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Revista Canavieiros - Novembro de 2007

1
2

Revista Canavieiros - Novembro de 2007
Editorial

MAIS UMA SAFRA
DE AMENDOIM

N

a safra 2006/2007, a Copercana
iniciou uma parceria com seus
cooperados com o objetivo de conseguir
amendoim de qualidade e na quantidade
suficiente para atender os mercados interno e externo. O produto vem ganhando mercado no exterior e hoje é possível
afirmar que cerca de 10% da produção
mundial de óleo comestível é composta
pelo óleo de amendoim, o quinto mais
consumido com uma produção superior
a quatro milhões de toneladas.
As últimas safras de amendoim no
Estado de São Paulo apresentaram aumento na produção e pouca variação na
área plantada, o que indica incrementos
na produtividade média alcançada. A reportagem de capa desta edição traz um
panorama geral sobre o mercado de
amendoim no Brasil e no mundo e o que
os produtores brasileiros precisam fazer
para ganhar espaço nesse mercado promissor. Um artigo escrito pelo Departamento Técnico da Uname (Unidade de
Grãos da Copercana) traz informações
gerais sobre a cultura do amendoim,
desde as variedades para plantio até
controle de pragas e doenças. Tudo que
o produtor precisa saber para uma boa
produção do grão.
A entrevista deste mês traz o Deputado Federal pelo quinto mandato, Antonio Carlos de Mendes Thame. Identificado com questões de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, Thame defende uma ação imediata dos governos e
a definição de ações para amenizar as conseqüências do aquecimento global. Segundo ele, não há mais tempo para identificar as causas ou culpados, a hora agora
é de criar ações efetivas para solucionar
os problemas. O último artigo da série
trazida pelos pesquisadores do PENSA-USP fala sobre o cenário tecnológico-natural e seu impacto no setor canavieiro e o presidente da Canaoeste,
Manoel Ortolan, escreve um texto inti-

tulado “O Brasil entre os bagaços”, onde
fala sobre a importância do bagaço da
cana-de-açúcar na produção de energia.
Nas páginas da Copercana, o leitor
pode se informar sobre a visita de uma
comitiva de pesquisadores – alguns estrangeiros – ao sistema Copercana, Canaoeste e Cocred e sobre os preparativos para o Leilão Beneficente em prol
das entidades de Sertãozinho. Nas notícias da Canaoeste: mais um ciclo de reuniões técnicas, o treinamento de multiplicadores organizado pelo departamento
técnico da associação e o I Workshop
Brasileiro Sobre Crises Ambientais no
Agronegócio, que vai reunir diversas autoridades do setor, na cidade de Ribeirão
Preto. As páginas da Cocred trazem as
ações sociais organizadas pela cooperativa durante o mês (o Cocred em Ação
Serrana e Morro Agudo e o evento organizado pela Viralcool em Viradouro) e o
perfil da agência de Morro Agudo.
Com a volta do “Antes da Porteira”, você conhece a criação de carneiro
do cooperado Ademio Scavazzini Neto.
Proprietário da Fazenda Dely, no município de Morro Agudo, Neto planta 148
alqueires de cana-de-açúcar e, há 5
anos, cria carneiros por hobby, para
participação em exposições e férias.
O destaque deste mês fica com o
Cana Show 2007: um evento realizado
pelo CTC onde foram lançadas mais seis
variedades desenvolvidas pela instituição. O consultor da Canaoeste, Cléber
Moraes, assina a primeira parte de um
artigo que ensina com planejar a implantação de um canavial. Além disso, a Revista traz o artigo jurídico do Dr. Juliano
Bortoloti e os prognósticos climáticos do
Dr. Oswaldo Alonso. E mais: dicas de português, indicação de livros, agenda de
eventos, repercutiu e classificados.
Boa Leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros - -Novembro de 2007
Revista Canavieiros Novembro de 2007

3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Amendoim:
Tudo pronto para a
safra 2007/2008
Boas perspectivas e aumento
de produção animam
produtores.

Pag.
Pag.

20

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

CONSECANA

Entrevista

Pag.

13

Mendes Thame
Deputado Federal, integrante da Comissão de Meio
Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável
Pag.
Pag.

05

DESTAQUE
Pag.

24

INFORMAÇÕES
Pag.
SETORIAIS
26

Ponto de vista
Manoel Carlos de
Azevedo Ortolan

Pag.

28

O Brasil entre os
bagaços

LEGISLAÇÃO
Pag.

Notícias

Pag.

36

Pag.

37

REPERCUTIU

Pag.

CULTURA
AGENDE-SE
CLASSIFICADOS
Pag.

38

16
Cocred
- Cocred (mais uma vez) em ação
- Conheça a agência de Morro Agudo
Pag.

Antes da Porteira
Produtor de cana pratica Ovinocultura
como hobby
4
4

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

PROJETO GRÁFICO E
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
FOTOS:
Carla Rossini
Marcelo Massensini
COLABORAÇÃO:
Marcelo Massensini
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Artur Teixeira: (16) 3946-3311
revistacanavieiros@copercana.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Artur Teixeira, Carla
Rossini, Daniel Pelanda, Letícia Pignata,
Marcelo Massensini, Rafael Mermejo,
Roberta Faria da Silva, Talita Carilli.
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

Pag.

12
Canaoeste
- Canaoeste realiza mais um ciclo de
reuniões técnicas.
- Projeto de educação continuada.
Notícias

35

08
08

10
Copercana
- Copercana recebe visitas internacionais.
- Realização de Leilão Beneficente em
prol de entidades de Sertãozinho.
Notícias

30

Pag.

Pag.
Pag.

ARTIGO
TÉCNICO

EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814

32

Pag.
Pag.

TIRAGEM:
7.500 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
Entrevista

Mendes Thame
Deputado Federal, integrante da Comissão de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Aquecimento global: não há mais
tempo para identificar culpados
Cristiane Barão

Perfil:

Antonio Carlos de Mendes Thame, está em seu
quinto mandato de deputado federal. Engenheiro agrônomo, advogado e professor, foi prefeito
de Piracicaba 1993 a 1996 e secretário de
Recursos Hídricos, Saneamento e Obras do
Estado de São Paulo, nos governos de Mário
Covas e Geraldo Alckmin. Foi também assessor da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, consultor do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o primeiro
presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Na
Câmara, integra, entre outras, a Comissão de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
a Subcomissão Permanente Destinada a Tratar
de Questões Atinentes às Mudanças Climáticas,
a Subcomissão Especial para Tratar da Agroenergia e Meio Ambiente e a Comissão de Agricultura,
Pecuária e Desenvolvimento Rural.

D

eputado federal pelo quinto mandato e identificado
com as questões do desenvolvimento sustentável, Antonio Carlos de
Mendes Thame defende uma ação
imediata dos governos e a definição de ações para amenizar as conseqüências do aquecimento global.
Segundo ele, não há mais tempo

para identificar os atores ou grupos sociais responsáveis pelo aquecimento global. "O tempo que resta é para estabelecer ações e combinar as responsabilidades comuns
e acompanhar os resultados."
Em relação aos biocombustíveis, Thame alerta que o Brasil

pode perder a liderança na produção de combustíveis limpos, "se não
houver uma ação de governo bem
coordenada." Para ele, o Programa Nacional de Biodiesel não foi
concedido como um programa energético estratégico e é, por hora, um
fracasso porque não irá cumprir
nem a meta prevista para janeiro,
de mistura de 2% de biodiesel ao
diesel mineral.
O governo Lula tem dado a devida atenção ao agronegócio?
"Sempre que vê um microfone e câmeras de televisão", responde o
deputado do PSDB. Leia, a seguir,
a entrevista que ele concedeu à
Canavieiros por e-mail.
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

5
Entrevista
Revista Canavieiros: O senhor acompanhar os resultados. O setor volvimento e de capacidade de estatem feito uma série de palestras produtivo sabe que será penalizado belecer prioridades de médio-longo
abordando o aquecimento global. pela brutal alteração sócio-econômi- prazo, e na educação básica do povo
Como deve ser a atuação dos go- ca que afetará todos no planeta.
brasileiro. Há que se ter escolas boas
vernos no sentido de amenizar os
e atrativos para que elas tornem-se
efeitos e também as causas desse
Revista Canavieiros: De que for- melhores para capacitar as novas
fenômeno climático?
ma os produtores podem contribuir gerações para um mundo de desafiAntonio Carlos de Mendes Tha- para reduzir as conseqüências e os e de alterações sem precedentes
me: Imediata, com ações planejadas causas do aquecimento global?
na perspectivas das nossas últimas
para o curto, médio e longo prazos.
Mendes Thame: Já se introduz a gerações.
O governo deve informar a socieda- variável da sustentabilidade no emde da urgência das medidas neces- preendimento econômico nas análiRevista Canavieiros: O senhor é
sárias e promover a realização do in- ses de custo e investimentos. Até autor do projeto que institui a Poventário das emissões, suas caracte- como atitude de defesa antecipada, lítica Nacional de Mudanças Clirísticas e quantitativos e origens den- face o risco de restrições externas nos máticas. Em linhas gerais, o que o
tro do território nacional e a identifi- mercados de exportação para o agro- projeto prevê e como está o trâmicação do mapa das vulnerabilidades negócio brasileiro. Os produtores sa- te na Câmara?
territoriais, geográficas e
Mendes Thame: Propusócio-econômicas face "O que se deve ter agora são ações de
semos um instrumento legal
aos eventos extremos que
para que seja implementada,
política pública para suprir
possam vir a ocorrer.
desde logo, uma política naDeve acompanhar as deficiências e estas deficiências estão
cional de enfrentamento das
conseqüências derivavulnerabilidades a que estano baixo nível de investimento da
das do descongelamento
mos expostos. Quisemos
das calotas polares, do
nos antecipar à paralisia e
economia doméstica, na falta de
aumento das precipitado Executivo.
investimentos em P&D e de capacidade hesitaçõesdedicado relator,
ções e da mudança dos
Temos um
regimes das chuvas, das
de estabelecer prioridades de médio- o deputado Luiz Carreira,
secas prolongadas e das
sobre o
longo prazo, e na educação básica do que estáe debruçado sensibiperdas de atividades
projeto tem tido a
povo brasileiro."
econômicas nas regiões
lidade de um homem de vilitorâneas. Deve abrir a
são, comprometido com o
discussão pública e política para es- bem das responsabilidades que re- futuro da Humanidade. Achamos que
tabelecer critérios para distribuir cairão sobre eles na economia glo- a Câmara dos Deputados irá aprovar
ônus e responsabilidades entre to- balizada. O que se deve ter agora são nosso projeto de lei em tempo recordos os agentes envolvidos e as co- ações de política pública para suprir de, mas é preciso que a sociedade
munidades e populações.
deficiências e estas deficiências es- repercuta o fato, para encurtar os
tão no baixo nível de investimento tempos de tramitação legislativa e
Revista Canavieiros: O setor da economia doméstica, na falta de emprestar-lhe a urgência dos tempos
produtivo reclama que é visto pela investimentos em Pesquisa e Desen- que não esperam.
sociedade como o grande vilão nessa questão do aquecimento. Falase em desmatamento para fins da
agricultura, que o rebanho brasileiro é um grande poluidor...Qual a
real contribuição do campo e das
cidades nas emissões dos gases que
causam a poluição?
Mendes Thame: Não há mais
tempo para apenas identificar ou incriminar um ator ou grupo social
como sendo responsável exclusivo
pelo que estamos passando e pelo
que virá. O tempo que ainda temos
é para estabelecer ações e combinar
as responsabilidades comuns e
6

Revista Canavieiros - Novembro de 2007
Entrevista
Revista Canavieiros: O Brasil
Revista Canavieiros: Como o se- tor sucroalcooleiro, marcado tamestá passos à frente na produção nhor avalia o Programa Nacional bém pela entrada de grandes grude biocombustíveis. Ao mesmo tem- de Biodiesel? A produção de biodi- pos estrangeiros?
po, é o quarto maior poluidor do esel pode tomar impulso na região
Mendes Thame: Os pequenos
planeta. Como o senhor analisa de Ribeirão Preto, por exemplo?
e médios produtores, em todos os
esse descompasso?
Mendes Thame: Infelizmente o países, precisam receber atenção
Mendes Thame: Os Estados Uni- Programa Nacional de Biodiesel não especial dos órgãos governamendos já são o maior produtor de bio- foi concedido como um programa tais, notadamente os que fornecem
combustíveis, à base de etanol do mi- energético estratégico. Foi criado para setores oligopolizados, intenlho. Nossa vantagem, no entanto, re- para criar alternativas à agricultura sivos em capital. Há espaço para os
side em sermos por ora os mais pro- familiar, em regiões empobrecidas pequenos e médios produtos de
dutivos, com o etanol obtido da cana- brasileiras, como o Nordeste, Norte cana-de-açúcar, se houver medidas
de-açúcar. Mas, já fomos antes os e Semi-árido. O problema, mais uma que protejam o capital técnico e
únicos produtores da hevea brasili- vez, é do fato de o discurso político imobilizado de que dispõem. Caso
ensis e perdemos para a Malásia a não ser acompanhado de estratégias contrário, a competição desigual irá
primazia de produção da
prejudicá-los significatiborracha. O mesmo ocor- "Há espaço para os pequenos e médios vamente.
reu com o café. Corremos
produtos de cana-de-açúcar, se houver
o risco de perder a posiRevista Canavieiros: A
ção de líderes em combus- medidas que protejam o capital técnico atuação do governo bratíveis limpos, se não housileiro no estímulo à proe imobilizado de que dispõem. Caso dução, abertura de mercaver uma ação de governo
bem coordenada.
contrário, a competição desigual irá do e uso do biocombustíveis é apropriada?
prejudicá-los significativamente."
Revista Canavieiros:
Mendes Thame: A meO governo de São Paulo
lhor proposta para estimuquer eliminar a queima da cana. O administrativas eficazes. Os cultivos lar a produção, e o uso dos biocomsenhor acha isso possível e o que energéticos dependem de conheci- bustíveis ainda está para ser posta
fazer com os cortadores de cana?
mentos científicos, tecnologia e ex- em prática e veio de quem já não
Mendes Thame: O governo de tensão técnica rural, logística, ges- está no governo, o ex-ministro RoSão Paulo pretende antecipar a elimi- tão e financiamento. A região de Ri- berto Rodrigues, que propôs uma
nação da queima da palha da cana, beirão Preto está inserida no Brasil agência governamental supra-miaté porque a co-geração de energia empreendedor, tem sido beneficiado nisterial exclusiva para tratar da
elétrica nas unidades Sucroalcoolei- por um ritmo de crescimento econô- agroenergia. Não dá para ficar faras é uma realidade que apresenta po- mico notável, por razões que não se zendo política miúda com o futuro
tencial para acrescentar 3.850 MWat- confundem com o atual Programa de nossa nação. Ou concentramos
ts/ano ao sistema de geração de ele- Nacional de Biodiesel, na forma nossos esforços e recursos escastricidade do país, o que representa o como foi concebido. Aliás, pode-se sos para direcioná-los a metas e pritriplo da capacidade estimada dizer que o programa por hora ainda oridades, com responsabilidade, ou
de Angra III. Os cortadores de cana é um fracasso, porque não irá cum- perdermos outra vez uma oportuniprecisam de políticas sociais de qua- prir nem ao menos a meta de 2% de dade que passa velozmente à noslificação profissional, de inserção biodiesel, para serem misturados ao sa porta.
econômica em suas regiões de origem, diesel mineral, a partir de 1º de janeirincões empobrecidos do Nordeste ro de 2008.
Revista Canavieiros: O governo
brasileiro, que poderão ser revigoraLula tem dado a devida atenção ao
dos se houver uma política energétiRevista Canavieiros: O senhor agronegócio nacional?
ca valorizando alternativas como as acha que os pequenos e médios proMendes Thame: Sempre que
fontes eólicas e de conversão de ener- dutores de cana terão espaço nes- vê um microfone e câmeras de tegia solar, abundantes naquela região. se processo de crescimento do se- levisão.

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

7
Ponto de Vista

O cenário tecnológiconatural e seu impacto no
setor canavieiro:
Uma agenda de trabalho
Marcos Fava Neves e Marco Antonio Conejero *

D

e maneira geral, no contexto internacional, a situação é de
crescentes preocupações e investimentos dos países no desenvolvimento tecnológico para geração de inovações.
No entanto, independentemente de
onde, a inovação tem que ocorrer, principalmente para aumento da eficiência
na produção de alimentos, fibras e bioenergia, com um menor uso de recursos naturais não renováveis. A ocorrência de fenômenos ambientais está aí
para mostrar o caminho: pragas, desmatamento, aquecimento global, desastres climáticos, escassez de água, dentre outros.
Nesse passo, a modificação genética é um processo irreversível e ampliado para diversas outras culturas. No
sentido de que é preciso desenvolver
novas variedades de cana, resistentes
a pragas e adaptadas a regiões mais áridas, o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) lançou em 2007 quatro novas
variedades adaptadas às condições de
plantio no Centro-Oeste brasileiro. Os
investimentos nas pesquisas somaram
de US$ 12 milhões a US$ 15 milhões. O
CTC é um exemplo de organização modelo, a ser estudada por todos os sistemas agroindustriais.1
Ao focar o contexto energético, a
ótica permanece. O mundo precisa mudar o seu padrão de desenvolvimento
baseado em fontes fósseis. Por tudo
isso é que precisamos começar a buscar a chamada “ecoeficiência”. Seja através da valorização das tecnologias limpas, uso racional de recursos, adaptação institucional, valorização de subprodutos, minimização de impactos ambientais e uso de materiais biodegradáveis para embalagens.
8

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

Isso não quer dizer
que devemos deixar de
aliar as duas coisas: eficiência energética e energia renovável. O caminho
é justamente esse, ou
seja, tecnologia que desliga o motor do carro
quando o trânsito está
parado (carro Prius da
Toyota); carros híbridos
(bateria de eletricidade
junto com combustão de
combustíveis); células de
Foto divulgação CTC
combustível movido a hidrogênio (que pode vir da água); biPor fim, de nada adianta pensarmos
obutanol (hidrólise de qualquer fon- sobre grandes, eficientes e potentes tecte de celulose); extração do álcool nologias, se não resolvemos problemas
residual do bagaço e aproveitamen- básicos da nossa economia. Por onde
to de pontas e palha da cana. Por podem caminhar modernos caminhões,
essa razão, o governo dos EUA pre- com computador de bordo, monitoramenvê a aplicação de US$ 1,6 bilhão nos to por satélite, direção elétrica, ar condicipróximos dez anos para estimular a onado se temos uma frágil infra-estrutura
pesquisa e o desenvolvimento de bi- de transportes? Apenas 10% das estraocombustíveis como o etanol.
das do país são pavimentadas, isso sem
falar da negligência nas ferrovias. PrecisaMas, da nossa parte, temos que to- mos adotar soluções simples para problemar cuidado para não oferecer ao mer- mas complexos. E o caminho está na teccado um produto com rótulo “verde”, nologia e na relação custo-benefício.
o biocombustível, que não é produzido
1
de maneira sustentável, como ocorre em
Recomendamos a visita do site
algumas formas de produção nos EUA http://www.ctc.com.br
e na Europa, onde a produção de bioMarcos Fava Neves é engenheiro agrônocombustíveis conta com o uso de carmo pela Esalq/USP, mestre e doutor em
vão, óleo combustível ou gás natural
Administração de Empresas pela FEApara co-gerar energia.
USP. Pós-graduado em Agribusiness &
Em termos de balanço energético, o
álcool combustível tem uma relação
positiva entre a energia consumida no
processo produtivo e energia disponibilizada. A relação de energias para o
etanol de milho (EUA) é de 1,4; para o
etanol de trigo, 1,2; para o etanol de
beterraba, 1,9 (Europa); e, para o etanol de cana, 8,3 (Brasil).

Marketing Europeu na França e em
canais de distribuição na Holanda. É
coordenador do PENSA/USP (Programa
de Estudos dos Negócios do Sistema
Agroindustrial).
Marco Antonio Conejero é mestre em
Administração de Organizações pela
FEARP/ USP; Economista formado pela
FEA/USP em São Paulo. É pesquisador
do PENSA/USP (Programa de Estudos dos
Negócios do Sistema Agroindustrial).
Ponto de Vista

O Brasil entre os
bagaços
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

O

termo bagaço, em seu senti
do próprio, refere-se a algo
de onde já foram subtraídos todos
os benefícios. Seria a sobra, algo
próximo do latão do lixo ou, então,
no sentido figurado, quando alguém
ou algo está sem forças nem condições para qualquer reação. Assim,
utilizando as várias conotações do
termo, o planejamento estratégico para o setor energético brasileiro para os
próximos anos, está, no
sentido figurado, um bagaço, enquanto a solução se encontra, no
sentido próprio,
no bagaço da
cana. Vejamos.
Depois do “apagão” de 2001, que custou caro ao consumidor, a luz amarela acendeu em relação à oferta e demanda de energia no Brasil. De lá
para cá, a questão energética se
transformou num dos mais preocupantes gargalos para o crescimento
da economia brasileira. O Brasil cresce muito menos do que seus vizinhos
na América Latina e bem abaixo da
média mundial. Nos dois últimos
anos, só superamos o Haiti, país em
plena guerra civil. Não chegamos a
3%, enquanto o mundo passou dos
5% de crescimento.
É pouco? Sim. Mas se a economia brasileira crescer além dos 4%,
setores estratégicos podem entrar
em colapso. Um sinal já foi dado com
o racionamento de gás no Rio de Janeiro e em São Paulo na semana passada. A Petrobras alegou motivos
contratuais e só retomou o fornecimento a mando da Justiça. Agora,
sem gás suficiente para tocar as térmicas, as indústrias e abastecer os
carros, o governo busca remendos
mais oneroso: irá investir US$ 40 mi-

lhões na Bolívia, país que retomou
as refinarias da Petrobras, e poderá
substituir o gás por óleo nas térmicas, processo mais sujo e caro.
O fato é que não há qualquer planejamento a médio e longo prazos.
Os governos preocupam-se apenas
com o andar da carruagem

durante
seus mandatos. Fora
disso, o problema é do governo que estará
de plantão. A oferta
de energia pouco
foi ampliada
nos últimos
anos e os projetos
de hidrelétricas não
saem do papel. As no Rio Madeira
sequer começaram a ser construídas
e não se vê esforço algum para buscar alternativas. Uma delas, disponível e viável, é a co-geração a partir
do bagaço e da palha da cana.
As usinas de açúcar e álcool são
autônomas e fornecem energia excedente para a rede de distribuição.
Antes de 2001, o potencial de fornecimento para a rede elétrica era
de 120 megawatts (MW). Atualmen-

te, a potência instala e contratada
para exportação para rede atinge
1.650 MW. Isso representa 2% das
necessidades do país. Estima-se
que, se o Brasil utilizasse 50% da
biomassa disponível na cana, seria
possível fornecer 8% das necessidades do país até 2012, o equivalente ao que será gerado pelas usinas no Rio Madeira. São dados da
Unica, que representa as usinas.
Além do baixo impacto ambiental e de se tratar de uma
energia 100% renovável, há
outras vantagens na
co-geração a
partir da biomassa. O bagaço e a palha da
cana são hoje em
parte descartados
pelas usinas e neles
estima-se que estejam armazenados 2/3
do potencial energético
da cana. É energia que se
perde enquanto não se
torna economicamente viável a
produção de etanol a partir da celulose e enquanto não se investe na
ampliação da participação da bioeletricidade na matriz energética brasileira.
Solução para a crise energética
tem. É que não faz parte da cultura
dos governos planejar e investir na
infra-estrutura do país. Predomina
ainda a lógica imediatista, de apagar
incêndios. E enquanto não houver
mudança de mentalidade, continuaremos no bagaço, no pior sentido da
expressão.
*presidente da Canaoeste
(Associação dos Plantadores de Cana
do Oeste do Estado de São Paulo)
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

9
Notícias
Copercana

Copercana recebe visitas
internacionais

Marcelo Massensini

Grupo de 40 estudiosos conheceu as instalações do sistema e assistiu a
palestras sobre atualidades em cana-de-açúcar

N

o dia 26 de outubro, uma comitiva com 40 pesquisadores
- dez deles estrangeiros - participou de
uma visita ao Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Os visitantes, todos
estudiosos especializados em agronegócios, assistiram a uma palestra ministrada pelo consultor da Canaoeste,
Cléber Moraes e depois conheceram
as instalações da Unidade de Grãos da
Copercana (Uname).
A visita fez parte do encerramento
do IPC (International PENSA Conference, ou Conferência Internacional
do Pensa - Centro de Conhecimento
em Agronegócio da Universidade de
São Paulo). O evento, apoiado pelo
sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, aconteceu entre os dias 24 e 26
de outubro, em Ribeirão Preto, e reuniu representantes de 60 universidades do Brasil e 20 internacionais. Ao
final da Conferência, na tarde do dia
26, alguns dos participantes estiveram na cidade de Sertãozinho onde
conheceram as instalações do sistema e usinas da cidade.
Após serem recepcionados pelo diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, os pesquisadores assistiram a
um vídeo institucional das empresas,
seguido da palestra do consultor da
A comitiva conheceu o
trabalho realizado na
Unidade de Grãos.

