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Revista Canavieiros - Setembro de 2008

1
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Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Editorial

Eliminação das
queimadas:
compromisso
do setor

N

o último dia 4, os produtores de cana-de-açúcar deram mais uma
prova do compromisso do setor com a sustentabilidade e com o meio
ambiente. Vinte e três associações de fornecedores de cana, entre
elas a Canaoeste, receberam, o certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental, em solenidade que reuniu cerca de 500 pessoas no Teatro Municipal
de Sertãozinho. O protocolo, de adesão voluntária, é um acordo entre o
governo do Estado, por meio das Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente, e o setor produtivo e que prevê, entre outras medidas, a antecipação dos
prazos para a eliminação da queima da palha da cana definidos na Lei Estadual de Queima, de 2002.
Receberam o certificado todas as 21 associações paulistas filiadas à
Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do
Brasil) e duas convidadas. Juntos, esses fornecedores representam 91 milhões de toneladas de cana, cerca de 25% de toda a matéria-prima processada pela indústria em São Paulo.
Na mesma solenidade, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura,
proferiu palestra sobre os desafios do setor. Ele aborda o tema na entrevista
do mês. Nela afirma que o setor sucroalcooleiro vive um novo tempo. Segundo ele, esse novo momento requer novas atitudes. A diferença entre os
agentes da cadeia produtiva, por exemplo, precisa ser avaliada por meio de
critérios diferentes de remuneração da matéria-prima. “Cana não é mais só
sacarose”, diz.
No Ponto de Vista, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, assina o
artigo “O produtor é que paga o pato”, onde aborda os verdadeiros motivos
que levam os países desenvolvidos a exigir o cumprimento de regras ambientais e sociais por parte de países exportadores. Nessa análise, Ortolan
aponta as conseqüências dessa “queda-de-braço” aos produtores rurais.
O Notícias Copercana relata o balanço da Fenasucro e Agrocana 2008.
Realizadas de 2 a 5 de setembro no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho, mais uma vez as feiras confirmam que são as maiores do segmento e
devem gerar negócios na ordem de R$ 2 bilhões. No estande da Copercana,
mais de mil cooperados aproveitaram a oportunidade para obter informações técnicas e de negócios.
A Canaoeste traz um resumo da história do Netto Campello Hospital e
Maternidade, que completou 53 anos em 28 de agosto e que pode ser comparado à história do setor canavieiro que nasceu do fruto de muito trabalho,
cresceu e aprimorou-se. Está prestes a se tornar referência de macroregiões
e está inserido num dos mais importantes setores da economia mundial.
Além das notícias factuais, a revista de setembro também traz as Informações Setoriais do assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso; o
artigo técnico intitulado “Georreferenciamento de área e retificação administrativa” do assistente de geoprocessamento da Canaoeste, Luis Antonio
dos Santos; na sessão Pragas e Doenças, o alerta do Ministério da Agricultura sobre a introdução da ferrugem laranja em canaviais do Brasil. Ainda
temos o dr. Juliano Bortoloti, que escreveu sobre os procedimentos a serem
adotados em caso de incêndio de origem desconhecida e informações interessantes nas páginas de Novas Tecnologias, Dicas de Português, Agenda
de Eventos, Classificados e muito mais.
Boa Leitura.
Conselho Editorial
Revista Canavieiros Setembro de 2008
Revista Canavieiros -- Setembro de 2008

3
3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Produtores de cana e
sustentabilidade
Associações recebem
certificado de Adesão ao
Protocolo Agroambiental, que
antecipa os prazos para o fim
da queima

Pag.
Pag.

22

EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788

DESTA
DESTA QUES

OUTRAS

Entrevista

CONSECANA

DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo

REPERCUTIU

FOTOS:
Carla Rossini
Rafael H. Mermejo

INFORMAÇÕES
Pag.
SETORIAIS
26

COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br

ARTIGOS
TÉCNICOS

DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rossini,
Daniel Pelanda, Eduardo Saran,
Janaina Bisson, Letícia Pignata,
Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva.

Roberto Rodrigues

Pag.

09

Ex-ministro da
Agricultura
Pag.

Novo tempo para o setor
Pag.
Pag.

05

24

Ponto de vista
Pag.

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Presidente da Canaoeste

28

Pag.

31

Pag.

32

LEGISLAÇÃO

O produtor é que paga o
pato
Pag.
Pag.

Notícias

08
08

10
Copercana
- Fenasucro & Agrocana 2008:
Estande da Copercana foi visitado por
mais de mil cooperados
Notícias

Pag.

PRAGAS E
DOENÇAS

IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

NOVAS
Pag.
3 4 TECNOLOGIAS

TIRAGEM:
10.000 exemplares

CULTURA
Pag.

36

AGENDE-SE

14
Canaoeste
- Netto Campello Hospital e Maternidade

Pag.

37

Notícias

Pag.

38

Cocred
- Balancete Mensal

Pag.

CLASSIFICADOS
Pag.

18

4
4

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred. As
matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial
desta revista é autorizada, desde que
citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311

Destaque
São Paulo lança zoneamento para a cana
Trabalho estabelece parâmetros para desenvolvimento da cana e licenciamento de
novas usinas

ISSN:
1982-1530

Pag.
Pag.

16

www.revistacanavieiros.com.br
revistacanavieiros@revistacanavieiros.com.br
Entrevista

Roberto Rodrigues
Ex-ministro da Agricultura, presidente do Conselho Superior do Agronegócio, da
Fiesp, e coordenador do Centro de Agronegócio Fundação Getulio Vargas.

Novo tempo para o setor
Cristiane Barão

O

exemplo, precisa ser avaliada por meio
de critérios diferentes de remuneração
da matéria-prima. “Cana não é mais só
sacarose”, diz.

Segundo ele, esse novo momento
requer novas atitudes. A diferença entre os agentes da cadeia produtiva, por

Rodrigues salienta também que o
fim da queima da cana implicará na
utilização de áreas não-mecanizáveis
para outras atividades e que essa reconversão depende de financiamento público e qualificação da mão-de-

setor sucroalcooleiro vive um
novo tempo, na visão do exministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do Conselho
Superior do Agronegócio, da Fiesp, e
coordenador do Centro de Agronegócio Fundação Getulio Vargas.

obra. Para ele, as cooperativas devem
assumir um papel protagônico nesse
novo tempo.
Leia a entrevista que ele concedeu
à Canavieiros antes da palestra
“Agroenergia: um novo paradigma da
produção”, que abriu a solenidade de
entrega dos certificados de adesão dos
fornecedores ao Protocolo Agroambiental, no último dia 4, em Sertãozinho.
Revista Canavieiros - Setembro de 2008

5
Entrevista
Canavieiros: Os produtores de tabelecida com base no conjunto a mecanização do corte seguracana têm reclamado que há duas das matérias-primas que ele for- mente uma boa parcela da área
safras o custo de produção está nece. Nesse cenário, embora o com cana não poderá continuar.
acima da renda obtida com cana. setor como um todo esteja passan- Temos de criar um modelo de fiHá alguma luz no fim do túnel?
do por dificuldades muito grandes nanciamento público para trocar
Rodrigues: O setor como um - várias usinas têm prejuízos mar- de atividade ao mesmo tempo em
todo vive um momento muito difí- cantes este ano -, praticamente que os trabalhadores terão de ser
cil. Os preços do açúcar e do ál- todos os usineiros de São Paulo t r e i n a d o s p a r a u m a a t i v i d a d e
cool estão muito baixos e, por estão construindo usinas novas. nova. Temos de fazer uma revoluconseqüência, o da cana também. É bem verdade que o fazem com ção tecnológica do mesmo tamaHá uma crise, que é uma crise crédito, financiamentos muitas nho que foi a do pagamento pela
anunciada, à medida que o merca- vezes caros. Mas eles estão cres- sacarose. E aqui, penso que há um
do global do etanol não se abriu cendo e os fornecedores estão di- tema subjacente, que é muito imainda, embora seja uma promessa minuindo. O usineiro pelo menos portante, que é o papel das coorisonha. Felizmente
perativas de produtopara nós há um mercares de cana.
"O usineiro pelo menos consegue
do interno que vem
crescentemente consu- financiamento para fazer projetos novos. E
Canavieiros: Qual
mindo etanol. Mas a
seria esse papel?
os produtores não conseguem
conseqüência desse
Rodrigues: Cada
financiamento para tocar o seu custeio" vez mais as cooperatiprocesso todo é uma
descapitalização do
vas devem assumir um
setor. Os preços para os produto- consegue financiamento para fa- papel protagônico nesse procesres despencaram e os custos de zer projetos novos. E os produto- so, com atitudes diferentes. Vou
produção explodiram. A cana vive res não conseguem financiamen- ser provocativo. Vou sugerir que
dois anos bastante complicados to para tocar o seu custeio.
as cooperativas é que sejam venem termo de sobrevivência. Por
dedoras da matéria-prima e não
isso, é que defendo uma tese de
Canavieiros: O que é possível cada produtor individualmente.
que nós temos um novo tempo.
fazer para minimizar essa discre- Que elas tenham um milhão, dois
pância?
milhões de toneladas para negoCanavieiros: O que seria esse
Rodrigues: Essa diferença en- ciar com a usina para que se tenovo tempo?
tre os agentes da cadeia produti- nha um outro mercado, um pouco
Rodrigues: O fornecedor rece- va é que precisa ser avaliada nes- mais justo, digamos. Hoje, o prob e p e l a s a c a r o s e , m a s a u s i n a te momento através de critérios di- dutor de cana não tem para quem
compra muito mais matéria-prima: ferentes de remuneração de maté- entregar, salvo aquela usina da
bagaço, fertilizante... Então, eu ria-prima. Este tema é relevante. qual ele está mais próximo. Esse
penso que é chegado um novo Adicionalmente, há outro tema, de mercado - que não é mercado, é
tempo em que a remuneração do caráter mais tecnológico, na linha uma espécie de dependência muiprodutor de cana tem que ser es- de reconversão de atividade. Com ta estreita do produtor - precisa
ser resgatado, revisto com um papel diferente das cooperativas dos
produtores de cana, inclusive com
a hipótese de montar indústrias,
mas esse é um desafio que tem
que ser enfrentado pela classe
com categoria.

“

Canavieiros: Essa mudança na
remuneração passa por uma revisão do Consecana?
Rodrigues: Acho que sim, mas
não uma revisão pura e simples.
Do Consecana, o setor reclama
muito de falta de transparência nas
informações. Eu não sou capaz de
avaliar isso. Penso que o Consecana precisaria avançar na direção
de uma terceira figura, uma espé6

Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Entrevista
cie de árbitro, que tivesse algum
poder na arbitragem, respeitabilidade e com autoridade para interferir nas decisões finais de maneira a produzir um resultado mais
justo para toda a cadeia produtiva. Mas, no novo modelo do Consecana o que acho fundamental é
avançar na direção de remunerar os
outros produtos porque a cana não
é mais só sacarose.
Canavieiros: Os produtores de
cana reclamam que são alvo de
legislações ambientais draconianas...
Rodrigues: Não é uma questão
só do produtor de cana. É uma
questão mais profunda. O país
como um todo é muito mais exigido no aspecto ambiental do que
seus concorrentes do mundo desenvolvido. Uma questão importante, por exemplo, é que as florestas originais brasileiras - Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal
etc, biomas originais que existem

desde que o mundo é mundo, representam hoje mais de 25% de
todas as florestas originais do
planeta. E já representaram 8%. E
na Europa representam 0,1%. Então, há exigências sobre nós muito mais fortes do que sobre os países com os quais nós concorremos. O que temos de deixar claro
é que é preciso trabalhar com a
questão ambiental com austeridade porque o aquecimento global é
uma realidade; porque a sustentabilidade é um tema dominante
para a preservação da espécie
humana, mas sem exigir mais de
um do que de outro. Compete à
sociedade brasileira, através de
seus representantes eleitos e das
associações de classe, batalhar
esse processo para criar modelos
justos e equânimes na avaliação
ambiental. E nesse sentido, o produtor de cana tem sido muito fortemente atingido por exigências
maiores do que as feitas no resto
do mundo.

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

7
Ponto de Vista

O produtor é que paga
o pato
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

A

União Européia por meio da
Comissão Européia, que é seu
braço executivo, discute desde o ano passado a elaboração de uma
lista de requisitos, que eles chamam
de critérios de sustentabilidade, que
os produtores de biocombustíveis terão de seguir se quiserem exportar para
os 27 países que compõem o bloco. A
ONU, que já chegou a afirmar que os
esses combustíveis são um crime contra a humanidade, também propõe a criação de diferentes categorias de etanol e critérios para que os biocombustíveis possam ser exportados.
Por trás dessa preocupação dos
países em exigir o cumprimento de
regras ambientais e sociais por parte
dos exportadores, há uma velada proteção aos seus mercados e, também,
à política de subsídios que desenvolvem e que distorcem o comércio
mundial. Do ponto de vista dos ganhos ambientais, não há dúvidas de
que os biocombustíveis são muito
melhores do que o petróleo e o carvão e em relação aos impactos sociais, o agronegócio da cana, com todos os seus elos, deve gerar mais
divisas e empregos do que a indústria do petróleo, controlada por poderosos grupos.
Além do mais, já foi exaustivamente explicado que o etanol de cana não
prejudica a produção de alimentos.
No entanto, como a disputa pelo mercado internacional é uma briga de gigantes, as nações mais desenvolvi-

8

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

das não querem e não permitem abrir
espaço para os países em desenvolvimento, apesar de todos posarem
como incondicionalmente favoráveis
à necessidade da redução da fome e
da pobreza no mundo. Discursos à
parte, é por causa dessa proteção aos
mercados que as negociações sobre
o comércio, como Doha, não vão a
lugar algum.
E o Brasil é uma séria ameaça. Além
de ser o principal exportador de commodities importantes, como soja, carne bovina, açúcar, café, suco de laranja, tem potencial para expansão tanto
no fornecimento de alimentos como de
energia, que são exatamente os grandes desafios do futuro. E, talvez para
frear esse avanço brasileiro sobre os
mercados, é que são criadas barreiras
de variadas naturezas_ ambientais, sociais, tarifárias_ travestidas de preocupações politicamente corretas.
O ex-ministro Roberto Rodrigues
deu um dado bastante esclarecedor,
em evento na semana passada. O Brasil possui hoje mais de 25% das florestas originais do planeta e já representaram 8%. Na Europa, esse percentual é de 0,1%. Ou seja, a participação brasileira cresceu porque a dos
demais países diminui e ainda assim
somos acusados de destruidores de
florestas. Ou seja, os tais critérios de
sustentabilidade são na base do “façam o que eu mando, mas não façam
o que eu faço”. E pressionados, os

governos brasileiros abaixam a cabeça e criam normas que beiram o surrealismo sob pretexto de que são exigências dos mercados consumidores.
E nessa queda-de-braço entre nações, o produtor rural é que paga o
pato. Somos muitos mais exigidos do
que os agricultores dos nossos concorrentes. A atividade no campo está
se transformando numa gincana, em
que o grau de dificuldade vai se elevando e nunca se sabe qual será a
próxima prova. Num dia baixam uma
norma trabalhista, no outro um decreto com medidas ambientais. Num dia
o produtor amanhece com fiscais, no
outro ocupado por movimentos sociais. Ou seja, se antes a lavoura era
coisa para empreendedores, um investimento no futuro, hoje é para obstinados, para aqueles que aceitam viver sob constante pressão e incerteza. Haja coração.
*presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo)
Consecana

Consecana

CIRCULAR Nº 08/08
DATA: 29 de agosto de 2008

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o
mês de AGOSTO de 2008. O preço médio do kg de ATR para o mês de AGOSTO, referente à Safra 2008/2009, é de R$ 0,2475.
O preço de faturamento
do açúcar no mercado interno e externo e os preços do
álcool anidro e hidratado,
destinados aos mercados interno e externo, levantados
pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a AGOSTO e
acumulados até AGOSTO,
são apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado,
carburante (AAC e AHC) destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/
kg, por produto, obtidos
nos meses de ABRIL a
AGOSTO e acumulados
até AGOSTO, calculados
com base nas informações
contidas na Circular 01/07,
são os seguintes:

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Notícias
Copercana
Fenasucro & Agrocana 2008:

Estande da Copercana foi visitado
por mais de mil cooperados
Carla Rossini

Organização das feiras prevê R$ 2 bilhões em negócios

F

eiras de negócios, lançamentos
e novas tecnologias à disposição do setor sucroalcooleiro. A
XVI Fenasucro (Feira Internacional da
Indústria Sucroalcooleira) e a VI Agrocana (Feira de Negócios e Tecnologia
da Agricultura da Cana-de-Açúcar), realizadas de 2 a 5 de setembro no Centro
de Eventos Zanini, em Sertãozinho,
mais uma vez confirmam que são as
maiores do segmento e devem gerar
negócios de aproximadamente R$ 2 bilhões, como previa a organização.
Nos quatro dias dos eventos, as feiras receberam 30.278 profissionais do
setor. Para o diretor da Multiplus Eventos – promotora da Fenasucro & Agrocana -, Fernando Barbosa, o evento é
direcionado a pessoas ligadas ao setor,
o que qualifica o público visitante. “Os
participantes são comprovadamente ligados ao setor. Dessa forma, levamos
até o expositor o público que realmente
interessa para contatos comerciais e
geração de negócios, fortalecendo a
economia da região”, explica.
No estande da Copercana, na área
externa da feira, cooperados e clientes
aproveitaram a oportunidade para bus-

Estande da Copercana, Canaoeste,
Cocred, Sindicato Rural e Revista
Canavieiros na Agrocana 2008

car informações com os agrônomos e diretores da cooperativa. O presidente da
Copercana e da Agrocana, Antonio
Eduardo Tonielo, afirmou que o público
qualificado agradou os expositores. “Cem
por cento dos visitantes são profissionais do setor, que vêm à feira porque o
que está em exposição é do seu interesse. Isso gera negócios”, explica Tonielo.

