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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

1
2

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Editorial

Consciência
ambiental

O

fornecedor de cana está investindo cada vez mais nas
ações de preservação do
meio ambiente porque sabe que os
benefícios são imediatos e também
para gerações futuras. Assim, os produtores estão plantando mudas de
vegetação nativa nas áreas de preservação permanente e/ou deixando
tais áreas ao sabor da regeneração
natural porque querem produzir de
forma sustentável. A reportagem de
capa deste mês é sobre a recuperação das matas ciliares e a conscientização ecológica, cada vez maior,
entre os produtores de cana.
O entrevistado desta edição é
Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro Avançado de
Pesquisa Tecnológica do Agronegócio da Cana – IAC e pesquisador científico em melhoramento de canade-açúcar. Ele antecipou à Canavieiros que o Centro de Cana IAC deve
lançar um grupo de variedades até o
final deste ano.
Na coluna “Ponto de Vista”, o
consultor da Canaoeste, Cléber Moraes, explica que os períodos de crise também são de oportunidades, em
que alternativas que não foram postas em prática podem ser reavaliadas
para contribuir para a melhoria das
relações comerciais.
Nas páginas da Copercana, você
encontrará o “Dia de Campo” realizado pela Syngenta e Yara, com o
apoio da Copercana e Canaoeste, realizado na Fazenda Bananal, em Sertãozinho. O evento contou com a
participação de cooperados e diretores da Copercana. Também nessa

secção, o professor da Unesp de Jaboticabal, Jorge Luca Júnior, conta
que há mais de dois anos a Copercana utiliza o processo de compostagem para melhoria da qualidade ambiental, oferecendo um destino seguro para os resíduos sólidos.
As páginas da Canaoeste trazem
a circular do Consecana de janeiro/
2009 e um artigo sobre produção de
mudas de cana-de-açúcar de alta qualidade (muda sadia) pela Canaoeste/
Copercana na Fazenda Santa Rita, em
Terra Roxa, escrita pelo gerente do
Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo de Almeida Nogueira.
O destaque deste mês é a sétima
edição da Feicana/ FeiBio (Feira de
Negócios do Setor de Energia), que
será realizada de 10 a 12 de março no
Recinto Exposições Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba. A programação da feira também inclui a realização de eventos, como o 2º Simpósio Internacional Datagro-UDOP.
Em “Assuntos Legais”, assinado
pelo advogado Juliano Bortoloti, são
tratados os temas: queima de cana Poder Judiciário vem pacificando o
entendimento da incompetência dos
municípios legislarem, proibindo a
queima de cana quando houver legislação federal e estadual autorizadora – e a alteração do Código Florestal Brasileiro.
Além de todo esse conteúdo, a
revista também traz análises importantes sobre o mundo agrícola. Confira os seguintes artigos: Informações Setoriais; Artigo Técnico e Pragas e Doenças.
Conselho Editorial

Revista Canavieiros -- Fevereiro de 2009
Revista Canavieiros Fevereiro de 2009

3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Fornecedores investem
na recuperação de
matas ciliares
Consciência ecológica dos
agricultores produz benefícios
para essa geração e para as
futuras

Pag.
Pag.

20

EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788

DESTA
DESTAQUES

OUTRAS

Entrevista

CONSECANA

DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo

DESTAQUE

FOTOS:
Carla Rossini
Rafael H. Mermejo

PRAGAS E
DOENÇAS

COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br

INFORMAÇÕES
SETORIAIS

DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues,
Carla Rossini, Daniel Pelanda,
Janaina Bisson, Letícia Pignata,
Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva.

Marcos Guimarães de
Andrade Landell
Diretor do IAC

P a g .

P a g .

13

23

Centro de Cana IAC: novas
variedades em 2009

05

P a g .
P a g .

Ponto de vista

P a g .

24

P a g .

26

P a g .

28

ARTIGO
TÉCNICO

P a g .

32

ASSUNTOS
LEGAIS

IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

REPERCUTIU

TIRAGEM:
11.000 exemplares

CULTURA

ISSN:
1982-1530

Cléber Moraes
Consultor CANAOESTE
O que fazer quando a confiança na capacidade de realizar
os pagamentos é abalada?

09

P a g .
P a g .

Notícias

P a g .

10

Copercana
- Biodigestores: vantagens e benefícios
- Copercana e Canaoeste apóiam “Dia
de Campo” da Syngenta e Yara

Notícias

12
Canaoeste
- Produção de mudas de cana-de-açúcar
de alta qualidade

Notícias

P a g .

P a g .

33

36

P a g .

AGENDE-SE
P a g .

CLASSIFICADOS
P a g .

P a g .

18

37

38

Cocred
- Demonstração do resultado do exercício
- Balanço Patrimonial

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311

Antes da Porteira
Mangalarga marchador '53'
Família Junqueira mantém tradição na criação da
raça e criou uma marca própria ainda em 1902

4
4

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Fevereiro de 2009

A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.

Pag.

34

w w w.r evistacanavieiros.com.br
redacao@revistacanavieiros.com.br
Entrevista

Marcos Guimarães de
Andrade Landell
Diretor do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do
Agronegócio da Cana - IAC

Centro de Cana IAC: novas
Centro de Cana IAC: novas
variedades em 2009
variedades em 2009
Carla Rossini

O

Centro de Cana IAC
deve lançar um grupo de
variedades de cana até
o final deste ano, de acordo com
o diretor do Centro Avançado de
Pesquisa Tecnológica do Agronegócio da Cana – IAC, Marcos
Guimarães de Andrade Landell.
O centro, que surgiu do Programa Cana do IAC e que iniciou
as atividades na antiga Fazenda
Experimental há quatro anos, ampliou o número de laboratórios, de
pesquisadores, o que permitiu uma
série de ações de expansão do
programa de pesquisa.
O próximo passo será a formação de uma coleção pública
de germoplasma de cana. Segundo Landell, está em formação uma comissão gestora, que
terá como atribuição organizar
a coleção pública de germoplasma que estará localizada no
Centro Cana IAC e que reunirá
genótipos do complexo Saccharum representantes das diversas regiões de origem e das
diversas espécies envolvidas
neste complexo.
Leia, a seguir, a entrevista que
Landell concedeu à Canavieiros.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

5
Entrevista
Canavieiros: O IAC deve lançar uma necessidade de água bastante associado aos elevados déficits, aunovas variedades de cana em 2009?
grande, convivendo com déficits impor- menta o fenômeno da isoporização,
Marcos Landell: Sim, devemos lan- tantes no período em que acumula muita que é a perda da água dentro do colçar possivelmente um grupo de varie- biomassa. Tudo isso me faz acreditar mo, causando prejuízos.
dades no final do ano. Estamos depen- que em algumas regiões do Estado de
dendo da colheita de ensaios deste ano São Paulo tenhamos uma redução desCanavieiros: Vamos falar sobre
para definir quais exatamente serão lan- sa produtividade. Esse cenário ainda matriz de ambientes. Sabemos que
çadas. Fazemos quatro cortes em nos- está um pouco incerto, precisamos che- você tem trabalhado há anos com
sos ensaios. Na realidade, sentimos gar até março para fazer uma melhor ambiente relacionados a épocas de
cada vez mais a importância da longe- estimativa. Uma coisa é certa: de uma colheita. Os resultados tem sido satisvidade das soqueiras dos canaviais, forma geral, muitos produtores, não só fatórios?
para que haja um menor impacto do fornecedores, mas usinas, inclusive,
Landell: Começamos a montar encusto de instalação do canavial. Não reduziram a adubação em 30%, ou à saios em 1996 e a partir daí isso foi inpodemos depender de variedades que metade e alguns produtores chegaram tensificado. Para se ter uma idéia, hoje
depois de quatro anos seja necessário a não adubar seus canaviais. Isso com praticamente todas as empresas parceifazer renovação porque elas não su- certeza vai gerar um impacto negativo ras participam da nossa rede experiportam mais um quinto, sexto ou séti- na produtividade. A impressão que se mental, resultando em um número de
mo corte. Por isso resolvemos ir até o forma é que teremos uma produtivida- ensaios bastante grande. São mais de
quarto corte, gerar mais essa informa- de inferior neste ano em relação a 2008. 400 ensaios no Brasil englobando três
ção para realmente poder confirmar
épocas de colheita - início, meio e final
aquelas que vão contride safra - denominadas
"Uma coisa é certa: de uma forma geral, posteriormente, outono,
buir para a canavicultura
de São Paulo e do Brasil. muitos produtores, não só fornecedores, mas inverno e primavera. A
nossa safra no Centro-Sul
Canavieiros: Em ter- usinas, inclusive, reduziram a adubação em começa no outono, avanmos de produtividade, o
ça todo o inverno e termi30% ou à metade e alguns produtores
que nos podemos esperar
na na primavera. Percebechegaram a não adubar seus canaviais" mos que existem grandes
da safra 2009/2010?
Landell: Eu tenho andiferenças, principalmente
dado bastante. O primeiro trimestre do
Canavieiros: Quais são as princi- nos fatores climáticos que são dispoano sempre é um período de muita ati- pais características que uma varieda- nibilizados para o ciclo da cana de ouvidade para mim, pois é quando se con- de de cana deve apresentar para aten- tono, inverno e primavera. Então cocentram as atividades de seleção e plan- der aos produtores?
meçamos a fazer uma série de estudos
tio de ensaios. Como os campos de seLandell: Além desse aspecto de associando estes períodos com o tipo,
leção estão espalhados em dez regiões longevidade, que é muito importante, a capacidade de armazenamento de
do país, isso me fez andar bastante em outro aspecto que merece destaque é água e a fertilidade desses solos.
toda região canavieira do Brasil. O que ter um perfil integrado ao processo de
nos pareceu neste circuito, interagin- mecanização, tanto da colheita desse
Canavieiros: O que foi possível fado com colegas de diversas empresas, material quanto do plantio. A nova va- zer a partir desses estudos?
é que de uma forma geral, a cana-plan- riedade tem de cooperar, por exemplo,
Landell: Foi possível criar uma séta no Triângulo Mineiro e em Goiás com o processo mecânico de colheita rie de interpretações importantes para
parece estar em uma condição melhor para que tenha um bom rendimento e, a produção. Essa idéia foi descrita no
de produção do que no ano passado,
portanto, é desejável que tenha um boletim técnico que lançou a última
já que no ano interior, em Goiás princi- hábito de crescimento ereto, seja uni- geração de variedades IAC, em 2007.
palmente, houve uma seca que se pro- forme quanto à altura e diâmetro de Mais recentemente, em novembro de
longou em algumas regiões até 180 dias seus colmos, e que apresente despa- 2008, detalhamos um pouco mais no lie isso reduziu a produtividade da cana lha fácil. Enfim, são características im- vro recém-lançado “Cana-de-Açúcar”.
de primeiro corte em 2008. Então me portantes. Outro aspecto que cada vez Na realidade, sentimos que isso tem
parece que naquela região haverá uma mais nos chama atenção é a capacida- sido de grande importância, uma granprodutividade um pouco melhor para de de fechamento das entrelinhas, im- de contribuição que extrapola o aspeccana de primeiro corte deste ano.
portantíssimo, porque isso tem coo- to da sigla IAC em termos de variedaperado para que haja uma redução do des. Isso é aplicado a qualquer varieCanavieiros: E em São Paulo?
problema de mato nos canaviais. Nas dade, a qualquer usina, seja ligada ao
Landell: Em São Paulo, tivemos regiões onde ocorre expansão é impor- IAC ou não. O que eu sinto hoje, quanperíodos de estresse, por exemplo, em
tante que as variedades não flores- do ando por aí, é que muitas empresas
algumas regiões em novembro e dezem- çam, pois isso poderá afetar a densi- já adotam esse modelo da matriz para
bro, temperaturas elevadas, precipita- dade dos colmos. Nessas regiões, as seu manejo e eu fico feliz, a equipe tamção inferior ao histórico e a planta com condições são mais indutivas, o que, bém, porque a gente sente que essa

“

6

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Entrevista
tem sido uma das principais contribuições que o IAC tem dado para a
canavicultura, essa nova forma de
enxergar a produção e as estratégias que se estabelecem a partir daí.
Canavieiros: Qual o objetivo do
livro Cana-de-Açúcar e como ele
pode contribuir com o setor?
Landell: Foi um sonho muito
antigo. As primeiras conversas foram em 2004, quando fizemos uma
pequena resenha do que seria, mais
ou menos, o livro. E a princípio, nos
lembrávamos de um livro que foi
lançado pela fundação Cargill, em
1987, chamado “Cana-de-Açúcar: cultivo e utilização”. Sabíamos da grande
contribuição desse livro, mas ele está
esgotado, e já tinha passado 20 anos
quando nos ocorreu a ideia de coordenar um novo livro. Em 2006 definimos,
numa reunião entre a Leila Dinardo,
Antonio Carlos Vasconcelos e eu e
começamos a consultar especialistas
do setor para ver quem poderia assumir e escrever os capítulos, e então fi-

"A ideia do livro foi
justamente oferecer aos
colegas do setor, às
universidades que formam
futuros agrônomos, um
material bastante atual
para formação e difusão
das principais tecnologias
que hoje compõem a nossa
fitotecnia em cana"

“

zemos diversos convites. No primeiro
momento, imaginávamos 30 capítulos
e acabou saindo 42 capítulos. Foram
envolvidos 72 autores e sem dúvida, a
Dra. Leila teve uma capacidade enorme
de gestão, pois foi quem assumiu a frente, principalmente depois que o Antonio Carlos faleceu, concluindo o livro
em um momento tão doloroso para todos nós do Centro Cana IAC. A idéia
do livro foi justamente oferecer aos co-

Leila Dinardo e Landell no lançamento do
Livro Cana-de-açúcar do IAC realizado em dezembro de
2008, a mais completa obra sobre a cultura

legas do setor, às universidades que
formam futuros agrônomos, um material bastante atual para formação e difusão das principais tecnologias que hoje
compõem a nossa fitotecnia em cana.

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

7
Entrevista
Canavieiros: E o Centro de Convenções do IAC inaugurado no final
de 2008?
Landell: Esse centro já é um sonho
um pouco mais antigo. Ele surgiu quando iniciamos o Grupo Fitotécnico da
Cana, em 1992. Nesta ocasião, tínhamos
um salão muito simples, onde nos reunimos até 2007. Éramos cobrados por
grupos parceiros que queriam melhorar
as condições do salão. Foi então que
compartilhamos com o então diretor do
IAC, Orlando Castro, que conversou
com o secretário João Sampaio e conseguiu um apoio da UNICA, que foi o
primeiro recurso mais significativo que
obtemos. Daí, tivemos a idéia de conclamar outros parceiros para que pudessem participar deste esforço e captamos
próximo de 15% da obra com essa ação.
Depois havia alguns outros recursos,
projetos, em que cada um participou um
pouco, atendendo uma grande parte da
necessidade. Então, fizemos esse centro de convenções para aproximadamente 400 pessoas. Precisamos ainda
finalizar as laterais, o que nos levará a
atingir 560 lugares. O centro de convenções é bastante moderno, a parte acústica é excelente, as pessoas são bem
acolhidas, o que é o mais importante.
Uma outra idéia é poder trazer os nossos parceiros, as associações e todos
os elos ligados à canavicultura, a realizar aqui seus eventos.
Canavieiros: Como está o trabalho
do Centro de Cana do IAC?
Landell: Há quatro anos o Centro
de Cana IAC foi estabelecido como ele
está hoje. Antes ele era um programa
virtual, um centro virtual, que interagia
e integrava os nossos esforços dentro
do próprio IAC com outras instituições,
empresas e associações. Nós mantivemos este modelo de interação, mas foi
criado algo mais concreto, que nos permitiu uma série de ações de expansão
do nosso programa de pesquisa. Instalados na antiga Estação Experimental de
Ribeirão Preto, do próprio IAC, o Centro de Cana ganhou equipe técnica, técnicos de apoio à pesquisa, laboratórios, enfim, infraestrutura, que nos permite ter na atualidade maior expressão.
Foram criados diversos laboratórios: na
área de biotecnologia, o de cultura de
meristema, o de biometria, matologia, ne8

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

matologia, de análise tecnológica, etc.
Ampliamos os nossos trabalhos de caracterização de germoplasma usando
técnicas moleculares, trabalhamos com
diagnóstico de raquitismo da soqueira,
instalamos o Jardim Varietal que reúne
genótipos de cana-de-açúcar dispostos
de maneira histórica e temática. Este crescimento não nos deixa independentes
de nossos parceiros e continuamos a
valorizar toda a interação como aquela
que temos com a Canaoeste desde o
início da década passada. Estamos contando com a Canaoeste no treinamento
de novos técnicos nossos, por exemplo, na área de análise tecnológica e
mesmo de roguing, áreas em que a Canaoeste tem grande excelência.
Canavieiros: E quais os próximos
passos?
Landell: Um importante fato tem
sido os esforços envidados para a formação de uma coleção pública de germoplasma de cana. Está sendo criada
uma comissão gestora do germoplasma
de cana-de-açúcar no Estado de São
Paulo com a participação de pesquisadores de universidades paulistas e outros especialistas. Esta comissão terá
como atribuição organizar a coleção
pública de germoplasma que estará localizada no Centro Cana IAC e que reunirá genótipos do complexo Saccharum
representantes das diversas regiões de
origem e das diversas espécies envolvidas neste complexo. Também estabelecerá uma série de prioridades de estudos na área de melhoramento relacionado ao uso deste germoplasma em hibridação, por exemplo, e, principalmente, estabelecerá uma governança para
caracterização dos genótipos desta coleção. A idéia é otimizar esforços de equipes multidisciplinares de diversas instituições na caracterização deste germoplasma. Junto com esta coleção teremos
também uma casa de hibridação com
controle de fotoperíodo, umidade e temperatura, que poderá nos oferecer a
oportunidade de desenvolver trabalhos
de teses sobre a fisiologia da floração
juntamente com as universidades. Para
todas essas coisas a meta são os três
próximos anos.
Ainda referente à comissão gestora, ela nos ajudará a definir os genóti-

pos que deverão ser importados para
que a coleção pública possa ser cada
vez mais representativa da diversidade
do complexo Saccharum. Para tanto,
conseguimos um recurso de um projeto
CNPq/FAPESP que participamos junto
com pesquisadores da UNICAMP e
USP para reforma e ampliação do quarentenário do IAC.
Canavieiros: Gostaria de destacar algo?
Landell: Gostaria de destacar a
grande participação que a Canaoeste
e Copercana tiveram na reorganização
do Programa Cana IAC. As duas entidades foram umas das primeiras que
nos acenaram com a possibilidade
efetiva de apoio. Isto aconteceu em
dezembro de 1993. Naquela época nós
tínhamos alguns poucos ensaios em
usinas e estávamos iniciando o projeto de reorganização. Tínhamos recémcriado o Grupo Fitotécnico de Cana.
Foi quando, em uma viagem para Piracicaba, em dezembro de 1993, o Manoel Ortolan me perguntou sobre as
novidades do IAC, qual era a condição de trabalho etc. Ele propôs que,
em troca de um treinamento sobre variedades que eu daria para um novo
agrônomo que há pouco havia entrado na associação, ele me disponibilizaria este mesmo agrônomo com um
carro para que eu tivesse uma melhor
condição de trabalho. Aceitei na hora.
Este novo agrônomo era o Gustavo
Nogueira, que acabou se tornando um
grande amigo e meio filho também. O
trabalho do Gustavo e o apoio da Canaoeste e Copercana naqueles três
anos que se seguiram foram importantíssimos para mudar a história do Programa Cana IAC. Assim, a Canaoeste
e Copercana são co-responsáveis por
tudo que temos hoje aqui. Nós não
teríamos justificado sequer a inclusão
de pessoas que vieram naquela época, como a Rafaela Rossetto, a Leila
Dinardo-Miranda, e posteriormente o
Hélio do Prado, caso não tivéssemos
conseguido nos movimentar. O IAC
considera as duas entidades como um
dos mais importantes parceiros na
atualidade, mas na nossa história recente em cana, que envolveu esta reconstrução do Programa Cana e criação, sem dúvida o mais importante.
Ponto de Vista

O que fazer quando a confiança
na capacidade de realizar os
pagamentos é abalada?
- Uma alternativa à forma atual de
pagamento de cana
Cleber Moraes
Consultor CANAOESTE
M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda

O

s momentos de crise também são
momentos de oportunidades,
momentos em que alternativas
que não foram postas em prática podem
ser reavaliadas para contribuir para a
melhoria das relações comerciais.
As dificuldades de algumas unidades industriais de realizarem pagamentos para os fornecedores de cana-deaçúcar direcionam um contingente maior às unidades industriais que conseguiram cumprir com seus pagamentos
sem maiores problemas. Esta sistemática pode agravar ainda mais as dificuldades das primeiras, caso parte significativa de sua matéria-prima para processamento, oriunda de produtores independentes, seja destinada a outros
parques industriais. Esta situação repetida por duas ou três safras pode levar a uma condição ainda mais grave
às empresas que, por uma dificuldade
momentânea, tenham tido abalo na
confiança em sua capacidade de cumprir com seus pagamentos.
De outro lado, o fechamento de
uma unidade industrial em uma dada
região propicia, naturalmente, um rearranjo dos destinos de matéria-prima
afetando preços e condições de mercado para a cana-de-açúcar e todos
os seus serviços. A tendência é que
esta condição se agrave principalmente para o produtor, tendo em vista que,
nessa situação a demanda por matéria-prima reduz-se.
Diante desse quadro, manter todas
as unidades industriais que atualmente atuam na região é fundamental para
que não haja alteração no mercado de
cana-de-açúcar e nos seus serviços.
Mas a questão que se coloca é: “como
não reduzir a confiança dos produtores na capacidade das unidades industriais de realizar seus pagamentos?”.

