Canavieiros: Nesse procesmaior que a demanda?
so de expansão do setor, qual o espaSérgio Prado: A única coisa que
ço que os pequenos e médios produnão pode acontecer é falta de produto.
tores de cana terão?
É evidente que em um setor sensível
Sérgio Prado: A convivência do
como este, que atinge uma grande parpequeno, do médio e do grande producela da população, você não pode ter
tor vai continuar existindo como semdesabastecimento. Só isso não pode
pre existiu. O importante a frisar nessa
acontecer. Se houver mais oferta do que
área é a busca por bons produtos,
demanda, tem que criar a necessidade
independe do tamanho da área da proda demanda. Voltamos à questão do
priedade. Se o produto for bom, as usimercado livre, o capitalismo funciona
nas vão comprar. Existe mercado
assim. Agora, o que não pode
para isso, independe do tamanho
"A convivência do pequeno, acontecer é criar a expectativa de
da área. A convivência vai ser semum produto e não tê-lo na
do médio e do grande produtor entregarPortanto, a oferta vem anpre pacífica entre os produtores.
bomba.
Ninguém quer que o setor seja
vai continuar existindo como tes da demanda naturalmente. Você
excludente com quem quer que
fabrica e depois dá um jeito de vensempre existiu."
seja. Se tem competência, se tem
der esse produto. Em qualquer seproduto bom, vai haver mercado.
tor é assim, não seria diferente, no
É bom que haja espaço para todos.
momento. A Unica é uma entidade setor de etanol. Você faz uma expanpaulista, mas ocorre que muitos gru- são, você consolida e vai ter que busRevista Canavieiros: As indústri- pos da Unica estão investindo em ou- car o mercado. Buscar o mercado
as pretendem investir em pesquisas tros estados. Naturalmente estas uni- como? Sendo competitivo. O carro flex
para fabricação de etanol celulósico? dades que nascem em outros estados é o grande regulador, ele veio para muSérgio Prado: Esta é uma discus- são parte da Unica. Muitas delas estão dar o paradigma de mercado. O consusão ainda incipiente. As indústrias que pedindo filiação à única. E mesmo ou- midor vai ao posto, se não tiver preço e
atuam na cana vão continuar investin- tros grupos que não têm unidades em qualidade no produto ele vai abastecer
do na pesquisa com a cana. Faz 500 São Paulo e queiram participar da com a gasolina. Conforme o consumianos que o Brasil planta cana, mas o Unica, não podem ser excluídos, se dor vê que não é atrativo para ele, nem
ciclo da cana ainda não está esgotado pedirem filiação. Não é preciso forçar em qualidade nem em preço, ele vai trose pensarmos que podemos fazer mais esse processo, ele vai acontecer natu- car de combustível. Então a empresa
etanol e mais energia da própria palha ralmente, uma vez que a Unica é o prin- que quiser entrar neste setor vai ter que
da cana, a partir da hidrólise. Nesse cipal canal de diálogo dos produtores saber isso. Quando for planejar ela premomento diria que a cana ainda não e a principal entidade representativa. cisa ter na cabeça que ela precisa ser
esgotou as possibilidades de obter mais Ela vai acabar se expandindo se hou- competitiva. Do contrário ela não vai
etanol e mais energia elétrica. Como ver interesse dos outros grupos que se estabelecer. Vai quebrar. Como aconhoje estamos na realidade da cana, so- atuam fora do estado de SP.
tece em qualquer setor da economia.
mos a indústria da cana, a idéia seria
Isso é natural, ninguém vai consumir
continuar falando sobre cana. Como as
Revista Canavieiros: Como o se- um produto ruim ou com preço maior
empresas vão se comportar futuramen- nhor acredita que vão se comportar porque ele gosta, porque ele acha bote, ainda não podemos prever. Mas os preços da cana, açúcar e álcool na nito. É uma questão de mercado, mas a
estamos diante da possibilidade de safra 2007/2008?
concorrência é saudável. Precisa exisobter mais combustível e energia da
Sérgio Prado: Essa questão do pre- tir a concorrência em todos os setores.
própria cana.
ço é delicada: não há como fazer um Não vai ser diferente neste.
controle de preço. Aliás, ninguém quer
Revista Canavieiros: A Unica hoje um controle, nem para cima nem para
Revista Canavieiros: Existe uma
é constituída essencialmente por usi- baixo. O preço vai flutuar conforme o previsão (em números) para o crescinas paulistas. Existe algum planeja- mercado. Ele vai se ajustar conforme a mento do setor?
mento de expansão para envolver as demanda que houver pelo produto e
Sérgio Prado: Até 2012, quando se
unidades das novas fronteiras?
conforme for a oferta. É livre mercado. completa esse ciclo atual de expansão,
06

Revista Canavieiros - Junho de 2007
Entrevista
nós teríamos em torno de 89, 90 novas acessível à população e a arrecadação dial de etanol, isso é uma questão que
usinas com investimento de 14 ou 15 também vai ser afetada porque não vai está em primeira linha na agenda dos
bilhões de dólares em modernização de haver consumo. Uma coisa vem aliada governos. O presidente Lula sabe disalgumas e implantação de novas usi- à outra. Muitos governadores, a fazen- so e concorda que estas barreira precinas. Pra essa safra agora, a expectati- da, sempre têm o receio da queda da sam ser eliminadas ou reduzidas grava é de que 17 novas unidades entrem arrecadação. A queda pode vir a acon- dualmente. É uma questão que não
em operação e que sejam implantadas tecer numa transição, mas quando o pode deixar de ser levantada agora. Ou
mais 30 no ano que vem. O ciclo é basi- sistema tributário brasileiro se equili- do contrário não vai haver um mercado
camente este. O avanço da produlivre, de etanol. Isso é uma das priEnquanto não houver uma meiras considerações da agenda
ção já acontece, estas novas unidades não surgem num lugar onde não reforma tributária que equalize o brasileira na discussão de Doha. O
tenha cana. O plantio já houve, está
Japão também pratica tarifas. Por
havendo ou vai começar. De 2012 imposto, principalmente o ICMS, isso não dá para ser resolvido isolapara frente é temerário a gente esti- vai haver problema em todo o país. damente. É lógico que você tem que
mar como será, mas este setor vai
dialogar bilateralmente com cada gocontinuar se expandindo. O mundo in- brar, o consumo vai puxar a arrecada- verno, mas o ideal seria que fosse reteiro se volta para o biocombustível ção. É uma questão estrutural, não só solvido na própria rodada da OMC.
então, naturalmente, vai haver uma ofer- em relação ao etanol. Enquanto houta maior, por que vai ter mercado.
ver esse disparate que é o sistema triConclusões
butário brasileiro você não vai ter equiUma das questões mais relevantes
Revista Canavieiros: Uma reforma líbrio na arrecadação e o consumo vai para a região de Ribeirão e para o setor
tributária seria uma maneira de au- ser distorcido. Vai ser uma competição como um todo é a questão da modernimentar a demanda?
distorcida, às avessas.
zação da lavoura, que vem pela mecaSérgio Prado: Enquanto não hounização. Hoje, na região de Ribeirão,
ver uma reforma tributária que equalize
Revista Canavieiros: O dólar bai- mais de 70% da colheita já é feita mecao imposto, principalmente o ICMS, vai xo vai afetar as exportações?
nicamente. Isso é um processo muito
haver problema em todo o país. Você
Sérgio Prado: Não podemos nos importante na atividade, por que vai
tem estados em que a alíquota do ICMS iludir com relação à questão do câm- trabalhar com uma questão sensível
sobre o combustível é de 28% e outros bio. O câmbio vai flutuar conforme as que é a questão do meio ambiente. Exisem que é 12%, como é o caso de São condições mundiais e já faz um tempo te um cronograma de eliminação da
Paulo. Então é evidente que SP vai ser que os exportadores vêm convivendo queimada que está sendo cumprido até
mais competitivo, vai atrair mais o con- com essa situação. Então, a questão acima do que está estabelecido na lei
sumidor, pelo preço embutido nele do do câmbio vai ser resolvida conforme a estadual pelas empresas. Esse procesimposto. O setor, a Unica, os produto- economia do mundo for se ajustando. so vai se acelerar, o setor tem interesse
res, estão empenhados em fazer com Não tem outra maneira. O Brasil não em modernizar a colheita. É lógico que
que o congresso veja a necessidade pode mais conviver com aquela existem áreas que não há possibilidade
de se votar a reforma tributária, para artificialidade do câmbio como aconte- de mecanizar por causa do relevo, mas
resolver essa questão do tributo. Você ceu em épocas passadas. É uma situa- naturalmente mesmo nessas áreas, que
tem uma disparidade muito grande en- ção que nem as empresas nem o gover- serão menores, precisa-se eliminar a
tre os estados, principalmente sobre a no querem lidar.
queimada por determinação da lei. Enquestão do ICMS. Nos estados em que
tão, vai ter que se adequar à necessia alíquota é muito maior, o produto é
Revista Canavieiros: O que pode- dade. E onde for área mecanizável, o
muito mais caro. Eles nunca vão ter, mos esperar do mercado externo em objetivo é atingir 100% o mais rápido
com a alíquota que estão, um etanol relação aos nossos produtos: açúcar possível. Isso vai ter um retorno grane álcool?
de na questão ambiental e de produtiSérgio Prado: Na ques- vidade, evidentemente. Por outro lado
tão externa temos uma dis- existe a preocupação das empresas com
cussão muito importante que a mão-de-obra, que ficaria fora do proo presidente Lula levou ao cesso com o advento da mecanização.
presidente Bush que é sobre Existe uma necessidade de ocupar essa
as barreiras comerciais. É uma mão-de-obra em outras atividades da
questão que está sendo dis- indústria. Então, por isso a gente tracutida na OMC e na rodada balha com a idéia da cadeia produtiva.
de Doha. Para haver um mer- O Brasil tem uma possibilidade ímpar
cado livre de etanol, no mun- de ampliar a sua industrialização, usando, temos que acabar com as do a cadeia da cana como um fator
barreiras comerciais. Quando indutor de todo um processo de indusdiscutimos um mercado mun- trialização de outras atividades.
Revista Canavieiros - Junho de 2007

07
Destaque

Sindicato Rural de
Sindicato Rural de
Sertãozinho promove curso
Sertãozinho promove curso
sobre Contribuição Rural
sobre Contribuição Rural
Marcelo Massensini

Palestras reuniram mais de 200 profissionais das áreas contábil, fiscal e de RH no auditório da Canaoeste

O

Sindicato Rural de Sertãozinho,
realizou no dia 24 de maio um
curso sobre Legislação Previdenciária
Rural. As palestras, que aconteceram
no auditório da Canaoeste, foram
direcionadas a profissionais das áreas
contábil, fiscal e de recursos humanos
de empresas e sindicatos relacionados
ao meio rural. O evento reuniu aproximadamente 200 pessoas, entre autoridades, palestrantes e profissionais da
área.
A mesa diretora foi composta pelo
presidente do Sindicato Rural de
Sertãozinho, da Copercana e Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo, o superintendente em exercício do SENAR-SP,
Vicente José Rocco, o diretor da
FAESP, Irineu Andrade Monteiro, a
delegada da Sessão de Julgamento da
Receita Federal em Ribeirão Preto,
Marisete Marques Pavan, o gerente
executivo do INSS de Ribeirão Preto,
Adriano José Dalla Martha e a coordenadora da equipe fiscal da Receita Federal, Gisela Márcia Fávero.
O objetivo do curso, que passa por
diversas cidades do Estado, é orientar
os profissionais quanto ao correto recolhimento das contribuições
previdenciárias e esclarecer os
beneficiários quanto aos seus direitos
e deveres. Antonio Eduardo Tonielo,
em seu discurso de abertura, ressaltou
a importância da instrução destes profissionais. "O papel de arrecadar, relaciona-se intimamente ao de orientar.
Neste aspecto, nada mais justo do que
sanar dúvidas, facilitando o contribuinte rural no exercício de seus diretos e
no cumprimento de suas obrigações".
Vicente José Rocco, superintendente em exercício do SENAR-SP, conta
08

Irineu Andrade Monteiro, Antonio Eduardo Tonielo, Vicente José Rocco,
Marisete Marques Pavan, Adriano José Dalla Martha

que o curso foi idealizado pelo presidente da FAESP, Fábio de Salles
Meireles, com o objetivo de orientar os
contribuintes, quanto à forma correta
de recolhimento das contribuições.
"Nós percebíamos muitas falhas por
que as guia são da Previdência Social.
Eles lançavam tudo para a Previdência
e nada para os outros, não só o SENAR,
como para terceiros", descreve Rocco.
Ele explica que o curso é importante
para que contadores e pequenos produtores rurais se conscientizassem não
só dessa forma de recolhimento, mas
também da contribuição que o SENAR
traz para o meio rural. "O SENAR é um
órgão que concede promoção social,
cursos e eventos voltados para a agricultura. Esse ano, programamos 10 mil
palestras para mais de 300 mil trabalhadores e produtores rurais", completa.
O primeiro palestrante do dia foi o
auditor fiscal da receita federal do Brasil, Oswaldo Magno
Freixo. Ele explicou
que todas as empresas são obrigadas a contribuir
com a previdência
social, mas existem
diferentes formas de
contribuir, depen-

dendo da atividade. "As empresas da
área industrial recolhem de uma forma,
as da área comercial recolhem de forma
parecida, mas para outras entidades.
As rurais são um caso a parte porque
elas têm várias peculiaridades, que são
exclusivas da área rural", explica.
Os benefícios pagos pela Previdência foram o assunto da segunda palestra do dia, com a chefe do serviço de
benefícios da agência de Ribeirão Preto, Ana Cristina de Oliveira e Silva. Ela
contou que com a nova legislação, que
incluiu a contribuição do trabalhador
rural, existe uma mescla dos benefícios
urbanos e os rurais. "O tratamento é
basicamente o mesmo", explica. Entre
os benefícios que o trabalhador rural
tem direito estão: Auxílio Doença,
Previdenciária e Acidentários, Auxílio
Maternidade, Pensão por Morte, Aposentadorias por idade e tempo de serviço e outros.
Evento reuniu mais de 200 pessoas
Artigo

Revista Canavieiros - Maio de 2007

09
Notícias
Copercana

Copercana tem um dos
melhores Laboratórios de
Análise de Solo da região
Marcelo Massensini

D

esde 1.975, para facilitar ainda mais a vida do cooperado,
a Copercana possui um dos melhores
laboratórios de análises químicas de
solo de Sertãozinho e região. Oferecendo análises químicas e granulométricas
de solo, fertilizantes, adubo orgânicos,
vinhaça e corretivos de solo, o Laboratório da Copercana atende a todos
os produtores filiados à cooperativa e
a alguns não-cooperados de outros estados, como Mato Grosso, Rio Grande
do Norte, Goiás, Minas Gerais e
Tocantins.
A partir da década de 60, os produtores começaram a dar mais atenção à
análise de solo e aos benefícios que essa
trazia para a lavoura. Assim, em 1975 os
então diretores da Copercana,
Fernandes dos Reis e Antonio Eduardo Tonielo, seguindo a tendência da
época e com o intuito de expandir o
departamento técnico para atender aos
cooperados, resolveram criar o Laboratório de Análises Químicas de Solo da
Copercana e o setor de topografia. A
incumbência da organização do novo
departamento ficou com o Dr. Manoel
Ortolan, hoje presidente da Canaoeste.
"A pedido do Fernandes dos Reis, eu e
o químico Leonídio Petean, que já tinha
experiência em laboratório graças ao trabalho que realizou na antiga
Coopereste, montamos o laboratório da
Copercana", afirmou Ortolan.
A partir daí, o departamento técnico e o laboratório começaram a trabalhar juntos. O produtor recolhe amostras de solo de sua fazenda e leva ao
laboratório, que faz as análises necessárias. Com o resultado do exame em
mãos, um agrônomo da cooperativa
indica os procedimentos que deverão
ser tomados para as eventuais
melhorias e correções na terra. De acor10

Revista Canavieiros - Junho de 2007

do com químico responsável
pelo laboratório, Francisco
José Accorsini, além das análises de solo, "todo calcário,
gesso e fertilizante que a cooperativa compra para repassar aos cooperados são
avaliados pelo laboratório".

Francisco José
Accorsini

Há 23 anos, o laboratório participa do Programa de
Ensaio de Proficiência IAC
para laboratórios de análises
de solo para fins agrícolas.
Um programa que envolve
mais de cem laboratórios de
todo o Brasil, e durante todos os anos, o laboratório da
Copercana alcançou boas classificações obtendo o selo de garantia das
análises. "O selo de garantia dá tranqüilidade ao cooperado. Ele pode confiar na qualidade das análises feitas
aqui, pois só os laboratórios que recebem esse selo podem oferecer uma
análise confiável", conta Francisco
Accorsini.
Francisco ainda explica que com o
intuito de diminuir erros de amostragem
por parte dos cooperados, o que pode
atrapalhar o diagnóstico, atualmente o
Laboratório tem investido em orienta-

ção aos produtores e em materiais de
coleta, para que as amostras recolhidas pelos agricultores sejam as mais
representativas o possível, a fim de
oferecer as melhores análises, pelo
menor custo.
Para Manoel Ortolan, o laboratório
é uma importante ferramenta para recomendação de corretivos e fertilizantes e também classificação do solo. "A
idéia de montar o laboratório foi muito
feliz e desde 1.975 nossos cooperados
contam com um excelente serviço prestado por esse laboratório", finalizou.
O laboratório atende a todos os cooperados
e a não-cooperados de 5 estados
Notícias
Copercana

Copercana investe em
qualidade e economia no
processamento do amendoim

D

esde a década de 90, a cultura do amendoim passa por uma
fase de expansão e transformação
tecnológica, motivada por um aumento no consumo de produtos para a alimentação, tanto no mercado interno
como no mercado externo. A obtenção
e difusão de variedades mais produtivas e adaptadas ao solo brasileiro e as
técnicas de colheita, pós-colheita e
controle de qualidade do produto foram os principais fatores dessa expansão, dando um novo rumo a esse setor. A conquista e essa expansão do
mercado de amendoim estão ligadas à
melhoria de qualidade do produto.
Pensando na manutenção da qualidade do amendoim e eficiência no seu
processamento, a Copercana tem investido em várias tecnologias e parcerias com universidades. Em 2005, iniciou-se uma parceria com o Departamento de Nutrição da Universidade
Federal de Alfenas (Unifal-MG) com o
objetivo de avaliar a influência de diferentes temperaturas de secagem nas
características físico-químicas e sensoriais do amendoim (IAC 886 "Runner").
Este trabalho realizado pela aluna
do curso de nutrição Nádia Segatto
Strini Paixão, sob a orientação da professora Dra. Eveline Monteiro Cordeiro de Azeredo, constatou que além da
rica composição do óleo e da proteína,
o amendoim possui vitaminas (E e complexo B) e vários minerais como fósforo, potássio, enxofre, cálcio, cobre, ferro, ácido fólico. Também possui substâncias que proporcionam a redução
do colesterol sanguíneo total como
flavonóides, antioxidantes, fitosteróis,
compostos fenólicos, entre outros. Já
é considerado um alimento funcional,
estando relacionado com a prevenção
e melhoria de doenças como câncer,
doenças cardiovascu-lares, cálculos

Secadores de amendoim da UNAME: o procedimento reduz o risco de contaminação por fungos

renais, tuberculose, doença de
gallstone, perda de peso, Mal de
Alzheimer e outras. Devido a essas
aplicações nutricionais, esse alimento
vem se destacando na economia brasileira. Sua exportação e consumo aumentam a cada ano e com isso os cuidados no seu processamento para evitar a produção das aflatoxinas.
A secagem é um procedimento essencial, pois reduz a atividade de água
nos grãos diminuindo assim o risco de
contaminação pelos fungos que produzem as aflatoxinas. O tempo desse
processo varia com a umidade relativa
do ar, umidade de colheita dos grãos,
temperatura e velocidade do secador a
gás. Sendo assim o trabalho teve por
objetivo avaliar as alterações físicoquímicas e sensoriais do amendoim
(variedade IAC - "Runner") quando
submetidos a diferentes temperaturas
de secagem como 38°C (padrão), 42°C,
45°C e 50°C. Foram realizadas as seguintes análises: análise sensorial, relação oléico/linoléico, peróxido, acidez,
consumo de gás pelos secadores, porcentagem de quebrados e de germinação.
Através das análises realizadas

neste experimento notou-se que a temperatura de 45°C foi a mais eficiente e
econômica no processo de secagem.
Mas não pode ser utilizada devido a
grande porcentagem de grãos quebrados e despeliculados que proporcionou. A temperatura de 42°C apresentou a segunda melhor eficiência, a menor porcentagem de quebrados (bandas) e despeliculados, melhor germinação e aceitação pelos provadores na
análise sensorial. Não houve diferença significativa na relação oléico/
linoléico, peróxido, acidez livre em
oléico.
Isto possibilita concluir que há uma
grande economia ao se utilizar essa
temperatura na secagem do amendoim, garantindo aos consumidores um
produto seguro e de alta qualidade
nutricional. Segundo Augusto César
Strini Paixão (Gerente da Unidade de
Grãos), este resultado foi muito importante para a Copercana, pois ao ser
utilizado nesta safra de 2007, representou uma economia de 8% no consumo
de gás e 26,6% na eficiência. Isto significa a descarga de quinze caminhões
a mais por dia e uma economia de vinte
toneladas de gás por safra.
Revista Canavieiros - Junho de 2007

11
Notícias
Canaoeste

Agrônomos e técnicos da
Canaoeste participam de
treinamento no CTC
Da redação

E

ngenheiros agrônomos e técnicos agrícolas da Canaoeste,
além de associados e seus funcionários, participaram de treinamento no CTC
(Centro de Tecnologia Canavieiro), em
Piracicaba, no último dia 31, para formação de equipe de roguing para atuação em viveiros de cana-de-açúcar.
O objetivo foi apresentar as informações básicas sobre as práticas envolvidas no roguing, evidenciar o reconhecimento das principais doenças
da cana-de-açúcar para reduzir as perdas e minimizar os custos de controle.
Roguing é a prática que visa à eliminação de plantas indesejáveis presentes na área de produção. Para a
cana-de-açúcar recomenda-se o
roguing apenas nas áreas de viveiro,
pois em áreas comerciais o custo seria
muito elevado.

dade desejada e, também, observar
doenças secundárias (ferrugem, estria
vermelha, podridão abacaxi, mancha
parda, mancha anelar e podridão vermelha).
Participaram do treinamento os engenheiros agrônomos Antonio Leandro
Pagotto, Carlos Henrique Balardin,
Diógenes M. A. Venturelli, Marcelo de
Felício, Pedro Vicente Fonseca Jr.,
Sandro Augusto Galhardo, o técnico
agrícola Amauri Aparecido da Costa,
além dos funcionários da Fazenda Santa Rita (Copercana), associados e seus
funcionários. O treinamento foi ministrado pelo engenheiro agrônomo Márcio
Aurélio Correia Tavares, do CTC.
"O treinamento foi muito importante. A partir dele, com certeza iremos orientar e treinar outras pessoas para praticar o roguing em seus viveiros e, conseqüentemente, teremos mudas de melhor qualidade, livres de doenças que
mesmo com tratamento térmico só são
eliminadas com esta prática", afirmou o
engenheiro agrônomo da Canaoeste de
Bebedouro, Sandro Augusto Galhardo.
Na opinião do técnico agrícola Carlos

Sandro Augusto Galhardo
engenheiro agrônomo da Canaoeste de Bebedouro

Roberto Ornellas, iniciativas como esta
da Canaoeste em orientar e treinar são
muito válidas para o perfeito desenvolvimento da cultura da cana. "São práticas que, se não forem realizadas no momento certo, comprometem todo o restante do ciclo, causando enormes prejuízos", afirmou. Ornellas disse que já
pratica e ensina a outras pessoas o que
aprendeu com o treinamento.