Negócios
Em relação aos negócios, os organizadores do evento estão reavaliando a expectativa inicial, que era a
de repetir os números da edição passada, ou seja, R$ 1,8 bilhão em negócios iniciados durante as feiras e consolidados nos meses seguintes. Em
razão da boa avaliação dos expositores consultados no último dia dos
eventos, a projeção dos organizadores é que a Fenasucro & Agrocana
possam alcançar a cifra de R$ 2 bilhões até o final do ano.
Grandes negócios foram fechados no evento e muitos outros foram iniciados, mostrando que as feiras ajudaram as empresas a reverter
suas projeções de negócios dentro
do segmento sucroalcooleiro. “Este
é o papel de um grande evento como
a Fenasucro & Agrocana: estimular
seus agentes a promover um intenso intercâmbio comercial e tecnoló-

10

Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Notícias
Copercana
Agrônomos e diretores receberam
os cooperados no estande

gico, sinalizando as grandes oportunidades existentes para a agroindústia canavieira”, analisa Augusto
Balieiro, diretor da promotora Multiplus Eventos.

Rally sorteia carro para
cooperado Copercana
A edição deste ano da Agrocana
apresentou uma novidade especial
para os cooperados e associados do
sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Uma parceria entre a Multiplus,
Orplana, Copercana e a Revista Canavieiros sortou um Fiat Strada zero quilômetro entre os produtores rurais.
Para concorrer ao carro, os produtores percorreram a pé os pontos de
controle - estandes de empresas que
apoiaram o rally. A cada estande que o

Augusto Balieiro (Multiplus), Ismael Perina Jr. (Orplana),
Manoel Ortolan (Canaoeste) e Antônio Tonielo
(Copercana) entregaram a chave do veículo à Paulo César

produtor passava, um adesivo era colado em sua cartela, que depois de preenchida era depositada na urna que
ficou no estande do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred.
Na sexta-feira, último dia de feira,
Antonio Eduardo Tonielo, Augusto
Baleiro (Multiplus), Manoel Ortolan (Canaoeste) e Pedro Esrael Bighetti (Copercana) realizaram o sorteio que deu ao
cooperado Paulo César Mello, de Sertãozinho, o carro zero quilômetro.

O cooperado Paulo César Mello, ganhador do Fiat
Strada 0 Km sorteado no Rally Agrocana

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Notícias
Copercana
Sertãozinho recebe visitantes
do Brasil e do mundo
Durante os quatro dias de evento,
Sertãozinho recebeu visitantes de 25
Estados brasileiros e representantes de
mais de 45 países.
“Os visitantes estrangeiros vieram
em busca do nosso conhecimento. Recebemos pessoas com vontade de
aprender conosco sobre a plantação
de cana até a produção de álcool e isso
é uma honra para nós, organizadores”,
afirma Tonielo.

Antônio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, recebeu visitantes nigerianos durante a feira

Eventos Paralelos
O Fórum Internacional sobre o futuro do
Álcool abriu a semana da Fenasucro &
Agrocana

O cooperado
Waldemar
Tonielo
depositou o
cupom do Rally
para concorrer
ao veículo

Uma das novidades deste ano na
Fenasucro & Agrocana foi a coletiva
da Conab – Companhia Nacional de
Abastecimento, que anunciou a estimativa da safra de cana-de-açúcar.

O público lotou o teatro municipal
na reunião da Orplana

Ismael Perina Júnior, Manoel Ortolan,
Maria C. Pacheco, Antônio Eduardo
Tonielo e Mário Garrefa
Revista Canavieiros - Setembro de 2008

Outro evento que chamou a atenção do público foi a Reunião da Orplana, que também foi realizada no Teatro
Municipal, na quinta-feira (04). Na ocasião, os secretários estaduais do Meio
Ambiente, Francisco Graziano, e da
Agricultura e Abastecimento, João de
Almeida Sampaio Filho, entregaram aos
produtores rurais associados da Orplana certificados de adesão ao Protocolo Agroambiental. Mais de 600 pessoas participaram do evento.

Rodrigo Ortolan, Luis Carlos Tasso Jr.,
André Barbosa e Gustavo Nogueira

Manoel Ortolan recebeu o certificado das mãos do secretário
estadual do Meio Ambiente, Francisco Graziano. Na foto estão
presentes o presidente da Orplana, Ismael Perina Jr. e o secretário
estadual da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio

12

Simultaneamente à Fenasucro &
Agrocana aconteceram vários eventos
que reuniram profissionais e técnicos
do setor. Na segunda-feira, antes da
abertura oficial das feiras, o Fórum Internacional sobre o Futuro do Álcool
reuniu cerca de 400 pessoas no Teatro
Municipal de Sertãozinho.
Notícias
Copercana

Augusto César S. Paixão, Manoel Sérgio Sicchieri, Paulo Calixto: gerentes do
sistema Copercana, Canaoeste e Cocred.

O estande da Copercana foi visitado por cooperados e
profissionais do setor sucroalcooleiro

Manoel Ortolan, Ismael Perina Júnior e Paulo E. Garcia

Manoel Sérgio Sicchieri, José Rubens Turini, Tabata Turini e
Frederico José Dalmaso
Revista Canavieiros - Setembro de 2008

13
Notícias
Canaoeste

Netto Campello Hospital e
Netto Campello Hospital e
Maternidade
Maternidade
Enfermeira Cláudia Bis Furlan
Auditora em Qualidade do Hospital e Maternidade Netto Campello

Um sonho real que há mais de meio século cuida da saúde dos sertanezinos*

A

través de iniciativa única, pensando em colaborar com o trabalhador agrícola, Atílio Magon, um dos fundadores da Canaoeste, convenceu seus companheiros de
diretoria e todos os associados a investirem na construção de um hospital. A principal função deste hospital
seria cuidar dos fornecedores de cana
para que eles tivessem saúde e não se
afastassem do trato com a terra.
A Canaoeste enquanto participante do associativismo tinha que prestar
assistência direta aos seus fornecedores associados. Assim, a construção de
um hospital viria de encontro aos benefícios de seus associados.
O dia 14 de junho de 1951 marca a
data da tomada de decisão da construção desta importante obra para a nossa cidade. Foi neste dia que o então
presidente da Canaoeste, Eugênio
Mazer, designou os diretores João
Mendes e Clóvis Magon como responsáveis pela nova empreitada.

Hospital dos Canavieiros, como era conhecido na época. A cerimônia contou com a presença do presidente do
IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool - Silvio
Bastos Tavares. Além
de ter recebido congratulações vindas de diversas entidades e autoridades, inclusive do
presidente da republica
da época, Getulio Vargas, que se manifestou
através de mensagem
enviada por telegrama.
Na tentativa de angariar fundos e
agilizar o término das obras foi decidido em assembléia geral, a cobrança de
uma taxa do valor de Cr$ 1,00 (Um cruzeiro) para cada tonelada de cana produzida e entregue as usinas de Sertãozinho. Esse dinheiro foi repassado
a Canaoeste através do IAA.

Além de repassar o dinheiro, o Instituto também foi fundamental para o término das obras do hospital fazendo importantes doações. O produtor rural e a
população sertanezina tiveram papel importante realizanFase de construção do Netto do trabalhos e forCampello Hospital e Maternidade necendo materiais
de construção.

Alguns meses depois, em 28 de agosto do mesmo ano, uma “pedra fundamental” foi colocada no terreno onde seriam
construídas as futuras instalações do

Em janeiro de
1955 nascia o
Hospital Netto
Campello, nome
dado em homenagem a um ex- presidente do IAA,
ficando popularmente conhecido
como Hospital
dos Canavieiros.
14

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

Atual fachada e UTI Móvel do
Netto Campello

Para homenagear a figura do seu mentor, Atílio Magon, que faleceu antes do
término das obras, foi esculpido um
busto em bronze e instalado na entrada da instituição.
Na época em que foi inaugurado, o
hospital contava com 25 pontos de oxigênio, um necrotério, água fria e quente e um gerador de eletricidade. Sua estrutura civil era composta por um ambulatório de 250m² de área útil que era
dividido da seguinte forma: uma sala
de espera, dois consultórios, duas salas de curativos, uma sala de repouso
intermediário, uma sala de fisioterapia,
um banco de sangue e um gabinete de
radiologia.
Somava-se à estrutura física a presença de um corpo clínico renomado:
Dr. Antônio Furlan Júnior, Dr. Henrique
Jorge Junqueira, Dr. Olidair Ambrósio
e Dr.Yussif Ali Mere.
O Hospital Netto Campello rapidamente foi considerado um dos mais
modernos e eficazes hospitais da região e também foi reconhecido como o
primeiro hospital agrícola a entrar em
atividade no Estado de São Paulo.
Notícias
Canaoeste
No ato da inauguração foram nomeados os senhores Clóvis Magon
como presidente; Dr. Olidair Ambrósio
como diretor clínico; Dr. Henrique Jorge Junqueira para exercer o cargo de
médico cirurgião e o Sr. Olímpio Lopes
da Silva como tesoureiro.

ção estenderam-se até a metade da década de 90. O corpo clínico neste momento
contava com aproximadamente 200 médicos que realizavam aproximadamente
4,5 mil consultas e 140 cirurgias/mês.
Eram atendidos fornecedores de cana de
toda a região de Sertãozinho.

Nove anos após sua inauguração,
o hospital já demonstrava um grande
crescimento como se pode perceber no
texto do Estatuto da Canaoeste de 1964:

Notícias
Canaoeste

Acompanhando a história, aconteceu a explosão dos planos de saúde. O
movimento no hospital diminuiu. Mas
isso não é um sinal de derrota e sim de
reforço das origens deste hospital que,
reunindo novamente sua diretoria, adequou-se à nova realidade e buscou parcerias para oferecer sempre o melhor.

“O Hospital Netto Campello representa uma verdadeira instituição clínica, sendo provido de aparelho de
Raio X, laboratório de analise, sala
de cirurgia, enfermarias e demais instalações especializadas de modo a
satisfazer a terapêutica moderna. Nele
está também instalado um gabinete
dentário a fim de atender os respectivos serviços não prestados nas unidades médico-hospitalares disseminadas nas áreas canavieiras”.
Em 1965, a instituição tem novos
recursos, e ganha uma cozinha hospitalar e uma lavanderia automatizada.
Nessa primeira grande ampliação também foi construído um novo centro cirúrgico que contava com duas salas de
cirurgias e uma de parto. Construiu-se
ainda, uma sala de oftalmologia e um
laboratório de análises clínicas. Ressaltamos que toda a verba para essa obra
vinha como donativo do IAA provando a força da Canaoeste dentro do órgão bem como o reconhecimento de
todo o setor canavieiro pelos serviços
de excelência clínica prestados pelo
hospital desde sua inauguração.
Com o espírito empreendedor e a
vontade de inovar sempre, em 1978 é iniciada uma grande ampliação na qual aumentaria de dez para 65 leitos. Um passo
imenso é dado pela instituição que deixa
para trás a visão de um pequeno hospital
geral e passa a ser um hospital especializado, assumindo a posição de um dos
melhores hospitais da região sob administração da Canaoeste.
Com a entrega da obra no inicio da
década de 80, o Hospital Netto Campello
recebeu o maior fluxo de pacientes de
toda sua história! Tais ciclos de interna-

Os níveis de excelência em atendimento e serviços prestados vêm melhorando a cada ano. No ano de 2004, a média de atendimento foi de cerca de 36 mil
clientes. Tais atendimentos dividiam-se
em diversas categorias, como: consultas,
internações, raio-X, endoscopia, ultrasom, ecocardiograma e mamografia.
O centro cirúrgico trabalhou uma média de dez horas/dia e ali nasceram cerca
de cem novas vidas na maternidade. Não
podemos deixar de citar outros números
que garantiram a preocupação da diretoria com os clientes atendidos: média de
4,5 mil refeições servidas, 12 mil quilos de
roupas lavadas e 4.560 m² de área útil.
Uma característica marcante que
diferencia o Hospital Netto Campello
das outras instituições de saúde da cidade e região é ter meio século de vida
e valorizar cada um de seus colaboradores internos. Entendemos que são
eles, a força motriz de uma instituição
que tem história, ocupa um lugar importante no presente e deseja crescer
ainda mais, num futuro próximo.
O Hospital Netto Campello, que
completou 53 anos em 28 de agosto do
corrente ano, pode ser comparado à
história do setor canavieiro que nasceu do fruto de muito trabalho, cresceu e aprimorou-se. Está prestes a se
tornar referência de macroregiões e está
inserido num dos mais importantes setores da economia mundial.
*Baseado nos dados históricos do Banco
de dados da Canaoeste, gentilmente cedidos.
Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Destaque

São Paulo lança
São Paulo lança
zoneamento para a cana
zoneamento para a cana
Da Redação

Trabalho estabelece parâmetros para desenvolvimento da cana e licenciamento de novas usinas

O

governo do Estado lançou
no último dia 18 o mapa de
zoneamento agroambiental
para o desenvolvimento sustentável da
cana em São Paulo. O trabalho tem como
objetivo estabelecer parâmetros para o
desenvolvimento da cana-de-açúcar e
estabelecer regras para o licenciamento de novas usinas no Estado.
Foi elaborado a partir de parâmetros hidrográficos, físicos, topográficos e climáticos, entre outros, instituído em resolução conjunta assinada pelos secretários do Meio Ambiente, Xico Graziano e da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio.
O zoneamento possibilita o efetivo
planejamento da canavicultura, que
atualmente ocupa uma área de 4,9 milhões de hectares no estado de São
Paulo, levando em conta a sustentabilidade da atividade. Junto com o zoneamento, foram estabelecidas regras claras para o licenciamento de novas usinas de álcool no território paulista.
O zoneamento é mostrado por
meio de um mapa, identificando as
áreas pelas cores verde, amarelo e
vermelho, permitindo a visualização
daquelas com menor grau de restrições para a instalação de uma nova
unidade industrial. As áreas marcadas em verde e em amarelo são consideradas adequadas para a atividade, com gradação que varia de verde-escuro, verde-claro e amarelo.
O verde-claro já indica limitações
ambientais para o licenciamento de
novas unidades, enquanto o amarelo significa restrições ambientais,
com um maior grau de exigências. As
áreas em vermelho são consideradas
inadequadas e estão concentradas
na faixa litorânea onde, além das gran-

16

des unidades de conservação do Estado, registram-se as maiores declividades de terreno.
O zoneamento agroambiental
mostra que ainda há áreas adequadas para a expansão do cultivo da
cana. Segundo estimativas baseadas nos pedidos de licença para
novas unidades, até 2010 a área da
cultura poderá chegar a 6,2 milhões
de hectares.