10
10

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

Grupo assiste à palestra do consultor, Cléber Moraes.

Canaoeste, que falou, principalmente,
sobre a disponibilidade de área agricultável no Brasil. Moraes apresentou
dados sobre pecuária: área total de
pastagens no país e taxa de lotação,
mostrando que avanços tecnológicos
como a utilização de calcário e fertilizantes em pastagem, disponibilizariam
100 milhões de hectares sem reduzir a
produção de carne. Estes, somados a
mais 106 milhões de hectares de área
agricultável não explorada no Brasil,
permitiriam triplicar a produção de todas as culturas existentes no país, inclusive a cana-de-açúcar, sem utilizar
ou desmatar áreas de preservação
como a Floresta Amazônica,
Mata Atlântica, Pantanal e
todos os parques e reservas nacionais. Ele falou
ainda sobre o
potencial do
estado
de
Mato Grosso
do Sul, estimativas da de-

manda álcool, vendas de veículos flex e
crescimento do setor sucroalcooleiro.
Depois da palestra, a comitiva se
dirigiu a Uname onde conheceram todo
o processo realizado na filial, desde o
descarregamento até armazenagem.
Carlos Biagi, chefe de comercialização
de implementos e calcário, Regina Del
Grande, supervisora do processo de
secagem e José Ângelo Fábio, encarregado do pátio, acompanharam os visitantes e mostraram cada detalhe no
manuseio, secagem e análise do amendoim que passa pela Unidade.
Para o diretor Pedro Esrael Bighetti, visitas como esta mostram a importância das cooperativas na cadeia produtiva da cana-de-açúcar. "É essencial que todos, principalmente os estrangeiros, saibam da importância que o
pequeno produtor tem no processo
produtivo da cana, açúcar e álcool",
explica o diretor. Os visitantes vieram
de diversos estados brasileiros e de
outros países como: Índia, África do
Sul, Holanda, Espanha, Estados Unidos, Argentina, Austrália, Colômbia,
França, Tunísia e Alemanha.
Notícias
Copercana

Copercana realiza Leilão
Beneficente em prol de
entidades de Sertãozinho
Há três anos o sistema vem realizando o Leilão com sucesso
Carla Rossini

E

stá tudo pronto para o Leilão
Beneficente de Sertãozinho
que há três anos vem sendo realizado
pelo sistema Copercana, Canaoeste e
Cocred em conjunto com Irmãos Toniello e Fundação Vidalina Flóridi.
Neste ano, o encontro está marcado
para o dia 24 de novembro, no Clube
de Campo Vale do Sol.
As prendas já começaram a ser arrecadadas e os organizadores estão
animados com o empenho dos cooperados e colaboradores que todos os
anos participam do leilão através da

doação de prendas ou arrematando no dia do evento.
"Graças a Deus nós estamos
conseguindo realizar com
bastante sucesso o Leilão de
prendas de Sertãozinho e
isso é muito importante para
as entidades assistenciais da
nossa cidade", disse Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred.
No ano passado, mais de 350 pessoas participaram do evento que arrecadou R$ 500 mil. Neste ano, os or-

Equipe organizadora do Leilão 2006

ganizadores esperam arrecadar a mesma quantia. Os interessados em fazer
doações devem entrar em contato
com Mônica ou Paula através do telefone (16) 3946 3300 Ramal 2005.

Revista Canavieiros - Novembro de 2007
Revista Canavieiros - Outubro

11
Notícias
Canaoeste

Canaoeste realiza mais um
ciclo de reuniões técnicas
Marcelo Massensini

Pela terceira vez em 2007, os associados puderam discutir os principais e mais atuais assuntos do setor

A

Canaoeste sempre em busca
de canais para se comunicar
melhor com seus associados, passando novas informações e orientando
sobre os principais e mais atuais assuntos relacionados ao setor sucroalcooleiro. Um desses canais são as Reuniões Técnicas, que periodicamente visita as cidades atendidas pela associação, apresentando palestras para os
associados.
Entre os dias 17 de outubro e 13 de
novembro a Canaoeste realizou o terceiro ciclo de Reuniões Técnicas de
2007, com novos assuntos e palestrantes convidados com o apoio da Basf:
os consultores Dr. Wilson Novareti e
Dr. Newton Macedo. Esse novo ciclo
também foi patrocinado pela Syngenta e Milenia e reuniu mais de 800 produtores associados.
O consultor da Canaoeste, Cléber
Moraes e o auxiliar de controle, Almir
Torcato apresentaram uma nova ferramenta disponível aos associados
Canaoeste, criada pelo departamento
de planejamento e controle, que possibilita a verificação, controle e acompanhamento on-line da qualidade da
cana entregue pelos fornecedores à
Usina. Na palestra, eles apresentavam
o funcionamento do sistema, formas
de acesso, dados disponíveis e exemplos de relatórios.
Palestra em Viradouro com
o consultor Newton Macedo

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Revista Canavieiros - Novembro de 2007
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

Reunião de Severínia: Oswaldo Alonso (Canaoeste), Sérgio Seto (Basf), Marcos Pavan (Basf), Gustavo
Nogueira (Canaoeste), José Renato Paro (Fornecedor) e Wilson Novaretti (Consultor e palestrante).

Moraes e o assessor técnico da
Canaoeste, Oswaldo Alonso, também
falaram sobre o acompanhamento de
safra. Em suas palestras eles fizeram
um comparativo da qualidade de matéria prima entre a safra atual e a passada, mostrando as diferenças existentes entre cada safra, no que diz respeito a qualidade. Alonso falou ainda
sobre os prognósticos climáticos para
cada região.
O gerente do Departamento Técnico, Gustavo Nogueira ministrou palestras sobre o "Monitoramento e Controle de Pragas da Cana-de-Açúcar".
Nogueira discorreu sobre as pragas
que ocorrem nas lavouras canavieiras
e que apresentam importância em função dos danos que causam a planta.
"O Monitoramento e Controle de Pragas visa avaliar os danos e as populações de pragas, definir as áreas para

realizar o controle químico e com isso
racionalizar o uso de inseticidas", explicou. Nas filiais de Severínia, Viradouro e Pitangueiras, o assunto "Monitoramento e Controle de Pragas da Canade-Açúcar" foi apresentado pelos consultores Wilson Novaretti, Newton
Macedo e Nilton Degaspari, respectivamente. Todos trazidos pela Basf.
Como de costume, as empresas
patrocinadoras encerraram cada reunião trazendo as novidades de cada
uma para o setor sucroalcooleiro. Segundo o Gerente do Departamento
Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, as Reuniões Técnicas são de
suma importância para a comunicação
entre a associação e os associados:
"através delas os fornecedores têm
acesso a informações importantes sobre toda a cadeia produtiva da canade-açúcar", termina.
Associados durante Reunião em Bebedouro
Notícias
Canaoeste

Projeto de Educação
Continuada Canaoeste

treinamento dos multiplicadores
Gustavo Nogueira - gerente do departamento técnico da Canaoeste

A

atividade agrícola da cana exige busca constante de aumento de competitividade para qual são
necessárias ações corretas, reduzindo
os custos do sistema produtivo, sem
perder de vista a importância da qualidade da matéria prima.
O primeiro passo é o conhecimento das tecnologias disponíveis que levem ao objetivo esperado, ou seja, gerenciamento das prioridades na implantação de técnicas mais adequadas, dentro das condições particulares de cada
fornecedor.
Diante deste contexto, é possível escolher e administrar o melhor sistema
produtivo de cana. Para tanto a Canaoeste, pretende treinar Multiplicadores
que através de ações especificas dispõe das mais adequadas e modernas
técnicas de produção, através de um

Sistema de Educação Continuada, fortalecendo a participação do corpo técnico em ações multi e interdisciplinares
e interinstitucionais, que envolvam
CTC, UFSCAR, IAC, ORPLANA,
ABAG, ESALQ, UNESP, etc, e a articulação entre o conhecimento e informação disponível nestas instituições.
Os treinamentos serão desenvolvidos através de uma grade de aulas-palestras que incluirão apresentações teóricas e de campo. Pretende-se com este treinamento, além de
dar o embasamento teórico necessário ao desenvolvimento das atividades agrícolas, capacitá-los a desempenhar e ensinar a realizar as coletas
de amostras, demonstrações de campo, elaboração e apresentação de
palestras, condução de avaliações de
produtos, etc de forma a disseminar
o conhecimento adquirido.

Consecana
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

Equipe técnica da Canaoeste durante
treinamento na Fazenda Santa Rita

Com esses objetivos, no dia 22 de
outubro, foi iniciado o Programa de Educação Continuada, através de treinamento realizado na Fazenda Santa Rita em
Terra Roxa, cujo tema foi, Tecnologia de
Aplicação de Defensivos, ministrado pelo
Dr. Hamilton Humberto Ramos, pesquisador cientifico do IAC, patrocinado pela
Basf, onde o corpo técnico da Canaoeste
pode ampliar seus conhecimentos e estarem cada vez mais aptos a atender às necessidades de seus associados.
CIRCULAR Nº 09/07
DATA: 31 de outubro de 2007

A

seguir, informamos o preço médio do kg do
ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de OUTUBRO
de 2007. O preço médio acumulado do kg de ATR
para o mês de OUTUBRO é de R$ 0,2420.
Os preços de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado,
destinados aos mercados interno e externo, levantados
pela ESALQ/CEPEA, nos meses deABRIL a OUTUBRO
e acumulados até OUTUBRO, são apresentados ao lado.
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI)
e os do álcool anidro e hidratado destinados à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do
kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a OUTUBRO e
acumulados até OUTUBRO, calculados com base nas informações contidas na
Circular 01/07, são os apresentados acima.
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

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Notícias
Canaoeste

Evento discute Crises
Ambientais no Agronegócio
Workshop será realizado nos dias 22 e 23 e reunirá especialistas no
Centro de Convenções Ribeirão Preto
Cristiane Barão

A

Canaoeste (Associação dos
Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo) realizará nos dias 22 e 23 de novembro
o I Workshop sobre Crises Ambientais no Agronegócio. O evento é
voltado aos fornecedores de cana
e produtores rurais e será realizado
no Centro de Convenções de Ribeirão Preto. Serão cinco palestras no
primeiro dia e outras duas no segundo, além de um painel, que encerrará o evento.
A abertura do evento será às
8h30, com a participação de autoridades e lideranças do setor, e a primeira palestra, às 9h00, será proferida pelo advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, do escritório Pinheiro Pedro Advogados, que abordará "Código Florestal: situação
atual e desafios". Às 10h30, o consultor ambiental Luiz Carlos Silva de
Moraes falará sobre "Reserva Legal
e APP: influência dos aspectos funcionais no regime jurídico".
Às 14 horas, a pauta será a questão da "Reserva Florestal Legal" e
às 15h30, "Propriedade e Reserva
Legal: função social e licenciamento ambiental" será o tema da
apresentação da advogada Simone Nogueira,
também do escritó-

rio Pinheiro Pedro Advogados. Às
16h45 o professor Luiz Antonio Titton, da Fundace (Fundação para
Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), abordará "Impactos Sócio-Econômicos da Reserva Legal".
No segundo e último dia do evento, haverá as palestras sobre "Soberania Ambiental: desenvolvimento
econômico x interesses internacionais", com o consultor independente e editor do site Alerta em Rede,
Nilder Costa, às 8h30, e às 10h15,
José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia, falará sobre
"Compensação Ambiental em Bacias
e Microbacias Hidrográficas: imposições e inviabilidades".
Às 14 horas, será realizado o painel "Propostas de Reestruturação do
Código Florestal", com a participação do advogado Antonio Fernando
Pinheiro Pedro, do juiz de Direito
aposentado José Maria da Costa, da
diretora-executiva da Abag-Ribeirão
Preto, Mônika Bergamaschi, do professor Nivar Gobbi, do Centro de Estudos Ambientais da Unesp, e do deputado federal Duarte Nogueira, da
Comissão de Agricultura, Pecuária
e Desenvolvimento Rural da
Câmara. O moderador do painel
será o advogado da Canaoeste,
Juliano Bortoloti.
De acordo com o presidente
da Canaoeste, Manoel
Ortolan, a legislação ambiental gera muitas dúvi-

14
14

Revista Canavieiros - Novembro de 2007
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

das entre os produtores e o objetivo do evento é permitir a discussão sobre o assunto e sobre os projetos que envolvem a produção no
campo e que estão em discussão no
Congresso Nacional. Segundo ele,
a Canaoeste foi pioneira na realização de ciclos de palestras sobre a
questão ambiental por conta da importância e o interesse dos produtores.
Para participar do evento, as
inscrições custam R$ 50,00 e podem
ser feitas através dos telefones (16)
3623 5307 ou (16) 3946 3313.
SERVIÇO:
Evento: I Workshop Brasileiro
Sobre Crises Ambientais no Agronegócio
Local: Centro de Convenções
Ribeirão Preto - Rua Bernardino de
Campos, 999
Dias: 22 e 23 de novembro
Inscrições: R$ 50,00
Informações: (16) 3946 3313
Informações imprensa:
(16) 3946 3311 Ramal 2190
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

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Notícias
Cocred

Cocred (mais uma vez)
em ação
Marcelo Massensini

A

Cocred realizou mais dois
"Cocred em Ação" em cidades
da região. No dia 21 de outubro 1.500
pessoas lotaram o Clube Recreativo de
Serrana e no dia 4 de novembro foi a
vez de Morro Agudo reunir 2.500 pessoas no Centro de Lazer Municipal.
O Cocred em Ação é promovido pela
Cocred em parceria com empresários em
prol de entidades assistenciais de diversas cidades da região. A cooperativa arca com toda a estrutura e divulgação do evento, além de doar os prêmios
principais a serem sorteados. As empresas parceiras doam brindes para os
pequenos sorteios e as entidades beneficiadas ficam responsáveis pela venda dos vales-cartelas e a comercialização de comida e bebida durante o evento. Todo o dinheiro arrecadado com a
venda dos ingressos e alimentos é dividido, por igual, entre as entidades.
Na cidade de Serrana, o evento contou com o apoio das empresas Posto
Rosa, Carvão Brasão, 4T, Madeireira
Morais, Motosport, Escola Época, Transaraujo, Loja Alvorada e FF Caminhões
que doaram brindes para os sorteios secundários. A moto, doada pela Cocred,
saiu para duas ganhadoras que dividiram o prêmio: Eunice Marchetti e Liliana
Fabris Busato. As quatro entidades beneficiadas dividiram o faturamento de R$
20 mil reais: APAE (Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais), Lar Santo
Antônio, Associação da Criança Abrigada de Serrana e Associação Casa dos
Velhinhos de Serrana.
Segundo a gerente da agência de
Serrana, Daniela S. Bianchi, o Cocred
em Ação foi um evento muito importante para a cidade, pois envolveu cooperados, funcionários e toda a população
em torno de um único objetivo: ajudar
as entidades beneficentes de Serrana.
"Agradeço a todos que participaram e
colaboraram direta e indiretamente para
16

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

Cada entidade participante do Cocred em Ação de Serrana recebeu R$ 5 mil.

2,5 mil pessoas lotaram o Centro de Lazer Municipal de Morro Agudo.

que o evento se tornasse uma realidade. Além disso, a população pôde conhecer melhor a Cocred e ver que ela se
preocupa em fazer a sua parte", diz.
Em Morro Agudo, seis entidades
foram beneficiadas: Apae, Apima (Associação de Proteção a Infância de Morro Agudo), Lar Feliz, Nucleal, Sama (Sociedade Amigos de Morro Agudo) e
União Espírita Allan Kardec. A arrecadação total foi de R$ 42 mil reais, valor divi-

dido entre as entidades. A ganhadora da
moto foi Josefina das Graças Contart.
Na cidade de Viradouro a Cocred
participou do evento realizado anualmente pela empresa Viralcool doando
uma TV de Plasma de 42" em prol de
entidades da cidade: Casa da Criança,
APAE e Asilo de Viradouro. A ação social aconteceu no dia 28 de Outubro
de 2007 onde foi arrecadado aproximadamente R$ 160 mil reais.
Notícias
Cocred

Diretores da Copercana e da Copercitrus participaram
do evento em Viradouro.

A ganhadora da moto, Josefina das Graças Contart, recebe a
moto do Gerente da agência de Morro Agudo Daniel Carvalho, o
prefeito municipal Gilberto Cesar Barbeti, o diretor da Copercana
Gaspar Carmanhan da Silveira e o Superintendente da Cocred,
Márcio Meloni

O diretor da Cocred Francisco César Urenha, uma das ganhadoras da moto Eunice Marchetti, Daniela Siqueira (Gerente da
agência de Serrana), a outra ganhadora Liliana Fabris Busato e o
Superintendente da Cocred, Márcio Meloni.

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

17
Notícias
Cocred

Cocred: a segunda casa
do produtor rural de
Morro Agudo
Funcionando há quatro anos, a filial já fez mais de 500 cooperados satisfeitos
Marcelo Massensini

A

agência Cocred na cidade de
Morro Agudo funciona desde 2003 e já acumula mais de 500 cooperados que, sempre satisfeitos, visitam com freqüência a filial e já se tornaram amigos dos funcionários, que
não medem esforços para atender a
todas as necessidades de seus cooperados. Entre eles está Bernardete Volpon. Ela e o marido fazem parte da Cocred desde 2002 e, segundo ela, toda a
família prefere a cooperativa. "Meu pai
e meu irmão também são cooperados
aqui. Todos adoram a Cocred", conta.
Ela explica que o principal atrativo
para ela é o atendimento, mas que os
produtos e serviços da cooperativa
são, sem dúvidas, melhores do que os
dos bancos convencionais. "Nós usamos principalmente as linhas de crédito para adubo. Esse ano mesmo nós
fizemos um financiamento e foi muito
fácil. Não teve burocracia, foi muito
bom.", elogia Bernardete. Ela ainda cita
as baixas taxas de juros para o cheque
especial e das taxas de manutenção que
são aplicadas na Cocred. Além disso,
"dependendo da nossa movimentação
anual, temos as sobras que são repartidas entre os cooperados", completa.

O diretor da Copercana e cooperado
da Cocred, Gaspar
Carmanhan da Silveira, se tornou cooperado em 1999 e utiliza a Cocred para
praticamente todas
as suas movimentações financeiras. "Eu
uso a Cocred tanto
na parte de crédito
como em aplicações
e vejo que nós temos
muitas vantagens
que os bancos convencionais não têm", explica. Para ele, uma das grandes vantagens é o repasse do volume de negócios
e de movimentação. "Fora
isso, a Cocred tem toda a
linha de crédito para o produtor rural: nós podemos
financiar adubos, calcário,
herbicidas e inseticidas.
Tudo com formas de pagamento exclusivas para os
cooperados".

Agência da Cocred em Morro Agudo

A coordenadora da agência, Aline Souza e Gaspar
Carmanhan da Silveira: “A Cocred tem toda a linha de
crédito para o produtor rural”

A COCRED
A Cocred – Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho
– é a única cooperativa de crédito rural do Brasil que possui o certificado de
qualidade ISO 9001. O certificado é o reconhecimento da qualidade e segurança
dos produtos e serviços oferecidos pela Cocred. Graças a essa segurança e
confiabilidade, o número de cooperados cresce a cada ano: apenas em 2006
foram mais de 1.300 novas adesões, movimentando cerca de R$ 322 milhões.
Criada em 1969, a Cocred possui hoje, mais de sete mil cooperados.

Bernardete se sente em casa na
agência da Cocred

18

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

A cooperativa disponibiliza empréstimos e financiamentos com juros baixos e
isenção de taxas, aplicações financeiras exclusivas para produtores rurais, cartões
de crédito, poupança, seguros e todos os serviços oferecidos pelos outros bancos.
Além disso, investindo em um banco cooperativo, você ajuda no desenvolvimento
de sua cidade e região, já que o dinheiro investido é transformado em crédito para
produtores rurais e o cooperado ainda participa da divisão das sobras anuais.
Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - Setembro/2007
Valores em Reais

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

19
Reportagem de Capa

AMEND
AMEND

TUDO PRONTO PARA A
TUDO PRONTO PARA A

Boas perspectivas e aumento de p
Carla Rossini

N

ão é por acaso que a Copercana vem investindo na produção e beneficiamento do amendoim. Na safra 2006/2007, a cooperativa iniciou um projeto de parceria com
os produtores com o objetivo de conseguir o grão com qualidade a quantidade suficiente para atender os
compradores. O produto vem ganhando mercado no exterior e hoje é
possível afirmar que cerca de 10% da
produção mundial de óleo comestível é composta pelo óleo de amendoim, o quinto mais consumido com
uma produção superior a quatro milhões de toneladas.

22 mil toneladas de amendoim.
Para a safra 2007/2008, as perspectivas são animadoras e a
cooperativa pretende receber
28 mil toneladas.

Segundo o gerente da UNAME
- Unidade de Grãos da Copercana,
Augusto César Strini Paixão, para
atender os mercados interno e externo, a Copercana investiu R$ 25
milhões na última safra. "Com esse
dinheiro, foi possível conceder todos os insumos necessários e custeio com prazos adequados de acordo com o pagamento do produto,
para que os nossos produtores
conseguissem fazer uma excelente
safra", afirma Augusto.

