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Revista Canavieiros - Agosto de 2009

1
2

Revista Canavieiros - Agosto de 2009
Editorial

A recuperação está
próxima?

S

im. Pelo menos é a aposta das feiras Fena
sucro (Feira Internacional da Indústria Su
croalcooleira) e a Agrocana (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da cana-deaçúcar), que acontecem de 1º a 4 de setembro no
Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho. O
volume de negócios neste ano deve repetir o do
ano passado, quando foram movimentados R$ 2
bilhões. É a estimativa dos organizadores.
Embora ainda haja um certo pessimismo entre os empresários e agentes do mercado, já neste segundo semestre deve haver uma recuperação das exportações brasileiras. E para o setor
sucroalcooleiro os fundamentos do mercado são
favoráveis. Essa é a percepção do professor Alberto Borges Matias, da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP,
e instituidor do INEPAD (Instituto de Ensino e
Pesquisa em Administração). Ele é o entrevistado deste mês.
A crise provocou muitas dúvidas em relação
aos preços dos produtos. O artigo do consultor
técnico da Canaoeste, Cleber Moraes, explica a
formação do preço do ATR, o mercado internacional de açúcar e como é importante aprender as
lições das crises para tirar melhor proveito dos
momentos de recuperação.
No Ponto de Vista, o secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João
Sampaio, fala sobre as principais prioridades do
BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e sua capacidade de gerar fontes renováveis.
Nesta edição, o advogado da Canaoeste,
Juliano Bortoloti, explica a obrigatoriedade da
DITR (Declaração do Imposto sobre a Propri-

edade Rural) do exercício de 2009, documento
que, segundo a Secretaria da Receita Federal,
é imprescindível para a regularização da propriedade rural.
A seção Notícia Canaoeste traz o nascimento do primeiro caso de trigêmeos do Netto Campello Hospital e Maternidade de Sertãozinho. Os
bebês Maria Elvira, Mateus e Murilo, filhos da
professora Daniela Lavagnini Silva e do advogado Claudinei Luis da Silva, nasceram no dia
24 de julho.
Em Notícias Copercana você poderá conferir o Dia de Campo na Fazenda Vassoral para
criadores de ovinos, realizado no último dia 7,
seguido pela inauguração do confinamento da
Copercana, que terá capacidade para oitocentos animais.
Em Culturas de Rotação, a Cap apresenta sua
mais recente conquista: é a primeira empresa brasileira do setor de amendoim a obter a Certificação BRC (British Retail Consortium) – Norma
Global de Segurança de Alimentos. A norma é
um programa de certificação de produtos e processos e serve como um referencial para as empresas que pretendem exportar para países mais
rígidos da Europa.
Em Destaque, a Canavieiros traz a campanha
para doação de medula óssea, que contou com a
participação do Sistema Copercana, Canaoeste
e Cocred. Foram realizados 7.218 cadastramentos, 240 foram entre colaboradores do sistema.
Além disso, você pode encontrar as informações setoriais com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de leitura e as
novas regras do Acordo Ortográfico.
Conselho Editorial

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Fenasucro e Agrocana
agitam expositores e
visitantes
Meta é manter o faturamento
do ano passado, que foi de
R$ 2 bilhões

Pag.
Pag.

22

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

Entrevista
Alberto Borges Matias

Pag.

PONTO DE VISTA
0 9 Arnaldo Jardim

FOTOS:
Carla Rodrigues
Rafael H. Mermejo
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br

13

A gestão faz a diferença
Pag.

14

Ponto de vista
Pag.

João Sampaio
Secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de
SP e o presidente do CONSEA

19

CULTURA DE
ROTAÇÃO

Pag.

25

ASSUNTOS
LEGAIS

O BRIC e o binômio da
sustentabilidade
Pag.
Pag.

08
08

INFORMAÇÕES
SETORIAIS

Pag.

26

10
Copercana
- Copercana inaugura espaço para
confinamento coletivo de ovinos

Pag.

36

Notícias

Pag.

Notícias

Pag.

12
Canaoeste
- Netto Campello Hospital e Maternidade
comemora a chegada de trigêmeos
Notícias

Pag.

DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo

DESTAQUE

Pag.

05

JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788

CONSECANA

Professor da FEA - USP e
instituidor do INEPAD

Pag.
Pag.

EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814

CULTURA

REPERCUTIU
37

CLASSIFICADOS
Pag.

38

18
Cocred
- Demonstração do resultado do exercício
- Balanço patrimonial
Pag.

DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues,
Carla Rossini, Daniel Pelanda,
Janaina Bisson, Letícia Pignata,
Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva.
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora
TIRAGEM:
13.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311

Artigo Técnico

www.revistacanavieiros.com.br

Preço do ATR e o
Mercado Internacional de Açúcar
A metodologia CONSECANA-SP de formação do preço da cana-de-açúcar tem correlação direta com os preços do açúcar e álcool, visto que a
partir dos preços destes produtos finais é que são calculados os preços do ATR.

4
4

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

Pag.
Pag.

28

www.twitter.com/canavieiros
redacao@revistacanavieiros.com.br
Entrevista

Alberto Borges Matias
Professor da FEA (Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade), da USP e instituidor do INEPAD (Instituto de Ensino
,
e Pesquisa em Administração)

A gestão faz a diferença
Cristiane Barão

O

s fundamentos de mercado
são positivos para o setor
sucroalcooleiro. No entanto, o grande problema refere-se à
gestão das organizações. Essa é a
opinião do professor Alberto Borges
Matias, da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP, e instituidor do INEPAD
(Instituto de Ensino e Pesquisa em
Administração). Para ele, o grande
mercado para o álcool não é o externo. “Por que os Estados Unidos se
constituem em uma grande potência?
Por causa do seu mercado interno”,
observa. “Mercado externo é oportunidade”, completa.
Canavieiros: Um ano depois do
agravamento da crise, os indicadores
da economia estão melhorando. A tendência é essa?
Alberto Borges Matias – Acho
interessante contarmos um pouco a
história da crise. Fala-se em crise do
subprime, crise do mercado imobiliário, mas a essência não é essa. Tudo
isso começou com um crime econômico americano. Na entrada do Bush
(George W, presidente), os Estados
Unidos tinham uma taxa de juros de
6%. Em um ano e meio, foi para 1%.
Depois de um ano foi para 5,5% e
agora está indo para praticamente
zero. Não há economia que aguente
isso. O mercado atingido inicialmente
foi o mercado de crédito imobiliário.
Foi o mais atingido e gerou mais problemas por ser o maior mercado de
crédito dos Estados Unidos. As pessoas não tiveram condições de honrar com seus compromissos com
essa flutuação de taxas. Quem comprou o imóvel quando a taxa estava
1%, quando ela foi para 5,5% não
conseguiu pagar.
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

5
Entrevista
Canavieiros: O que a crise revelou?
Borges Matias - No mundo você
tem um agente econômico que não
cuida do mundo. Ele é um agente que
não tem controle, que não tem legislação adequada. No contraponto desse processo está o Brasil, que tem
uma economia regulada, uma maior
participação do Estado, um sistema
financeiro controlado pelo Banco
Central, acompanhado diariamente.
Isso acabou sendo um grande ponto
para demonstrar aos Estados Unidos
e ao mundo que o processo brasileiro estava correto.
Canavieiros: A ressaca da crise
ainda vai durar muito tempo?
Borges Matias - Lá fora, temos uma
crise real. Aqui, temos uma crise por
medo. Eu diria que as pessoas aqui estão começando a sair desse medo. Mas,
junto aos empresários, aos
agentes de mercado, ainda se vê muita insegurança, muita incerteza na percepção deste
segundo semestre. E isso gera um problema. Nós estamos hoje ainda vivenciando o finalzinho de um período de
visão pessimista.

Canavieiros: Como é que está
o Brasil?
Borges Matias - Depende do Brasil que você está vendo. Se for o Brasil somado, vai bem e está em franca
recuperação. Se você fala de segmentos específicos, alguns podem estar
com problemas.
Canavieiros: Quais as perspectivas
para o setor sucroalcooleiro?
Borges Matias – A própria evolução no preço do açúcar demonstra que
nós temos um déficit de produção de
açúcar no mundo. No caso brasileiro,
vai haver um aumento de produção de
açúcar, com aumento de preço. Na questão do álcool, a grande demanda é do
mercado interno. O externo é excedente.
Nós temos uma demanda crescente por

“

solução. A melhor solução é o pessoal
que já está em atividade ser profissionalizado. No exterior você vê grandes
núcleos de ensino integrados com a
produção agropecuária. Acho que isso
poderia acontecer aqui também.
Canavieiros: E as cooperativas?
Borges Matias - O caminho das
cooperativas também pode ser interessante porque acabam congregando os
produtores que não tenham um tamanho que lhes permitam competitividade neste setor. As cooperativas podem
fazer isso. O que precisa? Os cooperados controlarem as cooperativas porque, na maioria das vezes, a gente vê a
cooperativa controlando os cooperados. E a cooperativa precisa ser gerida
como se gere uma grande indústria, inclusive com o objetivo de
sobras para investimentos.
Ela também precisa ser
profissionalizada.

"Lá fora, temos uma crise real.
Aqui, temos uma crise por medo."

Canavieiros: O que aconteceu com
as empresas brasileiras?
Borges Matias - Nós temos no
país um volume de empresas de capital familiar muito grande. Mas até aí o
mundo demonstra que não é esse o
grande problema. O problema são famílias que não dão valor à profissionalização das suas gestões. Quando
você tem uma crise desse tamanho,
essas empresas são mais atingidas.
Tomo a liberdade de dizer que estou
falando especificamente do setor sucroalcooleiro. Nós temos estruturas
profissionais despreparadas.
Canavieiros: O que dá para esperar deste segundo semestre?
Borges Matias - Você já começa a
ter uma recuperação das compras neste segundo semestre. Começa a recuperação da ponta exportadora. O setor
automobilístico, por exemplo, cresceu
no mercado interno. Aquelas organizações voltadas ao mercado interno continuam bem e em atividade.
6

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

conta dos automóveis flexíveis. Temos
uma economia surgindo, que é a álcoolquímica. Então, não temos problema de
demanda no mercado de álcool. Não temos problemas de fundamentos de mercado. Nós temos problemas de gestão
das organizações. Isso é um caso histórico. Como as empresas não se estruturaram, você começa a ter um processo
de venda de participação. Então, estamos começando um novo ciclo no mercado do segmento sucroalcooleiro. Um
ciclo profissionalizado.
Canavieiros: No caso do produtor
de cana, cuja grande parte envolve a
família na atividade, como ele pode
modernizar a sua gestão? Qual é a
saída para ele?
Borges Matias - Há inúmeras formas. Para os maiores produtores, quem
sabe o caminho seja profissionalizar a
gestão. Quando digo isso, não estou
dizendo que a gestão não possa ser
familiar, estou dizendo que a gestão
não pode ser familiar incompetente.
Você pode preparar a família para fazer
a gestão, é preciso fornecer conhecimento a essa família, precisa formar os
profissionais ou trazer profissionais
capacitados. Muitas vezes trazer profissionais capacitados não é a melhor

Canavieiros: O senhor
acha que o governo brasileiro é pouco ousado em suas estratégias para a
abertura de mercado?
Borges Matias - Acho que não. Se
você pega a evolução da carteira de
exportações, vai ver uma diversificação
em termos de países fantástica. A nossa dependência à exportação aos Estados Unidos caiu substancialmente.
Esse é um resultado positivo. A questão da energia tem de ser vista como
uma briga mundial, porque energia gera
poder. Há brigas muito maiores a serem
feitas. Como que você entra no mercado de energia americano? Por oportunidades. Temos de conversar, negociar, fazer parcerias. Não é depender do
governo. O que o pessoal da laranja
obteve do governo para fazer essa expansão no mercado americano? Eles
empreenderam. Nós precisamos empreender o álcool no mercado americano.
A briga não é pequena, mas dá para
tentar fazer. Acho que, de qualquer forma, o grande mercado para o álcool não
é o mundo. Particularmente acho isso
uma perda de tempo. Por que os Estados Unidos se constituem em uma grande potência? Por causa do seu mercado interno. Não adianta ficar brigando
com coisa muito complicada. Mercado
externo é por oportunidade.
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

7
Ponto de Vista

O BRIC e o binômio da
sustentabilidade
João Sampaio*

Etanol é forte diferencial competitivo do Brasil no bloco de emergentes

C

onsiderando que a busca de alternativas para aumentar a sua
influência nas decisões sobre
a economia mundial é uma prioridade
do BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia),
foi absolutamente lógico o destaque
conferido à segurança alimentar e à
oferta energética na pauta da primeira
reunião de cúpula desse bloco de emergentes, na cidade russa de Ecaterimburgo, em 16 de junho. Afinal, não há
dúvida quanto ao peso político e diplomático crescente das nações capazes de atender às demandas internacionais de comida e combustíveis limpos,
advindos de fontes renováveis.
Na verdade, o Brasil é o país com
as melhores condições de assumir a liderança na produção e exportação de
produtos agropecuários, incluindo as
commodities e os biocombustíveis. Tal
circunstância se comprova no fato de
que acabamos de receber referendo da
mais alta credibilidade: o estudo do
Banco Mundial (BIRD) “Desenvolvimento com Menos Carbono — Respostas Latino-americanas ao Desafio
das Mudanças Climáticas”.
A pesquisa ratifica que o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais
limpas do mundo (mais de 80% da energia que produz são provenientes de fontes renováveis, como a hidroeletricidade e os biocombustíveis líquidos). Sugere, ainda, que o País pode compartilhar suas experiências bem-sucedidas de
manejo ambiental com outras nações
emergentes e em desenvolvimento, especialmente no desenvolvimento de
energias renováveis, a produção de etanol de cana-de-açúcar, a administração
sustentável das matas tropicais e a gestão de resíduos sólidos. Embora o relatório não tenha incluído nessa lista de
diferenciais as tecnologias de aplicação
do etanol, como os automóveis flex, evidencia o reconhecimento da comunidade internacional não só à nossa capaci8