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

O mapeamento foi feito, conforme
assinala em sua resolução o secretário
do Meio Ambiente, considerando a necessidade do aprimoramento dos procedimentos de licenciamento ambiental dos empreendimentos sucroalcooleiros e a gestão das áreas agricultáveis
e de estimular a produção sustentável
de etanol, respeitando os recursos naturais e controlando a poluição, com
responsabilidade socioambiental.
Confira mapa ao lado.
Destaque

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - JULHO/2008
Valores em Reais

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Revista Canavieiros - Setembro de 2008
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Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Reportagem de Capa

Produtores de cana e
Produtores de cana e
sustentabilidade
sustentabilidade
Cristiane Barão

Associações recebem certificado de Adesão ao Protocolo Agroambiental, que
antecipa os prazos para o fim da queima

V

inte e três associações de fornecedores de cana, entre
elas a Canaoeste, receberam,
no último dia 4, o certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental, em
solenidade que reuniu cerca de 500
pessoas no Teatro Municipal de Sertãozinho.
O protocolo, de adesão voluntária, é um acordo entre o governo do
Estado, por meio das Secretarias de
Agricultura e Meio Ambiente, e o
setor produtivo e que prevê, entre
outras medidas, a antecipação dos
prazos para a eliminação da queima
da palha da cana definidos na Lei
Estadual de Queima, de 2002.
Pelo acordo, os prazos para o fim
da queima serão antecipados de 2021
para 2014 para as áreas mecanizáveis
e de 2031 para 2017 para as áreas nãomecanizáveis. A Unica, que representa as indústrias, assinou o protocolo
em junho de 2007 e até o início deste
mês 148 usinas já tinham aderido ao
acordo. Em março deste ano foi a vez
dos fornecedores independentes as-

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, recebeu o certificado do secretário do
meio ambiente, Xico Graziano; do presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior e do
secretário da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio.

sinarem o documento.
Receberam o certificado todas
as 21 associações paulistas filiadas
à Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul

do Brasil) e duas convidadas. Juntos,
esses fornecedores representam 91
milhões de toneladas de cana, cerca
de 25% de toda a matéria-prima processada pela indústria em São Paulo.
“A adesão dessas associações,
que representam 13 mil pequenos e
médios produtores de matéria-prima
é, sobretudo, uma demonstração do
comprometimento desse elo a uma
causa maior, que é a de garantir a produção socialmente justa e ambientalmente responsável”, disse o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan.
Ele afirmou também que a adesão
ao Protocolo exigirá um esforço especial por parte dos fornecedores, já que
a mecanização implica em investimentos em tecnologia, que acabam aumentando os custos de produção. “Os
fornecedores estão assumindo o compromisso num momento extremamen-

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Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Reportagem de Capa
te delicado, quando, há duas safras,
a renda obtida com a cana sequer cobre o que foi investido para produzila”, salientou.
O presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, salientou que
a adesão ao protocolo foi um firme
passo que o setor deu à frente e que
a cana é uma das culturas que menos
agride o solo. “Demos uma prova ao
mundo do compromisso do setor em
oferecer um combustível renovável
e de produção sustentável”, disse.

Antônio Eduardo Tonielo

antes das usinas. Ele, no entanto, pediu ao secretário de Meio Ambiente
mais diálogo sobre algumas questões
no campo da legislação. Sobre o aceno do governo do Estado para a recomposição do ICMS sobre o álcool
hidratado, que foi reduzido de 25%
para 12% em 2004, Perina disse ser
prejudicial para o produtor de cana.
“A Orplana vive de vender cana e o
ICMS maior prejudica o produtor. O
meio da cadeia, não, que são as distribuidoras”, afirmou.
O secretário João Sampaio, da
Agricultura, que também é produtor
de cana em Barretos, disse que o protocolo é um “salvo-conduto, uma demonstração de que estamos sintonizados com que o mundo precisa”. Em
relação ao alerta feito por Ortolan
sobre o aumento nos custos de produção, Sampaio disse que hoje a adesão ao acordo significa um custo,
mas que irá se reverter em renda.

O presidente da Orplana, Ismael
Perina Júnior, acredita que os fornecedores podem até eliminar a queima

João Sampaio

Ismael Perina Júnior

O secretário de Meio Ambiente,
Francisco Graziano Neto, disse que o
setor canavieiro é o que mais vem

cumprindo o protocolo. “Acredito
que antes de 2014 a nossa região não
estará mais queimando cana”, afirmou. Segundo ele, nesse setor houve
a recuperação de 140 mil hectares. De
acordo com ele, um estudo mais detalhado será divulgado pelo governo do
Estado até o final deste mês.

Francisco Graziano Neto

Segundo ele, pelos dados preliminares é possível estimar que até o
final deste ano, metade da cana será
colhida crua em São Paulo. No ano
passado, 110 mil hectares deixaram
de ser queimados e este ano deve
terminar com mais outros 100 mil hectares sem queima.
Também participaram da solenidade de entrega dos certificados o prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, Roberto Rodrigues, ex-ministro
da Agricultura e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP
(Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), José Nilton de Souza
Vieira, diretor substituto do Departamento da Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura.

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Repercutiu
Fórum do Álcool e reunião Orplana
“Com a entrega do certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental,
que prevê a eliminação da queima da palha de cana-de-açúcar até 2014 para
as áreas mecanizáveis e 2017 para as não mecanizáveis, os produtores
rurais do Estado de São Paulo dão um firme passo à frente na busca de
reduzir a poluição, recuperar as matas ciliares e explorar racionalmente os
recursos hídricos, tudo para melhorar o meio ambiente.”
Do presidente da Agrocana, Copercana, Cocred e Sindicato Rural de
Sertãozinho, Antonio Eduardo Tonielo, durante seu discurso na solenidade de
entrega do certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental aos produtores

“Na maioria dos casos, procuram
determinar até mesmo o que o produtor
pode ou não plantar em sua propriedade
no Brasil, mas quando tentamos
inserir na discussão considerações de
ordem econômica para garantir a
sustentabilidade do negócio, argumentam que isso fere a soberania dos
países envolvidos. E determinar o que
se pode ou não plantar não fere?”
Do presidente da UNICA, Marcos
Sawaya Jank, se referindo aos obstáculos que retardam a transformação
do etanol em commodity.

“Temos que fazer do
problema uma solução, o
encontro de hoje é positivo
nesse sentido, pois o setor
canavieiro é o que mais vem
cumprindo o Protocolo, e
acredito que antes de 2014
a região do Pardo não estará
mais queimando cana”.
Do secretario do Meio
Ambiente paulista, Francisco Graziano

“A adesão dessas associações, que representam 13 mil pequenos e médios produtores de
matéria-prima é, sobretudo, uma demonstração
do comprometimento desse elo a uma causa maior, que é a de garantir a produção socialmente
justa e ambientalmente responsável.”
Do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan

“Mesmo dentro de uma crise que se configura como uma das maiores de sua história, os
produtores de cana tomam medidas alinhadas
com a responsabilidade social e ambiental.”
Do presidente da Orplana, Ismael Perina
Júnior
“Nós estamos comprometidos com a sustentabilidade e com o meio ambiente. O produtor de cana
está consciente do seu papel de produzir de forma
responsável. A entrega desse certificado vem
consolidar o nosso compromisso com a sociedade.”
Do diretor da Copercana, Pedro Esrael
Bighetti
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Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Informações Setoriais

CHUVAS DE AGOSTO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas que ocorreram em AGOSTO de 2008.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

A média das observações das
chuvas que ocorreram este mês,
na região de abrangência da CANAOESTE, “ficou” ligeiramente
abaixo das médias históricas dos
locais observados, com exceção de Severínia-Fazenda Monte Verde, Franca-IAC/CIAAGRO e Usinas Batatais e MB.
Mapa 1: Água Disponível no Solo
entre 14 a 17 de AGOSTO de 2008.

O Mapa 1, ao lado, mostra
que o índice de Água Disponível no Solo, no período de
14 a 17 de AGOSTO, apresentava-se como médio a alto na
faixa Centro-Sul do Estado de
São Paulo. Enquanto que, do
Centro para o Norte, a
Disponibilidade de Água era
de baixa a crítica, condição
esta que perdurou até o final
do mês.

ÁGUA, usar sem abusar !
Protejam e preservem as
nascentes e cursos d’água.
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Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Informações Setoriais
Mapa 2: Água disponível no solo ao final de AGOSTO de 2007.

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático
de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de setembro a novembro.
O monitoramento das temperaturas da superfície do
mar (TSM), ao longo da faixa equatorial do Oceano Pacífico, mostra que este parâmetro será normal durante os próximos meses, indicando neutralidade climática para os meses de primavera e verão (setembro/outubro a final de
março). Logo, para as áreas sucroalcooleiras da Região
Centro-Oeste, Sudeste e Estado do Paraná, tem-se que :

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de AGOSTO de 2008.

· A temperatura média ficará entre próxima a ligeiramente acima da normalidade climática;
· Quanto às chuvas, a previsão é que serão próximas das respectivas médias históricas;
· Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro Apta-IAC - Ribeirão Preto e municípios próximos são próximos de 50mm em setembro,
125mm em outubro e 170mm em novembro.
· As previsões elaboradas pela SOMAR Meteorologia, interpretadas especificamente para a região de
abrangência da CANAOESTE, mostram que:
- as temperaturas médias serão superiores à média
histórica durante o mês de setembro e próximas das
normais nos meses de outubro e novembro;
- as chuvas serão próximas das médias históricas
em setembro e novembro, mas possivelmente 30% superiores às normais climáticas no mês de outubro.
Face a essas previsões, a CANAOESTE recomenda
aos seus associados que atentem às condições de umidade do solo durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana, visando evitar ou, pelo menos,
atenuar pisoteios sobre as soqueiras. Persistindo dúvidas,
consultem os técnicos CANAOESTE mais próximos, quanto às operações de colheita e as de cultivos mecânicos e
químicos (herbicidas para os matocontroles).

O Mapa 2, acima, mostra que ao final de AGOSTO de 2007 o índice de
Água Disponível no Solo encontrava-se como baixo a crítico em toda área
sucroalcooleira do Estado. Situação semelhante, excetuando-se a faixa sul do
Estado, foi observada ao final deste mês de AGOSTO de 2008 (Vide Mapa 3),
permitindo quase que se recuperar das menores quantidades e qualidade da
cana que se verificaram no primeiro terço de safra, em função da maior umidade do solo naquele período.

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Artigo Técnico

Georreferenciamento de Área
Georreferenciamento de Área
e Retificação Administrativa
e Retificação Administrativa
Luis Antonio dos Santos
Assistente de Geoprocessamento da Canaoeste

A

partir de 2011 todos os proprietários rurais com áreas abaixo de 500 ha serão obrigados
a providenciar o georreferenciamento
de seus limites físicos (divisas) de acordo com a lei federal 10.267/01 e decreto
5.570/05.
E a partir de outubro de 2008, as
propriedades com área superior a 500
ha já estarão sujeitas, dentro do estabelecido pelo decreto 5.570/01, a
promover o georreferenciamento. As
sanções administrativas previstas
são o cancelamento do CCIR, documento emitido pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que constitui prova do
Cadastro do imóvel rural junto ao
SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural).
O georreferenciamento em si nada
mais é que uma descrição geométrica
do imóvel, com erro permitido no posicionamento do perímetro de 50 cm,
precisão estabelecida na NORMA
TÉCNICA PARA GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS, elaborada pelo INCRA em 2003.
No embalo da lei federal 10.267/
01, surgiu também a lei federal 10.931/

04, que trata da retificação administrativa de área, em oposição à retificação contenciosa ou judicial, permitindo uma maior celeridade ao processo de retificação, além de regulamentar a declaração dos confrontantes, garantindo o direito à propriedade e evitando danos a terceiros.
Ambas as leis convergem para
contribuir com o princípio da especialidade, permitindo, respectivamente, a localização exata e a descrição
precisa do imóvel.
Tais procedimentos trarão uma
maior segurança jurídica, assegurando o direito de terceiros, evitando
contendas e, certamente, garantirão
o princípio constitucional de direito
à propriedade.
A CANAOESTE conta com uma
equipe de profissionais habilitados
e preparados para providenciar ao
associado a retificação administrativa de área, que visa corrigir descrições imprecisas, assim como o georreferenciamento, que inserirá o
imóvel rural no SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural), amarrado
ou Georreferenciado ao SGB (Sistema Geodésico Brasileiro).

Também foi preparada uma cartilha detalhada com as etapas necessárias à retificação administrativa e
uma outra está em produção, específica sobre o georreferenciamento.
Elas serão entregues aos associados para que tenham ciência dos
procedimentos.
Finalmente, não podemos deixar
de abordar que o volume de trabalho com a inclusão das áreas abaixo
de 500 ha acarretará a paralisação
do INCRA, sendo que em média,
atualmente, um processo de georreferenciamento demora de seis a doze
meses e, a não ser que sejam tomadas medidas preventivas ou a prorrogação dos prazos, não existe perspectiva de melhora.

Levantamento GEODÉSICO

Também lembramos que muitos
associados possuem mais de uma
propriedade e, diante do acima exposto, a tendência é que o cenário piore,
razão pela qual afirmamos que será
necessário focar a atuação da nossa
equipe em áreas com prazos judiciais, como averbação de reserva legal, ou no máximo em quatro propriedades por associado por ano, permitindo uma atenção igualitária a todos
os interessados, que estarão obrigados por lei a providenciar a retificação administrativa ou o georreferenciamento do seu imóvel.
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Revista Canavieiros - Setembro de 2008
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Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Legislação

Queima de cana -

Procedimentos
a serem adotados em caso de incêndio
de origem desconhecida.

E

stimados produtores de canade-açúcar, inobstante as autorizações de queima de palha
obtidas junto à Secretaria do Meio Ambiente, estamos presenciando mais
uma vez uma avalanche de autuações
administrativas sendo aplicadas em
desfavor dos produtores, decorrentes
de incêndios descontrolados, originados por terceiras e desautorizadas pessoas, que atingem os canaviais. Nesse
caso, por precaução, deve o produtor
de cana-de-açúcar buscar produzir o
maior número possível de provas negativas, ou seja, aquelas capazes de
demonstrar que o produtor rural não
teve intenção de utilizar-se do fogo na
lavoura atingida pelo incêndio. Provas
essas que servirão em prováveis defesas administrativas e judiciais.

não está no ponto ideal, ou seja, a cana
queimada não estava no seu nível de
maturação máximo para ser colhida,
não sendo justificável, portanto, o uso
do fogo como auxiliar da colheita;

Mais uma vez, venho enumerar alguns exemplos de prova negativa:

» Caso possua autorização, informar ao agente autuador, caso esse apareça, que não estava programada a queima,
tanto que sequer efetuou as comunicações aos confrontantes e à Secretaria do
Meio Ambiente;

» Fazer análise da cana queimada
para poder constatar que o rendimento industrial, medido em quilos de ATR,

» Pedir declaração da unidade industrial e ou prestadora de serviços que enviou o caminhão tanque (bombeiro), onde
conste que o produtor assim solicitou para
apagar um incêndio de origem desconhecida ocorrido em seu canavial;
» Tirar fotos dos aceiros existentes na propriedade, bem como do não
plantio em áreas proibidas de serem
exploradas (abaixo das linhas de transmissão de energia elétrica, por exemplo), demonstrando com isso obediência à legislação pertinente;

» Caso não
possua autorização, informar ao
agente autuante
que não possuía
interesse em utilizar-se do fogo em
sua lavoura, tanto
que sequer buscou referida autorização;

Juliano Bortoloti - Advogado
Departamento Jurídico Canaoeste

» Demonstrar, através de fotos,
testemunhas e laudo pericial, que a
área queimada estava preparada para
o corte mecânico, não justificando, portanto, o seu interesse em utilizar-se do
fogo, assim como a correta área atingida pelo incêndio.
Portanto, estes são alguns exemplos de provas negativas que o produtor rural deverá produzir em caso de
incêndio acidental ou criminoso em sua
propriedade, devendo, ainda, caso receba a visita de um Policial Ambiental
ou agente da CETESB, informar esses
fatos para que sejam apostos no respectivo Boletim de Ocorrências ou
Auto de Infração, além de procurar orientação jurídica adequada. O Departamento Jurídico da Canaoeste estará à
inteira disposição do associado para
defendê-lo nestes casos.