Para o produtor e cooperado João
Nilson Magro, a parceria proporcionou uma safra mais tranqüila. "Essa
parceria é muito boa para os produtores de amendoim porque pagamos
nossos insumos de forma facilitada
e conseguimos ficar mais tranqüilos
na hora de vender o produto", afirma
o produtor.

Em troca o produtor deve entregar 100% da sua colheita à Copercana. Assim, em 2006, a cooperativa
recebeu 1.358.493 sacos, ou seja,

20

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

Augusto César Strini
Paixão - Gerente
Uname

Área

Segundo Augusto, faz parte do projeto um grupo de 56
produtores de três estados:
São Paulo, Minas Gerais e Goiás. "O monitoramento destes
produtores nos permite conseguir um produto de excelente
qualidade que atende as exigências do mercado externo",
completa.

As últimas safras de amendoim no
Estado de São Paulo apresentaram
aumento na produção e pouca variação na área
plantada, o
que indica incrementos na
produtividade

média alcançada, como conseqüência de uma nova dinâmica de produção e novas tecnologias, que proporcionaram ganhos em qualidade e conquista do mercado externo, especialmente o europeu.
No entanto, segundo dados na
CONAB - Companhia Nacional de
Abastecimento - considerando a produção brasileira, a safra 2006/2007,
quando comparada a 2005/2006, teve
uma redução de 23% na produção e
de 12% na área plantada. As reduções foram causadas por fatores
como as condições climáticas e atraso no plantio
em algumas áreas.

1

to
Reportagem de Capa

NDOIM:
NDOIM:

A A SAFRA 2007/2008
A SAFRA 2007/2008

de produção animam produtores

Área Plantada e Produção de Amendoim em Casca, Estado de São Paulo, 2001-2007.1

1
Para o ano de 2007, foram considerados o 4º Levantamento (abril/2007) e 5º Levantamento (junho/2007), para safra das águas e da seca, Previsões e Estimativas da Safra 2006/07.
Fonte: IEA/CATI.

Os dados da CONAB indicam que
as lavoras de amendoim na safra 2006/
2007, ocuparam uma área de 102 mil
hectares e produziram 226 mil toneladas do produto. Em comparação com a
safra anterior, houve uma redução de
10% na área plantada e 18% na produção. O Estado de São Paulo responde
por cerca de 76% da produção brasileira de amendoim, sendo que
na safra

2005/2006 esse percentual era de 77%.
Para o gerente da Unidade de Grãos,
o amendoim está passando por uma fase
muito boa já que os preços que historicamente eram de US$ 800 por tonelada
estão perto de US$ 1.500. “São diversos fatores que fizeram o preço do
amendoim aumentar, o principal é o
aumento no consumo interno pela China – país que
é considerado

o maior produtor e exportador do produto. Os Estados Unidos, com o problema do milho para produzir etanol,
passou a ser importador de amendoim
e outros países estão no limite de produção”, explica Augusto.
A CONAB também divulgou alguns
fatores que explicam a excelente fase
que atravessa o amendoim: o baixo
volume em estoque, reflexo, em parte,
da redução da produção na última safra e da manutenção das exportações,
ainda que estas tenham registrado volumes inferiores aos do ano passado.
O primeiro semestre de 2007 registrou
US$ 10 milhões em exportações do
amendoim descascado, o carro chefe
das vendas externas. O panorama internacional para o amendoim aponta
queda na produção dos Estados Unidos e a Argentina – outro país de destaque na exportação – tem na concorrência com outros grãos, como a soja,
um dos fatores que influencia a queda
na produção.
Neste momento, o Brasil que responde por apenas 1% da produção
mundial da leguminosa, tem a oportunidade de crescer e ganhar mercado,
uma vez que área disponível para plantio não falta. “Hoje produzimos apenas
300 mil toneladas, enquanto a China –
que está no seu limite de produção –

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

21
Reportagem de Capa
produz 15 milhões de toneladas. Daí a
idéia do quanto podemos crescer”, sinaliza Augusto.
Mas o gerente alerta para a importância do investimento em novas tecnologias. “É preciso investimento em
pesquisas para aumentar a produtividade”, alerta. Em 2004, a cooperativa

firmou parceria com o IAC (Instituto
Agronômico de Campinas) para o desenvolvimento de novas variedades de
amendoim, entre elas, o amendoim
auto-oléico. Também com as Universidades USP e UNESP para pesquisas
nas áreas de tratamento fitossanitario,
aproveitamento de resíduos laboratoriais (microtoxinas). Para 2007/2008, a

Copercana em conjunto com a Fazu
(Faculdades Associadas de Uberaba)
e a Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Uberaba, firmaram parceria para desenvolvimento das cinco mais importantes
variedades de amendoim com o propósito de criar um novo pólo produtivo
da cultura na região.

Informações gerais sobre
a cultura do amendoim
Departamento Técnico da UNAME
Edgard Matrangolo Júnior – Encarregado Técnico de Projetos
Márcio Rogério Fernandes – Assistente Técnico de Projetos
Juliano José Valério – Técnico Agrícola III

Época de plantio

O

período de plantio na prática
está muito condicionado ao
regime de chuva reinante no ano agrícola. Porém, é preciso estar atento ao
aspecto agronômico, podendo definir
como época ideal de plantio, o período
compreendido entre o início do mês de
outubro até, no máximo, final do mês
de novembro. Vale ressaltar que, mesmo dentro deste período, se comparada a produtividade obtida entre um
plantio realizado cedo (no início do mês
de outubro) e outro realizado tardio
(em meados de novembro), nota-se
que, quanto mais se atrasa o plantio,
mais a produtividade irá decrescer.

Cultivares
· IAC – TATU – ST
Trata-se de uma cultivar de porte
ereto, cujas sementes apresentam película de coloração vermelha. Seu ciclo
vai de 90 a 110 dias (do plantio a colheita). É suscetível as principais doenças que ocorrem no amendoim. O
teor de óleo nos grãos está na faixa de
41% e a relação O/L (oléico/linoleico)
que expressa a qualidade do óleo é de
0,9 – 1,1. Apresenta produtividade entre 2.000 kg e 3.600 kg/há. Não apresenta dormência das sementes.
· IAC – CAIAPÓ
Trata-se de uma cultivar de porte
rasteiro, cujas sementes apresentam
película de coloração castanha. Seu ciclo vai de 130 a 140 dias (do plantio a
22

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

colheita). Apresenta produtividade entre 3.500 kg e 6.000 kg/há. É medianamente resistente as principais doenças
que ocorrem no amendoim. O teor de
óleo nos grãos está na faixa de 44% e a
relação O/L é de 1,6 – 2,0. Possui dormência das sementes, não ocorrendo
na época da colheita, grãos brotados,
que são altamente suscetíveis á contaminação por aflatoxina.
· RUNNER IAC – 886
É uma cultivar de porte rasteiro,
com sementes com película de coloração castanha. Seu ciclo vai de 125
a 130 dias, sendo bastante suscetível as doenças do amendoim. Possui
alto potencial produtivo podendo
chegar a 7.000 kg/há. A boa tipificação dos grãos favorece o mercado
de exportação (tamanho, sabor neutro, textura mais “crocante” e facilidade para blancheamento – retirada
artificial da película para produção de
grãos inteiros “sem pele.” Apresenta dormência das sementes na colheita (reduzido percentual de brotações
indesejáveis)).
· IAC -213
Trata-se de uma cultivar que está
ainda em período experimental, de porte rasteiro, com grãos pequenos arredondados de película vermelha. Apresenta produtividade menor que os outros rasteiros, mas bem maior que a IAC
– Tatu – ST que também tem grãos com
película vermelha. Possui baixo teor de
óleo e baixo teor de ácido oléico.

·IAC – 503 E IAC – 505
Cultivares que estão iniciando os
testes experimentais. São rasteiras, e o
grande diferencial das demais é que são
as primeiras cultivares alto-oleícas produzidas pelo IAC. A princípio são de
comportamento semelhante a IAC – 886.

Plantio
Dentre os vários aspectos para se
obter o sucesso ou insucesso na lavoura de amendoim, um dos pontos
refere-se à população final da lavoura
numa determinada área. De uma maneira geral pode-se adotar um stand
final de 18 a 20 plantas por metro linear
para as cultivares eretas e de 14 a 16
plantas para as rasteiras. Para se obter
o stand desejado é preciso estar atento ao poder germinativo das sementes. A profundidade de plantio varia
de 5 cm a 8 cm, sendo que em solos
arenosos recomenda-se plantios mais
profundos. Desta maneira teremos uma
população de plantas de 200.000 plantas a 240.000 plantas/há para as eretas
e de 150.000 plantas a 180.000 plantas/
há para as rasteiras.

Nutrição mineral
Em termos de correção do solo e
adubação para a cultura é imprescindível efetuar uma análise de solo e através destes dados fazer as devidas adubações. Em áreas de renovação de pastagens e renovação de canaviais, normalmente os solos tem baixíssimos teo-
Reportagem de Capa
res de fósforo. Portanto, são necessários adubos formulados com alto teor
de P2O5. Com isso, a grande maioria
das áreas necessita de fórmulas semelhantes a 04-30-10 numa dosagem de
250 a 330 kg/ha.

Controle de ervas
daninhas
· FOLHAS ESTREITAS
Para o controle de ervas de folhas
estreitas existem várias opções de escolha de produtos. Exemplos:
- Trifluralina: o mais antigo produto do mercado, utilizado em PPI.
Controla basicamente todas as folhas
estreitas anuais e também o caruru e
beldroega.
- Dual Gold: controla a grande maioria de ervas de folhas estreitas e com
destaque para o controle da trapoeraba. Aplica-se em pós-plantio e préemergência total.
- Alachlor: produto semelhante ao
S Metolachlor, controlando as ervas de
folhas estreitas e algumas folhas largas como beldroega, caruru, fazendeiro, algumas espécies de guanxuma, etc.
Aplicado em pós-plantio e pré-emergência total. Para o bom funcionamento deste produto, há necessidade de a
camada superficial do solo estar úmido
na ocasião da aplicação.
- Verdict: herbicida de aplicação em
pós-emergência inicial das ervas daninhas. Controla a maioria das ervas de
folhas estreitas, com destaque para o
controle da Brachiaria decumbens. Outros produtos semelhantes são Fusilade 250, Gallant 240, Podium, Targa, etc.
· FOLHAS LARGAS
Para o controle de ervas de folhas
largas são apresentados os seguintes
produtos:
- Spider: produto utilizado em préemergência para o controle de ervas
como apaga fogo, picão preto, caruru,
carrapichinho, malva branca (com controle excelente) e fazendeiro, corda de
viola, poaia branca (com controle bom).
Possui um poder residual em torno de
50 dias.
- Plateau: produto com ação pré e
pós-emergente, porém, utilizado preferencialmente em pós-emergência precoce para o controle de guanxumas,

crotalárias, trapoeraba, fedegoso, fazendeiro, corda de viola, tiririca, etc.
Este produto poderá causar danos às
culturas subseqüentes como o algodão e a mandioca.
- Basagran 600: produto pós-emergente que possui uma boa ação em
ervas como picão preto, guanxumas,
corda de viola, fazendeiro, etc.
- Pivot: produto pós-emergente recomendado para o controle de caruru,
carrapicho de carneiro, fazendeiro, beldroega, quinquilho, bucho de rã, etc.

Controle de pragas
As principais pragas e seus respectivos produtos para controle são
as seguintes:
- trips: praga com intensidade de
ataque maior na fase inicial da cultura.
Controle: Metamidofós, o Engeo
Pleno com ótima eficiência, porém, com
o inconveniente de haver desequilíbrio, acarretando o aparecimento de
ácaros, no caso de se utilizar por mais
de duas passadas.
- lagartas: dentre as lagartas podese considerar a lagarta do pescoço
vermelho em primeiro plano e depois
em menor importância as lagartas rajadas, lagartas verdes, etc. Todas estas
lagartas são controladas com produtos fisiológicos como o Certero, Match CE, Gallaxy, etc. com alta eficiência. Em épocas que houver atraso no
controle, pode-se efetuar a mistura
destes produtos com um piretróide
(ação de choque) para eliminar as pragas maiores, pois, os fisiológicos possuem efeitos somente para lagartas jovens. Em ocasiões em que as condições climáticas forem extremamente
favoráveis à proliferação das lagartas
rajadas, é necessário utilizar produtos
à base de carbamatos como Lannate
ou Larvin.
- ácaros: eventualmente há problemas de ataque de ácaros rajados. Seu ataque ocorre em períodos de seca prolongada. Consegue-se um ótimo controle
com a aplicação de produtos à base de
Avermectinas como o Vertimec CE.

Efetuar o tratamento de sementes
com produtos como Thiram, Mayram,
Maxim XL, Vitavax Thiram.
· Verrugose
Doença que causa problemas maiores quando o ataque se manifesta desde
a fase inicial da cultura até cerca de 80
dias de idade. Quando se manifesta após
este estágio, a perda de produção não é
tão acentuada, porém, há a necessidade
de controle, que pode ser realizado com
produtos como Score, Tiofanato Metílico, etc. O Chlorothalonil não é eficiente
para o controle desta doença.
· Ferrugem
Cultivares rasteiros são mais sensíveis a esta doença. Historicamente,
esta doença começou a manifestar-se
na safra 1997/1998. Daí foi aumentando a intensidade de ataque, ocorrendo o pico de ataque na safra 2000/
2001. Após este período, a doença
voltou a declinar a intensidade de ataque e, atualmente, é uma doença que
está sob controle com os produtos
utilizados para o controle das cercosporioses. As estrobirulinas são os
grupos químicos mais eficientes para
o controle desta doença, destacandose dentre elas, o produto Opera. Outros produtos alternativos são: Priori
Xtra, Stratego 250 EC.
· Cercosporioses
Doença mais importante da cultura
do amendoim. Causa perdas acima de
50% caso não seja efetuado o seu controle. Manifesta-se desde a fase inicial
até o final do ciclo. As condições climáticas ideais para o seu ataque são
altas temperaturas e altas umidades.
Dentre os produtos recomendados, o
Chlorothalonil é disparado o produto
mais eficiente, seguido pela mistura de
Estrobirulinas + Triazóis. Na seqüência de eficiência temos os triazóis em
aplicações sem mistura.

Controle de doenças
Doenças do solo: Rizoctonia, Fusarium, Phityum, etc
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

23
Destaque

CTC apresenta novas
variedades
Um dos principais quesitos para o desenvolvimento das novas variedades foi a
adaptabilidade a colheita mecanizada
Marcelo Massensini

N

o dia 30 de outubro, o CTC
(Centro de Tecnologia Canavieira) lançou em Ribeirão Preto a terceira geração de variedades com a sigla CTC. Com o lançamento, as seis
variedades que já vinham sendo plantadas em pequena escala, foram liberadas para o plantio em escala comercial. Segundo a diretoria do CTC,
as variedades CTC 10, CTC 11, CTC
12, CTC 13, CTC 14 e CTC 15 são frutos de mais de dez anos em pesquisa
e testes. O órgão investe metade do
seu orçamento anual no desenvolvimento de variedades.
Mais de 500 pessoas, a maioria
delas representantes de unidades
produtoras e de associações de produtores associadas ao CTC (entre
elas a Canaoeste), participaram do
lançamento. Além da apresentação
das cultivares, a diretoria do Centro
apresentou os novos projetos em
desenvolvimento e alguns já disponíveis.
O diretor-superintendente do
CTC, Nilson Zaramella Boeta falou
sobre o crescimento da empresa: novas contratações, criação de escritórios regionais em todo o país e do
programa Muda Sadia que atua na
área de planejamento varietal e na

formação e condução
de viveiros de mudas.
O diretor de mercados
e oportunidades, Osmar Figueiredo Filho,
mostrou as novas formas de atuação do
CTC e serviços oferecidos às associadas,
como treinamentos e
cartas de solo e ambientes de produção.

Osmar Figueiredo Filho - diretor de
mercados e oportunidades do CTC

O Coordenador de
Pesquisa Tecnológica
do CTC, Arnaldo José
Raizer, foi o responsável pela apresentação das novas variedades. Raizer esclareceu todos os detalhes e
especificações de cada uma (veja na
próxima página). Segundo ele, os
principais benefícios das novas cultivares são: os elevados teores de sacarose, resistência a doenças da cultura e alta probabilidade de adaptação a regiões nas quais o cultivo esteja em expansão.
Para o diretor de mercados e oportunidades do CTC, Osmar Figueiredo Filho, a terceira geração de variedades do órgão traz outra importante contribuição aos produtores de
cana-de-açúcar e à indústria: a adap-

tabilidade a diferentes ambientes de
produção e à colheita mecanizada, em
crescimento no País e a áreas de expansão da cultura. “Muitas variedades são boas, mas não suportam a
colheita mecanizada. Essas novas
cultivares foram desenvolvidas levando em conta o aumento da mecanização”, explica Figueiredo.
No ano passado, o CTC liberou
para plantio as variedades CTC 6 a
CTC 9 e, em 2006, CTC 1 a CTC 5.
“Nossa terceira geração de cultivares resulta de um competente e exclusivo programa de melhoramento
genético”, diz Nilson Zaramella Boeta, diretor-superintendente do CTC.

Mais de 500 representantes de usinas
e associações assistiram ao lançamento

24

Revista Canavieiros - Novembro de 2007
Destaque

Saiba mais sobre as novas variedades:

CTC 10 – Sua principal característica é proporcionar elevada produtividade agrícola de colmos. Indicada para colheita do meio para o final da safra em
todas as regiões do Centro-Sul, apresentou resistência às doenças ferrugem
e mosaico e respondeu favoravelmente
à aplicação de maturadores químicos.
Mostrou ganhos de até 15% em produtividade, excelente brotação de soqueira, alto perfilhamento e índice zero quanto a florescimento e isoporização.

CTC 11 – Dotada de alto teor de
sacarose, para colheita do meio para o
final da safra em ambientes de médio a
alto potencial produtivo, essa variedade é de rápido desenvolvimento vegetativo. Apresenta, em geral, porte ereto, excelente brotação de soqueira e
baixos índices de isoporização e florescimento. Resistente a doenças como
ferrugem e escaldadura, se destaca também pela excelente adaptabilidade à
colheita mecanizada.

CTC 12 – Para colheita do meio
para o final da safra, em ambiente de
média produção, apresenta baixos índices de florescimento e isoporização,
além de excelente brotação de soqueira e porte ereto. É resistente a doenças como escaldadura das folhas, síndrome do amarelecimento, ferrugem,
carvão e mosaico. Respondeu favoravelmente à aplicação de maturadores
químicos e proporciona alto teor de
sacarose.

CTC 13 – De alta resistência a
doenças como ferrugem, escaldadura e mosaico, é uma variedade precoce com alto teor de sacarose e excelente adaptabilidade à colheita mecanizada. Recomendada para ambientes de alto potencial produtivo,
para colheita do início para o meio
da safra, apresenta baixos índices de
isoporização e florescimento, além
de porte ereto.

CTC 14 – Tolerante à seca, apresenta alta produtividade e altos teores
de sacarose e fibra, além de porte ereto
e baixo índice de florescimento; o índice de isoporização é zero. É resistente
a doenças como ferrugem, escaldadura e mosaico e respondeu favoravelmente à aplicação de maturadores químicos, em ambientes de médio a alto
potencial produtivo, para colheita do
meio para o final da safra.

CTC 15 – Recomendada para diversos ambientes de produção, para colheita
do meio para o final da safra, é tolerante à
seca e apresenta excelente brotação de
soqueira com alto teor de sacarose. Resistente a doenças como ferrugem, carvão e
escaldadura, respondeu favoravelmente
à aplicação de maturadores químicos. De
alta produtividade, demonstrou estabilidade até mesmo nos ambientes de baixo e
intermediário potencial de produção.
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

25
Informações setoriais

CHUVAS DE OUTUBRO
e Prognósticos Climáticos

N

o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram durante o mês de OUTUBRO de 2007, na região de
abrangência da CANAOESTE.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

Como as chuvas de outubro só ocorreram após dias 22 ou 23, as somas "ficaram" bem abaixo das médias históricas. A
forte estiagem, notadamente, entre a segunda quinzena de setembro até o início das chuvas, associadas às altas temperaturas, acentuaram o estresse hídrico, permitindo antever comprometimento da produtividade média para a próxima safra. Como
fator positivo desta estiagem, foram os altos teores de ATR.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 18 a 21
de OUTUBRO de 2007.
O Mapa 1, ao lado, mostra claramente que o
índice de Água Disponível no Solo, até aquele
período, 18 a 21 de OUTUBRO, apresentava-se
como muito crítico em toda área canavieira do
Estado de São Paulo. Cabe ressaltar que tal
condição de Seca Meteorológica, diga-se muito
crítica, vem ocorrendo desde final de agosto. A
CANAOESTE, através de Instituições, mapas
climáticos e levantamentos de massa verde, está
avaliando os seus impactos.

26

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

Comparando-se os mapas 2 e 3 mostram que, ao final de
agosto destes dois anos, toda região canavieira do Estado
de São Paulo apresentava-se com índices críticos de Água
Disponível no Solo.
Informações setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de OUTUBRO de 2006.

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de OUTUBRO de 2007.

Para subsidiar planejamentos de
atividades futuras, a CANAOESTE
resume o prognóstico climático de
consenso entre INMET-Instituto
Nacional de Meteorologia e INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de novembro
de 2007 a janeiro de 2008.
- A temperatura média poderá ser
acima ou ligeiramente acima das normais climáticas nas Regiões Sudeste, Centro Oeste do Brasil e a faixa
Centro-Norte do estado do Paraná;
- Quanto às chuvas previstas para
os meses de novembro a janeiro, estas poderão "ficar" abaixo das respectivas médias históricas em todos
os Estados da Região Centro-Sul, excetuando-se Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Centro-Sul do Paraná;
- Exemplificando para Ribeirão
Preto e municípios vizinhos, as médias históricas pelo Centro Apta-IAC,
são de 215mm em novembro e de
270mm tanto em dezembro, como em
janeiro.
Embora mais tardiamente que na
média dos anos, as chuvas voltaram,
Graças a Deus.
Como comentado acima, esta excepcional estiagem já comprometeu
a produtividade dos canaviais desta
região, mesmo que a climatologia "fique" próxima das médias históricas
nos meses que se seguem.

Comparando-se os mapas acima, mostram que, ao final de OUTUBRO
de 2006 (mapa 2), mês que “carregava” as consequências de um período
longo de estiagem (deste meados de abril), havia ainda uma larga faixa,
Centro-Leste e extremo Sudoeste do Estado, em condições críticas de
Disponibilidade de Água no Solo. Em OUTUBRO de 2007 (mapa 3), a falta
de chuvas, agravada pelas altas temperaturas desde meados de SETEMBRO, os índices de Água Disponível no solo, com poucas exceções, apresentavam-se como médios a baixos nas regiões canavieiras Centro-Oeste
e Cento-Norte do Estado.