Agrônomos identificam variedades de cana

Assim, em viveiros, o objetivo é eliminar plantas que apresentem sintomas
de quatro principais doenças (carvão,
mosaico, escaldadura ou amarelinho),
além de misturas varietais, ou seja, plantas de uma outra variedade que estejam crescendo juntamente com a varie12

Revista Canavieiros - Junho de 2007

Equipe da Canaoeste que participou do treinamento de roguing
Notícias
Canaoeste
A IMPORTÂNCIA DO
ROGUING
- Ao eliminar as plantas doentes
estamos contribuindo de maneira
decisiva para a quebra do ciclo da
doença, evitando que a mesma se
espalhe para as plantas vizinhas. Em
relação às misturas varietais, as
mesmas devem ser eliminadas o
mais cedo possível para evitar sua
multiplicação no decorrer dos plantios.
- As operações de roguing devem ter início por volta de 30 dias
após o plantio e a freqüência deve
ser mensal a partir desta data. Devem ser realizadas por uma equipe
previamente treinada
- A eliminação das plantas doentes ou misturas varietais pode ser
manual ou química. A eliminação
manual consiste na retirada da
touceira indesejável com auxilio de
um enxadão. No roguing químico
a touceira é eliminada com o
herbicida glifosato.
- Deve ser feita a desinfecção dos
instrumentos de corte para evitar a
disseminação de doenças sistêmicas
(escaldadura e raquitismo). O mais
recomendado é utilização de amônia quaternária antes do início dos
trabalhos, ao mudar de talhão, de
variedade e nas interrupções de trabalho (almoço e café).

As quatro principais doenças:
Carvão: causado por fungo, sua dispersão ocorre, principalmente, através
das correntes aéreas e do plantio de mudas contaminadas. Embora o sinal típico
de carvão seja a emissão de chicotes,
outros sintomas podem ser observados,
como afinamento dos colmos;
superbrotamento das touceiras; desenvolvimento de gemas laterais e produção
de galhas em gemas laterais do colmo.
Mosaico: causada por vírus e se caracteriza pelo aparecimento de manchas
de coloração amarelada ou verde-pálido,
alternadas por manchas de cor verde normal, principalmente nas folhas mais jovens do “cartucho” foliar.
A disseminação do mosaico se processa através de pulgões e também pelo
uso de material vegetativo proveniente
de plantas doentes.
Escaldadura: causada por uma bactéria, provoca o amarelecimemto e necrose
das folhas; brotação de gemas laterais
devido à morte da gema apical, principalmente de baixo para cima; riscas ou pontos marrom-avermelhados no interior do
colmo, principalmente na região do nó e
morte de plantas jovens.
Amarelinho: não apresentam sintomas específicos. Pode ser confundida
com
deficiência
nutricional,
compactação do solo, deficiência hídrica,
injúria causada por insetos (broca da
cana). Amarelecimento acentuado da
porção abaxial da nervura central das
folhas.

Revista Canavieiros - Junho de 2007

13
Notícias
Canaoeste

Preço da cana segue em baixa
Cristiane Barão

Em maio, cotação ficou 22% abaixo do mês anterior

O

preço do kg do ATR fechou
o mês de maio em R$ 0,2632,
22,2% abaixo do índice de abril e 45%
inferior ao auferido no mesmo mês do
ano passado. É o segundo mês de baixa
no preço da cana-de-açúcar. Há três fatores que explicam esse comportamento: aumento na produção de matéria-prima, excedente de açúcar no mercado internacional e queda no preço do álcool.
De acordo com o primeiro levantamento da Conab para a safra 2007/08,
serão colhidas 527,9 milhões de toneladas de cana, 11,20% acima da passada. Além disso, como reflexo do início

da safra, o preço do álcool está em
queda: na última semana de maio, o
Indicador CEPEA/ESALQ do anidro,
mais ofertado, teve média de R$
0,76416/litro (sem impostos), menor
cotação (nominal) desde setembro de
2005 e baixa de 13,7% em relação à semana anterior. Para o hidratado, o recuo foi de 10,5%, a R$ 0,60789/litro
(sem impostos), menor valor nominal
desde junho de 2005.
No mercado externo, o problema é
o açúcar. De acordo com a OIA (Organização Internacional do Açúcar), o
excedente em 2006/07 será de 9,1 mi-

lhões de toneladas. A produção mundial de açúcar foi revisada para cima,
para 162,6 milhões de toneladas, 2,4
milhões além da estimativa anterior.
De acordo com o presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan, além da
queda no preço, - que já era esperada,
mas não nessa proporção - houve aumento nos custos de produção. "Houve alta nos preços de defensivos, mãode-obra e equipamentos", diz. De acordo com ele, ao longo da safra o preço
da cana deve sofrer reação, mas mesmo assim ficará abaixo da cotação do
ano passado em pelo menos 20%.

Consecana

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº. 04/07
DATA: 31 de maio de 2007

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de MAIO de 2007. O preço médio do kg de ATR para o mês de MAIO é de R$ 0,2899.

O preço de faturamento do açúcar no
mercado interno e externo e os preços do
álcool anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados
pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL e MAIO e acumulados até MAIO, são apresentados acima
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado,
carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do
ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos
meses de ABRIL e MAIO e acumulados
até MAIO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são apresentados acima.

14

Revista Canavieiros - Junho de 2007
Notícias
Canaoeste

Revista Canavieiros - -Junho de 2007
Revista Canavieiros Maio

15
Notícias
Cocred

Conheça a agência da
Cocred em Sertãozinho
Marcelo Massensini

Cocred de Sertãozinho atende 2.094 cooperados

A

partir desta edição, a Revista Canavieiros vai apresentar a você, leitor, todas as agências
da Cocred, mostrando os serviços e
facilidades oferecidas aos cooperados
por cada unidade. Para começar, escolhemos a primeira delas: a de
Sertãozinho.
Criada em 1969, a Cocred - Cooperativa de Crédito dos Plantadores de
Cana de Sertãozinho, reúne hoje mais
de 5.744 cooperados, sendo que 2.094
destes são atendidos pela agência de
Sertãozinho. Uma delas é a cooperada Letícia Bighetti que se diz satisfeita e que não trocaria a Cocred por
nenhum outro banco. "Por ser um banco somente para cooperados, um público mais restrito, os funcionários
acabam nos conhecendo mais, sabendo quem somos. E isso faz a gente se
sentir em casa", explica.
A Cocred é a única cooperativa de
crédito rural do Brasil que possui a
certificação de qualidade ISO 9001: o
reconhecimento da qualidade e segurança de seus produtos e serviços. Um
fator importante para a obtenção desse certificado é a busca constante pela
satisfação de seus cooperados. Prova
disso é o número de cooperados que
cresce a cada dia. Somente no ano passado foram 1.360 novas adesões e 9.647
operações de crédito que movimentaram R$ 322 milhões na cooperativa.
O gerente da agência, Rogério
Moisés, enfatiza que oferecer um
atendimento diferenciado é uma das
grandes preocupações da Cocred.
"Em nenhum outro banco o cliente
tem acesso direto à gerência, como
tem aqui. Você não vê bancos sem filas como vê aqui. Nós fazemos de
tudo para que o cooperado se sinta
em casa", diz. Letícia explica, ainda,
16

Revista Canavieiros - Junho de 2007

Letícia Bighetti: “Os funcionários da Cocred nos fazem sentir em casa”

que "o próprio espaço físico da agência facilita o relacionamento entre o
cooperado e o gerente. Em outros

bancos o gerente parece ficar escondido do cliente, você tem que passar
por 20 pessoas até conseguir falar
Notícias
Cocred
Luiz Carlos Tasso Junior: “As
vantagens da Antenor vão do
Cocred Pinton
atendimento até as taxas.”

com ele. Na Cocred é o contrário", elogia a cooperada.
Mas segundo Moisés, além do atendimento exclusivo, a Cocred se preocupa em oferecer os melhores produtos
aos seus cooperados. A cooperativa
disponibiliza empréstimos e financiamentos com juros baixos e isenção de
taxas, aplicações financeiras exclusivas
para produtores rurais, cartões de crédito, poupança e todos os serviços oferecidos pelos outros bancos. A vantagem é que, investindo em um banco cooperativo, o dinheiro é transformado em
crédito para produtores rurais, uma ma-

neira de contribuir
com o desenvolvimento da região.

Luiz Carlos Tasso
Junior, engenheiro
agrônomo e cooperado desde 1998, considera que a Cocred, em
relação a outros bancos, só tem pontos favoráveis. "Tanto no
atendimento, na
receptividade aos clientes, no tratamento
pessoal, nas eliminações de tarifas de extratos e talões, a
Cocred me propicia um retorno muito
maior do que em qualquer outro banco",
explica. "Aqui nós temos uma transparência grande e uma receptividade muito boa de todos os funcionários, desde
o atendimento até a gerência e os caixas.
Ela (Cocred) me proporciona uma transparência e uma idoneidade maior do que
nos outros bancos", termina.
Visando melhorar o atendimento de
seus usuários, há quase um ano a agência da Cocred de Sertãozinho se dividiu. Foram criados 3 caixas na Loja de
Ferragens/Magazine para atender aos
clientes que utilizam os serviços de paInterior da agência de Sertãozinho

gamento de contas de energia elétrica,
boletos bancários entre outros, bem
como, toda a movimentação da Poupança Cooperada como depósitos e saques.
"A divisão aconteceu para diminuir a
ocorrência de filas. Antes os cooperados demoravam para ser atendidos,
com esta divisão o atendimento está
mais ágil, explica Moisés".
Também serão implantados em todas as agências da Cocred os Terminais de Auto-Atendimento, que facilitarão ainda mais o fluxo de pessoas
nas agências. Nestes terminais estarão disponíveis os serviços de saldo e
extrato de conta corrente e aplicação,
saques e pagamentos de contas de
energia elétrica e títulos bancários.

Serviços oferecidos pela
Cocred de Sertãozinho
Caixas
- Saques
- Pagamentos;
- Depósitos;
- Outros.
Gerência:
- Assistência geral e diferenciada
para os cooperados;
- Capitação de recursos (aplicações)
Operações de Crédito:
- Custeio e investimento agrícola;
- Financiamentos de veículos, empréstimo pessoal entre outros;
- FINAME (BNDES);
- Cobranças;
- Desconto de recebíveis;
- Custódia de valores ou documentos
Atendimento:
- Extratos;
- Saldos;
- Cadastro;
- Abertura de Contas;
- Atendimento em geral.
Seguros:
- Automóveis;
- Empresa;
- Vida;
- Residência;
- Canavial.
Revista Canavieiros - Junho de 2007

17
Notícias
Cocred

18

Revista Canavieiros - Junho de 2007
Balancete

Notícias
Cocred

Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho
BALANCETE MENSAL ABRIL/2007 valores em Reais

Revista Canavieiros - Junho de 2007
Reportagem de Capa

III Agronegócios Coperc
oportunidades aos
Carla Rossini

A Feira é realizada exclusivamente aos cooperados do
Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred

O

s cooperados do sistema
Copercana, Canaoeste e
Cocred já podem marcar a data do
novo encontro que vai acontecer nos
dia 20, 21 e 22 de junho no Clube de
Campo Vale do Sol: o III
Agronegócios Copercana.
A feira conta com cerca de 50 expositores e um sistema facilitado de
compra de insumos com oferta de créditos e condições vantajosas de pagamento. O evento deve encerrar com
chave de ouro o primeiro semestre
de 2007, período tradicional de negócios dentro do setor canavieiro,
principalmente na área de agroquímicos.
Os cooperados que visitarem a feira conhecerão todos os produtos e
equipamentos necessários para a agricultura da cana, soja, amendoim e milho. Os negócios serão feitos através
de disponibilidade de crédito e facilidades que só os cooperados do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred
conseguem obter.
Na edição de 2006, o cenário favorável fez com que o volume de vendas ultrapassasse a meta prevista
gerando negócios na ordem de R$ 60
milhões. Os destaques da feira foram
a comercialização de 51 mil toneladas de adubo e a superação na venda de defensivos agrícolas.
Para este ano, as expectativas são
ainda melhores. Confira e entrevista
exclusiva que a Revista Canavieiros
fez com o presidente da feira e também da Copercana e Cocred, Anto-

20

Revista Canavieiros - Junho de 2007

nio Eduardo Tonielo.
Revista Canavieiros: Esse é o terceiro ano que a Copercana realiza
o Agronegócios. Nos anos anteriores tivemos um bom número de cooperados e negócios. O que é esperado para esse ano?
Antonio Eduardo Tonielo: Eu
acredito que este ano será ainda melhor, pois a cada ano que passa a

gente vai adquirindo mais experiência, conseguindo mais volume de recursos. O grande sucesso da feira é
financiamento a custo barato. E esse
ano, eu acredito que vai ser um dos
anos de melhor custo possível. Esperamos um movimento maior, um
sistema de venda com mais lucro já
que temos opções de financiamento muito atrativo. Além dos excelentes preços e opções de pacotes para
Reportagem de Capa

cana apresenta ótimas
produtores rurais
dito que a feira só tem sentido se ela
for boa para os cooperados, ou seja,
se ele puder ir lá e fazer negócios.
Nós estamos tentando globalizar o
nosso negócio para poder passar ao
cooperado preços bons, tanto para
aquele que compra 20 toneladas de
adubo quanto para aquele que compra mil toneladas do mesmo produto. Esse movimento ajuda bastante
os cooperados menores e não prejudica os grandes. Essa é a grande vantagem da feira. Não estou querendo
dizer que o grande vai pagar mais
caro pelo produto, mas ele vai ajudar
os pequenos a conseguir obter bons
preços.

atender aos cooperados, a época é
boa para comprar. As empresas querem faturar para fechar o balanço semestral e acabam oferecendo bons
preços. O importante que quem vai
na feira esse ano feche negócios ainda melhores do que nos outros
anos.
Revista Canavieiros: Já existe
alguma estimativa do volume de negócios que a feira deve atingir?
Antonio Eduardo Tonielo: Esperamos negócios melhores e maiores
do que no ano passado. Temos condições de oferecer boas condições
de compra e de pagamento aos nossos cooperados e isso vai ajudar
bastante no sucesso da feira.
Revista Canavieiros: Os cooperados do sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred podem se sentir privilegiados com uma feira exclusiva?
Antonio Eduardo Tonielo: Eu acre-

Revista Canavieiros: Quem visitar a feira, vai encontrar novidades
e boas condições de compra?
Antonio Eduardo Tonielo: Nós teremos atrativos e novidades de
implementos, insumos e máquinas
agrícolas com disponibilidade de financiamento. Espero que os nossos
cooperados compareçam ao evento
que é feito exclusivamente para eles.
O Agronegócios Copercana não é
uma feira para quem deseja passear e
fazer festa. Ele é feito para quem deseja fazer bons negócios. Esse ano
nós teremos bastante recursos e créditos para oferecer. Quem for na feira
sairá satisfeito.

A novidade deste ano é o evento paralelo que estará
acontecendo durante o III Agronegócios Copercana:
A Programação da pecuária.
PARTICIPAÇÃO DE INTITUIÇÕES
REPRESENTATIVAS DA OVINOCULTURA
Estarão presentes:
- Associação de Criadores de Ovinos da Região de Ribeirão Preto –
ASCORRP;
- Associação de Criadores de Ovinos da Região de Jaboticabal –
ASCORJ;
- Sistema Agroindustrial Integrado
– SAI / SEBRAE.
Juntas, as três instituições e a
Copercana formam um grupo comprometido com a viabilidade da
ovinocultura na região. Este grupo estará próximo ao Shopping de Ovinos,
formando um ambiente agradável de
negociações e de troca de informações
sobre a cadeia da ovinocultura.

Revista Canavieiros - Junho de 2007

21
Reportagem de Capa
PALESTRAS
A feira terá uma programação variada de palestras, em um ambiente preparado dentro do próprio evento. Serão palestras de curta duração, em torno de 30 a
40 minutos, para que os visitantes possam adquirir informações sem ter que
dedicar muito tempo. Algumas palestras serão repetidas nos 3 dias da feira,
dando mais oportunidades para quem quiser assistir.
QUARTA FEIRA – 20/06/2007
10:00h Tema: Seca e Confinamento de Bovinos
Palestrante: Paulo Francisco Menegucci - Médico Veterinário – TORTUGA
11:00h Tema: Pastagens Tropicais: Características e Manejo
Palestrante: Rodrigo de Carvalho Ferreira – Engenheiro Agrônomo –
OURO FINO AGROSCIENCES
15:00h Tema: Nutrição de Gado de Leite
Palestrante: Rodrigo Costa - Médico Veterinário – TORTUGA
16:00h Tema: Manejo de Ovinos
Palestrante: Luís Henrique Fernandes – Zootecnista – GRUPO MARGEM
QUINTA FEIRA – 21/06/2007
11:00h Tema: Pastagens Tropicais: Características e Manejo
Palestrante: Rodrigo de Carvalho Ferreira – Engenheiro Agrônomo –
OURO FINO AGROSCIENCES
14:00h Tema: Cisticercose
Palestrante: Ingo Aron Sousa Mello - Médico Veterinário – OURO FINO
15:00h Tema: Viabilidade da Ovinocultura na Região de Ribeirão Preto
Palestrante: Nelson Bernardi Júnior - Médico Veterinário – COPERCANA
16:00h Tema: Controle de Carrapatos
Palestrante: Ingo Aron Sousa Mello - Médico Veterinário – OURO FINO
SEXTA FEIRA – 22/06/2007
10:00h Tema: Seca e Confinamento de Bovinos
Palestrante: Paulo Francisco Menegucci - Médico Veterinário – TORTUGA
11:00h Tema: Viabilidade da Ovinocultura na Região de Ribeirão Preto
Palestrante: Nelson Bernardi Júnior - Médico Veterinário – COPERCANA
14:00h Tema: Cisticercose
Palestrante: Ingo Aron Sousa Mello - Médico Veterinário – OURO FINO
15:00h Tema: Nutrição de Gado de Leite
Palestrante: Paulo Francisco Menegucci - Médico Veterinário – TORTUGA
16:00h Tema: Controle de Carrapatos
Palestrante: Ingo Aron Sousa Mello - Médico Veterinário – OURO FINO

22

Revista Canavieiros - Junho de 2007

PARTICIPAÇÃO DE
FORNECEDORES
DE INSUMOS
PARA A PECUÁRIA
Neste primeiro ano em que a feira
enfoca o setor pecuário, os principais fornecedores da Copercana estarão presentes:
- ARTE COURO DORENSE – Selaria
- COMIGO – Cooperativa
Agroindustrial dos Produtores Rurais
do Sudoeste Goiano – Rações para
Animais de Produção e de Estimação
- OURO FINO SAÚDE ANIMAL
– Medicamentos Veterinários
- OURO FINO AGROSCIENCE –
Sementes de forrageiras (pastagens)
e Crotalária
- TORTUGA – Companhia
Zootécnica Agrária – LINHA SAÚDE ANIMAL – Medicamentos Veterinários
- TORTUGA – Companhia
Zootécnica Agrária – LINHA NUTRIÇÃO ANIMAL – Suplementos Minerais

OUTRAS
PROGRAMAÇÕES
- Participação do CORDEIRO
BRASILEIRO, fornecedor de carne
de cordeiro para a rede de supermercados da COPERCANA. No seu
stand haverá degustação e venda de
carne de cordeiro.
- Sorteio de um Touro da raça
Nelore PO, da genética OURO FINO.
Quem quiser concorrer a este prêmio
basta comprar R$ 30,00 em medicamentos veterinários da linha OURO
FINO. O sorteio acontecerá no dia 22/
06/2007 – Sexta feira, as 17:00h no
stand da OURO FINO.
- Venda de sementes forrageiras
(pastagens) e Crotalária, para pagamento em agosto de 2008, a juros de
8,75% ao ano.
Reportagem de Capa

Revista Canavieiros - Junho de 2007

23
Artigo Técnico

O que leva um industrial a
optar por produção de
cana própria?
Departamento de Planejamento e Controle Agrícola da CANAOESTE

T

endo em vista a grande expansão do setor sucroalcooleiro
no Brasil e com o objetivo analisar
os modelos alternativos de produção
de cana-de-açúcar de um novo empreendimento industrial, foi desenvolvida pelo Departamento de Planejamento e Controle Agrícola a análise que se segue. Longe de querer
fechar questão sobre o assunto, a
presente análise visa abrir o debate
sobre estas questões e discutir o que
levaria um empreendedor do setor a
optar por uma produção totalmente
própria de matéria-prima para a sua
agroindústria ao invés de optar por
fornecedores de cana-de-açúcar.
As alternativas analisadas foram:
a produção de cana própria em terras
próprias ou arrendadas ou aquisição
de matéria-prima de fornecedores,
que por sua vez podem produzi-las
em terras próprias ou arrendadas.
As premissas básicas consideradas foram as seguintes:
"
Moagem de 2.000.000 de toneladas por safra;
"
Distância média de 15 Km
dos fundos agrícolas à unidade industrial;
"
Valor de remuneração de
terra de 35 toneladas de cana por
alqueire;
"
Preço do ATR de R$ 0,3300;
"
Teor médio de 145,25 Kg/t e
"
Produtividade média em 5
cortes de 81,28 t/ha.
Para apuração dos custos de produção foi utilizado o modelo de desenvolvimento e acompanhamento
de projetos da M. Moraes
Consultoria Agronômica que tem
sido utilizado em diversos projetos
de novos empreendimentos industriais. Este modelo determina um ou
24

Revista Canavieiros - Junho de 2007

vários sistemas de manejo da lavoura adequados para os ambientes de
produção e tecnologias a serem utilizadas e, a partir daí, faz o
dimensionamento da estrutura de
motomecanização, mão-de-obra e
planeja a utilização de insumos e sistemas de irrigação.