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Pragas e Doenças

Alerta sobre introdução da
ferrugem laranja no Brasil
Da Redação

Ministério da Agricultura produz folder sobre a doença, que já foi detectada em países próximos

O

Ministério da Agricultura de
senvolveu um folder para alertar sobre a possibilidade da
entrada no país da ferrugem laranja,
uma das pragas mais severas na cultura da cana. A doença já foi detectada
em países próximos e pode se dispersar pelo vento até longas distâncias.
Assim, embora não haja registro do
problema no Brasil, o seu ingresso pode
ser questão de tempo.
Em julho de 2007, foi confirmada a
primeira detecção da ferrugem laranja
no hemisfério ocidental, em canaviais
da Flórida, nos Estados Unidos. E a
praga já se encontra na Guatemala,
onde foi relatada em setembro de 2007,
e na Nicarágua, semanas depois, afetando consideravelmente a indústria
sucroalcooleira.
De acordo com o ministério, as pessoas podem, sem saber, disseminar estruturas da ferrugem por meio de em roupas, calçados, bagagem ou material vegetal. Desta forma, pessoas que visitam
regiões com canaviais infestados pela
ferrugem laranja (Austrália, Estados
Unidos, América Central, Indonésia, Índia e China) devem adotar algumas medidas preventivas. É recomendável, por
exemplo, lavar e passar as roupas, antes
do retorno ao
Ciclo Brasil e não trazer nenhum
Biológico
tipo de material vegetal na bagagem, sem
a devida autorização oficial.
Estas providências
certamente retardarão a
entrada da praga no país,
para que haja mais tempo
para pesquisas de variedades de cana-de-açúcar resistentes, a maneira mais
econômica para o controle da ferrugem. Das variedades brasileiras testadas
na Austrália, a RB72454
apresentou suscetibilida32

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

de à praga, o que significa que o Brasil pode correr risco de prejuízos econômicos com a ferrugem. Isso porque, além de ser bastante plantada,
a RB72454 é utilizada para desenvolvimento de novas variedades.
Sobre a doença: Duas espécies de fungos são conhecidas como
patógenos causadores de ferrugem em cana-de-açúcar: Puccinia
melanocephala Syd. et P.Syd. e
Puccinia Kuehnni Butler. A espécie P. melanocephala é o agente
causador da ferrugem marrom que
apresenta grande área de dispersão pelo mundo (Índia, China, Indonésia, África, Austrália, América do Norte e América do Sul).
A espécie P.Kuehnni é o patógeno causador da ferrugem laranja, que apresentava distribuição
mais limitada (Indonésia, Austrália, Índia e China) e menor importância econômica por ocorrer esporadicamente. Entretanto, ao final
da década de 1990, alastrou-se pelos canaviais da Austrália atingindo a variedade Q124, que representava 45% da área plantada naquele
país, diminuindo a produtividade
e causando sérios prejuízos ao setor açucareiro australiano, estimados em 24% da produção de toneladas de açúcar por hectares.
Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Novas Tecnologias

1ª Plantadora automotriz
de cana picada do mundo
Da Redação

A máquina, que apresenta um novo conceito por ser automotriz, foi lançada em 2007
e hoje está em operação em quatro Estados

O

s produtores rurais que visitaram a Fenasucro & Agrocana
2008 puderam conhecer a Tropicana - primeira plantadora automotriz de cana picada do mundo. O conceito automotriz permite a harmonia
entre o conjunto motriz (motor/força de
tração) e o implemento (plantadeira),
formando um único equipamento.
A máquina foi lançada em 2007 e
desenvolvida pela Servspray, pioneira
na fabricação de pulverizadores automotrizes no Brasil e a Sermag, especialista há 30 anos em implementos para
cana. Por possuir um chassi único, a
Tropicana é fácil de manobrar e por isso
não há efeito vagão, ou seja, a carreta
não escorrega, já que a tração está sobre a máquina, garantindo um plantio
com melhor acabamento.
Outro aspecto a ser destacado é a
qualidade do paralelismo das linhas
entre os sulcos que a máquina automotriz obtém, por otimizar o resultado
do uso do piloto automático, que é
opcional. “A margem de erro entre as
linhas da Tropicana é três vezes menor
que o erro das plantadoras tracionadas, uma melhora de até 20% do paralelismo, resultando em total aproveitamento e facilitando o trabalho da co-

lheitadeira na colheita futura”, explica
o gerente de vendas da Servspray, Cristiano Barbosa.
Por ter um motor especificamente
desenvolvido para esse projeto, ela trabalha de maneira otimizada, o que representa uma economia de quase 50%
de combustível em relação às plantadeiras tracionadas, além de menos gastos com manutenção.

A Tropicana possui também duas
esteiras que garantem uma distribuição
mais homogênea, melhor qualidade do
plantio, maior integridade das gemas e
menor índice de ‘embuchamento’. Por
isso, o consumo de mudas ton/ha (toletes) pode ser reduzido em até 20%, a
critério de cada usina. “Mesmo com a
muda de cana em condição desfavorável, a uniformidade é garantida”, acrescenta Barbosa.
A agricultura de precisão está presente na Tropicana e é de uso fácil, por
meio da qual pode-se controlar a vazão
de três produtos (fertilizante, inseticida e cana-de-açúcar) simultaneamente
pelo DGPS. O sistema grava todos os
dados em um cartão de memória com
capacidade para 100 hectares, o que
possibilita um melhor acompanhamento e controle da produtividade diária
da máquina.
O novo equipamento está disponível
no mercado pelo valor de R$ 650 mil.

34

Revista Canavieiros - Setembro de 2008
Culturas de Rotação

Brasil conclui colheita da maior
safra de grãos da história
Da redação

O

Brasil nunca produziu tantos
alimentos como na safra atual
de grãos (2007/08), que acaba
de ser concluída pela Conab. Os números do 12º levantamento, apresentados
no último dia 8 pelo presidente da estatal, Wagner Rossi, confirmam uma colheita de 143,87 milhões de toneladas,
ou 9,2% maior que a do ciclo anterior.
Este resultado, inclusive, poderá ainda
ser alterado, com a colheita do milho
safrinha do Nordeste, que será finalizada neste mês.
Esta cultura é o grande destaque
do período. Com duas colheitas no ano,
o milho participou com 58,59 milhões
de toneladas, ou 14% (7,21 milhões de
toneladas) a mais que na safra passada. Já a soja cresceu 2,8%, o equivalente a 1,66 milhões de toneladas. Outro grão em evidência foi o trigo, com
3,82 milhões de toneladas, diferença de
71,2% para cima. Apesar do aumento,
esta quantidade ainda não é suficiente
para abastecer o mercado interno, o que
leva o Brasil a importar parte do produto da Argentina.
Por outro lado, as exportações dos
outros grãos cresceram. Até o final do
ano serão embarcadas 52,17 milhões de
toneladas de milho, soja, feijão e algodão. De janeiro a julho, a saída desses

produtos e seus derivados já renderam ao
país US$ 13,29 bilhões. A balança comercial do agronegócio, nesse mesmo período, contabilizou
US$ 40,11 bilhões em
exportações. De acordo com Rossi, este
panorama consolida o
agronegócio como um
dos principais protagonistas da economia
brasileira. “Esses
avanços são fruto da
capacidade empreendedora do produtor brasileiro e da política de apoio consistente do governo
à agricultura”, explica.
A lista dos maiores estados produtores de grãos é encabeçada pelo
Paraná (21,1%), seguida pelo Mato
Grosso (19,7%), Rio Grande do Sul
(15,6%) e Goiás (9,1%). No que se refere à área semeada, o país saiu de
46,21 milhões para 47,36 milhões de
hectares. A região Centro-Sul responde por 79% do total. O milho e a soja
são também as culturas que mais se
beneficiaram com a ampliação das terras cultivadas, com 14,71 e 21,33 milhões de hectares,respectivamente.

Estoques – A Conab divulgou, ainda,
a quantidade de alimentos que o governo e o setor privado mantêm armazenada
para a entressafra. Os estoques de passagem são de 10,63 milhões de toneladas
de milho, 1,03 milhão de toneladas de arroz, 3,03 milhões de toneladas de soja,
535,5 mil toneladas de feijão e 2,28 milhões de toneladas de farelo de soja.
A pesquisa foi realizada por cerca de 80
técnicos, entre os dias 18 e 22 de agosto.
Eles consultaram agricultores, cooperativas,
sindicatos, órgãos públicos e privados dos
principais estados produtores.
Fonte: Conab

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
"Tecnologias na Agroindústria Canavieira"
Marcos Omir Marques
Miguel Ângelo Mutton
Thiago Assis Rodrigues Nogueira
Luiz Carlos Tasso Júnior
Gustavo Almeida Nogueira
Juliano Henrique Bernardi

Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português
1) Pedro, antes de sair do escritório, disse:
Alguém viu “o meu óculos” de sol sobre a mesa?
Com certeza, ninguém viu e o sol desapareceu, ficando o erro
de Português!!!
Pedro, veja a diferença entre o substantivo no singular e o
substantivo no plural.

Renata Carone
Sborgia*

Óculos é o substantivo que no singular tem significado diferente do plural:
O ÓCULO, no singular, quer dizer luneta, binóculo.
OS ÓCULOS, no plural, é a armação com lentes que se usa no rosto, na face.
Devemos dizer então: os meus óculos.
Ex.: -Alguém viu os meus óculos de sol sobre a mesa?
Agora, todos viram! O Português está correto! O sol apareceu!
2) O chefe da empresa comentou:
As cópias “elas” têm um tempo perecível. Entreguem com urgência para mim.
Com certeza, o chefe ficará sem as cópias e o Português com o famoso Pleonasmo vicioso do sujeito (no caso, a palavra acima “cópias” é o sujeito da frase).
Prezado amigo leitor, basta dizer: As cópias têm um tempo perecível.
3) “Venceu” quatro duplicatas hoje e Maria está sem dinheiro, a situação é
constrangedora.
Maria está sem dinheiro, constrangida e sem um bom estudo sobre o tópico
gramatical “Concordância Verbal”.
Puro erro de Concordância Verbal, na frase acima, quando o sujeito vem
depois do verbo.
Explicação fácil: o sujeito da frase é: quatro duplicatas(está no plural), portanto o verbo( no caso, vencer) precisa concordar com o sujeito.
O correto: Venceram quatro duplicatas hoje.
PARA VOCÊ PENSAR:

“Se você não consegue entender meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores
sentimentos”.
Autor desconhecido

“Não atire flechas de críticas destrutivas em seu irmão: auxilie-o a
não errar novamente e a crescer construtivamente no amor, na experiência e no conhecimento”.
Elizete Maria A. Santesso
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

36

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

O

Brasil é o maior produtor mundial de canade-açúcar, mas, em essência, empregamos
tecnologia gerada há mais de 50 anos para a fabricação de açúcar e há mais de 30 anos para a
fabricação do álcool, além de mão-de-obra com
baixo grau de especialização. Isso nos permite
afirmar que nossos produtos são competitivos
no mercado internacional por sermos exímios produtores de cana, em larga escala, e respeitáveis
exportadores de açúcar bruto e etanol-combustível, ainda, em grau de importância menos.
Esse cenário evidencia a necessidade premente
de iniciarmos, em tempo, estudos para o desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente na parte industrial. Não obstante, darmos continuidade à evolução tecnológica do setor agrícola. Essas ações devem objetivar produtos de
melhor qualidade e menores custos, gerados em
processos produtivos auto-sustentáveis e conduzidos em harmonia com o meio ambiente.
Assim, um grupo de professores, pesquisadores, e técnicos se reuniu, num esforço conjunto,
para elaboração da obra "Tecnologias na Agroindústria Canavieira". Fazem parte do volume
vinte capítulos elaborados por autores de reconhecida experiência no setor, que abordam de
forma técnica, simples e precisa, temas de suma
importância que compõem os processos de fabricação de açúcar e álcool em usinas e destilarias brasileiras.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Agende-se
Outubro

de 2008

IV SINTAG - SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA DE
APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS
Data: 15 a 17 de outubro de 2008
Local: Hotel JP - Via Anhanguera km 306,5 - Ribeirão Preto/SP
Temática: O objetivo central do IV Sintag é amplificar a discussão sobre
o tema "segurança" no contexto da tecnologia de aplicação, enfocando
os seguintes aspectos: treinamento e extensão, legislação, certificação,
perdas e deriva, equipamentos e novas tecnologias, entre outros. O programa do IV SINTAG contempla palestras de representantes nacionais e
internacionais, debates sobre o panorama mundial, e em particular da
América Latina, Europa e EUA, sobre a tecnologia de aplicação, além de
aspectos ligados à qualidade, segurança, treinamento, legislação, certificação, dinâmica ambiental, aditivos e adjuvantes, aviação agrícola, agricultura de precisão e pesquisa em tecnologia de aplicação. Dentro da
programação técnica, serão disponibilizados espaços a empresas para a
divulgação e discussão de atividades técnicas relacionadas ao tema do
evento.
Mais Informações: sintag@sintag.com.br
Site: www.sintag.com.br
VI FEIRADE FORNECEDORES EATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA
DA INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO - FFATIA
Data: 28 a 31 de outubro de 2008
Local: Centro de Convenções de Goiânia - GO
Temática: Em 2008, a Ffatia promete ser a maior vitrine de inovações
tecnológicas para o setor industrial do Centro-Oeste reunindo visitantes
e expositores que atendem a todos os setores da indústria de alimentos.
Mais Informações: (16) 2132 8936
Site: www.ffatia.com.br
SIMPÓSIO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO APLICADAAO
SETOR SUCROALCOOLEIRO
Data: 9 e 10 de outubro de 2008
Local: Anfiteatro da Engenharia - Esalq - Piracicaba - SP
Mais Informações: (19) 3417 6600
I CICLO DE PALESTRAS DE SOJA
Data: 15 e 16 de outubro de 2008
Local: Anfiteatro do Pavilhão da Química - Esalq - Piracicaba - SP
Temática: Difundir novas pesquisas e técnicas de produção, comercialização e cultivo de soja, permitindo também uma discussão e troca de
experiências entre profissionais da área e o público participante.
Mais Informações: (19) 3417 6604 - cdt@fealq.org.br
CONBIEN - CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROBIOENERGIA E
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE BIOCOMBUSTÍVEIS
Data: 28 der setembro a 3 de outubro
Local: Center Convention - Uberlândia - MG
Temática: O CONBIEN concentrará aproximadamente 90 conferencistas nacionais e internacionais do mais alto nível em fontes de energia
renováveis. Além disso, o Congresso contará com a presença de comitivas de vários países.
Mais Informações: (34) 3231 4500
Revista Canavieiros - Agosto de 20082008
Revista Canavieiros - Setembro de

37
Vende-se
- Colheitadeira JD-1175 - ano 2000 2.500 hrs de trabalho
- Plataforma de 16 pés
- Plataforma de milho 04 linhas
- Colheitadeira JD-1550 - ano 2002 1.800 hrs de trabalho
- Plataforma 19 pés
- Plataforma de milho 06 linhas
- Terraciador Civemasa - ano 2004; 24
C; 26x6
Informações / Contato - Alexandre - (16)
3663-3850

Vende-se
MB 2418 - ano 93 - com tanque d'água
15.000lts. Traçado 6 x 4 - completo. Tratar com Patito - (16) 9187 1901 paulistacomercial@uol.com.br

Vende-se
- 2 Carregadeiras Cana, Valtra, modelo BM
100 - 4 x 4 Implemento Santal, conjunto 2007
- 3 Tratores Ford, modelo 8630, ano 94
com Kit de freio e cabine semi fechada
- 1 Trator Ford, modelo 8830, ano 94
com Kit de freio e cabine semi fechada
- 1 Trator esteira Komatsu, modelo D60,
ano 1980
Vende-se
Reboque Canavieiro - ano 92 - Justari - Tratar com Leandro pelo telefone (19)
comprimento 7,80m. Trabalha com tom- 3813 4800 ou 9604 7171
bador e coxo. Rolamento Industrial granVende-se
de. Interessados procurar Guido (16)
- Colhedeira de grãos axial flow marca case,
9147 0353.
mod. 2388, motor pot. 280hp, ano 2001, reviVende-se ou troca-se
são/peças sempre em concessionária case;
Trator 1580 - 4 x 4 em perfeito estado.
- Plataforma modelo 1020 de 25 pés,
Tratar com Antenor Montenegro (16) marca case, ano 2001.
3942 2453 ou 8158 7613
Tratar com Gustavo pelo telefone (34)
3317-2248 ou (34) 9938-6457.
Vende-se
Vende-se:
- 1 Trator Jonh Deere, modelo 7515 (140
cv), ano 2006, cabinado, com 1300 ho- - 04 reboques em bom estado, 02 eixos,
rodagem com Pneus 1100/20, Ano 2004 ras, semi-novo
- 1 Grade roma 22 x 28, marca Piccin, ano Marca Galego;
2006, semi-novo.
- 01 Colheitadeira TC 57 New Holland
- 1 Sub-solador 7 haste, marca Piccin, Ano 2002;
- 01 Esparramadeira Tornado Stara 1300
ano 2006, semi-novo.
Entrar em contato com José Souza da Ano 2003;
Silva pelo telefone (34) 9974-1825 e (34) - 01 Plantadeira Gerra 11/12 linhas Marca Jumil - Ano 2.003.
3459-0116
Contato pelos telefones:- (017) 3325Vende-se
2608 escritório - 9607-8300 / 8121-9113
- 1 caixa d'água tipo taça de 5000 lts, com Emilene - 9777-5590 / 8122-4073 com
semi-nova, tijolos antigos e telhas
Marco Aurélio
- 1 transformador de 15 KVA
- 1 transformador de 45 KVA
Vende-se
- Chevrolet D-60, ano 78, toco, azul, com
- 1 transformados de 75 KVA
- lascas, palanques e mourões de carroceria
- Guincho Santal, Vamelt 85 id, ano 80,
aroeira
Tratar com Wilson - (17) 9739.2000 - bom estado de conservação
Tratar com Alexandre (16) 8118 9190
Viradouro SP
38