Depois de uma frustração de recebimento e com os problemas decorrentes dessa situação, é natural que o credor busque novas alternativas de venda para seu produto.
Mas vamos entender como funciona o pagamento de cana pela metodologia CONSECANA-SP: Da matéria-prima
entregue pelo produtor, que não é a
cana, mas os quilogramas de ATR (açúcares totais recuperáveis) contidos nela,
a unidade industrial repassa ao produtor o valor correspondente a 59,5% de
seu faturamento líquido obtido com a
parcela do ATR destinada à produção
de açúcar e 62,1% de seu faturamento
líquido obtido com a parcela do ATR
destinada à produção de álcool.
Fica para a unidade industrial 40,5%
de seu faturamento líquido obtido com
a parcela do ATR destinada à produção
de açúcar e 37,9% de seu faturamento
líquido obtido com a parcela do ATR
destinada à produção de álcool, além de
eventuais ganhos que possa ter com
eficiências industriais superiores às admitidas pelo CONSECANA-SP, preços
melhores que os coletados pela ESALQ/
CEPEA e lucro com a produção de energia elétrica ou ainda perdas, caso suas
eficiências sejam inferiores, seus preços
médios mais baixos ou não consiga ser
eficiente na produção de energia.
De qualquer forma, parte do açúcar
e do álcool produzido pela unidade industrial é claramente destinada ao pagamento de fornecedores. A unidade
industrial, por trabalhar com um grande volume de açúcar e álcool, tem condições de realizar negócios melhores.
Mas o grande temor do produtor de
cana é que, uma vez entregue a matéria-prima, nada mais lhe pertence e ele
passa a fazer parte de uma lista de credores da unidade industrial, cuja prio-

ridade é seus
funcionários
e aqueles que
possuem contratos com garantias.
Uma alternativa a este formato é a
contratação da unidade industrial para
um serviço de processamento da matéria-prima que será pago com 40,5% da
produção de açúcar e 37,9% da produção de álcool. A quantidade correspondente a 59,5% da produção de açúcar e
62,1% da produção de álcool, não pertencerá à unidade industrial e não fará
parte de seu processo de recuperação,
caso venha a ocorrer.
Contudo, a legislação atual não permite que um produtor, pessoa física, comercialize açúcar, muito menos álcool
combustível. Assim é preciso encontrar
parceiros que comercializem açúcar e álcool em grandes volumes, que sejam sólidos financeiramente e que possam dar
ao produtor a confiança necessária de
recebimento de seus créditos. Este parceiro adquirirá a matéria-prima do produtor e contratará a unidade industrial para
que esta faça o processamento da canade-açúcar. Para a empresa comercializadora haverá o que se chama garantia de
originação e esta poderá honrar com seus
contratos de venda pelo mundo.
Nenhuma grande empresa que comercialize açúcar e álcool se interessaria pela produção de um produtor apenas, por maior que este seja, mas poderia se interessar por toda a cana-de-açúcar dos produtores independentes de
uma unidade industrial.
Esta é apenas uma alternativa que
não é salvadora e demandará uma série
de novas questões, possibilidades e
formatos, mas, enfim, é preciso que nos
movamos no sentido de resolvermos
nossos problemas.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

9
Notícias
Copercana

Biodigestores:
Biodigestores:

vantagens e benefícios
vantagens e benefícios
Jorge Lucas Júnior
Professor da Unesp - Jaboticaval

H

á mais de dois anos a Copercana utiliza o processo
de compostagem para melhoria da qualidade ambiental, oferecendo um destino seguro para os
resíduos sólidos.
O processo de compostagem é aeróbio, ou seja, é um método que promove a estabilização da matéria orgânica, resultando na produção de um
composto orgânico com excelentes
qualidades para utilização como adubo. Recentemente entrou em operação
um biodigestor anaeróbio seguido de
lagoa, os quais se destinam ao tratamento dos resíduos líquidos gerados
no sistema de esgotos da Uname –
Unidade de Grãos da Copercana.

Biodigestor instalado na Uname

O biodigestor escolhido é fabricado pela Sansuy Indústria de Plásticos
S. A. e foi projetado com o objetivo principal de atendimento às necessidades
de saneamento, muito embora possa
oferecer outras vantagens como o atendimento de uma demanda energética
(biogás) e produção de biofertilizante.
Os biodigestores podem ser de diversos modelos e formas operacionais
que diferem, principalmente, nas tecnologias associadas para obtenção de
melhores rendimentos e nas características que os tornam mais adequados ao
tipo de resíduo que se pretende utilizar
e à freqüência com que estes resíduos
são obtidos. No caso do tratamento de
esgotos, foi escolhido um biodigestor
contínuo (Fluxo Ascendente com Manta de Lodo) acoplado à lagoa.
Os biodigestores são concebidos
para se integrar às mais variadas atividades que se desenvolvem no meio
rural, oferecendo qualidade na geração
de energia renovável, na reciclagem de
nutrientes para as plantas e no saneamento ambiental.
10

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

Os projetos são desenvolvidos observando-se todos os critérios para que
se tenha a total integração dos biodigestores na propriedade, com o mínimo
de modificação nos manejos já adotados. Adotou-se como procedimento inicial uma avaliação quantitativa e, em seguida, qualitativa do esgoto gerado, desenvolvendo-se o projeto em seguida.
Destacam-se algumas vantagens
que se conseguirá com a instalação do
biodigestor e da lagoa:
*A eficiência de remoção de orgânicos deverá ser superior a 65%;
* Redução no número de moscas
presentes no local, pois o sistema é fechado e o efluente dos biodigestores
não é atrativo para moscas;
* Estabilização da matéria orgânica, podendo o efluente ser utilizado

como adubo, desde que se sigam preceitos ambientais para o cálculo das
doses a serem utilizadas;
* Redução de odores;
* Redução nos números de coliformes totais e fecais acima de 99%;
* Redução na emissão de metano e
óxido nitroso para a atmosfera, uma vez
que o biogás gerado deverá ser queimado. Ressalta-se que as lagoas normalmente emitem, além do CO2, o metano para atmosfera e que o metano tem
maior efeito em aquecimento global que
o CO2. Desta forma, torna-se possível
a utilização de biodigestores na substituição de lagoas abertas com vantagens na mitigação de emissão de gases com efeito estufa;
* Possibilidade de uso do biogás
com agregação de valor econômico:
* Uso dos Lodos como Fertilizante.
Notícias
Copercana

Copercana e
Canaoeste
apóiam “Dia de
Campo” da
Syngenta e Yara
Carla Rossini

O evento foi realizado na Fazenda Bananal,
em Sertãozinho

João Bighetti (Syngenta), Pedro Esrael Bighetti (Copercana), Fábio Masqueroto
(Yara), Lazinho (Copercana), Sandro Sorrente (Yara)

A

Copercana e a Canaoeste
apoiaram a realização do
“Dia de Campo” da Syngenta e Yara no dia 6 de fevereiro na
Fazenda Bananal (de propriedade da
família Bighetti), em Sertãozinho. O
evento, que teve a finalidade de demonstrar produtos para a cana-deaçúcar das duas empresas, contou
com a participação de mais de 70 cooperados e agrônomos do Sistema
Copercana/Canaoeste/Cocred.
O Dia de Campo teve início com
duas palestras: João Bighetti, repre-

sentante da Syngenta, falou sobre os
herbicidas Dual Gold, Callisto e Hulk.
Ele também apresentou o inseticida
Actara. Já Fábio Masquerotto, representante da Yara, abordou os micronutrientes Bortrac e Zintrac.
Durante o evento, as empresas
demonstraram a aplicação dos produtos. Para o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, essas demonstrações são excelentes para os cooperados se informarem de como está o desenvolvimento de novos produtos
para a lavoura canavieira. “É muito importante que o produtor
conheça o produto que
está utilizando. Aqui ele
pode ver o seu manejo
correto na prática. É sempre bom participar de
eventos como esse, que
permitem a interação entre as empresas, cooperados e produtores”, afirma Bighetti.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

11
Notícias
Canaoeste

Produção de mudas de
Produção de mudas de
cana-de-açúcar de alta
cana-de-açúcar de alta
qualidade (muda sadia) pela
qualidade (muda sadia) pela
Canaoeste/Copercana
Canaoeste/Copercana
Gustavo de Almeida Nogueira
Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste

A

s variedades de cana-de-açúcar associadas ao clima, solo e
manejo constituem o pilar da cultura canavieira. E o avanço e excelente desempenho dos programas de melhoramento - desenvolvendo novas variedades cada
vez mais produtivas, com maior potencial
de acumulo de sacarose, resistentes às
principais doenças e adaptadas às condições atuais de manejo como, por exemplo,
a colheita de cana crua -, tem colaborado
significativamente para o aumento da
competitividade do setor.
Pensando assim a Copercana e a Canaoeste mantém uma parceria com os
Programas de Melhoramento Genético
do IAC, CTC e RIDESA, possibilitando
o acesso às novas tecnologias varietais
geradas por esses programas. Estas novas variedades são plantadas na Fazenda Santa Rita, em Terra Roxa, que funciona como uma fazenda Experimental e um
Viveiro de Mudas de Cana-de-Açúcar.
Na fazenda, esses novos materiais
são observados, avaliados e também
há o acompanhamento do desempenho
dessas variedades nas usinas, por meio
de ensaios conduzidos pelos Progra-

mas de Melhoramento, e dos resultados de safra obtidos, que são divulgados e discutidos em reuniões técnicas
realizadas durante o ano.
Após a seleção dessas novas variedades, elas são multiplicadas tomando-se todas as medidas fitossanitárias
para a produção de Mudas Certificadas e alta qualidade e sanidade aos
associados e cooperados.
O Viveiro de Produção de Mudas
de Cana-de-açúcar instalado e conduzido na Fazenda Santa Rita, há mais de
vinte anos, é considerado modelo pelos programas de melhoramento, universidades e empresas multinacionais,
já que todas as recomendações fitossanitárias na condução e manutenção
do viveiro são realizadas, pois existe
uma equipe de funcionários treinados
e capacitados para a realização de todas as operações necessárias para a
produção de mudas certificadas.
O viveiro hoje é um dos poucos, se
não o único, conduzido por uma cooperativa e associação de classe que têm,
junto ao Ministério da Agricultura, Pe-

Variedades de cana disponíveis em 2009:
Variedades

Ambientes de produção *
A
B
C
D
E

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14

Período de colheita
Quantidades
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov desejadas

SP81 – 3250
SP89 – 1115
SP91 – 1049
CTC 2
CTC 6
CTC 9
CTC 15
CTC 16
RB72 454
RB85 5536
RB86 7515
RB93 5744
IAC91 – 1099
IACSP93 –
3046
15 IACSP95 –
5000
Ambientes de Produção: A = solos de alto potencial a E = solos de baixo potencial

12

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

cuária e Abastecimento,
sua inscrição no RENASEM
(Registro Nacional de Sementes e Mudas), bem com um
técnico responsável
devidamente registrado no mesmo
órgão. Hoje a
Fazenda Santa
Rita pode ser
considerada
como um laboratório a céu aberto.
A Canaoeste e a Copercana irão fornecer mudas de cana tratadas termicamente e rogadas. Os interessados deverão fazer suas reservas até o final de
fevereiro de 2009. Os pedidos posteriores serão atendidos mediante possíveis desistências ou sobras de mudas.
Os pedidos serão analisados, segundo a disponibilidade, com o propósito de atendimento a todos os associados. Deste modo, as quantidades de
mudas, por variedades, estarão sujeitas a rateios, objetivando-se adequar
ao total de reservas.
Preço: R$ 55,00 / tonelada de muda,
cortada e carregada.
Condições de pagamento: parcela
única em 10 de agosto de 2009.
Observações importantes da Fazenda Santa Rita:
As mudas estarão disponíveis somente a partir de 02 de março de 2009.
A Copercana dispõe de balança;
O horário de atendimento será das 7h00
às 17h00 horas, de segunda-feira a sábado.
As reservas poderão ser feitas através do Departamento Técnico CANAOESTE/COPERCANA,fone/fax(0xx16)3946
3300 - ramais 2032 e 2035; na Fazenda Santa Rita, fone (0xx17) 3392 2157, comAmauri, Gustavo e Vadelei, ou ainda, com os
técnicos CANAOESTE/COPERCANA,
nas Filiais ou Escritórios Regionais.
Notícias
Canaoeste
Notícias
Canaoeste

Consecana

CIRCULAR Nº 13/08
DATA: 30 de janeiro de 2009

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de JANEIRO e ajuste parcial da safra 2008/2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de
JANEIRO , referente à Safra 2008/2009, é de R$ 0,2696.
O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL de 2008 a JANEIRO de 2009 e acumulados até JANEIRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado
externo (ABME e AVHP), do etanol anidro e hidratado carburantes (AAC e AHC), destinados à industria (AAI e AHI) e
destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL de 2008 a JANEIRO de
2009 e acumulados até JANEIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/08, são os seguintes:

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

17
Notícias
Cocred
Demonstração do
Demonstração do
resultado do exercício
resultado do exercício
CNPJ: 71.328.769/0001-81
Valores em

ANUNCIO
COCRED

18

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

Reais

Balanço
patrimonial
Valores

em Reais
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

19
Reportagem de Capa

Fornecedores investem
na recuperação de
matas ciliares
Carla Rossini

Consciência ecológica dos agricultores produz benefícios para essa geração e para as futuras

Q

uem anda pelos canaviais da macrorregião de Ribeirão Preto pode
observar a formação de corredores de
florestas nas propriedades dos agricultores,
que estão cada vez mais preocupados com a
questão ambiental e querem fazer a sua parte
na preservação dos recursos naturais.
“Nossos associados estão plantando
mudas de vegetação nativa nas áreas de preservação permanente e/ou deixando tais áreas ao
sabor da regeneração natural porque querem produzir de forma sustentável. Está havendo uma mudança de entendimento”, afirma o engenheiro
agrônomo da Canaoeste, Rodrigo Zardo.
Ele explica que alguns produtores já
plantaram mais de

10 mil mudas de árvores nativas em um único imóvel rural, o que ajuda na conservação
das encostas dos rios, córregos e nascentes. “O fornecedor não quer mais plantar cana
onde há florestas ou em áreas de preservação permanente. Essa consciência ecológica dos agricultores tem contribuído para o
reaparecimento de espécies de pássaros e
outros animais que antes eram difíceis de serem vistos na nossa região”, disse.
Prova disso é o agricultor canavieiro
Cláudio Narcizo Piccoli, de Sertãozinho.
Há anos ele vem plantando árvores nas
margens do Córrego Cascavel, que corta
sua propriedade. Piccoli já plantou mais
de 2.500 árvores e zela por elas com o
mesmo cuidado que tem com o cultivo de
seus canaviais.
“Eu aprendi a respeitar o meio ambiente e percebi que essa área onde estão
as árvores ficou muito harmoniosa. Estou cumprindo a legislação com relação
aos limites da área de preservação perma-

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Reportagem de Capa
nente, e, ainda, plantando árvores
para formar a mata ciliar, o que preserva melhor o córrego. É isso que
pretendo deixar para as gerações
futuras”, disse.

Rubens

Para o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, o
processo de conscientização ambiental deveria ter se iniciado em ações do próprio governo junto com a sociedade organizada, vez que em épocas passadas era o próprio
governo quem incentivava os desmatamentos.

O agricultor Rubens Nelson Sicchieri, que produz cana em Dumont,
já plantou 6.000 árvores, num total
de 3,7 hectares que corresponde a
7,5% da sua propriedade. “Eu venho reflorestando essa área há bastante tempo. Penso que essa conNelson Sicchieri
servação é muito importante nos
dias de hoje em que muito se fala em aquecimento global
e conservação do meio ambiente”, afirma.

Segundo ele, como o governo não fez sua parte, preferindo autuar e criminalizar a conduta dos produtores que
exploravam tais áreas, criando um trauma gigantesco no
setor rural, coube o papel conscientizador às entidades
representativas de classe, como o Canaoeste, por exemplo, que incentiva os fornecedores a adotarem práticas
que garantam o equilíbrio econômico, social e ambiental da atividade canavieira.

No meio rural, as APPs (Áreas de Preservação
Permanente) estão assumindo importância fundamental para o alcance do desejado desenvolvimento sustentável. “Há alguns anos, os produtores resistiam em abrir mão de áreas de produção para conservar as Áreas de Preservação Permanente, pois foram educados e incentivados pelo próprio governo a explorar tais áreas, mas hoje, eles estão cumprindo a legislação vigente e é possível
apontar uma série de benefícios ambientais decorrentes da manutenção dessas áreas”, explica Zardo.

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

21
Reportagem de Capa

O que diz o Código Florestal
O conceito de APPs (Áreas de Preservação Permanente) presente no Código Florestal Barasileiro (Lei 4.771 de
15/09/1965) foi escrito como reconhecimento da importância da manutenção
da vegetação de determinadas áreas as quais ocupam porções particulares
de uma propriedade, não apenas para
os legítimos proprietários dessas áreas, mas, em cadeia, também para os
demais proprietários de outras áreas de
uma mesma comunidade, de comunidades vizinhas, e, finalmente, para todos os membros da sociedade.
Ainda segundo o código, as APPs
podem ser definidas como áreas “...cobertas ou não por vegetação nativa,
com a função ambiental de preservar
os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade,
o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas”.
As APPs se diferenciam das áreas
de Reserva Legal, também definidas no
mesmo código, por não serem objeto
de exploração de nenhuma natureza,

como pode ocorrer no caso da Reserva
Legal, a partir de um plano de exploração sustentável aprovado pelo órgão
ambiental competente, lembrando que
atualmente as Áreas de Preservação
Permanente não podem ser computadas no percentual da área de Reserva
Legal, quadro que poderá ser mudado
por meio de recentes discussões entre
os Ministérios do Meio Ambiente e da
Agricultura.
Exemplos de APPs são as áreas
marginais dos corpos d’água (rios, córregos, lagos, reservatórios) e nascentes; áreas de topo de morros e montanhas, áreas em encostas acentuadas,
restingas e mangues, entre outras.
Pela atual legislação, as APPs são
áreas cobertas ou não com vegetação
nativa. A vegetação nativa, quando
existente às margens de corpos hídricos, são denominadas matas ciliares e
são elas que propiciam uma maior proteção ao manancial e, ainda, possibilitam refúgio maior aos seres vivos (animais e insetos em geral), garantindo
maior biodiversidade.