Tabela 2 - Estimativa de
Investimentos Agrícolas

Os resultados dos custos de produção são apresentados na tabela 1
abaixo.
Os investimentos estimados são
apresentados na tabela 2 abaixo.
Tabela 1- Custos de Produção para o Modelo de Produção de Cana
Própria da Unidade Industrial em Terras Arrendadas
Artigo Técnico
Foi também calculada antes do Imposto de Renda, na tabela 3, a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Valor Presente
Líquido a uma taxa de 10% ao ano e o
Payback convencional e ajustado, isto
é, com o saldo sendo corrigido para uma
taxa de 10% ao ano em um horizonte de
20 anos de vida útil do empreendimento, com os devidos re-investimentos em
equipamentos, à medida que estes cheguem ao final de suas vidas úteis.

Tabela 3 – Resumo do Fluxo de Caixa Agrícola antes do IR:

A Taxa Interna de Retorno encontrada foi de 8,58% a.a., inferior aos 10%
objetivados, resultando, portanto, em
um Valor Presente Líquido negativo e
um Payback simples de 12 anos, ajustado ao mesmo tamanho de horizonte
do projeto pois a TIR foi inferior à taxa
de correção dos saldos de caixa.
Apesar de ser uma Taxa de Retorno
baixa, é superior ao valor pago pela taxa
de juros de poupança. Mas a pergunta
é: Sendo a taxa de retorno baixa, o que
levaria um industrial a optar por produção de cana própria?

Revista Canavieiros - Junho de 2007
Artigo Técnico
Antes de responder a essa pergunta, vamos tentar responder o que levaria
um produtor a se interessar por este
mesmo projeto. Os principais fatores que
encontramos para os produtores de cana
independentes foram os seguintes:
1-) Risco: o produtor é um investidor conservador e não se interessa por
negócios de risco elevado e esta taxa,
mesmo baixa, interessaria a ele, pela solidez do empreendimento agrícola;
2-) Empregabilidade: a produção
agrícola dá ao fornecedor e sua família
a possibilidade de emprego no próprio
negócio como administrador e muitas
vezes em diversas atividades administrativas como compras, controles, etc e
em alguns casos como mecânico, operador etc, elevando a capacidade do empreendimento de gerar renda e reduzindo os custos de encargos sociais;
3-) Renda: no caso de terras próprias, a renda da terra se reverte para ele
mesmo;
4-) Manutenção na atividade agrícola: a produção agrícola, pode mantêlo na propriedade e reduz os seus custos de vida, se comparado aos custos
na cidade.

de vista do industrial.

1-) Apoio político: considerou-se
que, quanto maior o número de envolvidos no negócio, maior será o apoio
político obtido em casos de risco do
empreendimento por ameaças externas,
assim seria mais interessante a produção de cana com fornecedores que arrendem suas terras, pois, numa eventual necessidade de apoio político, estariam envolvidos além do empreendedor
e seus funcionários, produtores rurais
e seus arrendatários.
2-) Segurança quanto ao fornecimento de matéria-prima: quanto mais
centralizada as decisões e menos elementos envolvidos na cadeia, maior a
segurança do empreendedor e do empreendimento quanto ao fornecimento
de matéria prima. Este, aliás, é um dos
pontos fracos da opção por cana de
fornecedores.
3-) Risco ambiental agrícola: mesmo
com todos os cuidados no desenvolvimento do projeto e na sua implantação,
respeitando à legislação ambiental, ainda há o risco de incêndios criminosos
ou acidentais que recaem sobre o responsável pela produção na área agrícoExistem diversos outros fatores, mas la, sendo esta uma desvantagem da opestes foram considerados os principais. ção por produção de cana própria. Além
do que, a legislação vem sofrendo consQuanto à questão sobre o interesse tantes modificações, sendo cada vez
do empreendedor industrial em produ- mais restritiva e rigorosa.
zir cana própria, foram analisados di4-) Controle de logística: um dos
versos fatores que seguem na tabela 4 pontos mais importante no processo
abaixo sempre analisando sob o ponto agroindustrial da cana-de-açúcar é o
Tabela 4 - Análise dos fatores de relevância para a decisão entre os modelos alternativos de produção de cana-de-açúcar:

26

Revista Canavieiros - Junho de 2007

abastecimento da unidade industrial
para obter o máximo aproveitamento de
tempo da indústria e reduzir-se ao máximo as perdas de açúcar obtidos na lavoura. Desta forma, a produção de cana
própria é mais vantajosa para garantir a
moagem prevista.
5-) Ganho em escala: quanto maior
a produção, maior a eficiência e menores ficam os custos fixos por unidade
produzida. Isto é verdade, até que o
volume utilize ao máximo os equipamentos disponíveis, a estrutura de apoio e
os custos administrativos. Assim, há
uma escala em área, produtividade e
produção adequada para cada região e
sistema produtivo. Normalmente os estudos de implantação de uma
agroindústria levam em consideração
estes fatores e, em geral, eles apontam
para unidades de produção relativamente grandes, se comparados aos tamanhos de fornecedores de cana encontrados nas regiões tradicionais.
6-) Hedge: no caso de produção de
cana própria, o valor da matéria-prima
fica amarrado aos custos de produção,
que, genericamente, variam de forma independente em relação aos produtos
finais da unidade industrial. Com a aquisição de matéria-prima de terceiros, temse um hedge perfeito, adequando de
forma definitiva os preços da cana-deaçúcar processada com os preços de
açúcar e álcool.
7-) Preço de suporte da cana: em
situações de queda de preços, é importante ter-se um preço de suporte baixo,
isto é, que os preços dos produtos mesmo estando abaixo dos custos de produção sejam ainda superior aos custos
desembolsáveis do produtor. Isso permitirá que ele passe o período de turbulência sem dívidas que possam comprometer o seu negócio, assim a produção
em terras próprias, onde o custo da terra não é um valor desembolsável, apresenta-se mais interessante, sendo também mais vantajosa para que não hajam
financiamentos a pagar, entretanto esta
última condição é extremamente difícil
em um novo empreendimento.
8-) Nível de investimento: sem considerarmos compras de terras, o investimento agrícola na unidade proposta é
da ordem de 90 milhões de reais. Obviamente que, na opção por fornecedores, estes valores deixam de ser imobili-
Artigo Técnico
zados pela unidade industrial e podem
ser utilizados na co-geração de mais excedentes de energia ou melhorias na
qualidade dos produtos.
9-) Agilidade na implantação: por
ter, de forma geral, maior capacidade de
dar bens em garantia e por poder agregar grandes investidores externos, a
opção por produção de cana própria é
muito mais ágil do que a opção por fornecedores. Gera também uma menor especulação no mercado de terras e facilita as negociações.
10-) Foco no negócio: o fato da unidade industrial diminuir o envolvimento
agrícola, permite maior enfoque no processo industrial e na comercialização,
liberando capital e esforço na atividade
fim do industrial.
11-) Envolvimento: a opção por cana
própria tem um envolvimento administrativo, de planejamento, de redução de
custos, ou seja, um envolvimento muito
mais técnico. Já a opção por fornecedores tem um envolvimento negocial, de
relações humanas e para muitos empreendedores, devido ao seu perfil, muito
mais complicada.
12-) Arrendamento: quando há a
aquisição de terras, tanto na opção cana
própria com terras próprias ou fornecedores com terras próprias, o arrendamento ganha aspecto secundário. Entretanto quando as terras são arrendadas, o empreendimento por si só, fará
com que estas se valorizem e por conseqüência sofram aumentos significativos ao longo do tempo, assim tornamse mais vantajosas as opções de produção em terras próprias.
13-) Valorização da terra: como dito,
na implantação da agroindústria, as terras se valorizam, e obviamente que, se
as terras forem da unidade industrial,
esta terá uma aumento do seu
patrimônio. Se elas já estiverem na mão
de produtores que sejam proprietários,
estes ganhos ficam com os produtores.
No caso de terras arrendadas, haverá
uma situação de indiferença, pois o
ganho patrimonial estará inacessível a
fornecedores e unidade industrial.
14-) Riscos agrícolas: a produção
de cana-de-açúcar é um investimento
de baixo risco, mas não de risco zero. A
opção fornecedores é mais vantajosa
sob a ótica do industrial que assume
riscos climáticos, de perdas de produti-

vidade, etc.
Na tabela 4, foram assinalados com
um asterisco, os pontos mais vantajosos de cada uma das opções e na linha
“Destaques” foram quantificados estes
asteriscos.
Como a proposta desta análise e discutir pontos fracos da opção fornecedores de cana. A seguir serão feitas
propostas para os itens destacados em
vermelho na tabela 4, com o intuito de
fornecer mais elementos para esta discussão.
PROPOSTAS
Item 2-) Segurança quanto ao fornecimento: é extremamente complicado
para o empreendedor correr o risco de,
na metade da implantação do projeto industrial, ficar sem matéria prima, assim a
elaboração de contratos de longo prazo,
de 10 anos ou mais, é fundamental.
Vale salientar, que esta proposta de
contrato de longo prazo está sendo feita para o fornecimento de cana e para
aquelas unidades industriais que se interessaram por estes. Não estão sendo
discutidos aqui os contratos de arrendamento.
Item 4-) Controle de logística: sugere-se, caso haja a opção por fornecedores, que estes se organizem e constituam uma empresa responsável pela
logística, afim de equilibrar esta desvantagem da opção por fornecedores. É importante que os ganhos de cada produtor, independentemente da época do
ano em que sejam fornecidas, sejam
compatíveis com a qualidade da matéria-prima entregue.
Item 5-) Ganho em escala: para terse custos adequados é preciso que haja
uma escala de produção compatível com
o tamanho do empreendimento. O tamanho adequado depende do sistema
de produção e da região, mas dificilmente um produtor com menos de 100 mil
toneladas de cana terá escala adequada. Assim é preciso que haja fornecedores com um volume mínimo de cana
ou que constituam grupos cooperativos.
Item 7-) Preço de suporte cana: o
principal fator que determina um preço
de suporte baixo é a produção em terras próprias, assim é necessário que o

fornecedor tenha um mínimo de terras
própria ou que as adquira. Isto dará sustentação ao negócio e possibilitará que
ele sobreviva aos momentos complicados do setor.
Item 9) Agilidade na implantação:
este é um item que não depende de organização e foge muito às possibilidades da maioria dos produtores. Se
estamos em um governo dito socialista
é preciso que haja políticas públicas que
possibilite a manutenção do produtor
rural no campo e a forma de fazê-las é
com financiamentos governamentais
compatíveis com a nossa realidade agrícola, ou teremos de um lado a agricultura de sub-existência e de outro grandes
grupos agroindustriais, e um enorme
vazio no meio. Não há como exigir de
um produtor rural, as mesmas garantias
de uma unidade industrial. Não se está
aqui discutindo projetos fantasmas,
como no passado, mas empreendimentos reais que gerarão riquezas.
Item 11-) Envolvimento: a opção por
fornecedores pode ser desgastante
caso haja dependência financeira em
relação à agroindústria. Faz-se necessário que o empreendedor agrícola, no
caso, o fornecedor de cana, tenha condições financeiras de manter seu negócio com seus próprios recursos e para
isto é necessário um sistema de pagamento de cana compatível com os custos de produção.
CONCLUSÃO:
Para que haja a inclusão de fornecedores de cana-de-açúcar nos novos
empreendimentos industriais são necessários ajustes organizacionais, tanto de produtores como de industriais,
entretanto o fator que mais atravanca
esta inserção são mecanismos de financiamento compatíveis com a realidade
dos produtores rurais.
Nos moldes atuais de financiamento e implantação de novas unidades industriais, o país caminha para um modelo de produção de cana-de-açúcar
centralizador e perigoso para o próprio
setor sucroalcooleiro. Exemplo claro dos
riscos é o setor citrícola brasileiro.
Faz-se necessária uma atitude governamental urgente que viabilize a mudança deste cenário.
Revista Canavieiros - Junho de 2007

27
Informações setoriais

CHUVAS DE MAIO
e Prognósticos Climáticos

N

o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE
durante o mês de maio de 2007.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

As somas das chuvas durante o mês de maio nos locais: EE Citricultura de Bebedouro, Fazenda Santa Rita,
Franca, Usina Batatais e MB, "ficaram" próximas das respectivas médias históricas. Nos demais locais e nas médias
das observações, as chuvas registradas em maio foram superiores (o dobro, em vários locais) às normais climáticas.

Mapa 1: Água Disponível no
Solo no período de 17 a 20 de
maio de 2007.

O mapa (1) ao lado mostra que, em praticamente
toda área canavieira do Estado de São Paulo, o índice
de Água Disponível no Solo encontrava-se próximo
do nível crítico entre os dias 17 a 20 de maio deste ano
(um ou dois dias antes das abençoadas chuvas).

28

Revista Canavieiros - Junho de 2007
Informações setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de maio de 2006.

Como subsídios aos planejamentos de atividades futuras, a
CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre
INMET-Instituto Nacional de
Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para
os meses de junho a agosto.
- Para todos os Estados da Região Centro Sul:-

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de maio de 2007.

- A temperatura média poderá
“ficar” acima das normais climáticas;
- As chuvas previstas para os
meses de junho a agosto poderão
ser próximas das respectivas médias nos Estados de Mato Grosso,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
enquanto que nos demais estados
da Região Centro Sul, serão ligeiramente inferiores às respectivas
médias históricas. Exemplificando
para Ribeirão Preto e municípios
vizinhos, as médias históricas pelo
Centro Apta - IAC, são de 30mm
em junho, 20mm em julho e em
agosto.
A CANAOESTE recomenda,
face às previsões pela Somar
Meteorologia, com a qual mantém
convênio, muita atenção às Umidades Relativas do Ar durante estes
três meses. Ainda, pela Somar, a
temperatura média durante o mês
de julho poderá ser (em quase 1°C)
inferior à média histórica.

Os mapas 1 e 3 mostram que houve grande variação do Índice de Água
Disponível no Solo entre meados e final de maio de 2007, decorrentes das
providenciais chuvas que ocorreram
a partir das primeiras horas do dia 21

até 23 de maio. Comparando-se os
mapas 2 (final de maio de 2006) e 3
(final de maio de 2007), observa-se que,
ao final deste mês (maio de 2007), o
nível de Água Disponível no Solo em
toda região canavieira do Estado de

São Paulo, era bem diverso daquele
observado no mesmo mês do ano anterior. Ou melhor, com exceção do extremo noroeste do Estado, não havia
restrição hídrica ao final de maio de
2007.

Revista Canavieiros - Junho de 2007

29
Legislação

Queima de palha de
cana-de-açúcar
Mais uma vitória importante no
Tribunal de Justiça de São Paulo

E

stimados produtores de canade-açúcar, o Departamento Jurídico da CANAOESTE, defendendo
três de seus inúmeros associados, obteve no último dia 24.05.2007 importante e
histórica decisão sobre a pratica das queimadas da palha da cana-de-açúcar, proferida pelo Tribunal de Justiça de São
Paulo, através de sua Câmara Especial
do Meio Ambiente, nos autos da Apelação Cível nº 336.038.5/7-00.
Trata-se de ação civil pública
ambiental ajuizada pelo Ministério Público contra fornecedores de cana-deaçúcar, visando proibir que se utilizem
do uso do fogo como método
despalhador da cana-de-açúcar, mesmo que autorizado pelo órgão
ambiental competente, além de indenização da ordem de R$350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil reais).
Entendeu o Tribunal de Justiça de

São Paulo, no corpo da referida decisão, que o Estado pode legislar sobre
matéria de direito ambiental, razão pela
qual a queima de palha de cana-de-açúcar é uma prática legal, desde que autorizada pelo Poder Público, no nosso
caso, a Secretaria do Meio Ambiente
do Estado de São Paulo, observada,
ainda, os requisitos e condições impostas pela legislação estadual, qual seja, a
Lei nº 10.547/2000, alterada pela Lei nº
11.241/2002 e regulamentada pelo Decreto nº 47.700/2003., concluindo, também, que a legislação de queima não é
inconstitucional, como apregoa alguns
membros do Ministério Público Estadual (promotores de justiça).
A decisão analisou diversos aspectos da pratica da queima, tais como:
geração de emprego; proteção aos trabalhadores; importância do setor
sucroalcooleiro; a impossibilidade de
atualmente se cortar toda a cana sem a

pratica da queima;
as outras formas
de poluição geradas, tais como,
pelo avião, pelo arJuliano Bortoloti - Advogado
condicionado,
Departamento Jurídico Canaoeste
pelo automóvel,
pela industria, sem que tenham que ser
proibidas; os estudos feitos sobre o
reflexo da queima no meio ambiente,
dentre outros.
Portanto, sem sombra de dúvida,
esta decisão emanada de tão importante Corte de Justiça criou um importante
precedente em defesa do setor
sucroalcooleiro, demonstrando, mais
uma vez, que a pratica da queima quando realizada dentro dos parâmetros estipulados pela lei, além de constitucional também reflete o tão consagrado
princípio do desenvolvimento sustentável, aclamado na Rio-92 (Conferência
Mundial sobre O Meio Ambiente).