Face a estas condições climáticas e diante : a) deste possível cenário próximo-futuro; b) pela média do segundo semestre de 2007,
possíveis licenciamentos de cerca
de mais 2,2 milhões de veículos flex
no próximo ano; c) consequentemente, maior demanda por álcool
combustível durante a próxima safra, a CANAOESTE recomenda que
procedam a esmerados tratos culturais nos canaviais remanescentes, a
fim de fazer frente a maior necessidade de matéria prima.
Persistindo dúvidas,
consultem os Técnicos
CANAOESTE mais próximos.
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

27
Artigo Técnico

Como planejar a
Implantação de um
Canavial?
PARTE I -

Cleber Moraes* -

É

comum recebermos consultas de proprietários rurais de regiões onde estão sendo instala
das novas unidades industriais e mesmo de empresários interessados em montar novas
unidades industriais com uma série de dúvida em como implementar a Instalação de um Canavial
para atender um projeto industrial.
Não menos comum, é assistirmos a uma série de erros na instalação destes canaviais, que, se por
muitas vezes não são erros fatais, podem levar a perda de rentabilidade do empreendimento.
Com o objetivo de orientar os interessados neste sentido, faremos uma série de artigos em
cinco publicações, onde serão discutidos e apresentados os passos a serem tomados na
análise de um investimento agrícola no setor sucroalcooleiro.
Abaixo segue a PARTE I desta série de artigos. Obrigado pela atenção e boa leitura!

Introdução - Fases de Elaboração do Projeto:
O embasamento técnico de um projeto de instalação de uma lavoura de
cana-de-açúcar com vista ao abastecimento de uma unidade industrial para
processamento desta matéria-prima é
fundamental não só para que o empreendedor tome conhecimentos dos riscos do projeto a que estará se expondo, mas também para que os responsáveis pela instalação do mesmo tomem
suas decisões sob uma plataforma o
mais segura possível, minimizando riscos de insucesso do empreendimento.
Não são raros os casos de projetos
que, por desconhecimento de informa-

ções relevantes em geral quanto ao clima, solo ou regime hídrico regional,
necessitam de uma total revisão e readequação de investimentos, exigindo
dos empreendedores novos aportes
significativos de capital por falhas no
planejamento inicial ou então, o carregamento de custos de capital ocioso
que corroem os resultados do empreendimento em especial em anos de preços baixos dos produtos finais.

as seguintes informações:
1) Caracterização da Região;
2) Estabelecimento do Potencial
de Produtividade do Canavial e Meta
Estabilizada de Produção;
3) Planejamento da Expansão do
Canavial;
4) Definição do Sistema Produtivo;
5) Dimensionamento de Estrutura;
6) Elaboração das Estimativas de Custo;
7) Elaboração do Fluxo de Caixa.

Como objetivo de minimizar tais riscos, entende-se que um projeto de análise de viabilidade de instalação de uma
lavoura de cana-de-açúcar deve trazer

1. Caracterização da Região:

Figura 1 – Caracterização da Região de Instalação do Projeto

A figura 1 traz algumas das principais variáveis para a caracterização da
região de instalação do projeto, o manejo a ser adotado e as implicações
destas opções e variáveis sobre o dimensionamento da estrutura.
O manejo agrícola a ser adotado,
ou seja, as operações agrícolas (mecanizadas, de transporte e de trabalhadores rurais) com ou sem a utilização de
insumos são determinadas em função
das características do solo, do clima,
das variedades e da tecnologia que se
pretenda utilizar.
Dependendo do empreendedor,
sócio ou financiadores do projeto, o
nível de caracterização do local de instalação do projeto poderá ser maior ou
menor como também, eventualmente,

28

Revista Canavieiros - Novembro de 2007
Artigo Técnico
dependendo da existência de outras
unidades industriais para processamento de cana-de-açúcar ou mesmo
das atividades agrícolas já desenvolvidas na região, algumas destas informações podem ser suprimidas do projeto, uma vez que tais potenciais poderão ser constatados pelo desempenho
destes outros empreendimentos. Entretanto, é fundamental que não se paire
dúvidas, tanto para eventuais investidores como para financiadores, sobre
as condições e riscos do empreendimento no local pretendido.
A seguir é apresentada uma relação de itens para a caracterização da
região de instalação do projeto.
1.1. Informações sobre Aspectos
Legais:
1.1.1. Leis, Limitações e Normas de
Política Agrária Nacionais e/ou Regionais;
1.1.2. Indicação da obrigatoriedade
de reservas legais e áreas de proteção
nas propriedades;
1.1.3. Leis, Limitações e Normas quanto ao emprego de Sistemas de Transporte;
1.1.4. Leis, Normas Trabalhistas e
cálculos de encargos sociais e custos
legais de contratação de funcionários;
1.1.5. Leis e Normas Religiosas que
possam afetar o empreendimento;
1.1.6. Leis, Limitações e Normas
para a Importação de Variedades e Clones de outros países.
1.2. Mapeamentos:
1.2.1. Identificação das áreas aptas
à produção de cana:
1.2.1.1. Quantificação das áreas disponíveis;
1.2.1.2. Valor da terra em cada região;
1.2.1.3. Imagem de satélite das áreas
de interesse (georeferenciadas a campo);
1.2.1.4. Carta hidrográfica das áreas de interesse;
1.2.2. Localização nas proximidades
do empreendimento de áreas de:
1.2.2.1. Segurança nacional;
1.2.2.2. Reservas florestais;
1.2.2.3. Acidentes geográficos;
1.2.2.4. Áreas de proteção da biosfera terrestre e protegida pela ONU ou
organismo internacional;
1.2.2.5. Presença de rochas ou pedras.
1.2.3. Indicação inicial da melhor localização da unidade industrial nas regiões selecionadas;

1.2.4. Classificação edafo-climática:
1.2.4.1. Mapa de declividade e curvas de nível das áreas de interesse;
1.2.4.2. Cartas com classificação de
solos detalhando:
1.2.4.2.1. Propriedades:
1.2.4.2.1.1. Características físicas e
químicas;
1.2.4.2.1.2. Fertilidade;
1.2.4.2.1.3. Drenagem, etc.
1.2.4.2.2. Capacidade de uso.
1.2.4.3. Identificação da vegetação
local;
1.2.4.4. Estudo da ocorrência de
pragas do solo;
1.2.4.5. Estudo da ocorrência de ervas daninhas;
1.2.4.6. Dados de erodibilidade do solo;
1.2.4.7. Capacidade de infiltração do
solo e de retenção de sais.
1.2.5. Usos e ocupação atual dos
solos;
1.2.6. Dados de Recursos Hídricos: Hidrologia e Estudo da bacia Hidrográficas:
1.2.6.1. Estudo de disponibilidade
hídrica da bacia hidrográfica;
1.2.6.2. Estudo e levantamento dos
rios da região; dados de vazão e capacidade de captação de água;
1.2.6.2.1. Nível de detalhamento:
médias( ) anuais () diárias ()
1.2.6.3. Testes e dados de vazão nos
diversos períodos do ano;
1.2.6.4. Estudos de recarga;
1.2.6.5. Modelos hidrogeológicos;
1.3. Principais características climáticas séries de no mínimo 10 anos:
1.3.1. Localização e dados das estações meteorológicas;
1.3.2. Histórico de Temperaturas
máximas, mínimas e médias diárias;
1.3.3. Pluviometria (Distribuição das
chuvas durante o ano);
1.3.4. Luminosidade;
1.3.5. Fotoperiodismo;
1.3.6. Evaporação;
1.3.7. Balanço Hídrico, etc;
1.3.8. Ocorrência de geadas, tormentas sazonais, ventos fortes, inundações, etc.
1.4. Meio Socioeconômicos:
1.4.1. Estudos e dados socioeconômicos;
1.4.2. Localização das comunidades
e centros urbanos;
1.4.3. Localização de atividades
econômicas afins e conflitantes com o
empreendimento;
1.4.4. Plano de Zoneamento Agrí-

cola Regional ou Nacional, se houver;
1.4.5. Estudo da oferta de mão de
obra agrícola – nivel de educacional.
1.5. Estudo de oferta de serviços e
infra-estrutura local:
1.5.1. Mapas da rede viária e suas
características:
1.5.1.1. Estradas principais e secundárias;
1.5.1.2. Extensão, largura e peso máximo para trânsito, segundo as leis locais;
1.5.1.3. Condições de trânsito durante o ano (estradas com asfalto e de terra);
1.5.1.4. Estrutura de Serviços de Manutenção e Rede de Assistência Técnica.
1.6. Programas nacionais/regionais de desenvolvimento de variedades de cana e de práticas agrícolas:
1.6.1. Políticas de desenvolvimento de novas variedades de cana e práticas agrícolas;
1.6.2. Convênios com programas de
variedades de cana e de práticas agrícolas de outros países/regiões;
1.6.3. Identificação das principais
variedades em uso na Região.
Este detalhamento da região em estudo é fundamental para o sucesso do
empreendimento e para gerar estimativas as mais realistas possíveis. Caso
seja transposto sem maiores cuidados
na fase de elaboração do projeto técnico, será exigido para a obtenção do licenciamento ambiental ou ainda para
compreender eventuais dificuldades de
manejo e obtenção de resultados esperados durante o andamento do projeto.
Nos próximos artigos, trataremos
das demais etapas de elaboração de um
projeto agrícola para produção de canade-açúcar, quais sejam:
2) Estabelecimento do Potencial
de Produtividade do Canavial e Meta
Estabilizada de Produção;
3) Planejamento da Expansão do
Canavial;
4) Definição do Sistema Produtivo;
5) Dimensionamento de Estrutura;
6) Elaboração das Estimativas de
Custo;
7) Elaboração do Fluxo de Caixa.
* Consultor de Planejamento e Controle
Agrícola
M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda.
cleber@mmoraes.agr.br
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

29
Legislação

Queima de Cana

volta da normalidade

C

om o aumento da umidade relativa do ar em todo Estado de
São Paulo, terminou no último dia 05
de novembro a determinação constante da Resolução SMA nº 34/2007 e Resolução SMA nº 46/2007, que proibiam a queima da palha da cana-de-açúcar das 6:00 hs. às 20:00 hs., em virtude, como dito, da baixa umidade relativa do ar neste período e horários.
De ora em diante, de acordo com a
Resolução SMA nº 46, de 11 de outubro de 2007, a suspensão da queima
no período diurno, das 6:00 hs. às 20:00
hs., se dará quando a umidade relativa
do ar ficar abaixo de 30% (trinta por
cento) e acima de 20% (vinte por cento), por dois dias consecutivos. Assim, a "suspensão será declarada até
as 18 horas do segundo dia consecutivo em que for constatada essa condi-

ção e valerá a partir das 06:00 horas do
dia seguinte ao da declaração de suspensão. Nesse caso, os comunicados
de queima já registrados, terão validade para a efetivação da queima entre
00:00 e 06:00 horas e entre as 20:00 e as
24:00 horas, independentemente do
horário previamente previsto para a
realização da queima".
No mais, volta a prevalecer as regras vigentes na Resolução SMA nº 34/
2007, quais sejam: será
suspensa a queima durante qualquer hora
do dia, quando a umidade relativa do ar for
inferior a 20% (vinte
por cento). Tal suspensão será declarada
pela Secretaria do

Meio Ambiente às
18:00 horas do dia
que se observar
tal umidade e será
aplicada a partir
das 6:00 horas do
dia posterior a referida declaração.
Juliano Bortoloti - Advogado
A medição da umiDepartamento Jurídico Canaoeste
dade relativa do ar
se dará das 12:00 horas às 17:00 horas.

ADA - ato declaratório
ambiental
Conforme apurado, a entrega do ADA 2007 - Exercício 2007, foi prorrogada até o dia 30 de
novembro de 2007 (fonte: www.ibama.gov.br/adaweb/).

C

omo já afirmado n'outras
edições, o ADA (Ato Declaratório Ambiental), é uma declaração
da situação ambiental da propriedade
rural, onde será informado OBRIGATORIAMENTE ao IBAMA (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), as áreas de preservação permanente, reserva legal e outras áreas de proteção
ambiental (área de reserva particular
do patrimônio natural, área de declarado interesse ecológico, área com
plano de manejo florestal, área com
reflorestamento), caso existam no imóvel rural e desde que declaradas no
DIAT (Distribuição da Área do Imóvel Rural), entregue quando do preenchimento da DITR (Declaração do
Importo Territorial Rural). Tal decla30

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

ração possibilita a redução do pagamento do ITR (Imposto Territorial
Rural) em até 100% de seu valor.
Ressaltamos, ainda, que o envio
do ADA a partir do exercício 2007, é
feito por meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do site
www.ibama.gov.br/adaweb/.
No preenchimento
eletrônico do ADA ou em
caso de retificação, devese observar fielmente o
que foi declarado no formulário do DITR, protocolizado perante a Secretaria da Receita Federal,
pois as informações ali
contidas devem guardar

relação com as que forem prestadas
no ADA, tendo em vista que, visando um maior controle administrativo
das propriedades rurais, o IBAMA
começou a cruzar suas informações
com a Receita Federal e o INCRA Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária, responsáveis pelo
controle e recolhimento anual do ITR.
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

31
Antes da Porteira

Produtor de cana
pratica Ovinocultura
como hobby
A ovinocultura, ou criação de carneiros, é o hobby do cooperado de Morro Agudo
Carla Rossini

C

riar carneiros não é um hobby
muito comum, principalmente
quando a atividade principal do criador é plantar cana-de-açúcar. Mas o
cooperado Ademio Scavazzini Neto,
29, tomou gosto pelos carneiros e há
5 anos pratica a atividade para participação em exposições e feiras desses animais.

Neto e um de seus animais
reprodutores: exigência
na seleção.

Proprietário da Fazenda Dely, no
município de Morro Agudo, Neto
planta 148 alqueires de cana-de-açúcar, mas nem sempre foi assim. "Sou
a segunda geração da família plantando cana que é a nossa principal
renda, antes a fazenda era toda ocupada com a pecuária", conta Neto.
Inicialmente, ele começou a criação de carneiros para consumo, mas
em pouco tempo percebeu que a atividade além de prazerosa podia render bons resultados. "Comecei registrando meus animais para especificar minha criação. Agora já participo
de leilões virtuais", diz o cooperado.
Nos últimos anos, o mercado de
criação de ovinos para exposição tem
crescido muito. Segundo Neto são
realizados dois ou três leilões de carneiros em canais específicos de televisão por semana. "Os leilões são
virtuais, os organizadores vem até a
minha fazenda, eu separo os lotes que
são filmados e leiloados. Também
participamos de várias feiras. A raça
que escolhi é o Santa Inês", explica.
O Santa Inês vem despertando interesse de empresários que estão arregaçando as mangas e entrando para
a ovinocultura, em grande parte impulsionados pela farta divulgação da
raça e os muitos leilões realizados.
32

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

Leilões vigorosos que nada ficam devendo às magnitudes dos leilões de
bovinos e conseguem vender carneiros há mais de R$ 1 milhão, atingindo
preços nunca imaginados há algum
tempo atrás, quando a criação de ovinos era "como outra qualquer".
Segundo dados da FAOSTAT
(Food and Agriculture Organization
of the United Nations - Organização
das Nações Unidas para Alimentos e
Agricultura), o rebanho mundial de
ovinos está em torno de 1 bilhão de
cabeças, apresentando um decréscimo médio anual de 1,18% nos últimos 12 anos. A África é o continente
que vem apresentando um crescimento anual no seu rebanho de 1,4%
ao ano para o mesmo período.
No Brasil, segundo dados do IEA
- Instituto de Economia Agrícola, as
atividades de caprinocultura e ovi-

nocultura vêm se consolidando no
agronegócio. Em 2005, o rebanho de
ovinos correspondeu a 16,05 milhões
de cabeças e os caprinos a 10,31 milhões de cabeças. A região Nordeste
detém 56,3% e 93,0% dos rebanhos
de ovinos e caprinos, respectivamente. A região Sul representa 31,6% dos
ovinos e 2,0% dos caprinos e ainda a
região Sudeste é responsável por
3,4% do rebanho de ovinos e 2,4%
do rebanho de caprinos.
Mas nem tudo é festa para os criadores. Neto conta que apenas 10%
dos animais que nascem podem ser
direcionados para exposição. E esses têm de receber tratamento de elite. "Hoje estou com 68 ovelhas para
exposição. Elas recebem tratamento
diferenciado dos animais que vão
para o abate. São escovadas, comem
uma ração balanceada e tomam banho regularmente", conta Neto.
Antes da Porteira
Os animais participam de uma rotatividade em nove pastos da Fazenda Dely. Fora isso as condições de
higiene e vermifugação são indispensáveis. "Os cuidados devem ser
rigorosamente obedecidos. Caso
contrário, o criador perde o que foi
investido".
Não há dúvidas de que produzir
animais de elite é muito gratificante,
mas é reservada para poucos uma vez
que disciplina para com os ovinos é
fundamental. E pelo que parece, o cooperado cumpre muito bem esse papel, impulsionado é claro pela demanda que está aquecida. Por fim, o conselho de quem entende do assunto
para quem pretende entrar no mercado: "É um mercado promissor, que
está crescendo bastante e vale a pena
investir", finaliza Neto.

Origem da raça
Santa Inês
É uma raça desenvolvida no nordeste brasileiro, resultante do cruzamento intercorrente das raças Bergamacia,
Morada Nova, Somalis e outros ovinos sem raça definida
(SRD). Sendo as características atuais um produto da seleção natural e dos trabalhos de técnicos e criadores fixandoas através de seleção genealógica. A tese de sua origem é
confirmada pelas suas características. O porte do Santa Inês,
o tipo de orelhas, o formato da cabeça e os vestígios de lã
evidenciam a participação do Bergamácia, bem como a condição de deslanado e as pelagens, correspondem ao Morada
Nova. A participação do Somális é evidenciada pela apresentação de alguma gordura em torno da implantação da
cauda, quando o animal está muito gordo.
Fonte: ARCO
Revista Canavieiros - Novembro de 2007

33
Safra de Grãos

Brasil terá mais um recorde na
safra de grãos

O

Brasil deverá bater mais um
recorde na safra de grãos
do período 2007/08. De acordo com
o segundo levantamento anunciado
pelo diretor de Logística da Conab,
Sílvio Porto, a produção nacional
está projetada em 135,5 milhões de
toneladas, crescimento de 2,9% ou
3,8 milhões de toneladas a mais que
o do ciclo anterior (131,8 milhões t).
O motivo está na expansão da
área de plantio, estimulada pelos
preços remuneradores dos produtos
no mercado. O quadro positivo, entretanto, depende das variações climáticas nos próximos meses.
O bom resultado da safra atual
é reforçado principalmente pela
soja, com produção estimada em
59,4 milhões de toneladas, 1,7%
superior aos 58,4 milhões de tone-

ladas da colheita passada. Outra
cultura em destaque é o milho 1ª
safra, que deve ficar em 37,3 milhões de toneladas, ou 2% a mais
que o alcançado anteriormente. O
caroço de algodão também tem desempenho satisfatório, com 2,5 milhões de toneladas, acréscimo de
5,5%. Já o feijão 1ª safra apresenta
queda de 6% e deve ficar em 1,47
milhões de toneladas, por causa das
baixas precipitações pluviométricas, seguidas de estiagem prolongadas e baixas temperaturas nos estados produtores entre agosto e
setembro.
Área - A plantação deve ocupar
uma área entre 46,8 milhões de hectares, superior em 1,2% sobre o último período, de 46,2 milhões de hectares. O maior crescimento está nas
lavouras de soja (de 20,7 para 21,2

milhões de hectares). Esse quadro
reflete o retorno do plantio da oleaginosa em áreas que deixaram de ser
cultivadas na safra 2006/2007. Há
também significativo crescimento
nas lavouras de milho 1ª safra (de
9,5 para 9,8 milhões de hectares) e
de algodão (de 1,1 para 1,2 milhão
de hectares).
O trabalho foi realizado por 41
técnicos da Conab que estiveram em
campo no período de 22 a 26 de setembro. Eles ouviram 990 informantes, em 330 municípios, entre representantes de cooperativas, órgãos
públicos e privados, agentes financeiros e produtores dos estados do
Centro-Sul, Piauí, Maranhão,
Rondônia,Tocantins e Bahia.
Fonte: CONAB - Companhia
Nacional de Abastecimento

Resultados acumulados em 12
meses das exportações brasileiras
(Novembro/2006 a outubro/2007)

A

s exportações brasileiras do
agronegócio totalizaram US$
57,370 bilhões nos 12 meses correspondentes ao período de novembro de 2006
a outubro de 2007, 18,8% acima do valor exportado no período de novembro
de 2005 a outubro de 2006, que foi de
US$ 48,283 bilhões. As importações foram 31,7% superiores aos doze meses
anteriores com gastos de US$ 8,369 bilhões. Como resultado, o superávit comercial acumulado nos últimos 12 meses foi de US$ 49,002 bilhões.
Os setores que mais contribuíram
para o incremento das exportações do
agronegócio no período analisado foram: carnes (29,8%); complexo soja
(16,7%); cereais, farinhas e preparações
(182,9%); sucos de frutas (58,8%); produtos florestais (10,7%); café (22,3%);
e complexo sucroalcooleiro (3,8%).
34

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

Balança Comercial do Agronegócio
Exportações, importações e saldos: Novembro/2006-Outubro/2007 e Novembro/
2005-Outubro/2006 (em US$ mil)
Repercutiu
“O relatório de pesquisa da ONU publicado neste ano salientou que os
biocombustíveis são mais promissores em tratar dessas questões do aquecimento global por meio de emissões de baixo carbono”.

“Sabemos que existem diferenças entre essas quatro regiões representadas
pelas entidades, mas vamos nos concentrar numa agenda comum, que tem como base
a criação de um mercado global de biocombustíveis”.

Assessoria José Goldemberg

Marcos Jank, presidente da Unica, sobre a carta assinada em conjunto entre a
Unica, a Associação Canadense de Combustíveis Renováveis, a Associação de Combustíveis Renováveis dos Estados Unidos e a Associação Européia do Combustível
Bioetanol e que foi encaminhada à ONU no início do mês. Cinco temas foram destacados: o primeiro é que os biocombustíveis não levam à fome e o segundo é que os
preços do petróleo subiram muito mais que os agrícolas nos últimos três anos. Na
carta eles também ressaltam os ganhos econômicos e sociais dos biocombustíveis,
assim como seu auxílio para mitigar os efeitos do aquecimento global.

José Goldemberg, presidente da Comissão Especial de Bionergia de São Paulo, homenageado pela
Revista Norte-Americana Time, como um dos “heróis do meio ambiente”. Goldemberg foi um dos autores do, hoje histórico, artigo publicado na Science, no qual destacava a importância da descoberta
brasileira: que era tanto possível como rentável
empregar uma fonte de energia limpa, derivada da
cana-de-açúcar.

Foto: Ag. Brasil

“Aquele artigo foi minha contribuição, ao apontar que a cana não era somente um produto, mas também um combustível – e não um combustível fóssil”.