Vende-se
- 4 Colhedoras Cameco 2500 B
- 2 Colhedoras Case 7700
Tratar com Juliana, (16) 3968 8080 ou Rodrigo (16) 9962 2572 - Ribeirão Preto - SP

Vende-se
- 1000 ha no Triangulo Mineiro, formada para gado, rica de água, solo de cultura, reserva florestal tudo em ordem,
plana ondulada, ótima para plantio de
cana, a 20 km de duas usinas, casa com 6
suítes e piscina, R$ 7.800.000,00.
- 161 alqueires, na região deAraras - SP, fazenda formada em cana e laranja, R$ 65.000,00/alq.
- Fazenda de 250ha com 490.000 pés de
café, estruturada para exportação, diversas
máquinas e alojamentos - R$ 5.500.000,00
- Fazenda de 400ha para café, grãos,
batata ou pecuária - documentação 100%
- formada baquearia, foi batata, curvada,
armazém e abudo perto, terra vermelha,
altitude 1100 metros - R$ 6.000,00/há
- 419 alqueires, 25 km de Piracicaba, toda
formada em pasto, sede boa, 7 casas de
colono, 1 casa antiga para recuperação,
curralama completa, terra roxa, cercada
de cana - R$ 10.500.000,00
Entre em contato com José Paulo Prado,
pelo telefone: (19) 35415318 ou 91548674 ou
pelo email: terraverdeimoveis@yahoo.com.br

Revista Canavieiros - Setembro de 2008

Vende-se

01 plantadeira JUMIL JM 2880 8/7, ano
2004. Nova. Tratar com Marcio Sarni pelo
telefone (16) 3946-4200.
Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Revista Canavieiros - Setembro de 2008

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Novo tempo para o setor sucroalcooleiro exige novas atitudes, diz ex-ministro