São consideradas APPs
as florestas e demais
formas de vegetação
natural situadas:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto
em faixa marginal cuja largura mínima será:
1 - de 30 metros para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura;
2 - de 50 metros para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura;
3 - de 100 metros para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura;
4 - de 200 metros para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura;
5 - de 500 metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros;
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais;
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura;
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45º, equivalente
a 100% na linha de maior declive;
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do
relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais;
h) em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.
22

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

APP em 2007

APP em 2009

Cláudio Narcizo Piccoli há anos ele vem plantando árvores
nas margens do Córrego Cascavel, que corta sua propriedade
Destaque

Feicana/Feibio irá reunir
o setor em Araçatuba
Da redação

Feira será realizada entre 10 a 12 de março

A

sétima edição da Feicana/ FeiBio (Feira de Negócios do Se
tor de Energia) será realizada de
10 a 12 de março no Recinto Exposições
Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba.
A programação da feira também inclui a
realização de eventos, como o 2º Simpósio Internacional Datagro-UDOP.
A feira contará com um pavilhão coberto climatizado de 44 mil metros quadrados, com capacidade para 300 expositores. A área externa compreende
espaços para exposição de máquinas,
auditório, restaurante e vitrines tecnológicas, com variedades de cana-deaçúcar e oleaginosas para a produção
de biodiesel.

Eventos durante a Semana Feicana/FeiBio:
9 de março – Jantar CanaSauro –
evento que homenageia os profissionais renomados que há mais de 30 anos
contribuem com o desenvolvimento do
setor da bioenergia
9 e 10 de março – II Simpósio Internacional Datagro-UDOP - projeções de safra e mercados de açúcar,
etanol, bioeletricidade e biodiesel, além
das discussões mais atuais das perspectivas de desenvolvimento do setor
11 de março – Workshop BrasilÁsia de Investimentos em Bioenergia

– discussões sobre investimentos bilaterais com a presença de empresários
e representantes de governo asiáticos,
com destaque para a China, Cingapura, Coréia do Sul, Índia, Japão, Tailândia e Vietnã e coordenação do ICOOI
(Instituto de Cooperação Internacional)
e da UDOP
12 de março – II Workshop sobre
Sustentabilidade – discussões sobre
os trabalhos de sustentabilidade das
unidades produtoras de açúcar, etanol
e bioeletricidade do Brasil

12 de março – Seminário do
Gerhai – Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria –
reunião anual de representantes dos
departamentos de Recursos Humanos de unidades sucroalcooleiras de
todo o país.
Serviço:
Data: de 10 a 12 de março
Local: Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado – Araçatuba
Mais informações: (18) 3624-9655
ou www.feicana.com.br

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

23
Pragas e Doenças

Importância das
Importância das
doenças
doenças
Gustavo de Almeida Nogueira
Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste

A

s doenças em cana-de-açúcar
ocorrem por meio da interação
entre patógeno, hospedeiro e
ambiente, e seus efeitos podem variar
de um local para outro, mas somente por
meio de estudos e pesquisas para cada
condição é que se pode chegar ao estabelecimento da sua importância e dos
meios mais eficientes de controle.
Como é praticamente impossível se
obter uma variedade de cana que seja
resistente a todas as doenças e ainda
possua características agroindustriais
desejáveis, o controle das doenças pelo
uso de variedades resistentes torna-se

um problema complexo, uma vez que
sempre haverá em cultivo variedades
que são suscetíveis a uma ou algumas
doenças. Devemos estabelecer prioridades de acordo com a importância
econômica de cada doença em determinadas condições.
O aumento excessivo de áreas com
variedades que apresentam problemas
fitossanitários graves podem representar sérios prejuízos no futuro. Casos
mais recentes desta prática que podemos citar são a epidemia de “carvão”
na década de 80, sobre a variedade
NA56-79, que chegou a ocupar mais

Estrias vermelhas
A estria vermelha é uma doença
bacteriana, que atualmente possui importância secundária, mas com a expansão dos canaviais para locais mais
quentes, com épocas de alta umidade
relativa, associada a uma melhoria da
fertilidade do solo, podem causar sérios prejuízos, pois algumas variedades que estão em uso atualmente não
possuem resistência satisfatória.
O agente causal desta doença é
uma bactéria denominada Acidovorax avanae subsp avenae , (sin: Pseudomonas rubrilineans).
Os sintomas se manifestam primeiramente no limbo foliar, provocando
o aparecimento de longas estrias, de
coloração vermelha escura, paralelas
à nervura central. Quando as estrias
aparecem em grande número, podem
se unir formando uma faixa de tecido
afetado. Na face inferior da folha afetada, podem aparecer sobre as estrias
escamas brancas, provenientes das
exsudações bacterianas, por meio da
aberturas naturais da folha.
Em condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, a bactéria
24

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

de 60% da área com cana no Estado de
São Paulo e a ocorrência do vírus do
amarelecimento (amarelinho), sobre a
variedade SP71-6163, na década de 90.
Com a expansão da lavoura canavieira, um grande número de variedades foi introduzido em novas áreas, o
que pode cooperar para que algumas
doenças sejam disseminadas. Como
as mais importantes doenças da cana
são sistêmicas e facilmente se disseminam, deveremos dar especial atenção para a qualidade das mudas quando vamos expandir os canaviais para
uma nova região.
Pragas e Doenças
pode atacar o “cartucho” foliar, apodrecendo o meristema apical do colmo, muitas vezes descendo pelo interior deste colmo, apodrecendo totalmente. Este apodrecimento desprende um cheiro forte e desagradável,
que em severos ataques em uma variedade podem ser sentidos nos bordos dos canaviais.
A bactéria é facilmente disseminada pelo vento, água de chuva ou
orvalho, não existindo evidências da sua transmissão por instrumentos
de corte, colmos usados como mudas, ou por meio de insetos. Dias nublados com temperas superiores a 25°C, com umidade relativa superior a
80%, são condições extremamente favoráveis para a evolução da doença.
A utilização de variedades resistentes e evitar o plantio de variedades
suscetíveis em locais de solo fértil, ou muito fertilizados e em baixadas
úmidas, são os meios de controle para esta doença. A estria vermelha é
hoje uma doença de importância secundária estando restrita a alguns
locais de solo fértil, ou áreas de fertirrigação, onde foram plantadas variedades suscetíveis.

Pokkah Boeng
Uma doença bastante comum em nossos canaviais no período em que as
plantas estão em intensa vegetação. Pode provocar a morte de colmos em
variedades suscetíveis ou deformações no colmo. Agente causal é um fungo
denominado Fusarium moniliform.
O sintoma característico do “pokkah boeng” é o desenvolvimento de
regiões cloróticas na base das folhas novas, acompanhadas com uma distorção e encurtamento da folha. As plantas apresentam o “cartucho” foliar distorcido, com folhas cloróticas curtas, apresentando nestas regiões cloróticas,
pequenas estrias avermelhadas.
Os sintomas da doença são bastante confundidos com a deficiência de
boro e podem, na maioria das vezes, estar ligados a este fator.

Normalmente não se adotam medidas de controle para esta doença, pois
as variedades atualmente em uso, apesar de apresentarem os sintomas, possuem uma recuperação satisfatória dos sintomas.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

25
Informações Setoriais

CHUVAS DE JANEIRO
CHUVAS DE JANEIRO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo são apresentadas as chuvas do mês de JANEIRO de 2009.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

A média das chuvas observadas durante o mês de JANEIRO “ ficou” bem próxima da média das normais climáticas. Porém, mostrou que em vários locais as somas das chuvas foram inferiores às médias históricas, a saber: Barretos, Bebedouro,
Pitangueiras e Terra Roxa (CATI-Casa da Agricultura, Andrade Aç e Alc, CFM, E.E,.Citricultura, Fazenda Santa Rita), além de
Franca, Faz Monte Verde-Severínia e Usina São Francisco.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 19 a 21 de
JANEIRO de 2009.

O Mapa 1, mostra que o índice de Água Disponível no
Solo na região canavieira do Estado de São Paulo, a 50cm de
profundidade, no período de 19 a 21 de JANEIRO, ainda se
apresentava como médio a crítico no extremo Noroeste, na
circunvizinhança de São José de Rio Preto e na faixa
que se estendia desde Araraquara a Sorocaba.

26

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Fevereiro de 2009

Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de JANEIRO
de 2008.

Observa-se pelo Mapa 2 que a Disponibilidade de Água
no Solo ao final de JANEIRO de 2008, em toda região sucroenergética do Estado, mostrava-se entre média a alta, com
exceção de pontos isolados no extremo Sudoeste do Estado. Em JANEIRO de 2009 (Mapa 3), somente após meados
do mês é que as chuvas se tornaram mais freqüentes e intensas, permitindo alcançar índices médio a alto em Disponibilidade de Água no Solo, com exceção, ainda, de regiões
próximas a Campinas, Piracicaba e Sorocaba.

ÁGUA, usar s
ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n
Protejam e preservem as n
Informações Setoriais
Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de
JANEIRO de 2009.

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional
de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os
meses de fevereiro a abril.
Os Institutos Meteorológicos indicam que o declínio da temperatura da
superfície do Oceano Pacífico, em sua faixa equatorial, está favorecendo e
intensificando a ocorrência do fenômeno La Niña, podendo dar continuidade à estiagem nos Estados da Região Sul do Brasil.
· A temperatura média poderá ficar próxima a ligeiramente acima das médias nos Estados das Regiões Centro Oeste / Sudeste e ao redor da normalidade nos Estados sulinos;
· Quanto às chuvas para os meses de fevereiro a abril, como ilustrado
pelo Mapa 4 (abaixo), prevê-se que estas poderão “ficar” próximas às médias
históricas nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste; enquanto que, na Região
Sul e faixa sul do Mato Grosso do Sul, poderão ficar entre normal a abaixo
das respectivas médias.
· Como referência:- as médias históricas das chuvas, pelo Centro AptaIAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 225mm em fevereiro,
165mm em março e 70mm em abril.

sem abusar !
sem abusar !

nascentes e cursos d’água.
nascentes e cursos d’água.

Mapa 4:- Prognósticos de chuvas,
pelo Consórcio INMET e INPE, para o
trimestre fevereiro a abril, onde a cor azul
corresponde à normalidade climática e
ligeiramente abaixo da média pela cor
amarela. Elaboração CANAOESTE.

Para a região de abrangência da CANAOESTE, a SOMAR Meteorologia prevê
que as temperaturas médias serão próximas
das normalidades nos meses de fevereiro a
abril. Quanto às chuvas, poderão ser superiores às respectivas normais climatológicas no mês de fevereiro, mas inferiores
às médias históricas em março e abril (provavelmente como efeito de La Niña).
Em função destes prognósticos climáticos, dos custos das operações de plantio
e dos recomendados insumos e utilização
de tecnologia de produção, a CANAOESTE sugere precaução, evitando-se plantios
tardios. Acreditar que possam ocorrer providenciais e salvadoras chuvas (muito acima da média) em maio (ou meses subseqüentes) é apostar “muito alto” contra os
elevados custos de plantio e de produção.
Estes prognósticos serão revistos a
cada edição da Revista Canavieiros e fatos ou prognósticos climáticos relevantes serão noticiados em nosso site
www.canaoeste.com.br . Continuem acompanhando !
A CANAOESTE também recomenda
que mantenham os necessários e cuidadosos monitoramentos da broca e de cigarrinha das raízes, bem como efetuar seus controles em função dos índices de infestações.
Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou por meio do Fale
Conosco CANAOESTE.

Revista Canavieiros Fevereiro
Revista Canavieiros -- Fevereiro de 2009

27
Artigo Técnico

Respostas das variedades
Respostas das variedades
CTC a maturadores
CTC
Mauro Sampaio Benedini - Gerente Regional
Adhair Ricci Júnior - Especialist a em Tecnologia

A

safra nos meses extremos (março, abril, maio, novembro e
dezembro) necessita de técnicas para antecipar (início de safra) ou
manter (final de safra) a maturação da
cana-de-açúcar para maximizar a produção de açúcar/hectare com matériaprima de boa qualidade.
O processo de maturação se dá
com as quedas na temperatura ambiente e principalmente redução da precipitação pluviométrica. Trabalhos
conduzidos pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) em associadas,
com clones e variedades comerciais,
visam obter informações que auxiliem
no planejamento da aplicação de maturadores químicos, pois é conhecida

a variabilidade das respostas dos diferentes clones e variedades aos diferentes produtos.
O atual sistema de pagamento de
cana pelo teor de sacarose (PCTS), que
remunera melhor a matéria-prima quanto maior for a sua qualidade (mais sacarose), vem estimulando o fornecedor de cana a se utilizar desta técnica.

1- Os de resposta mais longa, influenciando pouco na continuidade do crescimento das plantas e, portanto, sem problemas de perdas na qualidade pela não
colheita em época ideal (ex: ethephon).
2 – Os de resposta rápida, que paralisam o crescimento da cana e que
devem respeitar o período ideal de colheita para não haver perdas em TCH e
qualidade. Fazem parte desse grupo o
glifosato, fusilade, curavial e moddus.
A seguir tem-se a descrição dos
maturadores mais utilizados:
a) Ethephon (vários): É comercializado no mercado sob várias marcas.
28

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

c) Sulfometuron-metílico (Curavial): Inibidor de crescimento vegetal.
Apresenta ação sistêmica, provocando uma redução no entrenó formado
por ocasião da aplicação. Induz brotação lateral.

É um regulador de crescimento, retardando o crescimento do entrenó em desenvolvimento. Inibe o florescimento
e diminui a isoporização.

d) Glifosate (vários): Provoca morte das gemas, amarelecimento das folhas e dependendo da dose, morte da
planta em 7 a 14 dias. Inibe o crescimento vegetativo e estimula o acúmulo de sacarose. A colheita deve ser realizada até 4 - 5 semanas após aplicação,
a partir do qual irá existir intensa brotação lateral, prejudicial à qualidade da
matéria-prima. Comumente utilizado em
misturas com outros maturadores. Cuidados especiais nas aplicações para
não sobrepor dosagens. Ideal para áreas de reforma. É um produto que apresenta baixo custo em contraposição ao
maior risco de utilização.

b) Etil-trinexapac (Moddus): Reduz
o crescimento, sem afetar, porém, a integridade da gema apical. O retorno ao
ritmo normal de crescimento das plantas depende da dose aplicada e condições ambientais reinantes. Proporciona acúmulo de sacarose no colmo da
cana a partir de 30 dias após a aplicação com melhores resultados entre 45
a 75 dias após a aplicação, dependen-

e) Fluazifope-p-butílico (Fusilade):
Apresenta rápida absorção foliar e causa necrose. Doses de 0,1-0,3 l/ha. Também é herbicida e, portanto, mata a
gema apical. Por não ser sistêmico não
interfere na brotação das soqueiras,
diferentemente do glifosate. Colher
também em 4-5 semanas por problemas
na qualidade da cana ao ultrapassar
esse período (necrose). Custo baixo.

Variáveis como condições ambientais ideais para a aplicação, dosagem
adequada de cada produto, estágio de
maturação das canas a serem tratadas
(pureza do caldo < 80%), épocas de aplicação dos produtos e de colheita das
canas, são fatores que devem ser conhecidos para um bom planejamento.

Produtos
Os maturadores são definidos como
agentes reguladores do crescimento
vegetal que podem causar diminuição
no crescimento sem causar alteração
no processo de armazenamento de açúcares, resultando em acúmulo de sacarose nos colmos. Os produtos mais
comercializados podem ser separados
em dois tipos:

do da dose aplicada. Pode ser misturado com glifosate para diminuir custos.

Resultados
Para avaliação da evolução da maturação das canas, nos ensaios de campo conduzidos pelo CTC, foram realizadas amostragens para análises tecnológicas a intervalos de aproximadamente 20 dias. Cada amostra foi composta
por 10 canas seguidas no sulco, cortadas ao nível do solo e despontadas no
ponto de quebra natural do palmito, com a remoção manual da palha, folhas e
bainhas. Os ensaios mostraram que os maturadores provocam antecipação da
maturação das canas com ganhos entre 0,3 e 1,0 em pol % cana, no período de
20 a 90 dias, aproximadamente, após a aplicação dos produtos, iniciadas na
primeira semana de março. Em aplicações tardias (início de abril), os ganhos
aparentemente se antecipam.
Artigo Técnico
a) Ethephon (ethrel 2,0 l/ha): ocorreram maiores ganhos em pol % cana 40
a 45 dias após a sua aplicação, decrescendo rapidamente até 60 dias (foto 1).

b) Trinexapaque etílico (moddus 0,8
l/ha): ocorreram maiores ganhos em pol
% cana entre 40 a 45 dias após sua aplicação, podendo estender-se por mais
de 60 dias em ordem decrescente. Colheita após os 60 dias resultou em perdas em TCH, comparando-se com áreas
testemunhas de canas não tratadas.
c) Sulfometuron-methyl (curavial
20 g/ha): ocorreram maiores ganhos em
pol % entre 40 a 45 dias após sua aplicação (foto 2 e 3).
d) Glifosate (0,4 l/ha): Bons resultados em misturas com outros maturadores.

Foto 1 – Cana com brotação lateral pela
aplicação de ethephon.

Um resumo das respostas à aplicação de três maturadores em variedades
CTC está na tabela 1, com classificação de ótimo, bom, regular e fraco. Os
ensaios foram conduzidos na safra 07/
08, podendo haver variações nas respostas nos diferentes anos. Como exemplo, nesta safra pode-se observar que

Foto 2 e 3 – Efeito da aplicação de Curavial.

a variedade CTC2 respondeu para os
três maturadores avaliados; a CTC11
teve excelentes respostas e a CTC14
com resultados fracos.

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

29
Artigo Técnico
Variedade
CTC1
CTC2
CTC3
CTC4
CTC5
CTC6
CTC7
CTC8
CTC9
CTC10
CTC11
CTC12
CTC13
CTC14
CTC15

MATURADORES
Moddus Curavial Ethephon
bom
regular
x
bom
bom
regular
ótimo
regular
fraco
bom
bom
regular
bom
fraco
fraco
bom
bom
x
regular
regular
x
bom
regular
x
bom
bom
x
bom
regular
x
ótimo
ótimo
x
regular
bom
x
x
x
x
faco
fraco
x
bom
bom
x

PERÍODO DE COLHEITA
Moddus Curavial Ethephon
40-80
40-60
x
40-60
40-60
60
40-80
40
N
40-80
40-60
60
40-60
N
N
40-80
40-60
x
40-60
40
x
40-60
40-60
x
30-60
30-60
x
40-80
40-60
x
30-60
30-60
x
30-60
30-60
x
x
x
x
30-50
30-50
x
30-60
30-60
x

Tabela 1 – Respostas das variedades CTC a maturadores químicos.
X = Não testado.

Florescimento
Outra finalidade na utilização dos maturadores é evitar o florescimento
das plantas. O processo de florescimento implica em alterações na planta,
sendo considerada uma característica altamente indesejável quando acompanhado de intensa “isoporização” (chochamento). A “isoporização” do colmo
(foto 4) tem início com a ocorrência do florescimento, ocasionando a desidratação do tecido e uma consequente perda de peso final. A quantificação do
grau de “isoporização” é importante para quantificar as perdas (peso e açúcar) e direcionar a colheita.

Isoporização

A partir da segunda quinzena do
mês de fevereiro até a primeira quinzena de março, ou seja, durante o período indutivo ao florescimento (foto 5), é
a época mais indicada para a aplicação
de maturadores químicos, para as latitudes do Estado de São Paulo, visando evitar o florescimento.

Foto 4 - Níveis decrescentes de
isoporização e metodologia de avaliação.

1- Coletar 10 colmos para avaliação;
2 – Contar o número total de entrenós em cada colmo;
3 – Cortar cada entrenó na transversal e contar a quantidade de entrenós com área isoporizada acima de 50%
4 – Os resultados são expressos em
% de entrenós isoporizados.
30

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

Foto 5 - Colmo sem indução do
florescimento e colmo com os primórdios
florais (induzido).

Cana
Bisada
Os maturadores podem ser utilizados nas canas bisadas, que ficam no
campo de uma safra para a outra, desde que os ponteiros e folhas estejam
em pé, sem provocarem “efeito guarda-chuva” sobre outras plantas. Devese escolher um produto que tenha ação
rápida, eficaz e mais prolongada para o
caso de ocorrerem chuvas após a aplicação. As canas bisadas têm como característica a alta produtividade agrícola. Possuem brotações laterais, brotões e enraizamento aéreo que prejudicam o rendimento industrial, produzindo-se menos açúcar por tonelada de
cana e a recomendação é que sejam
cortadas logo no início da safra para
não se agravarem os problemas.