Suspensão das autorizações

C

omo é de conhecimento dos
fornecedores de cana-de-açúcar, a Secretaria do Meio Ambiente do
Estado de São Paulo, com base no artigo 7º, da Lei nº 11.241/2002, poderá suspender as autorizações para uso do fogo
como método despalhador da cana-deaçúcar em todo Estado de São Paulo,
quando a umidade relativa do ar estivar
muito baixa, o que poderia ocasionar risco à saúde pública.
Poderá ocorrer a suspensão da queima quando a umidade relativa do ar ficar
abaixo de 30% (trinta por cento) e acima
de 20% (vinte por cento), durante três
dias consecutivos. Neste caso, ficará
suspensa o uso do fogo como método
despalhador da cana-de-açúcar no período compreendido das 6:00 hs às 20:00
horas do dia posterior à declaração de
suspensão, efetuada pela Secretaria do
30

Revista Canavieiros - Junho de 2007

Meio Ambiente, sempre às 16:00 horas
do terceiro dia consecutivo que perdurar a umidade acima descrita.
De igual forma, será suspensa a queima durante qualquer hora do dia, quando a umidade relativa do ar for inferior a
20% (vinte por cento). Tal suspensão
será declarada pela Secretaria do Meio
Ambiente às 16:00 horas do dia que se
observar tal umidade e será aplicada a
partir das 6:00 horas do dia posterior a
referida declaração.
Nada impede, portanto, que a Secretaria do Meio Ambiente possa suspender mais vezes a autorização de queima
quando as condições climáticas ou a
qualidade do ar estiverem desfavoráveis
e, se isso ocorrer, cumpre informar que
não se pode efetuar a queima em hipótese alguma - até mesmo porque os ór-

gãos ambientais estarão procedendo intensiva fiscalização nestes períodos -,
sob pena de sofrerem as sanções cabíveis, tais como multas vultosas, além de
responder judicialmente em ações cíveis
e criminais.
Cumpre informar que é de extrema
importância que os fornecedores se informem com antecedência junto os técnicos/agrônomos da CANAOESTE sobre as condições futuras de clima (já que
a Canaoeste possui convênio com órgãos de previsão de umidade relativa do
ar), para evitar transtornos em seu planejamento de queima, pois esta safra
promete baixos índices de umidade relativa do ar, assim como consultarem o
“link” específico sobre as suspensões
de queima (Queima da Palha de Cana)
no “site” da Secretaria do Meio Ambiente (www.ambiente.sp.gov.br).
Culturas de Rotação

Revista Canavieiros - Junho de 2007

31
Informações Técnicas

Canaoeste sedia reunião
do Grupo Fitotécnico
de Cana-de-Açúcar
Marcelo Massensini

A 3ª reunião de 2007 do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar, debateu estratégias para
antecipação e maximização da maturação da cana

N

o dia 29 de maio, aconteceu
no auditório da Canaoeste a
3ª reunião do Grupo Fitotécnico de
Cana-de-Açúcar em 2007. Desta vez o
assunto discutido foi a maturação da
cana: tipos de maturadores artificiais;
importância econômica e resultados de
pesquisas na área.
A maturação, como o próprio nome
diz, é o amadurecimento da planta. No
caso da cana, o ciclo está dividido em
dois períodos distintos: o de crescimento vegetativo e o de acumulo de
sacarose. O primeiro é caracterizado
por um crescimento da planta, com
depósito de sacarose. Na segunda fase
a cana acelera o processo de armazenagem da sacarose, tornando-se o período ideal, economicamente, para industrialização.
O pesquisador científico do Centro de Cana do IAC Ribeirão Preto,

Prof. Dr. Miguel Angelo Mutton

32

Revista Canavieiros - Junho de 2007

Maximiliano Salles Scarpari, explica
mais a fundo: "A maturação é um processo em que a planta, ao invés de utilizar o carboidrato para o crescimento
vegetativo, utiliza para armazenamento
no colmo", explica. Como a maturação
é um processo fisiológico, ela está condicionada a uma série de fatores
controladores, que podem ser naturais
ou artificiais. Dentre os fatores naturais destacam-se a variedade da canade-açúcar, o solo, o clima e os tratos
culturais. "Este processo pode ser induzido pelo frio ou por um déficit
hídrico", completa Scarpari.
Artificialmente, a maturação pode
ser feita através de produtos químicos
ou hormônios que têm a propriedade
de paralisar o desenvolvimento da cana
induzindo a translocação e o
armazenamento dos açúcares. Estes
maturadores provocam stress na planta e diminuem o ritmo de crescimento
vegetativo. Assim, a planta começa a
armazenar sacarose no colmo. O pesquisador explica que a maturação é uma
espécie de defesa da planta. "Os
maturadores atuam como um stress para
a planta, para avisa-la que está sofrendo algum tipo de dano, algum fator que
não está favorável ao crescimento e
ela começa a maturar. É um processo
natural".
Ainda segundo Scarpari, geralmente a maturação artificial é feita para antecipar a safra. "Como a safra começa
até abril, o teor de açúcar ainda é baixo
por que passou por um período com
bastante chuva e irradiação alta do sol".
Explica e completa: "A planta não está
preparada e ainda está crescendo. O
maturador causa um stress na planta

que começa a maturar. Com isso, o produtor pode antecipar a safra".
Mas o professor da Unesp de
Jaboticabal, Dr. Miguel Angelo
Mutton, explica que os maturadores
podem ser usados durante toda a safra (outono, inverno e primavera), porém com conseqüências diferentes.
Mutton explica que usando um
maturador artificial no início da safra,
o produtor consegue antecipar a
maturação, conseqüentemente a colheita, já no final da safra o objetivo é
manter ou diminuir a perda do açúcar
que costuma acontecer nessa época.
Durante a reunião, o assistente de
controle agrícola da Canaoeste, Thiago
de Andrade Silva, fez uma palestra sobre o cálculo do ATR Relativo com
apresentação de números das últimas
safras.

Maximiliano Salles Scarpari - Centro de
Cana do IAC Ribeirão Preto
Safra de grãos

Safra de grãos mantém recorde,
mais de 130 milhões de toneladas
Da Redação

A

produção da safra brasileira
de grãos do período 2006/2007
foi estimada no início do mês de junho
pelo presidente da Conab, Jacinto
Ferreira, em 130,68 milhões de toneladas. O número consta do nono levantamento e segue como o maior da história.
É também 8,1% superior ao registrado
na safra anterior, de 120,92 milhões t. Já
na comparação à pesquisa do mês passado (130,72 milhões t), houve um pequeno ajuste para baixo de 0,04%. Estatisticamente, essa redução não altera o
resultado divulgado em maio.
A manutenção se deve ao aumento
na colheita de alguns produtos e a queda de outros. Em relação à colheita passada, o crescimento mais significativo é
do milho total, com 19,2% (de 42,5 para

50,7 milhões t), da soja, com 8,62% (53,4
para 58 milhões t) e do algodão em caroço, com 35,9% (de 1,7 para 2,3 milhões
t). Por outro lado, há perdas no arroz de
2,7% (de 11,7 para 11,4 milhões t) e no
feijão total de 3% (de 3,5 para 3,4 milhões t). Isso se deve à falta de chuva
nos meses de março e abril na região
Centro-Oeste e às baixas temperaturas
que prejudicaram as lavouras no estado
do Paraná, no mês passado.
Neste levantamento foram também
avaliados os primeiros números da produção de trigo para o ciclo 2007/2008.
A cultura registra um crescimento de
71,8% em relação à safra de 2006/2007,
saindo de 2,23 para 3,84 milhões t. O
aumento é reflexo da retomada de área
e da recuperação da produtividade.

Plantio – Levando em conta as plantações do período passado, o estudo
mostra que a área cultivada encolheu
2,7% (de 47,3 para 46,1 milhões hectares). A cultura mais atingida é a soja,
que passou a ocupar uma área 7,1%
menor (de 22,2 para 20,7 milhões de hectares). Por outro lado o milho segunda
safra teve a área ampliada em 32% (de
3,3 para 4,4 milhões de hectares).
O trabalho foi realizado por 68 técnicos, que estiveram em campo no período de 21 a 25 de maio, em 545 municípios. Foram distribuídos 1.635 questionários junto a representantes de cooperativas, associações e entidades públicas
e privadas do setor produtivo.
Fonte: Conab

Revista Canavieiros - Junho de 2007

33
Pragas e Doenças

ormigas-Cortadeiras:
Formigas- Cortadeiras:
Prejuízos ao Canavial

A

sp

Carla Rodrigues

Se não controladas, as formigas prejudicam a produtividade da planta

S

ão dez mil formigas existentes
na região tropical, sendo 95%
destas benéficas ao homem e apenas
5% causadoras de grandes prejuízos,
que merecem destaque na cultura. São
chamadas de formigas cortadeiras, pertencentes a dois gêneros principais,
Atta, popularmente conhecida como
saúvas e Acromyrmex, como quemquéns. O Brasil é o país que possui o
maior número delas, com dez espécies
de saúvas e 20 de quem-quéns. Das
espécies de saúvas, quatro ocorrem em
cana-de-açúcar colocando em risco a
produtividade da planta. Essas espécies são conhecidas como: saúva-limão,
saúva-cabeça-de-vidro, saúva-mata
pasto e saúva parda.
A saúva-mata pasto (Atta
bisphaerica) e a saúva parda (Atta
capiguara) atacam pastagens e canaviais, sendo, portanto as causadoras
de maiores danos e de mais difícil controle. Segundo Enrico de Beni Arrigoni,
coordenador de Pesquisa Tecnológica
– Fitossanidade do CTC, as formigascortadeiras pertencem a um grupo de
insetos da ordem Hymenoptera, que
cultivam fungos para a alimentação dos
indivíduos da colônia de formigas. “Os
fungos se desenvolvem sobre material

34

Revista Canavieiros - Junho de 2007

vegetal e, em função disso, as formigas cortam folhas, flores e outras partes de plantas para servirem de
substrato no cultivo dos fungos. Com
o corte contínuo de partes vegetais
causam danos às culturas”, explica o
coordenador.
A continuação dessa espécie é
dada a partir das colônias de formigas
cortadeiras maduras, que após o terceiro ano de idade, geram formigas
machas (bitus) e fêmeas (icás ou
tanajuras), que em seguida abandonam
o ninho onde foram produzidas e fundam novas colônias. Três meses depois dessa etapa, as formigas dão início ao corte das folhas, levando-as para
dentro, servindo como alimento ao fungo. Este corte ocorre durante o ano
todo, desde a brotação até a colheita
da cana. Com isso, as folhas não conseguem ter um desenvolvimento saudável, causam perdas significativas e
uma redução na qualidade da matéria
prima, devido a menor quantidade de
teor de sacarose.
Segundo Arrigoni o controle desta
praga pode ser realizado de várias maneiras, desde que, o método recomendado seja em função da cultura, está-

gio, área e situação de risco ambiental.
Os principais métodos de controle são
iscas tóxicas e a termonebulização. As
iscas apresentam melhor resultado
quando aplicadas em formigueiros novos, com até um ano após a fecundação. A termonebulização é realizada
através de equipamentos com motores
de dois tempos ou de sistema pulsojat
que utilizam calda de inseticida diluído
em óleo mineral,
querosene ou
óleo diesel,
produzindo
uma camada
densa em que é
aplicada nos canais de alimentação, ocasionando
a morte da colônia.

Enrico de Beni Arrigoni
Agende-se
Julho

de 2007

III SIMPÓSIO DE TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR
Data: 04 a 06 de julho de 2007
Local: Anfiteatro do Pavilhão da Engenharia Rural da
ESALQ/USP – Piracicaba – SP
Temática: Difundir tecnologias para aumento da eficiência da produção de cana; apresentar os rumos da pesquisa na área sucroalcooleira; promover contato entre produtores, empresas privadas, instituições e palestrantes.
Mais Informações: (19) 3417-6604

4ª FERSUCRO-XXIV SIMPÓSIO DA
AGROINDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR
DE ALAGOAS
Data: 09 a 13 de julho de 2007
Local: Centro de Convenções de Maceió – Maceió – AL

Temática: O Simpósio terá como tema central de suas
conferências e palestras o assunto: “Gestão de Pessoas
no Agronegócio”. Palestrantes locais e nacionais irão participar do evento, um dos maiores do Nordeste em sua
área.
Mais Informações: (82) 3327-9632

SIMTEC - SIMPÓSIO INTERNACIONAL
E MOSTRA DE TECNOLOGIA DA
AGROINDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA
Data: 17 a 20 de julho de 2007
Local: Engenho Central – Piracicaba – SP
Temática: Durante a Mostra serão realizados seminários técnicos de alto nível, ministrados por empresas e profissionais de larga experiência no segmento agroindustrial
do açúcar e do álcool.
Mais Informações: (19) 3417.8604

Revista Canavieiros - Junho de 2007

35
Biblioteca
“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
Manejo de Plantas Daninhas na Cultura da
CANA-DE-AÇUCAR

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira
didática, esclarecer algumas dúvidas a
respeito do português
1) Pedro e Maria irão se encontrar às “20hs”.
Prezado amigo leitor, com a palavra HORAS abreviada de forma incorreta
haverá um desencontro!!!
A correta abreviatura de HORAS é h (letra minúscula, sem ponto, sem registrar o s para indicar o plural).
A abreviatura de MINUTOS é min(sem o registro do s para indicar o plural).
A abreviatura de SEGUNDO é s (sem o plural).
Exemplos corretos:
15h
15h15min.
14h15min11s

Sérgio de Oliveira Procópio, Antônio Alberto da
Silva, Leandro Vargas e Francisco Affonso Ferreira

O

termo "manejo integrado de pragas"
(MIP) foi criado na metade dos anos 60
por entomologistas, tendo como principal objetivo reduzir o uso de produtos químicos na
agricultura, mais precisamente o de inseticidas. Existem muitos conceitos de MIP, mas
todos têm comum a visão da "combinação de
táticas de controle". Entre os objetivos do manejo integrado estão: Racionalização dos custos de produção, preservação da saúde do
consumidor, redução do risco de intoxicação
do aplicador e manutenção do equilíbrio ecológico e a preservação do meio ambiente.
O termo "manejo integrado" refere-se basicamente à união de dois fatores: a integração
e o manejo. A integração é composta pela utilização dos vários métodos de controle disponíveis, sejam culturais, mecânicos, biológicos
e químicos, de forma harmoniosa, sendo necessário para sua melhor aplicação conhecimentos da fisiologia e biologia da cultura de
plantas daninhas.
Para obter êxito no Manejo Integrado de Plantas Daninhas na cultura de cana-de-açucar, é necessário conhecimento multidisciplinar, podendo-se destacar áreas como: identificação e biologia das plantas daninhas, fisiologia vegetal, nutrição mineral de plantas, variedades disponíveis,
épocas e técnicas de plantio, entre outras áreas.
O livro trata desses e de outros assuntos voltados ao controle de pragas na cultura de cana-deaçucar e maneiras de como evitar perdas de produtividade geradas por pragas.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar
a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 Revista Canavieiros - telefone 2007
36 em Sertãozinho, ou peloJunho de (16)39463300 - Ramal 2016

2) Todos aguardaram ansiosos o “OLERITE”
Continuarão com muita ansiedade com o português escrito de forma incorreta...
HOLERITE significa “comprovante de pagamento de salário.”
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda: “oriundo do inglês
HOLLERITH, de Herman Hollerith(1860—1929), inventor norte-americano, criador de um equipamento para contagens e tabulações estatísticas, que funcionava
com cartões perfurados”.
3) Escreveu no cheque “HUM MIL REAIS...”???
Prezado amigo leitor, os bancários defendem a escrita de HUM para evitar fraudes.
O correto é MIL reais (mesmo em cheques).
A adoção de dois traços sobrepostos (=) antes e após o extenso pode ser útil.
Assim se evita uma futura fraude e não agride o Português...

PARA VOCÊ PENSAR:
“Freud passou os últimos dias em seu gabinete, olhando o jardim. Numa belíssima
entrevista ao jornalista George Sylvester Viereck em 1926, ele já dissera que não era
infeliz, não enquanto tivesse seus filhos, sua mulher, suas flores e seus cães. O câncer em
estado muito avançado provocava dores muito fortes, mas Freud se recusava a tomar
analgésicos e não abandonara o hábito da leitura. (...) Em 21 de setembro de 1939, Freud
disse ao seu médico Schur: ‘Você se lembra de nosso acordo de não me deixar quando tiver
chegado a hora? Agora, é só tortura e não faz sentido.’
(...) Freud morreu em 23 de setembro de 1939, praticando o último ato de sua vida. Ato prefigurado na confidência feita por carta a um amigo, o pastor Oscar Pfister, em
6 de março de 1910: ‘Que se pode fazer num dia ou num
tempo em que os pensamentos falham e as palavras não
querem mais fluir? Não consigo livrar-me de um temor
diante dessa possibilidade. Por isso, mesmo rendendo- RENATA CARONE SBORGIA
me ao destino, como convém a uma pessoa honesta, teAdvogada
nho um desejo secreto: de modo algum enfermidade pro- e Prof.ª de Português e Inglês
longada, nenhuma paralisia da capacidade produtiva por
Mestra—USP/RP,
um sofrimento corporal. Morramos dentro da armadura,
Especialista em Língua
Portuguesa, Consultora de
como diz o rei Macbeth.’”
Trechos do livro:
Freud criador da Psicanálise
Autores: Marco Jorge e
Nádia Ferreira

Português, MBA em Direito e
Gestão Educacional,
Escreveu a Gramática
Português Sem Segredos
(Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia
Repercutiu
“É uma bobagem tremenda, imensa. Nós podemos perfeitamente explorar esse novo mercado de biocombustiveis
de forma organizada, dentro de uma estratégia de crescimento organizada e bem planejada, com apoio do poder público e da iniciativa privada”.
Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e co-presidente da Comissão Interamericana de Etanol, sobre o
“ecobesteirol”: uma possível crise agrícola acarretada pelo
aumento da produção da cana-de-açucar.

“Acho que haverá uma redução
das barreiras protecionistas, mas
isso vai se fazer através de crescente pressão, de negociação internacional”.
Eduardo Pereira de Carvalho,
então presidente da Unica, afirmando
que, sem pressão, as barreiras protecionistas não vão cair.
Foto: Banco de Imagens EPE

“Em 2010 consideramos que uma parte do bagaço vai para geração de energia
elétrica e a outra parte vai ser convertida pela hidrólise em mais álcool. Então, o
bagaço e a palha vão ser disputados pelos dois setores (de álcool e de energia)”.
Maurício Tolmasquim, Presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética),
no São Paulo Ethanol Summit. Ele afirmou ainda que a oferta de energia elétrica gerada em térmicas movidas a bagaço e palha de cana-de-açúcar no Brasil,
crescerá 13 vezes até 2030.

Revista Canavieiros - Junho de 2007

37
Vende-se
Caminhão MB 2213, ano 1986, cor branca, traçado, muito conservado, pintura nova,
diferenciais revisados, procedência com nota
fiscal, usado somente com tanque. 1- Julieta
ano 1980, própria para colocar tanque de
vinhaça, somente a base (berço) reformada,
documentada, rala, freios a ar, ou colocar
rolão. Tratar com Junio Balieiro (16) 91767003 ou juniobalieiro@yahoo.com.br
Vende-se
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turbo R$ 52.000,00
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ano 2004 com 3000 horas, carregadeira
motocana modelo Super 2000, R$
115.000,00.Viste
Tratar com José Paulo Prado (19) 35415318 ou 9154-8674
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Vende-se
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de interesse, entrar em contato com Elias.
Telefone:(11) 6950-7685 e 7846-0069
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Vende-se
Vende-se
Caminhão 2216 traçado. Ano 1985 , freiVendo caminhão MB 1618, reduzido,
os a ar, super conservado. Tratar com Silvio ano 1991, muito conservado e todo revisapelo telefone:(16) 3664-1535, 8141-3813 e do. Valor 80.000,00. Em caso de interesse,
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entrar em contato com André, pelo telefone:(17) 8132- 8373 ou pelo e-mail:
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para cana no estado de SP e MG, consulte. entrar em contato com André pelo telefoTratar com José Paulo Prado (19) 3541-5318 ne:(17) 8132- 8373.
ou (19)9154-8674
Vende-se
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alongado para baú ou gaiola de boi. Muito
· Opção de pagamento
conservado. Os interessados devem entrar
financiado
em contato com Wladimir. (16) 3664-1535
· Contato: Márcio Sarni
8141-3813 8126-0933 ou pelo e-mail:
- Fone: (16) 3946 4200
santaritaveiculo@terra.com.br.