“O Brasil não vai diminuir em nenhum milímetro a sua política de
biocombustíveis”.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que a recente
condição de potência petrolífera não levará o Brasil a abandonar seu programa
de biocombustíveis.
Revista Canavieiros - -Novembro de 2007
Revista Canavieiros Novembro de 2007

35
35

Foto: Marcelo Massensini

Foto: Organização das Nações Unidas, Nova York

Do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
"MANUAL DE TRIBUTOS DA
ATIVIDADE RURAL"
Pedro Einstein dos Santos Anceles

1) Ele “INTRINCOU” a situação na empresa.
...mas não intrincou com o Português!
Prezado amigo leitor, INTRINCAR ou INTRICAR possu- Renata Carone
Sborgia*
em duas grafias corretas.
INTRINCAR é verbo transitivo direto. Quer dizer “enredar, emaranhar, embaraçar, tornar obscuro, confundir, complicar”.
INTRICAR é forma variante.
2) O chefe chegou “JUNTAMENTE COM” a enfermeira ao hospital.
Chegaram juntos também com o Pleonasmo Vicioso!!!
Prezado amigo leitor, não se deve usar esse Pleonasmo. Evite-o
Use apenas COM ou JUNTO COM (escrita separada)
Ex.: O chefe chegou junto com a enfermeira...
ou
O chefe chegou com a enfermeira...
3) Qual a pronúncia correta: LÁTEX ou LATEX?
Essa palavra suscita muitas dúvidas quanto à pronúncia.
O correto é LÁTEX.
PARA VOCÊ PENSAR:
“Com a verdade fui solidário:
de instaurar a luz na terra.
Pablo Neruda

Quis ser tão comum como o pão:
A luta não me encontrou ausente.
Porém aqui estou com o que amei,
Com a alegria que perdi:
Junto a esta pedra não repouso.
Trabalha o mar em meu silêncio.”
Pablo Neruda
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA
em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed.
Madras) com Miriam M. Grisolia