Viabilidade
econômica
Tomando por base os ganhos na
pol % cana entre 0,3 e 1,0 ponto, com
valores médios de 0,65%; produtividade de 90 t de cana/ha; distância da cana
tratada da usina de 20 km; corte carregamento e transporte (CCT) de
R$20,00; os custos da aplicação mais
produto não podem ultrapassar valores próximos a R$ 100,00 para um valor
pago pelo kg de ATR de R$0,25. Considerando o valor do ATR de R$ 0,35, o
retorno bruto chega a R$ 150,00. Nos
casos extremos de ganhos de 1,0 ponto na pol % cana os valores passam
para R$ 180,00 e R$ 250,00, respectivamente para os dois preços estimados
do ATR, de R$ 0,25 e R$ 0,35.
A utilização de maturadores é uma
prática que deve ser cada vez mais utilizada pelos fornecedores de cana, tanto em início como em final de safra, pois
respeitadas as limitações e as recomendações técnicas de cada produto, é
possível obter-se ganhos significativos
na maioria dos casos. Nos ensaios destacaram-se o moddus e o curavial, com
ou sem a mistura com o glifosate para
abaixar o custo de aplicação. Consulte
o agrônomo da sua associação para
maiores informações.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

31
Assuntos Legais

Alteração do Código Florestal
Brasileiro
a polêmica de um código criado sem a
preocupação com as peculiaridades regionais.

E

stamos presenciando atualmente uma grande discussão sobre
a necessidade de alteração do
Código Florestal Brasileiro (Lei nº
4.771/65), principalmente no que tange
aos institutos da reserva florestal legal
(art. 16 e 44, da Lei nº 4.771/65) e das
áreas de preservação permanente (artigo 2º da Lei nº 4.771/65).
Recentemente houve, inclusive, divergências públicas entre o ministro da
Agricultura, Reinhold Stephanes, e o
ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc. Isso porque está se querendo
aplicar a legislação federal como um
todo, sem que se observem as peculiaridades de cada região do país.

Nesse sentido, o ministro Stephanes, no dia 22.01.2009, nos estúdios da
estatal Radiobrás, onde gravou entrevista, afirmou que, se o Código Florestal não for alterado, serão eliminados
pelo menos 1 milhão de pequenos produtores, que já atuam em áreas de agricultura consolidada. “Uma coisa deve
ficar clara: quando discutimos isso, não
falamos de Amazônia, como às vezes
se tenta dar a entender, mas falamos de
regiões de agricultura consolidada, no
Centro-Sul do país”.
Para especialistas, há a necessidade
de se redefinir os limites das áreas de
preservação permanente e os índices da
reserva florestal legal, após a realização

do necessário zoneamento ecológico-econômico a ser
feito por cada Estado da federação.
Não se pode aplicar a mesma regra
para todos os Estados, pois cada
Juliano Bortoloti - Advogado
um possui caracteDepartamento Jurídico Canaoeste
rísticas de solo, vegetação e economia próprias.
Aliás, as alterações pretendidas no
Código Florestal devem se nortear em
estudos técnicos, realizados por profissionais idôneos e imparciais. Não se
pode deixar que ideologias políticas
sem fundamento técnico prevaleçam
nessas alterações do Código Florestal,
ideologias essas que são pregadas por
algumas entidades e ONGs municiadas
por interesses externos, que, utilizando-se da bandeira ambiental, querem
atingir outro objetivo.
Então, é hora do setor produtivo,
mormente o rural, se organizar para defender os seus interesses, que devem
andar junto com a proteção e preservação adequada do meio ambiente, pois
aqueles que não se organizam, tendem
a obedecer às regras daqueles que, organizados, as criam.

Queima de Cana
Poder Judiciário vem pacificando o entendimento da incompetência dos municípios legislarem, proibindo a queima de
cana quando houver legislação federal e estadual
autorizadora.

C

omo já noticiado na edição de
dezembro da Canavieiros, o
ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal, ocupando o lugar do ministro Menezes Direito,
concedeu liminar em novembro do
ano passado para suspender os efei32

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

tos de lei municipal de Paulínia que
proibia a queima de cana.
Agora, em janeiro deste ano, o presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, fez o mesmo em relação à Lei
3.963/2005, de Limeira.

Esta última decisão determinou, ainda, que se observe a Lei nº 11.241/2007,
do Estado de São Paulo, que dispõe sobre a eliminação gradativa do uso do
fogo como método despalhador da
cana-de-açúcar. Seguindo o mesmo entendimento, o Tribunal de Justiça
Assuntos Legais
Paulista, que tutela a maior lavoura
de cana-de-açúcar do País, também
vem pacificando o entendimento de
que o município não pode criar lei proibindo a queima da palha da cana, se
há legislação estadual e/ou federal
que autoriza referido procedimento.
Este entendimento foi refletido nos
recentes julgamentos das Ações Diretas de Inconstitucionalidades
(ADIns) ajuizadas pelo Sindicato da
Indústria do Açúcar de São Paulo (Siaesp) e pelo Sindicato da Indústria de
Fabricação de Álcool de São Paulo
(Sifaesp), contra as leis municipais de
Mogi Mirim e Americana que proibiam a queima da cana.
Anteriormente, o mesmo tribunal já se manifestara em ações semelhantes, declarando a inconstitucionalidade das leis municipais de
Ribeirão Preto e Cedral.
Primeiro, o Órgão Especial do Tri-

bunal de Justiça de São Paulo, por 14
votos a 7, em 28.01.2009, declarou inconstitucional a Lei nº 4.518/07, do município de Mogi Mirim, que impedia a
queima da palha da cana-de-açúcar
como método de pré-colheita. Depois,
em 04.02.2009, tomou decisão no mesmo sentido, por 16 votos a 6, em desfavor da Lei nº 4.504/2007, do município
de Americana.
Na ADIn de Mogi Mirim, relatada
pelo desembargador Paulo Travain,
firmou o entendimento de que cabe à
União criar normas gerais sobre meio
ambiente e aos estados legislar sobre normas suplementares. Já a ADIn
de Americana, relatada pelo desembargador Oscarlino Moeller, fixou
que cabe à União criar normas gerais
sobre meio ambiente e aos estados
legislar sobre normas suplementares.
Em seu voto de 14 páginas, o desembargador Oscarlino Moeller defendeu que o município não pode tratar

de questões ambientais quando já existem normas federais e lei estadual tratando do mesmo tema. Para ele, a Lei
Estadual 11.241/2002, que disciplina a
queima da palha da cana-de-açúcar no
estado de São Paulo, não pode ser contrariada por norma municipal.
O desembargador Palma Bisson,
complementou que “o município não
pode tratar de questões ambientais
quando já existem normas federais e
lei estadual tratando do mesmo tema.
Trata-se de uma brutal inconstitucionalidade das leis municipais”.
Estas decisões tomadas pelo Poder Judiciário, devem inibir, como
consequência, que os municípios promulguem leis proibindo a queima de
palha da cana-de-açúcar quando houver legislação estadual e federal tratando do assunto, de modo a evitar,
inclusive, tratamento desigual entre
os produtores de diferentes estados
e municípios.

Foto: Agência Brasil

“Esse (etanol) é um assunto que estará na pauta do Brasil e dos EUA a partir
de agora, eu acho que com muito mais ênfase do que teve no governo passado.”
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu programa semanal de rádio,
“Café com o Presidente”

Foto: Agência Brasil

Repercutiu

“É muito improvável
que o preço do petróleo a
US$ 37, os investimentos
continuem no mesmo
patamar. Aí temos duas
opções: cancelar projetos
ou buscar mais financiamento”.
José Sérgio Gabrielli,
presidente da Petrobrás
discursando sobre
recursos caso a situação
venha a piorar.

“Importante mencionar que o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil, uma fonte altamente eficiente para a produção de
etanol que é eficiente economicamente e em termos de balanço energético, não precisa, inevitavelmente, ser algo que
tenha, como conseqüência, a destruição da Amazônia.”
Al Gore, em depoimento ao Comitê de Relações Externas do Senado americano, contrariando os argumentos frequentemente usados por críticos da produção de biocombustíveis.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

33
Antes da Porteira

Mangalarga marchador '53'
Família Junqueira mantém tradição na criação da
raça e criou uma marca própria ainda em 1902
Carla Rodrigues

Começou em 1805, na Fazenda Favacho, em Cruzilha (MG) com José
Frausino Junqueira. Na época, José
Frausino trabalhava com a criação de
gado leiteiro holandês e com aperfeiçoamento de cavalos mangalargas. Seu
conhecimento e adoração pelo eqüino
desta raça eram tão grandes que decidiu trocar um lote de quarenta novilhas por um potro, que o encantou com
suas qualidades.
A partir daí, criou um rebanho enorme e de importante destaque até os dias
de hoje. Com a morte de José Frausino,
a paixão pelo mangalarga foi herdada
pelo seu filho João Bráulio Fortes Junqueira que, por sua vez, teve seu trabalho seguido pelo seu filho José Frausino Junqueira Netto, que se mudou para
São Paulo.

ciação Paulista dos Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga, tendo um reconhecimento enorme em seu trabalho.
Quando foi feita a divisão dos bens
da família, Renato ficou com a Fazenda
Verdun e com os melhores reprodutores da marca 53, resultado de seu esforço para com a raça. Seus filhos, Haroldo, Gilda, Vilma, Carlos, Fernando e
Renato Junior, herdaram a marca 53 e
as fazendas deixadas pelo pai.
A filha Vilma casou-se com o advogado Armando Expedito Teixeira e receberam a fazenda Pavão. Juntos, assim como todos os outros filhos, deram seqüência à criação dos cavalos
mangalarga, tendo cada um a sua própria marca 53.

Foto:Murilo Góes

A

família Junqueira é exemplar
no que diz respeito a seguir
uma tradição. Criadores de
cavalos da raça mangalarga, a paixão
por esse animal vem passando de geração para geração.

Foi ele, José Frausino Junqueira
Netto, quem fez os primeiros registros
da raça, em 1902, ano este que foi considerado o ponto de origem da raça
mangalarga 53. A marca 53 foi escolhida para homenagear sua esposa, Genoveva Clara Diniz Junqueira. O número foi usado por ela no internato em
que estudou.
José Frausino Junqueira Netto deixou onze filhos, entre eles, José Mario
Junqueira Netto e Renato Junqueira
Netto. Com a morte inesperada de José
Mario, o filho mais velho, Renato, foi o
escolhido por sua mãe para se tornar
responsável pela continuidade do trabalho de seu pai e de seu irmão, e não o
fez por menos. Em 1934, Renato foi um
dos fundadores e presidente da Asso34

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

O filho de Dona Vilma, José Armando, já demonstrava jeito com a raça e
conquistou a confiança de seu pai, e a
partir daí começou a cuidar da criação
dos cavalos, enquanto seu pai cuidava da parte administrativa. Infelizmente, durante uma cavalgada em 1999,
José Armando sofreu um edema pulmonar e veio a falecer, levando Armando a reassumir a criação dos cavalos.

Hoje uma das filhas do casal, Lia,
é quem está ao lado do pai para cuidar dos cavalos. Entendida no assunto, há dois anos é a responsável por
toda a parte técnica e de criação do
mangalarga.
A Fazenda Pavão fica situada em
Barretos e possui a marca AV53, que representa o nome de Armando e Vilma.
Hoje eles têm um rebanho de 54 cavalos
da raça, mantendo a tradição da família.
A marca 53 é de grande prestígio
porque seus criadores nunca mestiçaram o cavalo 53 com outras raças.
Estes equinos têm por objetivo principal o andamento, tanto que serve
como um cavalo de serviço, principalmente para atividades em fazendas, que lida com o gado, inspeção e
verificação de lavouras, quanto para
o hipismo.
“Uma coisa que nós sempre preservamos é o andamento. Vemos por
aí cavalos realmente diferentes, maiores, com cabeça mais leve, frente mais
alta, uma série de atributos que apenas diz respeito à parte física do cavalo e nós não procuramos por isso, cri-
Antes da Porteira
tanto que um de seus crioulos, o garanhão
Albatroz de Barretos (antigo sufixo do AV53)
é o pai da égua Orquídea da Caduceu, campeã das campeãs nacional de marcha, na
última exposição nacional, realizada em Belo
Horizonte no último mês de julho.

Foto:Murilo Góes

Outros produtos desse mesmo garanhão
vêm ganhando sucessivos prêmios nas últimas exposições da ABCCMM. Esse reprodutor é, atualmente, de propriedade de um
condomínio e as suas coberturas são negociadas por valores muito expressivos.

amos somente cavalos mangalargas
puros, cavalos para andamento”, disse dr. Armando.
Diante do problema da mestiçagem,
a família, que fazia parte da Associação
Brasileira do Cavalo Mangalarga, teve
que passar a registrar sua tropa de cavalos na Associação do Mangalarga
Marchador, cuja sede é em Belo Hori-

zonte, pois ali ainda se preserva o
andamento do animal. “Quando
começa a mestiçagem, o cavalo perde o seu objetivo principal e passa
a ser um animal sem serventia para
o campo”, explica o criador.
A criação ‘“A
V53” encontra-se
atualmente muito bem cotada nas
lides do mangalarga marchador,

Além da paixão pelos cavalos, a família
Junqueira também mantinha na fazenda cerca
de 50 mil pés de laranja, mas por problemas
ocorridos na época decidiram trabalhar com a
cana, tornando-se cooperada da Copercana.
“Tornar-se um cooperado ajudou muito, principalmente com a informação. Recebemos toda a assistência técnica necessária para lidar com a cana e implementos”,
contou dr. Armando.

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
IMAGENS DO ETANOL BRASILEIRO
Tadeu Fessel

Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português
Queridos amigos Leitores:
Cá estamos em 2009 com novidades e expectativas em todas
as vertentes da vida!!!
Os desejos?Ah! Serão realizados!
E o Novo Acordo Ortográfico?
Já está em vigor para a felicidade de muitos , para a tristeza de outros...
Trabalharemos, com vagar, as novidades do Acordo junto
com os esclarecimentos das dúvidas cotidianas do Português.
Sobre o Acordo, sempre com uma “indicação” para vocês.
Agora é realidade...
Feliz em tê-los comigo!!!
Com carinho - Renata

Renata Carone
Sborgia*

1) WILIAM estava triste... uma letra do seu nome era inexistente para o
nosso alfabeto.
Wiliam dizem: “...não há felicidade que dure sempre, logo não há tristeza para
sempre...”
Assim sendo, vamos ao Novo Acordo Ortográfico em que trouxe muita alegria
para William, Karen, Yuri...
ANTES:O alfabeto era formado por 23 letras. O K, W, Y não eram considerados letras do nosso alfabeto.
DEPOIS:Com a nova regra, o alfabeto é agora formado por 26 letras. Essas
letras serão usadas em nomes próprios, siglas, símbolos, palavras estrangeiras e
seus derivados.
Ex.: William, Watt, Km, byroniano…
2) Nota de Falecimento: O Trema morreu.
ANTES: O trema vivia alegremente, tinha seu local na Gramática, não se incomodava quando usado por muitos sem saber o porquê da sua importância e assim
vai a história da “Felicidade do Trema”.
DEPOIS: Depois do Novo Acordo Ortográfico, não existe mais trema. Apenas
em casos de nomes próprios e seus derivados.
Ex.: Müller, Agüentar, freqüentar, lingüiça...
Agora a escrita será: frequentar, linguiça...
Isso mesmo!AGUENTAR uma relação de palavras sem trema, para alívio de muitos.
3) Maria disse À Pedro que 2009 trará muita sorte!!!
Querida Maria trará sorte sem o acento grave(Crase), caso contrário...
Regra importante sobre crase(existem mais regras sobre o assunto, estou
abordando uma regra):
A crase é proibida antes de nomes masculinos.
Ex.: Maria disse a Pedro...(o Pedro)
Ele chegou a tempo...(o tempo)
Todos voltamos a pé...( o pé)
“ Não passo pela vida. E você também não deveria passar!!!”-AD
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

36

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

C

om uma vasta experiência quando o
assunto é biocombustiveis como alternativa energética, o Brasil se tornou
exemplo de capacidade para outros países que buscam pelo etanol como energia limpa.
Com poucas palavras e muitas fotos,
a Unica (União das Indústrias de Canade-Açúcar) criou o livro “Imagens do Etanol Brasileiro” para mostrar a beleza do
etanol produzido pelo Brasil.
A obra é interessante para profissionais e lideranças ligadas ao setor sucroenergético, já que o livro é praticamente
todo composto por fotos de cada fase da
cadeia produtiva deste biocombustível,
desde o plantio da cana-de-açúcar até à
exportação do produto, chegando as novas áreas do setor, como a bioeletricidade e a alcoolquímica.
As imagens foram fotografadas por
Tadeu Fessel, formado em fotojornalismo
e fotografia comercial desde 1966, que
realizou um trabalho neste livro com grande dedicação e competência.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar
a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto
Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Agende-se
Março

de 2009

FEICANA FEIBOI 2009
Empresa Promotora: Safra Eventos.
Tipo de Evento: Feira
Data: De 10 a 12 de março de 2009
Cidade: Araçatuba
Local: Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado Araçatuba/SP
Site: www.feicana.com.br
E-mail: feicana@feicana.com.br
Ma Shou TaoAgrícola - Encontro Técnico de Milho e Soja
e Exposição de Tecnologia Agrícola
Empresa Promotora: Grupo Boa Fé - Ma Shou Tao
Tipo de Evento: Encontro / Simpósio
Início do Evento: 04/03/2009
Fim do Evento: 05/03/2009
Estado: MG
Cidade: Conquista
Localização do Evento: Fazenda Boa Fé - Grupo Ma Shou Tao
Informações com: Thiago Quirino
Site: www.mashoutao.com.br
Telefone: (34) 3318-1500
E-mail: thiago@mashoutao.com.br
Simpósio Internacional Datagro e Udop
Tipo de evento: encontro/ simpósio
Início do Evento: 09 de março de 2009.
Fim do Evento: 10 de março de 2009.
Cidade: Araçatuba
Estado: São Paulo
Assuntos em discussão: Tecnologia , Política Setorial,
Mercados no Exterior, Desenvolvimentos na Área Agrícola,

Negociações Internacionais
Informações:
www.udop.datagro.com.br
FEINCO 2009
6ª Feira Internacional de Caprinos e Ovinos
Empresa Promotora: Agrocentro Feiras e Exposições
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 10/03/2009
Fim do Evento: 14/03/2009
Estado: SP
Cidade: São Paulo
Localização do Evento: Centro de Exposições Imigrantes
Informações com: Secretaria
Site: www.feinco.com.br
Telefone: (11) 5067-6767
E-mail: feinco@agrocentro.com.br
TecnoShow Comigo 2009
Empresa Promotora: COMIGO - Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 31/03/2009
Fim do Evento: 04/04/2009
Estado: GO
Cidade: Rio Verde
Localização do Evento: Centro Tecnológico Comigo - Est.
Velha Rio Verde/ Jataí 10Km após Fesurv
Informações com: Lidiane
Site: www.tecnoshowcomigo.com.br
Telefone: (64) 3611-1525
E-mail: ctc.ascom@comigo.com.br

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

37
Vende-se
Vendem-se
* Colheitadeira, Mod. SLC-John De- 01 transformador de 15 KV
A
ere 1550 - ano 2002 - 1.800 hrs trabalha- 01 transformador de 45 KV
A
das. Com plataforma 19 pés e plataf. de
- 01 transformador de 75 KV
A
milho de 06 linhas.
- tijolos antigos e telhas
* Trator Valtra, Mod. BH-160 - 4x4 - s/
- lascas, palanques e mourões de
cabine - ano 2001 - 6.300 hrs trabalhadas aroeira
Tratar com Alexandre (16) 3663-3850
- 01 sulcador de 2 linhas DMB
- postes de aroeira, terças, caibros e
Vende-se
porteiras
Um caminhão Ford Cargo 2628 E, Ano/
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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009

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Revista Canavieiros Fevereiro 2009: IAC lançará novas variedades cana