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

dade de produzir, mas também de inteligência e know how.
Muito relevante, também esse mesmo estudo considerar que o etanol brasileiro de cana-de-açúcar reduz de 70%
a 90% as emissões de gases do efeito
estufa, em comparação à gasolina. Os
biocombustíveis, ainda segundo os
dados do BIRD, representam cerca de
6% da energia consumida no setor de
transporte da América Latina, com destaque para a produção e consumo de
etanol do Brasil. Fundamental é o reconhecimento, no documento, de que, “ao
contrário da produção do etanol de milho em outros países, o produto brasileiro de cana-de-açúcar não contribuiu,
em razão do desvio de terras destinadas à produção agrícola, para o aumento do preço das matérias-primas alimentares ocorrido em 2007/2008”.
Todas as condições são favoráveis.
Cabe ao Brasil, porém, duas grandes e
urgentes lições de casa para que esse
imenso potencial possa apresentar resultados práticos imediatos na sua economia e no crescimento de seu PIB. A
primeira delas depende, exclusivamente, dos próprios brasileiros: conter de
modo radical o desmatamento, em especial na Amazônia, pois esse problema, além de imensos danos ecológicos
para o próprio País e o mundo, acaba
comprometendo nossa credibilidade
como guardiões da sustentabilidade.
A segunda missão, um tanto mais árdua no plano político, é relativa às negociações para diminuir ou extinguir as tarifas
de importação de etanol nos Estados Unidos e outras nações do bloco dos desenvolvidos. O Governo Federal e a diplomacia estão muito passivos nesse embate.
Não adianta esperar a ressurreição de
Doha. É preciso partir para acordos bilaterais. O estudo do BIRD é muito claro nessa
questão: “Reduzir ou eliminar as elevadas
tarifas comerciais e os enormes subsídios

proporcionados por muitos países, produziria benefícios econômicos para o Brasil e
para os seus parceiros, além de diminuir as
emissões de gases do efeito estufa”.
Seria fundamental que, a partir de sua
primeira reunião de cúpula na Rússia, as
nações do BRIC pudessem atuar diplomaticamente de maneira mais coesa e sinérgica, avançando nas negociações,
com norte-americanos e europeus, dos
subsídios agrícolas e taxas de importação do etanol. Ao agirem assim, não estariam beneficiando apenas o Brasil, mas
todo o bloco, à medida que a contribuição recíproca poderia implicar a contrapartida brasileira no fornecimento e também na transferência de tecnologia, o
que é muito importante.
Assim, nas gestões diplomáticas
referentes ao binômio da sustentabilidade — alimentos/combustíveis limpos
— poderia viabilizar-se o grande objetivo dos quatro grandes emergentes, de
constituição de uma nova ordem mundial mais justa e democrática.
*João Sampaio, economista, é o
secretário de Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo e o presidente do
Conselho Estadual de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável
(CONSEA).
Ponto de Vista

Sustentabilidade
do etanol
Arnaldo Jardim*

O

ex-presidente
norte-americano
Bill Clinton, durante o Ethanol Summit
2009, resumiu bem o desafio do setor sucroenergético nacional: não basta demonstrarmos que
somos mais eficientes,
precisamos incorporar o
princípio da sustentabilidade em toda nossa cadeia produtiva. Destacadamente, um desafio salta aos olhos: o risco de
desmatamento para a expansão da produção.
Ainda sobre o evento, fui o moderador do painel – “Biocombustíveis: crescer sem desmatamento”, ocasião em que ficou claro a necessidade de uma lei concreta de zoneamento agroecológico da cana, uma
medida propagada pelo governo federal, mas que ainda não saiu do
papel. Existe uma proposta que está sendo desenhada sem uma meta
clara de quanto em quanto tempo seria posta em prática e não há uma
definição para estratégia de implantação. Trata-se de importante reforço para estimular a ampliação da produção canavieira sem que aumente o desmatamento, tanto na Amazônia como no Pantanal. Outro aspecto positivo seria pavimentar o caminho para a criação de zoneamento de outros setores agropecuários, como o gado de corte. Com
isso, estaríamos indiretamente estimulando a intensificação do uso
das pastagens.
Outrora apontados como os vilões da sustentabilidade, os plantadores e fornecedores de cana paulistas são verdadeiros heróis, principalmente no que tange à preservação da mata ciliar, fundamental para
a preservação de nascentes e rios. É preciso valorizar, cada vez mais, o
esforço de entidades como a Canaoeste, no sentido de conscientizar e
disseminar boas práticas de produção em nosso Estado.
Ninguém discute as excelentes perspectivas para o nosso etanol,
afinal temos as melhores condições geográficas, climáticas, culturais,
econômicas e tecnológicas. Entretanto, para que as expectativas de
mercado se confirmem, empresas, governos e o setor produtivo precisam estar atentos para as novas exigências deste mercado em formação: o respeito às normas socioambientais.
*deputado federal pelo PPS-SP, membro da
Comissão de Minas e Energia e de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal.
arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
www.arnaldojardim.com.br
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

9
Notícias
Copercana

Copercana inaugura
espaço para confinamento
coletivo de ovinos
Carla Rodrigues

Primeiro módulo tem capacidade para 200 animais; serão construídos outros três

A

postando na engorda de
animais em confinamento,
a Copercana inaugurou, no
dia 7 de agosto, um espaço coletivo para ovinos, que fica localizado na Unipa Capril (Unidade de
Produção Animal).

Confinamento da Copercana

Atualmente, a cooperativa conta
com um rebanho de 200 ovinos da
raça Santa Inês no seu criatório e 30
cabeças já estão no novo confinamento. A Copercana realiza venda de
matrizes e reprodutores.
“A capacidade total do confinamento é de oitocentas cabeças, mas
inicialmente somente o primeiro módulo, com disposição para duzentos
animais, foi finalizado. Ainda faltam
outros três módulos”, afirma o veterinário Gustavo Lopes. Segundo ele,
os cooperados também contam com
assistência do Sebrae, parceiro do
projeto. Os técnicos visitam as fazendas uma vez por mês.
Hoje, aproximadamente vinte cooperados fazem parte deste projeto.
A recomendação do veterinário da
Copercana é o cruzamento industrial, onde o animal ganha peso num
curto espaço de tempo. “A maioria
dos frigoríficos está exigindo esse
tipo de cruzamento e nossos cooperados devem se adaptar”, disse.
Ainda segundo o veterinário, o
objetivo do trabalho desenvolvido
pela Copercana é ajudar os criadores a aumentar o rebanho e melhorar
a genética. “Dentro deste projeto
junto com o Sebrae, a Copercana
fica responsável pela qualidade do
tratamento dos animais, buscando
sempre aumentar a quantidade e,
10

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

consequentemente, realizar uma venda maior para os frigoríficos”, explicou Lopes.
Para o diretor da Copercana,
Lelo Bighetti, esse projeto tende a
crescer em virtude de vários fatores, mas principalmente pela integração das lavouras de cana com a
criação de animais. “Em 2012 não
poderemos mais queimar cana pela
legislação do Estado de São Paulo
e nas áreas em que as máquinas não
conseguem cortar, poderemos criar
animais para completar a renda das
fazendas”, disse.
O mercado de ovinos vem crescendo no Brasil. De acordo com o levantamento feito pelo IBGE, em 2002
eram criados 14 milhões de animais.
Em 2007 esse número subiu para 16
milhões de cabeças. Mesmo assim, o
crescimento do rebanho ainda não
acompanha o consumo: 80 % da carne consumida no Brasil é importada
de outros países. A média de consumo do brasileiro é de um quilo por ano.

Demosntração do Carneirão pelo Sebrae
para os cooperados em busca da
qualidade do tratamento dos animais

Serviço: Os cooperados que desejarem obter mais informações sobre o projeto devem entrar em contato com o veterinário da Copercana, Gustavo Lopes, pelo telefone
(16) 3946-3311. O endereço da Unipa é Rua Água Vermelha, sem número (atrás da Uname).
Notícias
Copercana

Dia de Campo para Ovinos
No encontro de criadores foi discutido o manejo para reduzir custo e aumentar o lucro na atividade
Também na sexta-feira, dia 7, foi
realizado um dia de Campo na Fazenda Vassoral, em Pontal, em parceria com a Fazenda Carpa, que faz
parte da Usina da Pedra. O evento
reuniu criadores de Sertãozinho e
municípios vizinhos.

Primeiro, eles assistiram a palestras sobre qualidade de criação
com os médicos veterinários, Rodrigo Orsil Viana, da Vassoral, e
Érika Morani, da Top in Life, que
falaram sobre inseminação artificial em ovinos.
Depois, os criadores foram ver
na prática aquilo que ouviram du-

Criadores de Ovinos em dia de Campo realizado na Fazenda Vassoral,
em Pontal, em parceria com a Fazenda Carpa

rante as palestras, inclusive uma exposição de animais. No período da

Bia, Manoel Ortolan e Fernando

noite, a Fazenda Carpa realizou o 7º Leilão Carpa Santa Inês.

Lelo Bighetti, diretor da Copercana, falou sobre a opção de criar
animais para completar a renda nos locais onde não será possivel
plantar cana devido a proibição da queimada

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

11
Notícias
Canaoeste

Netto Campello Hospital e
Maternidade comemora a
chegada de trigêmeos
Carla Rodrigues

Foi o primeiro parto dessa natureza no hospital; Maria Elvira, Mateus e Murilo nasceram no dia 24
foto: Erô Foto Color

N

o último dia 24 nasceram no
Netto Campello Hospital e
Maternidade os trigêmeos
Maria Elvira, Mateus e Murilo. Os
pais, a professora Daniela Lavagnini
Silva e o advogado Claudinei Luis da
Silva, estão radiantes e contaram à
Revista as mudanças ocorridas em
tão pouco tempo.
É o primeiro caso de trigêmeos do
hospital e também o primeiro nas famílias do casal. Para o pai, a sensação
é uma mistura de apreensão e felicidade. Já a mãe disse ter medo de não
conseguir dar a mesma atenção aos
três ao mesmo tempo. “Queria ter todos juntos mamando”, explica.
Segundo ela, a gestação foi tranquila. “Comecei a senti-los com pouco mais de quatro meses e depois que
decidimos os nomes eu já sabia identificar cada um pelos seus movimentos”, conta.
Apesar de nascerem antes do
tempo previsto (34 semanas e quatro
dias), por meio de cesariana, os bebês, que são de placentas diferentes, apresentaram peso suficiente e
perfeita saúde. No entanto, por serem prematuros, passaram 24 horas
em observação na UTI Neo-Natal do
Hospital e depois de três dias de internação ao lado dos pais já puderam ir para casa.
De acordo com os pais, o tratamento recebido pelo Netto Campello
Hospital e Maternidade foi excelente
e de ótima qualidade. “Não poderia
ter sido melhor. Toda a equipe de enfermagem foi demais. São profissionais de extrema capacidade e conhe12

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

cimento. Mesmo depois que viemos
para casa e precisamos tirar algumas
dúvidas, eles nos deram o apoio necessário. Ficam 24 horas à disposição
do paciente”, disseram os pais.
Para a divisão de tarefas do diaa-dia, além de contarem com o auxílio da família, também contrataram
três enfermeiras que se revezam entre o dia, o período da noite e o final
de semana.

Para dar mais conforto aos filhos,
o casal precisou mudar a estrutura da
casa, montando o quarto dos trigêmeos no antigo quarto do casal, já que
lá não couberam os três berços. E os
pais passaram a dormir no quarto menor. “A nossa rotina é completamente
diferente do que era antes, demos um
giro de 360º em nossa vida. Em breve
pretendemos construir uma casa maior”, disse o advogado, orgulhoso do
crescimento de sua família.
Consecana

Notícias
Canaoeste
CIRCULAR Nº 07/09
DATA: 31 de julho de 2009

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de JULHO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de JULHO, referente à Safra 2009/2010,
é de R$ 0,2869.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados
pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril
a julho e os acumulados até JULHO, são
apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado
Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC
e EHC), destinados à industria (EAI e EHI)
e ao mercado externo (EAE e EHE), são
líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg,
por produto, obtidos nos meses de abril a julho e os
acumulados até JULHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09.

13
Destaque

Campanha de doação de
medula óssea é sucesso
em Sertãozinho
Carla Rodrigues

7.218 pessoas se cadastraram para doar, 240 só no sistema Copercana, Canaoeste e Cocred

O

s colaboradores do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred participaram de uma palestra com a assistente social do Hospital do Câncer de Barretos, Naima
Khatib, sobre a doação de medula óssea realizada no auditório da Canaoeste no dia 15 de julho.
A palestra foi o ponto de partida
para uma campanha para o cadastramento de doadores. E o resultado foi
um sucesso: 7.218 pessoas se inscreveram, 240 só entre os colaboradores
do sistema.

Marcus Vinícius e sua mãe Suely dos Santos no
GATMO (Grupo de Apoio aos Transplantados de Medula Óssea) no HC de Ribeirão Preto

A campanha está sendo realizada
pelo Hospital do Câncer de Barretos
com o apoio de várias empresas para
conscientizar e divulgar o processo de
doação de medula óssea e com isso aumentar o número de doadores cadastrados no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).

A história de Marcus Vinícius, de
Goiânia, começou a mudar em dezembro de 2007, quando percebeu sintomas de fragilidade em seu corpo. Os
médicos iniciaram tratamento para leucemia e por quase um ano esperou pela
medicação correta, vinda dos Estados
Unidos, mas que não funcionou.

O objetivo é diminuir a espera de
pacientes que precisam do transplante
e oferecer a eles a possibilidade de uma
nova vida. No último dia 12, a Canavieiros teve a oportunidade de conhecer
o jovem Marcus Vinícius Costa Santos, de 15 anos, que apesar da pouca
idade, já passou por momentos de superação em sua vida.

“Nesta fase da minha vida eu precisei parar com todas as minhas atividades do dia-a-dia. Não ia mais à escola, não tocava mais a minha banda, não
sentia fome, minha fraqueza era muito
grande”, disse o jovem.

Desconfiados da gravidade do
problema, Marcus e sua mãe vieram
para Ribeirão
Palestra sobre a importância do
Preto em março
cadastramento aos funcionários do
Sistema, onde foram realizados 240 deste ano e procadastros curaram pelo
Hospital das Clínicas. Lá sua doença foi diagnosticada como aplasia de medula e o
transplante seria
a solução para o
seu caso.