38

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Ed12jun07

  • 1. Revista Canavieiros - Junho de 2007
  • 2. Revista Canavieiros - Junho de 2007
  • 3. Editorial Oportunidades aos produtores rurais N este mês, a reportagem de capa da Revista Canavieiros traz o III Agronegócios Copercana. Nos dias 20, 21 e 22 de junho, no Clube de Campo Vale do Sol, os cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred poderão conhecer e comprar - com as melhores condições - todos os produtos e equipamentos necessários para a agricultura da cana, soja, amendoim e milho. Os negócios serão feitos através de disponibilidade de crédito e facilidades que só os cooperados do sistema têm. Estarão presentes 50 expositores de diversas áreas e um sistema facilitado de compra de insumos com as melhores condições de pagamento. No ano passado, os negócios feitos na feira chegaram a R$ 60 milhões, com destaque para a venda de mais de 51 mil toneladas de adubo e defensivos agrícolas. Nesta edição, a feira contará com uma programação variada de palestras de curta duração sobre ovinos- em torno de 30 a 40 minutos - para que os participantes possam se informar, sem deixar de visitar os outros estandes da feira. O chefe do escritório regional da Unica em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, é o entrevistado desta décima segunda edição. Prado fala, entre outros assuntos, sobre a importância de uma reforma tributária para o desenvolvimento do setor. "Os estados que têm uma alíquota muito maior, nunca terão um etanol acessível à população", esclarece. Ele fala da criação do escritório regional e sobre o processo de expansão da região de Ribeirão. O jornalista ainda faz previsões para o futuro do setor, nos mercados interno e externo. No destaque, você confere o curso sobre Previdência Rural, promovido pelo Sindicato Rural de Sertãozinho. As palestras, que aconteceram no dia 24 de maio foram direcionadas a profissionais das áreas contábil, fiscal e de recursos humanos de empresas e sindicatos relacionados ao meio rural, o evento reuniu 200 pessoas, entre autoridades, palestran-tes e profissionais da área. As páginas do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, como de costume, trazem todos os acontecimentos importantes do mês. Como a participação dos agrônomos da Canaoeste em um treinamento realizado pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieiro), em Piracicaba. A atuação do Laboratório de Análises de Solo da Copercana e os investimentos da UNAME em qualidade do amendoim são os destaques da Copercana. E nas Notícias Cocred, um perfil da Agência Cocred de Sertãozinho: a história, quais serviços são oferecidos e a opinião dos cooperados sobre a Cooperativa de Crédito. Além do artigo jurídico, que este mês fala sobre a queima da palha de cana-de-açucar, do "Pragas e doenças", sobre Formigas-Cortadeiras e dos prognósticos climáticos, esta edição traz, também, um artigo técnico elaborado pelo Departamento de Planejamento e Controle Agrícola da Canaoeste, intitulado: "O que leva um industrial a optar por produção de cana própria?". E mais: dicas de português, indicação de livros, agenda de eventos do setor, repercutiu e os classificados. Boa Leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros -- Junho de 2007 Revista Canavieiros Junho de 2007 03
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson III Agronegócios Copercana apresenta ótimas oportunidades aos produtores rurais A Feira é realizada exclusivamente aos cooperados do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred Pag. Pag. 20 OUTRAS DESTA DESTA QUES DESTAQUE Entrevista Pag. 08 Sérgio Prado CONSECANA Chefe do escritório da Unica (União da Indústria de cana-de-açúcar) em Ribeirão Preto Pag. 05 Pag. 14 Pag. 28 Pag. 30 Pag. 32 INFORMAÇÕES SETORIAIS Artigo Técnico O que leva um industrial a optar por produção de cana própria? Questões que levam um industrial a optar por produção própria de matéria-prima Pag. 24 LEGISLAÇÃO INFORMAÇÕES TÉCNICAS PRAGAS E DOENÇAS Pag. 34 Copercana Cooperativa tem um dos melhores laboratórios de análise de solo da região Pag. 35 Notícias Pag. 36 Pag. 37 Pag. 38 Notícias Pag. Pag. 10 12 Canaoeste Agrônomos e técnicos da Canaoeste participam de treinamento no CTC Notícias 16 Cocred Cocred apresenta sua agência em Sertãozinho EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Rafael Mermejo FOTOS: Carla Rossini Marcelo Massensini COLABORAÇÃO: Marcelo Massensini Carla Rodrigues COMERCIAL E PUBLICIDADE: Daniella Felício revistacanavieiros@copercana.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniella Felicio, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo Massensini, Maria Fernanda Pinotti, Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva, Talita Carilli. AGENDE-SE IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora CULTURA REPERCUTIU Pag. CLASSIFICADOS TIRAGEM: 7.000 exemplares A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 04 Revista Canavieiros - Junho de 2007
  • 5. Entrevista Sérgio Prado Chefe do escritório da Unica (União da Indústria de cana-de-açúcar) em Ribeirão Preto N o cargo desde agosto de 2006, Sérgio Prado falou sobre a instalação da Unica em Ribeirão Preto e sobre o crescimento desta região que, segundo ele, está consolidada como o principal pólo de produção de cana, açúcar e álcool do estado de São Paulo e do Centro-Sul. Prado falou ainda sobre comportamento do mercado hoje e sobre projeções para o futuro do setor. Perfil: Chefe do escritório regional da Unica em Ribeirão Preto. Sérgio Prado é jornalista, formado pela PUC-RS. Trabalhou nos jornais Zero Hora, Jornal da Tarde, Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil. Foi chefe da sucursal de Brasília da Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil. De acordo com o entrevistado, o Brasil deve dar atenção extra à questão tributária, um dos grandes fatores de atrapalham o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro e de toda a economia nacional. Ele ainda explica a importância da criação de uma cadeia produtiva com o advento da industrialização do setor, gerado com o fim das queimadas. Leia, a seguir, a entrevista concedida por Sérgio Prado à revista Canavieiros, no dia 17 de maio. Brasil precisa de reforma tributária para crescer Marcelo Massensini Revista Canavieiros: Por que a Unica resolveu montar um escritório nesta região? Sérgio Prado: A instalação do escritório regional da Unica em Ribeirão é uma demanda dos próprios empresários da região. O papel dele aqui é, em uma parte, dialogar com a imprensa e manter o diálogo interno com os próprios associados. Existem demandas específicas da região que precisam ser levadas para frente, para todo o conselho de sócios e esse trabalho é importante para afinar as posições e as estratégias do setor. Então as demandas da região são levadas, muitas vezes, diretamente a presidência da Unica através do escritório de Ribeirão. Revista Canavieiros: Como a Unica avalia o processo de expansão nessa região? O fato do maior número de usinas estarem sendo instaladas no Noroeste vai fazer essa região vai perder a importância dentro do setor? Sérgio Prado: Ribeirão sempre vai ser Ribeirão, em qualquer hipótese. Porque é uma região muito importante de produção. Nós temos aqui, cerca de 40 usinas. É um peso muito grande na economia do estado. Neste contexto, a importância de Ribeirão é evidente em função de muitas usinas daqui estarem fazendo unidades fora. A expansão de certa forma passa por Ribeirão, é feita a partir de Ribeirão, a região passou a ser pólo irradiador dentro desta expansão. Então Ribeirão não vai perder a importância, porque os grupos que se expandiram para fora continuarão a ter sua sede aqui. Uma coisa não é dissociada da outra. Expansão é um conjunto de coisas, ela é estratégica. Você não tem mais grandes áreas na região para planta Revista Canavieiros - Junho de 2007 05
  • 6. Entrevista ção de cana. Então o espaço físico para a cultura não existe em tanta abundância como existe em outras áreas do estado e do centro-sul. Então é uma questão de estratégia. Os grupos daqui vão continuar investindo em outras regiões, isso é lógico. Sérgio Prado: A instalação de escritórios regionais é um projeto que dá inicio a uma estratégia. É um plano piloto. A partir do momento que está consolidado em Ribeirão, podemos discutir internamente a necessidade da criação de um outro escritório em outra região. Isso naturalmente vai ser discutido dentro da Unica, dependendo da conveniência daquele momento e das necessidades levadas ao conselho da Unica pelos próprios sócios. Primeiramente vamos nos concentrar dentro de São Paulo. Demos o primeiro passo em Ribeirão, digamos que uma outra região importante de produção como o pólo de Araçatuba, que está crescendo muito, venha a solicitar ao conselho da Unica, isso vai ser debatido naquele A questão do preço vai variar conforme o mercado naquele momento. A safra veio e mudou o quadro de preços. Vai ser assim sempre. Revista Canavieiros: Com muitas usinas entrando em operação já em 2007, haverá uma oferta de produtos Revista Canavieiros: Nesse procesmaior que a demanda? so de expansão do setor, qual o espaSérgio Prado: A única coisa que ço que os pequenos e médios produnão pode acontecer é falta de produto. tores de cana terão? É evidente que em um setor sensível Sérgio Prado: A convivência do como este, que atinge uma grande parpequeno, do médio e do grande producela da população, você não pode ter tor vai continuar existindo como semdesabastecimento. Só isso não pode pre existiu. O importante a frisar nessa acontecer. Se houver mais oferta do que área é a busca por bons produtos, demanda, tem que criar a necessidade independe do tamanho da área da proda demanda. Voltamos à questão do priedade. Se o produto for bom, as usimercado livre, o capitalismo funciona nas vão comprar. Existe mercado assim. Agora, o que não pode para isso, independe do tamanho "A convivência do pequeno, acontecer é criar a expectativa de da área. A convivência vai ser semum produto e não tê-lo na do médio e do grande produtor entregarPortanto, a oferta vem anpre pacífica entre os produtores. bomba. Ninguém quer que o setor seja vai continuar existindo como tes da demanda naturalmente. Você excludente com quem quer que fabrica e depois dá um jeito de vensempre existiu." seja. Se tem competência, se tem der esse produto. Em qualquer seproduto bom, vai haver mercado. tor é assim, não seria diferente, no É bom que haja espaço para todos. momento. A Unica é uma entidade setor de etanol. Você faz uma expanpaulista, mas ocorre que muitos gru- são, você consolida e vai ter que busRevista Canavieiros: As indústri- pos da Unica estão investindo em ou- car o mercado. Buscar o mercado as pretendem investir em pesquisas tros estados. Naturalmente estas uni- como? Sendo competitivo. O carro flex para fabricação de etanol celulósico? dades que nascem em outros estados é o grande regulador, ele veio para muSérgio Prado: Esta é uma discus- são parte da Unica. Muitas delas estão dar o paradigma de mercado. O consusão ainda incipiente. As indústrias que pedindo filiação à única. E mesmo ou- midor vai ao posto, se não tiver preço e atuam na cana vão continuar investin- tros grupos que não têm unidades em qualidade no produto ele vai abastecer do na pesquisa com a cana. Faz 500 São Paulo e queiram participar da com a gasolina. Conforme o consumianos que o Brasil planta cana, mas o Unica, não podem ser excluídos, se dor vê que não é atrativo para ele, nem ciclo da cana ainda não está esgotado pedirem filiação. Não é preciso forçar em qualidade nem em preço, ele vai trose pensarmos que podemos fazer mais esse processo, ele vai acontecer natu- car de combustível. Então a empresa etanol e mais energia da própria palha ralmente, uma vez que a Unica é o prin- que quiser entrar neste setor vai ter que da cana, a partir da hidrólise. Nesse cipal canal de diálogo dos produtores saber isso. Quando for planejar ela premomento diria que a cana ainda não e a principal entidade representativa. cisa ter na cabeça que ela precisa ser esgotou as possibilidades de obter mais Ela vai acabar se expandindo se hou- competitiva. Do contrário ela não vai etanol e mais energia elétrica. Como ver interesse dos outros grupos que se estabelecer. Vai quebrar. Como aconhoje estamos na realidade da cana, so- atuam fora do estado de SP. tece em qualquer setor da economia. mos a indústria da cana, a idéia seria Isso é natural, ninguém vai consumir continuar falando sobre cana. Como as Revista Canavieiros: Como o se- um produto ruim ou com preço maior empresas vão se comportar futuramen- nhor acredita que vão se comportar porque ele gosta, porque ele acha bote, ainda não podemos prever. Mas os preços da cana, açúcar e álcool na nito. É uma questão de mercado, mas a estamos diante da possibilidade de safra 2007/2008? concorrência é saudável. Precisa exisobter mais combustível e energia da Sérgio Prado: Essa questão do pre- tir a concorrência em todos os setores. própria cana. ço é delicada: não há como fazer um Não vai ser diferente neste. controle de preço. Aliás, ninguém quer Revista Canavieiros: A Unica hoje um controle, nem para cima nem para Revista Canavieiros: Existe uma é constituída essencialmente por usi- baixo. O preço vai flutuar conforme o previsão (em números) para o crescinas paulistas. Existe algum planeja- mercado. Ele vai se ajustar conforme a mento do setor? mento de expansão para envolver as demanda que houver pelo produto e Sérgio Prado: Até 2012, quando se unidades das novas fronteiras? conforme for a oferta. É livre mercado. completa esse ciclo atual de expansão, 06 Revista Canavieiros - Junho de 2007
  • 7. Entrevista nós teríamos em torno de 89, 90 novas acessível à população e a arrecadação dial de etanol, isso é uma questão que usinas com investimento de 14 ou 15 também vai ser afetada porque não vai está em primeira linha na agenda dos bilhões de dólares em modernização de haver consumo. Uma coisa vem aliada governos. O presidente Lula sabe disalgumas e implantação de novas usi- à outra. Muitos governadores, a fazen- so e concorda que estas barreira precinas. Pra essa safra agora, a expectati- da, sempre têm o receio da queda da sam ser eliminadas ou reduzidas grava é de que 17 novas unidades entrem arrecadação. A queda pode vir a acon- dualmente. É uma questão que não em operação e que sejam implantadas tecer numa transição, mas quando o pode deixar de ser levantada agora. Ou mais 30 no ano que vem. O ciclo é basi- sistema tributário brasileiro se equili- do contrário não vai haver um mercado camente este. O avanço da produlivre, de etanol. Isso é uma das priEnquanto não houver uma meiras considerações da agenda ção já acontece, estas novas unidades não surgem num lugar onde não reforma tributária que equalize o brasileira na discussão de Doha. O tenha cana. O plantio já houve, está Japão também pratica tarifas. Por havendo ou vai começar. De 2012 imposto, principalmente o ICMS, isso não dá para ser resolvido isolapara frente é temerário a gente esti- vai haver problema em todo o país. damente. É lógico que você tem que mar como será, mas este setor vai dialogar bilateralmente com cada gocontinuar se expandindo. O mundo in- brar, o consumo vai puxar a arrecada- verno, mas o ideal seria que fosse reteiro se volta para o biocombustível ção. É uma questão estrutural, não só solvido na própria rodada da OMC. então, naturalmente, vai haver uma ofer- em relação ao etanol. Enquanto houta maior, por que vai ter mercado. ver esse disparate que é o sistema triConclusões butário brasileiro você não vai ter equiUma das questões mais relevantes Revista Canavieiros: Uma reforma líbrio na arrecadação e o consumo vai para a região de Ribeirão e para o setor tributária seria uma maneira de au- ser distorcido. Vai ser uma competição como um todo é a questão da modernimentar a demanda? distorcida, às avessas. zação da lavoura, que vem pela mecaSérgio Prado: Enquanto não hounização. Hoje, na região de Ribeirão, ver uma reforma tributária que equalize Revista Canavieiros: O dólar bai- mais de 70% da colheita já é feita mecao imposto, principalmente o ICMS, vai xo vai afetar as exportações? nicamente. Isso é um processo muito haver problema em todo o país. Você Sérgio Prado: Não podemos nos importante na atividade, por que vai tem estados em que a alíquota do ICMS iludir com relação à questão do câm- trabalhar com uma questão sensível sobre o combustível é de 28% e outros bio. O câmbio vai flutuar conforme as que é a questão do meio ambiente. Exisem que é 12%, como é o caso de São condições mundiais e já faz um tempo te um cronograma de eliminação da Paulo. Então é evidente que SP vai ser que os exportadores vêm convivendo queimada que está sendo cumprido até mais competitivo, vai atrair mais o con- com essa situação. Então, a questão acima do que está estabelecido na lei sumidor, pelo preço embutido nele do do câmbio vai ser resolvida conforme a estadual pelas empresas. Esse procesimposto. O setor, a Unica, os produto- economia do mundo for se ajustando. so vai se acelerar, o setor tem interesse res, estão empenhados em fazer com Não tem outra maneira. O Brasil não em modernizar a colheita. É lógico que que o congresso veja a necessidade pode mais conviver com aquela existem áreas que não há possibilidade de se votar a reforma tributária, para artificialidade do câmbio como aconte- de mecanizar por causa do relevo, mas resolver essa questão do tributo. Você ceu em épocas passadas. É uma situa- naturalmente mesmo nessas áreas, que tem uma disparidade muito grande en- ção que nem as empresas nem o gover- serão menores, precisa-se eliminar a tre os estados, principalmente sobre a no querem lidar. queimada por determinação da lei. Enquestão do ICMS. Nos estados em que tão, vai ter que se adequar à necessia alíquota é muito maior, o produto é Revista Canavieiros: O que pode- dade. E onde for área mecanizável, o muito mais caro. Eles nunca vão ter, mos esperar do mercado externo em objetivo é atingir 100% o mais rápido com a alíquota que estão, um etanol relação aos nossos produtos: açúcar possível. Isso vai ter um retorno grane álcool? de na questão ambiental e de produtiSérgio Prado: Na ques- vidade, evidentemente. Por outro lado tão externa temos uma dis- existe a preocupação das empresas com cussão muito importante que a mão-de-obra, que ficaria fora do proo presidente Lula levou ao cesso com o advento da mecanização. presidente Bush que é sobre Existe uma necessidade de ocupar essa as barreiras comerciais. É uma mão-de-obra em outras atividades da questão que está sendo dis- indústria. Então, por isso a gente tracutida na OMC e na rodada balha com a idéia da cadeia produtiva. de Doha. Para haver um mer- O Brasil tem uma possibilidade ímpar cado livre de etanol, no mun- de ampliar a sua industrialização, usando, temos que acabar com as do a cadeia da cana como um fator barreiras comerciais. Quando indutor de todo um processo de indusdiscutimos um mercado mun- trialização de outras atividades. Revista Canavieiros - Junho de 2007 07
  • 8. Destaque Sindicato Rural de Sindicato Rural de Sertãozinho promove curso Sertãozinho promove curso sobre Contribuição Rural sobre Contribuição Rural Marcelo Massensini Palestras reuniram mais de 200 profissionais das áreas contábil, fiscal e de RH no auditório da Canaoeste O Sindicato Rural de Sertãozinho, realizou no dia 24 de maio um curso sobre Legislação Previdenciária Rural. As palestras, que aconteceram no auditório da Canaoeste, foram direcionadas a profissionais das áreas contábil, fiscal e de recursos humanos de empresas e sindicatos relacionados ao meio rural. O evento reuniu aproximadamente 200 pessoas, entre autoridades, palestrantes e profissionais da área. A mesa diretora foi composta pelo presidente do Sindicato Rural de Sertãozinho, da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, o superintendente em exercício do SENAR-SP, Vicente José Rocco, o diretor da FAESP, Irineu Andrade Monteiro, a delegada da Sessão de Julgamento da Receita Federal em Ribeirão Preto, Marisete Marques Pavan, o gerente executivo do INSS de Ribeirão Preto, Adriano José Dalla Martha e a coordenadora da equipe fiscal da Receita Federal, Gisela Márcia Fávero. O objetivo do curso, que passa por diversas cidades do Estado, é orientar os profissionais quanto ao correto recolhimento das contribuições previdenciárias e esclarecer os beneficiários quanto aos seus direitos e deveres. Antonio Eduardo Tonielo, em seu discurso de abertura, ressaltou a importância da instrução destes profissionais. "O papel de arrecadar, relaciona-se intimamente ao de orientar. Neste aspecto, nada mais justo do que sanar dúvidas, facilitando o contribuinte rural no exercício de seus diretos e no cumprimento de suas obrigações". Vicente José Rocco, superintendente em exercício do SENAR-SP, conta 08 Irineu Andrade Monteiro, Antonio Eduardo Tonielo, Vicente José Rocco, Marisete Marques Pavan, Adriano José Dalla Martha que o curso foi idealizado pelo presidente da FAESP, Fábio de Salles Meireles, com o objetivo de orientar os contribuintes, quanto à forma correta de recolhimento das contribuições. "Nós percebíamos muitas falhas por que as guia são da Previdência Social. Eles lançavam tudo para a Previdência e nada para os outros, não só o SENAR, como para terceiros", descreve Rocco. Ele explica que o curso é importante para que contadores e pequenos produtores rurais se conscientizassem não só dessa forma de recolhimento, mas também da contribuição que o SENAR traz para o meio rural. "O SENAR é um órgão que concede promoção social, cursos e eventos voltados para a agricultura. Esse ano, programamos 10 mil palestras para mais de 300 mil trabalhadores e produtores rurais", completa. O primeiro palestrante do dia foi o auditor fiscal da receita federal do Brasil, Oswaldo Magno Freixo. Ele explicou que todas as empresas são obrigadas a contribuir com a previdência social, mas existem diferentes formas de contribuir, depen- dendo da atividade. "As empresas da área industrial recolhem de uma forma, as da área comercial recolhem de forma parecida, mas para outras entidades. As rurais são um caso a parte porque elas têm várias peculiaridades, que são exclusivas da área rural", explica. Os benefícios pagos pela Previdência foram o assunto da segunda palestra do dia, com a chefe do serviço de benefícios da agência de Ribeirão Preto, Ana Cristina de Oliveira e Silva. Ela contou que com a nova legislação, que incluiu a contribuição do trabalhador rural, existe uma mescla dos benefícios urbanos e os rurais. "O tratamento é basicamente o mesmo", explica. Entre os benefícios que o trabalhador rural tem direito estão: Auxílio Doença, Previdenciária e Acidentários, Auxílio Maternidade, Pensão por Morte, Aposentadorias por idade e tempo de serviço e outros. Evento reuniu mais de 200 pessoas