  • 1. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
  • 3. Editorial Consciência ambiental O fornecedor de cana está investindo cada vez mais nas ações de preservação do meio ambiente porque sabe que os benefícios são imediatos e também para gerações futuras. Assim, os produtores estão plantando mudas de vegetação nativa nas áreas de preservação permanente e/ou deixando tais áreas ao sabor da regeneração natural porque querem produzir de forma sustentável. A reportagem de capa deste mês é sobre a recuperação das matas ciliares e a conscientização ecológica, cada vez maior, entre os produtores de cana. O entrevistado desta edição é Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio da Cana – IAC e pesquisador científico em melhoramento de canade-açúcar. Ele antecipou à Canavieiros que o Centro de Cana IAC deve lançar um grupo de variedades até o final deste ano. Na coluna “Ponto de Vista”, o consultor da Canaoeste, Cléber Moraes, explica que os períodos de crise também são de oportunidades, em que alternativas que não foram postas em prática podem ser reavaliadas para contribuir para a melhoria das relações comerciais. Nas páginas da Copercana, você encontrará o “Dia de Campo” realizado pela Syngenta e Yara, com o apoio da Copercana e Canaoeste, realizado na Fazenda Bananal, em Sertãozinho. O evento contou com a participação de cooperados e diretores da Copercana. Também nessa secção, o professor da Unesp de Jaboticabal, Jorge Luca Júnior, conta que há mais de dois anos a Copercana utiliza o processo de compostagem para melhoria da qualidade ambiental, oferecendo um destino seguro para os resíduos sólidos. As páginas da Canaoeste trazem a circular do Consecana de janeiro/ 2009 e um artigo sobre produção de mudas de cana-de-açúcar de alta qualidade (muda sadia) pela Canaoeste/ Copercana na Fazenda Santa Rita, em Terra Roxa, escrita pelo gerente do Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo de Almeida Nogueira. O destaque deste mês é a sétima edição da Feicana/ FeiBio (Feira de Negócios do Setor de Energia), que será realizada de 10 a 12 de março no Recinto Exposições Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba. A programação da feira também inclui a realização de eventos, como o 2º Simpósio Internacional Datagro-UDOP. Em “Assuntos Legais”, assinado pelo advogado Juliano Bortoloti, são tratados os temas: queima de cana Poder Judiciário vem pacificando o entendimento da incompetência dos municípios legislarem, proibindo a queima de cana quando houver legislação federal e estadual autorizadora – e a alteração do Código Florestal Brasileiro. Além de todo esse conteúdo, a revista também traz análises importantes sobre o mundo agrícola. Confira os seguintes artigos: Informações Setoriais; Artigo Técnico e Pragas e Doenças. Conselho Editorial Revista Canavieiros -- Fevereiro de 2009 Revista Canavieiros Fevereiro de 2009 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Fornecedores investem na recuperação de matas ciliares Consciência ecológica dos agricultores produz benefícios para essa geração e para as futuras Pag. Pag. 20 EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788 DESTA DESTAQUES OUTRAS Entrevista CONSECANA DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo DESTAQUE FOTOS: Carla Rossini Rafael H. Mermejo PRAGAS E DOENÇAS COMERCIAL E PUBLICIDADE: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br INFORMAÇÕES SETORIAIS DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Janaina Bisson, Letícia Pignata, Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva. Marcos Guimarães de Andrade Landell Diretor do IAC P a g . P a g . 13 23 Centro de Cana IAC: novas variedades em 2009 05 P a g . P a g . Ponto de vista P a g . 24 P a g . 26 P a g . 28 ARTIGO TÉCNICO P a g . 32 ASSUNTOS LEGAIS IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora REPERCUTIU TIRAGEM: 11.000 exemplares CULTURA ISSN: 1982-1530 Cléber Moraes Consultor CANAOESTE O que fazer quando a confiança na capacidade de realizar os pagamentos é abalada? 09 P a g . P a g . Notícias P a g . 10 Copercana - Biodigestores: vantagens e benefícios - Copercana e Canaoeste apóiam “Dia de Campo” da Syngenta e Yara Notícias 12 Canaoeste - Produção de mudas de cana-de-açúcar de alta qualidade Notícias P a g . P a g . 33 36 P a g . AGENDE-SE P a g . CLASSIFICADOS P a g . P a g . 18 37 38 Cocred - Demonstração do resultado do exercício - Balanço Patrimonial ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 Antes da Porteira Mangalarga marchador '53' Família Junqueira mantém tradição na criação da raça e criou uma marca própria ainda em 1902 4 4 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Pag. 34 w w w.r evistacanavieiros.com.br redacao@revistacanavieiros.com.br
  • 5. Entrevista Marcos Guimarães de Andrade Landell Diretor do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio da Cana - IAC Centro de Cana IAC: novas Centro de Cana IAC: novas variedades em 2009 variedades em 2009 Carla Rossini O Centro de Cana IAC deve lançar um grupo de variedades de cana até o final deste ano, de acordo com o diretor do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio da Cana – IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell. O centro, que surgiu do Programa Cana do IAC e que iniciou as atividades na antiga Fazenda Experimental há quatro anos, ampliou o número de laboratórios, de pesquisadores, o que permitiu uma série de ações de expansão do programa de pesquisa. O próximo passo será a formação de uma coleção pública de germoplasma de cana. Segundo Landell, está em formação uma comissão gestora, que terá como atribuição organizar a coleção pública de germoplasma que estará localizada no Centro Cana IAC e que reunirá genótipos do complexo Saccharum representantes das diversas regiões de origem e das diversas espécies envolvidas neste complexo. Leia, a seguir, a entrevista que Landell concedeu à Canavieiros. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 5
  • 6. Entrevista Canavieiros: O IAC deve lançar uma necessidade de água bastante associado aos elevados déficits, aunovas variedades de cana em 2009? grande, convivendo com déficits impor- menta o fenômeno da isoporização, Marcos Landell: Sim, devemos lan- tantes no período em que acumula muita que é a perda da água dentro do colçar possivelmente um grupo de varie- biomassa. Tudo isso me faz acreditar mo, causando prejuízos. dades no final do ano. Estamos depen- que em algumas regiões do Estado de dendo da colheita de ensaios deste ano São Paulo tenhamos uma redução desCanavieiros: Vamos falar sobre para definir quais exatamente serão lan- sa produtividade. Esse cenário ainda matriz de ambientes. Sabemos que çadas. Fazemos quatro cortes em nos- está um pouco incerto, precisamos che- você tem trabalhado há anos com sos ensaios. Na realidade, sentimos gar até março para fazer uma melhor ambiente relacionados a épocas de cada vez mais a importância da longe- estimativa. Uma coisa é certa: de uma colheita. Os resultados tem sido satisvidade das soqueiras dos canaviais, forma geral, muitos produtores, não só fatórios? para que haja um menor impacto do fornecedores, mas usinas, inclusive, Landell: Começamos a montar encusto de instalação do canavial. Não reduziram a adubação em 30%, ou à saios em 1996 e a partir daí isso foi inpodemos depender de variedades que metade e alguns produtores chegaram tensificado. Para se ter uma idéia, hoje depois de quatro anos seja necessário a não adubar seus canaviais. Isso com praticamente todas as empresas parceifazer renovação porque elas não su- certeza vai gerar um impacto negativo ras participam da nossa rede experiportam mais um quinto, sexto ou séti- na produtividade. A impressão que se mental, resultando em um número de mo corte. Por isso resolvemos ir até o forma é que teremos uma produtivida- ensaios bastante grande. São mais de quarto corte, gerar mais essa informa- de inferior neste ano em relação a 2008. 400 ensaios no Brasil englobando três ção para realmente poder confirmar épocas de colheita - início, meio e final aquelas que vão contride safra - denominadas "Uma coisa é certa: de uma forma geral, posteriormente, outono, buir para a canavicultura de São Paulo e do Brasil. muitos produtores, não só fornecedores, mas inverno e primavera. A nossa safra no Centro-Sul Canavieiros: Em ter- usinas, inclusive, reduziram a adubação em começa no outono, avanmos de produtividade, o ça todo o inverno e termi30% ou à metade e alguns produtores que nos podemos esperar na na primavera. Percebechegaram a não adubar seus canaviais" mos que existem grandes da safra 2009/2010? Landell: Eu tenho andiferenças, principalmente dado bastante. O primeiro trimestre do Canavieiros: Quais são as princi- nos fatores climáticos que são dispoano sempre é um período de muita ati- pais características que uma varieda- nibilizados para o ciclo da cana de ouvidade para mim, pois é quando se con- de de cana deve apresentar para aten- tono, inverno e primavera. Então cocentram as atividades de seleção e plan- der aos produtores? meçamos a fazer uma série de estudos tio de ensaios. Como os campos de seLandell: Além desse aspecto de associando estes períodos com o tipo, leção estão espalhados em dez regiões longevidade, que é muito importante, a capacidade de armazenamento de do país, isso me fez andar bastante em outro aspecto que merece destaque é água e a fertilidade desses solos. toda região canavieira do Brasil. O que ter um perfil integrado ao processo de nos pareceu neste circuito, interagin- mecanização, tanto da colheita desse Canavieiros: O que foi possível fado com colegas de diversas empresas, material quanto do plantio. A nova va- zer a partir desses estudos? é que de uma forma geral, a cana-plan- riedade tem de cooperar, por exemplo, Landell: Foi possível criar uma séta no Triângulo Mineiro e em Goiás com o processo mecânico de colheita rie de interpretações importantes para parece estar em uma condição melhor para que tenha um bom rendimento e, a produção. Essa idéia foi descrita no de produção do que no ano passado, portanto, é desejável que tenha um boletim técnico que lançou a última já que no ano interior, em Goiás princi- hábito de crescimento ereto, seja uni- geração de variedades IAC, em 2007. palmente, houve uma seca que se pro- forme quanto à altura e diâmetro de Mais recentemente, em novembro de longou em algumas regiões até 180 dias seus colmos, e que apresente despa- 2008, detalhamos um pouco mais no lie isso reduziu a produtividade da cana lha fácil. Enfim, são características im- vro recém-lançado “Cana-de-Açúcar”. de primeiro corte em 2008. Então me portantes. Outro aspecto que cada vez Na realidade, sentimos que isso tem parece que naquela região haverá uma mais nos chama atenção é a capacida- sido de grande importância, uma granprodutividade um pouco melhor para de de fechamento das entrelinhas, im- de contribuição que extrapola o aspeccana de primeiro corte deste ano. portantíssimo, porque isso tem coo- to da sigla IAC em termos de variedaperado para que haja uma redução do des. Isso é aplicado a qualquer varieCanavieiros: E em São Paulo? problema de mato nos canaviais. Nas dade, a qualquer usina, seja ligada ao Landell: Em São Paulo, tivemos regiões onde ocorre expansão é impor- IAC ou não. O que eu sinto hoje, quanperíodos de estresse, por exemplo, em tante que as variedades não flores- do ando por aí, é que muitas empresas algumas regiões em novembro e dezem- çam, pois isso poderá afetar a densi- já adotam esse modelo da matriz para bro, temperaturas elevadas, precipita- dade dos colmos. Nessas regiões, as seu manejo e eu fico feliz, a equipe tamção inferior ao histórico e a planta com condições são mais indutivas, o que, bém, porque a gente sente que essa “ 6 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
  • 7. Entrevista tem sido uma das principais contribuições que o IAC tem dado para a canavicultura, essa nova forma de enxergar a produção e as estratégias que se estabelecem a partir daí. Canavieiros: Qual o objetivo do livro Cana-de-Açúcar e como ele pode contribuir com o setor? Landell: Foi um sonho muito antigo. As primeiras conversas foram em 2004, quando fizemos uma pequena resenha do que seria, mais ou menos, o livro. E a princípio, nos lembrávamos de um livro que foi lançado pela fundação Cargill, em 1987, chamado “Cana-de-Açúcar: cultivo e utilização”. Sabíamos da grande contribuição desse livro, mas ele está esgotado, e já tinha passado 20 anos quando nos ocorreu a ideia de coordenar um novo livro. Em 2006 definimos, numa reunião entre a Leila Dinardo, Antonio Carlos Vasconcelos e eu e começamos a consultar especialistas do setor para ver quem poderia assumir e escrever os capítulos, e então fi- "A ideia do livro foi justamente oferecer aos colegas do setor, às universidades que formam futuros agrônomos, um material bastante atual para formação e difusão das principais tecnologias que hoje compõem a nossa fitotecnia em cana" “ zemos diversos convites. No primeiro momento, imaginávamos 30 capítulos e acabou saindo 42 capítulos. Foram envolvidos 72 autores e sem dúvida, a Dra. Leila teve uma capacidade enorme de gestão, pois foi quem assumiu a frente, principalmente depois que o Antonio Carlos faleceu, concluindo o livro em um momento tão doloroso para todos nós do Centro Cana IAC. A idéia do livro foi justamente oferecer aos co- Leila Dinardo e Landell no lançamento do Livro Cana-de-açúcar do IAC realizado em dezembro de 2008, a mais completa obra sobre a cultura legas do setor, às universidades que formam futuros agrônomos, um material bastante atual para formação e difusão das principais tecnologias que hoje compõem a nossa fitotecnia em cana. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 7
  • 8. Entrevista Canavieiros: E o Centro de Convenções do IAC inaugurado no final de 2008? Landell: Esse centro já é um sonho um pouco mais antigo. Ele surgiu quando iniciamos o Grupo Fitotécnico da Cana, em 1992. Nesta ocasião, tínhamos um salão muito simples, onde nos reunimos até 2007. Éramos cobrados por grupos parceiros que queriam melhorar as condições do salão. Foi então que compartilhamos com o então diretor do IAC, Orlando Castro, que conversou com o secretário João Sampaio e conseguiu um apoio da UNICA, que foi o primeiro recurso mais significativo que obtemos. Daí, tivemos a idéia de conclamar outros parceiros para que pudessem participar deste esforço e captamos próximo de 15% da obra com essa ação. Depois havia alguns outros recursos, projetos, em que cada um participou um pouco, atendendo uma grande parte da necessidade. Então, fizemos esse centro de convenções para aproximadamente 400 pessoas. Precisamos ainda finalizar as laterais, o que nos levará a atingir 560 lugares. O centro de convenções é bastante moderno, a parte acústica é excelente, as pessoas são bem acolhidas, o que é o mais importante. Uma outra idéia é poder trazer os nossos parceiros, as associações e todos os elos ligados à canavicultura, a realizar aqui seus eventos. Canavieiros: Como está o trabalho do Centro de Cana do IAC? Landell: Há quatro anos o Centro de Cana IAC foi estabelecido como ele está hoje. Antes ele era um programa virtual, um centro virtual, que interagia e integrava os nossos esforços dentro do próprio IAC com outras instituições, empresas e associações. Nós mantivemos este modelo de interação, mas foi criado algo mais concreto, que nos permitiu uma série de ações de expansão do nosso programa de pesquisa. Instalados na antiga Estação Experimental de Ribeirão Preto, do próprio IAC, o Centro de Cana ganhou equipe técnica, técnicos de apoio à pesquisa, laboratórios, enfim, infraestrutura, que nos permite ter na atualidade maior expressão. Foram criados diversos laboratórios: na área de biotecnologia, o de cultura de meristema, o de biometria, matologia, ne8 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 matologia, de análise tecnológica, etc. Ampliamos os nossos trabalhos de caracterização de germoplasma usando técnicas moleculares, trabalhamos com diagnóstico de raquitismo da soqueira, instalamos o Jardim Varietal que reúne genótipos de cana-de-açúcar dispostos de maneira histórica e temática. Este crescimento não nos deixa independentes de nossos parceiros e continuamos a valorizar toda a interação como aquela que temos com a Canaoeste desde o início da década passada. Estamos contando com a Canaoeste no treinamento de novos técnicos nossos, por exemplo, na área de análise tecnológica e mesmo de roguing, áreas em que a Canaoeste tem grande excelência. Canavieiros: E quais os próximos passos? Landell: Um importante fato tem sido os esforços envidados para a formação de uma coleção pública de germoplasma de cana. Está sendo criada uma comissão gestora do germoplasma de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo com a participação de pesquisadores de universidades paulistas e outros especialistas. Esta comissão terá como atribuição organizar a coleção pública de germoplasma que estará localizada no Centro Cana IAC e que reunirá genótipos do complexo Saccharum representantes das diversas regiões de origem e das diversas espécies envolvidas neste complexo. Também estabelecerá uma série de prioridades de estudos na área de melhoramento relacionado ao uso deste germoplasma em hibridação, por exemplo, e, principalmente, estabelecerá uma governança para caracterização dos genótipos desta coleção. A idéia é otimizar esforços de equipes multidisciplinares de diversas instituições na caracterização deste germoplasma. Junto com esta coleção teremos também uma casa de hibridação com controle de fotoperíodo, umidade e temperatura, que poderá nos oferecer a oportunidade de desenvolver trabalhos de teses sobre a fisiologia da floração juntamente com as universidades. Para todas essas coisas a meta são os três próximos anos. Ainda referente à comissão gestora, ela nos ajudará a definir os genóti- pos que deverão ser importados para que a coleção pública possa ser cada vez mais representativa da diversidade do complexo Saccharum. Para tanto, conseguimos um recurso de um projeto CNPq/FAPESP que participamos junto com pesquisadores da UNICAMP e USP para reforma e ampliação do quarentenário do IAC. Canavieiros: Gostaria de destacar algo? Landell: Gostaria de destacar a grande participação que a Canaoeste e Copercana tiveram na reorganização do Programa Cana IAC. As duas entidades foram umas das primeiras que nos acenaram com a possibilidade efetiva de apoio. Isto aconteceu em dezembro de 1993. Naquela época nós tínhamos alguns poucos ensaios em usinas e estávamos iniciando o projeto de reorganização. Tínhamos recémcriado o Grupo Fitotécnico de Cana. Foi quando, em uma viagem para Piracicaba, em dezembro de 1993, o Manoel Ortolan me perguntou sobre as novidades do IAC, qual era a condição de trabalho etc. Ele propôs que, em troca de um treinamento sobre variedades que eu daria para um novo agrônomo que há pouco havia entrado na associação, ele me disponibilizaria este mesmo agrônomo com um carro para que eu tivesse uma melhor condição de trabalho. Aceitei na hora. Este novo agrônomo era o Gustavo Nogueira, que acabou se tornando um grande amigo e meio filho também. O trabalho do Gustavo e o apoio da Canaoeste e Copercana naqueles três anos que se seguiram foram importantíssimos para mudar a história do Programa Cana IAC. Assim, a Canaoeste e Copercana são co-responsáveis por tudo que temos hoje aqui. Nós não teríamos justificado sequer a inclusão de pessoas que vieram naquela época, como a Rafaela Rossetto, a Leila Dinardo-Miranda, e posteriormente o Hélio do Prado, caso não tivéssemos conseguido nos movimentar. O IAC considera as duas entidades como um dos mais importantes parceiros na atualidade, mas na nossa história recente em cana, que envolveu esta reconstrução do Programa Cana e criação, sem dúvida o mais importante.