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Revista Canavieiros Agosto de 2009
Revista Canavieiros -- Agosto de 2009

A espera não foi longa. Apenas três
meses depois Marcus recebeu a notícia de que teria aparecido um possível
doador. O exame de compatibilidade foi
confirmado e no dia 8 de julho realizaram o transplante.
“É uma fase muito difícil em nossa vida,
mas tudo está se encaminhado. O transplante deu certo, ele está se recuperando
e em breve voltaremos para casa. Nunca
desanimamos e nunca pensamos em parar de lutar”, disse Suely, mãe de Marcus.
Hoje, Marcus Vinícius, ao lado de
sua mãe, se recupera no Grupo de
Apoio aos Transplantados de Medula
Óssea (GATMO) oferecida pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Lá
o paciente tem tudo o que é necessário
para uma recuperação de sucesso.
“Até novembro eu irei ficar aqui no
GATMO, pois ainda tenho que ganhar
resistência o suficiente para voltar à
Goiânia. Mas, já sei tudo o que pretendo fazer quando sair daqui: quero rever minha família, amigos, e principalmente voltar a estudar para passar no
vestibular de medicina”, contou.
Destaque
Histórias como a desse jovem é
que mobilizam a população sobre a
importância de se cadastrar em campanhas como a que está sendo realizada pelo Hospital do Câncer de Barretos. “Existem várias formas de ajudar alguém, essa é uma delas. Um
pequeno gesto para uma grande causa. Agradeço pela oportunidade de
estar colaborando para o sucesso
dessa campanha e quem sabe num
futuro próximo poder ajudar a salvar
a vida de alguém”, disse Matheus
Cansian, assistente do setor de Insumos da Copercana.

PARA SER UM DOADOR E SE CADASTRAR É NECESSÁRIO:

Matheus Cansian, assistente do setor
de Insumos da Copercana.

- ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em boas condições de saúde;
- preencher um cadastro com seus dados completos e endereço;
- coletar uma pequena amostra de sangue (10 ml) para um teste para
identificar sua tipagem genética que se chama HLA;
- seus dados, juntamente com o resultado do exame de HLA serão
encaminhados ao banco de dados do REDOME no Rio de Janeiro.
Para quem perdeu os dias da campanha e gostaria de receber mais
informações, entre em contato com o Hospital do Câncer de Barretos pelo
telefone (17) 3321-6600.

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

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Revista Canavieiros - Agosto de 2009

17
Notícias
Cocred
Demonstração do
resultado do exercício
CNPJ: 71.328.769/0001-81

Valores

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Revista Canavieiros - Agosto de 2009

em Reais

Balanço
patrimonial
Junho 2009

Valores

em Reais
Cultura de Rotação

Cap é pioneira na
Certificação BRC
Da redação

Norma é um referencial para as empresas que pretendem exportar para os mais rígidos mercados

N

o dia 30 de Julho a CAP conseguiu um feito inédito: é a
primeira empresa brasileira do
setor de amendoim a obter a Certificação BRC (British Retail Consortium)
– Norma Global de Segurança de Alimentos. A norma é um programa de certificação de produtos e processos que
visa especificar critérios de segurança
e qualidade, bem como critérios operacionais. Além disso, é um referencial
para as empresas que pretendem exportar para os mais rígidos mercados da
Europa, tais como Reino Unido, Alemanha e França.

Eduardo Marcal Junior (Vereador de Dumont e Representante de vendas no mercado nacional), Luis Godoy
(Coordenador de Planejamento), Jonas Nascimento (Coordenador do Sistema de Segurança do Alimento),
Augusto Strini Paixão (Diretor Industrial - Comercial), Márcio Fernando Meloni (Diretor Administrativo Financeiro), Nádia Strini Paixão (Gerente Industrial) e Márcia Ferreira dos Santos (Assessora da Diretoria).

Publicada em 1998 pelo British Retail Consortium (BRC), a Norma Global
de Segurança de Alimentos é baseada
em dois preceitos fundamentais: comprometimento da alta gerência / melhoria
contínua e APPCC (Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle – uma abordagem passo a passo para gerenciar riscos à segurança de alimentos). Outros
requisitos também são avaliados criteriosamente, tais como sistema de gestão
de qualidade e segurança de alimentos,
padrões da instalação, controle de produtos, controle de processos e pessoal.

Alta Direção da CAP, bem como pelo
empenho e união de todos os seus colaboradores, que assimilaram desde o
início a necessidade de mudança quanto à nova proposta estabelecida e ao
enquadramento aos requisitos da norma, bem como aos novos procedimentos de qualidade exigidos. A garantia
da segurança e saúde do alimento é obtida por meio de ferramentas e programas de qualidade ao longo de toda a
cadeia produtiva do amendoim, abrangendo desde a produção de semente até
a entrega do produto final ao cliente.

A conquista da Certificação BRC só
foi possível com o comprometimento da

Hoje, a política da qualidade e segurança do alimento visa garantir a

melhoria continua dos processos, atende plenamente a todos os dispositivos
legais aplicados, utiliza ao longo do
processo de produção do amendoim o
BPA (Boas Práticas Agrícolas), BPF
(Boas Práticas de Fabricação) e APPCC
(Análise de Perigos e Pontos Críticos
de Controle) e propicia treinamento e
desenvolvimento profissional a todos
os colaboradores.
A Certificação BRC, garante hoje
que o amendoim produzido pela CAP,
atende aos mais rígidos padrões de
qualidade e satisfaz plenamente aos
mais exigentes clientes do mercado
internacional.

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Revista Canavieiros - Agosto de 2009
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

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Reportagem de Capa

Fenasucro e Agrocana agita
Carla Rossini

Meta é manter o faturamento do ano passado, que foi de R$ 2 bilhões

O

s produtores de cana e empresários do setor sucroenergético já estão preparados para
participarem das maiores feiras do setor, que prometem dar novo ânimo à
cadeia produtiva da cana, açúcar e etanol. A Fenasucro (Feira Internacional
da Indústria Sucroalcooleira) e a
Agrocana (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da cana-deaçúcar) serão realizadas de 1º a 4 de
setembro no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho.
No ano passado, as feiras receberam 30 mil visitantes, entre eles provenientes de 45 países, e faturaram
R$ 2 bilhões. Para este ano, estima-se
o mesmo movimento, porém os organizadores e apoiadores esperam dar
boas notícias aos expositores e visitantes. “Neste momento, acredito que
as nuvens escuras que pairavam sobre o setor sucroalcooleiro estão se
dissipando. Está havendo uma mudança de cenário e, embora parte das
usinas e empresas ainda tenha dificuldades para sair da crise, outras já
apresentam um horizonte bem melhor.
Isso é positivo para a realização da
Fenasucro e Agrocana, que devem
marcar um novo período no setor”,
disse Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Agrocana.
Desde 2008, as feiras contam com
420 expositores dos segmentos industrial e agrícola. Fornecedores de peças
e equipamentos para usinas e de máquinas e implementos para a lavoura
se unem para demonstrar o que existe
de mais avançado em tecnologia para
a cana-de-açúcar. A vitrine de produtos atrai os visitantes, que aguardam
as feiras para conhecer os lançamentos. É o caso do engenheiro mecânico
Renan Berteli, que visita todos os anos
as feiras. “Visito a Fenasucro e Agrocana porque sempre há novidades em
equipamentos industriais. Como trabalho neste setor, é uma oportunidade
de me interar das novas tecnologias
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que estão no mercado”, disse Berteli.
Os diferenciais em 2009 serão, em
termos de infraestrutura, o resfriamento dos corredores do pavilhão 1 da Fenasucro. E, de forma geral, a criação
de novos eventos simultâneos como
o Programa Especial Agrocana, um
novo formato do Fórum Internacional
Fenasucro e Agrocana, o Encomsucro
e o Projeto APLA/APEX (leia programação completa de eventos paralelos
no box da página 24) .
“A Fenasucro e Agrocana já são
reconhecidamente pólos agregadores
de cabeças que promovem o desenvolvimento tecnológico, político e comercial do setor sucroenergético. Para
2009, com a nova programação idealizada pela Multiplus, essas características foram aprimoradas, com destaque
para o foco nos negócios. Importantes parceiros como o APLA - Arranjo
Produtivo Local do Álcool e a APEX
Brasil (Agência Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimentos) vão
promover encontros de negócios entre usinas do exterior e empresas brasileiras. Assim como a criação do Encomsucro, que visa fortalecer os laços

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

entre as áreas de compras das usinas
brasileiras e os expositores das feiras”,
disse Fernando Barbosa, diretor da
Multiplus Eventos.
Os eventos realizados durante as
feiras contam com público direcionado. Com uma programação renovada e
com novo local de realização, o Clube
de Campo Vale do Sol, em Sertãozinho,
o 11º Fórum Internacional Fenasucro
& Agrocana está agendado para o dia
31 de agosto, das 8h30 às 14 horas. O
tradicional evento de abertura das feiras terá dois painéis de debates com
os temas Mercado, com a presença do
presidente da Unica, Marcos Sawaya
Jank, e Tecnologia, com José Luis Olivério, executivo da Dedini. Roberto
Rodrigues, ex-ministro da Agricultura,
também confirmou presença.
“Como produtor de cana, gosto de
participar dos eventos que são realizados nas feiras porque os debates
sempre trazem assuntos que nos interessam. Também visito as feiras,
principalmente a Agrocana, onde estão expostas as máquinas e equipamentos que utilizamos no nosso dia-
Reportagem de Capa

am expositores e visitantes
também vai ganhar com a nova programação das feiras. O Programa
Especial Agrocana pretende estimular as empresas expositoras e as entidades setoriais a transformarem
ainda mais o espaço das feiras num
ponto de encontro para troca de in-

formações e de experiências. A Multiplus fornecerá a infraestrutura adequada para que expositor, visitantes e entidades possam aproveitar
ao máximo o período dos eventos”,
afirmou Augusto Balieiro, diretor da
Multiplus Eventos .

Encontro de produtores
de Cana de Açúcar

a-dia”, disse Cláudio Nadaleto, produtor rural de Sertãozinho.
Já o diretor da Copercana e também produtor rural, Pedro Esrael Bighetti, lembrou as oportunidades na
realização de negócios. “Consulto
preços, prazos e condições de pagamento para realizar o melhor negócio”,
disse Bighetti.
“O produtor rural, que é parte
fundamental do público que frequenta a Fenasucro e Agrocana,

A Canaoeste vai realizar durante a Fenasucro e Agrocana o Encontro de
Produtores de Cana-de-Açúcar. Na oportunidade, serão discutidos assuntos de
interesse geral dos produtores de cana como créditos e oportunidades para o
Agronegócio Brasileiro e Legislação Ambiental.
Confira as palestras:
Banco do Brasil
Tema: “Linhas de Crédito e Oportunidades para o Agronegócio”
Dr. Juliano Bortoloti – Advogado da Canaoeste
Tema: “Reflexos e consequências da atual legislação ambiental territorial e
panorama futuro”.
Ricardo Viegas – Diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável
da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Gerente do Projeto Ethanol Verde.
Tema: “Importância do Setor Sucroenergético para o Desenvolvimento Sustentável”.
Deputado Federal Duarte Nogueira – (Membro da Comissão da Agricultura,
Pecuária e Desenvolvimento Rural).
Tema: ”Congresso Nacional e reformulação do Código Florestal”.
Serviço:
Data: 03/09/08
Horário: 10:00h
Local: Auditório da Agrocana
Confirmar presença com Mônica ou Lilian (16) 3946 3301 até dia 31/08/2009
para que seja providenciado o crachá de identificação.

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23
Reportagem de Capa

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Revista Canavieiros - Agosto de 2009
Assuntos Legais

DITR - declaração do imposto
sobre a propriedade
territorial rural (ITR)

P

or meio da Instrução Normativa
RFB nº 959, de 23 de julho de
2009, a Secretaria da Receita Federal disciplina o prazo, a forma e o
procedimento para entrega da DITR
(Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) do exercício 2009, requisito obrigatório para manter devidamente
regularizada a propriedade rural.
Está obrigada a entregar a DITR
(Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) toda pessoa física e/
ou jurídica que, em relação ao imóvel a
ser declarado seja, na data da efetiva
entrega, proprietária ou possuidora,
condômina, expropriada a partir de 1º
de janeiro de 2009, inventariante, compossuidora etc., independente de estar imune ou isenta do ITR (Imposto
Territorial Rural). No caso de morte do
proprietário do imóvel, como já dito, a
declaração deverá ser feita pelo inventariante, enquanto não terminada a partilha ou, se ainda não foi nomeado inventariante, está obrigado o cônjuge,
o companheiro ou o sucessor do imóvel a qualquer título.
Cumpre informar que na referida
DITR está obrigada a apurar o ITR (Imposto Territorial Rural) toda pessoa física ou jurídica, desde que não seja
imune ou isenta, sendo certo que a
DITR corresponde a cada imóvel rural
e é composta dos seguintes documentos: DIAC – Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR,
mediante o qual devem ser prestadas à
Secretaria da Receita Federal as informações cadastrais correspondentes a
cada imóvel rural e a seu titular (obrigatório para todos os proprietários rurais); DIAT - Documento de Informação e Apuração do ITR, onde devem
ser prestadas à Secretaria da Receita
Federal as informações necessárias ao
cálculo do ITR e apurado o valor do
imposto correspondente a cada imóvel
(que se torna dispensável em caso de
o imóvel ser imune ou isento do ITR).
O valor do imposto é apurado aplicando-se, sobre o VTNt (Valor da Terra

Nua Tributável) uma alíquota (variável
de 0,02% a 4,50%), levando-se em consideração a área total do imóvel e o GU
(Grau de Utilização) desta, não podendo ser o valor nunca inferior a R$ 10,00.
Demais disso, a propriedade rural
localizada no Estado de São Paulo que
possuir área de até 30 hectares, estará
imune do ITR desde que o seu proprietário a explore só ou com sua família,
além deste não possuir outro imóvel
(urbano ou rural). Por seu turno, estão
isentos de ITR os imóveis rurais compreendidos em programa oficial de reforma agrária oficial, bem como o conjunto de imóveis rurais de um mesmo
proprietário, cuja área total não exceda
os 30 hectares e desde que o proprietário os explore só ou com sua família
(admitida ajuda eventual de terceiros)
e não possua imóvel urbano.

serão pagas até o
último dia útil de
cada mês, acrescidas de juros com
base na taxa Selic,
calculada a partir
de outubro de
2009 até o mês anterior ao do pagamento e, ainda, de
1% no mês do pagamento.