  • 10. Notícias Copercana Copercana tem um dos melhores Laboratórios de Análise de Solo da região Marcelo Massensini D esde 1.975, para facilitar ainda mais a vida do cooperado, a Copercana possui um dos melhores laboratórios de análises químicas de solo de Sertãozinho e região. Oferecendo análises químicas e granulométricas de solo, fertilizantes, adubo orgânicos, vinhaça e corretivos de solo, o Laboratório da Copercana atende a todos os produtores filiados à cooperativa e a alguns não-cooperados de outros estados, como Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Goiás, Minas Gerais e Tocantins. A partir da década de 60, os produtores começaram a dar mais atenção à análise de solo e aos benefícios que essa trazia para a lavoura. Assim, em 1975 os então diretores da Copercana, Fernandes dos Reis e Antonio Eduardo Tonielo, seguindo a tendência da época e com o intuito de expandir o departamento técnico para atender aos cooperados, resolveram criar o Laboratório de Análises Químicas de Solo da Copercana e o setor de topografia. A incumbência da organização do novo departamento ficou com o Dr. Manoel Ortolan, hoje presidente da Canaoeste. "A pedido do Fernandes dos Reis, eu e o químico Leonídio Petean, que já tinha experiência em laboratório graças ao trabalho que realizou na antiga Coopereste, montamos o laboratório da Copercana", afirmou Ortolan. A partir daí, o departamento técnico e o laboratório começaram a trabalhar juntos. O produtor recolhe amostras de solo de sua fazenda e leva ao laboratório, que faz as análises necessárias. Com o resultado do exame em mãos, um agrônomo da cooperativa indica os procedimentos que deverão ser tomados para as eventuais melhorias e correções na terra. De acor10 Revista Canavieiros - Junho de 2007 do com químico responsável pelo laboratório, Francisco José Accorsini, além das análises de solo, "todo calcário, gesso e fertilizante que a cooperativa compra para repassar aos cooperados são avaliados pelo laboratório". Francisco José Accorsini Há 23 anos, o laboratório participa do Programa de Ensaio de Proficiência IAC para laboratórios de análises de solo para fins agrícolas. Um programa que envolve mais de cem laboratórios de todo o Brasil, e durante todos os anos, o laboratório da Copercana alcançou boas classificações obtendo o selo de garantia das análises. "O selo de garantia dá tranqüilidade ao cooperado. Ele pode confiar na qualidade das análises feitas aqui, pois só os laboratórios que recebem esse selo podem oferecer uma análise confiável", conta Francisco Accorsini. Francisco ainda explica que com o intuito de diminuir erros de amostragem por parte dos cooperados, o que pode atrapalhar o diagnóstico, atualmente o Laboratório tem investido em orienta- ção aos produtores e em materiais de coleta, para que as amostras recolhidas pelos agricultores sejam as mais representativas o possível, a fim de oferecer as melhores análises, pelo menor custo. Para Manoel Ortolan, o laboratório é uma importante ferramenta para recomendação de corretivos e fertilizantes e também classificação do solo. "A idéia de montar o laboratório foi muito feliz e desde 1.975 nossos cooperados contam com um excelente serviço prestado por esse laboratório", finalizou. O laboratório atende a todos os cooperados e a não-cooperados de 5 estados
  • 11. Notícias Copercana Copercana investe em qualidade e economia no processamento do amendoim D esde a década de 90, a cultura do amendoim passa por uma fase de expansão e transformação tecnológica, motivada por um aumento no consumo de produtos para a alimentação, tanto no mercado interno como no mercado externo. A obtenção e difusão de variedades mais produtivas e adaptadas ao solo brasileiro e as técnicas de colheita, pós-colheita e controle de qualidade do produto foram os principais fatores dessa expansão, dando um novo rumo a esse setor. A conquista e essa expansão do mercado de amendoim estão ligadas à melhoria de qualidade do produto. Pensando na manutenção da qualidade do amendoim e eficiência no seu processamento, a Copercana tem investido em várias tecnologias e parcerias com universidades. Em 2005, iniciou-se uma parceria com o Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) com o objetivo de avaliar a influência de diferentes temperaturas de secagem nas características físico-químicas e sensoriais do amendoim (IAC 886 "Runner"). Este trabalho realizado pela aluna do curso de nutrição Nádia Segatto Strini Paixão, sob a orientação da professora Dra. Eveline Monteiro Cordeiro de Azeredo, constatou que além da rica composição do óleo e da proteína, o amendoim possui vitaminas (E e complexo B) e vários minerais como fósforo, potássio, enxofre, cálcio, cobre, ferro, ácido fólico. Também possui substâncias que proporcionam a redução do colesterol sanguíneo total como flavonóides, antioxidantes, fitosteróis, compostos fenólicos, entre outros. Já é considerado um alimento funcional, estando relacionado com a prevenção e melhoria de doenças como câncer, doenças cardiovascu-lares, cálculos Secadores de amendoim da UNAME: o procedimento reduz o risco de contaminação por fungos renais, tuberculose, doença de gallstone, perda de peso, Mal de Alzheimer e outras. Devido a essas aplicações nutricionais, esse alimento vem se destacando na economia brasileira. Sua exportação e consumo aumentam a cada ano e com isso os cuidados no seu processamento para evitar a produção das aflatoxinas. A secagem é um procedimento essencial, pois reduz a atividade de água nos grãos diminuindo assim o risco de contaminação pelos fungos que produzem as aflatoxinas. O tempo desse processo varia com a umidade relativa do ar, umidade de colheita dos grãos, temperatura e velocidade do secador a gás. Sendo assim o trabalho teve por objetivo avaliar as alterações físicoquímicas e sensoriais do amendoim (variedade IAC - "Runner") quando submetidos a diferentes temperaturas de secagem como 38°C (padrão), 42°C, 45°C e 50°C. Foram realizadas as seguintes análises: análise sensorial, relação oléico/linoléico, peróxido, acidez, consumo de gás pelos secadores, porcentagem de quebrados e de germinação. Através das análises realizadas neste experimento notou-se que a temperatura de 45°C foi a mais eficiente e econômica no processo de secagem. Mas não pode ser utilizada devido a grande porcentagem de grãos quebrados e despeliculados que proporcionou. A temperatura de 42°C apresentou a segunda melhor eficiência, a menor porcentagem de quebrados (bandas) e despeliculados, melhor germinação e aceitação pelos provadores na análise sensorial. Não houve diferença significativa na relação oléico/ linoléico, peróxido, acidez livre em oléico. Isto possibilita concluir que há uma grande economia ao se utilizar essa temperatura na secagem do amendoim, garantindo aos consumidores um produto seguro e de alta qualidade nutricional. Segundo Augusto César Strini Paixão (Gerente da Unidade de Grãos), este resultado foi muito importante para a Copercana, pois ao ser utilizado nesta safra de 2007, representou uma economia de 8% no consumo de gás e 26,6% na eficiência. Isto significa a descarga de quinze caminhões a mais por dia e uma economia de vinte toneladas de gás por safra. Revista Canavieiros - Junho de 2007 11
  • 12. Notícias Canaoeste Agrônomos e técnicos da Canaoeste participam de treinamento no CTC Da redação E ngenheiros agrônomos e técnicos agrícolas da Canaoeste, além de associados e seus funcionários, participaram de treinamento no CTC (Centro de Tecnologia Canavieiro), em Piracicaba, no último dia 31, para formação de equipe de roguing para atuação em viveiros de cana-de-açúcar. O objetivo foi apresentar as informações básicas sobre as práticas envolvidas no roguing, evidenciar o reconhecimento das principais doenças da cana-de-açúcar para reduzir as perdas e minimizar os custos de controle. Roguing é a prática que visa à eliminação de plantas indesejáveis presentes na área de produção. Para a cana-de-açúcar recomenda-se o roguing apenas nas áreas de viveiro, pois em áreas comerciais o custo seria muito elevado. dade desejada e, também, observar doenças secundárias (ferrugem, estria vermelha, podridão abacaxi, mancha parda, mancha anelar e podridão vermelha). Participaram do treinamento os engenheiros agrônomos Antonio Leandro Pagotto, Carlos Henrique Balardin, Diógenes M. A. Venturelli, Marcelo de Felício, Pedro Vicente Fonseca Jr., Sandro Augusto Galhardo, o técnico agrícola Amauri Aparecido da Costa, além dos funcionários da Fazenda Santa Rita (Copercana), associados e seus funcionários. O treinamento foi ministrado pelo engenheiro agrônomo Márcio Aurélio Correia Tavares, do CTC. "O treinamento foi muito importante. A partir dele, com certeza iremos orientar e treinar outras pessoas para praticar o roguing em seus viveiros e, conseqüentemente, teremos mudas de melhor qualidade, livres de doenças que mesmo com tratamento térmico só são eliminadas com esta prática", afirmou o engenheiro agrônomo da Canaoeste de Bebedouro, Sandro Augusto Galhardo. Na opinião do técnico agrícola Carlos Sandro Augusto Galhardo engenheiro agrônomo da Canaoeste de Bebedouro Roberto Ornellas, iniciativas como esta da Canaoeste em orientar e treinar são muito válidas para o perfeito desenvolvimento da cultura da cana. "São práticas que, se não forem realizadas no momento certo, comprometem todo o restante do ciclo, causando enormes prejuízos", afirmou. Ornellas disse que já pratica e ensina a outras pessoas o que aprendeu com o treinamento. Agrônomos identificam variedades de cana Assim, em viveiros, o objetivo é eliminar plantas que apresentem sintomas de quatro principais doenças (carvão, mosaico, escaldadura ou amarelinho), além de misturas varietais, ou seja, plantas de uma outra variedade que estejam crescendo juntamente com a varie12 Revista Canavieiros - Junho de 2007 Equipe da Canaoeste que participou do treinamento de roguing
  • 13. Notícias Canaoeste A IMPORTÂNCIA DO ROGUING - Ao eliminar as plantas doentes estamos contribuindo de maneira decisiva para a quebra do ciclo da doença, evitando que a mesma se espalhe para as plantas vizinhas. Em relação às misturas varietais, as mesmas devem ser eliminadas o mais cedo possível para evitar sua multiplicação no decorrer dos plantios. - As operações de roguing devem ter início por volta de 30 dias após o plantio e a freqüência deve ser mensal a partir desta data. Devem ser realizadas por uma equipe previamente treinada - A eliminação das plantas doentes ou misturas varietais pode ser manual ou química. A eliminação manual consiste na retirada da touceira indesejável com auxilio de um enxadão. No roguing químico a touceira é eliminada com o herbicida glifosato. - Deve ser feita a desinfecção dos instrumentos de corte para evitar a disseminação de doenças sistêmicas (escaldadura e raquitismo). O mais recomendado é utilização de amônia quaternária antes do início dos trabalhos, ao mudar de talhão, de variedade e nas interrupções de trabalho (almoço e café). As quatro principais doenças: Carvão: causado por fungo, sua dispersão ocorre, principalmente, através das correntes aéreas e do plantio de mudas contaminadas. Embora o sinal típico de carvão seja a emissão de chicotes, outros sintomas podem ser observados, como afinamento dos colmos; superbrotamento das touceiras; desenvolvimento de gemas laterais e produção de galhas em gemas laterais do colmo. Mosaico: causada por vírus e se caracteriza pelo aparecimento de manchas de coloração amarelada ou verde-pálido, alternadas por manchas de cor verde normal, principalmente nas folhas mais jovens do “cartucho” foliar. A disseminação do mosaico se processa através de pulgões e também pelo uso de material vegetativo proveniente de plantas doentes. Escaldadura: causada por uma bactéria, provoca o amarelecimemto e necrose das folhas; brotação de gemas laterais devido à morte da gema apical, principalmente de baixo para cima; riscas ou pontos marrom-avermelhados no interior do colmo, principalmente na região do nó e morte de plantas jovens. Amarelinho: não apresentam sintomas específicos. Pode ser confundida com deficiência nutricional, compactação do solo, deficiência hídrica, injúria causada por insetos (broca da cana). Amarelecimento acentuado da porção abaxial da nervura central das folhas. Revista Canavieiros - Junho de 2007 13
  • 14. Notícias Canaoeste Preço da cana segue em baixa Cristiane Barão Em maio, cotação ficou 22% abaixo do mês anterior O preço do kg do ATR fechou o mês de maio em R$ 0,2632, 22,2% abaixo do índice de abril e 45% inferior ao auferido no mesmo mês do ano passado. É o segundo mês de baixa no preço da cana-de-açúcar. Há três fatores que explicam esse comportamento: aumento na produção de matéria-prima, excedente de açúcar no mercado internacional e queda no preço do álcool. De acordo com o primeiro levantamento da Conab para a safra 2007/08, serão colhidas 527,9 milhões de toneladas de cana, 11,20% acima da passada. Além disso, como reflexo do início da safra, o preço do álcool está em queda: na última semana de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do anidro, mais ofertado, teve média de R$ 0,76416/litro (sem impostos), menor cotação (nominal) desde setembro de 2005 e baixa de 13,7% em relação à semana anterior. Para o hidratado, o recuo foi de 10,5%, a R$ 0,60789/litro (sem impostos), menor valor nominal desde junho de 2005. No mercado externo, o problema é o açúcar. De acordo com a OIA (Organização Internacional do Açúcar), o excedente em 2006/07 será de 9,1 mi- lhões de toneladas. A produção mundial de açúcar foi revisada para cima, para 162,6 milhões de toneladas, 2,4 milhões além da estimativa anterior. De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, além da queda no preço, - que já era esperada, mas não nessa proporção - houve aumento nos custos de produção. "Houve alta nos preços de defensivos, mãode-obra e equipamentos", diz. De acordo com ele, ao longo da safra o preço da cana deve sofrer reação, mas mesmo assim ficará abaixo da cotação do ano passado em pelo menos 20%. Consecana Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº. 04/07 DATA: 31 de maio de 2007 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de MAIO de 2007. O preço médio do kg de ATR para o mês de MAIO é de R$ 0,2899. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL e MAIO e acumulados até MAIO, são apresentados acima Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL e MAIO e acumulados até MAIO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são apresentados acima. 14 Revista Canavieiros - Junho de 2007
  • 15. Notícias Canaoeste Revista Canavieiros - -Junho de 2007 Revista Canavieiros Maio 15
  • 16. Notícias Cocred Conheça a agência da Cocred em Sertãozinho Marcelo Massensini Cocred de Sertãozinho atende 2.094 cooperados A partir desta edição, a Revista Canavieiros vai apresentar a você, leitor, todas as agências da Cocred, mostrando os serviços e facilidades oferecidas aos cooperados por cada unidade. Para começar, escolhemos a primeira delas: a de Sertãozinho. Criada em 1969, a Cocred - Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho, reúne hoje mais de 5.744 cooperados, sendo que 2.094 destes são atendidos pela agência de Sertãozinho. Uma delas é a cooperada Letícia Bighetti que se diz satisfeita e que não trocaria a Cocred por nenhum outro banco. "Por ser um banco somente para cooperados, um público mais restrito, os funcionários acabam nos conhecendo mais, sabendo quem somos. E isso faz a gente se sentir em casa", explica. A Cocred é a única cooperativa de crédito rural do Brasil que possui a certificação de qualidade ISO 9001: o reconhecimento da qualidade e segurança de seus produtos e serviços. Um fator importante para a obtenção desse certificado é a busca constante pela satisfação de seus cooperados. Prova disso é o número de cooperados que cresce a cada dia. Somente no ano passado foram 1.360 novas adesões e 9.647 operações de crédito que movimentaram R$ 322 milhões na cooperativa. O gerente da agência, Rogério Moisés, enfatiza que oferecer um atendimento diferenciado é uma das grandes preocupações da Cocred. "Em nenhum outro banco o cliente tem acesso direto à gerência, como tem aqui. Você não vê bancos sem filas como vê aqui. Nós fazemos de tudo para que o cooperado se sinta em casa", diz. Letícia explica, ainda, 16 Revista Canavieiros - Junho de 2007 Letícia Bighetti: “Os funcionários da Cocred nos fazem sentir em casa” que "o próprio espaço físico da agência facilita o relacionamento entre o cooperado e o gerente. Em outros bancos o gerente parece ficar escondido do cliente, você tem que passar por 20 pessoas até conseguir falar
  • 17. Notícias Cocred Luiz Carlos Tasso Junior: “As vantagens da Antenor vão do Cocred Pinton atendimento até as taxas.” com ele. Na Cocred é o contrário", elogia a cooperada. Mas segundo Moisés, além do atendimento exclusivo, a Cocred se preocupa em oferecer os melhores produtos aos seus cooperados. A cooperativa disponibiliza empréstimos e financiamentos com juros baixos e isenção de taxas, aplicações financeiras exclusivas para produtores rurais, cartões de crédito, poupança e todos os serviços oferecidos pelos outros bancos. A vantagem é que, investindo em um banco cooperativo, o dinheiro é transformado em crédito para produtores rurais, uma ma- neira de contribuir com o desenvolvimento da região. Luiz Carlos Tasso Junior, engenheiro agrônomo e cooperado desde 1998, considera que a Cocred, em relação a outros bancos, só tem pontos favoráveis. "Tanto no atendimento, na receptividade aos clientes, no tratamento pessoal, nas eliminações de tarifas de extratos e talões, a Cocred me propicia um retorno muito maior do que em qualquer outro banco", explica. "Aqui nós temos uma transparência grande e uma receptividade muito boa de todos os funcionários, desde o atendimento até a gerência e os caixas. Ela (Cocred) me proporciona uma transparência e uma idoneidade maior do que nos outros bancos", termina. Visando melhorar o atendimento de seus usuários, há quase um ano a agência da Cocred de Sertãozinho se dividiu. Foram criados 3 caixas na Loja de Ferragens/Magazine para atender aos clientes que utilizam os serviços de paInterior da agência de Sertãozinho gamento de contas de energia elétrica, boletos bancários entre outros, bem como, toda a movimentação da Poupança Cooperada como depósitos e saques. "A divisão aconteceu para diminuir a ocorrência de filas. Antes os cooperados demoravam para ser atendidos, com esta divisão o atendimento está mais ágil, explica Moisés". Também serão implantados em todas as agências da Cocred os Terminais de Auto-Atendimento, que facilitarão ainda mais o fluxo de pessoas nas agências. Nestes terminais estarão disponíveis os serviços de saldo e extrato de conta corrente e aplicação, saques e pagamentos de contas de energia elétrica e títulos bancários. Serviços oferecidos pela Cocred de Sertãozinho Caixas - Saques - Pagamentos; - Depósitos; - Outros. Gerência: - Assistência geral e diferenciada para os cooperados; - Capitação de recursos (aplicações) Operações de Crédito: - Custeio e investimento agrícola; - Financiamentos de veículos, empréstimo pessoal entre outros; - FINAME (BNDES); - Cobranças; - Desconto de recebíveis; - Custódia de valores ou documentos Atendimento: - Extratos; - Saldos; - Cadastro; - Abertura de Contas; - Atendimento em geral. Seguros: - Automóveis; - Empresa; - Vida; - Residência; - Canavial. Revista Canavieiros - Junho de 2007 17
  • 19. Balancete Notícias Cocred Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE MENSAL ABRIL/2007 valores em Reais Revista Canavieiros - Junho de 2007
  • 20. Reportagem de Capa III Agronegócios Coperc oportunidades aos Carla Rossini A Feira é realizada exclusivamente aos cooperados do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred O s cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred já podem marcar a data do novo encontro que vai acontecer nos dia 20, 21 e 22 de junho no Clube de Campo Vale do Sol: o III Agronegócios Copercana. A feira conta com cerca de 50 expositores e um sistema facilitado de compra de insumos com oferta de créditos e condições vantajosas de pagamento. O evento deve encerrar com chave de ouro o primeiro semestre de 2007, período tradicional de negócios dentro do setor canavieiro, principalmente na área de agroquímicos. Os cooperados que visitarem a feira conhecerão todos os produtos e equipamentos necessários para a agricultura da cana, soja, amendoim e milho. Os negócios serão feitos através de disponibilidade de crédito e facilidades que só os cooperados do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred conseguem obter. Na edição de 2006, o cenário favorável fez com que o volume de vendas ultrapassasse a meta prevista gerando negócios na ordem de R$ 60 milhões. Os destaques da feira foram a comercialização de 51 mil toneladas de adubo e a superação na venda de defensivos agrícolas. Para este ano, as expectativas são ainda melhores. Confira e entrevista exclusiva que a Revista Canavieiros fez com o presidente da feira e também da Copercana e Cocred, Anto- 20 Revista Canavieiros - Junho de 2007 nio Eduardo Tonielo. Revista Canavieiros: Esse é o terceiro ano que a Copercana realiza o Agronegócios. Nos anos anteriores tivemos um bom número de cooperados e negócios. O que é esperado para esse ano? Antonio Eduardo Tonielo: Eu acredito que este ano será ainda melhor, pois a cada ano que passa a gente vai adquirindo mais experiência, conseguindo mais volume de recursos. O grande sucesso da feira é financiamento a custo barato. E esse ano, eu acredito que vai ser um dos anos de melhor custo possível. Esperamos um movimento maior, um sistema de venda com mais lucro já que temos opções de financiamento muito atrativo. Além dos excelentes preços e opções de pacotes para