  • 9. Ponto de Vista O que fazer quando a confiança na capacidade de realizar os pagamentos é abalada? - Uma alternativa à forma atual de pagamento de cana Cleber Moraes Consultor CANAOESTE M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda O s momentos de crise também são momentos de oportunidades, momentos em que alternativas que não foram postas em prática podem ser reavaliadas para contribuir para a melhoria das relações comerciais. As dificuldades de algumas unidades industriais de realizarem pagamentos para os fornecedores de cana-deaçúcar direcionam um contingente maior às unidades industriais que conseguiram cumprir com seus pagamentos sem maiores problemas. Esta sistemática pode agravar ainda mais as dificuldades das primeiras, caso parte significativa de sua matéria-prima para processamento, oriunda de produtores independentes, seja destinada a outros parques industriais. Esta situação repetida por duas ou três safras pode levar a uma condição ainda mais grave às empresas que, por uma dificuldade momentânea, tenham tido abalo na confiança em sua capacidade de cumprir com seus pagamentos. De outro lado, o fechamento de uma unidade industrial em uma dada região propicia, naturalmente, um rearranjo dos destinos de matéria-prima afetando preços e condições de mercado para a cana-de-açúcar e todos os seus serviços. A tendência é que esta condição se agrave principalmente para o produtor, tendo em vista que, nessa situação a demanda por matéria-prima reduz-se. Diante desse quadro, manter todas as unidades industriais que atualmente atuam na região é fundamental para que não haja alteração no mercado de cana-de-açúcar e nos seus serviços. Mas a questão que se coloca é: “como não reduzir a confiança dos produtores na capacidade das unidades industriais de realizar seus pagamentos?”. Depois de uma frustração de recebimento e com os problemas decorrentes dessa situação, é natural que o credor busque novas alternativas de venda para seu produto. Mas vamos entender como funciona o pagamento de cana pela metodologia CONSECANA-SP: Da matéria-prima entregue pelo produtor, que não é a cana, mas os quilogramas de ATR (açúcares totais recuperáveis) contidos nela, a unidade industrial repassa ao produtor o valor correspondente a 59,5% de seu faturamento líquido obtido com a parcela do ATR destinada à produção de açúcar e 62,1% de seu faturamento líquido obtido com a parcela do ATR destinada à produção de álcool. Fica para a unidade industrial 40,5% de seu faturamento líquido obtido com a parcela do ATR destinada à produção de açúcar e 37,9% de seu faturamento líquido obtido com a parcela do ATR destinada à produção de álcool, além de eventuais ganhos que possa ter com eficiências industriais superiores às admitidas pelo CONSECANA-SP, preços melhores que os coletados pela ESALQ/ CEPEA e lucro com a produção de energia elétrica ou ainda perdas, caso suas eficiências sejam inferiores, seus preços médios mais baixos ou não consiga ser eficiente na produção de energia. De qualquer forma, parte do açúcar e do álcool produzido pela unidade industrial é claramente destinada ao pagamento de fornecedores. A unidade industrial, por trabalhar com um grande volume de açúcar e álcool, tem condições de realizar negócios melhores. Mas o grande temor do produtor de cana é que, uma vez entregue a matéria-prima, nada mais lhe pertence e ele passa a fazer parte de uma lista de credores da unidade industrial, cuja prio- ridade é seus funcionários e aqueles que possuem contratos com garantias. Uma alternativa a este formato é a contratação da unidade industrial para um serviço de processamento da matéria-prima que será pago com 40,5% da produção de açúcar e 37,9% da produção de álcool. A quantidade correspondente a 59,5% da produção de açúcar e 62,1% da produção de álcool, não pertencerá à unidade industrial e não fará parte de seu processo de recuperação, caso venha a ocorrer. Contudo, a legislação atual não permite que um produtor, pessoa física, comercialize açúcar, muito menos álcool combustível. Assim é preciso encontrar parceiros que comercializem açúcar e álcool em grandes volumes, que sejam sólidos financeiramente e que possam dar ao produtor a confiança necessária de recebimento de seus créditos. Este parceiro adquirirá a matéria-prima do produtor e contratará a unidade industrial para que esta faça o processamento da canade-açúcar. Para a empresa comercializadora haverá o que se chama garantia de originação e esta poderá honrar com seus contratos de venda pelo mundo. Nenhuma grande empresa que comercialize açúcar e álcool se interessaria pela produção de um produtor apenas, por maior que este seja, mas poderia se interessar por toda a cana-de-açúcar dos produtores independentes de uma unidade industrial. Esta é apenas uma alternativa que não é salvadora e demandará uma série de novas questões, possibilidades e formatos, mas, enfim, é preciso que nos movamos no sentido de resolvermos nossos problemas. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 9
  • 10. Notícias Copercana Biodigestores: Biodigestores: vantagens e benefícios vantagens e benefícios Jorge Lucas Júnior Professor da Unesp - Jaboticaval H á mais de dois anos a Copercana utiliza o processo de compostagem para melhoria da qualidade ambiental, oferecendo um destino seguro para os resíduos sólidos. O processo de compostagem é aeróbio, ou seja, é um método que promove a estabilização da matéria orgânica, resultando na produção de um composto orgânico com excelentes qualidades para utilização como adubo. Recentemente entrou em operação um biodigestor anaeróbio seguido de lagoa, os quais se destinam ao tratamento dos resíduos líquidos gerados no sistema de esgotos da Uname – Unidade de Grãos da Copercana. Biodigestor instalado na Uname O biodigestor escolhido é fabricado pela Sansuy Indústria de Plásticos S. A. e foi projetado com o objetivo principal de atendimento às necessidades de saneamento, muito embora possa oferecer outras vantagens como o atendimento de uma demanda energética (biogás) e produção de biofertilizante. Os biodigestores podem ser de diversos modelos e formas operacionais que diferem, principalmente, nas tecnologias associadas para obtenção de melhores rendimentos e nas características que os tornam mais adequados ao tipo de resíduo que se pretende utilizar e à freqüência com que estes resíduos são obtidos. No caso do tratamento de esgotos, foi escolhido um biodigestor contínuo (Fluxo Ascendente com Manta de Lodo) acoplado à lagoa. Os biodigestores são concebidos para se integrar às mais variadas atividades que se desenvolvem no meio rural, oferecendo qualidade na geração de energia renovável, na reciclagem de nutrientes para as plantas e no saneamento ambiental. 10 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 Os projetos são desenvolvidos observando-se todos os critérios para que se tenha a total integração dos biodigestores na propriedade, com o mínimo de modificação nos manejos já adotados. Adotou-se como procedimento inicial uma avaliação quantitativa e, em seguida, qualitativa do esgoto gerado, desenvolvendo-se o projeto em seguida. Destacam-se algumas vantagens que se conseguirá com a instalação do biodigestor e da lagoa: *A eficiência de remoção de orgânicos deverá ser superior a 65%; * Redução no número de moscas presentes no local, pois o sistema é fechado e o efluente dos biodigestores não é atrativo para moscas; * Estabilização da matéria orgânica, podendo o efluente ser utilizado como adubo, desde que se sigam preceitos ambientais para o cálculo das doses a serem utilizadas; * Redução de odores; * Redução nos números de coliformes totais e fecais acima de 99%; * Redução na emissão de metano e óxido nitroso para a atmosfera, uma vez que o biogás gerado deverá ser queimado. Ressalta-se que as lagoas normalmente emitem, além do CO2, o metano para atmosfera e que o metano tem maior efeito em aquecimento global que o CO2. Desta forma, torna-se possível a utilização de biodigestores na substituição de lagoas abertas com vantagens na mitigação de emissão de gases com efeito estufa; * Possibilidade de uso do biogás com agregação de valor econômico: * Uso dos Lodos como Fertilizante.
  • 11. Notícias Copercana Copercana e Canaoeste apóiam “Dia de Campo” da Syngenta e Yara Carla Rossini O evento foi realizado na Fazenda Bananal, em Sertãozinho João Bighetti (Syngenta), Pedro Esrael Bighetti (Copercana), Fábio Masqueroto (Yara), Lazinho (Copercana), Sandro Sorrente (Yara) A Copercana e a Canaoeste apoiaram a realização do “Dia de Campo” da Syngenta e Yara no dia 6 de fevereiro na Fazenda Bananal (de propriedade da família Bighetti), em Sertãozinho. O evento, que teve a finalidade de demonstrar produtos para a cana-deaçúcar das duas empresas, contou com a participação de mais de 70 cooperados e agrônomos do Sistema Copercana/Canaoeste/Cocred. O Dia de Campo teve início com duas palestras: João Bighetti, repre- sentante da Syngenta, falou sobre os herbicidas Dual Gold, Callisto e Hulk. Ele também apresentou o inseticida Actara. Já Fábio Masquerotto, representante da Yara, abordou os micronutrientes Bortrac e Zintrac. Durante o evento, as empresas demonstraram a aplicação dos produtos. Para o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, essas demonstrações são excelentes para os cooperados se informarem de como está o desenvolvimento de novos produtos para a lavoura canavieira. “É muito importante que o produtor conheça o produto que está utilizando. Aqui ele pode ver o seu manejo correto na prática. É sempre bom participar de eventos como esse, que permitem a interação entre as empresas, cooperados e produtores”, afirma Bighetti. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 11
  • 12. Notícias Canaoeste Produção de mudas de Produção de mudas de cana-de-açúcar de alta cana-de-açúcar de alta qualidade (muda sadia) pela qualidade (muda sadia) pela Canaoeste/Copercana Canaoeste/Copercana Gustavo de Almeida Nogueira Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste A s variedades de cana-de-açúcar associadas ao clima, solo e manejo constituem o pilar da cultura canavieira. E o avanço e excelente desempenho dos programas de melhoramento - desenvolvendo novas variedades cada vez mais produtivas, com maior potencial de acumulo de sacarose, resistentes às principais doenças e adaptadas às condições atuais de manejo como, por exemplo, a colheita de cana crua -, tem colaborado significativamente para o aumento da competitividade do setor. Pensando assim a Copercana e a Canaoeste mantém uma parceria com os Programas de Melhoramento Genético do IAC, CTC e RIDESA, possibilitando o acesso às novas tecnologias varietais geradas por esses programas. Estas novas variedades são plantadas na Fazenda Santa Rita, em Terra Roxa, que funciona como uma fazenda Experimental e um Viveiro de Mudas de Cana-de-Açúcar. Na fazenda, esses novos materiais são observados, avaliados e também há o acompanhamento do desempenho dessas variedades nas usinas, por meio de ensaios conduzidos pelos Progra- mas de Melhoramento, e dos resultados de safra obtidos, que são divulgados e discutidos em reuniões técnicas realizadas durante o ano. Após a seleção dessas novas variedades, elas são multiplicadas tomando-se todas as medidas fitossanitárias para a produção de Mudas Certificadas e alta qualidade e sanidade aos associados e cooperados. O Viveiro de Produção de Mudas de Cana-de-açúcar instalado e conduzido na Fazenda Santa Rita, há mais de vinte anos, é considerado modelo pelos programas de melhoramento, universidades e empresas multinacionais, já que todas as recomendações fitossanitárias na condução e manutenção do viveiro são realizadas, pois existe uma equipe de funcionários treinados e capacitados para a realização de todas as operações necessárias para a produção de mudas certificadas. O viveiro hoje é um dos poucos, se não o único, conduzido por uma cooperativa e associação de classe que têm, junto ao Ministério da Agricultura, Pe- Variedades de cana disponíveis em 2009: Variedades Ambientes de produção * A B C D E 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Período de colheita Quantidades Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov desejadas SP81 – 3250 SP89 – 1115 SP91 – 1049 CTC 2 CTC 6 CTC 9 CTC 15 CTC 16 RB72 454 RB85 5536 RB86 7515 RB93 5744 IAC91 – 1099 IACSP93 – 3046 15 IACSP95 – 5000 Ambientes de Produção: A = solos de alto potencial a E = solos de baixo potencial 12 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 cuária e Abastecimento, sua inscrição no RENASEM (Registro Nacional de Sementes e Mudas), bem com um técnico responsável devidamente registrado no mesmo órgão. Hoje a Fazenda Santa Rita pode ser considerada como um laboratório a céu aberto. A Canaoeste e a Copercana irão fornecer mudas de cana tratadas termicamente e rogadas. Os interessados deverão fazer suas reservas até o final de fevereiro de 2009. Os pedidos posteriores serão atendidos mediante possíveis desistências ou sobras de mudas. Os pedidos serão analisados, segundo a disponibilidade, com o propósito de atendimento a todos os associados. Deste modo, as quantidades de mudas, por variedades, estarão sujeitas a rateios, objetivando-se adequar ao total de reservas. Preço: R$ 55,00 / tonelada de muda, cortada e carregada. Condições de pagamento: parcela única em 10 de agosto de 2009. Observações importantes da Fazenda Santa Rita: As mudas estarão disponíveis somente a partir de 02 de março de 2009. A Copercana dispõe de balança; O horário de atendimento será das 7h00 às 17h00 horas, de segunda-feira a sábado. As reservas poderão ser feitas através do Departamento Técnico CANAOESTE/COPERCANA,fone/fax(0xx16)3946 3300 - ramais 2032 e 2035; na Fazenda Santa Rita, fone (0xx17) 3392 2157, comAmauri, Gustavo e Vadelei, ou ainda, com os técnicos CANAOESTE/COPERCANA, nas Filiais ou Escritórios Regionais.
  • 14. Notícias Canaoeste Consecana CIRCULAR Nº 13/08 DATA: 30 de janeiro de 2009 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JANEIRO e ajuste parcial da safra 2008/2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de JANEIRO , referente à Safra 2008/2009, é de R$ 0,2696. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL de 2008 a JANEIRO de 2009 e acumulados até JANEIRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP), do etanol anidro e hidratado carburantes (AAC e AHC), destinados à industria (AAI e AHI) e destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL de 2008 a JANEIRO de 2009 e acumulados até JANEIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/08, são os seguintes: 14 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
  • 15. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 15
  • 16. 16 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
  • 17. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 17
  • 18. Notícias Cocred Demonstração do Demonstração do resultado do exercício resultado do exercício CNPJ: 71.328.769/0001-81 Valores em ANUNCIO COCRED 18 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 Reais Balanço patrimonial Valores em Reais
  • 19. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 19
  • 20. Reportagem de Capa Fornecedores investem na recuperação de matas ciliares Carla Rossini Consciência ecológica dos agricultores produz benefícios para essa geração e para as futuras Q uem anda pelos canaviais da macrorregião de Ribeirão Preto pode observar a formação de corredores de florestas nas propriedades dos agricultores, que estão cada vez mais preocupados com a questão ambiental e querem fazer a sua parte na preservação dos recursos naturais. “Nossos associados estão plantando mudas de vegetação nativa nas áreas de preservação permanente e/ou deixando tais áreas ao sabor da regeneração natural porque querem produzir de forma sustentável. Está havendo uma mudança de entendimento”, afirma o engenheiro agrônomo da Canaoeste, Rodrigo Zardo. Ele explica que alguns produtores já plantaram mais de 10 mil mudas de árvores nativas em um único imóvel rural, o que ajuda na conservação das encostas dos rios, córregos e nascentes. “O fornecedor não quer mais plantar cana onde há florestas ou em áreas de preservação permanente. Essa consciência ecológica dos agricultores tem contribuído para o reaparecimento de espécies de pássaros e outros animais que antes eram difíceis de serem vistos na nossa região”, disse. Prova disso é o agricultor canavieiro Cláudio Narcizo Piccoli, de Sertãozinho. Há anos ele vem plantando árvores nas margens do Córrego Cascavel, que corta sua propriedade. Piccoli já plantou mais de 2.500 árvores e zela por elas com o mesmo cuidado que tem com o cultivo de seus canaviais. “Eu aprendi a respeitar o meio ambiente e percebi que essa área onde estão as árvores ficou muito harmoniosa. Estou cumprindo a legislação com relação aos limites da área de preservação perma- 20 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009
  • 21. Reportagem de Capa nente, e, ainda, plantando árvores para formar a mata ciliar, o que preserva melhor o córrego. É isso que pretendo deixar para as gerações futuras”, disse. Rubens Para o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, o processo de conscientização ambiental deveria ter se iniciado em ações do próprio governo junto com a sociedade organizada, vez que em épocas passadas era o próprio governo quem incentivava os desmatamentos. O agricultor Rubens Nelson Sicchieri, que produz cana em Dumont, já plantou 6.000 árvores, num total de 3,7 hectares que corresponde a 7,5% da sua propriedade. “Eu venho reflorestando essa área há bastante tempo. Penso que essa conNelson Sicchieri servação é muito importante nos dias de hoje em que muito se fala em aquecimento global e conservação do meio ambiente”, afirma. Segundo ele, como o governo não fez sua parte, preferindo autuar e criminalizar a conduta dos produtores que exploravam tais áreas, criando um trauma gigantesco no setor rural, coube o papel conscientizador às entidades representativas de classe, como o Canaoeste, por exemplo, que incentiva os fornecedores a adotarem práticas que garantam o equilíbrio econômico, social e ambiental da atividade canavieira. No meio rural, as APPs (Áreas de Preservação Permanente) estão assumindo importância fundamental para o alcance do desejado desenvolvimento sustentável. “Há alguns anos, os produtores resistiam em abrir mão de áreas de produção para conservar as Áreas de Preservação Permanente, pois foram educados e incentivados pelo próprio governo a explorar tais áreas, mas hoje, eles estão cumprindo a legislação vigente e é possível apontar uma série de benefícios ambientais decorrentes da manutenção dessas áreas”, explica Zardo. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 21
  • 22. Reportagem de Capa O que diz o Código Florestal O conceito de APPs (Áreas de Preservação Permanente) presente no Código Florestal Barasileiro (Lei 4.771 de 15/09/1965) foi escrito como reconhecimento da importância da manutenção da vegetação de determinadas áreas as quais ocupam porções particulares de uma propriedade, não apenas para os legítimos proprietários dessas áreas, mas, em cadeia, também para os demais proprietários de outras áreas de uma mesma comunidade, de comunidades vizinhas, e, finalmente, para todos os membros da sociedade. Ainda segundo o código, as APPs podem ser definidas como áreas “...cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”. As APPs se diferenciam das áreas de Reserva Legal, também definidas no mesmo código, por não serem objeto de exploração de nenhuma natureza, como pode ocorrer no caso da Reserva Legal, a partir de um plano de exploração sustentável aprovado pelo órgão ambiental competente, lembrando que atualmente as Áreas de Preservação Permanente não podem ser computadas no percentual da área de Reserva Legal, quadro que poderá ser mudado por meio de recentes discussões entre os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura. Exemplos de APPs são as áreas marginais dos corpos d’água (rios, córregos, lagos, reservatórios) e nascentes; áreas de topo de morros e montanhas, áreas em encostas acentuadas, restingas e mangues, entre outras. Pela atual legislação, as APPs são áreas cobertas ou não com vegetação nativa. A vegetação nativa, quando existente às margens de corpos hídricos, são denominadas matas ciliares e são elas que propiciam uma maior proteção ao manancial e, ainda, possibilitam refúgio maior aos seres vivos (animais e insetos em geral), garantindo maior biodiversidade. São consideradas APPs as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 - de 30 metros para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura; 2 - de 50 metros para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; 3 - de 100 metros para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura; 4 - de 200 metros para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura; 5 - de 500 metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação. 22 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 APP em 2007 APP em 2009 Cláudio Narcizo Piccoli há anos ele vem plantando árvores nas margens do Córrego Cascavel, que corta sua propriedade