36

Revista Canavieiros - Novembro de 2007

E

sta obra analisa, de forma inédita, os tributos
incidentes sobre a atividade rural exercida
pelas pessoas físicas e jurídicas domiciliadas no
Brasil e no exterior. Objetiva atender à necessidade
de um texto com conteúdo programático da disciplina no ensino superior e à prática profissional dos
militantes nessa área.
O livro aborda conceitos básicos atinentes à atividade rural, com ênfase nos contratos agrários típicos e atípicos e no Imposto de Renda (pessoas física e jurídica), como escrituração por meio eletrônico, apuração de resultado no Brasil e no exterior,
compensação de prejuízo fiscal e da base de cálculo
negativa da contribuição social sobre o
lucro,determinação do ganho de capital, formas de
apuração da base de cálculo do lucro real, presumido ou arbitrado, microempresa e empresa de pequeno porte rurais, além das contribuições Cofins, PIS/
Pasep, Previdenciária e Sindical Rural, ICMS, ITR
O livro serve como manual de consulta para pesquisadores da legislação tributária, advogados, contadores, economistas, engenheiros especialistas da
área jurídico-tributária. Leitura básica para as disciplinas: contabilidade rural, contabilidade tributária,
direito tributário e legislação tributária dos cursos
de ciências contábeis Direito, Administração, Agronomia e áreas congênitas, e complementar para cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado.
Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)39463300 - Ramal 2016
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  • 1. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Novembro de 2007
  • 3. Editorial MAIS UMA SAFRA DE AMENDOIM N a safra 2006/2007, a Copercana iniciou uma parceria com seus cooperados com o objetivo de conseguir amendoim de qualidade e na quantidade suficiente para atender os mercados interno e externo. O produto vem ganhando mercado no exterior e hoje é possível afirmar que cerca de 10% da produção mundial de óleo comestível é composta pelo óleo de amendoim, o quinto mais consumido com uma produção superior a quatro milhões de toneladas. As últimas safras de amendoim no Estado de São Paulo apresentaram aumento na produção e pouca variação na área plantada, o que indica incrementos na produtividade média alcançada. A reportagem de capa desta edição traz um panorama geral sobre o mercado de amendoim no Brasil e no mundo e o que os produtores brasileiros precisam fazer para ganhar espaço nesse mercado promissor. Um artigo escrito pelo Departamento Técnico da Uname (Unidade de Grãos da Copercana) traz informações gerais sobre a cultura do amendoim, desde as variedades para plantio até controle de pragas e doenças. Tudo que o produtor precisa saber para uma boa produção do grão. A entrevista deste mês traz o Deputado Federal pelo quinto mandato, Antonio Carlos de Mendes Thame. Identificado com questões de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, Thame defende uma ação imediata dos governos e a definição de ações para amenizar as conseqüências do aquecimento global. Segundo ele, não há mais tempo para identificar as causas ou culpados, a hora agora é de criar ações efetivas para solucionar os problemas. O último artigo da série trazida pelos pesquisadores do PENSA-USP fala sobre o cenário tecnológico-natural e seu impacto no setor canavieiro e o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, escreve um texto inti- tulado “O Brasil entre os bagaços”, onde fala sobre a importância do bagaço da cana-de-açúcar na produção de energia. Nas páginas da Copercana, o leitor pode se informar sobre a visita de uma comitiva de pesquisadores – alguns estrangeiros – ao sistema Copercana, Canaoeste e Cocred e sobre os preparativos para o Leilão Beneficente em prol das entidades de Sertãozinho. Nas notícias da Canaoeste: mais um ciclo de reuniões técnicas, o treinamento de multiplicadores organizado pelo departamento técnico da associação e o I Workshop Brasileiro Sobre Crises Ambientais no Agronegócio, que vai reunir diversas autoridades do setor, na cidade de Ribeirão Preto. As páginas da Cocred trazem as ações sociais organizadas pela cooperativa durante o mês (o Cocred em Ação Serrana e Morro Agudo e o evento organizado pela Viralcool em Viradouro) e o perfil da agência de Morro Agudo. Com a volta do “Antes da Porteira”, você conhece a criação de carneiro do cooperado Ademio Scavazzini Neto. Proprietário da Fazenda Dely, no município de Morro Agudo, Neto planta 148 alqueires de cana-de-açúcar e, há 5 anos, cria carneiros por hobby, para participação em exposições e férias. O destaque deste mês fica com o Cana Show 2007: um evento realizado pelo CTC onde foram lançadas mais seis variedades desenvolvidas pela instituição. O consultor da Canaoeste, Cléber Moraes, assina a primeira parte de um artigo que ensina com planejar a implantação de um canavial. Além disso, a Revista traz o artigo jurídico do Dr. Juliano Bortoloti e os prognósticos climáticos do Dr. Oswaldo Alonso. E mais: dicas de português, indicação de livros, agenda de eventos, repercutiu e classificados. Boa Leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros - -Novembro de 2007 Revista Canavieiros Novembro de 2007 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Amendoim: Tudo pronto para a safra 2007/2008 Boas perspectivas e aumento de produção animam produtores. Pag. Pag. 20 OUTRAS DESTA DESTA QUES CONSECANA Entrevista Pag. 13 Mendes Thame Deputado Federal, integrante da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Pag. Pag. 05 DESTAQUE Pag. 24 INFORMAÇÕES Pag. SETORIAIS 26 Ponto de vista Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Pag. 28 O Brasil entre os bagaços LEGISLAÇÃO Pag. Notícias Pag. 36 Pag. 37 REPERCUTIU Pag. CULTURA AGENDE-SE CLASSIFICADOS Pag. 38 16 Cocred - Cocred (mais uma vez) em ação - Conheça a agência de Morro Agudo Pag. Antes da Porteira Produtor de cana pratica Ovinocultura como hobby 4 4 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo FOTOS: Carla Rossini Marcelo Massensini COLABORAÇÃO: Marcelo Massensini COMERCIAL E PUBLICIDADE: Artur Teixeira: (16) 3946-3311 revistacanavieiros@copercana.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Artur Teixeira, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo Massensini, Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva, Talita Carilli. IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora Pag. 12 Canaoeste - Canaoeste realiza mais um ciclo de reuniões técnicas. - Projeto de educação continuada. Notícias 35 08 08 10 Copercana - Copercana recebe visitas internacionais. - Realização de Leilão Beneficente em prol de entidades de Sertãozinho. Notícias 30 Pag. Pag. Pag. ARTIGO TÉCNICO EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 32 Pag. Pag. TIRAGEM: 7.500 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311
  • 5. Entrevista Mendes Thame Deputado Federal, integrante da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Aquecimento global: não há mais tempo para identificar culpados Cristiane Barão Perfil: Antonio Carlos de Mendes Thame, está em seu quinto mandato de deputado federal. Engenheiro agrônomo, advogado e professor, foi prefeito de Piracicaba 1993 a 1996 e secretário de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras do Estado de São Paulo, nos governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin. Foi também assessor da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, consultor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o primeiro presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Na Câmara, integra, entre outras, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a Subcomissão Permanente Destinada a Tratar de Questões Atinentes às Mudanças Climáticas, a Subcomissão Especial para Tratar da Agroenergia e Meio Ambiente e a Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. D eputado federal pelo quinto mandato e identificado com as questões do desenvolvimento sustentável, Antonio Carlos de Mendes Thame defende uma ação imediata dos governos e a definição de ações para amenizar as conseqüências do aquecimento global. Segundo ele, não há mais tempo para identificar os atores ou grupos sociais responsáveis pelo aquecimento global. "O tempo que resta é para estabelecer ações e combinar as responsabilidades comuns e acompanhar os resultados." Em relação aos biocombustíveis, Thame alerta que o Brasil pode perder a liderança na produção de combustíveis limpos, "se não houver uma ação de governo bem coordenada." Para ele, o Programa Nacional de Biodiesel não foi concedido como um programa energético estratégico e é, por hora, um fracasso porque não irá cumprir nem a meta prevista para janeiro, de mistura de 2% de biodiesel ao diesel mineral. O governo Lula tem dado a devida atenção ao agronegócio? "Sempre que vê um microfone e câmeras de televisão", responde o deputado do PSDB. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros por e-mail. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 5
  • 6. Entrevista Revista Canavieiros: O senhor acompanhar os resultados. O setor volvimento e de capacidade de estatem feito uma série de palestras produtivo sabe que será penalizado belecer prioridades de médio-longo abordando o aquecimento global. pela brutal alteração sócio-econômi- prazo, e na educação básica do povo Como deve ser a atuação dos go- ca que afetará todos no planeta. brasileiro. Há que se ter escolas boas vernos no sentido de amenizar os e atrativos para que elas tornem-se efeitos e também as causas desse Revista Canavieiros: De que for- melhores para capacitar as novas fenômeno climático? ma os produtores podem contribuir gerações para um mundo de desafiAntonio Carlos de Mendes Tha- para reduzir as conseqüências e os e de alterações sem precedentes me: Imediata, com ações planejadas causas do aquecimento global? na perspectivas das nossas últimas para o curto, médio e longo prazos. Mendes Thame: Já se introduz a gerações. O governo deve informar a socieda- variável da sustentabilidade no emde da urgência das medidas neces- preendimento econômico nas análiRevista Canavieiros: O senhor é sárias e promover a realização do in- ses de custo e investimentos. Até autor do projeto que institui a Poventário das emissões, suas caracte- como atitude de defesa antecipada, lítica Nacional de Mudanças Clirísticas e quantitativos e origens den- face o risco de restrições externas nos máticas. Em linhas gerais, o que o tro do território nacional e a identifi- mercados de exportação para o agro- projeto prevê e como está o trâmicação do mapa das vulnerabilidades negócio brasileiro. Os produtores sa- te na Câmara? territoriais, geográficas e Mendes Thame: Propusócio-econômicas face "O que se deve ter agora são ações de semos um instrumento legal aos eventos extremos que para que seja implementada, política pública para suprir possam vir a ocorrer. desde logo, uma política naDeve acompanhar as deficiências e estas deficiências estão cional de enfrentamento das conseqüências derivavulnerabilidades a que estano baixo nível de investimento da das do descongelamento mos expostos. Quisemos das calotas polares, do nos antecipar à paralisia e economia doméstica, na falta de aumento das precipitado Executivo. investimentos em P&D e de capacidade hesitaçõesdedicado relator, ções e da mudança dos Temos um regimes das chuvas, das de estabelecer prioridades de médio- o deputado Luiz Carreira, secas prolongadas e das sobre o longo prazo, e na educação básica do que estáe debruçado sensibiperdas de atividades projeto tem tido a povo brasileiro." econômicas nas regiões lidade de um homem de vilitorâneas. Deve abrir a são, comprometido com o discussão pública e política para es- bem das responsabilidades que re- futuro da Humanidade. Achamos que tabelecer critérios para distribuir cairão sobre eles na economia glo- a Câmara dos Deputados irá aprovar ônus e responsabilidades entre to- balizada. O que se deve ter agora são nosso projeto de lei em tempo recordos os agentes envolvidos e as co- ações de política pública para suprir de, mas é preciso que a sociedade munidades e populações. deficiências e estas deficiências es- repercuta o fato, para encurtar os tão no baixo nível de investimento tempos de tramitação legislativa e Revista Canavieiros: O setor da economia doméstica, na falta de emprestar-lhe a urgência dos tempos produtivo reclama que é visto pela investimentos em Pesquisa e Desen- que não esperam. sociedade como o grande vilão nessa questão do aquecimento. Falase em desmatamento para fins da agricultura, que o rebanho brasileiro é um grande poluidor...Qual a real contribuição do campo e das cidades nas emissões dos gases que causam a poluição? Mendes Thame: Não há mais tempo para apenas identificar ou incriminar um ator ou grupo social como sendo responsável exclusivo pelo que estamos passando e pelo que virá. O tempo que ainda temos é para estabelecer ações e combinar as responsabilidades comuns e 6 Revista Canavieiros - Novembro de 2007
  • 7. Entrevista Revista Canavieiros: O Brasil Revista Canavieiros: Como o se- tor sucroalcooleiro, marcado tamestá passos à frente na produção nhor avalia o Programa Nacional bém pela entrada de grandes grude biocombustíveis. Ao mesmo tem- de Biodiesel? A produção de biodi- pos estrangeiros? po, é o quarto maior poluidor do esel pode tomar impulso na região Mendes Thame: Os pequenos planeta. Como o senhor analisa de Ribeirão Preto, por exemplo? e médios produtores, em todos os esse descompasso? Mendes Thame: Infelizmente o países, precisam receber atenção Mendes Thame: Os Estados Uni- Programa Nacional de Biodiesel não especial dos órgãos governamendos já são o maior produtor de bio- foi concedido como um programa tais, notadamente os que fornecem combustíveis, à base de etanol do mi- energético estratégico. Foi criado para setores oligopolizados, intenlho. Nossa vantagem, no entanto, re- para criar alternativas à agricultura sivos em capital. Há espaço para os side em sermos por ora os mais pro- familiar, em regiões empobrecidas pequenos e médios produtos de dutivos, com o etanol obtido da cana- brasileiras, como o Nordeste, Norte cana-de-açúcar, se houver medidas de-açúcar. Mas, já fomos antes os e Semi-árido. O problema, mais uma que protejam o capital técnico e únicos produtores da hevea brasili- vez, é do fato de o discurso político imobilizado de que dispõem. Caso ensis e perdemos para a Malásia a não ser acompanhado de estratégias contrário, a competição desigual irá primazia de produção da prejudicá-los significatiborracha. O mesmo ocor- "Há espaço para os pequenos e médios vamente. reu com o café. Corremos produtos de cana-de-açúcar, se houver o risco de perder a posiRevista Canavieiros: A ção de líderes em combus- medidas que protejam o capital técnico atuação do governo bratíveis limpos, se não housileiro no estímulo à proe imobilizado de que dispõem. Caso dução, abertura de mercaver uma ação de governo bem coordenada. contrário, a competição desigual irá do e uso do biocombustíveis é apropriada? prejudicá-los significativamente." Revista Canavieiros: Mendes Thame: A meO governo de São Paulo lhor proposta para estimuquer eliminar a queima da cana. O administrativas eficazes. Os cultivos lar a produção, e o uso dos biocomsenhor acha isso possível e o que energéticos dependem de conheci- bustíveis ainda está para ser posta fazer com os cortadores de cana? mentos científicos, tecnologia e ex- em prática e veio de quem já não Mendes Thame: O governo de tensão técnica rural, logística, ges- está no governo, o ex-ministro RoSão Paulo pretende antecipar a elimi- tão e financiamento. A região de Ri- berto Rodrigues, que propôs uma nação da queima da palha da cana, beirão Preto está inserida no Brasil agência governamental supra-miaté porque a co-geração de energia empreendedor, tem sido beneficiado nisterial exclusiva para tratar da elétrica nas unidades Sucroalcoolei- por um ritmo de crescimento econô- agroenergia. Não dá para ficar faras é uma realidade que apresenta po- mico notável, por razões que não se zendo política miúda com o futuro tencial para acrescentar 3.850 MWat- confundem com o atual Programa de nossa nação. Ou concentramos ts/ano ao sistema de geração de ele- Nacional de Biodiesel, na forma nossos esforços e recursos escastricidade do país, o que representa o como foi concebido. Aliás, pode-se sos para direcioná-los a metas e pritriplo da capacidade estimada dizer que o programa por hora ainda oridades, com responsabilidade, ou de Angra III. Os cortadores de cana é um fracasso, porque não irá cum- perdermos outra vez uma oportuniprecisam de políticas sociais de qua- prir nem ao menos a meta de 2% de dade que passa velozmente à noslificação profissional, de inserção biodiesel, para serem misturados ao sa porta. econômica em suas regiões de origem, diesel mineral, a partir de 1º de janeirincões empobrecidos do Nordeste ro de 2008. Revista Canavieiros: O governo brasileiro, que poderão ser revigoraLula tem dado a devida atenção ao dos se houver uma política energétiRevista Canavieiros: O senhor agronegócio nacional? ca valorizando alternativas como as acha que os pequenos e médios proMendes Thame: Sempre que fontes eólicas e de conversão de ener- dutores de cana terão espaço nes- vê um microfone e câmeras de tegia solar, abundantes naquela região. se processo de crescimento do se- levisão. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 7
  • 8. Ponto de Vista O cenário tecnológiconatural e seu impacto no setor canavieiro: Uma agenda de trabalho Marcos Fava Neves e Marco Antonio Conejero * D e maneira geral, no contexto internacional, a situação é de crescentes preocupações e investimentos dos países no desenvolvimento tecnológico para geração de inovações. No entanto, independentemente de onde, a inovação tem que ocorrer, principalmente para aumento da eficiência na produção de alimentos, fibras e bioenergia, com um menor uso de recursos naturais não renováveis. A ocorrência de fenômenos ambientais está aí para mostrar o caminho: pragas, desmatamento, aquecimento global, desastres climáticos, escassez de água, dentre outros. Nesse passo, a modificação genética é um processo irreversível e ampliado para diversas outras culturas. No sentido de que é preciso desenvolver novas variedades de cana, resistentes a pragas e adaptadas a regiões mais áridas, o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) lançou em 2007 quatro novas variedades adaptadas às condições de plantio no Centro-Oeste brasileiro. Os investimentos nas pesquisas somaram de US$ 12 milhões a US$ 15 milhões. O CTC é um exemplo de organização modelo, a ser estudada por todos os sistemas agroindustriais.1 Ao focar o contexto energético, a ótica permanece. O mundo precisa mudar o seu padrão de desenvolvimento baseado em fontes fósseis. Por tudo isso é que precisamos começar a buscar a chamada “ecoeficiência”. Seja através da valorização das tecnologias limpas, uso racional de recursos, adaptação institucional, valorização de subprodutos, minimização de impactos ambientais e uso de materiais biodegradáveis para embalagens. 8 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Isso não quer dizer que devemos deixar de aliar as duas coisas: eficiência energética e energia renovável. O caminho é justamente esse, ou seja, tecnologia que desliga o motor do carro quando o trânsito está parado (carro Prius da Toyota); carros híbridos (bateria de eletricidade junto com combustão de combustíveis); células de Foto divulgação CTC combustível movido a hidrogênio (que pode vir da água); biPor fim, de nada adianta pensarmos obutanol (hidrólise de qualquer fon- sobre grandes, eficientes e potentes tecte de celulose); extração do álcool nologias, se não resolvemos problemas residual do bagaço e aproveitamen- básicos da nossa economia. Por onde to de pontas e palha da cana. Por podem caminhar modernos caminhões, essa razão, o governo dos EUA pre- com computador de bordo, monitoramenvê a aplicação de US$ 1,6 bilhão nos to por satélite, direção elétrica, ar condicipróximos dez anos para estimular a onado se temos uma frágil infra-estrutura pesquisa e o desenvolvimento de bi- de transportes? Apenas 10% das estraocombustíveis como o etanol. das do país são pavimentadas, isso sem falar da negligência nas ferrovias. PrecisaMas, da nossa parte, temos que to- mos adotar soluções simples para problemar cuidado para não oferecer ao mer- mas complexos. E o caminho está na teccado um produto com rótulo “verde”, nologia e na relação custo-benefício. o biocombustível, que não é produzido 1 de maneira sustentável, como ocorre em Recomendamos a visita do site algumas formas de produção nos EUA http://www.ctc.com.br e na Europa, onde a produção de bioMarcos Fava Neves é engenheiro agrônocombustíveis conta com o uso de carmo pela Esalq/USP, mestre e doutor em vão, óleo combustível ou gás natural Administração de Empresas pela FEApara co-gerar energia. USP. Pós-graduado em Agribusiness & Em termos de balanço energético, o álcool combustível tem uma relação positiva entre a energia consumida no processo produtivo e energia disponibilizada. A relação de energias para o etanol de milho (EUA) é de 1,4; para o etanol de trigo, 1,2; para o etanol de beterraba, 1,9 (Europa); e, para o etanol de cana, 8,3 (Brasil). Marketing Europeu na França e em canais de distribuição na Holanda. É coordenador do PENSA/USP (Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial). Marco Antonio Conejero é mestre em Administração de Organizações pela FEARP/ USP; Economista formado pela FEA/USP em São Paulo. É pesquisador do PENSA/USP (Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial).
  • 9. Ponto de Vista O Brasil entre os bagaços Manoel Carlos de Azevedo Ortolan* O termo bagaço, em seu senti do próprio, refere-se a algo de onde já foram subtraídos todos os benefícios. Seria a sobra, algo próximo do latão do lixo ou, então, no sentido figurado, quando alguém ou algo está sem forças nem condições para qualquer reação. Assim, utilizando as várias conotações do termo, o planejamento estratégico para o setor energético brasileiro para os próximos anos, está, no sentido figurado, um bagaço, enquanto a solução se encontra, no sentido próprio, no bagaço da cana. Vejamos. Depois do “apagão” de 2001, que custou caro ao consumidor, a luz amarela acendeu em relação à oferta e demanda de energia no Brasil. De lá para cá, a questão energética se transformou num dos mais preocupantes gargalos para o crescimento da economia brasileira. O Brasil cresce muito menos do que seus vizinhos na América Latina e bem abaixo da média mundial. Nos dois últimos anos, só superamos o Haiti, país em plena guerra civil. Não chegamos a 3%, enquanto o mundo passou dos 5% de crescimento. É pouco? Sim. Mas se a economia brasileira crescer além dos 4%, setores estratégicos podem entrar em colapso. Um sinal já foi dado com o racionamento de gás no Rio de Janeiro e em São Paulo na semana passada. A Petrobras alegou motivos contratuais e só retomou o fornecimento a mando da Justiça. Agora, sem gás suficiente para tocar as térmicas, as indústrias e abastecer os carros, o governo busca remendos mais oneroso: irá investir US$ 40 mi- lhões na Bolívia, país que retomou as refinarias da Petrobras, e poderá substituir o gás por óleo nas térmicas, processo mais sujo e caro. O fato é que não há qualquer planejamento a médio e longo prazos. Os governos preocupam-se apenas com o andar da carruagem durante seus mandatos. Fora disso, o problema é do governo que estará de plantão. A oferta de energia pouco foi ampliada nos últimos anos e os projetos de hidrelétricas não saem do papel. As no Rio Madeira sequer começaram a ser construídas e não se vê esforço algum para buscar alternativas. Uma delas, disponível e viável, é a co-geração a partir do bagaço e da palha da cana. As usinas de açúcar e álcool são autônomas e fornecem energia excedente para a rede de distribuição. Antes de 2001, o potencial de fornecimento para a rede elétrica era de 120 megawatts (MW). Atualmen- te, a potência instala e contratada para exportação para rede atinge 1.650 MW. Isso representa 2% das necessidades do país. Estima-se que, se o Brasil utilizasse 50% da biomassa disponível na cana, seria possível fornecer 8% das necessidades do país até 2012, o equivalente ao que será gerado pelas usinas no Rio Madeira. São dados da Unica, que representa as usinas. Além do baixo impacto ambiental e de se tratar de uma energia 100% renovável, há outras vantagens na co-geração a partir da biomassa. O bagaço e a palha da cana são hoje em parte descartados pelas usinas e neles estima-se que estejam armazenados 2/3 do potencial energético da cana. É energia que se perde enquanto não se torna economicamente viável a produção de etanol a partir da celulose e enquanto não se investe na ampliação da participação da bioeletricidade na matriz energética brasileira. Solução para a crise energética tem. É que não faz parte da cultura dos governos planejar e investir na infra-estrutura do país. Predomina ainda a lógica imediatista, de apagar incêndios. E enquanto não houver mudança de mentalidade, continuaremos no bagaço, no pior sentido da expressão. *presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) Revista Canavieiros - Novembro de 2007 9
  • 10. Notícias Copercana Copercana recebe visitas internacionais Marcelo Massensini Grupo de 40 estudiosos conheceu as instalações do sistema e assistiu a palestras sobre atualidades em cana-de-açúcar N o dia 26 de outubro, uma comitiva com 40 pesquisadores - dez deles estrangeiros - participou de uma visita ao Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Os visitantes, todos estudiosos especializados em agronegócios, assistiram a uma palestra ministrada pelo consultor da Canaoeste, Cléber Moraes e depois conheceram as instalações da Unidade de Grãos da Copercana (Uname). A visita fez parte do encerramento do IPC (International PENSA Conference, ou Conferência Internacional do Pensa - Centro de Conhecimento em Agronegócio da Universidade de São Paulo). O evento, apoiado pelo sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, aconteceu entre os dias 24 e 26 de outubro, em Ribeirão Preto, e reuniu representantes de 60 universidades do Brasil e 20 internacionais. Ao final da Conferência, na tarde do dia 26, alguns dos participantes estiveram na cidade de Sertãozinho onde conheceram as instalações do sistema e usinas da cidade. Após serem recepcionados pelo diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, os pesquisadores assistiram a um vídeo institucional das empresas, seguido da palestra do consultor da A comitiva conheceu o trabalho realizado na Unidade de Grãos. 10 10 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Grupo assiste à palestra do consultor, Cléber Moraes. Canaoeste, que falou, principalmente, sobre a disponibilidade de área agricultável no Brasil. Moraes apresentou dados sobre pecuária: área total de pastagens no país e taxa de lotação, mostrando que avanços tecnológicos como a utilização de calcário e fertilizantes em pastagem, disponibilizariam 100 milhões de hectares sem reduzir a produção de carne. Estes, somados a mais 106 milhões de hectares de área agricultável não explorada no Brasil, permitiriam triplicar a produção de todas as culturas existentes no país, inclusive a cana-de-açúcar, sem utilizar ou desmatar áreas de preservação como a Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Pantanal e todos os parques e reservas nacionais. Ele falou ainda sobre o potencial do estado de Mato Grosso do Sul, estimativas da de- manda álcool, vendas de veículos flex e crescimento do setor sucroalcooleiro. Depois da palestra, a comitiva se dirigiu a Uname onde conheceram todo o processo realizado na filial, desde o descarregamento até armazenagem. Carlos Biagi, chefe de comercialização de implementos e calcário, Regina Del Grande, supervisora do processo de secagem e José Ângelo Fábio, encarregado do pátio, acompanharam os visitantes e mostraram cada detalhe no manuseio, secagem e análise do amendoim que passa pela Unidade. Para o diretor Pedro Esrael Bighetti, visitas como esta mostram a importância das cooperativas na cadeia produtiva da cana-de-açúcar. "É essencial que todos, principalmente os estrangeiros, saibam da importância que o pequeno produtor tem no processo produtivo da cana, açúcar e álcool", explica o diretor. Os visitantes vieram de diversos estados brasileiros e de outros países como: Índia, África do Sul, Holanda, Espanha, Estados Unidos, Argentina, Austrália, Colômbia, França, Tunísia e Alemanha.
  • 11. Notícias Copercana Copercana realiza Leilão Beneficente em prol de entidades de Sertãozinho Há três anos o sistema vem realizando o Leilão com sucesso Carla Rossini E stá tudo pronto para o Leilão Beneficente de Sertãozinho que há três anos vem sendo realizado pelo sistema Copercana, Canaoeste e Cocred em conjunto com Irmãos Toniello e Fundação Vidalina Flóridi. Neste ano, o encontro está marcado para o dia 24 de novembro, no Clube de Campo Vale do Sol. As prendas já começaram a ser arrecadadas e os organizadores estão animados com o empenho dos cooperados e colaboradores que todos os anos participam do leilão através da doação de prendas ou arrematando no dia do evento. "Graças a Deus nós estamos conseguindo realizar com bastante sucesso o Leilão de prendas de Sertãozinho e isso é muito importante para as entidades assistenciais da nossa cidade", disse Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred. No ano passado, mais de 350 pessoas participaram do evento que arrecadou R$ 500 mil. Neste ano, os or- Equipe organizadora do Leilão 2006 ganizadores esperam arrecadar a mesma quantia. Os interessados em fazer doações devem entrar em contato com Mônica ou Paula através do telefone (16) 3946 3300 Ramal 2005. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Revista Canavieiros - Outubro 11
  • 12. Notícias Canaoeste Canaoeste realiza mais um ciclo de reuniões técnicas Marcelo Massensini Pela terceira vez em 2007, os associados puderam discutir os principais e mais atuais assuntos do setor A Canaoeste sempre em busca de canais para se comunicar melhor com seus associados, passando novas informações e orientando sobre os principais e mais atuais assuntos relacionados ao setor sucroalcooleiro. Um desses canais são as Reuniões Técnicas, que periodicamente visita as cidades atendidas pela associação, apresentando palestras para os associados. Entre os dias 17 de outubro e 13 de novembro a Canaoeste realizou o terceiro ciclo de Reuniões Técnicas de 2007, com novos assuntos e palestrantes convidados com o apoio da Basf: os consultores Dr. Wilson Novareti e Dr. Newton Macedo. Esse novo ciclo também foi patrocinado pela Syngenta e Milenia e reuniu mais de 800 produtores associados. O consultor da Canaoeste, Cléber Moraes e o auxiliar de controle, Almir Torcato apresentaram uma nova ferramenta disponível aos associados Canaoeste, criada pelo departamento de planejamento e controle, que possibilita a verificação, controle e acompanhamento on-line da qualidade da cana entregue pelos fornecedores à Usina. Na palestra, eles apresentavam o funcionamento do sistema, formas de acesso, dados disponíveis e exemplos de relatórios. Palestra em Viradouro com o consultor Newton Macedo 12 12 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Reunião de Severínia: Oswaldo Alonso (Canaoeste), Sérgio Seto (Basf), Marcos Pavan (Basf), Gustavo Nogueira (Canaoeste), José Renato Paro (Fornecedor) e Wilson Novaretti (Consultor e palestrante). Moraes e o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, também falaram sobre o acompanhamento de safra. Em suas palestras eles fizeram um comparativo da qualidade de matéria prima entre a safra atual e a passada, mostrando as diferenças existentes entre cada safra, no que diz respeito a qualidade. Alonso falou ainda sobre os prognósticos climáticos para cada região. O gerente do Departamento Técnico, Gustavo Nogueira ministrou palestras sobre o "Monitoramento e Controle de Pragas da Cana-de-Açúcar". Nogueira discorreu sobre as pragas que ocorrem nas lavouras canavieiras e que apresentam importância em função dos danos que causam a planta. "O Monitoramento e Controle de Pragas visa avaliar os danos e as populações de pragas, definir as áreas para realizar o controle químico e com isso racionalizar o uso de inseticidas", explicou. Nas filiais de Severínia, Viradouro e Pitangueiras, o assunto "Monitoramento e Controle de Pragas da Canade-Açúcar" foi apresentado pelos consultores Wilson Novaretti, Newton Macedo e Nilton Degaspari, respectivamente. Todos trazidos pela Basf. Como de costume, as empresas patrocinadoras encerraram cada reunião trazendo as novidades de cada uma para o setor sucroalcooleiro. Segundo o Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira, as Reuniões Técnicas são de suma importância para a comunicação entre a associação e os associados: "através delas os fornecedores têm acesso a informações importantes sobre toda a cadeia produtiva da canade-açúcar", termina. Associados durante Reunião em Bebedouro