Juliano Bortoloti - Advogado
Departamento Jurídico Canaoeste

Por fim, deve ainda o contribuinte
preencher e protocolizar o ADA (Ato
Declaratório Ambiental) perante o IBAMA, observando-se a legislação pertinente, com a informação de áreas nãotributáveis, inclusive no caso de alienação de área parcial.

Se a declaração for apresentada após
o prazo, o proprietário terá de pagar
multa de 1% do valor do imposto ao mês.
Nos casos de imóvel rural imune ou isento do ITR, a multa será de R$ 50,00.

Isso porque as áreas consideradas
como sendo de preservação permanente (mata ciliar) e de Reserva Florestal
Legal (20% da propriedade averbada
na matrícula do imóvel com vegetação
nativa) são isentas da tributação do
ITR (Imposto Territorial Rural), desde
que devidamente informadas no formulário ADA (Ato Declaratório Ambiental), que, a partir do exercício de 2007, é
obrigatoriamente enviado por meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do site www.ibama.gov.br/adaweb/
.
Portanto, para efeito de obtenção
do benefício da isenção tributária do
ITR (Imposto Territorial Rural) em áreas de preservação permanente e de reserva florestal legal, basta ao proprietário rural preencher e enviar ao IBAMA o formulário do ADA – Ato Declaratório Ambiental, informando referidas
áreas de uso restrito.

O pagamento do imposto (ITR)
apurado poderá ser realizado em até
quatro quotas, mensais e sucessivas,
desde que: nenhuma quota possua
valor inferior a R$ 50,00; o imposto de
valor inferior a R$ 100,00 será pago de
uma só vez; a primeira cota deverá ser
paga até 30.09.2009 as demais quotas

Importante enaltecer ainda que, visando a um maior controle administrativo das propriedades rurais, o IBAMA
começou a cruzar suas informações
com a Receita Federal e o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), responsáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR.

O prazo para a apresentação da
DITR de 2009 será de 10 de agosto a 30
de setembro de 2009, podendo ser feita
de três formas, conforme o seu tamanho
e localização: pela Internet,
(www.receita.fazenda.gov.br); por disquete a ser entregue nas agências do
Banco do Brasil e da Caixa Econômica
Federal; ou, em formulário próprio, a ser
entregue nas agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Se o imóvel estiver localizado no Estado de São Paulo e tiver área superior a
200 hectares, a declaração deverá ser
feita pela internet ou por disquete.

Revista Canavieiros Agosto de 2009
Revista Canavieiros -- Agosto de 2009

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Informações Setoriais

CHUVAS DE JULHO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de JULHO de 2009.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

Embora as chuvas anotadas
na Algodoeira Donegá, IACCentro Cana-Apta Ribeirão Preto e Usina São Francisco tenham sido bem superiores aos demais locais (o dobro ou pouco mais que as respectivas
médias históricas), a média das observações (27mm) na região de abrangência da CANAOESTE "ficou" próxima das
médias (22mm) das normais climáticas.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre
16 a 19 de JULHO de 2009.

O Mapa 1, acima, mostra que o índice de Água Disponível
no Solo, no período de 16 a 19 de JULHO, apresentava-se
como baixo a crítico em quase toda faixa centro-norte do Estado, excetuando-se estreita faixa na Região de São João da Boa
Vista. O oposto foi observado na faixa Centro Sul do Estado.

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26

Revista Canavieiros - Agosto de 2009
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

Mapa 2:- Água Disponível no Solo,
ao final de JULHO de 2008.

Os Mapas 2 e 3, mostram que o índice de Água Disponível no Solo ao final de JULHO de 2008 encontrava-se muito
mais severo (crítico em toda área canavieira do estado de
São Paulo) que em JULHO de 2009, pouco diferindo do Mapa
1 (até meados de JULHO de 2009) e explicando, como princi-

ÁGUA, usar s
ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n
Protejam e preservem as n
Informações Setoriais
pal fator, a menor qualidade tecnológica das canas processadas durante o mês de
JULHO desta safra.
Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de JULHO de 2009.

As previsões de chuvas elaboradas pela SOMAR Meteorologia para
a segunda quinzena de setembro vide Mapa 5 -, mostra que para a região de abrangência CANAOESTE
não será diferente que o previsto para
agosto e primeira metade de setembro.
Este Mapa 5 mostra, também, que as
chuvas poderão “ficar” acima das médias para a faixa Centro-Oeste do Estado. Ainda, pela SOMAR Meteorologia, as chuvas do mês de agosto e
primeira quinzena de setembro poderão ser bem próximas das respectivas
médias históricas.
Mapa 5: SOMAR Meteorologia Previsão chuvas para a segunda
quinzena de setembro

Para subsidiMapa 4:- Prognóstico de chuvas de consenso entre
ar planejamentos
INMET – INPE para os meses de agosto e setembro
de atividades futuras, a CANAOESTE resume o
prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto
Nacional de
Meteorologia
e
INPE-Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais para os
meses de agosto e setembro.
· Prevê-se que a temperatura média na Região CentroOeste ficará acima da
normalidade climática e
próximas das respectivas médias históricas nas Regiões Sudeste e Sul (Estado do Paraná);
· Quanto às chuvas, o Mapa 4 ilustra os prognósticos de
consenso INMET - INPE para estes dois meses;
· Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro AptaIAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 20mm em agosto e
pouco mais de 50mm em setembro.

sem abusar !
sem abusar !

nascentes e cursos d’água.
nascentes e cursos d’água.

Como na região de abrangência da
CANAOESTE já se verifica e prevê-se
que a umidade do solo se mantenha
baixa até final da primeira quinzena de
setembro, será pouco provável ocorrência de pisoteios durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana, podendo-se, assim, dispensar cultivos mecânicos das soqueiras recém-colhidas.
Persistindo dúvidas, consultem
os Técnicos CANAOESTE mais
próximos.

Revista Canavieiros - Agosto de 2009
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

27
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Artigo Técnico

Preço do ATR e o Mercado
Internacional de Açúcar
Cleber Moraes, Consultor CANAOESTE
M. Moraes Consultoria Agronômica S/C Ltda

A

metodologia CONSECANA-SP de formação do preço da cana-de-açúcar
tem correlação direta com os preços do açúcar e álcool, visto que a partir
dos preços destes produtos finais é que são calculados os preços do ATR
de cada produto e feita a ponderação em função das quantidades produzidas para
obter-se o preço médio do Kg de ATR que, multiplicado pelo teor de ATR da cana
(Kg de ATR por tonelada), formarão o preço da tonelada de cana-de-açúcar.
Posto isto, é preciso entender a lógica de formação dos preços dos produtos
finais e como as atitudes de cada produtor trazidas para o cenário mundial afetam
o preço dos produtos finais (açúcar e álcool) e refletem em seu lucro ou prejuízo.
A figura 1 apresenta a participação na Produção Nacional do açúcar e do
álcool convertidos em ATR. No caso particular do Brasil, o álcool consome
uma fatia maior do que o açúcar da produção de ATR proveniente do campo.
Entretanto, na produção mundial, como pode ser visualizado na figura 2, é o
açúcar que apresenta uma participação maior.
Figura 1 - Participação em ATR do
Açúcar e do Álcool na Produção
Brasileira em 2007

Figura 2 - Participação em ATR do
Açúcar e do Álcool na Produção
Mundial em 2007

Levando em consideração apenas a fatia da produção dos diversos países
que é comercializada entre eles, isto é, que fazem parte do comércio mundial e
sujeita aos preços mundiais dos produtos, o açúcar tem uma participação
muito mais significativa.
Figura 3 - Participação em ATR do
Açúcar e do Álcool no Comércio
Mundial em 2007

Figura 4 - Participação em ATR do
Açúcar e do Álcool na Produção
Mundial em 2008

É importante destacar que, ano a ano, como pode ser observado na figura 4, o
álcool vem ganhando importância e aumentando sua participação no mercado.
Todavia, a produção de etanol encontra-se bastante concentrada no Brasil e nos
Estados Unidos. O cenário do comércio internacional só tenderá a mudar quando
mais países participarem com quantidades significativas deste produto.
28

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

O Brasil tem importância significativa na formação dos
preços internacionais de açúcar e
estes preços influenciam as
políticas públicas dos diversos países para o setor, ditando o
nível de subsídio às indústrias e produtores internos e a pressão dos demais setores destes países que utilizam o açúcar como insumo no sentido de obterem mais subsídios governamentais ou abertura do mercado
para o produto importado do Brasil.
Assim, o Brasil há muitos anos figura como vilão e mocinho, gerando
preocupação e disputas no setor açucareiro de todo o mundo. E de sobra,
agora pode ser também o vilão e mocinho do setor alcooleiro, o que tem
gerado uma preocupação ainda maior e que resulta em uma imobilização
no comércio mundial de álcool, mesmo com previsões legais de inserção
do etanol ou álcool na matriz energética destes países.
Na figura 5 é apresentada a
evolução da participação do Brasil no mercado mundial de açúcar.
A expectativa é que o Brasil figure
com 50% de participação do comércio internacional do produto
na safra 2.009/2.010.
Essa grande participação do
Brasil no mercado internacional de
açúcar faz com que os preços do
mercado interno reflitam os do externo, como será visto mais adiante, e os preços do álcool são fortemente influenciados pelo preço de
açúcar e disponibilidade interna de
matéria-prima.
Artigo Técnico
Figura 5 - Evolução da Participação do Brasil no Mercado Mundial de Açúcar

Apesar da crescente participação do
álcool no mercado mundial ainda, por provavelmente mais um ciclo do setor, será o
preço internacional do açúcar o principal
responsável pela definição dos preços de
açúcar e álcool no mercado interno.
Como o objetivo de entendermos
qual a correlação entre preços, custos

e as atitudes dos produtores de cana,
vamos analisar os custos de produção,
a situação econômica em que os produtores se encontram e os reflexos disso na formação dos preços futuros.
Inicialmente vamos analisar um estudo recente efetuado pelo PECEGE
(Programa de Educação Continuada em

Economia e Gestão de Agronegócio),
da ESALQ, apresentado nas figuras 6
a 8, que mostra os custos de produção
na região Centro-Sul do Brasil dividido
entre as regiões tradicionais de produção de cana-de-açúcar, como o leste
paulista e norte paranaense, e as regiões de expansão no oeste paulista,
Mato Grosso do Sul, Sul de Minas Gerais e Goiás.
A figura 6 apresenta os dados obtidos no estudo. Na figura 7 dividimos
os custos em 4 grupos:
1-) Custo Operacional Efetivo menos os custos de arrendamento pagos
aos proprietários das terras arrendadas;
2-) O Custo Operacional Efetivo,
que inclui os custos de arrendamento
pagos aos proprietários da terras arrendadas;
3-) O Custo Operacional Efetivo,
que inclui os custos de arrendamento
pagos aos proprietários da terras arrendadas mais os custos de remuneração da terra própria, o que equivaleria
ao produtor que tenha 100% de terras
arrendadas;

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

29
Artigo Técnico
4-) Os Custos Totais de Produção,
que inclui além do arrendamento e remuneração da terra própria, a depreciação e
a remuneração do capital investido.
A divisão desses grupos é importante para se avaliar qual o preço mínimo do
Kg de ATR, conforme apresentado na
tabela 8, que permita ao produtor sobreviver sem aumentar seu endividamento:
a) No caso 1, os produtores que tenham apenas terras próprias, todos os
equipamentos e bens próprios e não financiados e não paguem arrendamento;

b) No caso 2, os produtores com
parte de suas terras arrendadas conforme o perfil levantado na região, todos os equipamentos e bens próprios
e não financiados;
c) No caso 3, os produtores com
todas de suas terras arrendadas e todos
os equipamentos e bens próprios e não
financiados;
d) No caso 4, o preço mínimo que,
a partir do qual, o produtor passe a ter
resultado econômico positivo.