  • 1. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 3. Editorial Eliminação das queimadas: compromisso do setor N o último dia 4, os produtores de cana-de-açúcar deram mais uma prova do compromisso do setor com a sustentabilidade e com o meio ambiente. Vinte e três associações de fornecedores de cana, entre elas a Canaoeste, receberam, o certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental, em solenidade que reuniu cerca de 500 pessoas no Teatro Municipal de Sertãozinho. O protocolo, de adesão voluntária, é um acordo entre o governo do Estado, por meio das Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente, e o setor produtivo e que prevê, entre outras medidas, a antecipação dos prazos para a eliminação da queima da palha da cana definidos na Lei Estadual de Queima, de 2002. Receberam o certificado todas as 21 associações paulistas filiadas à Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e duas convidadas. Juntos, esses fornecedores representam 91 milhões de toneladas de cana, cerca de 25% de toda a matéria-prima processada pela indústria em São Paulo. Na mesma solenidade, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, proferiu palestra sobre os desafios do setor. Ele aborda o tema na entrevista do mês. Nela afirma que o setor sucroalcooleiro vive um novo tempo. Segundo ele, esse novo momento requer novas atitudes. A diferença entre os agentes da cadeia produtiva, por exemplo, precisa ser avaliada por meio de critérios diferentes de remuneração da matéria-prima. “Cana não é mais só sacarose”, diz. No Ponto de Vista, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, assina o artigo “O produtor é que paga o pato”, onde aborda os verdadeiros motivos que levam os países desenvolvidos a exigir o cumprimento de regras ambientais e sociais por parte de países exportadores. Nessa análise, Ortolan aponta as conseqüências dessa “queda-de-braço” aos produtores rurais. O Notícias Copercana relata o balanço da Fenasucro e Agrocana 2008. Realizadas de 2 a 5 de setembro no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho, mais uma vez as feiras confirmam que são as maiores do segmento e devem gerar negócios na ordem de R$ 2 bilhões. No estande da Copercana, mais de mil cooperados aproveitaram a oportunidade para obter informações técnicas e de negócios. A Canaoeste traz um resumo da história do Netto Campello Hospital e Maternidade, que completou 53 anos em 28 de agosto e que pode ser comparado à história do setor canavieiro que nasceu do fruto de muito trabalho, cresceu e aprimorou-se. Está prestes a se tornar referência de macroregiões e está inserido num dos mais importantes setores da economia mundial. Além das notícias factuais, a revista de setembro também traz as Informações Setoriais do assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso; o artigo técnico intitulado “Georreferenciamento de área e retificação administrativa” do assistente de geoprocessamento da Canaoeste, Luis Antonio dos Santos; na sessão Pragas e Doenças, o alerta do Ministério da Agricultura sobre a introdução da ferrugem laranja em canaviais do Brasil. Ainda temos o dr. Juliano Bortoloti, que escreveu sobre os procedimentos a serem adotados em caso de incêndio de origem desconhecida e informações interessantes nas páginas de Novas Tecnologias, Dicas de Português, Agenda de Eventos, Classificados e muito mais. Boa Leitura. Conselho Editorial Revista Canavieiros Setembro de 2008 Revista Canavieiros -- Setembro de 2008 3 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Produtores de cana e sustentabilidade Associações recebem certificado de Adesão ao Protocolo Agroambiental, que antecipa os prazos para o fim da queima Pag. Pag. 22 EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788 DESTA DESTA QUES OUTRAS Entrevista CONSECANA DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo REPERCUTIU FOTOS: Carla Rossini Rafael H. Mermejo INFORMAÇÕES Pag. SETORIAIS 26 COMERCIAL E PUBLICIDADE: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br ARTIGOS TÉCNICOS DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Eduardo Saran, Janaina Bisson, Letícia Pignata, Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva. Roberto Rodrigues Pag. 09 Ex-ministro da Agricultura Pag. Novo tempo para o setor Pag. Pag. 05 24 Ponto de vista Pag. Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Presidente da Canaoeste 28 Pag. 31 Pag. 32 LEGISLAÇÃO O produtor é que paga o pato Pag. Pag. Notícias 08 08 10 Copercana - Fenasucro & Agrocana 2008: Estande da Copercana foi visitado por mais de mil cooperados Notícias Pag. PRAGAS E DOENÇAS IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora NOVAS Pag. 3 4 TECNOLOGIAS TIRAGEM: 10.000 exemplares CULTURA Pag. 36 AGENDE-SE 14 Canaoeste - Netto Campello Hospital e Maternidade Pag. 37 Notícias Pag. 38 Cocred - Balancete Mensal Pag. CLASSIFICADOS Pag. 18 4 4 Revista Canavieiros - Setembro de 2008 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 Destaque São Paulo lança zoneamento para a cana Trabalho estabelece parâmetros para desenvolvimento da cana e licenciamento de novas usinas ISSN: 1982-1530 Pag. Pag. 16 www.revistacanavieiros.com.br revistacanavieiros@revistacanavieiros.com.br
  • 5. Entrevista Roberto Rodrigues Ex-ministro da Agricultura, presidente do Conselho Superior do Agronegócio, da Fiesp, e coordenador do Centro de Agronegócio Fundação Getulio Vargas. Novo tempo para o setor Cristiane Barão O exemplo, precisa ser avaliada por meio de critérios diferentes de remuneração da matéria-prima. “Cana não é mais só sacarose”, diz. Segundo ele, esse novo momento requer novas atitudes. A diferença entre os agentes da cadeia produtiva, por Rodrigues salienta também que o fim da queima da cana implicará na utilização de áreas não-mecanizáveis para outras atividades e que essa reconversão depende de financiamento público e qualificação da mão-de- setor sucroalcooleiro vive um novo tempo, na visão do exministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do Conselho Superior do Agronegócio, da Fiesp, e coordenador do Centro de Agronegócio Fundação Getulio Vargas. obra. Para ele, as cooperativas devem assumir um papel protagônico nesse novo tempo. Leia a entrevista que ele concedeu à Canavieiros antes da palestra “Agroenergia: um novo paradigma da produção”, que abriu a solenidade de entrega dos certificados de adesão dos fornecedores ao Protocolo Agroambiental, no último dia 4, em Sertãozinho. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 5
  • 6. Entrevista Canavieiros: Os produtores de tabelecida com base no conjunto a mecanização do corte seguracana têm reclamado que há duas das matérias-primas que ele for- mente uma boa parcela da área safras o custo de produção está nece. Nesse cenário, embora o com cana não poderá continuar. acima da renda obtida com cana. setor como um todo esteja passan- Temos de criar um modelo de fiHá alguma luz no fim do túnel? do por dificuldades muito grandes nanciamento público para trocar Rodrigues: O setor como um - várias usinas têm prejuízos mar- de atividade ao mesmo tempo em todo vive um momento muito difí- cantes este ano -, praticamente que os trabalhadores terão de ser cil. Os preços do açúcar e do ál- todos os usineiros de São Paulo t r e i n a d o s p a r a u m a a t i v i d a d e cool estão muito baixos e, por estão construindo usinas novas. nova. Temos de fazer uma revoluconseqüência, o da cana também. É bem verdade que o fazem com ção tecnológica do mesmo tamaHá uma crise, que é uma crise crédito, financiamentos muitas nho que foi a do pagamento pela anunciada, à medida que o merca- vezes caros. Mas eles estão cres- sacarose. E aqui, penso que há um do global do etanol não se abriu cendo e os fornecedores estão di- tema subjacente, que é muito imainda, embora seja uma promessa minuindo. O usineiro pelo menos portante, que é o papel das coorisonha. Felizmente perativas de produtopara nós há um mercares de cana. "O usineiro pelo menos consegue do interno que vem crescentemente consu- financiamento para fazer projetos novos. E Canavieiros: Qual mindo etanol. Mas a seria esse papel? os produtores não conseguem conseqüência desse Rodrigues: Cada financiamento para tocar o seu custeio" vez mais as cooperatiprocesso todo é uma descapitalização do vas devem assumir um setor. Os preços para os produto- consegue financiamento para fa- papel protagônico nesse procesres despencaram e os custos de zer projetos novos. E os produto- so, com atitudes diferentes. Vou produção explodiram. A cana vive res não conseguem financiamen- ser provocativo. Vou sugerir que dois anos bastante complicados to para tocar o seu custeio. as cooperativas é que sejam venem termo de sobrevivência. Por dedoras da matéria-prima e não isso, é que defendo uma tese de Canavieiros: O que é possível cada produtor individualmente. que nós temos um novo tempo. fazer para minimizar essa discre- Que elas tenham um milhão, dois pância? milhões de toneladas para negoCanavieiros: O que seria esse Rodrigues: Essa diferença en- ciar com a usina para que se tenovo tempo? tre os agentes da cadeia produti- nha um outro mercado, um pouco Rodrigues: O fornecedor rece- va é que precisa ser avaliada nes- mais justo, digamos. Hoje, o prob e p e l a s a c a r o s e , m a s a u s i n a te momento através de critérios di- dutor de cana não tem para quem compra muito mais matéria-prima: ferentes de remuneração de maté- entregar, salvo aquela usina da bagaço, fertilizante... Então, eu ria-prima. Este tema é relevante. qual ele está mais próximo. Esse penso que é chegado um novo Adicionalmente, há outro tema, de mercado - que não é mercado, é tempo em que a remuneração do caráter mais tecnológico, na linha uma espécie de dependência muiprodutor de cana tem que ser es- de reconversão de atividade. Com ta estreita do produtor - precisa ser resgatado, revisto com um papel diferente das cooperativas dos produtores de cana, inclusive com a hipótese de montar indústrias, mas esse é um desafio que tem que ser enfrentado pela classe com categoria. “ Canavieiros: Essa mudança na remuneração passa por uma revisão do Consecana? Rodrigues: Acho que sim, mas não uma revisão pura e simples. Do Consecana, o setor reclama muito de falta de transparência nas informações. Eu não sou capaz de avaliar isso. Penso que o Consecana precisaria avançar na direção de uma terceira figura, uma espé6 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 7. Entrevista cie de árbitro, que tivesse algum poder na arbitragem, respeitabilidade e com autoridade para interferir nas decisões finais de maneira a produzir um resultado mais justo para toda a cadeia produtiva. Mas, no novo modelo do Consecana o que acho fundamental é avançar na direção de remunerar os outros produtos porque a cana não é mais só sacarose. Canavieiros: Os produtores de cana reclamam que são alvo de legislações ambientais draconianas... Rodrigues: Não é uma questão só do produtor de cana. É uma questão mais profunda. O país como um todo é muito mais exigido no aspecto ambiental do que seus concorrentes do mundo desenvolvido. Uma questão importante, por exemplo, é que as florestas originais brasileiras - Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal etc, biomas originais que existem desde que o mundo é mundo, representam hoje mais de 25% de todas as florestas originais do planeta. E já representaram 8%. E na Europa representam 0,1%. Então, há exigências sobre nós muito mais fortes do que sobre os países com os quais nós concorremos. O que temos de deixar claro é que é preciso trabalhar com a questão ambiental com austeridade porque o aquecimento global é uma realidade; porque a sustentabilidade é um tema dominante para a preservação da espécie humana, mas sem exigir mais de um do que de outro. Compete à sociedade brasileira, através de seus representantes eleitos e das associações de classe, batalhar esse processo para criar modelos justos e equânimes na avaliação ambiental. E nesse sentido, o produtor de cana tem sido muito fortemente atingido por exigências maiores do que as feitas no resto do mundo. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 7
  • 8. Ponto de Vista O produtor é que paga o pato Manoel Carlos de Azevedo Ortolan* A União Européia por meio da Comissão Européia, que é seu braço executivo, discute desde o ano passado a elaboração de uma lista de requisitos, que eles chamam de critérios de sustentabilidade, que os produtores de biocombustíveis terão de seguir se quiserem exportar para os 27 países que compõem o bloco. A ONU, que já chegou a afirmar que os esses combustíveis são um crime contra a humanidade, também propõe a criação de diferentes categorias de etanol e critérios para que os biocombustíveis possam ser exportados. Por trás dessa preocupação dos países em exigir o cumprimento de regras ambientais e sociais por parte dos exportadores, há uma velada proteção aos seus mercados e, também, à política de subsídios que desenvolvem e que distorcem o comércio mundial. Do ponto de vista dos ganhos ambientais, não há dúvidas de que os biocombustíveis são muito melhores do que o petróleo e o carvão e em relação aos impactos sociais, o agronegócio da cana, com todos os seus elos, deve gerar mais divisas e empregos do que a indústria do petróleo, controlada por poderosos grupos. Além do mais, já foi exaustivamente explicado que o etanol de cana não prejudica a produção de alimentos. No entanto, como a disputa pelo mercado internacional é uma briga de gigantes, as nações mais desenvolvi- 8 Revista Canavieiros - Setembro de 2008 das não querem e não permitem abrir espaço para os países em desenvolvimento, apesar de todos posarem como incondicionalmente favoráveis à necessidade da redução da fome e da pobreza no mundo. Discursos à parte, é por causa dessa proteção aos mercados que as negociações sobre o comércio, como Doha, não vão a lugar algum. E o Brasil é uma séria ameaça. Além de ser o principal exportador de commodities importantes, como soja, carne bovina, açúcar, café, suco de laranja, tem potencial para expansão tanto no fornecimento de alimentos como de energia, que são exatamente os grandes desafios do futuro. E, talvez para frear esse avanço brasileiro sobre os mercados, é que são criadas barreiras de variadas naturezas_ ambientais, sociais, tarifárias_ travestidas de preocupações politicamente corretas. O ex-ministro Roberto Rodrigues deu um dado bastante esclarecedor, em evento na semana passada. O Brasil possui hoje mais de 25% das florestas originais do planeta e já representaram 8%. Na Europa, esse percentual é de 0,1%. Ou seja, a participação brasileira cresceu porque a dos demais países diminui e ainda assim somos acusados de destruidores de florestas. Ou seja, os tais critérios de sustentabilidade são na base do “façam o que eu mando, mas não façam o que eu faço”. E pressionados, os governos brasileiros abaixam a cabeça e criam normas que beiram o surrealismo sob pretexto de que são exigências dos mercados consumidores. E nessa queda-de-braço entre nações, o produtor rural é que paga o pato. Somos muitos mais exigidos do que os agricultores dos nossos concorrentes. A atividade no campo está se transformando numa gincana, em que o grau de dificuldade vai se elevando e nunca se sabe qual será a próxima prova. Num dia baixam uma norma trabalhista, no outro um decreto com medidas ambientais. Num dia o produtor amanhece com fiscais, no outro ocupado por movimentos sociais. Ou seja, se antes a lavoura era coisa para empreendedores, um investimento no futuro, hoje é para obstinados, para aqueles que aceitam viver sob constante pressão e incerteza. Haja coração. *presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo)
  • 9. Consecana Consecana CIRCULAR Nº 08/08 DATA: 29 de agosto de 2008 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de AGOSTO de 2008. O preço médio do kg de ATR para o mês de AGOSTO, referente à Safra 2008/2009, é de R$ 0,2475. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a AGOSTO e acumulados até AGOSTO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante (AAC e AHC) destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/ kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a AGOSTO e acumulados até AGOSTO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes: Revista Canavieiros - Setembro de 2008 9
  • 10. Notícias Copercana Fenasucro & Agrocana 2008: Estande da Copercana foi visitado por mais de mil cooperados Carla Rossini Organização das feiras prevê R$ 2 bilhões em negócios F eiras de negócios, lançamentos e novas tecnologias à disposição do setor sucroalcooleiro. A XVI Fenasucro (Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira) e a VI Agrocana (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar), realizadas de 2 a 5 de setembro no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho, mais uma vez confirmam que são as maiores do segmento e devem gerar negócios de aproximadamente R$ 2 bilhões, como previa a organização. Nos quatro dias dos eventos, as feiras receberam 30.278 profissionais do setor. Para o diretor da Multiplus Eventos – promotora da Fenasucro & Agrocana -, Fernando Barbosa, o evento é direcionado a pessoas ligadas ao setor, o que qualifica o público visitante. “Os participantes são comprovadamente ligados ao setor. Dessa forma, levamos até o expositor o público que realmente interessa para contatos comerciais e geração de negócios, fortalecendo a economia da região”, explica. No estande da Copercana, na área externa da feira, cooperados e clientes aproveitaram a oportunidade para bus- Estande da Copercana, Canaoeste, Cocred, Sindicato Rural e Revista Canavieiros na Agrocana 2008 car informações com os agrônomos e diretores da cooperativa. O presidente da Copercana e da Agrocana, Antonio Eduardo Tonielo, afirmou que o público qualificado agradou os expositores. “Cem por cento dos visitantes são profissionais do setor, que vêm à feira porque o que está em exposição é do seu interesse. Isso gera negócios”, explica Tonielo. Negócios Em relação aos negócios, os organizadores do evento estão reavaliando a expectativa inicial, que era a de repetir os números da edição passada, ou seja, R$ 1,8 bilhão em negócios iniciados durante as feiras e consolidados nos meses seguintes. Em razão da boa avaliação dos expositores consultados no último dia dos eventos, a projeção dos organizadores é que a Fenasucro & Agrocana possam alcançar a cifra de R$ 2 bilhões até o final do ano. Grandes negócios foram fechados no evento e muitos outros foram iniciados, mostrando que as feiras ajudaram as empresas a reverter suas projeções de negócios dentro do segmento sucroalcooleiro. “Este é o papel de um grande evento como a Fenasucro & Agrocana: estimular seus agentes a promover um intenso intercâmbio comercial e tecnoló- 10 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 11. Notícias Copercana Agrônomos e diretores receberam os cooperados no estande gico, sinalizando as grandes oportunidades existentes para a agroindústia canavieira”, analisa Augusto Balieiro, diretor da promotora Multiplus Eventos. Rally sorteia carro para cooperado Copercana A edição deste ano da Agrocana apresentou uma novidade especial para os cooperados e associados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Uma parceria entre a Multiplus, Orplana, Copercana e a Revista Canavieiros sortou um Fiat Strada zero quilômetro entre os produtores rurais. Para concorrer ao carro, os produtores percorreram a pé os pontos de controle - estandes de empresas que apoiaram o rally. A cada estande que o Augusto Balieiro (Multiplus), Ismael Perina Jr. (Orplana), Manoel Ortolan (Canaoeste) e Antônio Tonielo (Copercana) entregaram a chave do veículo à Paulo César produtor passava, um adesivo era colado em sua cartela, que depois de preenchida era depositada na urna que ficou no estande do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Na sexta-feira, último dia de feira, Antonio Eduardo Tonielo, Augusto Baleiro (Multiplus), Manoel Ortolan (Canaoeste) e Pedro Esrael Bighetti (Copercana) realizaram o sorteio que deu ao cooperado Paulo César Mello, de Sertãozinho, o carro zero quilômetro. O cooperado Paulo César Mello, ganhador do Fiat Strada 0 Km sorteado no Rally Agrocana Revista Canavieiros - Setembro de 2008 11
  • 12. Notícias Copercana Sertãozinho recebe visitantes do Brasil e do mundo Durante os quatro dias de evento, Sertãozinho recebeu visitantes de 25 Estados brasileiros e representantes de mais de 45 países. “Os visitantes estrangeiros vieram em busca do nosso conhecimento. Recebemos pessoas com vontade de aprender conosco sobre a plantação de cana até a produção de álcool e isso é uma honra para nós, organizadores”, afirma Tonielo. Antônio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, recebeu visitantes nigerianos durante a feira Eventos Paralelos O Fórum Internacional sobre o futuro do Álcool abriu a semana da Fenasucro & Agrocana O cooperado Waldemar Tonielo depositou o cupom do Rally para concorrer ao veículo Uma das novidades deste ano na Fenasucro & Agrocana foi a coletiva da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, que anunciou a estimativa da safra de cana-de-açúcar. O público lotou o teatro municipal na reunião da Orplana Ismael Perina Júnior, Manoel Ortolan, Maria C. Pacheco, Antônio Eduardo Tonielo e Mário Garrefa Revista Canavieiros - Setembro de 2008 Outro evento que chamou a atenção do público foi a Reunião da Orplana, que também foi realizada no Teatro Municipal, na quinta-feira (04). Na ocasião, os secretários estaduais do Meio Ambiente, Francisco Graziano, e da Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, entregaram aos produtores rurais associados da Orplana certificados de adesão ao Protocolo Agroambiental. Mais de 600 pessoas participaram do evento. Rodrigo Ortolan, Luis Carlos Tasso Jr., André Barbosa e Gustavo Nogueira Manoel Ortolan recebeu o certificado das mãos do secretário estadual do Meio Ambiente, Francisco Graziano. Na foto estão presentes o presidente da Orplana, Ismael Perina Jr. e o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio 12 Simultaneamente à Fenasucro & Agrocana aconteceram vários eventos que reuniram profissionais e técnicos do setor. Na segunda-feira, antes da abertura oficial das feiras, o Fórum Internacional sobre o Futuro do Álcool reuniu cerca de 400 pessoas no Teatro Municipal de Sertãozinho.
  • 13. Notícias Copercana Augusto César S. Paixão, Manoel Sérgio Sicchieri, Paulo Calixto: gerentes do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. O estande da Copercana foi visitado por cooperados e profissionais do setor sucroalcooleiro Manoel Ortolan, Ismael Perina Júnior e Paulo E. Garcia Manoel Sérgio Sicchieri, José Rubens Turini, Tabata Turini e Frederico José Dalmaso Revista Canavieiros - Setembro de 2008 13