  • 23. Destaque Feicana/Feibio irá reunir o setor em Araçatuba Da redação Feira será realizada entre 10 a 12 de março A sétima edição da Feicana/ FeiBio (Feira de Negócios do Se tor de Energia) será realizada de 10 a 12 de março no Recinto Exposições Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba. A programação da feira também inclui a realização de eventos, como o 2º Simpósio Internacional Datagro-UDOP. A feira contará com um pavilhão coberto climatizado de 44 mil metros quadrados, com capacidade para 300 expositores. A área externa compreende espaços para exposição de máquinas, auditório, restaurante e vitrines tecnológicas, com variedades de cana-deaçúcar e oleaginosas para a produção de biodiesel. Eventos durante a Semana Feicana/FeiBio: 9 de março – Jantar CanaSauro – evento que homenageia os profissionais renomados que há mais de 30 anos contribuem com o desenvolvimento do setor da bioenergia 9 e 10 de março – II Simpósio Internacional Datagro-UDOP - projeções de safra e mercados de açúcar, etanol, bioeletricidade e biodiesel, além das discussões mais atuais das perspectivas de desenvolvimento do setor 11 de março – Workshop BrasilÁsia de Investimentos em Bioenergia – discussões sobre investimentos bilaterais com a presença de empresários e representantes de governo asiáticos, com destaque para a China, Cingapura, Coréia do Sul, Índia, Japão, Tailândia e Vietnã e coordenação do ICOOI (Instituto de Cooperação Internacional) e da UDOP 12 de março – II Workshop sobre Sustentabilidade – discussões sobre os trabalhos de sustentabilidade das unidades produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade do Brasil 12 de março – Seminário do Gerhai – Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria – reunião anual de representantes dos departamentos de Recursos Humanos de unidades sucroalcooleiras de todo o país. Serviço: Data: de 10 a 12 de março Local: Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado – Araçatuba Mais informações: (18) 3624-9655 ou www.feicana.com.br Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 23
  • 24. Pragas e Doenças Importância das Importância das doenças doenças Gustavo de Almeida Nogueira Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste A s doenças em cana-de-açúcar ocorrem por meio da interação entre patógeno, hospedeiro e ambiente, e seus efeitos podem variar de um local para outro, mas somente por meio de estudos e pesquisas para cada condição é que se pode chegar ao estabelecimento da sua importância e dos meios mais eficientes de controle. Como é praticamente impossível se obter uma variedade de cana que seja resistente a todas as doenças e ainda possua características agroindustriais desejáveis, o controle das doenças pelo uso de variedades resistentes torna-se um problema complexo, uma vez que sempre haverá em cultivo variedades que são suscetíveis a uma ou algumas doenças. Devemos estabelecer prioridades de acordo com a importância econômica de cada doença em determinadas condições. O aumento excessivo de áreas com variedades que apresentam problemas fitossanitários graves podem representar sérios prejuízos no futuro. Casos mais recentes desta prática que podemos citar são a epidemia de “carvão” na década de 80, sobre a variedade NA56-79, que chegou a ocupar mais Estrias vermelhas A estria vermelha é uma doença bacteriana, que atualmente possui importância secundária, mas com a expansão dos canaviais para locais mais quentes, com épocas de alta umidade relativa, associada a uma melhoria da fertilidade do solo, podem causar sérios prejuízos, pois algumas variedades que estão em uso atualmente não possuem resistência satisfatória. O agente causal desta doença é uma bactéria denominada Acidovorax avanae subsp avenae , (sin: Pseudomonas rubrilineans). Os sintomas se manifestam primeiramente no limbo foliar, provocando o aparecimento de longas estrias, de coloração vermelha escura, paralelas à nervura central. Quando as estrias aparecem em grande número, podem se unir formando uma faixa de tecido afetado. Na face inferior da folha afetada, podem aparecer sobre as estrias escamas brancas, provenientes das exsudações bacterianas, por meio da aberturas naturais da folha. Em condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, a bactéria 24 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 de 60% da área com cana no Estado de São Paulo e a ocorrência do vírus do amarelecimento (amarelinho), sobre a variedade SP71-6163, na década de 90. Com a expansão da lavoura canavieira, um grande número de variedades foi introduzido em novas áreas, o que pode cooperar para que algumas doenças sejam disseminadas. Como as mais importantes doenças da cana são sistêmicas e facilmente se disseminam, deveremos dar especial atenção para a qualidade das mudas quando vamos expandir os canaviais para uma nova região.
  • 25. Pragas e Doenças pode atacar o “cartucho” foliar, apodrecendo o meristema apical do colmo, muitas vezes descendo pelo interior deste colmo, apodrecendo totalmente. Este apodrecimento desprende um cheiro forte e desagradável, que em severos ataques em uma variedade podem ser sentidos nos bordos dos canaviais. A bactéria é facilmente disseminada pelo vento, água de chuva ou orvalho, não existindo evidências da sua transmissão por instrumentos de corte, colmos usados como mudas, ou por meio de insetos. Dias nublados com temperas superiores a 25°C, com umidade relativa superior a 80%, são condições extremamente favoráveis para a evolução da doença. A utilização de variedades resistentes e evitar o plantio de variedades suscetíveis em locais de solo fértil, ou muito fertilizados e em baixadas úmidas, são os meios de controle para esta doença. A estria vermelha é hoje uma doença de importância secundária estando restrita a alguns locais de solo fértil, ou áreas de fertirrigação, onde foram plantadas variedades suscetíveis. Pokkah Boeng Uma doença bastante comum em nossos canaviais no período em que as plantas estão em intensa vegetação. Pode provocar a morte de colmos em variedades suscetíveis ou deformações no colmo. Agente causal é um fungo denominado Fusarium moniliform. O sintoma característico do “pokkah boeng” é o desenvolvimento de regiões cloróticas na base das folhas novas, acompanhadas com uma distorção e encurtamento da folha. As plantas apresentam o “cartucho” foliar distorcido, com folhas cloróticas curtas, apresentando nestas regiões cloróticas, pequenas estrias avermelhadas. Os sintomas da doença são bastante confundidos com a deficiência de boro e podem, na maioria das vezes, estar ligados a este fator. Normalmente não se adotam medidas de controle para esta doença, pois as variedades atualmente em uso, apesar de apresentarem os sintomas, possuem uma recuperação satisfatória dos sintomas. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE JANEIRO CHUVAS DE JANEIRO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo são apresentadas as chuvas do mês de JANEIRO de 2009. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste A média das chuvas observadas durante o mês de JANEIRO “ ficou” bem próxima da média das normais climáticas. Porém, mostrou que em vários locais as somas das chuvas foram inferiores às médias históricas, a saber: Barretos, Bebedouro, Pitangueiras e Terra Roxa (CATI-Casa da Agricultura, Andrade Aç e Alc, CFM, E.E,.Citricultura, Fazenda Santa Rita), além de Franca, Faz Monte Verde-Severínia e Usina São Francisco. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 19 a 21 de JANEIRO de 2009. O Mapa 1, mostra que o índice de Água Disponível no Solo na região canavieira do Estado de São Paulo, a 50cm de profundidade, no período de 19 a 21 de JANEIRO, ainda se apresentava como médio a crítico no extremo Noroeste, na circunvizinhança de São José de Rio Preto e na faixa que se estendia desde Araraquara a Sorocaba. 26 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de JANEIRO de 2008. Observa-se pelo Mapa 2 que a Disponibilidade de Água no Solo ao final de JANEIRO de 2008, em toda região sucroenergética do Estado, mostrava-se entre média a alta, com exceção de pontos isolados no extremo Sudoeste do Estado. Em JANEIRO de 2009 (Mapa 3), somente após meados do mês é que as chuvas se tornaram mais freqüentes e intensas, permitindo alcançar índices médio a alto em Disponibilidade de Água no Solo, com exceção, ainda, de regiões próximas a Campinas, Piracicaba e Sorocaba. ÁGUA, usar s ÁGUA, usar s Protejam e preservem as n Protejam e preservem as n
  • 27. Informações Setoriais Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de JANEIRO de 2009. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de fevereiro a abril. Os Institutos Meteorológicos indicam que o declínio da temperatura da superfície do Oceano Pacífico, em sua faixa equatorial, está favorecendo e intensificando a ocorrência do fenômeno La Niña, podendo dar continuidade à estiagem nos Estados da Região Sul do Brasil. · A temperatura média poderá ficar próxima a ligeiramente acima das médias nos Estados das Regiões Centro Oeste / Sudeste e ao redor da normalidade nos Estados sulinos; · Quanto às chuvas para os meses de fevereiro a abril, como ilustrado pelo Mapa 4 (abaixo), prevê-se que estas poderão “ficar” próximas às médias históricas nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste; enquanto que, na Região Sul e faixa sul do Mato Grosso do Sul, poderão ficar entre normal a abaixo das respectivas médias. · Como referência:- as médias históricas das chuvas, pelo Centro AptaIAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 225mm em fevereiro, 165mm em março e 70mm em abril. sem abusar ! sem abusar ! nascentes e cursos d’água. nascentes e cursos d’água. Mapa 4:- Prognósticos de chuvas, pelo Consórcio INMET e INPE, para o trimestre fevereiro a abril, onde a cor azul corresponde à normalidade climática e ligeiramente abaixo da média pela cor amarela. Elaboração CANAOESTE. Para a região de abrangência da CANAOESTE, a SOMAR Meteorologia prevê que as temperaturas médias serão próximas das normalidades nos meses de fevereiro a abril. Quanto às chuvas, poderão ser superiores às respectivas normais climatológicas no mês de fevereiro, mas inferiores às médias históricas em março e abril (provavelmente como efeito de La Niña). Em função destes prognósticos climáticos, dos custos das operações de plantio e dos recomendados insumos e utilização de tecnologia de produção, a CANAOESTE sugere precaução, evitando-se plantios tardios. Acreditar que possam ocorrer providenciais e salvadoras chuvas (muito acima da média) em maio (ou meses subseqüentes) é apostar “muito alto” contra os elevados custos de plantio e de produção. Estes prognósticos serão revistos a cada edição da Revista Canavieiros e fatos ou prognósticos climáticos relevantes serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br . Continuem acompanhando ! A CANAOESTE também recomenda que mantenham os necessários e cuidadosos monitoramentos da broca e de cigarrinha das raízes, bem como efetuar seus controles em função dos índices de infestações. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou por meio do Fale Conosco CANAOESTE. Revista Canavieiros Fevereiro Revista Canavieiros -- Fevereiro de 2009 27
  • 28. Artigo Técnico Respostas das variedades Respostas das variedades CTC a maturadores CTC Mauro Sampaio Benedini - Gerente Regional Adhair Ricci Júnior - Especialist a em Tecnologia A safra nos meses extremos (março, abril, maio, novembro e dezembro) necessita de técnicas para antecipar (início de safra) ou manter (final de safra) a maturação da cana-de-açúcar para maximizar a produção de açúcar/hectare com matériaprima de boa qualidade. O processo de maturação se dá com as quedas na temperatura ambiente e principalmente redução da precipitação pluviométrica. Trabalhos conduzidos pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) em associadas, com clones e variedades comerciais, visam obter informações que auxiliem no planejamento da aplicação de maturadores químicos, pois é conhecida a variabilidade das respostas dos diferentes clones e variedades aos diferentes produtos. O atual sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose (PCTS), que remunera melhor a matéria-prima quanto maior for a sua qualidade (mais sacarose), vem estimulando o fornecedor de cana a se utilizar desta técnica. 1- Os de resposta mais longa, influenciando pouco na continuidade do crescimento das plantas e, portanto, sem problemas de perdas na qualidade pela não colheita em época ideal (ex: ethephon). 2 – Os de resposta rápida, que paralisam o crescimento da cana e que devem respeitar o período ideal de colheita para não haver perdas em TCH e qualidade. Fazem parte desse grupo o glifosato, fusilade, curavial e moddus. A seguir tem-se a descrição dos maturadores mais utilizados: a) Ethephon (vários): É comercializado no mercado sob várias marcas. 28 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 c) Sulfometuron-metílico (Curavial): Inibidor de crescimento vegetal. Apresenta ação sistêmica, provocando uma redução no entrenó formado por ocasião da aplicação. Induz brotação lateral. É um regulador de crescimento, retardando o crescimento do entrenó em desenvolvimento. Inibe o florescimento e diminui a isoporização. d) Glifosate (vários): Provoca morte das gemas, amarelecimento das folhas e dependendo da dose, morte da planta em 7 a 14 dias. Inibe o crescimento vegetativo e estimula o acúmulo de sacarose. A colheita deve ser realizada até 4 - 5 semanas após aplicação, a partir do qual irá existir intensa brotação lateral, prejudicial à qualidade da matéria-prima. Comumente utilizado em misturas com outros maturadores. Cuidados especiais nas aplicações para não sobrepor dosagens. Ideal para áreas de reforma. É um produto que apresenta baixo custo em contraposição ao maior risco de utilização. b) Etil-trinexapac (Moddus): Reduz o crescimento, sem afetar, porém, a integridade da gema apical. O retorno ao ritmo normal de crescimento das plantas depende da dose aplicada e condições ambientais reinantes. Proporciona acúmulo de sacarose no colmo da cana a partir de 30 dias após a aplicação com melhores resultados entre 45 a 75 dias após a aplicação, dependen- e) Fluazifope-p-butílico (Fusilade): Apresenta rápida absorção foliar e causa necrose. Doses de 0,1-0,3 l/ha. Também é herbicida e, portanto, mata a gema apical. Por não ser sistêmico não interfere na brotação das soqueiras, diferentemente do glifosate. Colher também em 4-5 semanas por problemas na qualidade da cana ao ultrapassar esse período (necrose). Custo baixo. Variáveis como condições ambientais ideais para a aplicação, dosagem adequada de cada produto, estágio de maturação das canas a serem tratadas (pureza do caldo < 80%), épocas de aplicação dos produtos e de colheita das canas, são fatores que devem ser conhecidos para um bom planejamento. Produtos Os maturadores são definidos como agentes reguladores do crescimento vegetal que podem causar diminuição no crescimento sem causar alteração no processo de armazenamento de açúcares, resultando em acúmulo de sacarose nos colmos. Os produtos mais comercializados podem ser separados em dois tipos: do da dose aplicada. Pode ser misturado com glifosate para diminuir custos. Resultados Para avaliação da evolução da maturação das canas, nos ensaios de campo conduzidos pelo CTC, foram realizadas amostragens para análises tecnológicas a intervalos de aproximadamente 20 dias. Cada amostra foi composta por 10 canas seguidas no sulco, cortadas ao nível do solo e despontadas no ponto de quebra natural do palmito, com a remoção manual da palha, folhas e bainhas. Os ensaios mostraram que os maturadores provocam antecipação da maturação das canas com ganhos entre 0,3 e 1,0 em pol % cana, no período de 20 a 90 dias, aproximadamente, após a aplicação dos produtos, iniciadas na primeira semana de março. Em aplicações tardias (início de abril), os ganhos aparentemente se antecipam.
  • 29. Artigo Técnico a) Ethephon (ethrel 2,0 l/ha): ocorreram maiores ganhos em pol % cana 40 a 45 dias após a sua aplicação, decrescendo rapidamente até 60 dias (foto 1). b) Trinexapaque etílico (moddus 0,8 l/ha): ocorreram maiores ganhos em pol % cana entre 40 a 45 dias após sua aplicação, podendo estender-se por mais de 60 dias em ordem decrescente. Colheita após os 60 dias resultou em perdas em TCH, comparando-se com áreas testemunhas de canas não tratadas. c) Sulfometuron-methyl (curavial 20 g/ha): ocorreram maiores ganhos em pol % entre 40 a 45 dias após sua aplicação (foto 2 e 3). d) Glifosate (0,4 l/ha): Bons resultados em misturas com outros maturadores. Foto 1 – Cana com brotação lateral pela aplicação de ethephon. Um resumo das respostas à aplicação de três maturadores em variedades CTC está na tabela 1, com classificação de ótimo, bom, regular e fraco. Os ensaios foram conduzidos na safra 07/ 08, podendo haver variações nas respostas nos diferentes anos. Como exemplo, nesta safra pode-se observar que Foto 2 e 3 – Efeito da aplicação de Curavial. a variedade CTC2 respondeu para os três maturadores avaliados; a CTC11 teve excelentes respostas e a CTC14 com resultados fracos. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 29
  • 30. Artigo Técnico Variedade CTC1 CTC2 CTC3 CTC4 CTC5 CTC6 CTC7 CTC8 CTC9 CTC10 CTC11 CTC12 CTC13 CTC14 CTC15 MATURADORES Moddus Curavial Ethephon bom regular x bom bom regular ótimo regular fraco bom bom regular bom fraco fraco bom bom x regular regular x bom regular x bom bom x bom regular x ótimo ótimo x regular bom x x x x faco fraco x bom bom x PERÍODO DE COLHEITA Moddus Curavial Ethephon 40-80 40-60 x 40-60 40-60 60 40-80 40 N 40-80 40-60 60 40-60 N N 40-80 40-60 x 40-60 40 x 40-60 40-60 x 30-60 30-60 x 40-80 40-60 x 30-60 30-60 x 30-60 30-60 x x x x 30-50 30-50 x 30-60 30-60 x Tabela 1 – Respostas das variedades CTC a maturadores químicos. X = Não testado. Florescimento Outra finalidade na utilização dos maturadores é evitar o florescimento das plantas. O processo de florescimento implica em alterações na planta, sendo considerada uma característica altamente indesejável quando acompanhado de intensa “isoporização” (chochamento). A “isoporização” do colmo (foto 4) tem início com a ocorrência do florescimento, ocasionando a desidratação do tecido e uma consequente perda de peso final. A quantificação do grau de “isoporização” é importante para quantificar as perdas (peso e açúcar) e direcionar a colheita. Isoporização A partir da segunda quinzena do mês de fevereiro até a primeira quinzena de março, ou seja, durante o período indutivo ao florescimento (foto 5), é a época mais indicada para a aplicação de maturadores químicos, para as latitudes do Estado de São Paulo, visando evitar o florescimento. Foto 4 - Níveis decrescentes de isoporização e metodologia de avaliação. 1- Coletar 10 colmos para avaliação; 2 – Contar o número total de entrenós em cada colmo; 3 – Cortar cada entrenó na transversal e contar a quantidade de entrenós com área isoporizada acima de 50% 4 – Os resultados são expressos em % de entrenós isoporizados. 30 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 Foto 5 - Colmo sem indução do florescimento e colmo com os primórdios florais (induzido). Cana Bisada Os maturadores podem ser utilizados nas canas bisadas, que ficam no campo de uma safra para a outra, desde que os ponteiros e folhas estejam em pé, sem provocarem “efeito guarda-chuva” sobre outras plantas. Devese escolher um produto que tenha ação rápida, eficaz e mais prolongada para o caso de ocorrerem chuvas após a aplicação. As canas bisadas têm como característica a alta produtividade agrícola. Possuem brotações laterais, brotões e enraizamento aéreo que prejudicam o rendimento industrial, produzindo-se menos açúcar por tonelada de cana e a recomendação é que sejam cortadas logo no início da safra para não se agravarem os problemas. Viabilidade econômica Tomando por base os ganhos na pol % cana entre 0,3 e 1,0 ponto, com valores médios de 0,65%; produtividade de 90 t de cana/ha; distância da cana tratada da usina de 20 km; corte carregamento e transporte (CCT) de R$20,00; os custos da aplicação mais produto não podem ultrapassar valores próximos a R$ 100,00 para um valor pago pelo kg de ATR de R$0,25. Considerando o valor do ATR de R$ 0,35, o retorno bruto chega a R$ 150,00. Nos casos extremos de ganhos de 1,0 ponto na pol % cana os valores passam para R$ 180,00 e R$ 250,00, respectivamente para os dois preços estimados do ATR, de R$ 0,25 e R$ 0,35. A utilização de maturadores é uma prática que deve ser cada vez mais utilizada pelos fornecedores de cana, tanto em início como em final de safra, pois respeitadas as limitações e as recomendações técnicas de cada produto, é possível obter-se ganhos significativos na maioria dos casos. Nos ensaios destacaram-se o moddus e o curavial, com ou sem a mistura com o glifosate para abaixar o custo de aplicação. Consulte o agrônomo da sua associação para maiores informações.
  • 31. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 31