Figura 6 - Custos de Produção na Safra 2007/2008 nas sub-regiões tradicionais e de
expansão da Região Centro-Sul e da Região Nordeste do Brasil

Fonte: PECEGE/ESALQ

Figura 7 - Resumo dos Custos de Produção na Safra 2007/2008 das sub-regiões tradicionais e de Expansão da Região Centro-Sul do Brasil

Fonte: PECEGE/ESALQ

Figura 8 - Formação de Preço Mínimo a partir do Resumo dos Custos de Produção na
Safra 2007/2008 das sub-regiões tradicionais e de Expansão da Região Centro-Sul do Brasil

Fonte: PECEGE/ESALQ

30

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

Fica evidente que em nenhuma
das situações na Safra 2007/2008
seria possível o produtor não aumentar o seu nível de endividamento, mas os dados demonstram uma
diferença significativa com relação
aos custos da terra (arrendamento +
remuneração da terra própria) entre
as regiões tradicionais e as de expansão da ordem de 7,87% e mais
6,75% relativo aos custos de capital
como remuneração do capital e depreciação, o que indica que as regiões de expansão, além de terem um
menor custo da terra, também têm um
melhor aproveitamento dos ativos
(tratores, caminhões e seus implementos), o que sugere espaço para a
redução de custos por meio da prestação de serviços a terceiros ou o
compartilhamento de ativos entre
produtores, ou seja, sugere a existência de equipamento sub-utilizados.
Em resumo, os dados da Figura 8
indicam que nas regiões tradicionais
os produtores não sobreviveriam por
muito tempo com preços de ATR inferiores a R$ 0,2584/Kg de ATR e que
a partir de R$ 0,3370/Kg de ATR passariam a ter lucro e que os produtores das regiões de expansão não sobreviveriam por muito tempo com
preços de ATR inferiores a R$ 0,2500/
Kg de ATR e que a partir de R$ 0,3012/
Kg de ATR passariam a ter lucro.
Dentro desses limites de preço,
os produtores tomam suas atitudes
no campo, reduzindo os investimentos em reformas do canavial, adubação, controle de mato etc, que irão
afetar a oferta de matéria-prima nas
safras futuras e modificar os preços
de açúcar e álcool.
A figura 9 apresenta as produções
brasileiras de cana-de-açúcar, sendo
assinaladas as safras em que ocorreram crises de preços. Note-se que, após
as crises, apesar dos aumentos sempre
crescentes do consumo de açúcar e álcool, a produção de cana-de-açúcar
desacelerou ou reduziu-se de fato, provocando uma reação nos preços de
açúcar no mercado internacional que
veremos a seguir na página 32.
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

31
Artigo Técnico
Figura 9 – Evolução da Produção de Cana-de-açúcar no Brasil

Figura 10 – Preços de Açúcar Mercado Interno e Externo e de
Álcool Mercado Interno a partir de 07/07/2000

Fonte: ESALQ/CEPEA e Czarnikow Sugar
Figura 11 - Variação de Preços de Açúcar Mercado Interno e Externo e de Álcool
Mercado Interno base 100-07/07/2000

Cumpre destacar que, com o advento dos veículos flexíveis no Brasil, o álcool passou a ser um produto
alternativo à gasolina, cujo aumento
ou redução no consumo depende do
preço da gasolina. Contudo, devido
às condições políticas e tributárias internas da formação do preço da gasolina no Brasil e à vantagem/desvantagem financeira da utilização do álcool, o mercado formulou um limite máximo e mínimo do preço do álcool que
se situa entre os seus custos desembolsáveis (custos totais agroindustriais exceto depreciações) e 70% do
preço da gasolina. Em raros momentos, os preços do álcool rompem estas barreiras.
Dois fatores podem influenciar
esse rompimento: a falta de financiamento do fluxo de caixa e preços muito altos ou baixos de açúcar no mercado internacional. Apesar da influência do financiamento do fluxo de
caixa, pode-se observar na figura 10 e
11 que a correlação entre os preços
internacionais de açúcar e os preços
de açúcar e álcool no mercado interno é muito forte.
Na figura 11, que compara as variações de preço, fica nítido que a partir do final de janeiro deste ano, houve uma inversão de correlação do álcool com o preço de açúcar no mercado internacional que chegou inclusive a afetar os preços de açúcar no mercado interno. Este fato ocorreu devido às dificuldades de obtenção de crédito para o financiamento do caixa das
unidades industriais e contaminou os
preços de açúcar em função da convivência mais próxima dos agentes internos de mercado de açúcar e álcool,
mas que começou a dissipar-se no final de julho e começo de agosto/2009.
Exceto por raros momentos como
neste, os preços de álcool são, na
maioria das vezes, influenciados pelos preços do mercado internacional
de açúcar. Entretanto, as ações internas dos produtores de cana-deaçúcar no Brasil também afetam os
preços internacionais.

Fonte: ESALQ/CEPEA e Czarnikow Sugar

32

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

Na figura 12 é apresentado um
Artigo Técnico

1982

1981

1980

1979

1978

1977

1976

1975

1974

1973

Em todos esses ciclos, nota-se que
após o pico de preços, seguem-se três
safras de dificuldades para o setor e a
partir daí um instante de recuperação
rápida, seguido de pequena queda de
preços, e um movimento mais duradouro de mais três a quatro safras.

1972

Acreditamos que esses picos de
preços podem ter forte correlação com
o Proálcool desenvolvido no Brasil,
que potencializou inicialmente a produção alcooleira das antigas unidades
açucareiras, mas que, em um segundo
instante, afetou o mercado de açúcar,
reduzindo a quantidade de produto no
mercado e elevando os preços. Esse
movimento ocasionou uma “corrida ao
ouro”, que causou a redução de preços no momento seguinte.

Figura 12 - Evolução dos Preços Mundiais
de Açúcar - 1970 - 1982

1971

de 1990, 1997/98 e 2006, acrescentou
ao movimento brasileiro, o movimento cubano, australiano e mais recentemente dos países asiáticos e do
novo ciclo do álcool.

1970

gráfico da Evolução dos Preços Mundiais de Açúcar entre os anos de 1970
e 1982, onde podem ser observados
dois momentos de forte elevação nos
preços, seguidos de forte queda.

Tempo

Fonte: A Desregulamentação do Setor Sucroalcooleiro do
Brasil - Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, 2000

Figura 13 - Cotação do Contrato No. 11 Açúcar em NY no 1º. Vencimento

Esse primeiro movimento levou a
um segundo, observado no início dos
anos 80, com uma nova “corrida ao
ouro” e nova queda de preços.
Na figura 13 podemos observar a
sequência desse movimento nas safras seguintes, sendo que nos últimos
três ciclos representados pelas crises

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

33
Artigo Técnico
Figura 14 - Evolução dos Preços de Açúcar em NY e dos Estoques Mundiais de Açúcar

Na figura 14 é possível notar que
o período pré-crise é caracterizado
por retiradas nos estoques mundiais
de açúcar, atingindo um pico de preços. A partir daí, existem, pelo menos, dois anos com excedentes de
produção em relação ao consumo,
que caracterizam o início da crise.
Na figura 15 é possível observar
como esses movimentos e as variações nos estoques afetam os preços
do Kg de ATR.

Figura 15 - Evolução dos Preços do ATR acumulados das
10 últimas safras x Variação nos Estoques Mundiais de Açúcar

Outros fatores extrínsecos ao setor podem afetar os preços do açúcar no mercado mundial como crises
cambiais, financeiras etc. Mas essa
repetição em ciclos parece estar fortemente estabelecida no setor e tem
influência direta com o que vemos no
campo, como é apresentado a seguir.
Observando os preços do Kg de
ATR após a crise de 1997/98, é possível notar como as atitudes dos produtores (independentes e unidades
industriais) com relação às suas lavouras afetaram a oferta de matériaprima, que acabam por afetar os preços dos produtos no mercado internacional e por consequência no mercado interno.

Figura 16 - Evolução dos Preços de Fechamento de
Safra do CONSECANA-SP e atitude dos produtores de cana

Figura 17 - Projeção da Evolução dos Preços de Fechamento de
Safra do CONSECANA-SP e expectativa de atitude dos produtores de cana

34

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

Sem o objetivo de se fazer futurologia, mas buscando nos alicerçar
no que foi observado, é razoável admitir que um novo movimento desses ciclos do setor iniciou-se a partir
do final da safra 2006/2007, como
pode ser visto na figura 17.
Obviamente, os preços não serão
exatamente como sugeridos na figura 17. Mas, mais importante do que
prever os valores futuros, é aprender com as lições do passado e capitalizar nossas empresas e produtores no próximo período de bons resultados que virão, aguardar, capitalizados, as baixas do mercado e iniciar novos investimentos com a retomada dos bons preços no novo ciclo
que virá.
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
"Um século de economia açucareira Evolução da moderna agroindústria do açúcar
em São Paulo, de 1877 a 1970".
Alcides Ribeiro Soares

"Comigo a anatomia ficou louca: sou todo coração."
Maiakovski

1) Pedro sempre pára de trabalhar antes do horário...
Escrito, desta forma, não considerando as regras do Novo
Acordo Ortográfico, Pedro está cometendo duas transgressões:
com o Português e seu comprometimento profissional.
Pedro pare no horário certo e com o português correto!!!

Renata Carone
Sborgia*

Prezado amigo leitor o verbo parar “ perdeu” seu acento diferencial.
Antes: Pedro sempre pára...
Agora: Pedro sempre para...
Outro exemplo: O trânsito sempre para naquela avenida principal às 18h.

2) Todos lêem livros naquela casa.
Espero que estejam lendo as novas regras do Novo Acordo Ortográfico...
Prezado amigo leitor, vamos à nova regra : desaparece o acento circunflexo(^)
nas paroxítonas(a sílaba tônica-forte- é a penúltima da direita para a esquerda)
terminas em “eem” e “oo”.
O exemplo correto: Todos leem livros naquela casa.
3) Maria disse:
- APAZIGÚEM com as novas regras do Novo Acordo!!!
Prezado amigo leitor todos poderão apaziguar sem acento, por favor!!!
Nova Regra: o acento agudo desaparece na letra U em algumas formas de
verbos como o verbo APAZIGUAR.
ANTES: APAZIGÚE
AGORA: APAZIGUE

O professor titular do Departamento de Economia da PUCSP, Alcides Ribeiro Soares é autor deste livro em que é contada
em 148 páginas, a história crescente da agroindústria açucareira
no século XX.

PARA VOCÊ PENSAR:

“Só conheço um dever: é o de amar.”
Albert Campus
“A amizade verdadeira é algo que não compramos, não vendemos,
não medimos, ou sequer podemos comparar com coisa mensurável.
É construída ao longo do tempo, com atitudes imbuídas dos melho-

A escassez do assunto foi o motivo para a realização desta pesquisa e o objetivo principal é fornecer dados que possam ajudar na
compreensão do início de sua formação até o fato mais importante
dos anos setenta, que é o surgimento do Proálcool – Programa
Nacional do Álcool.

res sentimentos.”AD
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

36

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar
a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto
Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Repercutiu
Foto: José Cruz / ABr

“Já disseram que essa casa é melhor do que o céu, mas hoje essa casa é
pior do que o inferno. Sem morrer, nós
estamos vivendo um inferno aqui no
Senado, pelo clima, pela radicalização.
Eu nunca vi essa casa se rebaixar ao
ponto em que ela está”.
Do senador gaúcho, Pedro Simon
(PMDB-RS), se referindo ao Senado
Brasileiro.

Foto: Fábio Rodrigues / Pozzebom / ABr

“A mensagem que o mundo recebe
do Brasil é que somos um país governado por uma classe política que comete
todos os tipos de crime e que nunca é
punida. Que país é este? Onde estão
nossas autoridades e instituições que
não tomam providência alguma? Onde
está a mobilização da sociedade?”
Do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, se referindo aos absurdos que estão acontecendo no Senado.

“É menos apoiar o homem, é apoiar a instituição.
Veja, o Sarney pediu investigação da Polícia Federal
sobre o filho dele, pediu para a Fundação Getúlio Vargas fazer um estudo da questão do Senado para um
novo gerenciamento do Senado. Até agora, ele tomou
as medidas que tinha que tomar e temos que esperar,
porque se nós acharmos que as pessoas têm que ser
condenadas pela manchete do jornal, ninguém consegue fazer nada nesse país. O que não dá é as pessoas
acharem que pode mudar o presidente do Senado toda
vez que tem uma denúncia”.
Do presidente Lula, que disse que o apoio ao parlamentar é menos ao homem a mais à instituição.

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

37
VENDEM-SE
- 03 arrancadores de amendoim (Santal)
- Valor: 1000 sacos de amendoim
(cada um)
- Pagamento: safra 2009/2010
Tratar com Valter e Sergio Magro
pelos telefones: (16) 9705-4477 - Valter
ou (16) 8126-8907 - Sergio.
VENDEM-SE
- 01 plantadeira Jumil-Magnum, JM2880 PD 12/12 linhas, ano 2004;
- 01 plantadeira Jumil-Magnum, JM2880 PD 8/8 linhas, ano, 1999.
Tratar com Alexandre pelo telefone:
(16) 3663-3850
VENDEM-SE
- 01 Reboque Canavieiro, 02 fixo,Mod.
Truck/Galego, ano 2004;
-02 Trator Valtra BH 160, ano 01 E 06,
c/kits de ar e chupetão para cana;
-01 Carregadeira de cana Valtra BM
85 4X4 c/ Gab. Santal, ano 03;
-01 Trator Valtra S-1180, ano 99 c/kits
de ar e chupetão para cana e boca carregadeira Stara.
Tratar com Marco Aurélio pelos telefones: (17) 3325.2608 ou (17) 9619.3333
- Barretos/SP.
VENDE-SE
- 01 carregadeira Santal, CMP 10 Valmet 885, Ano/Mod. 1993/93 no valor de
R$ 30.000,00.
Tratar com Luis Fernando pelos telefones (16) 9261-6339 ou (16) 3851-1641.
VENDE-SE
- 01 caminhão MBB 2638 LS, ano 2000,
traçado 6X4, motor 2006, câmbio 2008,
cavalo, cor branco.
Tratar com Agnelo pelo telefone:
(17)3331-2902.
VENDEM-SE
- Erradicar de soqueiras de cana;
- Conjunto de dois tanques de 800
litros cada, acopláveis laterais do tra38

Revista Canavieiros - Agosto de 2009

tor mod. PHI da Jacto com bomba;
- Calcariadeira "Jan" lancer 2500;
- Pulverizador condor, 600 litros, manual barras 12m;
- Semeadeira Baldan SH 13;
- Rolo-faca 10 facas 3500 kg ou 10.000
kg com lastro;
- Grade Tatu GNL 24 D. 18' 170 mm;
- Grade Tatu GNM 44D. 22' 195 mm;
- Grade Civemasa, GVCF227 22D. 28'
270mm
- Arado de aivecas Tatu AAR4;
- Enleirador de palha.
Tratar com Márcio pelo telefone:
(14) 9792 1571 ou pelo e-mail
jmarciopereirav@yahoo.com.br

- terças, caibros e porteiras;
- tambores plásticos de 200 lts;
- 02 mulas com um ano de idade;
- 02 burros com um ano de idade;
Tratar com Wilson pelo telefone:
(17)9739.2000 - Viradouro -SP

VENDEM-SE
- 04 Caminhões MB-2219 Traçado,
ano 1983, caçamba iderol 13 Mtsª;
- 01 Caminhão MB-1313 Tanque Pipa,
ano 1986,Tanque 13.000lts;
- 01 Caminhão MB-1513 Tanque Pipa,
ano 1985, Tanque 12.000lts;
- 01 Caminhão MB-2013 Tanque Pipa,
ano 1987, Tanque 15.000lts.
Todos os caminhões pipas vêm com
equipamento completo Bomba de sucção, pé de pato, regador pneumático
traseiro, canhão de água e mangueiras.
Caminhões em ótimo estado de conservação.
Tratar com Leonardo pelos telefones:
(16) 9221-4703 ou (16) 3943-5204
Email:
leonardo_marcari@yahoo.com.br

COMPRA-SE
- Alambique de cobre de 1000 litros
ou mais que esteja em boas condições.
Tratar com José Paulo Prado pelos telefones: (019)35415318 ou (19)91548674