  • 14. Notícias Canaoeste Netto Campello Hospital e Netto Campello Hospital e Maternidade Maternidade Enfermeira Cláudia Bis Furlan Auditora em Qualidade do Hospital e Maternidade Netto Campello Um sonho real que há mais de meio século cuida da saúde dos sertanezinos* A través de iniciativa única, pensando em colaborar com o trabalhador agrícola, Atílio Magon, um dos fundadores da Canaoeste, convenceu seus companheiros de diretoria e todos os associados a investirem na construção de um hospital. A principal função deste hospital seria cuidar dos fornecedores de cana para que eles tivessem saúde e não se afastassem do trato com a terra. A Canaoeste enquanto participante do associativismo tinha que prestar assistência direta aos seus fornecedores associados. Assim, a construção de um hospital viria de encontro aos benefícios de seus associados. O dia 14 de junho de 1951 marca a data da tomada de decisão da construção desta importante obra para a nossa cidade. Foi neste dia que o então presidente da Canaoeste, Eugênio Mazer, designou os diretores João Mendes e Clóvis Magon como responsáveis pela nova empreitada. Hospital dos Canavieiros, como era conhecido na época. A cerimônia contou com a presença do presidente do IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool - Silvio Bastos Tavares. Além de ter recebido congratulações vindas de diversas entidades e autoridades, inclusive do presidente da republica da época, Getulio Vargas, que se manifestou através de mensagem enviada por telegrama. Na tentativa de angariar fundos e agilizar o término das obras foi decidido em assembléia geral, a cobrança de uma taxa do valor de Cr$ 1,00 (Um cruzeiro) para cada tonelada de cana produzida e entregue as usinas de Sertãozinho. Esse dinheiro foi repassado a Canaoeste através do IAA. Além de repassar o dinheiro, o Instituto também foi fundamental para o término das obras do hospital fazendo importantes doações. O produtor rural e a população sertanezina tiveram papel importante realizanFase de construção do Netto do trabalhos e forCampello Hospital e Maternidade necendo materiais de construção. Alguns meses depois, em 28 de agosto do mesmo ano, uma “pedra fundamental” foi colocada no terreno onde seriam construídas as futuras instalações do Em janeiro de 1955 nascia o Hospital Netto Campello, nome dado em homenagem a um ex- presidente do IAA, ficando popularmente conhecido como Hospital dos Canavieiros. 14 Revista Canavieiros - Setembro de 2008 Atual fachada e UTI Móvel do Netto Campello Para homenagear a figura do seu mentor, Atílio Magon, que faleceu antes do término das obras, foi esculpido um busto em bronze e instalado na entrada da instituição. Na época em que foi inaugurado, o hospital contava com 25 pontos de oxigênio, um necrotério, água fria e quente e um gerador de eletricidade. Sua estrutura civil era composta por um ambulatório de 250m² de área útil que era dividido da seguinte forma: uma sala de espera, dois consultórios, duas salas de curativos, uma sala de repouso intermediário, uma sala de fisioterapia, um banco de sangue e um gabinete de radiologia. Somava-se à estrutura física a presença de um corpo clínico renomado: Dr. Antônio Furlan Júnior, Dr. Henrique Jorge Junqueira, Dr. Olidair Ambrósio e Dr.Yussif Ali Mere. O Hospital Netto Campello rapidamente foi considerado um dos mais modernos e eficazes hospitais da região e também foi reconhecido como o primeiro hospital agrícola a entrar em atividade no Estado de São Paulo.
  • 15. Notícias Canaoeste No ato da inauguração foram nomeados os senhores Clóvis Magon como presidente; Dr. Olidair Ambrósio como diretor clínico; Dr. Henrique Jorge Junqueira para exercer o cargo de médico cirurgião e o Sr. Olímpio Lopes da Silva como tesoureiro. ção estenderam-se até a metade da década de 90. O corpo clínico neste momento contava com aproximadamente 200 médicos que realizavam aproximadamente 4,5 mil consultas e 140 cirurgias/mês. Eram atendidos fornecedores de cana de toda a região de Sertãozinho. Nove anos após sua inauguração, o hospital já demonstrava um grande crescimento como se pode perceber no texto do Estatuto da Canaoeste de 1964: Notícias Canaoeste Acompanhando a história, aconteceu a explosão dos planos de saúde. O movimento no hospital diminuiu. Mas isso não é um sinal de derrota e sim de reforço das origens deste hospital que, reunindo novamente sua diretoria, adequou-se à nova realidade e buscou parcerias para oferecer sempre o melhor. “O Hospital Netto Campello representa uma verdadeira instituição clínica, sendo provido de aparelho de Raio X, laboratório de analise, sala de cirurgia, enfermarias e demais instalações especializadas de modo a satisfazer a terapêutica moderna. Nele está também instalado um gabinete dentário a fim de atender os respectivos serviços não prestados nas unidades médico-hospitalares disseminadas nas áreas canavieiras”. Em 1965, a instituição tem novos recursos, e ganha uma cozinha hospitalar e uma lavanderia automatizada. Nessa primeira grande ampliação também foi construído um novo centro cirúrgico que contava com duas salas de cirurgias e uma de parto. Construiu-se ainda, uma sala de oftalmologia e um laboratório de análises clínicas. Ressaltamos que toda a verba para essa obra vinha como donativo do IAA provando a força da Canaoeste dentro do órgão bem como o reconhecimento de todo o setor canavieiro pelos serviços de excelência clínica prestados pelo hospital desde sua inauguração. Com o espírito empreendedor e a vontade de inovar sempre, em 1978 é iniciada uma grande ampliação na qual aumentaria de dez para 65 leitos. Um passo imenso é dado pela instituição que deixa para trás a visão de um pequeno hospital geral e passa a ser um hospital especializado, assumindo a posição de um dos melhores hospitais da região sob administração da Canaoeste. Com a entrega da obra no inicio da década de 80, o Hospital Netto Campello recebeu o maior fluxo de pacientes de toda sua história! Tais ciclos de interna- Os níveis de excelência em atendimento e serviços prestados vêm melhorando a cada ano. No ano de 2004, a média de atendimento foi de cerca de 36 mil clientes. Tais atendimentos dividiam-se em diversas categorias, como: consultas, internações, raio-X, endoscopia, ultrasom, ecocardiograma e mamografia. O centro cirúrgico trabalhou uma média de dez horas/dia e ali nasceram cerca de cem novas vidas na maternidade. Não podemos deixar de citar outros números que garantiram a preocupação da diretoria com os clientes atendidos: média de 4,5 mil refeições servidas, 12 mil quilos de roupas lavadas e 4.560 m² de área útil. Uma característica marcante que diferencia o Hospital Netto Campello das outras instituições de saúde da cidade e região é ter meio século de vida e valorizar cada um de seus colaboradores internos. Entendemos que são eles, a força motriz de uma instituição que tem história, ocupa um lugar importante no presente e deseja crescer ainda mais, num futuro próximo. O Hospital Netto Campello, que completou 53 anos em 28 de agosto do corrente ano, pode ser comparado à história do setor canavieiro que nasceu do fruto de muito trabalho, cresceu e aprimorou-se. Está prestes a se tornar referência de macroregiões e está inserido num dos mais importantes setores da economia mundial. *Baseado nos dados históricos do Banco de dados da Canaoeste, gentilmente cedidos. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 15
  • 16. Destaque São Paulo lança São Paulo lança zoneamento para a cana zoneamento para a cana Da Redação Trabalho estabelece parâmetros para desenvolvimento da cana e licenciamento de novas usinas O governo do Estado lançou no último dia 18 o mapa de zoneamento agroambiental para o desenvolvimento sustentável da cana em São Paulo. O trabalho tem como objetivo estabelecer parâmetros para o desenvolvimento da cana-de-açúcar e estabelecer regras para o licenciamento de novas usinas no Estado. Foi elaborado a partir de parâmetros hidrográficos, físicos, topográficos e climáticos, entre outros, instituído em resolução conjunta assinada pelos secretários do Meio Ambiente, Xico Graziano e da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio. O zoneamento possibilita o efetivo planejamento da canavicultura, que atualmente ocupa uma área de 4,9 milhões de hectares no estado de São Paulo, levando em conta a sustentabilidade da atividade. Junto com o zoneamento, foram estabelecidas regras claras para o licenciamento de novas usinas de álcool no território paulista. O zoneamento é mostrado por meio de um mapa, identificando as áreas pelas cores verde, amarelo e vermelho, permitindo a visualização daquelas com menor grau de restrições para a instalação de uma nova unidade industrial. As áreas marcadas em verde e em amarelo são consideradas adequadas para a atividade, com gradação que varia de verde-escuro, verde-claro e amarelo. O verde-claro já indica limitações ambientais para o licenciamento de novas unidades, enquanto o amarelo significa restrições ambientais, com um maior grau de exigências. As áreas em vermelho são consideradas inadequadas e estão concentradas na faixa litorânea onde, além das gran- 16 des unidades de conservação do Estado, registram-se as maiores declividades de terreno. O zoneamento agroambiental mostra que ainda há áreas adequadas para a expansão do cultivo da cana. Segundo estimativas baseadas nos pedidos de licença para novas unidades, até 2010 a área da cultura poderá chegar a 6,2 milhões de hectares. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 O mapeamento foi feito, conforme assinala em sua resolução o secretário do Meio Ambiente, considerando a necessidade do aprimoramento dos procedimentos de licenciamento ambiental dos empreendimentos sucroalcooleiros e a gestão das áreas agricultáveis e de estimular a produção sustentável de etanol, respeitando os recursos naturais e controlando a poluição, com responsabilidade socioambiental. Confira mapa ao lado.
  • 17. Destaque Revista Canavieiros - Setembro de 2008 17
  • 18. Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - JULHO/2008 Valores em Reais 18 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 19. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 19
  • 20. 20 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 21. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 21
  • 22. Reportagem de Capa Produtores de cana e Produtores de cana e sustentabilidade sustentabilidade Cristiane Barão Associações recebem certificado de Adesão ao Protocolo Agroambiental, que antecipa os prazos para o fim da queima V inte e três associações de fornecedores de cana, entre elas a Canaoeste, receberam, no último dia 4, o certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental, em solenidade que reuniu cerca de 500 pessoas no Teatro Municipal de Sertãozinho. O protocolo, de adesão voluntária, é um acordo entre o governo do Estado, por meio das Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente, e o setor produtivo e que prevê, entre outras medidas, a antecipação dos prazos para a eliminação da queima da palha da cana definidos na Lei Estadual de Queima, de 2002. Pelo acordo, os prazos para o fim da queima serão antecipados de 2021 para 2014 para as áreas mecanizáveis e de 2031 para 2017 para as áreas nãomecanizáveis. A Unica, que representa as indústrias, assinou o protocolo em junho de 2007 e até o início deste mês 148 usinas já tinham aderido ao acordo. Em março deste ano foi a vez dos fornecedores independentes as- Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, recebeu o certificado do secretário do meio ambiente, Xico Graziano; do presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior e do secretário da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio. sinarem o documento. Receberam o certificado todas as 21 associações paulistas filiadas à Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e duas convidadas. Juntos, esses fornecedores representam 91 milhões de toneladas de cana, cerca de 25% de toda a matéria-prima processada pela indústria em São Paulo. “A adesão dessas associações, que representam 13 mil pequenos e médios produtores de matéria-prima é, sobretudo, uma demonstração do comprometimento desse elo a uma causa maior, que é a de garantir a produção socialmente justa e ambientalmente responsável”, disse o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan. Ele afirmou também que a adesão ao Protocolo exigirá um esforço especial por parte dos fornecedores, já que a mecanização implica em investimentos em tecnologia, que acabam aumentando os custos de produção. “Os fornecedores estão assumindo o compromisso num momento extremamen- 22 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 23. Reportagem de Capa te delicado, quando, há duas safras, a renda obtida com a cana sequer cobre o que foi investido para produzila”, salientou. O presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, salientou que a adesão ao protocolo foi um firme passo que o setor deu à frente e que a cana é uma das culturas que menos agride o solo. “Demos uma prova ao mundo do compromisso do setor em oferecer um combustível renovável e de produção sustentável”, disse. Antônio Eduardo Tonielo antes das usinas. Ele, no entanto, pediu ao secretário de Meio Ambiente mais diálogo sobre algumas questões no campo da legislação. Sobre o aceno do governo do Estado para a recomposição do ICMS sobre o álcool hidratado, que foi reduzido de 25% para 12% em 2004, Perina disse ser prejudicial para o produtor de cana. “A Orplana vive de vender cana e o ICMS maior prejudica o produtor. O meio da cadeia, não, que são as distribuidoras”, afirmou. O secretário João Sampaio, da Agricultura, que também é produtor de cana em Barretos, disse que o protocolo é um “salvo-conduto, uma demonstração de que estamos sintonizados com que o mundo precisa”. Em relação ao alerta feito por Ortolan sobre o aumento nos custos de produção, Sampaio disse que hoje a adesão ao acordo significa um custo, mas que irá se reverter em renda. O presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, acredita que os fornecedores podem até eliminar a queima João Sampaio Ismael Perina Júnior O secretário de Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, disse que o setor canavieiro é o que mais vem cumprindo o protocolo. “Acredito que antes de 2014 a nossa região não estará mais queimando cana”, afirmou. Segundo ele, nesse setor houve a recuperação de 140 mil hectares. De acordo com ele, um estudo mais detalhado será divulgado pelo governo do Estado até o final deste mês. Francisco Graziano Neto Segundo ele, pelos dados preliminares é possível estimar que até o final deste ano, metade da cana será colhida crua em São Paulo. No ano passado, 110 mil hectares deixaram de ser queimados e este ano deve terminar com mais outros 100 mil hectares sem queima. Também participaram da solenidade de entrega dos certificados o prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), José Nilton de Souza Vieira, diretor substituto do Departamento da Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 23
  • 24. Repercutiu Fórum do Álcool e reunião Orplana “Com a entrega do certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental, que prevê a eliminação da queima da palha de cana-de-açúcar até 2014 para as áreas mecanizáveis e 2017 para as não mecanizáveis, os produtores rurais do Estado de São Paulo dão um firme passo à frente na busca de reduzir a poluição, recuperar as matas ciliares e explorar racionalmente os recursos hídricos, tudo para melhorar o meio ambiente.” Do presidente da Agrocana, Copercana, Cocred e Sindicato Rural de Sertãozinho, Antonio Eduardo Tonielo, durante seu discurso na solenidade de entrega do certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental aos produtores “Na maioria dos casos, procuram determinar até mesmo o que o produtor pode ou não plantar em sua propriedade no Brasil, mas quando tentamos inserir na discussão considerações de ordem econômica para garantir a sustentabilidade do negócio, argumentam que isso fere a soberania dos países envolvidos. E determinar o que se pode ou não plantar não fere?” Do presidente da UNICA, Marcos Sawaya Jank, se referindo aos obstáculos que retardam a transformação do etanol em commodity. “Temos que fazer do problema uma solução, o encontro de hoje é positivo nesse sentido, pois o setor canavieiro é o que mais vem cumprindo o Protocolo, e acredito que antes de 2014 a região do Pardo não estará mais queimando cana”. Do secretario do Meio Ambiente paulista, Francisco Graziano “A adesão dessas associações, que representam 13 mil pequenos e médios produtores de matéria-prima é, sobretudo, uma demonstração do comprometimento desse elo a uma causa maior, que é a de garantir a produção socialmente justa e ambientalmente responsável.” Do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan “Mesmo dentro de uma crise que se configura como uma das maiores de sua história, os produtores de cana tomam medidas alinhadas com a responsabilidade social e ambiental.” Do presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior “Nós estamos comprometidos com a sustentabilidade e com o meio ambiente. O produtor de cana está consciente do seu papel de produzir de forma responsável. A entrega desse certificado vem consolidar o nosso compromisso com a sociedade.” Do diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti 24 24 Revista Canavieiros - Setembro de 2008 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 25. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE AGOSTO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas que ocorreram em AGOSTO de 2008. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste A média das observações das chuvas que ocorreram este mês, na região de abrangência da CANAOESTE, “ficou” ligeiramente abaixo das médias históricas dos locais observados, com exceção de Severínia-Fazenda Monte Verde, Franca-IAC/CIAAGRO e Usinas Batatais e MB. Mapa 1: Água Disponível no Solo entre 14 a 17 de AGOSTO de 2008. O Mapa 1, ao lado, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período de 14 a 17 de AGOSTO, apresentava-se como médio a alto na faixa Centro-Sul do Estado de São Paulo. Enquanto que, do Centro para o Norte, a Disponibilidade de Água era de baixa a crítica, condição esta que perdurou até o final do mês. ÁGUA, usar sem abusar ! Protejam e preservem as nascentes e cursos d’água. 26 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 27. Informações Setoriais Mapa 2: Água disponível no solo ao final de AGOSTO de 2007. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de setembro a novembro. O monitoramento das temperaturas da superfície do mar (TSM), ao longo da faixa equatorial do Oceano Pacífico, mostra que este parâmetro será normal durante os próximos meses, indicando neutralidade climática para os meses de primavera e verão (setembro/outubro a final de março). Logo, para as áreas sucroalcooleiras da Região Centro-Oeste, Sudeste e Estado do Paraná, tem-se que : Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de AGOSTO de 2008. · A temperatura média ficará entre próxima a ligeiramente acima da normalidade climática; · Quanto às chuvas, a previsão é que serão próximas das respectivas médias históricas; · Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro Apta-IAC - Ribeirão Preto e municípios próximos são próximos de 50mm em setembro, 125mm em outubro e 170mm em novembro. · As previsões elaboradas pela SOMAR Meteorologia, interpretadas especificamente para a região de abrangência da CANAOESTE, mostram que: - as temperaturas médias serão superiores à média histórica durante o mês de setembro e próximas das normais nos meses de outubro e novembro; - as chuvas serão próximas das médias históricas em setembro e novembro, mas possivelmente 30% superiores às normais climáticas no mês de outubro. Face a essas previsões, a CANAOESTE recomenda aos seus associados que atentem às condições de umidade do solo durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana, visando evitar ou, pelo menos, atenuar pisoteios sobre as soqueiras. Persistindo dúvidas, consultem os técnicos CANAOESTE mais próximos, quanto às operações de colheita e as de cultivos mecânicos e químicos (herbicidas para os matocontroles). O Mapa 2, acima, mostra que ao final de AGOSTO de 2007 o índice de Água Disponível no Solo encontrava-se como baixo a crítico em toda área sucroalcooleira do Estado. Situação semelhante, excetuando-se a faixa sul do Estado, foi observada ao final deste mês de AGOSTO de 2008 (Vide Mapa 3), permitindo quase que se recuperar das menores quantidades e qualidade da cana que se verificaram no primeiro terço de safra, em função da maior umidade do solo naquele período. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 27
  • 28. Artigo Técnico Georreferenciamento de Área Georreferenciamento de Área e Retificação Administrativa e Retificação Administrativa Luis Antonio dos Santos Assistente de Geoprocessamento da Canaoeste A partir de 2011 todos os proprietários rurais com áreas abaixo de 500 ha serão obrigados a providenciar o georreferenciamento de seus limites físicos (divisas) de acordo com a lei federal 10.267/01 e decreto 5.570/05. E a partir de outubro de 2008, as propriedades com área superior a 500 ha já estarão sujeitas, dentro do estabelecido pelo decreto 5.570/01, a promover o georreferenciamento. As sanções administrativas previstas são o cancelamento do CCIR, documento emitido pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que constitui prova do Cadastro do imóvel rural junto ao SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural). O georreferenciamento em si nada mais é que uma descrição geométrica do imóvel, com erro permitido no posicionamento do perímetro de 50 cm, precisão estabelecida na NORMA TÉCNICA PARA GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS, elaborada pelo INCRA em 2003. No embalo da lei federal 10.267/ 01, surgiu também a lei federal 10.931/ 04, que trata da retificação administrativa de área, em oposição à retificação contenciosa ou judicial, permitindo uma maior celeridade ao processo de retificação, além de regulamentar a declaração dos confrontantes, garantindo o direito à propriedade e evitando danos a terceiros. Ambas as leis convergem para contribuir com o princípio da especialidade, permitindo, respectivamente, a localização exata e a descrição precisa do imóvel. Tais procedimentos trarão uma maior segurança jurídica, assegurando o direito de terceiros, evitando contendas e, certamente, garantirão o princípio constitucional de direito à propriedade. A CANAOESTE conta com uma equipe de profissionais habilitados e preparados para providenciar ao associado a retificação administrativa de área, que visa corrigir descrições imprecisas, assim como o georreferenciamento, que inserirá o imóvel rural no SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural), amarrado ou Georreferenciado ao SGB (Sistema Geodésico Brasileiro). Também foi preparada uma cartilha detalhada com as etapas necessárias à retificação administrativa e uma outra está em produção, específica sobre o georreferenciamento. Elas serão entregues aos associados para que tenham ciência dos procedimentos. Finalmente, não podemos deixar de abordar que o volume de trabalho com a inclusão das áreas abaixo de 500 ha acarretará a paralisação do INCRA, sendo que em média, atualmente, um processo de georreferenciamento demora de seis a doze meses e, a não ser que sejam tomadas medidas preventivas ou a prorrogação dos prazos, não existe perspectiva de melhora. Levantamento GEODÉSICO Também lembramos que muitos associados possuem mais de uma propriedade e, diante do acima exposto, a tendência é que o cenário piore, razão pela qual afirmamos que será necessário focar a atuação da nossa equipe em áreas com prazos judiciais, como averbação de reserva legal, ou no máximo em quatro propriedades por associado por ano, permitindo uma atenção igualitária a todos os interessados, que estarão obrigados por lei a providenciar a retificação administrativa ou o georreferenciamento do seu imóvel. 28 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 29. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 29