  • 21. Reportagem de Capa cana apresenta ótimas produtores rurais dito que a feira só tem sentido se ela for boa para os cooperados, ou seja, se ele puder ir lá e fazer negócios. Nós estamos tentando globalizar o nosso negócio para poder passar ao cooperado preços bons, tanto para aquele que compra 20 toneladas de adubo quanto para aquele que compra mil toneladas do mesmo produto. Esse movimento ajuda bastante os cooperados menores e não prejudica os grandes. Essa é a grande vantagem da feira. Não estou querendo dizer que o grande vai pagar mais caro pelo produto, mas ele vai ajudar os pequenos a conseguir obter bons preços. atender aos cooperados, a época é boa para comprar. As empresas querem faturar para fechar o balanço semestral e acabam oferecendo bons preços. O importante que quem vai na feira esse ano feche negócios ainda melhores do que nos outros anos. Revista Canavieiros: Já existe alguma estimativa do volume de negócios que a feira deve atingir? Antonio Eduardo Tonielo: Esperamos negócios melhores e maiores do que no ano passado. Temos condições de oferecer boas condições de compra e de pagamento aos nossos cooperados e isso vai ajudar bastante no sucesso da feira. Revista Canavieiros: Os cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred podem se sentir privilegiados com uma feira exclusiva? Antonio Eduardo Tonielo: Eu acre- Revista Canavieiros: Quem visitar a feira, vai encontrar novidades e boas condições de compra? Antonio Eduardo Tonielo: Nós teremos atrativos e novidades de implementos, insumos e máquinas agrícolas com disponibilidade de financiamento. Espero que os nossos cooperados compareçam ao evento que é feito exclusivamente para eles. O Agronegócios Copercana não é uma feira para quem deseja passear e fazer festa. Ele é feito para quem deseja fazer bons negócios. Esse ano nós teremos bastante recursos e créditos para oferecer. Quem for na feira sairá satisfeito. A novidade deste ano é o evento paralelo que estará acontecendo durante o III Agronegócios Copercana: A Programação da pecuária. PARTICIPAÇÃO DE INTITUIÇÕES REPRESENTATIVAS DA OVINOCULTURA Estarão presentes: - Associação de Criadores de Ovinos da Região de Ribeirão Preto – ASCORRP; - Associação de Criadores de Ovinos da Região de Jaboticabal – ASCORJ; - Sistema Agroindustrial Integrado – SAI / SEBRAE. Juntas, as três instituições e a Copercana formam um grupo comprometido com a viabilidade da ovinocultura na região. Este grupo estará próximo ao Shopping de Ovinos, formando um ambiente agradável de negociações e de troca de informações sobre a cadeia da ovinocultura. Revista Canavieiros - Junho de 2007 21
  • 22. Reportagem de Capa PALESTRAS A feira terá uma programação variada de palestras, em um ambiente preparado dentro do próprio evento. Serão palestras de curta duração, em torno de 30 a 40 minutos, para que os visitantes possam adquirir informações sem ter que dedicar muito tempo. Algumas palestras serão repetidas nos 3 dias da feira, dando mais oportunidades para quem quiser assistir. QUARTA FEIRA – 20/06/2007 10:00h Tema: Seca e Confinamento de Bovinos Palestrante: Paulo Francisco Menegucci - Médico Veterinário – TORTUGA 11:00h Tema: Pastagens Tropicais: Características e Manejo Palestrante: Rodrigo de Carvalho Ferreira – Engenheiro Agrônomo – OURO FINO AGROSCIENCES 15:00h Tema: Nutrição de Gado de Leite Palestrante: Rodrigo Costa - Médico Veterinário – TORTUGA 16:00h Tema: Manejo de Ovinos Palestrante: Luís Henrique Fernandes – Zootecnista – GRUPO MARGEM QUINTA FEIRA – 21/06/2007 11:00h Tema: Pastagens Tropicais: Características e Manejo Palestrante: Rodrigo de Carvalho Ferreira – Engenheiro Agrônomo – OURO FINO AGROSCIENCES 14:00h Tema: Cisticercose Palestrante: Ingo Aron Sousa Mello - Médico Veterinário – OURO FINO 15:00h Tema: Viabilidade da Ovinocultura na Região de Ribeirão Preto Palestrante: Nelson Bernardi Júnior - Médico Veterinário – COPERCANA 16:00h Tema: Controle de Carrapatos Palestrante: Ingo Aron Sousa Mello - Médico Veterinário – OURO FINO SEXTA FEIRA – 22/06/2007 10:00h Tema: Seca e Confinamento de Bovinos Palestrante: Paulo Francisco Menegucci - Médico Veterinário – TORTUGA 11:00h Tema: Viabilidade da Ovinocultura na Região de Ribeirão Preto Palestrante: Nelson Bernardi Júnior - Médico Veterinário – COPERCANA 14:00h Tema: Cisticercose Palestrante: Ingo Aron Sousa Mello - Médico Veterinário – OURO FINO 15:00h Tema: Nutrição de Gado de Leite Palestrante: Paulo Francisco Menegucci - Médico Veterinário – TORTUGA 16:00h Tema: Controle de Carrapatos Palestrante: Ingo Aron Sousa Mello - Médico Veterinário – OURO FINO 22 Revista Canavieiros - Junho de 2007 PARTICIPAÇÃO DE FORNECEDORES DE INSUMOS PARA A PECUÁRIA Neste primeiro ano em que a feira enfoca o setor pecuário, os principais fornecedores da Copercana estarão presentes: - ARTE COURO DORENSE – Selaria - COMIGO – Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano – Rações para Animais de Produção e de Estimação - OURO FINO SAÚDE ANIMAL – Medicamentos Veterinários - OURO FINO AGROSCIENCE – Sementes de forrageiras (pastagens) e Crotalária - TORTUGA – Companhia Zootécnica Agrária – LINHA SAÚDE ANIMAL – Medicamentos Veterinários - TORTUGA – Companhia Zootécnica Agrária – LINHA NUTRIÇÃO ANIMAL – Suplementos Minerais OUTRAS PROGRAMAÇÕES - Participação do CORDEIRO BRASILEIRO, fornecedor de carne de cordeiro para a rede de supermercados da COPERCANA. No seu stand haverá degustação e venda de carne de cordeiro. - Sorteio de um Touro da raça Nelore PO, da genética OURO FINO. Quem quiser concorrer a este prêmio basta comprar R$ 30,00 em medicamentos veterinários da linha OURO FINO. O sorteio acontecerá no dia 22/ 06/2007 – Sexta feira, as 17:00h no stand da OURO FINO. - Venda de sementes forrageiras (pastagens) e Crotalária, para pagamento em agosto de 2008, a juros de 8,75% ao ano.
  • 23. Reportagem de Capa Revista Canavieiros - Junho de 2007 23
  • 24. Artigo Técnico O que leva um industrial a optar por produção de cana própria? Departamento de Planejamento e Controle Agrícola da CANAOESTE T endo em vista a grande expansão do setor sucroalcooleiro no Brasil e com o objetivo analisar os modelos alternativos de produção de cana-de-açúcar de um novo empreendimento industrial, foi desenvolvida pelo Departamento de Planejamento e Controle Agrícola a análise que se segue. Longe de querer fechar questão sobre o assunto, a presente análise visa abrir o debate sobre estas questões e discutir o que levaria um empreendedor do setor a optar por uma produção totalmente própria de matéria-prima para a sua agroindústria ao invés de optar por fornecedores de cana-de-açúcar. As alternativas analisadas foram: a produção de cana própria em terras próprias ou arrendadas ou aquisição de matéria-prima de fornecedores, que por sua vez podem produzi-las em terras próprias ou arrendadas. As premissas básicas consideradas foram as seguintes: " Moagem de 2.000.000 de toneladas por safra; " Distância média de 15 Km dos fundos agrícolas à unidade industrial; " Valor de remuneração de terra de 35 toneladas de cana por alqueire; " Preço do ATR de R$ 0,3300; " Teor médio de 145,25 Kg/t e " Produtividade média em 5 cortes de 81,28 t/ha. Para apuração dos custos de produção foi utilizado o modelo de desenvolvimento e acompanhamento de projetos da M. Moraes Consultoria Agronômica que tem sido utilizado em diversos projetos de novos empreendimentos industriais. Este modelo determina um ou 24 Revista Canavieiros - Junho de 2007 vários sistemas de manejo da lavoura adequados para os ambientes de produção e tecnologias a serem utilizadas e, a partir daí, faz o dimensionamento da estrutura de motomecanização, mão-de-obra e planeja a utilização de insumos e sistemas de irrigação. Tabela 2 - Estimativa de Investimentos Agrícolas Os resultados dos custos de produção são apresentados na tabela 1 abaixo. Os investimentos estimados são apresentados na tabela 2 abaixo. Tabela 1- Custos de Produção para o Modelo de Produção de Cana Própria da Unidade Industrial em Terras Arrendadas
  • 25. Artigo Técnico Foi também calculada antes do Imposto de Renda, na tabela 3, a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Valor Presente Líquido a uma taxa de 10% ao ano e o Payback convencional e ajustado, isto é, com o saldo sendo corrigido para uma taxa de 10% ao ano em um horizonte de 20 anos de vida útil do empreendimento, com os devidos re-investimentos em equipamentos, à medida que estes cheguem ao final de suas vidas úteis. Tabela 3 – Resumo do Fluxo de Caixa Agrícola antes do IR: A Taxa Interna de Retorno encontrada foi de 8,58% a.a., inferior aos 10% objetivados, resultando, portanto, em um Valor Presente Líquido negativo e um Payback simples de 12 anos, ajustado ao mesmo tamanho de horizonte do projeto pois a TIR foi inferior à taxa de correção dos saldos de caixa. Apesar de ser uma Taxa de Retorno baixa, é superior ao valor pago pela taxa de juros de poupança. Mas a pergunta é: Sendo a taxa de retorno baixa, o que levaria um industrial a optar por produção de cana própria? Revista Canavieiros - Junho de 2007
  • 26. Artigo Técnico Antes de responder a essa pergunta, vamos tentar responder o que levaria um produtor a se interessar por este mesmo projeto. Os principais fatores que encontramos para os produtores de cana independentes foram os seguintes: 1-) Risco: o produtor é um investidor conservador e não se interessa por negócios de risco elevado e esta taxa, mesmo baixa, interessaria a ele, pela solidez do empreendimento agrícola; 2-) Empregabilidade: a produção agrícola dá ao fornecedor e sua família a possibilidade de emprego no próprio negócio como administrador e muitas vezes em diversas atividades administrativas como compras, controles, etc e em alguns casos como mecânico, operador etc, elevando a capacidade do empreendimento de gerar renda e reduzindo os custos de encargos sociais; 3-) Renda: no caso de terras próprias, a renda da terra se reverte para ele mesmo; 4-) Manutenção na atividade agrícola: a produção agrícola, pode mantêlo na propriedade e reduz os seus custos de vida, se comparado aos custos na cidade. de vista do industrial. 1-) Apoio político: considerou-se que, quanto maior o número de envolvidos no negócio, maior será o apoio político obtido em casos de risco do empreendimento por ameaças externas, assim seria mais interessante a produção de cana com fornecedores que arrendem suas terras, pois, numa eventual necessidade de apoio político, estariam envolvidos além do empreendedor e seus funcionários, produtores rurais e seus arrendatários. 2-) Segurança quanto ao fornecimento de matéria-prima: quanto mais centralizada as decisões e menos elementos envolvidos na cadeia, maior a segurança do empreendedor e do empreendimento quanto ao fornecimento de matéria prima. Este, aliás, é um dos pontos fracos da opção por cana de fornecedores. 3-) Risco ambiental agrícola: mesmo com todos os cuidados no desenvolvimento do projeto e na sua implantação, respeitando à legislação ambiental, ainda há o risco de incêndios criminosos ou acidentais que recaem sobre o responsável pela produção na área agrícoExistem diversos outros fatores, mas la, sendo esta uma desvantagem da opestes foram considerados os principais. ção por produção de cana própria. Além do que, a legislação vem sofrendo consQuanto à questão sobre o interesse tantes modificações, sendo cada vez do empreendedor industrial em produ- mais restritiva e rigorosa. zir cana própria, foram analisados di4-) Controle de logística: um dos versos fatores que seguem na tabela 4 pontos mais importante no processo abaixo sempre analisando sob o ponto agroindustrial da cana-de-açúcar é o Tabela 4 - Análise dos fatores de relevância para a decisão entre os modelos alternativos de produção de cana-de-açúcar: 26 Revista Canavieiros - Junho de 2007 abastecimento da unidade industrial para obter o máximo aproveitamento de tempo da indústria e reduzir-se ao máximo as perdas de açúcar obtidos na lavoura. Desta forma, a produção de cana própria é mais vantajosa para garantir a moagem prevista. 5-) Ganho em escala: quanto maior a produção, maior a eficiência e menores ficam os custos fixos por unidade produzida. Isto é verdade, até que o volume utilize ao máximo os equipamentos disponíveis, a estrutura de apoio e os custos administrativos. Assim, há uma escala em área, produtividade e produção adequada para cada região e sistema produtivo. Normalmente os estudos de implantação de uma agroindústria levam em consideração estes fatores e, em geral, eles apontam para unidades de produção relativamente grandes, se comparados aos tamanhos de fornecedores de cana encontrados nas regiões tradicionais. 6-) Hedge: no caso de produção de cana própria, o valor da matéria-prima fica amarrado aos custos de produção, que, genericamente, variam de forma independente em relação aos produtos finais da unidade industrial. Com a aquisição de matéria-prima de terceiros, temse um hedge perfeito, adequando de forma definitiva os preços da cana-deaçúcar processada com os preços de açúcar e álcool. 7-) Preço de suporte da cana: em situações de queda de preços, é importante ter-se um preço de suporte baixo, isto é, que os preços dos produtos mesmo estando abaixo dos custos de produção sejam ainda superior aos custos desembolsáveis do produtor. Isso permitirá que ele passe o período de turbulência sem dívidas que possam comprometer o seu negócio, assim a produção em terras próprias, onde o custo da terra não é um valor desembolsável, apresenta-se mais interessante, sendo também mais vantajosa para que não hajam financiamentos a pagar, entretanto esta última condição é extremamente difícil em um novo empreendimento. 8-) Nível de investimento: sem considerarmos compras de terras, o investimento agrícola na unidade proposta é da ordem de 90 milhões de reais. Obviamente que, na opção por fornecedores, estes valores deixam de ser imobili-
  • 27. Artigo Técnico zados pela unidade industrial e podem ser utilizados na co-geração de mais excedentes de energia ou melhorias na qualidade dos produtos. 9-) Agilidade na implantação: por ter, de forma geral, maior capacidade de dar bens em garantia e por poder agregar grandes investidores externos, a opção por produção de cana própria é muito mais ágil do que a opção por fornecedores. Gera também uma menor especulação no mercado de terras e facilita as negociações. 10-) Foco no negócio: o fato da unidade industrial diminuir o envolvimento agrícola, permite maior enfoque no processo industrial e na comercialização, liberando capital e esforço na atividade fim do industrial. 11-) Envolvimento: a opção por cana própria tem um envolvimento administrativo, de planejamento, de redução de custos, ou seja, um envolvimento muito mais técnico. Já a opção por fornecedores tem um envolvimento negocial, de relações humanas e para muitos empreendedores, devido ao seu perfil, muito mais complicada. 12-) Arrendamento: quando há a aquisição de terras, tanto na opção cana própria com terras próprias ou fornecedores com terras próprias, o arrendamento ganha aspecto secundário. Entretanto quando as terras são arrendadas, o empreendimento por si só, fará com que estas se valorizem e por conseqüência sofram aumentos significativos ao longo do tempo, assim tornamse mais vantajosas as opções de produção em terras próprias. 13-) Valorização da terra: como dito, na implantação da agroindústria, as terras se valorizam, e obviamente que, se as terras forem da unidade industrial, esta terá uma aumento do seu patrimônio. Se elas já estiverem na mão de produtores que sejam proprietários, estes ganhos ficam com os produtores. No caso de terras arrendadas, haverá uma situação de indiferença, pois o ganho patrimonial estará inacessível a fornecedores e unidade industrial. 14-) Riscos agrícolas: a produção de cana-de-açúcar é um investimento de baixo risco, mas não de risco zero. A opção fornecedores é mais vantajosa sob a ótica do industrial que assume riscos climáticos, de perdas de produti- vidade, etc. Na tabela 4, foram assinalados com um asterisco, os pontos mais vantajosos de cada uma das opções e na linha “Destaques” foram quantificados estes asteriscos. Como a proposta desta análise e discutir pontos fracos da opção fornecedores de cana. A seguir serão feitas propostas para os itens destacados em vermelho na tabela 4, com o intuito de fornecer mais elementos para esta discussão. PROPOSTAS Item 2-) Segurança quanto ao fornecimento: é extremamente complicado para o empreendedor correr o risco de, na metade da implantação do projeto industrial, ficar sem matéria prima, assim a elaboração de contratos de longo prazo, de 10 anos ou mais, é fundamental. Vale salientar, que esta proposta de contrato de longo prazo está sendo feita para o fornecimento de cana e para aquelas unidades industriais que se interessaram por estes. Não estão sendo discutidos aqui os contratos de arrendamento. Item 4-) Controle de logística: sugere-se, caso haja a opção por fornecedores, que estes se organizem e constituam uma empresa responsável pela logística, afim de equilibrar esta desvantagem da opção por fornecedores. É importante que os ganhos de cada produtor, independentemente da época do ano em que sejam fornecidas, sejam compatíveis com a qualidade da matéria-prima entregue. Item 5-) Ganho em escala: para terse custos adequados é preciso que haja uma escala de produção compatível com o tamanho do empreendimento. O tamanho adequado depende do sistema de produção e da região, mas dificilmente um produtor com menos de 100 mil toneladas de cana terá escala adequada. Assim é preciso que haja fornecedores com um volume mínimo de cana ou que constituam grupos cooperativos. Item 7-) Preço de suporte cana: o principal fator que determina um preço de suporte baixo é a produção em terras próprias, assim é necessário que o fornecedor tenha um mínimo de terras própria ou que as adquira. Isto dará sustentação ao negócio e possibilitará que ele sobreviva aos momentos complicados do setor. Item 9) Agilidade na implantação: este é um item que não depende de organização e foge muito às possibilidades da maioria dos produtores. Se estamos em um governo dito socialista é preciso que haja políticas públicas que possibilite a manutenção do produtor rural no campo e a forma de fazê-las é com financiamentos governamentais compatíveis com a nossa realidade agrícola, ou teremos de um lado a agricultura de sub-existência e de outro grandes grupos agroindustriais, e um enorme vazio no meio. Não há como exigir de um produtor rural, as mesmas garantias de uma unidade industrial. Não se está aqui discutindo projetos fantasmas, como no passado, mas empreendimentos reais que gerarão riquezas. Item 11-) Envolvimento: a opção por fornecedores pode ser desgastante caso haja dependência financeira em relação à agroindústria. Faz-se necessário que o empreendedor agrícola, no caso, o fornecedor de cana, tenha condições financeiras de manter seu negócio com seus próprios recursos e para isto é necessário um sistema de pagamento de cana compatível com os custos de produção. CONCLUSÃO: Para que haja a inclusão de fornecedores de cana-de-açúcar nos novos empreendimentos industriais são necessários ajustes organizacionais, tanto de produtores como de industriais, entretanto o fator que mais atravanca esta inserção são mecanismos de financiamento compatíveis com a realidade dos produtores rurais. Nos moldes atuais de financiamento e implantação de novas unidades industriais, o país caminha para um modelo de produção de cana-de-açúcar centralizador e perigoso para o próprio setor sucroalcooleiro. Exemplo claro dos riscos é o setor citrícola brasileiro. Faz-se necessária uma atitude governamental urgente que viabilize a mudança deste cenário. Revista Canavieiros - Junho de 2007 27
  • 28. Informações setoriais CHUVAS DE MAIO e Prognósticos Climáticos N o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE durante o mês de maio de 2007. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste As somas das chuvas durante o mês de maio nos locais: EE Citricultura de Bebedouro, Fazenda Santa Rita, Franca, Usina Batatais e MB, "ficaram" próximas das respectivas médias históricas. Nos demais locais e nas médias das observações, as chuvas registradas em maio foram superiores (o dobro, em vários locais) às normais climáticas. Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 17 a 20 de maio de 2007. O mapa (1) ao lado mostra que, em praticamente toda área canavieira do Estado de São Paulo, o índice de Água Disponível no Solo encontrava-se próximo do nível crítico entre os dias 17 a 20 de maio deste ano (um ou dois dias antes das abençoadas chuvas). 28 Revista Canavieiros - Junho de 2007
  • 29. Informações setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de maio de 2006. Como subsídios aos planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de junho a agosto. - Para todos os Estados da Região Centro Sul:- Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de maio de 2007. - A temperatura média poderá “ficar” acima das normais climáticas; - As chuvas previstas para os meses de junho a agosto poderão ser próximas das respectivas médias nos Estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; enquanto que nos demais estados da Região Centro Sul, serão ligeiramente inferiores às respectivas médias históricas. Exemplificando para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, as médias históricas pelo Centro Apta - IAC, são de 30mm em junho, 20mm em julho e em agosto. A CANAOESTE recomenda, face às previsões pela Somar Meteorologia, com a qual mantém convênio, muita atenção às Umidades Relativas do Ar durante estes três meses. Ainda, pela Somar, a temperatura média durante o mês de julho poderá ser (em quase 1°C) inferior à média histórica. Os mapas 1 e 3 mostram que houve grande variação do Índice de Água Disponível no Solo entre meados e final de maio de 2007, decorrentes das providenciais chuvas que ocorreram a partir das primeiras horas do dia 21 até 23 de maio. Comparando-se os mapas 2 (final de maio de 2006) e 3 (final de maio de 2007), observa-se que, ao final deste mês (maio de 2007), o nível de Água Disponível no Solo em toda região canavieira do Estado de São Paulo, era bem diverso daquele observado no mesmo mês do ano anterior. Ou melhor, com exceção do extremo noroeste do Estado, não havia restrição hídrica ao final de maio de 2007. Revista Canavieiros - Junho de 2007 29