VENDEM-SE
- 01 caixa d´água modelo australiana
para 50.000 lts de água;
- 01 caixa d´água modelo australiana
para 5.000 lts de água;
- 01 transformador de 15 KVA;
- 01 transformador de 45 KVA;
- 01 transformador de 75 KVA;
- tijolos antigos e telhas;
- lascas, palanques e mourões de aroeira;
- 01 sulcador de 2 linhas DMB;
- postes de aroeira;

VENDE-SE
- Fazenda com 73 alqueires, plantação
de cana, arrendada para Usina, e pasto.
Sede, curral, córrego, APP e reserva
legal já averbada.
Valor: R$ 50.000,00 o alqueire
Creci 71168
Entrar em contato pelo site:
www.escritoriodalpino.com.br

VENDEM-SE
- Colheitadeira de cana Cameco CHT
2500B ano 2001, maquina em bom estado, R$ 240.000,00;
- Colheitadeira de Cana Case 7000
ano 2001, maquina em bom estado, R$
240.000,00.
- Valmet 880 simples ano 87 com concha dianteira, R$ 26.000,00.
- Varredura de adubos, R$ 450,00/tonelada, entre em contato conosco para
maiores informações.
- Valtra 985/4 ano 1996, maquina em
excelente estado, R$ 38.000,00.
Tratar com José Paulo Prado pelos
telefones: (19) 35415318 ou (19) 91548674
VENDE-SE OU TROCA-SE
Uma plantadeira marca MARCHINI,
ano 2001, quatro rodas com pneus alta
flutuação largos. Valor R$53.000,00
Aceito troca por carro ano acima 2005
ou caminhonete ano acima 2003.
Tratar com Cristian pelo telefone:(65) 8466 9226 ou pelo e-mail:
cristian_pasqualli@hotmail.com.
Revista Canavieiros - Agosto de 2009