  • 13. Notícias Canaoeste Projeto de Educação Continuada Canaoeste treinamento dos multiplicadores Gustavo Nogueira - gerente do departamento técnico da Canaoeste A atividade agrícola da cana exige busca constante de aumento de competitividade para qual são necessárias ações corretas, reduzindo os custos do sistema produtivo, sem perder de vista a importância da qualidade da matéria prima. O primeiro passo é o conhecimento das tecnologias disponíveis que levem ao objetivo esperado, ou seja, gerenciamento das prioridades na implantação de técnicas mais adequadas, dentro das condições particulares de cada fornecedor. Diante deste contexto, é possível escolher e administrar o melhor sistema produtivo de cana. Para tanto a Canaoeste, pretende treinar Multiplicadores que através de ações especificas dispõe das mais adequadas e modernas técnicas de produção, através de um Sistema de Educação Continuada, fortalecendo a participação do corpo técnico em ações multi e interdisciplinares e interinstitucionais, que envolvam CTC, UFSCAR, IAC, ORPLANA, ABAG, ESALQ, UNESP, etc, e a articulação entre o conhecimento e informação disponível nestas instituições. Os treinamentos serão desenvolvidos através de uma grade de aulas-palestras que incluirão apresentações teóricas e de campo. Pretende-se com este treinamento, além de dar o embasamento teórico necessário ao desenvolvimento das atividades agrícolas, capacitá-los a desempenhar e ensinar a realizar as coletas de amostras, demonstrações de campo, elaboração e apresentação de palestras, condução de avaliações de produtos, etc de forma a disseminar o conhecimento adquirido. Consecana Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo Equipe técnica da Canaoeste durante treinamento na Fazenda Santa Rita Com esses objetivos, no dia 22 de outubro, foi iniciado o Programa de Educação Continuada, através de treinamento realizado na Fazenda Santa Rita em Terra Roxa, cujo tema foi, Tecnologia de Aplicação de Defensivos, ministrado pelo Dr. Hamilton Humberto Ramos, pesquisador cientifico do IAC, patrocinado pela Basf, onde o corpo técnico da Canaoeste pode ampliar seus conhecimentos e estarem cada vez mais aptos a atender às necessidades de seus associados. CIRCULAR Nº 09/07 DATA: 31 de outubro de 2007 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de OUTUBRO de 2007. O preço médio acumulado do kg de ATR para o mês de OUTUBRO é de R$ 0,2420. Os preços de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses deABRIL a OUTUBRO e acumulados até OUTUBRO, são apresentados ao lado. Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinados à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a OUTUBRO e acumulados até OUTUBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os apresentados acima. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 13
  • 14. Notícias Canaoeste Evento discute Crises Ambientais no Agronegócio Workshop será realizado nos dias 22 e 23 e reunirá especialistas no Centro de Convenções Ribeirão Preto Cristiane Barão A Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) realizará nos dias 22 e 23 de novembro o I Workshop sobre Crises Ambientais no Agronegócio. O evento é voltado aos fornecedores de cana e produtores rurais e será realizado no Centro de Convenções de Ribeirão Preto. Serão cinco palestras no primeiro dia e outras duas no segundo, além de um painel, que encerrará o evento. A abertura do evento será às 8h30, com a participação de autoridades e lideranças do setor, e a primeira palestra, às 9h00, será proferida pelo advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, do escritório Pinheiro Pedro Advogados, que abordará "Código Florestal: situação atual e desafios". Às 10h30, o consultor ambiental Luiz Carlos Silva de Moraes falará sobre "Reserva Legal e APP: influência dos aspectos funcionais no regime jurídico". Às 14 horas, a pauta será a questão da "Reserva Florestal Legal" e às 15h30, "Propriedade e Reserva Legal: função social e licenciamento ambiental" será o tema da apresentação da advogada Simone Nogueira, também do escritó- rio Pinheiro Pedro Advogados. Às 16h45 o professor Luiz Antonio Titton, da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), abordará "Impactos Sócio-Econômicos da Reserva Legal". No segundo e último dia do evento, haverá as palestras sobre "Soberania Ambiental: desenvolvimento econômico x interesses internacionais", com o consultor independente e editor do site Alerta em Rede, Nilder Costa, às 8h30, e às 10h15, José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia, falará sobre "Compensação Ambiental em Bacias e Microbacias Hidrográficas: imposições e inviabilidades". Às 14 horas, será realizado o painel "Propostas de Reestruturação do Código Florestal", com a participação do advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, do juiz de Direito aposentado José Maria da Costa, da diretora-executiva da Abag-Ribeirão Preto, Mônika Bergamaschi, do professor Nivar Gobbi, do Centro de Estudos Ambientais da Unesp, e do deputado federal Duarte Nogueira, da Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural da Câmara. O moderador do painel será o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti. De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, a legislação ambiental gera muitas dúvi- 14 14 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 das entre os produtores e o objetivo do evento é permitir a discussão sobre o assunto e sobre os projetos que envolvem a produção no campo e que estão em discussão no Congresso Nacional. Segundo ele, a Canaoeste foi pioneira na realização de ciclos de palestras sobre a questão ambiental por conta da importância e o interesse dos produtores. Para participar do evento, as inscrições custam R$ 50,00 e podem ser feitas através dos telefones (16) 3623 5307 ou (16) 3946 3313. SERVIÇO: Evento: I Workshop Brasileiro Sobre Crises Ambientais no Agronegócio Local: Centro de Convenções Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 999 Dias: 22 e 23 de novembro Inscrições: R$ 50,00 Informações: (16) 3946 3313 Informações imprensa: (16) 3946 3311 Ramal 2190
  • 15. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 15
  • 16. Notícias Cocred Cocred (mais uma vez) em ação Marcelo Massensini A Cocred realizou mais dois "Cocred em Ação" em cidades da região. No dia 21 de outubro 1.500 pessoas lotaram o Clube Recreativo de Serrana e no dia 4 de novembro foi a vez de Morro Agudo reunir 2.500 pessoas no Centro de Lazer Municipal. O Cocred em Ação é promovido pela Cocred em parceria com empresários em prol de entidades assistenciais de diversas cidades da região. A cooperativa arca com toda a estrutura e divulgação do evento, além de doar os prêmios principais a serem sorteados. As empresas parceiras doam brindes para os pequenos sorteios e as entidades beneficiadas ficam responsáveis pela venda dos vales-cartelas e a comercialização de comida e bebida durante o evento. Todo o dinheiro arrecadado com a venda dos ingressos e alimentos é dividido, por igual, entre as entidades. Na cidade de Serrana, o evento contou com o apoio das empresas Posto Rosa, Carvão Brasão, 4T, Madeireira Morais, Motosport, Escola Época, Transaraujo, Loja Alvorada e FF Caminhões que doaram brindes para os sorteios secundários. A moto, doada pela Cocred, saiu para duas ganhadoras que dividiram o prêmio: Eunice Marchetti e Liliana Fabris Busato. As quatro entidades beneficiadas dividiram o faturamento de R$ 20 mil reais: APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Lar Santo Antônio, Associação da Criança Abrigada de Serrana e Associação Casa dos Velhinhos de Serrana. Segundo a gerente da agência de Serrana, Daniela S. Bianchi, o Cocred em Ação foi um evento muito importante para a cidade, pois envolveu cooperados, funcionários e toda a população em torno de um único objetivo: ajudar as entidades beneficentes de Serrana. "Agradeço a todos que participaram e colaboraram direta e indiretamente para 16 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Cada entidade participante do Cocred em Ação de Serrana recebeu R$ 5 mil. 2,5 mil pessoas lotaram o Centro de Lazer Municipal de Morro Agudo. que o evento se tornasse uma realidade. Além disso, a população pôde conhecer melhor a Cocred e ver que ela se preocupa em fazer a sua parte", diz. Em Morro Agudo, seis entidades foram beneficiadas: Apae, Apima (Associação de Proteção a Infância de Morro Agudo), Lar Feliz, Nucleal, Sama (Sociedade Amigos de Morro Agudo) e União Espírita Allan Kardec. A arrecadação total foi de R$ 42 mil reais, valor divi- dido entre as entidades. A ganhadora da moto foi Josefina das Graças Contart. Na cidade de Viradouro a Cocred participou do evento realizado anualmente pela empresa Viralcool doando uma TV de Plasma de 42" em prol de entidades da cidade: Casa da Criança, APAE e Asilo de Viradouro. A ação social aconteceu no dia 28 de Outubro de 2007 onde foi arrecadado aproximadamente R$ 160 mil reais.
  • 17. Notícias Cocred Diretores da Copercana e da Copercitrus participaram do evento em Viradouro. A ganhadora da moto, Josefina das Graças Contart, recebe a moto do Gerente da agência de Morro Agudo Daniel Carvalho, o prefeito municipal Gilberto Cesar Barbeti, o diretor da Copercana Gaspar Carmanhan da Silveira e o Superintendente da Cocred, Márcio Meloni O diretor da Cocred Francisco César Urenha, uma das ganhadoras da moto Eunice Marchetti, Daniela Siqueira (Gerente da agência de Serrana), a outra ganhadora Liliana Fabris Busato e o Superintendente da Cocred, Márcio Meloni. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 17
  • 18. Notícias Cocred Cocred: a segunda casa do produtor rural de Morro Agudo Funcionando há quatro anos, a filial já fez mais de 500 cooperados satisfeitos Marcelo Massensini A agência Cocred na cidade de Morro Agudo funciona desde 2003 e já acumula mais de 500 cooperados que, sempre satisfeitos, visitam com freqüência a filial e já se tornaram amigos dos funcionários, que não medem esforços para atender a todas as necessidades de seus cooperados. Entre eles está Bernardete Volpon. Ela e o marido fazem parte da Cocred desde 2002 e, segundo ela, toda a família prefere a cooperativa. "Meu pai e meu irmão também são cooperados aqui. Todos adoram a Cocred", conta. Ela explica que o principal atrativo para ela é o atendimento, mas que os produtos e serviços da cooperativa são, sem dúvidas, melhores do que os dos bancos convencionais. "Nós usamos principalmente as linhas de crédito para adubo. Esse ano mesmo nós fizemos um financiamento e foi muito fácil. Não teve burocracia, foi muito bom.", elogia Bernardete. Ela ainda cita as baixas taxas de juros para o cheque especial e das taxas de manutenção que são aplicadas na Cocred. Além disso, "dependendo da nossa movimentação anual, temos as sobras que são repartidas entre os cooperados", completa. O diretor da Copercana e cooperado da Cocred, Gaspar Carmanhan da Silveira, se tornou cooperado em 1999 e utiliza a Cocred para praticamente todas as suas movimentações financeiras. "Eu uso a Cocred tanto na parte de crédito como em aplicações e vejo que nós temos muitas vantagens que os bancos convencionais não têm", explica. Para ele, uma das grandes vantagens é o repasse do volume de negócios e de movimentação. "Fora isso, a Cocred tem toda a linha de crédito para o produtor rural: nós podemos financiar adubos, calcário, herbicidas e inseticidas. Tudo com formas de pagamento exclusivas para os cooperados". Agência da Cocred em Morro Agudo A coordenadora da agência, Aline Souza e Gaspar Carmanhan da Silveira: “A Cocred tem toda a linha de crédito para o produtor rural” A COCRED A Cocred – Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho – é a única cooperativa de crédito rural do Brasil que possui o certificado de qualidade ISO 9001. O certificado é o reconhecimento da qualidade e segurança dos produtos e serviços oferecidos pela Cocred. Graças a essa segurança e confiabilidade, o número de cooperados cresce a cada ano: apenas em 2006 foram mais de 1.300 novas adesões, movimentando cerca de R$ 322 milhões. Criada em 1969, a Cocred possui hoje, mais de sete mil cooperados. Bernardete se sente em casa na agência da Cocred 18 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 A cooperativa disponibiliza empréstimos e financiamentos com juros baixos e isenção de taxas, aplicações financeiras exclusivas para produtores rurais, cartões de crédito, poupança, seguros e todos os serviços oferecidos pelos outros bancos. Além disso, investindo em um banco cooperativo, você ajuda no desenvolvimento de sua cidade e região, já que o dinheiro investido é transformado em crédito para produtores rurais e o cooperado ainda participa da divisão das sobras anuais.
  • 19. Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - Setembro/2007 Valores em Reais Revista Canavieiros - Novembro de 2007 19
  • 20. Reportagem de Capa AMEND AMEND TUDO PRONTO PARA A TUDO PRONTO PARA A Boas perspectivas e aumento de p Carla Rossini N ão é por acaso que a Copercana vem investindo na produção e beneficiamento do amendoim. Na safra 2006/2007, a cooperativa iniciou um projeto de parceria com os produtores com o objetivo de conseguir o grão com qualidade a quantidade suficiente para atender os compradores. O produto vem ganhando mercado no exterior e hoje é possível afirmar que cerca de 10% da produção mundial de óleo comestível é composta pelo óleo de amendoim, o quinto mais consumido com uma produção superior a quatro milhões de toneladas. 22 mil toneladas de amendoim. Para a safra 2007/2008, as perspectivas são animadoras e a cooperativa pretende receber 28 mil toneladas. Segundo o gerente da UNAME - Unidade de Grãos da Copercana, Augusto César Strini Paixão, para atender os mercados interno e externo, a Copercana investiu R$ 25 milhões na última safra. "Com esse dinheiro, foi possível conceder todos os insumos necessários e custeio com prazos adequados de acordo com o pagamento do produto, para que os nossos produtores conseguissem fazer uma excelente safra", afirma Augusto. Para o produtor e cooperado João Nilson Magro, a parceria proporcionou uma safra mais tranqüila. "Essa parceria é muito boa para os produtores de amendoim porque pagamos nossos insumos de forma facilitada e conseguimos ficar mais tranqüilos na hora de vender o produto", afirma o produtor. Em troca o produtor deve entregar 100% da sua colheita à Copercana. Assim, em 2006, a cooperativa recebeu 1.358.493 sacos, ou seja, 20 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Augusto César Strini Paixão - Gerente Uname Área Segundo Augusto, faz parte do projeto um grupo de 56 produtores de três estados: São Paulo, Minas Gerais e Goiás. "O monitoramento destes produtores nos permite conseguir um produto de excelente qualidade que atende as exigências do mercado externo", completa. As últimas safras de amendoim no Estado de São Paulo apresentaram aumento na produção e pouca variação na área plantada, o que indica incrementos na produtividade média alcançada, como conseqüência de uma nova dinâmica de produção e novas tecnologias, que proporcionaram ganhos em qualidade e conquista do mercado externo, especialmente o europeu. No entanto, segundo dados na CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento - considerando a produção brasileira, a safra 2006/2007, quando comparada a 2005/2006, teve uma redução de 23% na produção e de 12% na área plantada. As reduções foram causadas por fatores como as condições climáticas e atraso no plantio em algumas áreas. 1 to
  • 21. Reportagem de Capa NDOIM: NDOIM: A A SAFRA 2007/2008 A SAFRA 2007/2008 de produção animam produtores Área Plantada e Produção de Amendoim em Casca, Estado de São Paulo, 2001-2007.1 1 Para o ano de 2007, foram considerados o 4º Levantamento (abril/2007) e 5º Levantamento (junho/2007), para safra das águas e da seca, Previsões e Estimativas da Safra 2006/07. Fonte: IEA/CATI. Os dados da CONAB indicam que as lavoras de amendoim na safra 2006/ 2007, ocuparam uma área de 102 mil hectares e produziram 226 mil toneladas do produto. Em comparação com a safra anterior, houve uma redução de 10% na área plantada e 18% na produção. O Estado de São Paulo responde por cerca de 76% da produção brasileira de amendoim, sendo que na safra 2005/2006 esse percentual era de 77%. Para o gerente da Unidade de Grãos, o amendoim está passando por uma fase muito boa já que os preços que historicamente eram de US$ 800 por tonelada estão perto de US$ 1.500. “São diversos fatores que fizeram o preço do amendoim aumentar, o principal é o aumento no consumo interno pela China – país que é considerado o maior produtor e exportador do produto. Os Estados Unidos, com o problema do milho para produzir etanol, passou a ser importador de amendoim e outros países estão no limite de produção”, explica Augusto. A CONAB também divulgou alguns fatores que explicam a excelente fase que atravessa o amendoim: o baixo volume em estoque, reflexo, em parte, da redução da produção na última safra e da manutenção das exportações, ainda que estas tenham registrado volumes inferiores aos do ano passado. O primeiro semestre de 2007 registrou US$ 10 milhões em exportações do amendoim descascado, o carro chefe das vendas externas. O panorama internacional para o amendoim aponta queda na produção dos Estados Unidos e a Argentina – outro país de destaque na exportação – tem na concorrência com outros grãos, como a soja, um dos fatores que influencia a queda na produção. Neste momento, o Brasil que responde por apenas 1% da produção mundial da leguminosa, tem a oportunidade de crescer e ganhar mercado, uma vez que área disponível para plantio não falta. “Hoje produzimos apenas 300 mil toneladas, enquanto a China – que está no seu limite de produção – Revista Canavieiros - Novembro de 2007 21
  • 22. Reportagem de Capa produz 15 milhões de toneladas. Daí a idéia do quanto podemos crescer”, sinaliza Augusto. Mas o gerente alerta para a importância do investimento em novas tecnologias. “É preciso investimento em pesquisas para aumentar a produtividade”, alerta. Em 2004, a cooperativa firmou parceria com o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) para o desenvolvimento de novas variedades de amendoim, entre elas, o amendoim auto-oléico. Também com as Universidades USP e UNESP para pesquisas nas áreas de tratamento fitossanitario, aproveitamento de resíduos laboratoriais (microtoxinas). Para 2007/2008, a Copercana em conjunto com a Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba) e a Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Uberaba, firmaram parceria para desenvolvimento das cinco mais importantes variedades de amendoim com o propósito de criar um novo pólo produtivo da cultura na região. Informações gerais sobre a cultura do amendoim Departamento Técnico da UNAME Edgard Matrangolo Júnior – Encarregado Técnico de Projetos Márcio Rogério Fernandes – Assistente Técnico de Projetos Juliano José Valério – Técnico Agrícola III Época de plantio O período de plantio na prática está muito condicionado ao regime de chuva reinante no ano agrícola. Porém, é preciso estar atento ao aspecto agronômico, podendo definir como época ideal de plantio, o período compreendido entre o início do mês de outubro até, no máximo, final do mês de novembro. Vale ressaltar que, mesmo dentro deste período, se comparada a produtividade obtida entre um plantio realizado cedo (no início do mês de outubro) e outro realizado tardio (em meados de novembro), nota-se que, quanto mais se atrasa o plantio, mais a produtividade irá decrescer. Cultivares · IAC – TATU – ST Trata-se de uma cultivar de porte ereto, cujas sementes apresentam película de coloração vermelha. Seu ciclo vai de 90 a 110 dias (do plantio a colheita). É suscetível as principais doenças que ocorrem no amendoim. O teor de óleo nos grãos está na faixa de 41% e a relação O/L (oléico/linoleico) que expressa a qualidade do óleo é de 0,9 – 1,1. Apresenta produtividade entre 2.000 kg e 3.600 kg/há. Não apresenta dormência das sementes. · IAC – CAIAPÓ Trata-se de uma cultivar de porte rasteiro, cujas sementes apresentam película de coloração castanha. Seu ciclo vai de 130 a 140 dias (do plantio a 22 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 colheita). Apresenta produtividade entre 3.500 kg e 6.000 kg/há. É medianamente resistente as principais doenças que ocorrem no amendoim. O teor de óleo nos grãos está na faixa de 44% e a relação O/L é de 1,6 – 2,0. Possui dormência das sementes, não ocorrendo na época da colheita, grãos brotados, que são altamente suscetíveis á contaminação por aflatoxina. · RUNNER IAC – 886 É uma cultivar de porte rasteiro, com sementes com película de coloração castanha. Seu ciclo vai de 125 a 130 dias, sendo bastante suscetível as doenças do amendoim. Possui alto potencial produtivo podendo chegar a 7.000 kg/há. A boa tipificação dos grãos favorece o mercado de exportação (tamanho, sabor neutro, textura mais “crocante” e facilidade para blancheamento – retirada artificial da película para produção de grãos inteiros “sem pele.” Apresenta dormência das sementes na colheita (reduzido percentual de brotações indesejáveis)). · IAC -213 Trata-se de uma cultivar que está ainda em período experimental, de porte rasteiro, com grãos pequenos arredondados de película vermelha. Apresenta produtividade menor que os outros rasteiros, mas bem maior que a IAC – Tatu – ST que também tem grãos com película vermelha. Possui baixo teor de óleo e baixo teor de ácido oléico. ·IAC – 503 E IAC – 505 Cultivares que estão iniciando os testes experimentais. São rasteiras, e o grande diferencial das demais é que são as primeiras cultivares alto-oleícas produzidas pelo IAC. A princípio são de comportamento semelhante a IAC – 886. Plantio Dentre os vários aspectos para se obter o sucesso ou insucesso na lavoura de amendoim, um dos pontos refere-se à população final da lavoura numa determinada área. De uma maneira geral pode-se adotar um stand final de 18 a 20 plantas por metro linear para as cultivares eretas e de 14 a 16 plantas para as rasteiras. Para se obter o stand desejado é preciso estar atento ao poder germinativo das sementes. A profundidade de plantio varia de 5 cm a 8 cm, sendo que em solos arenosos recomenda-se plantios mais profundos. Desta maneira teremos uma população de plantas de 200.000 plantas a 240.000 plantas/há para as eretas e de 150.000 plantas a 180.000 plantas/ há para as rasteiras. Nutrição mineral Em termos de correção do solo e adubação para a cultura é imprescindível efetuar uma análise de solo e através destes dados fazer as devidas adubações. Em áreas de renovação de pastagens e renovação de canaviais, normalmente os solos tem baixíssimos teo-
  • 23. Reportagem de Capa res de fósforo. Portanto, são necessários adubos formulados com alto teor de P2O5. Com isso, a grande maioria das áreas necessita de fórmulas semelhantes a 04-30-10 numa dosagem de 250 a 330 kg/ha. Controle de ervas daninhas · FOLHAS ESTREITAS Para o controle de ervas de folhas estreitas existem várias opções de escolha de produtos. Exemplos: - Trifluralina: o mais antigo produto do mercado, utilizado em PPI. Controla basicamente todas as folhas estreitas anuais e também o caruru e beldroega. - Dual Gold: controla a grande maioria de ervas de folhas estreitas e com destaque para o controle da trapoeraba. Aplica-se em pós-plantio e préemergência total. - Alachlor: produto semelhante ao S Metolachlor, controlando as ervas de folhas estreitas e algumas folhas largas como beldroega, caruru, fazendeiro, algumas espécies de guanxuma, etc. Aplicado em pós-plantio e pré-emergência total. Para o bom funcionamento deste produto, há necessidade de a camada superficial do solo estar úmido na ocasião da aplicação. - Verdict: herbicida de aplicação em pós-emergência inicial das ervas daninhas. Controla a maioria das ervas de folhas estreitas, com destaque para o controle da Brachiaria decumbens. Outros produtos semelhantes são Fusilade 250, Gallant 240, Podium, Targa, etc. · FOLHAS LARGAS Para o controle de ervas de folhas largas são apresentados os seguintes produtos: - Spider: produto utilizado em préemergência para o controle de ervas como apaga fogo, picão preto, caruru, carrapichinho, malva branca (com controle excelente) e fazendeiro, corda de viola, poaia branca (com controle bom). Possui um poder residual em torno de 50 dias. - Plateau: produto com ação pré e pós-emergente, porém, utilizado preferencialmente em pós-emergência precoce para o controle de guanxumas, crotalárias, trapoeraba, fedegoso, fazendeiro, corda de viola, tiririca, etc. Este produto poderá causar danos às culturas subseqüentes como o algodão e a mandioca. - Basagran 600: produto pós-emergente que possui uma boa ação em ervas como picão preto, guanxumas, corda de viola, fazendeiro, etc. - Pivot: produto pós-emergente recomendado para o controle de caruru, carrapicho de carneiro, fazendeiro, beldroega, quinquilho, bucho de rã, etc. Controle de pragas As principais pragas e seus respectivos produtos para controle são as seguintes: - trips: praga com intensidade de ataque maior na fase inicial da cultura. Controle: Metamidofós, o Engeo Pleno com ótima eficiência, porém, com o inconveniente de haver desequilíbrio, acarretando o aparecimento de ácaros, no caso de se utilizar por mais de duas passadas. - lagartas: dentre as lagartas podese considerar a lagarta do pescoço vermelho em primeiro plano e depois em menor importância as lagartas rajadas, lagartas verdes, etc. Todas estas lagartas são controladas com produtos fisiológicos como o Certero, Match CE, Gallaxy, etc. com alta eficiência. Em épocas que houver atraso no controle, pode-se efetuar a mistura destes produtos com um piretróide (ação de choque) para eliminar as pragas maiores, pois, os fisiológicos possuem efeitos somente para lagartas jovens. Em ocasiões em que as condições climáticas forem extremamente favoráveis à proliferação das lagartas rajadas, é necessário utilizar produtos à base de carbamatos como Lannate ou Larvin. - ácaros: eventualmente há problemas de ataque de ácaros rajados. Seu ataque ocorre em períodos de seca prolongada. Consegue-se um ótimo controle com a aplicação de produtos à base de Avermectinas como o Vertimec CE. Efetuar o tratamento de sementes com produtos como Thiram, Mayram, Maxim XL, Vitavax Thiram. · Verrugose Doença que causa problemas maiores quando o ataque se manifesta desde a fase inicial da cultura até cerca de 80 dias de idade. Quando se manifesta após este estágio, a perda de produção não é tão acentuada, porém, há a necessidade de controle, que pode ser realizado com produtos como Score, Tiofanato Metílico, etc. O Chlorothalonil não é eficiente para o controle desta doença. · Ferrugem Cultivares rasteiros são mais sensíveis a esta doença. Historicamente, esta doença começou a manifestar-se na safra 1997/1998. Daí foi aumentando a intensidade de ataque, ocorrendo o pico de ataque na safra 2000/ 2001. Após este período, a doença voltou a declinar a intensidade de ataque e, atualmente, é uma doença que está sob controle com os produtos utilizados para o controle das cercosporioses. As estrobirulinas são os grupos químicos mais eficientes para o controle desta doença, destacandose dentre elas, o produto Opera. Outros produtos alternativos são: Priori Xtra, Stratego 250 EC. · Cercosporioses Doença mais importante da cultura do amendoim. Causa perdas acima de 50% caso não seja efetuado o seu controle. Manifesta-se desde a fase inicial até o final do ciclo. As condições climáticas ideais para o seu ataque são altas temperaturas e altas umidades. Dentre os produtos recomendados, o Chlorothalonil é disparado o produto mais eficiente, seguido pela mistura de Estrobirulinas + Triazóis. Na seqüência de eficiência temos os triazóis em aplicações sem mistura. Controle de doenças Doenças do solo: Rizoctonia, Fusarium, Phityum, etc Revista Canavieiros - Novembro de 2007 23
  • 24. Destaque CTC apresenta novas variedades Um dos principais quesitos para o desenvolvimento das novas variedades foi a adaptabilidade a colheita mecanizada Marcelo Massensini N o dia 30 de outubro, o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) lançou em Ribeirão Preto a terceira geração de variedades com a sigla CTC. Com o lançamento, as seis variedades que já vinham sendo plantadas em pequena escala, foram liberadas para o plantio em escala comercial. Segundo a diretoria do CTC, as variedades CTC 10, CTC 11, CTC 12, CTC 13, CTC 14 e CTC 15 são frutos de mais de dez anos em pesquisa e testes. O órgão investe metade do seu orçamento anual no desenvolvimento de variedades. Mais de 500 pessoas, a maioria delas representantes de unidades produtoras e de associações de produtores associadas ao CTC (entre elas a Canaoeste), participaram do lançamento. Além da apresentação das cultivares, a diretoria do Centro apresentou os novos projetos em desenvolvimento e alguns já disponíveis. O diretor-superintendente do CTC, Nilson Zaramella Boeta falou sobre o crescimento da empresa: novas contratações, criação de escritórios regionais em todo o país e do programa Muda Sadia que atua na área de planejamento varietal e na formação e condução de viveiros de mudas. O diretor de mercados e oportunidades, Osmar Figueiredo Filho, mostrou as novas formas de atuação do CTC e serviços oferecidos às associadas, como treinamentos e cartas de solo e ambientes de produção. Osmar Figueiredo Filho - diretor de mercados e oportunidades do CTC O Coordenador de Pesquisa Tecnológica do CTC, Arnaldo José Raizer, foi o responsável pela apresentação das novas variedades. Raizer esclareceu todos os detalhes e especificações de cada uma (veja na próxima página). Segundo ele, os principais benefícios das novas cultivares são: os elevados teores de sacarose, resistência a doenças da cultura e alta probabilidade de adaptação a regiões nas quais o cultivo esteja em expansão. Para o diretor de mercados e oportunidades do CTC, Osmar Figueiredo Filho, a terceira geração de variedades do órgão traz outra importante contribuição aos produtores de cana-de-açúcar e à indústria: a adap- tabilidade a diferentes ambientes de produção e à colheita mecanizada, em crescimento no País e a áreas de expansão da cultura. “Muitas variedades são boas, mas não suportam a colheita mecanizada. Essas novas cultivares foram desenvolvidas levando em conta o aumento da mecanização”, explica Figueiredo. No ano passado, o CTC liberou para plantio as variedades CTC 6 a CTC 9 e, em 2006, CTC 1 a CTC 5. “Nossa terceira geração de cultivares resulta de um competente e exclusivo programa de melhoramento genético”, diz Nilson Zaramella Boeta, diretor-superintendente do CTC. Mais de 500 representantes de usinas e associações assistiram ao lançamento 24 Revista Canavieiros - Novembro de 2007