  • 30. Legislação Queima de palha de cana-de-açúcar Mais uma vitória importante no Tribunal de Justiça de São Paulo E stimados produtores de canade-açúcar, o Departamento Jurídico da CANAOESTE, defendendo três de seus inúmeros associados, obteve no último dia 24.05.2007 importante e histórica decisão sobre a pratica das queimadas da palha da cana-de-açúcar, proferida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, através de sua Câmara Especial do Meio Ambiente, nos autos da Apelação Cível nº 336.038.5/7-00. Trata-se de ação civil pública ambiental ajuizada pelo Ministério Público contra fornecedores de cana-deaçúcar, visando proibir que se utilizem do uso do fogo como método despalhador da cana-de-açúcar, mesmo que autorizado pelo órgão ambiental competente, além de indenização da ordem de R$350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil reais). Entendeu o Tribunal de Justiça de São Paulo, no corpo da referida decisão, que o Estado pode legislar sobre matéria de direito ambiental, razão pela qual a queima de palha de cana-de-açúcar é uma prática legal, desde que autorizada pelo Poder Público, no nosso caso, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, observada, ainda, os requisitos e condições impostas pela legislação estadual, qual seja, a Lei nº 10.547/2000, alterada pela Lei nº 11.241/2002 e regulamentada pelo Decreto nº 47.700/2003., concluindo, também, que a legislação de queima não é inconstitucional, como apregoa alguns membros do Ministério Público Estadual (promotores de justiça). A decisão analisou diversos aspectos da pratica da queima, tais como: geração de emprego; proteção aos trabalhadores; importância do setor sucroalcooleiro; a impossibilidade de atualmente se cortar toda a cana sem a pratica da queima; as outras formas de poluição geradas, tais como, pelo avião, pelo arJuliano Bortoloti - Advogado condicionado, Departamento Jurídico Canaoeste pelo automóvel, pela industria, sem que tenham que ser proibidas; os estudos feitos sobre o reflexo da queima no meio ambiente, dentre outros. Portanto, sem sombra de dúvida, esta decisão emanada de tão importante Corte de Justiça criou um importante precedente em defesa do setor sucroalcooleiro, demonstrando, mais uma vez, que a pratica da queima quando realizada dentro dos parâmetros estipulados pela lei, além de constitucional também reflete o tão consagrado princípio do desenvolvimento sustentável, aclamado na Rio-92 (Conferência Mundial sobre O Meio Ambiente). Suspensão das autorizações C omo é de conhecimento dos fornecedores de cana-de-açúcar, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, com base no artigo 7º, da Lei nº 11.241/2002, poderá suspender as autorizações para uso do fogo como método despalhador da cana-deaçúcar em todo Estado de São Paulo, quando a umidade relativa do ar estivar muito baixa, o que poderia ocasionar risco à saúde pública. Poderá ocorrer a suspensão da queima quando a umidade relativa do ar ficar abaixo de 30% (trinta por cento) e acima de 20% (vinte por cento), durante três dias consecutivos. Neste caso, ficará suspensa o uso do fogo como método despalhador da cana-de-açúcar no período compreendido das 6:00 hs às 20:00 horas do dia posterior à declaração de suspensão, efetuada pela Secretaria do 30 Revista Canavieiros - Junho de 2007 Meio Ambiente, sempre às 16:00 horas do terceiro dia consecutivo que perdurar a umidade acima descrita. De igual forma, será suspensa a queima durante qualquer hora do dia, quando a umidade relativa do ar for inferior a 20% (vinte por cento). Tal suspensão será declarada pela Secretaria do Meio Ambiente às 16:00 horas do dia que se observar tal umidade e será aplicada a partir das 6:00 horas do dia posterior a referida declaração. Nada impede, portanto, que a Secretaria do Meio Ambiente possa suspender mais vezes a autorização de queima quando as condições climáticas ou a qualidade do ar estiverem desfavoráveis e, se isso ocorrer, cumpre informar que não se pode efetuar a queima em hipótese alguma - até mesmo porque os ór- gãos ambientais estarão procedendo intensiva fiscalização nestes períodos -, sob pena de sofrerem as sanções cabíveis, tais como multas vultosas, além de responder judicialmente em ações cíveis e criminais. Cumpre informar que é de extrema importância que os fornecedores se informem com antecedência junto os técnicos/agrônomos da CANAOESTE sobre as condições futuras de clima (já que a Canaoeste possui convênio com órgãos de previsão de umidade relativa do ar), para evitar transtornos em seu planejamento de queima, pois esta safra promete baixos índices de umidade relativa do ar, assim como consultarem o “link” específico sobre as suspensões de queima (Queima da Palha de Cana) no “site” da Secretaria do Meio Ambiente (www.ambiente.sp.gov.br).
  • 31. Culturas de Rotação Revista Canavieiros - Junho de 2007 31
  • 32. Informações Técnicas Canaoeste sedia reunião do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar Marcelo Massensini A 3ª reunião de 2007 do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar, debateu estratégias para antecipação e maximização da maturação da cana N o dia 29 de maio, aconteceu no auditório da Canaoeste a 3ª reunião do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar em 2007. Desta vez o assunto discutido foi a maturação da cana: tipos de maturadores artificiais; importância econômica e resultados de pesquisas na área. A maturação, como o próprio nome diz, é o amadurecimento da planta. No caso da cana, o ciclo está dividido em dois períodos distintos: o de crescimento vegetativo e o de acumulo de sacarose. O primeiro é caracterizado por um crescimento da planta, com depósito de sacarose. Na segunda fase a cana acelera o processo de armazenagem da sacarose, tornando-se o período ideal, economicamente, para industrialização. O pesquisador científico do Centro de Cana do IAC Ribeirão Preto, Prof. Dr. Miguel Angelo Mutton 32 Revista Canavieiros - Junho de 2007 Maximiliano Salles Scarpari, explica mais a fundo: "A maturação é um processo em que a planta, ao invés de utilizar o carboidrato para o crescimento vegetativo, utiliza para armazenamento no colmo", explica. Como a maturação é um processo fisiológico, ela está condicionada a uma série de fatores controladores, que podem ser naturais ou artificiais. Dentre os fatores naturais destacam-se a variedade da canade-açúcar, o solo, o clima e os tratos culturais. "Este processo pode ser induzido pelo frio ou por um déficit hídrico", completa Scarpari. Artificialmente, a maturação pode ser feita através de produtos químicos ou hormônios que têm a propriedade de paralisar o desenvolvimento da cana induzindo a translocação e o armazenamento dos açúcares. Estes maturadores provocam stress na planta e diminuem o ritmo de crescimento vegetativo. Assim, a planta começa a armazenar sacarose no colmo. O pesquisador explica que a maturação é uma espécie de defesa da planta. "Os maturadores atuam como um stress para a planta, para avisa-la que está sofrendo algum tipo de dano, algum fator que não está favorável ao crescimento e ela começa a maturar. É um processo natural". Ainda segundo Scarpari, geralmente a maturação artificial é feita para antecipar a safra. "Como a safra começa até abril, o teor de açúcar ainda é baixo por que passou por um período com bastante chuva e irradiação alta do sol". Explica e completa: "A planta não está preparada e ainda está crescendo. O maturador causa um stress na planta que começa a maturar. Com isso, o produtor pode antecipar a safra". Mas o professor da Unesp de Jaboticabal, Dr. Miguel Angelo Mutton, explica que os maturadores podem ser usados durante toda a safra (outono, inverno e primavera), porém com conseqüências diferentes. Mutton explica que usando um maturador artificial no início da safra, o produtor consegue antecipar a maturação, conseqüentemente a colheita, já no final da safra o objetivo é manter ou diminuir a perda do açúcar que costuma acontecer nessa época. Durante a reunião, o assistente de controle agrícola da Canaoeste, Thiago de Andrade Silva, fez uma palestra sobre o cálculo do ATR Relativo com apresentação de números das últimas safras. Maximiliano Salles Scarpari - Centro de Cana do IAC Ribeirão Preto
  • 33. Safra de grãos Safra de grãos mantém recorde, mais de 130 milhões de toneladas Da Redação A produção da safra brasileira de grãos do período 2006/2007 foi estimada no início do mês de junho pelo presidente da Conab, Jacinto Ferreira, em 130,68 milhões de toneladas. O número consta do nono levantamento e segue como o maior da história. É também 8,1% superior ao registrado na safra anterior, de 120,92 milhões t. Já na comparação à pesquisa do mês passado (130,72 milhões t), houve um pequeno ajuste para baixo de 0,04%. Estatisticamente, essa redução não altera o resultado divulgado em maio. A manutenção se deve ao aumento na colheita de alguns produtos e a queda de outros. Em relação à colheita passada, o crescimento mais significativo é do milho total, com 19,2% (de 42,5 para 50,7 milhões t), da soja, com 8,62% (53,4 para 58 milhões t) e do algodão em caroço, com 35,9% (de 1,7 para 2,3 milhões t). Por outro lado, há perdas no arroz de 2,7% (de 11,7 para 11,4 milhões t) e no feijão total de 3% (de 3,5 para 3,4 milhões t). Isso se deve à falta de chuva nos meses de março e abril na região Centro-Oeste e às baixas temperaturas que prejudicaram as lavouras no estado do Paraná, no mês passado. Neste levantamento foram também avaliados os primeiros números da produção de trigo para o ciclo 2007/2008. A cultura registra um crescimento de 71,8% em relação à safra de 2006/2007, saindo de 2,23 para 3,84 milhões t. O aumento é reflexo da retomada de área e da recuperação da produtividade. Plantio – Levando em conta as plantações do período passado, o estudo mostra que a área cultivada encolheu 2,7% (de 47,3 para 46,1 milhões hectares). A cultura mais atingida é a soja, que passou a ocupar uma área 7,1% menor (de 22,2 para 20,7 milhões de hectares). Por outro lado o milho segunda safra teve a área ampliada em 32% (de 3,3 para 4,4 milhões de hectares). O trabalho foi realizado por 68 técnicos, que estiveram em campo no período de 21 a 25 de maio, em 545 municípios. Foram distribuídos 1.635 questionários junto a representantes de cooperativas, associações e entidades públicas e privadas do setor produtivo. Fonte: Conab Revista Canavieiros - Junho de 2007 33
  • 34. Pragas e Doenças ormigas-Cortadeiras: Formigas- Cortadeiras: Prejuízos ao Canavial A sp Carla Rodrigues Se não controladas, as formigas prejudicam a produtividade da planta S ão dez mil formigas existentes na região tropical, sendo 95% destas benéficas ao homem e apenas 5% causadoras de grandes prejuízos, que merecem destaque na cultura. São chamadas de formigas cortadeiras, pertencentes a dois gêneros principais, Atta, popularmente conhecida como saúvas e Acromyrmex, como quemquéns. O Brasil é o país que possui o maior número delas, com dez espécies de saúvas e 20 de quem-quéns. Das espécies de saúvas, quatro ocorrem em cana-de-açúcar colocando em risco a produtividade da planta. Essas espécies são conhecidas como: saúva-limão, saúva-cabeça-de-vidro, saúva-mata pasto e saúva parda. A saúva-mata pasto (Atta bisphaerica) e a saúva parda (Atta capiguara) atacam pastagens e canaviais, sendo, portanto as causadoras de maiores danos e de mais difícil controle. Segundo Enrico de Beni Arrigoni, coordenador de Pesquisa Tecnológica – Fitossanidade do CTC, as formigascortadeiras pertencem a um grupo de insetos da ordem Hymenoptera, que cultivam fungos para a alimentação dos indivíduos da colônia de formigas. “Os fungos se desenvolvem sobre material 34 Revista Canavieiros - Junho de 2007 vegetal e, em função disso, as formigas cortam folhas, flores e outras partes de plantas para servirem de substrato no cultivo dos fungos. Com o corte contínuo de partes vegetais causam danos às culturas”, explica o coordenador. A continuação dessa espécie é dada a partir das colônias de formigas cortadeiras maduras, que após o terceiro ano de idade, geram formigas machas (bitus) e fêmeas (icás ou tanajuras), que em seguida abandonam o ninho onde foram produzidas e fundam novas colônias. Três meses depois dessa etapa, as formigas dão início ao corte das folhas, levando-as para dentro, servindo como alimento ao fungo. Este corte ocorre durante o ano todo, desde a brotação até a colheita da cana. Com isso, as folhas não conseguem ter um desenvolvimento saudável, causam perdas significativas e uma redução na qualidade da matéria prima, devido a menor quantidade de teor de sacarose. Segundo Arrigoni o controle desta praga pode ser realizado de várias maneiras, desde que, o método recomendado seja em função da cultura, está- gio, área e situação de risco ambiental. Os principais métodos de controle são iscas tóxicas e a termonebulização. As iscas apresentam melhor resultado quando aplicadas em formigueiros novos, com até um ano após a fecundação. A termonebulização é realizada através de equipamentos com motores de dois tempos ou de sistema pulsojat que utilizam calda de inseticida diluído em óleo mineral, querosene ou óleo diesel, produzindo uma camada densa em que é aplicada nos canais de alimentação, ocasionando a morte da colônia. Enrico de Beni Arrigoni
  • 35. Agende-se Julho de 2007 III SIMPÓSIO DE TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR Data: 04 a 06 de julho de 2007 Local: Anfiteatro do Pavilhão da Engenharia Rural da ESALQ/USP – Piracicaba – SP Temática: Difundir tecnologias para aumento da eficiência da produção de cana; apresentar os rumos da pesquisa na área sucroalcooleira; promover contato entre produtores, empresas privadas, instituições e palestrantes. Mais Informações: (19) 3417-6604 4ª FERSUCRO-XXIV SIMPÓSIO DA AGROINDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR DE ALAGOAS Data: 09 a 13 de julho de 2007 Local: Centro de Convenções de Maceió – Maceió – AL Temática: O Simpósio terá como tema central de suas conferências e palestras o assunto: “Gestão de Pessoas no Agronegócio”. Palestrantes locais e nacionais irão participar do evento, um dos maiores do Nordeste em sua área. Mais Informações: (82) 3327-9632 SIMTEC - SIMPÓSIO INTERNACIONAL E MOSTRA DE TECNOLOGIA DA AGROINDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA Data: 17 a 20 de julho de 2007 Local: Engenho Central – Piracicaba – SP Temática: Durante a Mostra serão realizados seminários técnicos de alto nível, ministrados por empresas e profissionais de larga experiência no segmento agroindustrial do açúcar e do álcool. Mais Informações: (19) 3417.8604 Revista Canavieiros - Junho de 2007 35
  • 36. Biblioteca “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” Manejo de Plantas Daninhas na Cultura da CANA-DE-AÇUCAR Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português 1) Pedro e Maria irão se encontrar às “20hs”. Prezado amigo leitor, com a palavra HORAS abreviada de forma incorreta haverá um desencontro!!! A correta abreviatura de HORAS é h (letra minúscula, sem ponto, sem registrar o s para indicar o plural). A abreviatura de MINUTOS é min(sem o registro do s para indicar o plural). A abreviatura de SEGUNDO é s (sem o plural). Exemplos corretos: 15h 15h15min. 14h15min11s Sérgio de Oliveira Procópio, Antônio Alberto da Silva, Leandro Vargas e Francisco Affonso Ferreira O termo "manejo integrado de pragas" (MIP) foi criado na metade dos anos 60 por entomologistas, tendo como principal objetivo reduzir o uso de produtos químicos na agricultura, mais precisamente o de inseticidas. Existem muitos conceitos de MIP, mas todos têm comum a visão da "combinação de táticas de controle". Entre os objetivos do manejo integrado estão: Racionalização dos custos de produção, preservação da saúde do consumidor, redução do risco de intoxicação do aplicador e manutenção do equilíbrio ecológico e a preservação do meio ambiente. O termo "manejo integrado" refere-se basicamente à união de dois fatores: a integração e o manejo. A integração é composta pela utilização dos vários métodos de controle disponíveis, sejam culturais, mecânicos, biológicos e químicos, de forma harmoniosa, sendo necessário para sua melhor aplicação conhecimentos da fisiologia e biologia da cultura de plantas daninhas. Para obter êxito no Manejo Integrado de Plantas Daninhas na cultura de cana-de-açucar, é necessário conhecimento multidisciplinar, podendo-se destacar áreas como: identificação e biologia das plantas daninhas, fisiologia vegetal, nutrição mineral de plantas, variedades disponíveis, épocas e técnicas de plantio, entre outras áreas. O livro trata desses e de outros assuntos voltados ao controle de pragas na cultura de cana-deaçucar e maneiras de como evitar perdas de produtividade geradas por pragas. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 Revista Canavieiros - telefone 2007 36 em Sertãozinho, ou peloJunho de (16)39463300 - Ramal 2016 2) Todos aguardaram ansiosos o “OLERITE” Continuarão com muita ansiedade com o português escrito de forma incorreta... HOLERITE significa “comprovante de pagamento de salário.” Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda: “oriundo do inglês HOLLERITH, de Herman Hollerith(1860—1929), inventor norte-americano, criador de um equipamento para contagens e tabulações estatísticas, que funcionava com cartões perfurados”. 3) Escreveu no cheque “HUM MIL REAIS...”??? Prezado amigo leitor, os bancários defendem a escrita de HUM para evitar fraudes. O correto é MIL reais (mesmo em cheques). A adoção de dois traços sobrepostos (=) antes e após o extenso pode ser útil. Assim se evita uma futura fraude e não agride o Português... PARA VOCÊ PENSAR: “Freud passou os últimos dias em seu gabinete, olhando o jardim. Numa belíssima entrevista ao jornalista George Sylvester Viereck em 1926, ele já dissera que não era infeliz, não enquanto tivesse seus filhos, sua mulher, suas flores e seus cães. O câncer em estado muito avançado provocava dores muito fortes, mas Freud se recusava a tomar analgésicos e não abandonara o hábito da leitura. (...) Em 21 de setembro de 1939, Freud disse ao seu médico Schur: ‘Você se lembra de nosso acordo de não me deixar quando tiver chegado a hora? Agora, é só tortura e não faz sentido.’ (...) Freud morreu em 23 de setembro de 1939, praticando o último ato de sua vida. Ato prefigurado na confidência feita por carta a um amigo, o pastor Oscar Pfister, em 6 de março de 1910: ‘Que se pode fazer num dia ou num tempo em que os pensamentos falham e as palavras não querem mais fluir? Não consigo livrar-me de um temor diante dessa possibilidade. Por isso, mesmo rendendo- RENATA CARONE SBORGIA me ao destino, como convém a uma pessoa honesta, teAdvogada nho um desejo secreto: de modo algum enfermidade pro- e Prof.ª de Português e Inglês longada, nenhuma paralisia da capacidade produtiva por Mestra—USP/RP, um sofrimento corporal. Morramos dentro da armadura, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de como diz o rei Macbeth.’” Trechos do livro: Freud criador da Psicanálise Autores: Marco Jorge e Nádia Ferreira Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia
  • 37. Repercutiu “É uma bobagem tremenda, imensa. Nós podemos perfeitamente explorar esse novo mercado de biocombustiveis de forma organizada, dentro de uma estratégia de crescimento organizada e bem planejada, com apoio do poder público e da iniciativa privada”. Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e co-presidente da Comissão Interamericana de Etanol, sobre o “ecobesteirol”: uma possível crise agrícola acarretada pelo aumento da produção da cana-de-açucar. “Acho que haverá uma redução das barreiras protecionistas, mas isso vai se fazer através de crescente pressão, de negociação internacional”. Eduardo Pereira de Carvalho, então presidente da Unica, afirmando que, sem pressão, as barreiras protecionistas não vão cair. Foto: Banco de Imagens EPE “Em 2010 consideramos que uma parte do bagaço vai para geração de energia elétrica e a outra parte vai ser convertida pela hidrólise em mais álcool. Então, o bagaço e a palha vão ser disputados pelos dois setores (de álcool e de energia)”. Maurício Tolmasquim, Presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), no São Paulo Ethanol Summit. Ele afirmou ainda que a oferta de energia elétrica gerada em térmicas movidas a bagaço e palha de cana-de-açúcar no Brasil, crescerá 13 vezes até 2030. Revista Canavieiros - Junho de 2007 37
  • 38. Vende-se Caminhão MB 2213, ano 1986, cor branca, traçado, muito conservado, pintura nova, diferenciais revisados, procedência com nota fiscal, usado somente com tanque. 1- Julieta ano 1980, própria para colocar tanque de vinhaça, somente a base (berço) reformada, documentada, rala, freios a ar, ou colocar rolão. Tratar com Junio Balieiro (16) 91767003 ou juniobalieiro@yahoo.com.br Vende-se · MF 265/4 ano 78 - R$ 16.000,00 · Valmet 985/4 ano 2000 motor MWM turbo R$ 52.000,00 · Carregadeira de cana Valtra BM100-4 ano 2004 com 3000 horas, carregadeira motocana modelo Super 2000, R$ 115.000,00.Viste Tratar com José Paulo Prado (19) 35415318 ou 9154-8674 Vende-se Fazenda de cana 39,5 alq. - R$ 2.600.000,00. Piracicaba (à 1 km de Anhumas), 23 alq.de cana própria (1º á 3º corte), pasto, plana, massapé, rica em água, açude, sede nova com 200 m² de construção, paisagismo ,2 casas de empregados, mangueirão, confinamento, picador de cana, misturador de ração,1 trator MF 292 turbo 2003, implementos, transformador 30 kva, telefone, 60 cab.de gado. Contato com Dagoberto Corrarello pelo telefone:(19) 3421-1459. Vende-se Chevrolet traçado, plataforma, em ótimo estado. Contato com Cleber ou Paulo. (16) 3951-6982 ou 9796-4197 ou pelo e-mail: cleberravel@yahoo.com.br. Vende-se MB 2423 ano 1999 no chassis. Em caso de interesse, entrar em contato com Elias. Telefone:(11) 6950-7685 e 7846-0069 e-mail: elias.1963@hotmail.com. Vende-se Vende-se Caminhão 2216 traçado. Ano 1985 , freiVendo caminhão MB 1618, reduzido, os a ar, super conservado. Tratar com Silvio ano 1991, muito conservado e todo revisapelo telefone:(16) 3664-1535, 8141-3813 e do. Valor 80.000,00. Em caso de interesse, 8126-0933. entrar em contato com André, pelo telefone:(17) 8132- 8373 ou pelo e-mail: Vende-se aturco@zipmail.com.br. Caminhão VW 15.180 toco na báscula 02/02. Branco, só trabalhou na prefeitura Construímos transportando peso máximo de 6 ton. TeMini-Destilarias de Álcool grau nho foto. Tratar com Wemerson Queiroz automotivo-ANP. Construímos em 60 dias. pelo telefone:(31) 9665-2975 ou pelo email: Unidades a partir de 900Lts/dia. Preço a parwequeiroz@hotmail.com. tir de R$150 mil (facilitado). - Unidades disponível/Litros/dias: 900,2000, 3000, 5000 Vende-se 10.000 e outras capacidades. Construímos Caminhonete Nissan/Frontier, diesel, 4/ em todo o Brasil. João Garcia - Fones: (17) 4 se, super conservada, único dono. Rarida- 3523-3057/ (17) 3524-3612 / (17) 9615-1200 de! ou pelo e-mail olsine.joao@terra.com.br. Tratar com Sílvio (16) 3664-1535 ou 8141-3813. Vende-se Pulverizador Jacto, Condor 600 litros, Vende-se com barra de 12 metros, todo revisado, óti19600 ha em MG formada em pasta- mo estado. R$ 4.000,00. Pulverizador Jacto gem, ideal para implantação de usina, R$ de 2000 litros , Columbia A17, barra de 17 1.500,00/ha- Temos as melhores fazendas metros R$ 12.000,00. Em caso de interesse, para cana no estado de SP e MG, consulte. entrar em contato com André pelo telefoTratar com José Paulo Prado (19) 3541-5318 ne:(17) 8132- 8373. ou (19)9154-8674 Vende-se Vende-se 01 Motor de popa marca Yamaha ano Ford cargo 1418, revisado, rodoar com 96 25 Hp semi novo, único dono, preço R$ carroceria reduzido no câmbio hidráulico, 3.500,00. pneus em ótimo estado. Contato: Chico Rodrigues. Tratar com Vardinho de Paula pelo teleFones: (16) 3942-4414 fone:(18) 3695-1171 ou 9621-6374 (16) 3947-3725. VENDE-SE (TRATORES EM EXPOSIÇÃO NO III AGRONEGÓCIOS COPERCANA) Trator Massey Fergusson 650 ano 96 R$ 40.000,00 Trator Massey Fergusson 660 ano 95 R$ 50.000,00 Vende-se Caminhão MB1218 ano 1991. Chassis alongado para baú ou gaiola de boi. Muito · Opção de pagamento conservado. Os interessados devem entrar financiado em contato com Wladimir. (16) 3664-1535 · Contato: Márcio Sarni 8141-3813 8126-0933 ou pelo e-mail: - Fone: (16) 3946 4200 santaritaveiculo@terra.com.br. 38 Revista Canavieiros - Junho de 2007
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