39
40

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  • 1. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Agosto de 2009
  • 3. Editorial A recuperação está próxima? S im. Pelo menos é a aposta das feiras Fena sucro (Feira Internacional da Indústria Su croalcooleira) e a Agrocana (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da cana-deaçúcar), que acontecem de 1º a 4 de setembro no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho. O volume de negócios neste ano deve repetir o do ano passado, quando foram movimentados R$ 2 bilhões. É a estimativa dos organizadores. Embora ainda haja um certo pessimismo entre os empresários e agentes do mercado, já neste segundo semestre deve haver uma recuperação das exportações brasileiras. E para o setor sucroalcooleiro os fundamentos do mercado são favoráveis. Essa é a percepção do professor Alberto Borges Matias, da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP, e instituidor do INEPAD (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração). Ele é o entrevistado deste mês. A crise provocou muitas dúvidas em relação aos preços dos produtos. O artigo do consultor técnico da Canaoeste, Cleber Moraes, explica a formação do preço do ATR, o mercado internacional de açúcar e como é importante aprender as lições das crises para tirar melhor proveito dos momentos de recuperação. No Ponto de Vista, o secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, fala sobre as principais prioridades do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e sua capacidade de gerar fontes renováveis. Nesta edição, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, explica a obrigatoriedade da DITR (Declaração do Imposto sobre a Propri- edade Rural) do exercício de 2009, documento que, segundo a Secretaria da Receita Federal, é imprescindível para a regularização da propriedade rural. A seção Notícia Canaoeste traz o nascimento do primeiro caso de trigêmeos do Netto Campello Hospital e Maternidade de Sertãozinho. Os bebês Maria Elvira, Mateus e Murilo, filhos da professora Daniela Lavagnini Silva e do advogado Claudinei Luis da Silva, nasceram no dia 24 de julho. Em Notícias Copercana você poderá conferir o Dia de Campo na Fazenda Vassoral para criadores de ovinos, realizado no último dia 7, seguido pela inauguração do confinamento da Copercana, que terá capacidade para oitocentos animais. Em Culturas de Rotação, a Cap apresenta sua mais recente conquista: é a primeira empresa brasileira do setor de amendoim a obter a Certificação BRC (British Retail Consortium) – Norma Global de Segurança de Alimentos. A norma é um programa de certificação de produtos e processos e serve como um referencial para as empresas que pretendem exportar para países mais rígidos da Europa. Em Destaque, a Canavieiros traz a campanha para doação de medula óssea, que contou com a participação do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Foram realizados 7.218 cadastramentos, 240 foram entre colaboradores do sistema. Além disso, você pode encontrar as informações setoriais com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de leitura e as novas regras do Acordo Ortográfico. Conselho Editorial Revista Canavieiros - Agosto de 2009 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Fenasucro e Agrocana agitam expositores e visitantes Meta é manter o faturamento do ano passado, que foi de R$ 2 bilhões Pag. Pag. 22 OUTRAS DESTA DESTA QUES Entrevista Alberto Borges Matias Pag. PONTO DE VISTA 0 9 Arnaldo Jardim FOTOS: Carla Rodrigues Rafael H. Mermejo COMERCIAL E PUBLICIDADE: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br 13 A gestão faz a diferença Pag. 14 Ponto de vista Pag. João Sampaio Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP e o presidente do CONSEA 19 CULTURA DE ROTAÇÃO Pag. 25 ASSUNTOS LEGAIS O BRIC e o binômio da sustentabilidade Pag. Pag. 08 08 INFORMAÇÕES SETORIAIS Pag. 26 10 Copercana - Copercana inaugura espaço para confinamento coletivo de ovinos Pag. 36 Notícias Pag. Notícias Pag. 12 Canaoeste - Netto Campello Hospital e Maternidade comemora a chegada de trigêmeos Notícias Pag. DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo DESTAQUE Pag. 05 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788 CONSECANA Professor da FEA - USP e instituidor do INEPAD Pag. Pag. EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814 CULTURA REPERCUTIU 37 CLASSIFICADOS Pag. 38 18 Cocred - Demonstração do resultado do exercício - Balanço patrimonial Pag. DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Janaina Bisson, Letícia Pignata, Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva. IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora TIRAGEM: 13.000 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 Artigo Técnico www.revistacanavieiros.com.br Preço do ATR e o Mercado Internacional de Açúcar A metodologia CONSECANA-SP de formação do preço da cana-de-açúcar tem correlação direta com os preços do açúcar e álcool, visto que a partir dos preços destes produtos finais é que são calculados os preços do ATR. 4 4 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 Pag. Pag. 28 www.twitter.com/canavieiros redacao@revistacanavieiros.com.br
  • 5. Entrevista Alberto Borges Matias Professor da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP e instituidor do INEPAD (Instituto de Ensino , e Pesquisa em Administração) A gestão faz a diferença Cristiane Barão O s fundamentos de mercado são positivos para o setor sucroalcooleiro. No entanto, o grande problema refere-se à gestão das organizações. Essa é a opinião do professor Alberto Borges Matias, da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP, e instituidor do INEPAD (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração). Para ele, o grande mercado para o álcool não é o externo. “Por que os Estados Unidos se constituem em uma grande potência? Por causa do seu mercado interno”, observa. “Mercado externo é oportunidade”, completa. Canavieiros: Um ano depois do agravamento da crise, os indicadores da economia estão melhorando. A tendência é essa? Alberto Borges Matias – Acho interessante contarmos um pouco a história da crise. Fala-se em crise do subprime, crise do mercado imobiliário, mas a essência não é essa. Tudo isso começou com um crime econômico americano. Na entrada do Bush (George W, presidente), os Estados Unidos tinham uma taxa de juros de 6%. Em um ano e meio, foi para 1%. Depois de um ano foi para 5,5% e agora está indo para praticamente zero. Não há economia que aguente isso. O mercado atingido inicialmente foi o mercado de crédito imobiliário. Foi o mais atingido e gerou mais problemas por ser o maior mercado de crédito dos Estados Unidos. As pessoas não tiveram condições de honrar com seus compromissos com essa flutuação de taxas. Quem comprou o imóvel quando a taxa estava 1%, quando ela foi para 5,5% não conseguiu pagar. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 5
  • 6. Entrevista Canavieiros: O que a crise revelou? Borges Matias - No mundo você tem um agente econômico que não cuida do mundo. Ele é um agente que não tem controle, que não tem legislação adequada. No contraponto desse processo está o Brasil, que tem uma economia regulada, uma maior participação do Estado, um sistema financeiro controlado pelo Banco Central, acompanhado diariamente. Isso acabou sendo um grande ponto para demonstrar aos Estados Unidos e ao mundo que o processo brasileiro estava correto. Canavieiros: A ressaca da crise ainda vai durar muito tempo? Borges Matias - Lá fora, temos uma crise real. Aqui, temos uma crise por medo. Eu diria que as pessoas aqui estão começando a sair desse medo. Mas, junto aos empresários, aos agentes de mercado, ainda se vê muita insegurança, muita incerteza na percepção deste segundo semestre. E isso gera um problema. Nós estamos hoje ainda vivenciando o finalzinho de um período de visão pessimista. Canavieiros: Como é que está o Brasil? Borges Matias - Depende do Brasil que você está vendo. Se for o Brasil somado, vai bem e está em franca recuperação. Se você fala de segmentos específicos, alguns podem estar com problemas. Canavieiros: Quais as perspectivas para o setor sucroalcooleiro? Borges Matias – A própria evolução no preço do açúcar demonstra que nós temos um déficit de produção de açúcar no mundo. No caso brasileiro, vai haver um aumento de produção de açúcar, com aumento de preço. Na questão do álcool, a grande demanda é do mercado interno. O externo é excedente. Nós temos uma demanda crescente por “ solução. A melhor solução é o pessoal que já está em atividade ser profissionalizado. No exterior você vê grandes núcleos de ensino integrados com a produção agropecuária. Acho que isso poderia acontecer aqui também. Canavieiros: E as cooperativas? Borges Matias - O caminho das cooperativas também pode ser interessante porque acabam congregando os produtores que não tenham um tamanho que lhes permitam competitividade neste setor. As cooperativas podem fazer isso. O que precisa? Os cooperados controlarem as cooperativas porque, na maioria das vezes, a gente vê a cooperativa controlando os cooperados. E a cooperativa precisa ser gerida como se gere uma grande indústria, inclusive com o objetivo de sobras para investimentos. Ela também precisa ser profissionalizada. "Lá fora, temos uma crise real. Aqui, temos uma crise por medo." Canavieiros: O que aconteceu com as empresas brasileiras? Borges Matias - Nós temos no país um volume de empresas de capital familiar muito grande. Mas até aí o mundo demonstra que não é esse o grande problema. O problema são famílias que não dão valor à profissionalização das suas gestões. Quando você tem uma crise desse tamanho, essas empresas são mais atingidas. Tomo a liberdade de dizer que estou falando especificamente do setor sucroalcooleiro. Nós temos estruturas profissionais despreparadas. Canavieiros: O que dá para esperar deste segundo semestre? Borges Matias - Você já começa a ter uma recuperação das compras neste segundo semestre. Começa a recuperação da ponta exportadora. O setor automobilístico, por exemplo, cresceu no mercado interno. Aquelas organizações voltadas ao mercado interno continuam bem e em atividade. 6 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 conta dos automóveis flexíveis. Temos uma economia surgindo, que é a álcoolquímica. Então, não temos problema de demanda no mercado de álcool. Não temos problemas de fundamentos de mercado. Nós temos problemas de gestão das organizações. Isso é um caso histórico. Como as empresas não se estruturaram, você começa a ter um processo de venda de participação. Então, estamos começando um novo ciclo no mercado do segmento sucroalcooleiro. Um ciclo profissionalizado. Canavieiros: No caso do produtor de cana, cuja grande parte envolve a família na atividade, como ele pode modernizar a sua gestão? Qual é a saída para ele? Borges Matias - Há inúmeras formas. Para os maiores produtores, quem sabe o caminho seja profissionalizar a gestão. Quando digo isso, não estou dizendo que a gestão não possa ser familiar, estou dizendo que a gestão não pode ser familiar incompetente. Você pode preparar a família para fazer a gestão, é preciso fornecer conhecimento a essa família, precisa formar os profissionais ou trazer profissionais capacitados. Muitas vezes trazer profissionais capacitados não é a melhor Canavieiros: O senhor acha que o governo brasileiro é pouco ousado em suas estratégias para a abertura de mercado? Borges Matias - Acho que não. Se você pega a evolução da carteira de exportações, vai ver uma diversificação em termos de países fantástica. A nossa dependência à exportação aos Estados Unidos caiu substancialmente. Esse é um resultado positivo. A questão da energia tem de ser vista como uma briga mundial, porque energia gera poder. Há brigas muito maiores a serem feitas. Como que você entra no mercado de energia americano? Por oportunidades. Temos de conversar, negociar, fazer parcerias. Não é depender do governo. O que o pessoal da laranja obteve do governo para fazer essa expansão no mercado americano? Eles empreenderam. Nós precisamos empreender o álcool no mercado americano. A briga não é pequena, mas dá para tentar fazer. Acho que, de qualquer forma, o grande mercado para o álcool não é o mundo. Particularmente acho isso uma perda de tempo. Por que os Estados Unidos se constituem em uma grande potência? Por causa do seu mercado interno. Não adianta ficar brigando com coisa muito complicada. Mercado externo é por oportunidade.
  • 7. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 7
  • 8. Ponto de Vista O BRIC e o binômio da sustentabilidade João Sampaio* Etanol é forte diferencial competitivo do Brasil no bloco de emergentes C onsiderando que a busca de alternativas para aumentar a sua influência nas decisões sobre a economia mundial é uma prioridade do BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia), foi absolutamente lógico o destaque conferido à segurança alimentar e à oferta energética na pauta da primeira reunião de cúpula desse bloco de emergentes, na cidade russa de Ecaterimburgo, em 16 de junho. Afinal, não há dúvida quanto ao peso político e diplomático crescente das nações capazes de atender às demandas internacionais de comida e combustíveis limpos, advindos de fontes renováveis. Na verdade, o Brasil é o país com as melhores condições de assumir a liderança na produção e exportação de produtos agropecuários, incluindo as commodities e os biocombustíveis. Tal circunstância se comprova no fato de que acabamos de receber referendo da mais alta credibilidade: o estudo do Banco Mundial (BIRD) “Desenvolvimento com Menos Carbono — Respostas Latino-americanas ao Desafio das Mudanças Climáticas”. A pesquisa ratifica que o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo (mais de 80% da energia que produz são provenientes de fontes renováveis, como a hidroeletricidade e os biocombustíveis líquidos). Sugere, ainda, que o País pode compartilhar suas experiências bem-sucedidas de manejo ambiental com outras nações emergentes e em desenvolvimento, especialmente no desenvolvimento de energias renováveis, a produção de etanol de cana-de-açúcar, a administração sustentável das matas tropicais e a gestão de resíduos sólidos. Embora o relatório não tenha incluído nessa lista de diferenciais as tecnologias de aplicação do etanol, como os automóveis flex, evidencia o reconhecimento da comunidade internacional não só à nossa capaci8 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 dade de produzir, mas também de inteligência e know how. Muito relevante, também esse mesmo estudo considerar que o etanol brasileiro de cana-de-açúcar reduz de 70% a 90% as emissões de gases do efeito estufa, em comparação à gasolina. Os biocombustíveis, ainda segundo os dados do BIRD, representam cerca de 6% da energia consumida no setor de transporte da América Latina, com destaque para a produção e consumo de etanol do Brasil. Fundamental é o reconhecimento, no documento, de que, “ao contrário da produção do etanol de milho em outros países, o produto brasileiro de cana-de-açúcar não contribuiu, em razão do desvio de terras destinadas à produção agrícola, para o aumento do preço das matérias-primas alimentares ocorrido em 2007/2008”. Todas as condições são favoráveis. Cabe ao Brasil, porém, duas grandes e urgentes lições de casa para que esse imenso potencial possa apresentar resultados práticos imediatos na sua economia e no crescimento de seu PIB. A primeira delas depende, exclusivamente, dos próprios brasileiros: conter de modo radical o desmatamento, em especial na Amazônia, pois esse problema, além de imensos danos ecológicos para o próprio País e o mundo, acaba comprometendo nossa credibilidade como guardiões da sustentabilidade. A segunda missão, um tanto mais árdua no plano político, é relativa às negociações para diminuir ou extinguir as tarifas de importação de etanol nos Estados Unidos e outras nações do bloco dos desenvolvidos. O Governo Federal e a diplomacia estão muito passivos nesse embate. Não adianta esperar a ressurreição de Doha. É preciso partir para acordos bilaterais. O estudo do BIRD é muito claro nessa questão: “Reduzir ou eliminar as elevadas tarifas comerciais e os enormes subsídios proporcionados por muitos países, produziria benefícios econômicos para o Brasil e para os seus parceiros, além de diminuir as emissões de gases do efeito estufa”. Seria fundamental que, a partir de sua primeira reunião de cúpula na Rússia, as nações do BRIC pudessem atuar diplomaticamente de maneira mais coesa e sinérgica, avançando nas negociações, com norte-americanos e europeus, dos subsídios agrícolas e taxas de importação do etanol. Ao agirem assim, não estariam beneficiando apenas o Brasil, mas todo o bloco, à medida que a contribuição recíproca poderia implicar a contrapartida brasileira no fornecimento e também na transferência de tecnologia, o que é muito importante. Assim, nas gestões diplomáticas referentes ao binômio da sustentabilidade — alimentos/combustíveis limpos — poderia viabilizar-se o grande objetivo dos quatro grandes emergentes, de constituição de uma nova ordem mundial mais justa e democrática. *João Sampaio, economista, é o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e o presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CONSEA).
  • 9. Ponto de Vista Sustentabilidade do etanol Arnaldo Jardim* O ex-presidente norte-americano Bill Clinton, durante o Ethanol Summit 2009, resumiu bem o desafio do setor sucroenergético nacional: não basta demonstrarmos que somos mais eficientes, precisamos incorporar o princípio da sustentabilidade em toda nossa cadeia produtiva. Destacadamente, um desafio salta aos olhos: o risco de desmatamento para a expansão da produção. Ainda sobre o evento, fui o moderador do painel – “Biocombustíveis: crescer sem desmatamento”, ocasião em que ficou claro a necessidade de uma lei concreta de zoneamento agroecológico da cana, uma medida propagada pelo governo federal, mas que ainda não saiu do papel. Existe uma proposta que está sendo desenhada sem uma meta clara de quanto em quanto tempo seria posta em prática e não há uma definição para estratégia de implantação. Trata-se de importante reforço para estimular a ampliação da produção canavieira sem que aumente o desmatamento, tanto na Amazônia como no Pantanal. Outro aspecto positivo seria pavimentar o caminho para a criação de zoneamento de outros setores agropecuários, como o gado de corte. Com isso, estaríamos indiretamente estimulando a intensificação do uso das pastagens. Outrora apontados como os vilões da sustentabilidade, os plantadores e fornecedores de cana paulistas são verdadeiros heróis, principalmente no que tange à preservação da mata ciliar, fundamental para a preservação de nascentes e rios. É preciso valorizar, cada vez mais, o esforço de entidades como a Canaoeste, no sentido de conscientizar e disseminar boas práticas de produção em nosso Estado. Ninguém discute as excelentes perspectivas para o nosso etanol, afinal temos as melhores condições geográficas, climáticas, culturais, econômicas e tecnológicas. Entretanto, para que as expectativas de mercado se confirmem, empresas, governos e o setor produtivo precisam estar atentos para as novas exigências deste mercado em formação: o respeito às normas socioambientais. *deputado federal pelo PPS-SP, membro da Comissão de Minas e Energia e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal. arnaldojardim@arnaldojardim.com.br www.arnaldojardim.com.br Revista Canavieiros - Agosto de 2009 9
  • 10. Notícias Copercana Copercana inaugura espaço para confinamento coletivo de ovinos Carla Rodrigues Primeiro módulo tem capacidade para 200 animais; serão construídos outros três A postando na engorda de animais em confinamento, a Copercana inaugurou, no dia 7 de agosto, um espaço coletivo para ovinos, que fica localizado na Unipa Capril (Unidade de Produção Animal). Confinamento da Copercana Atualmente, a cooperativa conta com um rebanho de 200 ovinos da raça Santa Inês no seu criatório e 30 cabeças já estão no novo confinamento. A Copercana realiza venda de matrizes e reprodutores. “A capacidade total do confinamento é de oitocentas cabeças, mas inicialmente somente o primeiro módulo, com disposição para duzentos animais, foi finalizado. Ainda faltam outros três módulos”, afirma o veterinário Gustavo Lopes. Segundo ele, os cooperados também contam com assistência do Sebrae, parceiro do projeto. Os técnicos visitam as fazendas uma vez por mês. Hoje, aproximadamente vinte cooperados fazem parte deste projeto. A recomendação do veterinário da Copercana é o cruzamento industrial, onde o animal ganha peso num curto espaço de tempo. “A maioria dos frigoríficos está exigindo esse tipo de cruzamento e nossos cooperados devem se adaptar”, disse. Ainda segundo o veterinário, o objetivo do trabalho desenvolvido pela Copercana é ajudar os criadores a aumentar o rebanho e melhorar a genética. “Dentro deste projeto junto com o Sebrae, a Copercana fica responsável pela qualidade do tratamento dos animais, buscando sempre aumentar a quantidade e, 10 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 consequentemente, realizar uma venda maior para os frigoríficos”, explicou Lopes. Para o diretor da Copercana, Lelo Bighetti, esse projeto tende a crescer em virtude de vários fatores, mas principalmente pela integração das lavouras de cana com a criação de animais. “Em 2012 não poderemos mais queimar cana pela legislação do Estado de São Paulo e nas áreas em que as máquinas não conseguem cortar, poderemos criar animais para completar a renda das fazendas”, disse. O mercado de ovinos vem crescendo no Brasil. De acordo com o levantamento feito pelo IBGE, em 2002 eram criados 14 milhões de animais. Em 2007 esse número subiu para 16 milhões de cabeças. Mesmo assim, o crescimento do rebanho ainda não acompanha o consumo: 80 % da carne consumida no Brasil é importada de outros países. A média de consumo do brasileiro é de um quilo por ano. Demosntração do Carneirão pelo Sebrae para os cooperados em busca da qualidade do tratamento dos animais Serviço: Os cooperados que desejarem obter mais informações sobre o projeto devem entrar em contato com o veterinário da Copercana, Gustavo Lopes, pelo telefone (16) 3946-3311. O endereço da Unipa é Rua Água Vermelha, sem número (atrás da Uname).