  • 25. Destaque Saiba mais sobre as novas variedades: CTC 10 – Sua principal característica é proporcionar elevada produtividade agrícola de colmos. Indicada para colheita do meio para o final da safra em todas as regiões do Centro-Sul, apresentou resistência às doenças ferrugem e mosaico e respondeu favoravelmente à aplicação de maturadores químicos. Mostrou ganhos de até 15% em produtividade, excelente brotação de soqueira, alto perfilhamento e índice zero quanto a florescimento e isoporização. CTC 11 – Dotada de alto teor de sacarose, para colheita do meio para o final da safra em ambientes de médio a alto potencial produtivo, essa variedade é de rápido desenvolvimento vegetativo. Apresenta, em geral, porte ereto, excelente brotação de soqueira e baixos índices de isoporização e florescimento. Resistente a doenças como ferrugem e escaldadura, se destaca também pela excelente adaptabilidade à colheita mecanizada. CTC 12 – Para colheita do meio para o final da safra, em ambiente de média produção, apresenta baixos índices de florescimento e isoporização, além de excelente brotação de soqueira e porte ereto. É resistente a doenças como escaldadura das folhas, síndrome do amarelecimento, ferrugem, carvão e mosaico. Respondeu favoravelmente à aplicação de maturadores químicos e proporciona alto teor de sacarose. CTC 13 – De alta resistência a doenças como ferrugem, escaldadura e mosaico, é uma variedade precoce com alto teor de sacarose e excelente adaptabilidade à colheita mecanizada. Recomendada para ambientes de alto potencial produtivo, para colheita do início para o meio da safra, apresenta baixos índices de isoporização e florescimento, além de porte ereto. CTC 14 – Tolerante à seca, apresenta alta produtividade e altos teores de sacarose e fibra, além de porte ereto e baixo índice de florescimento; o índice de isoporização é zero. É resistente a doenças como ferrugem, escaldadura e mosaico e respondeu favoravelmente à aplicação de maturadores químicos, em ambientes de médio a alto potencial produtivo, para colheita do meio para o final da safra. CTC 15 – Recomendada para diversos ambientes de produção, para colheita do meio para o final da safra, é tolerante à seca e apresenta excelente brotação de soqueira com alto teor de sacarose. Resistente a doenças como ferrugem, carvão e escaldadura, respondeu favoravelmente à aplicação de maturadores químicos. De alta produtividade, demonstrou estabilidade até mesmo nos ambientes de baixo e intermediário potencial de produção. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 25
  • 26. Informações setoriais CHUVAS DE OUTUBRO e Prognósticos Climáticos N o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram durante o mês de OUTUBRO de 2007, na região de abrangência da CANAOESTE. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste Como as chuvas de outubro só ocorreram após dias 22 ou 23, as somas "ficaram" bem abaixo das médias históricas. A forte estiagem, notadamente, entre a segunda quinzena de setembro até o início das chuvas, associadas às altas temperaturas, acentuaram o estresse hídrico, permitindo antever comprometimento da produtividade média para a próxima safra. Como fator positivo desta estiagem, foram os altos teores de ATR. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 18 a 21 de OUTUBRO de 2007. O Mapa 1, ao lado, mostra claramente que o índice de Água Disponível no Solo, até aquele período, 18 a 21 de OUTUBRO, apresentava-se como muito crítico em toda área canavieira do Estado de São Paulo. Cabe ressaltar que tal condição de Seca Meteorológica, diga-se muito crítica, vem ocorrendo desde final de agosto. A CANAOESTE, através de Instituições, mapas climáticos e levantamentos de massa verde, está avaliando os seus impactos. 26 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Comparando-se os mapas 2 e 3 mostram que, ao final de agosto destes dois anos, toda região canavieira do Estado de São Paulo apresentava-se com índices críticos de Água Disponível no Solo.
  • 27. Informações setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de OUTUBRO de 2006. Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de OUTUBRO de 2007. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de novembro de 2007 a janeiro de 2008. - A temperatura média poderá ser acima ou ligeiramente acima das normais climáticas nas Regiões Sudeste, Centro Oeste do Brasil e a faixa Centro-Norte do estado do Paraná; - Quanto às chuvas previstas para os meses de novembro a janeiro, estas poderão "ficar" abaixo das respectivas médias históricas em todos os Estados da Região Centro-Sul, excetuando-se Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Centro-Sul do Paraná; - Exemplificando para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, as médias históricas pelo Centro Apta-IAC, são de 215mm em novembro e de 270mm tanto em dezembro, como em janeiro. Embora mais tardiamente que na média dos anos, as chuvas voltaram, Graças a Deus. Como comentado acima, esta excepcional estiagem já comprometeu a produtividade dos canaviais desta região, mesmo que a climatologia "fique" próxima das médias históricas nos meses que se seguem. Comparando-se os mapas acima, mostram que, ao final de OUTUBRO de 2006 (mapa 2), mês que “carregava” as consequências de um período longo de estiagem (deste meados de abril), havia ainda uma larga faixa, Centro-Leste e extremo Sudoeste do Estado, em condições críticas de Disponibilidade de Água no Solo. Em OUTUBRO de 2007 (mapa 3), a falta de chuvas, agravada pelas altas temperaturas desde meados de SETEMBRO, os índices de Água Disponível no solo, com poucas exceções, apresentavam-se como médios a baixos nas regiões canavieiras Centro-Oeste e Cento-Norte do Estado. Face a estas condições climáticas e diante : a) deste possível cenário próximo-futuro; b) pela média do segundo semestre de 2007, possíveis licenciamentos de cerca de mais 2,2 milhões de veículos flex no próximo ano; c) consequentemente, maior demanda por álcool combustível durante a próxima safra, a CANAOESTE recomenda que procedam a esmerados tratos culturais nos canaviais remanescentes, a fim de fazer frente a maior necessidade de matéria prima. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 27
  • 28. Artigo Técnico Como planejar a Implantação de um Canavial? PARTE I - Cleber Moraes* - É comum recebermos consultas de proprietários rurais de regiões onde estão sendo instala das novas unidades industriais e mesmo de empresários interessados em montar novas unidades industriais com uma série de dúvida em como implementar a Instalação de um Canavial para atender um projeto industrial. Não menos comum, é assistirmos a uma série de erros na instalação destes canaviais, que, se por muitas vezes não são erros fatais, podem levar a perda de rentabilidade do empreendimento. Com o objetivo de orientar os interessados neste sentido, faremos uma série de artigos em cinco publicações, onde serão discutidos e apresentados os passos a serem tomados na análise de um investimento agrícola no setor sucroalcooleiro. Abaixo segue a PARTE I desta série de artigos. Obrigado pela atenção e boa leitura! Introdução - Fases de Elaboração do Projeto: O embasamento técnico de um projeto de instalação de uma lavoura de cana-de-açúcar com vista ao abastecimento de uma unidade industrial para processamento desta matéria-prima é fundamental não só para que o empreendedor tome conhecimentos dos riscos do projeto a que estará se expondo, mas também para que os responsáveis pela instalação do mesmo tomem suas decisões sob uma plataforma o mais segura possível, minimizando riscos de insucesso do empreendimento. Não são raros os casos de projetos que, por desconhecimento de informa- ções relevantes em geral quanto ao clima, solo ou regime hídrico regional, necessitam de uma total revisão e readequação de investimentos, exigindo dos empreendedores novos aportes significativos de capital por falhas no planejamento inicial ou então, o carregamento de custos de capital ocioso que corroem os resultados do empreendimento em especial em anos de preços baixos dos produtos finais. as seguintes informações: 1) Caracterização da Região; 2) Estabelecimento do Potencial de Produtividade do Canavial e Meta Estabilizada de Produção; 3) Planejamento da Expansão do Canavial; 4) Definição do Sistema Produtivo; 5) Dimensionamento de Estrutura; 6) Elaboração das Estimativas de Custo; 7) Elaboração do Fluxo de Caixa. Como objetivo de minimizar tais riscos, entende-se que um projeto de análise de viabilidade de instalação de uma lavoura de cana-de-açúcar deve trazer 1. Caracterização da Região: Figura 1 – Caracterização da Região de Instalação do Projeto A figura 1 traz algumas das principais variáveis para a caracterização da região de instalação do projeto, o manejo a ser adotado e as implicações destas opções e variáveis sobre o dimensionamento da estrutura. O manejo agrícola a ser adotado, ou seja, as operações agrícolas (mecanizadas, de transporte e de trabalhadores rurais) com ou sem a utilização de insumos são determinadas em função das características do solo, do clima, das variedades e da tecnologia que se pretenda utilizar. Dependendo do empreendedor, sócio ou financiadores do projeto, o nível de caracterização do local de instalação do projeto poderá ser maior ou menor como também, eventualmente, 28 Revista Canavieiros - Novembro de 2007
  • 29. Artigo Técnico dependendo da existência de outras unidades industriais para processamento de cana-de-açúcar ou mesmo das atividades agrícolas já desenvolvidas na região, algumas destas informações podem ser suprimidas do projeto, uma vez que tais potenciais poderão ser constatados pelo desempenho destes outros empreendimentos. Entretanto, é fundamental que não se paire dúvidas, tanto para eventuais investidores como para financiadores, sobre as condições e riscos do empreendimento no local pretendido. A seguir é apresentada uma relação de itens para a caracterização da região de instalação do projeto. 1.1. Informações sobre Aspectos Legais: 1.1.1. Leis, Limitações e Normas de Política Agrária Nacionais e/ou Regionais; 1.1.2. Indicação da obrigatoriedade de reservas legais e áreas de proteção nas propriedades; 1.1.3. Leis, Limitações e Normas quanto ao emprego de Sistemas de Transporte; 1.1.4. Leis, Normas Trabalhistas e cálculos de encargos sociais e custos legais de contratação de funcionários; 1.1.5. Leis e Normas Religiosas que possam afetar o empreendimento; 1.1.6. Leis, Limitações e Normas para a Importação de Variedades e Clones de outros países. 1.2. Mapeamentos: 1.2.1. Identificação das áreas aptas à produção de cana: 1.2.1.1. Quantificação das áreas disponíveis; 1.2.1.2. Valor da terra em cada região; 1.2.1.3. Imagem de satélite das áreas de interesse (georeferenciadas a campo); 1.2.1.4. Carta hidrográfica das áreas de interesse; 1.2.2. Localização nas proximidades do empreendimento de áreas de: 1.2.2.1. Segurança nacional; 1.2.2.2. Reservas florestais; 1.2.2.3. Acidentes geográficos; 1.2.2.4. Áreas de proteção da biosfera terrestre e protegida pela ONU ou organismo internacional; 1.2.2.5. Presença de rochas ou pedras. 1.2.3. Indicação inicial da melhor localização da unidade industrial nas regiões selecionadas; 1.2.4. Classificação edafo-climática: 1.2.4.1. Mapa de declividade e curvas de nível das áreas de interesse; 1.2.4.2. Cartas com classificação de solos detalhando: 1.2.4.2.1. Propriedades: 1.2.4.2.1.1. Características físicas e químicas; 1.2.4.2.1.2. Fertilidade; 1.2.4.2.1.3. Drenagem, etc. 1.2.4.2.2. Capacidade de uso. 1.2.4.3. Identificação da vegetação local; 1.2.4.4. Estudo da ocorrência de pragas do solo; 1.2.4.5. Estudo da ocorrência de ervas daninhas; 1.2.4.6. Dados de erodibilidade do solo; 1.2.4.7. Capacidade de infiltração do solo e de retenção de sais. 1.2.5. Usos e ocupação atual dos solos; 1.2.6. Dados de Recursos Hídricos: Hidrologia e Estudo da bacia Hidrográficas: 1.2.6.1. Estudo de disponibilidade hídrica da bacia hidrográfica; 1.2.6.2. Estudo e levantamento dos rios da região; dados de vazão e capacidade de captação de água; 1.2.6.2.1. Nível de detalhamento: médias( ) anuais () diárias () 1.2.6.3. Testes e dados de vazão nos diversos períodos do ano; 1.2.6.4. Estudos de recarga; 1.2.6.5. Modelos hidrogeológicos; 1.3. Principais características climáticas séries de no mínimo 10 anos: 1.3.1. Localização e dados das estações meteorológicas; 1.3.2. Histórico de Temperaturas máximas, mínimas e médias diárias; 1.3.3. Pluviometria (Distribuição das chuvas durante o ano); 1.3.4. Luminosidade; 1.3.5. Fotoperiodismo; 1.3.6. Evaporação; 1.3.7. Balanço Hídrico, etc; 1.3.8. Ocorrência de geadas, tormentas sazonais, ventos fortes, inundações, etc. 1.4. Meio Socioeconômicos: 1.4.1. Estudos e dados socioeconômicos; 1.4.2. Localização das comunidades e centros urbanos; 1.4.3. Localização de atividades econômicas afins e conflitantes com o empreendimento; 1.4.4. Plano de Zoneamento Agrí- cola Regional ou Nacional, se houver; 1.4.5. Estudo da oferta de mão de obra agrícola – nivel de educacional. 1.5. Estudo de oferta de serviços e infra-estrutura local: 1.5.1. Mapas da rede viária e suas características: 1.5.1.1. Estradas principais e secundárias; 1.5.1.2. Extensão, largura e peso máximo para trânsito, segundo as leis locais; 1.5.1.3. Condições de trânsito durante o ano (estradas com asfalto e de terra); 1.5.1.4. Estrutura de Serviços de Manutenção e Rede de Assistência Técnica. 1.6. Programas nacionais/regionais de desenvolvimento de variedades de cana e de práticas agrícolas: 1.6.1. Políticas de desenvolvimento de novas variedades de cana e práticas agrícolas; 1.6.2. Convênios com programas de variedades de cana e de práticas agrícolas de outros países/regiões; 1.6.3. Identificação das principais variedades em uso na Região. Este detalhamento da região em estudo é fundamental para o sucesso do empreendimento e para gerar estimativas as mais realistas possíveis. Caso seja transposto sem maiores cuidados na fase de elaboração do projeto técnico, será exigido para a obtenção do licenciamento ambiental ou ainda para compreender eventuais dificuldades de manejo e obtenção de resultados esperados durante o andamento do projeto. Nos próximos artigos, trataremos das demais etapas de elaboração de um projeto agrícola para produção de canade-açúcar, quais sejam: 2) Estabelecimento do Potencial de Produtividade do Canavial e Meta Estabilizada de Produção; 3) Planejamento da Expansão do Canavial; 4) Definição do Sistema Produtivo; 5) Dimensionamento de Estrutura; 6) Elaboração das Estimativas de Custo; 7) Elaboração do Fluxo de Caixa. * Consultor de Planejamento e Controle Agrícola M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda. cleber@mmoraes.agr.br Revista Canavieiros - Novembro de 2007 29
  • 30. Legislação Queima de Cana volta da normalidade C om o aumento da umidade relativa do ar em todo Estado de São Paulo, terminou no último dia 05 de novembro a determinação constante da Resolução SMA nº 34/2007 e Resolução SMA nº 46/2007, que proibiam a queima da palha da cana-de-açúcar das 6:00 hs. às 20:00 hs., em virtude, como dito, da baixa umidade relativa do ar neste período e horários. De ora em diante, de acordo com a Resolução SMA nº 46, de 11 de outubro de 2007, a suspensão da queima no período diurno, das 6:00 hs. às 20:00 hs., se dará quando a umidade relativa do ar ficar abaixo de 30% (trinta por cento) e acima de 20% (vinte por cento), por dois dias consecutivos. Assim, a "suspensão será declarada até as 18 horas do segundo dia consecutivo em que for constatada essa condi- ção e valerá a partir das 06:00 horas do dia seguinte ao da declaração de suspensão. Nesse caso, os comunicados de queima já registrados, terão validade para a efetivação da queima entre 00:00 e 06:00 horas e entre as 20:00 e as 24:00 horas, independentemente do horário previamente previsto para a realização da queima". No mais, volta a prevalecer as regras vigentes na Resolução SMA nº 34/ 2007, quais sejam: será suspensa a queima durante qualquer hora do dia, quando a umidade relativa do ar for inferior a 20% (vinte por cento). Tal suspensão será declarada pela Secretaria do Meio Ambiente às 18:00 horas do dia que se observar tal umidade e será aplicada a partir das 6:00 horas do dia posterior a referida declaração. Juliano Bortoloti - Advogado A medição da umiDepartamento Jurídico Canaoeste dade relativa do ar se dará das 12:00 horas às 17:00 horas. ADA - ato declaratório ambiental Conforme apurado, a entrega do ADA 2007 - Exercício 2007, foi prorrogada até o dia 30 de novembro de 2007 (fonte: www.ibama.gov.br/adaweb/). C omo já afirmado n'outras edições, o ADA (Ato Declaratório Ambiental), é uma declaração da situação ambiental da propriedade rural, onde será informado OBRIGATORIAMENTE ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), as áreas de preservação permanente, reserva legal e outras áreas de proteção ambiental (área de reserva particular do patrimônio natural, área de declarado interesse ecológico, área com plano de manejo florestal, área com reflorestamento), caso existam no imóvel rural e desde que declaradas no DIAT (Distribuição da Área do Imóvel Rural), entregue quando do preenchimento da DITR (Declaração do Importo Territorial Rural). Tal decla30 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 ração possibilita a redução do pagamento do ITR (Imposto Territorial Rural) em até 100% de seu valor. Ressaltamos, ainda, que o envio do ADA a partir do exercício 2007, é feito por meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do site www.ibama.gov.br/adaweb/. No preenchimento eletrônico do ADA ou em caso de retificação, devese observar fielmente o que foi declarado no formulário do DITR, protocolizado perante a Secretaria da Receita Federal, pois as informações ali contidas devem guardar relação com as que forem prestadas no ADA, tendo em vista que, visando um maior controle administrativo das propriedades rurais, o IBAMA começou a cruzar suas informações com a Receita Federal e o INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, responsáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR.
  • 31. Revista Canavieiros - Novembro de 2007 31
  • 32. Antes da Porteira Produtor de cana pratica Ovinocultura como hobby A ovinocultura, ou criação de carneiros, é o hobby do cooperado de Morro Agudo Carla Rossini C riar carneiros não é um hobby muito comum, principalmente quando a atividade principal do criador é plantar cana-de-açúcar. Mas o cooperado Ademio Scavazzini Neto, 29, tomou gosto pelos carneiros e há 5 anos pratica a atividade para participação em exposições e feiras desses animais. Neto e um de seus animais reprodutores: exigência na seleção. Proprietário da Fazenda Dely, no município de Morro Agudo, Neto planta 148 alqueires de cana-de-açúcar, mas nem sempre foi assim. "Sou a segunda geração da família plantando cana que é a nossa principal renda, antes a fazenda era toda ocupada com a pecuária", conta Neto. Inicialmente, ele começou a criação de carneiros para consumo, mas em pouco tempo percebeu que a atividade além de prazerosa podia render bons resultados. "Comecei registrando meus animais para especificar minha criação. Agora já participo de leilões virtuais", diz o cooperado. Nos últimos anos, o mercado de criação de ovinos para exposição tem crescido muito. Segundo Neto são realizados dois ou três leilões de carneiros em canais específicos de televisão por semana. "Os leilões são virtuais, os organizadores vem até a minha fazenda, eu separo os lotes que são filmados e leiloados. Também participamos de várias feiras. A raça que escolhi é o Santa Inês", explica. O Santa Inês vem despertando interesse de empresários que estão arregaçando as mangas e entrando para a ovinocultura, em grande parte impulsionados pela farta divulgação da raça e os muitos leilões realizados. 32 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Leilões vigorosos que nada ficam devendo às magnitudes dos leilões de bovinos e conseguem vender carneiros há mais de R$ 1 milhão, atingindo preços nunca imaginados há algum tempo atrás, quando a criação de ovinos era "como outra qualquer". Segundo dados da FAOSTAT (Food and Agriculture Organization of the United Nations - Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura), o rebanho mundial de ovinos está em torno de 1 bilhão de cabeças, apresentando um decréscimo médio anual de 1,18% nos últimos 12 anos. A África é o continente que vem apresentando um crescimento anual no seu rebanho de 1,4% ao ano para o mesmo período. No Brasil, segundo dados do IEA - Instituto de Economia Agrícola, as atividades de caprinocultura e ovi- nocultura vêm se consolidando no agronegócio. Em 2005, o rebanho de ovinos correspondeu a 16,05 milhões de cabeças e os caprinos a 10,31 milhões de cabeças. A região Nordeste detém 56,3% e 93,0% dos rebanhos de ovinos e caprinos, respectivamente. A região Sul representa 31,6% dos ovinos e 2,0% dos caprinos e ainda a região Sudeste é responsável por 3,4% do rebanho de ovinos e 2,4% do rebanho de caprinos. Mas nem tudo é festa para os criadores. Neto conta que apenas 10% dos animais que nascem podem ser direcionados para exposição. E esses têm de receber tratamento de elite. "Hoje estou com 68 ovelhas para exposição. Elas recebem tratamento diferenciado dos animais que vão para o abate. São escovadas, comem uma ração balanceada e tomam banho regularmente", conta Neto.
  • 33. Antes da Porteira Os animais participam de uma rotatividade em nove pastos da Fazenda Dely. Fora isso as condições de higiene e vermifugação são indispensáveis. "Os cuidados devem ser rigorosamente obedecidos. Caso contrário, o criador perde o que foi investido". Não há dúvidas de que produzir animais de elite é muito gratificante, mas é reservada para poucos uma vez que disciplina para com os ovinos é fundamental. E pelo que parece, o cooperado cumpre muito bem esse papel, impulsionado é claro pela demanda que está aquecida. Por fim, o conselho de quem entende do assunto para quem pretende entrar no mercado: "É um mercado promissor, que está crescendo bastante e vale a pena investir", finaliza Neto. Origem da raça Santa Inês É uma raça desenvolvida no nordeste brasileiro, resultante do cruzamento intercorrente das raças Bergamacia, Morada Nova, Somalis e outros ovinos sem raça definida (SRD). Sendo as características atuais um produto da seleção natural e dos trabalhos de técnicos e criadores fixandoas através de seleção genealógica. A tese de sua origem é confirmada pelas suas características. O porte do Santa Inês, o tipo de orelhas, o formato da cabeça e os vestígios de lã evidenciam a participação do Bergamácia, bem como a condição de deslanado e as pelagens, correspondem ao Morada Nova. A participação do Somális é evidenciada pela apresentação de alguma gordura em torno da implantação da cauda, quando o animal está muito gordo. Fonte: ARCO Revista Canavieiros - Novembro de 2007 33
  • 34. Safra de Grãos Brasil terá mais um recorde na safra de grãos O Brasil deverá bater mais um recorde na safra de grãos do período 2007/08. De acordo com o segundo levantamento anunciado pelo diretor de Logística da Conab, Sílvio Porto, a produção nacional está projetada em 135,5 milhões de toneladas, crescimento de 2,9% ou 3,8 milhões de toneladas a mais que o do ciclo anterior (131,8 milhões t). O motivo está na expansão da área de plantio, estimulada pelos preços remuneradores dos produtos no mercado. O quadro positivo, entretanto, depende das variações climáticas nos próximos meses. O bom resultado da safra atual é reforçado principalmente pela soja, com produção estimada em 59,4 milhões de toneladas, 1,7% superior aos 58,4 milhões de tone- ladas da colheita passada. Outra cultura em destaque é o milho 1ª safra, que deve ficar em 37,3 milhões de toneladas, ou 2% a mais que o alcançado anteriormente. O caroço de algodão também tem desempenho satisfatório, com 2,5 milhões de toneladas, acréscimo de 5,5%. Já o feijão 1ª safra apresenta queda de 6% e deve ficar em 1,47 milhões de toneladas, por causa das baixas precipitações pluviométricas, seguidas de estiagem prolongadas e baixas temperaturas nos estados produtores entre agosto e setembro. Área - A plantação deve ocupar uma área entre 46,8 milhões de hectares, superior em 1,2% sobre o último período, de 46,2 milhões de hectares. O maior crescimento está nas lavouras de soja (de 20,7 para 21,2 milhões de hectares). Esse quadro reflete o retorno do plantio da oleaginosa em áreas que deixaram de ser cultivadas na safra 2006/2007. Há também significativo crescimento nas lavouras de milho 1ª safra (de 9,5 para 9,8 milhões de hectares) e de algodão (de 1,1 para 1,2 milhão de hectares). O trabalho foi realizado por 41 técnicos da Conab que estiveram em campo no período de 22 a 26 de setembro. Eles ouviram 990 informantes, em 330 municípios, entre representantes de cooperativas, órgãos públicos e privados, agentes financeiros e produtores dos estados do Centro-Sul, Piauí, Maranhão, Rondônia,Tocantins e Bahia. Fonte: CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento Resultados acumulados em 12 meses das exportações brasileiras (Novembro/2006 a outubro/2007) A s exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$ 57,370 bilhões nos 12 meses correspondentes ao período de novembro de 2006 a outubro de 2007, 18,8% acima do valor exportado no período de novembro de 2005 a outubro de 2006, que foi de US$ 48,283 bilhões. As importações foram 31,7% superiores aos doze meses anteriores com gastos de US$ 8,369 bilhões. Como resultado, o superávit comercial acumulado nos últimos 12 meses foi de US$ 49,002 bilhões. Os setores que mais contribuíram para o incremento das exportações do agronegócio no período analisado foram: carnes (29,8%); complexo soja (16,7%); cereais, farinhas e preparações (182,9%); sucos de frutas (58,8%); produtos florestais (10,7%); café (22,3%); e complexo sucroalcooleiro (3,8%). 34 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 Balança Comercial do Agronegócio Exportações, importações e saldos: Novembro/2006-Outubro/2007 e Novembro/ 2005-Outubro/2006 (em US$ mil)
  • 35. Repercutiu “O relatório de pesquisa da ONU publicado neste ano salientou que os biocombustíveis são mais promissores em tratar dessas questões do aquecimento global por meio de emissões de baixo carbono”. “Sabemos que existem diferenças entre essas quatro regiões representadas pelas entidades, mas vamos nos concentrar numa agenda comum, que tem como base a criação de um mercado global de biocombustíveis”. Assessoria José Goldemberg Marcos Jank, presidente da Unica, sobre a carta assinada em conjunto entre a Unica, a Associação Canadense de Combustíveis Renováveis, a Associação de Combustíveis Renováveis dos Estados Unidos e a Associação Européia do Combustível Bioetanol e que foi encaminhada à ONU no início do mês. Cinco temas foram destacados: o primeiro é que os biocombustíveis não levam à fome e o segundo é que os preços do petróleo subiram muito mais que os agrícolas nos últimos três anos. Na carta eles também ressaltam os ganhos econômicos e sociais dos biocombustíveis, assim como seu auxílio para mitigar os efeitos do aquecimento global. José Goldemberg, presidente da Comissão Especial de Bionergia de São Paulo, homenageado pela Revista Norte-Americana Time, como um dos “heróis do meio ambiente”. Goldemberg foi um dos autores do, hoje histórico, artigo publicado na Science, no qual destacava a importância da descoberta brasileira: que era tanto possível como rentável empregar uma fonte de energia limpa, derivada da cana-de-açúcar. Foto: Ag. Brasil “Aquele artigo foi minha contribuição, ao apontar que a cana não era somente um produto, mas também um combustível – e não um combustível fóssil”. “O Brasil não vai diminuir em nenhum milímetro a sua política de biocombustíveis”. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que a recente condição de potência petrolífera não levará o Brasil a abandonar seu programa de biocombustíveis. Revista Canavieiros - -Novembro de 2007 Revista Canavieiros Novembro de 2007 35 35 Foto: Marcelo Massensini Foto: Organização das Nações Unidas, Nova York Do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” "MANUAL DE TRIBUTOS DA ATIVIDADE RURAL" Pedro Einstein dos Santos Anceles 1) Ele “INTRINCOU” a situação na empresa. ...mas não intrincou com o Português! Prezado amigo leitor, INTRINCAR ou INTRICAR possu- Renata Carone Sborgia* em duas grafias corretas. INTRINCAR é verbo transitivo direto. Quer dizer “enredar, emaranhar, embaraçar, tornar obscuro, confundir, complicar”. INTRICAR é forma variante. 2) O chefe chegou “JUNTAMENTE COM” a enfermeira ao hospital. Chegaram juntos também com o Pleonasmo Vicioso!!! Prezado amigo leitor, não se deve usar esse Pleonasmo. Evite-o Use apenas COM ou JUNTO COM (escrita separada) Ex.: O chefe chegou junto com a enfermeira... ou O chefe chegou com a enfermeira... 3) Qual a pronúncia correta: LÁTEX ou LATEX? Essa palavra suscita muitas dúvidas quanto à pronúncia. O correto é LÁTEX. PARA VOCÊ PENSAR: “Com a verdade fui solidário: de instaurar a luz na terra. Pablo Neruda Quis ser tão comum como o pão: A luta não me encontrou ausente. Porém aqui estou com o que amei, Com a alegria que perdi: Junto a esta pedra não repouso. Trabalha o mar em meu silêncio.” Pablo Neruda * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia 36 Revista Canavieiros - Novembro de 2007 E sta obra analisa, de forma inédita, os tributos incidentes sobre a atividade rural exercida pelas pessoas físicas e jurídicas domiciliadas no Brasil e no exterior. Objetiva atender à necessidade de um texto com conteúdo programático da disciplina no ensino superior e à prática profissional dos militantes nessa área. O livro aborda conceitos básicos atinentes à atividade rural, com ênfase nos contratos agrários típicos e atípicos e no Imposto de Renda (pessoas física e jurídica), como escrituração por meio eletrônico, apuração de resultado no Brasil e no exterior, compensação de prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa da contribuição social sobre o lucro,determinação do ganho de capital, formas de apuração da base de cálculo do lucro real, presumido ou arbitrado, microempresa e empresa de pequeno porte rurais, além das contribuições Cofins, PIS/ Pasep, Previdenciária e Sindical Rural, ICMS, ITR O livro serve como manual de consulta para pesquisadores da legislação tributária, advogados, contadores, economistas, engenheiros especialistas da área jurídico-tributária. Leitura básica para as disciplinas: contabilidade rural, contabilidade tributária, direito tributário e legislação tributária dos cursos de ciências contábeis Direito, Administração, Agronomia e áreas congênitas, e complementar para cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)39463300 - Ramal 2016