  • 30. 30 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 31. Legislação Queima de cana - Procedimentos a serem adotados em caso de incêndio de origem desconhecida. E stimados produtores de canade-açúcar, inobstante as autorizações de queima de palha obtidas junto à Secretaria do Meio Ambiente, estamos presenciando mais uma vez uma avalanche de autuações administrativas sendo aplicadas em desfavor dos produtores, decorrentes de incêndios descontrolados, originados por terceiras e desautorizadas pessoas, que atingem os canaviais. Nesse caso, por precaução, deve o produtor de cana-de-açúcar buscar produzir o maior número possível de provas negativas, ou seja, aquelas capazes de demonstrar que o produtor rural não teve intenção de utilizar-se do fogo na lavoura atingida pelo incêndio. Provas essas que servirão em prováveis defesas administrativas e judiciais. não está no ponto ideal, ou seja, a cana queimada não estava no seu nível de maturação máximo para ser colhida, não sendo justificável, portanto, o uso do fogo como auxiliar da colheita; Mais uma vez, venho enumerar alguns exemplos de prova negativa: » Caso possua autorização, informar ao agente autuador, caso esse apareça, que não estava programada a queima, tanto que sequer efetuou as comunicações aos confrontantes e à Secretaria do Meio Ambiente; » Fazer análise da cana queimada para poder constatar que o rendimento industrial, medido em quilos de ATR, » Pedir declaração da unidade industrial e ou prestadora de serviços que enviou o caminhão tanque (bombeiro), onde conste que o produtor assim solicitou para apagar um incêndio de origem desconhecida ocorrido em seu canavial; » Tirar fotos dos aceiros existentes na propriedade, bem como do não plantio em áreas proibidas de serem exploradas (abaixo das linhas de transmissão de energia elétrica, por exemplo), demonstrando com isso obediência à legislação pertinente; » Caso não possua autorização, informar ao agente autuante que não possuía interesse em utilizar-se do fogo em sua lavoura, tanto que sequer buscou referida autorização; Juliano Bortoloti - Advogado Departamento Jurídico Canaoeste » Demonstrar, através de fotos, testemunhas e laudo pericial, que a área queimada estava preparada para o corte mecânico, não justificando, portanto, o seu interesse em utilizar-se do fogo, assim como a correta área atingida pelo incêndio. Portanto, estes são alguns exemplos de provas negativas que o produtor rural deverá produzir em caso de incêndio acidental ou criminoso em sua propriedade, devendo, ainda, caso receba a visita de um Policial Ambiental ou agente da CETESB, informar esses fatos para que sejam apostos no respectivo Boletim de Ocorrências ou Auto de Infração, além de procurar orientação jurídica adequada. O Departamento Jurídico da Canaoeste estará à inteira disposição do associado para defendê-lo nestes casos. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 31
  • 32. Pragas e Doenças Alerta sobre introdução da ferrugem laranja no Brasil Da Redação Ministério da Agricultura produz folder sobre a doença, que já foi detectada em países próximos O Ministério da Agricultura de senvolveu um folder para alertar sobre a possibilidade da entrada no país da ferrugem laranja, uma das pragas mais severas na cultura da cana. A doença já foi detectada em países próximos e pode se dispersar pelo vento até longas distâncias. Assim, embora não haja registro do problema no Brasil, o seu ingresso pode ser questão de tempo. Em julho de 2007, foi confirmada a primeira detecção da ferrugem laranja no hemisfério ocidental, em canaviais da Flórida, nos Estados Unidos. E a praga já se encontra na Guatemala, onde foi relatada em setembro de 2007, e na Nicarágua, semanas depois, afetando consideravelmente a indústria sucroalcooleira. De acordo com o ministério, as pessoas podem, sem saber, disseminar estruturas da ferrugem por meio de em roupas, calçados, bagagem ou material vegetal. Desta forma, pessoas que visitam regiões com canaviais infestados pela ferrugem laranja (Austrália, Estados Unidos, América Central, Indonésia, Índia e China) devem adotar algumas medidas preventivas. É recomendável, por exemplo, lavar e passar as roupas, antes do retorno ao Ciclo Brasil e não trazer nenhum Biológico tipo de material vegetal na bagagem, sem a devida autorização oficial. Estas providências certamente retardarão a entrada da praga no país, para que haja mais tempo para pesquisas de variedades de cana-de-açúcar resistentes, a maneira mais econômica para o controle da ferrugem. Das variedades brasileiras testadas na Austrália, a RB72454 apresentou suscetibilida32 Revista Canavieiros - Setembro de 2008 de à praga, o que significa que o Brasil pode correr risco de prejuízos econômicos com a ferrugem. Isso porque, além de ser bastante plantada, a RB72454 é utilizada para desenvolvimento de novas variedades. Sobre a doença: Duas espécies de fungos são conhecidas como patógenos causadores de ferrugem em cana-de-açúcar: Puccinia melanocephala Syd. et P.Syd. e Puccinia Kuehnni Butler. A espécie P. melanocephala é o agente causador da ferrugem marrom que apresenta grande área de dispersão pelo mundo (Índia, China, Indonésia, África, Austrália, América do Norte e América do Sul). A espécie P.Kuehnni é o patógeno causador da ferrugem laranja, que apresentava distribuição mais limitada (Indonésia, Austrália, Índia e China) e menor importância econômica por ocorrer esporadicamente. Entretanto, ao final da década de 1990, alastrou-se pelos canaviais da Austrália atingindo a variedade Q124, que representava 45% da área plantada naquele país, diminuindo a produtividade e causando sérios prejuízos ao setor açucareiro australiano, estimados em 24% da produção de toneladas de açúcar por hectares.
  • 33. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 33
  • 34. Novas Tecnologias 1ª Plantadora automotriz de cana picada do mundo Da Redação A máquina, que apresenta um novo conceito por ser automotriz, foi lançada em 2007 e hoje está em operação em quatro Estados O s produtores rurais que visitaram a Fenasucro & Agrocana 2008 puderam conhecer a Tropicana - primeira plantadora automotriz de cana picada do mundo. O conceito automotriz permite a harmonia entre o conjunto motriz (motor/força de tração) e o implemento (plantadeira), formando um único equipamento. A máquina foi lançada em 2007 e desenvolvida pela Servspray, pioneira na fabricação de pulverizadores automotrizes no Brasil e a Sermag, especialista há 30 anos em implementos para cana. Por possuir um chassi único, a Tropicana é fácil de manobrar e por isso não há efeito vagão, ou seja, a carreta não escorrega, já que a tração está sobre a máquina, garantindo um plantio com melhor acabamento. Outro aspecto a ser destacado é a qualidade do paralelismo das linhas entre os sulcos que a máquina automotriz obtém, por otimizar o resultado do uso do piloto automático, que é opcional. “A margem de erro entre as linhas da Tropicana é três vezes menor que o erro das plantadoras tracionadas, uma melhora de até 20% do paralelismo, resultando em total aproveitamento e facilitando o trabalho da co- lheitadeira na colheita futura”, explica o gerente de vendas da Servspray, Cristiano Barbosa. Por ter um motor especificamente desenvolvido para esse projeto, ela trabalha de maneira otimizada, o que representa uma economia de quase 50% de combustível em relação às plantadeiras tracionadas, além de menos gastos com manutenção. A Tropicana possui também duas esteiras que garantem uma distribuição mais homogênea, melhor qualidade do plantio, maior integridade das gemas e menor índice de ‘embuchamento’. Por isso, o consumo de mudas ton/ha (toletes) pode ser reduzido em até 20%, a critério de cada usina. “Mesmo com a muda de cana em condição desfavorável, a uniformidade é garantida”, acrescenta Barbosa. A agricultura de precisão está presente na Tropicana e é de uso fácil, por meio da qual pode-se controlar a vazão de três produtos (fertilizante, inseticida e cana-de-açúcar) simultaneamente pelo DGPS. O sistema grava todos os dados em um cartão de memória com capacidade para 100 hectares, o que possibilita um melhor acompanhamento e controle da produtividade diária da máquina. O novo equipamento está disponível no mercado pelo valor de R$ 650 mil. 34 Revista Canavieiros - Setembro de 2008
  • 35. Culturas de Rotação Brasil conclui colheita da maior safra de grãos da história Da redação O Brasil nunca produziu tantos alimentos como na safra atual de grãos (2007/08), que acaba de ser concluída pela Conab. Os números do 12º levantamento, apresentados no último dia 8 pelo presidente da estatal, Wagner Rossi, confirmam uma colheita de 143,87 milhões de toneladas, ou 9,2% maior que a do ciclo anterior. Este resultado, inclusive, poderá ainda ser alterado, com a colheita do milho safrinha do Nordeste, que será finalizada neste mês. Esta cultura é o grande destaque do período. Com duas colheitas no ano, o milho participou com 58,59 milhões de toneladas, ou 14% (7,21 milhões de toneladas) a mais que na safra passada. Já a soja cresceu 2,8%, o equivalente a 1,66 milhões de toneladas. Outro grão em evidência foi o trigo, com 3,82 milhões de toneladas, diferença de 71,2% para cima. Apesar do aumento, esta quantidade ainda não é suficiente para abastecer o mercado interno, o que leva o Brasil a importar parte do produto da Argentina. Por outro lado, as exportações dos outros grãos cresceram. Até o final do ano serão embarcadas 52,17 milhões de toneladas de milho, soja, feijão e algodão. De janeiro a julho, a saída desses produtos e seus derivados já renderam ao país US$ 13,29 bilhões. A balança comercial do agronegócio, nesse mesmo período, contabilizou US$ 40,11 bilhões em exportações. De acordo com Rossi, este panorama consolida o agronegócio como um dos principais protagonistas da economia brasileira. “Esses avanços são fruto da capacidade empreendedora do produtor brasileiro e da política de apoio consistente do governo à agricultura”, explica. A lista dos maiores estados produtores de grãos é encabeçada pelo Paraná (21,1%), seguida pelo Mato Grosso (19,7%), Rio Grande do Sul (15,6%) e Goiás (9,1%). No que se refere à área semeada, o país saiu de 46,21 milhões para 47,36 milhões de hectares. A região Centro-Sul responde por 79% do total. O milho e a soja são também as culturas que mais se beneficiaram com a ampliação das terras cultivadas, com 14,71 e 21,33 milhões de hectares,respectivamente. Estoques – A Conab divulgou, ainda, a quantidade de alimentos que o governo e o setor privado mantêm armazenada para a entressafra. Os estoques de passagem são de 10,63 milhões de toneladas de milho, 1,03 milhão de toneladas de arroz, 3,03 milhões de toneladas de soja, 535,5 mil toneladas de feijão e 2,28 milhões de toneladas de farelo de soja. A pesquisa foi realizada por cerca de 80 técnicos, entre os dias 18 e 22 de agosto. Eles consultaram agricultores, cooperativas, sindicatos, órgãos públicos e privados dos principais estados produtores. Fonte: Conab Revista Canavieiros - Setembro de 2008 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” "Tecnologias na Agroindústria Canavieira" Marcos Omir Marques Miguel Ângelo Mutton Thiago Assis Rodrigues Nogueira Luiz Carlos Tasso Júnior Gustavo Almeida Nogueira Juliano Henrique Bernardi Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português 1) Pedro, antes de sair do escritório, disse: Alguém viu “o meu óculos” de sol sobre a mesa? Com certeza, ninguém viu e o sol desapareceu, ficando o erro de Português!!! Pedro, veja a diferença entre o substantivo no singular e o substantivo no plural. Renata Carone Sborgia* Óculos é o substantivo que no singular tem significado diferente do plural: O ÓCULO, no singular, quer dizer luneta, binóculo. OS ÓCULOS, no plural, é a armação com lentes que se usa no rosto, na face. Devemos dizer então: os meus óculos. Ex.: -Alguém viu os meus óculos de sol sobre a mesa? Agora, todos viram! O Português está correto! O sol apareceu! 2) O chefe da empresa comentou: As cópias “elas” têm um tempo perecível. Entreguem com urgência para mim. Com certeza, o chefe ficará sem as cópias e o Português com o famoso Pleonasmo vicioso do sujeito (no caso, a palavra acima “cópias” é o sujeito da frase). Prezado amigo leitor, basta dizer: As cópias têm um tempo perecível. 3) “Venceu” quatro duplicatas hoje e Maria está sem dinheiro, a situação é constrangedora. Maria está sem dinheiro, constrangida e sem um bom estudo sobre o tópico gramatical “Concordância Verbal”. Puro erro de Concordância Verbal, na frase acima, quando o sujeito vem depois do verbo. Explicação fácil: o sujeito da frase é: quatro duplicatas(está no plural), portanto o verbo( no caso, vencer) precisa concordar com o sujeito. O correto: Venceram quatro duplicatas hoje. PARA VOCÊ PENSAR: “Se você não consegue entender meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos”. Autor desconhecido “Não atire flechas de críticas destrutivas em seu irmão: auxilie-o a não errar novamente e a crescer construtivamente no amor, na experiência e no conhecimento”. Elizete Maria A. Santesso * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia 36 Revista Canavieiros - Setembro de 2008 O Brasil é o maior produtor mundial de canade-açúcar, mas, em essência, empregamos tecnologia gerada há mais de 50 anos para a fabricação de açúcar e há mais de 30 anos para a fabricação do álcool, além de mão-de-obra com baixo grau de especialização. Isso nos permite afirmar que nossos produtos são competitivos no mercado internacional por sermos exímios produtores de cana, em larga escala, e respeitáveis exportadores de açúcar bruto e etanol-combustível, ainda, em grau de importância menos. Esse cenário evidencia a necessidade premente de iniciarmos, em tempo, estudos para o desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente na parte industrial. Não obstante, darmos continuidade à evolução tecnológica do setor agrícola. Essas ações devem objetivar produtos de melhor qualidade e menores custos, gerados em processos produtivos auto-sustentáveis e conduzidos em harmonia com o meio ambiente. Assim, um grupo de professores, pesquisadores, e técnicos se reuniu, num esforço conjunto, para elaboração da obra "Tecnologias na Agroindústria Canavieira". Fazem parte do volume vinte capítulos elaborados por autores de reconhecida experiência no setor, que abordam de forma técnica, simples e precisa, temas de suma importância que compõem os processos de fabricação de açúcar e álcool em usinas e destilarias brasileiras. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
  • 37. Agende-se Outubro de 2008 IV SINTAG - SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS Data: 15 a 17 de outubro de 2008 Local: Hotel JP - Via Anhanguera km 306,5 - Ribeirão Preto/SP Temática: O objetivo central do IV Sintag é amplificar a discussão sobre o tema "segurança" no contexto da tecnologia de aplicação, enfocando os seguintes aspectos: treinamento e extensão, legislação, certificação, perdas e deriva, equipamentos e novas tecnologias, entre outros. O programa do IV SINTAG contempla palestras de representantes nacionais e internacionais, debates sobre o panorama mundial, e em particular da América Latina, Europa e EUA, sobre a tecnologia de aplicação, além de aspectos ligados à qualidade, segurança, treinamento, legislação, certificação, dinâmica ambiental, aditivos e adjuvantes, aviação agrícola, agricultura de precisão e pesquisa em tecnologia de aplicação. Dentro da programação técnica, serão disponibilizados espaços a empresas para a divulgação e discussão de atividades técnicas relacionadas ao tema do evento. Mais Informações: sintag@sintag.com.br Site: www.sintag.com.br VI FEIRADE FORNECEDORES EATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO - FFATIA Data: 28 a 31 de outubro de 2008 Local: Centro de Convenções de Goiânia - GO Temática: Em 2008, a Ffatia promete ser a maior vitrine de inovações tecnológicas para o setor industrial do Centro-Oeste reunindo visitantes e expositores que atendem a todos os setores da indústria de alimentos. Mais Informações: (16) 2132 8936 Site: www.ffatia.com.br SIMPÓSIO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO APLICADAAO SETOR SUCROALCOOLEIRO Data: 9 e 10 de outubro de 2008 Local: Anfiteatro da Engenharia - Esalq - Piracicaba - SP Mais Informações: (19) 3417 6600 I CICLO DE PALESTRAS DE SOJA Data: 15 e 16 de outubro de 2008 Local: Anfiteatro do Pavilhão da Química - Esalq - Piracicaba - SP Temática: Difundir novas pesquisas e técnicas de produção, comercialização e cultivo de soja, permitindo também uma discussão e troca de experiências entre profissionais da área e o público participante. Mais Informações: (19) 3417 6604 - cdt@fealq.org.br CONBIEN - CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROBIOENERGIA E SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE BIOCOMBUSTÍVEIS Data: 28 der setembro a 3 de outubro Local: Center Convention - Uberlândia - MG Temática: O CONBIEN concentrará aproximadamente 90 conferencistas nacionais e internacionais do mais alto nível em fontes de energia renováveis. Além disso, o Congresso contará com a presença de comitivas de vários países. Mais Informações: (34) 3231 4500 Revista Canavieiros - Agosto de 20082008 Revista Canavieiros - Setembro de 37
  • 38. Vende-se - Colheitadeira JD-1175 - ano 2000 2.500 hrs de trabalho - Plataforma de 16 pés - Plataforma de milho 04 linhas - Colheitadeira JD-1550 - ano 2002 1.800 hrs de trabalho - Plataforma 19 pés - Plataforma de milho 06 linhas - Terraciador Civemasa - ano 2004; 24 C; 26x6 Informações / Contato - Alexandre - (16) 3663-3850 Vende-se MB 2418 - ano 93 - com tanque d'água 15.000lts. Traçado 6 x 4 - completo. Tratar com Patito - (16) 9187 1901 paulistacomercial@uol.com.br Vende-se - 2 Carregadeiras Cana, Valtra, modelo BM 100 - 4 x 4 Implemento Santal, conjunto 2007 - 3 Tratores Ford, modelo 8630, ano 94 com Kit de freio e cabine semi fechada - 1 Trator Ford, modelo 8830, ano 94 com Kit de freio e cabine semi fechada - 1 Trator esteira Komatsu, modelo D60, ano 1980 Vende-se Reboque Canavieiro - ano 92 - Justari - Tratar com Leandro pelo telefone (19) comprimento 7,80m. Trabalha com tom- 3813 4800 ou 9604 7171 bador e coxo. Rolamento Industrial granVende-se de. Interessados procurar Guido (16) - Colhedeira de grãos axial flow marca case, 9147 0353. mod. 2388, motor pot. 280hp, ano 2001, reviVende-se ou troca-se são/peças sempre em concessionária case; Trator 1580 - 4 x 4 em perfeito estado. - Plataforma modelo 1020 de 25 pés, Tratar com Antenor Montenegro (16) marca case, ano 2001. 3942 2453 ou 8158 7613 Tratar com Gustavo pelo telefone (34) 3317-2248 ou (34) 9938-6457. Vende-se Vende-se: - 1 Trator Jonh Deere, modelo 7515 (140 cv), ano 2006, cabinado, com 1300 ho- - 04 reboques em bom estado, 02 eixos, rodagem com Pneus 1100/20, Ano 2004 ras, semi-novo - 1 Grade roma 22 x 28, marca Piccin, ano Marca Galego; 2006, semi-novo. - 01 Colheitadeira TC 57 New Holland - 1 Sub-solador 7 haste, marca Piccin, Ano 2002; - 01 Esparramadeira Tornado Stara 1300 ano 2006, semi-novo. Entrar em contato com José Souza da Ano 2003; Silva pelo telefone (34) 9974-1825 e (34) - 01 Plantadeira Gerra 11/12 linhas Marca Jumil - Ano 2.003. 3459-0116 Contato pelos telefones:- (017) 3325Vende-se 2608 escritório - 9607-8300 / 8121-9113 - 1 caixa d'água tipo taça de 5000 lts, com Emilene - 9777-5590 / 8122-4073 com semi-nova, tijolos antigos e telhas Marco Aurélio - 1 transformador de 15 KVA - 1 transformador de 45 KVA Vende-se - Chevrolet D-60, ano 78, toco, azul, com - 1 transformados de 75 KVA - lascas, palanques e mourões de carroceria - Guincho Santal, Vamelt 85 id, ano 80, aroeira Tratar com Wilson - (17) 9739.2000 - bom estado de conservação Tratar com Alexandre (16) 8118 9190 Viradouro SP 38 Vende-se - 4 Colhedoras Cameco 2500 B - 2 Colhedoras Case 7700 Tratar com Juliana, (16) 3968 8080 ou Rodrigo (16) 9962 2572 - Ribeirão Preto - SP Vende-se - 1000 ha no Triangulo Mineiro, formada para gado, rica de água, solo de cultura, reserva florestal tudo em ordem, plana ondulada, ótima para plantio de cana, a 20 km de duas usinas, casa com 6 suítes e piscina, R$ 7.800.000,00. - 161 alqueires, na região deAraras - SP, fazenda formada em cana e laranja, R$ 65.000,00/alq. - Fazenda de 250ha com 490.000 pés de café, estruturada para exportação, diversas máquinas e alojamentos - R$ 5.500.000,00 - Fazenda de 400ha para café, grãos, batata ou pecuária - documentação 100% - formada baquearia, foi batata, curvada, armazém e abudo perto, terra vermelha, altitude 1100 metros - R$ 6.000,00/há - 419 alqueires, 25 km de Piracicaba, toda formada em pasto, sede boa, 7 casas de colono, 1 casa antiga para recuperação, curralama completa, terra roxa, cercada de cana - R$ 10.500.000,00 Entre em contato com José Paulo Prado, pelo telefone: (19) 35415318 ou 91548674 ou pelo email: terraverdeimoveis@yahoo.com.br Revista Canavieiros - Setembro de 2008 Vende-se 01 plantadeira JUMIL JM 2880 8/7, ano 2004. Nova. Tratar com Marcio Sarni pelo telefone (16) 3946-4200.
  • 39. Revista Canavieiros - Setembro de 2008 39
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