  • 32. Assuntos Legais Alteração do Código Florestal Brasileiro a polêmica de um código criado sem a preocupação com as peculiaridades regionais. E stamos presenciando atualmente uma grande discussão sobre a necessidade de alteração do Código Florestal Brasileiro (Lei nº 4.771/65), principalmente no que tange aos institutos da reserva florestal legal (art. 16 e 44, da Lei nº 4.771/65) e das áreas de preservação permanente (artigo 2º da Lei nº 4.771/65). Recentemente houve, inclusive, divergências públicas entre o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Isso porque está se querendo aplicar a legislação federal como um todo, sem que se observem as peculiaridades de cada região do país. Nesse sentido, o ministro Stephanes, no dia 22.01.2009, nos estúdios da estatal Radiobrás, onde gravou entrevista, afirmou que, se o Código Florestal não for alterado, serão eliminados pelo menos 1 milhão de pequenos produtores, que já atuam em áreas de agricultura consolidada. “Uma coisa deve ficar clara: quando discutimos isso, não falamos de Amazônia, como às vezes se tenta dar a entender, mas falamos de regiões de agricultura consolidada, no Centro-Sul do país”. Para especialistas, há a necessidade de se redefinir os limites das áreas de preservação permanente e os índices da reserva florestal legal, após a realização do necessário zoneamento ecológico-econômico a ser feito por cada Estado da federação. Não se pode aplicar a mesma regra para todos os Estados, pois cada Juliano Bortoloti - Advogado um possui caracteDepartamento Jurídico Canaoeste rísticas de solo, vegetação e economia próprias. Aliás, as alterações pretendidas no Código Florestal devem se nortear em estudos técnicos, realizados por profissionais idôneos e imparciais. Não se pode deixar que ideologias políticas sem fundamento técnico prevaleçam nessas alterações do Código Florestal, ideologias essas que são pregadas por algumas entidades e ONGs municiadas por interesses externos, que, utilizando-se da bandeira ambiental, querem atingir outro objetivo. Então, é hora do setor produtivo, mormente o rural, se organizar para defender os seus interesses, que devem andar junto com a proteção e preservação adequada do meio ambiente, pois aqueles que não se organizam, tendem a obedecer às regras daqueles que, organizados, as criam. Queima de Cana Poder Judiciário vem pacificando o entendimento da incompetência dos municípios legislarem, proibindo a queima de cana quando houver legislação federal e estadual autorizadora. C omo já noticiado na edição de dezembro da Canavieiros, o ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal, ocupando o lugar do ministro Menezes Direito, concedeu liminar em novembro do ano passado para suspender os efei32 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 tos de lei municipal de Paulínia que proibia a queima de cana. Agora, em janeiro deste ano, o presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, fez o mesmo em relação à Lei 3.963/2005, de Limeira. Esta última decisão determinou, ainda, que se observe a Lei nº 11.241/2007, do Estado de São Paulo, que dispõe sobre a eliminação gradativa do uso do fogo como método despalhador da cana-de-açúcar. Seguindo o mesmo entendimento, o Tribunal de Justiça
  • 33. Assuntos Legais Paulista, que tutela a maior lavoura de cana-de-açúcar do País, também vem pacificando o entendimento de que o município não pode criar lei proibindo a queima da palha da cana, se há legislação estadual e/ou federal que autoriza referido procedimento. Este entendimento foi refletido nos recentes julgamentos das Ações Diretas de Inconstitucionalidades (ADIns) ajuizadas pelo Sindicato da Indústria do Açúcar de São Paulo (Siaesp) e pelo Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool de São Paulo (Sifaesp), contra as leis municipais de Mogi Mirim e Americana que proibiam a queima da cana. Anteriormente, o mesmo tribunal já se manifestara em ações semelhantes, declarando a inconstitucionalidade das leis municipais de Ribeirão Preto e Cedral. Primeiro, o Órgão Especial do Tri- bunal de Justiça de São Paulo, por 14 votos a 7, em 28.01.2009, declarou inconstitucional a Lei nº 4.518/07, do município de Mogi Mirim, que impedia a queima da palha da cana-de-açúcar como método de pré-colheita. Depois, em 04.02.2009, tomou decisão no mesmo sentido, por 16 votos a 6, em desfavor da Lei nº 4.504/2007, do município de Americana. Na ADIn de Mogi Mirim, relatada pelo desembargador Paulo Travain, firmou o entendimento de que cabe à União criar normas gerais sobre meio ambiente e aos estados legislar sobre normas suplementares. Já a ADIn de Americana, relatada pelo desembargador Oscarlino Moeller, fixou que cabe à União criar normas gerais sobre meio ambiente e aos estados legislar sobre normas suplementares. Em seu voto de 14 páginas, o desembargador Oscarlino Moeller defendeu que o município não pode tratar de questões ambientais quando já existem normas federais e lei estadual tratando do mesmo tema. Para ele, a Lei Estadual 11.241/2002, que disciplina a queima da palha da cana-de-açúcar no estado de São Paulo, não pode ser contrariada por norma municipal. O desembargador Palma Bisson, complementou que “o município não pode tratar de questões ambientais quando já existem normas federais e lei estadual tratando do mesmo tema. Trata-se de uma brutal inconstitucionalidade das leis municipais”. Estas decisões tomadas pelo Poder Judiciário, devem inibir, como consequência, que os municípios promulguem leis proibindo a queima de palha da cana-de-açúcar quando houver legislação estadual e federal tratando do assunto, de modo a evitar, inclusive, tratamento desigual entre os produtores de diferentes estados e municípios. Foto: Agência Brasil “Esse (etanol) é um assunto que estará na pauta do Brasil e dos EUA a partir de agora, eu acho que com muito mais ênfase do que teve no governo passado.” Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu programa semanal de rádio, “Café com o Presidente” Foto: Agência Brasil Repercutiu “É muito improvável que o preço do petróleo a US$ 37, os investimentos continuem no mesmo patamar. Aí temos duas opções: cancelar projetos ou buscar mais financiamento”. José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobrás discursando sobre recursos caso a situação venha a piorar. “Importante mencionar que o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil, uma fonte altamente eficiente para a produção de etanol que é eficiente economicamente e em termos de balanço energético, não precisa, inevitavelmente, ser algo que tenha, como conseqüência, a destruição da Amazônia.” Al Gore, em depoimento ao Comitê de Relações Externas do Senado americano, contrariando os argumentos frequentemente usados por críticos da produção de biocombustíveis. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 33
  • 34. Antes da Porteira Mangalarga marchador '53' Família Junqueira mantém tradição na criação da raça e criou uma marca própria ainda em 1902 Carla Rodrigues Começou em 1805, na Fazenda Favacho, em Cruzilha (MG) com José Frausino Junqueira. Na época, José Frausino trabalhava com a criação de gado leiteiro holandês e com aperfeiçoamento de cavalos mangalargas. Seu conhecimento e adoração pelo eqüino desta raça eram tão grandes que decidiu trocar um lote de quarenta novilhas por um potro, que o encantou com suas qualidades. A partir daí, criou um rebanho enorme e de importante destaque até os dias de hoje. Com a morte de José Frausino, a paixão pelo mangalarga foi herdada pelo seu filho João Bráulio Fortes Junqueira que, por sua vez, teve seu trabalho seguido pelo seu filho José Frausino Junqueira Netto, que se mudou para São Paulo. ciação Paulista dos Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga, tendo um reconhecimento enorme em seu trabalho. Quando foi feita a divisão dos bens da família, Renato ficou com a Fazenda Verdun e com os melhores reprodutores da marca 53, resultado de seu esforço para com a raça. Seus filhos, Haroldo, Gilda, Vilma, Carlos, Fernando e Renato Junior, herdaram a marca 53 e as fazendas deixadas pelo pai. A filha Vilma casou-se com o advogado Armando Expedito Teixeira e receberam a fazenda Pavão. Juntos, assim como todos os outros filhos, deram seqüência à criação dos cavalos mangalarga, tendo cada um a sua própria marca 53. Foto:Murilo Góes A família Junqueira é exemplar no que diz respeito a seguir uma tradição. Criadores de cavalos da raça mangalarga, a paixão por esse animal vem passando de geração para geração. Foi ele, José Frausino Junqueira Netto, quem fez os primeiros registros da raça, em 1902, ano este que foi considerado o ponto de origem da raça mangalarga 53. A marca 53 foi escolhida para homenagear sua esposa, Genoveva Clara Diniz Junqueira. O número foi usado por ela no internato em que estudou. José Frausino Junqueira Netto deixou onze filhos, entre eles, José Mario Junqueira Netto e Renato Junqueira Netto. Com a morte inesperada de José Mario, o filho mais velho, Renato, foi o escolhido por sua mãe para se tornar responsável pela continuidade do trabalho de seu pai e de seu irmão, e não o fez por menos. Em 1934, Renato foi um dos fundadores e presidente da Asso34 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 O filho de Dona Vilma, José Armando, já demonstrava jeito com a raça e conquistou a confiança de seu pai, e a partir daí começou a cuidar da criação dos cavalos, enquanto seu pai cuidava da parte administrativa. Infelizmente, durante uma cavalgada em 1999, José Armando sofreu um edema pulmonar e veio a falecer, levando Armando a reassumir a criação dos cavalos. Hoje uma das filhas do casal, Lia, é quem está ao lado do pai para cuidar dos cavalos. Entendida no assunto, há dois anos é a responsável por toda a parte técnica e de criação do mangalarga. A Fazenda Pavão fica situada em Barretos e possui a marca AV53, que representa o nome de Armando e Vilma. Hoje eles têm um rebanho de 54 cavalos da raça, mantendo a tradição da família. A marca 53 é de grande prestígio porque seus criadores nunca mestiçaram o cavalo 53 com outras raças. Estes equinos têm por objetivo principal o andamento, tanto que serve como um cavalo de serviço, principalmente para atividades em fazendas, que lida com o gado, inspeção e verificação de lavouras, quanto para o hipismo. “Uma coisa que nós sempre preservamos é o andamento. Vemos por aí cavalos realmente diferentes, maiores, com cabeça mais leve, frente mais alta, uma série de atributos que apenas diz respeito à parte física do cavalo e nós não procuramos por isso, cri-
  • 35. Antes da Porteira tanto que um de seus crioulos, o garanhão Albatroz de Barretos (antigo sufixo do AV53) é o pai da égua Orquídea da Caduceu, campeã das campeãs nacional de marcha, na última exposição nacional, realizada em Belo Horizonte no último mês de julho. Foto:Murilo Góes Outros produtos desse mesmo garanhão vêm ganhando sucessivos prêmios nas últimas exposições da ABCCMM. Esse reprodutor é, atualmente, de propriedade de um condomínio e as suas coberturas são negociadas por valores muito expressivos. amos somente cavalos mangalargas puros, cavalos para andamento”, disse dr. Armando. Diante do problema da mestiçagem, a família, que fazia parte da Associação Brasileira do Cavalo Mangalarga, teve que passar a registrar sua tropa de cavalos na Associação do Mangalarga Marchador, cuja sede é em Belo Hori- zonte, pois ali ainda se preserva o andamento do animal. “Quando começa a mestiçagem, o cavalo perde o seu objetivo principal e passa a ser um animal sem serventia para o campo”, explica o criador. A criação ‘“A V53” encontra-se atualmente muito bem cotada nas lides do mangalarga marchador, Além da paixão pelos cavalos, a família Junqueira também mantinha na fazenda cerca de 50 mil pés de laranja, mas por problemas ocorridos na época decidiram trabalhar com a cana, tornando-se cooperada da Copercana. “Tornar-se um cooperado ajudou muito, principalmente com a informação. Recebemos toda a assistência técnica necessária para lidar com a cana e implementos”, contou dr. Armando. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” IMAGENS DO ETANOL BRASILEIRO Tadeu Fessel Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português Queridos amigos Leitores: Cá estamos em 2009 com novidades e expectativas em todas as vertentes da vida!!! Os desejos?Ah! Serão realizados! E o Novo Acordo Ortográfico? Já está em vigor para a felicidade de muitos , para a tristeza de outros... Trabalharemos, com vagar, as novidades do Acordo junto com os esclarecimentos das dúvidas cotidianas do Português. Sobre o Acordo, sempre com uma “indicação” para vocês. Agora é realidade... Feliz em tê-los comigo!!! Com carinho - Renata Renata Carone Sborgia* 1) WILIAM estava triste... uma letra do seu nome era inexistente para o nosso alfabeto. Wiliam dizem: “...não há felicidade que dure sempre, logo não há tristeza para sempre...” Assim sendo, vamos ao Novo Acordo Ortográfico em que trouxe muita alegria para William, Karen, Yuri... ANTES:O alfabeto era formado por 23 letras. O K, W, Y não eram considerados letras do nosso alfabeto. DEPOIS:Com a nova regra, o alfabeto é agora formado por 26 letras. Essas letras serão usadas em nomes próprios, siglas, símbolos, palavras estrangeiras e seus derivados. Ex.: William, Watt, Km, byroniano… 2) Nota de Falecimento: O Trema morreu. ANTES: O trema vivia alegremente, tinha seu local na Gramática, não se incomodava quando usado por muitos sem saber o porquê da sua importância e assim vai a história da “Felicidade do Trema”. DEPOIS: Depois do Novo Acordo Ortográfico, não existe mais trema. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados. Ex.: Müller, Agüentar, freqüentar, lingüiça... Agora a escrita será: frequentar, linguiça... Isso mesmo!AGUENTAR uma relação de palavras sem trema, para alívio de muitos. 3) Maria disse À Pedro que 2009 trará muita sorte!!! Querida Maria trará sorte sem o acento grave(Crase), caso contrário... Regra importante sobre crase(existem mais regras sobre o assunto, estou abordando uma regra): A crase é proibida antes de nomes masculinos. Ex.: Maria disse a Pedro...(o Pedro) Ele chegou a tempo...(o tempo) Todos voltamos a pé...( o pé) “ Não passo pela vida. E você também não deveria passar!!!”-AD * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia 36 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 C om uma vasta experiência quando o assunto é biocombustiveis como alternativa energética, o Brasil se tornou exemplo de capacidade para outros países que buscam pelo etanol como energia limpa. Com poucas palavras e muitas fotos, a Unica (União das Indústrias de Canade-Açúcar) criou o livro “Imagens do Etanol Brasileiro” para mostrar a beleza do etanol produzido pelo Brasil. A obra é interessante para profissionais e lideranças ligadas ao setor sucroenergético, já que o livro é praticamente todo composto por fotos de cada fase da cadeia produtiva deste biocombustível, desde o plantio da cana-de-açúcar até à exportação do produto, chegando as novas áreas do setor, como a bioeletricidade e a alcoolquímica. As imagens foram fotografadas por Tadeu Fessel, formado em fotojornalismo e fotografia comercial desde 1966, que realizou um trabalho neste livro com grande dedicação e competência. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
  • 37. Agende-se Março de 2009 FEICANA FEIBOI 2009 Empresa Promotora: Safra Eventos. Tipo de Evento: Feira Data: De 10 a 12 de março de 2009 Cidade: Araçatuba Local: Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado Araçatuba/SP Site: www.feicana.com.br E-mail: feicana@feicana.com.br Ma Shou TaoAgrícola - Encontro Técnico de Milho e Soja e Exposição de Tecnologia Agrícola Empresa Promotora: Grupo Boa Fé - Ma Shou Tao Tipo de Evento: Encontro / Simpósio Início do Evento: 04/03/2009 Fim do Evento: 05/03/2009 Estado: MG Cidade: Conquista Localização do Evento: Fazenda Boa Fé - Grupo Ma Shou Tao Informações com: Thiago Quirino Site: www.mashoutao.com.br Telefone: (34) 3318-1500 E-mail: thiago@mashoutao.com.br Simpósio Internacional Datagro e Udop Tipo de evento: encontro/ simpósio Início do Evento: 09 de março de 2009. Fim do Evento: 10 de março de 2009. Cidade: Araçatuba Estado: São Paulo Assuntos em discussão: Tecnologia , Política Setorial, Mercados no Exterior, Desenvolvimentos na Área Agrícola, Negociações Internacionais Informações: www.udop.datagro.com.br FEINCO 2009 6ª Feira Internacional de Caprinos e Ovinos Empresa Promotora: Agrocentro Feiras e Exposições Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 10/03/2009 Fim do Evento: 14/03/2009 Estado: SP Cidade: São Paulo Localização do Evento: Centro de Exposições Imigrantes Informações com: Secretaria Site: www.feinco.com.br Telefone: (11) 5067-6767 E-mail: feinco@agrocentro.com.br TecnoShow Comigo 2009 Empresa Promotora: COMIGO - Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 31/03/2009 Fim do Evento: 04/04/2009 Estado: GO Cidade: Rio Verde Localização do Evento: Centro Tecnológico Comigo - Est. Velha Rio Verde/ Jataí 10Km após Fesurv Informações com: Lidiane Site: www.tecnoshowcomigo.com.br Telefone: (64) 3611-1525 E-mail: ctc.ascom@comigo.com.br Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 37
  • 38. Vende-se Vendem-se * Colheitadeira, Mod. SLC-John De- 01 transformador de 15 KV A ere 1550 - ano 2002 - 1.800 hrs trabalha- 01 transformador de 45 KV A das. Com plataforma 19 pés e plataf. de - 01 transformador de 75 KV A milho de 06 linhas. - tijolos antigos e telhas * Trator Valtra, Mod. BH-160 - 4x4 - s/ - lascas, palanques e mourões de cabine - ano 2001 - 6.300 hrs trabalhadas aroeira Tratar com Alexandre (16) 3663-3850 - 01 sulcador de 2 linhas DMB - postes de aroeira, terças, caibros e Vende-se porteiras Um caminhão Ford Cargo 2628 E, Ano/ Tratar com Wilson - 17.9739.2000 Mod. 2006/2006, cor branco - R$ 150.000,00. Viradouro -SPTratar com Aparecido Reis Raimundo pelos telefones (016) 3726-3601 ou Vendem-se (016) 92628704 ou pelo e-mail - 73 alq. totalmente plana na região br2500@hotmail.com. de Mirandópolis-SP, formada em pasto a 13 km da Usina, cana é vizinho de cerCompra-se ca, R$ 35.000,00/alq (CRECI 84540-F) - Lascas e pé direito de arueira usados. - 220 alq. a 50 metros da Usina, no - Retro-escavadeira adaptável em estado de SP, plana, cana própria, os trator de até 90cv. canais de vinhaça passam dentro da Tratar com Orlando Bueno pelos te- fazenda, R$ 35.000,00/alq. (CRECI lefones (017) 3343-9107 ou (17) 9617-5537 84540-F). - Fabrica de açúcar + ensaque/estoVendem-se que, produção de 4000 sacos/dia, mon- 01 Colhedora de forragem JF 90 Z12 tada em 2004, não vende partes, R$ - Ano 2005 - R$ 6.500,00 4.500.000,00 (CRECI 84540-F). - 02 Colhedoras de forragem Nogueira - 1.360 ha na região de Iguape-SP, Pecus 9004 Geração III - 80% nova,Ano 2008 topografia 80% várzea, ideal para arroz, - 03 Cobridores oscilante graxa In- criação de gado e búfalos, R$ 4.000,00/ set. Líquido 310 litros - R$ 10.000 cada ha (CRECI 84540-F). um - Marca DMB - 3.300 alq. na região de Marilia, boa - 03 Super cultivadores osc. Com para plantio de cana e eucalipto, R$ adub. Cx. R.S.F 2 linhas - Ano 2006 - R$ 20.000,00/alq (CRECI 84540-F). 20.000 cada um com kit correspondente - 424 ha em MG toda montada para - Kit bal 12 hidr. Novel tipo bico pato produção de genética bovina, áreas para com 2 cil. Hidr. 2-L Ano 2006 produção de forrageiras, pastejo rotaci- Conjunto braço Marc. Bano com onado para operar até 2.6UA/ha, R$ feixe mola baliz 17 hidr. LD - Ano 2006 5.800.000,00. (CRECI 84540-F). - Conjunto braço Marc. Bano com Tratar com José Paulo pelos telefofeixe mola baliz 17 hidr. LE - Ano 2006 nes (19) 3541 5318 ou (19) 9154 8674 e- Elemento sulcador beija-flor 1* pon- mail terraverdeimoveis@yahoo.com.br teira pesada - Ano 2006 - 1 Plantadeira Tatu PST2 D56 10/08 Vendem-se - Reboque canavieiro Lençóis Ano 1999 - R$ 20.000,00 - 1 Plantadeira Tatu PST2 E 9/8 - Ano ano 2007, semi novo, R$ 62.000,00Aceita carro e moto como parte de 2003 - R$ 30.000,00 Tratar com Manoel de Azevedo pelo pagamento. telefone (34) 3313 9981 - CBT 1090 com lamina, ano 73, em 38 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 bom estado, R$ 16.000,00. - Reboque canavieiro Rodoviário ano 1986, R$ 32.000,00-Aceita carro e moto como parte de pagamento. - Carregadeira de cana MF 290/4 RM ano 2006 com 4000 horas acoplada em carregadeira Motocana Super 2000, R$ 85.000,00. - Jonh Deere 6405/4 ano 2001, acoplada em carregadeira Motocana Super 2000, R$ 50.000,00. Tratar com José Paulo pelos telefones (19) 3541 5318 ou (19) 9154 8674 Vendem-se - 2 carregadeiras Cana, Valtra, modelo BM 100, implemento Santal, conjunto 2007. - 3 tratores Ford, modelo 8630, ano 1994, com kit de freio e cabine semifechada. - 1 trator Esteira Komatsu, modelo D60, ano 1980. Tratar com Leandro pelos telefones (19) 3843-2166 ou (19) 9604-7171. Vendem-se - lascas e roliços de aroeira - curral aroeira e ipê roxo + brete + balança + seringa - próximo a Jaú (R$ 45.000,00) - sulcador / cultivador para 3 linhas - tríplice operação (R$18.000,00) - cobridor de cana com tanque aplicador de inseticida para três linhas (R$ 7.500,00) - rolo faca "icma" 10 facas super-pesado (R$ 28.000,00) - carreta para plantio de cana um eixo pneus 1.000 x 20 (R$5.500,00) Tratar com João Ferreira pelo telefone (14) 9792 1571 Vende-se Retroescavadeira Caterpillar 416-e 4x2 - 2009 nova, nunca trabalhou (R$ 190.000,00) Tratar Carlos Roberto pelos telefones (31) 3842 6069 ou (31) 8802 8450
  • 39. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009 39
  • 40. 40 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2009