  • 11. Notícias Copercana Dia de Campo para Ovinos No encontro de criadores foi discutido o manejo para reduzir custo e aumentar o lucro na atividade Também na sexta-feira, dia 7, foi realizado um dia de Campo na Fazenda Vassoral, em Pontal, em parceria com a Fazenda Carpa, que faz parte da Usina da Pedra. O evento reuniu criadores de Sertãozinho e municípios vizinhos. Primeiro, eles assistiram a palestras sobre qualidade de criação com os médicos veterinários, Rodrigo Orsil Viana, da Vassoral, e Érika Morani, da Top in Life, que falaram sobre inseminação artificial em ovinos. Depois, os criadores foram ver na prática aquilo que ouviram du- Criadores de Ovinos em dia de Campo realizado na Fazenda Vassoral, em Pontal, em parceria com a Fazenda Carpa rante as palestras, inclusive uma exposição de animais. No período da Bia, Manoel Ortolan e Fernando noite, a Fazenda Carpa realizou o 7º Leilão Carpa Santa Inês. Lelo Bighetti, diretor da Copercana, falou sobre a opção de criar animais para completar a renda nos locais onde não será possivel plantar cana devido a proibição da queimada Revista Canavieiros - Agosto de 2009 11
  • 12. Notícias Canaoeste Netto Campello Hospital e Maternidade comemora a chegada de trigêmeos Carla Rodrigues Foi o primeiro parto dessa natureza no hospital; Maria Elvira, Mateus e Murilo nasceram no dia 24 foto: Erô Foto Color N o último dia 24 nasceram no Netto Campello Hospital e Maternidade os trigêmeos Maria Elvira, Mateus e Murilo. Os pais, a professora Daniela Lavagnini Silva e o advogado Claudinei Luis da Silva, estão radiantes e contaram à Revista as mudanças ocorridas em tão pouco tempo. É o primeiro caso de trigêmeos do hospital e também o primeiro nas famílias do casal. Para o pai, a sensação é uma mistura de apreensão e felicidade. Já a mãe disse ter medo de não conseguir dar a mesma atenção aos três ao mesmo tempo. “Queria ter todos juntos mamando”, explica. Segundo ela, a gestação foi tranquila. “Comecei a senti-los com pouco mais de quatro meses e depois que decidimos os nomes eu já sabia identificar cada um pelos seus movimentos”, conta. Apesar de nascerem antes do tempo previsto (34 semanas e quatro dias), por meio de cesariana, os bebês, que são de placentas diferentes, apresentaram peso suficiente e perfeita saúde. No entanto, por serem prematuros, passaram 24 horas em observação na UTI Neo-Natal do Hospital e depois de três dias de internação ao lado dos pais já puderam ir para casa. De acordo com os pais, o tratamento recebido pelo Netto Campello Hospital e Maternidade foi excelente e de ótima qualidade. “Não poderia ter sido melhor. Toda a equipe de enfermagem foi demais. São profissionais de extrema capacidade e conhe12 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 cimento. Mesmo depois que viemos para casa e precisamos tirar algumas dúvidas, eles nos deram o apoio necessário. Ficam 24 horas à disposição do paciente”, disseram os pais. Para a divisão de tarefas do diaa-dia, além de contarem com o auxílio da família, também contrataram três enfermeiras que se revezam entre o dia, o período da noite e o final de semana. Para dar mais conforto aos filhos, o casal precisou mudar a estrutura da casa, montando o quarto dos trigêmeos no antigo quarto do casal, já que lá não couberam os três berços. E os pais passaram a dormir no quarto menor. “A nossa rotina é completamente diferente do que era antes, demos um giro de 360º em nossa vida. Em breve pretendemos construir uma casa maior”, disse o advogado, orgulhoso do crescimento de sua família.
  • 13. Consecana Notícias Canaoeste CIRCULAR Nº 07/09 DATA: 31 de julho de 2009 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JULHO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de JULHO, referente à Safra 2009/2010, é de R$ 0,2869. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a julho e os acumulados até JULHO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a julho e os acumulados até JULHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09. 13
  • 14. Destaque Campanha de doação de medula óssea é sucesso em Sertãozinho Carla Rodrigues 7.218 pessoas se cadastraram para doar, 240 só no sistema Copercana, Canaoeste e Cocred O s colaboradores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred participaram de uma palestra com a assistente social do Hospital do Câncer de Barretos, Naima Khatib, sobre a doação de medula óssea realizada no auditório da Canaoeste no dia 15 de julho. A palestra foi o ponto de partida para uma campanha para o cadastramento de doadores. E o resultado foi um sucesso: 7.218 pessoas se inscreveram, 240 só entre os colaboradores do sistema. Marcus Vinícius e sua mãe Suely dos Santos no GATMO (Grupo de Apoio aos Transplantados de Medula Óssea) no HC de Ribeirão Preto A campanha está sendo realizada pelo Hospital do Câncer de Barretos com o apoio de várias empresas para conscientizar e divulgar o processo de doação de medula óssea e com isso aumentar o número de doadores cadastrados no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). A história de Marcus Vinícius, de Goiânia, começou a mudar em dezembro de 2007, quando percebeu sintomas de fragilidade em seu corpo. Os médicos iniciaram tratamento para leucemia e por quase um ano esperou pela medicação correta, vinda dos Estados Unidos, mas que não funcionou. O objetivo é diminuir a espera de pacientes que precisam do transplante e oferecer a eles a possibilidade de uma nova vida. No último dia 12, a Canavieiros teve a oportunidade de conhecer o jovem Marcus Vinícius Costa Santos, de 15 anos, que apesar da pouca idade, já passou por momentos de superação em sua vida. “Nesta fase da minha vida eu precisei parar com todas as minhas atividades do dia-a-dia. Não ia mais à escola, não tocava mais a minha banda, não sentia fome, minha fraqueza era muito grande”, disse o jovem. Desconfiados da gravidade do problema, Marcus e sua mãe vieram para Ribeirão Palestra sobre a importância do Preto em março cadastramento aos funcionários do Sistema, onde foram realizados 240 deste ano e procadastros curaram pelo Hospital das Clínicas. Lá sua doença foi diagnosticada como aplasia de medula e o transplante seria a solução para o seu caso. 14 14 Revista Canavieiros Agosto de 2009 Revista Canavieiros -- Agosto de 2009 A espera não foi longa. Apenas três meses depois Marcus recebeu a notícia de que teria aparecido um possível doador. O exame de compatibilidade foi confirmado e no dia 8 de julho realizaram o transplante. “É uma fase muito difícil em nossa vida, mas tudo está se encaminhado. O transplante deu certo, ele está se recuperando e em breve voltaremos para casa. Nunca desanimamos e nunca pensamos em parar de lutar”, disse Suely, mãe de Marcus. Hoje, Marcus Vinícius, ao lado de sua mãe, se recupera no Grupo de Apoio aos Transplantados de Medula Óssea (GATMO) oferecida pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Lá o paciente tem tudo o que é necessário para uma recuperação de sucesso. “Até novembro eu irei ficar aqui no GATMO, pois ainda tenho que ganhar resistência o suficiente para voltar à Goiânia. Mas, já sei tudo o que pretendo fazer quando sair daqui: quero rever minha família, amigos, e principalmente voltar a estudar para passar no vestibular de medicina”, contou.
  • 15. Destaque Histórias como a desse jovem é que mobilizam a população sobre a importância de se cadastrar em campanhas como a que está sendo realizada pelo Hospital do Câncer de Barretos. “Existem várias formas de ajudar alguém, essa é uma delas. Um pequeno gesto para uma grande causa. Agradeço pela oportunidade de estar colaborando para o sucesso dessa campanha e quem sabe num futuro próximo poder ajudar a salvar a vida de alguém”, disse Matheus Cansian, assistente do setor de Insumos da Copercana. PARA SER UM DOADOR E SE CADASTRAR É NECESSÁRIO: Matheus Cansian, assistente do setor de Insumos da Copercana. - ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em boas condições de saúde; - preencher um cadastro com seus dados completos e endereço; - coletar uma pequena amostra de sangue (10 ml) para um teste para identificar sua tipagem genética que se chama HLA; - seus dados, juntamente com o resultado do exame de HLA serão encaminhados ao banco de dados do REDOME no Rio de Janeiro. Para quem perdeu os dias da campanha e gostaria de receber mais informações, entre em contato com o Hospital do Câncer de Barretos pelo telefone (17) 3321-6600. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 15
  • 16. 16 Revista Canavieiros - Agosto de 2009
  • 17. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 17
  • 18. Notícias Cocred Demonstração do resultado do exercício CNPJ: 71.328.769/0001-81 Valores 18 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 em Reais Balanço patrimonial Junho 2009 Valores em Reais
  • 19. Cultura de Rotação Cap é pioneira na Certificação BRC Da redação Norma é um referencial para as empresas que pretendem exportar para os mais rígidos mercados N o dia 30 de Julho a CAP conseguiu um feito inédito: é a primeira empresa brasileira do setor de amendoim a obter a Certificação BRC (British Retail Consortium) – Norma Global de Segurança de Alimentos. A norma é um programa de certificação de produtos e processos que visa especificar critérios de segurança e qualidade, bem como critérios operacionais. Além disso, é um referencial para as empresas que pretendem exportar para os mais rígidos mercados da Europa, tais como Reino Unido, Alemanha e França. Eduardo Marcal Junior (Vereador de Dumont e Representante de vendas no mercado nacional), Luis Godoy (Coordenador de Planejamento), Jonas Nascimento (Coordenador do Sistema de Segurança do Alimento), Augusto Strini Paixão (Diretor Industrial - Comercial), Márcio Fernando Meloni (Diretor Administrativo Financeiro), Nádia Strini Paixão (Gerente Industrial) e Márcia Ferreira dos Santos (Assessora da Diretoria). Publicada em 1998 pelo British Retail Consortium (BRC), a Norma Global de Segurança de Alimentos é baseada em dois preceitos fundamentais: comprometimento da alta gerência / melhoria contínua e APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – uma abordagem passo a passo para gerenciar riscos à segurança de alimentos). Outros requisitos também são avaliados criteriosamente, tais como sistema de gestão de qualidade e segurança de alimentos, padrões da instalação, controle de produtos, controle de processos e pessoal. Alta Direção da CAP, bem como pelo empenho e união de todos os seus colaboradores, que assimilaram desde o início a necessidade de mudança quanto à nova proposta estabelecida e ao enquadramento aos requisitos da norma, bem como aos novos procedimentos de qualidade exigidos. A garantia da segurança e saúde do alimento é obtida por meio de ferramentas e programas de qualidade ao longo de toda a cadeia produtiva do amendoim, abrangendo desde a produção de semente até a entrega do produto final ao cliente. A conquista da Certificação BRC só foi possível com o comprometimento da Hoje, a política da qualidade e segurança do alimento visa garantir a melhoria continua dos processos, atende plenamente a todos os dispositivos legais aplicados, utiliza ao longo do processo de produção do amendoim o BPA (Boas Práticas Agrícolas), BPF (Boas Práticas de Fabricação) e APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) e propicia treinamento e desenvolvimento profissional a todos os colaboradores. A Certificação BRC, garante hoje que o amendoim produzido pela CAP, atende aos mais rígidos padrões de qualidade e satisfaz plenamente aos mais exigentes clientes do mercado internacional. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 19
  • 20. 20 Revista Canavieiros - Agosto de 2009
  • 21. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 21
  • 22. Reportagem de Capa Fenasucro e Agrocana agita Carla Rossini Meta é manter o faturamento do ano passado, que foi de R$ 2 bilhões O s produtores de cana e empresários do setor sucroenergético já estão preparados para participarem das maiores feiras do setor, que prometem dar novo ânimo à cadeia produtiva da cana, açúcar e etanol. A Fenasucro (Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira) e a Agrocana (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da cana-deaçúcar) serão realizadas de 1º a 4 de setembro no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho. No ano passado, as feiras receberam 30 mil visitantes, entre eles provenientes de 45 países, e faturaram R$ 2 bilhões. Para este ano, estima-se o mesmo movimento, porém os organizadores e apoiadores esperam dar boas notícias aos expositores e visitantes. “Neste momento, acredito que as nuvens escuras que pairavam sobre o setor sucroalcooleiro estão se dissipando. Está havendo uma mudança de cenário e, embora parte das usinas e empresas ainda tenha dificuldades para sair da crise, outras já apresentam um horizonte bem melhor. Isso é positivo para a realização da Fenasucro e Agrocana, que devem marcar um novo período no setor”, disse Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Agrocana. Desde 2008, as feiras contam com 420 expositores dos segmentos industrial e agrícola. Fornecedores de peças e equipamentos para usinas e de máquinas e implementos para a lavoura se unem para demonstrar o que existe de mais avançado em tecnologia para a cana-de-açúcar. A vitrine de produtos atrai os visitantes, que aguardam as feiras para conhecer os lançamentos. É o caso do engenheiro mecânico Renan Berteli, que visita todos os anos as feiras. “Visito a Fenasucro e Agrocana porque sempre há novidades em equipamentos industriais. Como trabalho neste setor, é uma oportunidade de me interar das novas tecnologias 22 que estão no mercado”, disse Berteli. Os diferenciais em 2009 serão, em termos de infraestrutura, o resfriamento dos corredores do pavilhão 1 da Fenasucro. E, de forma geral, a criação de novos eventos simultâneos como o Programa Especial Agrocana, um novo formato do Fórum Internacional Fenasucro e Agrocana, o Encomsucro e o Projeto APLA/APEX (leia programação completa de eventos paralelos no box da página 24) . “A Fenasucro e Agrocana já são reconhecidamente pólos agregadores de cabeças que promovem o desenvolvimento tecnológico, político e comercial do setor sucroenergético. Para 2009, com a nova programação idealizada pela Multiplus, essas características foram aprimoradas, com destaque para o foco nos negócios. Importantes parceiros como o APLA - Arranjo Produtivo Local do Álcool e a APEX Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) vão promover encontros de negócios entre usinas do exterior e empresas brasileiras. Assim como a criação do Encomsucro, que visa fortalecer os laços Revista Canavieiros - Agosto de 2009 entre as áreas de compras das usinas brasileiras e os expositores das feiras”, disse Fernando Barbosa, diretor da Multiplus Eventos. Os eventos realizados durante as feiras contam com público direcionado. Com uma programação renovada e com novo local de realização, o Clube de Campo Vale do Sol, em Sertãozinho, o 11º Fórum Internacional Fenasucro & Agrocana está agendado para o dia 31 de agosto, das 8h30 às 14 horas. O tradicional evento de abertura das feiras terá dois painéis de debates com os temas Mercado, com a presença do presidente da Unica, Marcos Sawaya Jank, e Tecnologia, com José Luis Olivério, executivo da Dedini. Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, também confirmou presença. “Como produtor de cana, gosto de participar dos eventos que são realizados nas feiras porque os debates sempre trazem assuntos que nos interessam. Também visito as feiras, principalmente a Agrocana, onde estão expostas as máquinas e equipamentos que utilizamos no nosso dia-
  • 23. Reportagem de Capa am expositores e visitantes também vai ganhar com a nova programação das feiras. O Programa Especial Agrocana pretende estimular as empresas expositoras e as entidades setoriais a transformarem ainda mais o espaço das feiras num ponto de encontro para troca de in- formações e de experiências. A Multiplus fornecerá a infraestrutura adequada para que expositor, visitantes e entidades possam aproveitar ao máximo o período dos eventos”, afirmou Augusto Balieiro, diretor da Multiplus Eventos . Encontro de produtores de Cana de Açúcar a-dia”, disse Cláudio Nadaleto, produtor rural de Sertãozinho. Já o diretor da Copercana e também produtor rural, Pedro Esrael Bighetti, lembrou as oportunidades na realização de negócios. “Consulto preços, prazos e condições de pagamento para realizar o melhor negócio”, disse Bighetti. “O produtor rural, que é parte fundamental do público que frequenta a Fenasucro e Agrocana, A Canaoeste vai realizar durante a Fenasucro e Agrocana o Encontro de Produtores de Cana-de-Açúcar. Na oportunidade, serão discutidos assuntos de interesse geral dos produtores de cana como créditos e oportunidades para o Agronegócio Brasileiro e Legislação Ambiental. Confira as palestras: Banco do Brasil Tema: “Linhas de Crédito e Oportunidades para o Agronegócio” Dr. Juliano Bortoloti – Advogado da Canaoeste Tema: “Reflexos e consequências da atual legislação ambiental territorial e panorama futuro”. Ricardo Viegas – Diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Gerente do Projeto Ethanol Verde. Tema: “Importância do Setor Sucroenergético para o Desenvolvimento Sustentável”. Deputado Federal Duarte Nogueira – (Membro da Comissão da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural). Tema: ”Congresso Nacional e reformulação do Código Florestal”. Serviço: Data: 03/09/08 Horário: 10:00h Local: Auditório da Agrocana Confirmar presença com Mônica ou Lilian (16) 3946 3301 até dia 31/08/2009 para que seja providenciado o crachá de identificação. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 23
  • 24. Reportagem de Capa 24 Revista Canavieiros - Agosto de 2009
  • 25. Assuntos Legais DITR - declaração do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) P or meio da Instrução Normativa RFB nº 959, de 23 de julho de 2009, a Secretaria da Receita Federal disciplina o prazo, a forma e o procedimento para entrega da DITR (Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) do exercício 2009, requisito obrigatório para manter devidamente regularizada a propriedade rural. Está obrigada a entregar a DITR (Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) toda pessoa física e/ ou jurídica que, em relação ao imóvel a ser declarado seja, na data da efetiva entrega, proprietária ou possuidora, condômina, expropriada a partir de 1º de janeiro de 2009, inventariante, compossuidora etc., independente de estar imune ou isenta do ITR (Imposto Territorial Rural). No caso de morte do proprietário do imóvel, como já dito, a declaração deverá ser feita pelo inventariante, enquanto não terminada a partilha ou, se ainda não foi nomeado inventariante, está obrigado o cônjuge, o companheiro ou o sucessor do imóvel a qualquer título. Cumpre informar que na referida DITR está obrigada a apurar o ITR (Imposto Territorial Rural) toda pessoa física ou jurídica, desde que não seja imune ou isenta, sendo certo que a DITR corresponde a cada imóvel rural e é composta dos seguintes documentos: DIAC – Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR, mediante o qual devem ser prestadas à Secretaria da Receita Federal as informações cadastrais correspondentes a cada imóvel rural e a seu titular (obrigatório para todos os proprietários rurais); DIAT - Documento de Informação e Apuração do ITR, onde devem ser prestadas à Secretaria da Receita Federal as informações necessárias ao cálculo do ITR e apurado o valor do imposto correspondente a cada imóvel (que se torna dispensável em caso de o imóvel ser imune ou isento do ITR). O valor do imposto é apurado aplicando-se, sobre o VTNt (Valor da Terra Nua Tributável) uma alíquota (variável de 0,02% a 4,50%), levando-se em consideração a área total do imóvel e o GU (Grau de Utilização) desta, não podendo ser o valor nunca inferior a R$ 10,00. Demais disso, a propriedade rural localizada no Estado de São Paulo que possuir área de até 30 hectares, estará imune do ITR desde que o seu proprietário a explore só ou com sua família, além deste não possuir outro imóvel (urbano ou rural). Por seu turno, estão isentos de ITR os imóveis rurais compreendidos em programa oficial de reforma agrária oficial, bem como o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total não exceda os 30 hectares e desde que o proprietário os explore só ou com sua família (admitida ajuda eventual de terceiros) e não possua imóvel urbano. serão pagas até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros com base na taxa Selic, calculada a partir de outubro de 2009 até o mês anterior ao do pagamento e, ainda, de 1% no mês do pagamento. Juliano Bortoloti - Advogado Departamento Jurídico Canaoeste Por fim, deve ainda o contribuinte preencher e protocolizar o ADA (Ato Declaratório Ambiental) perante o IBAMA, observando-se a legislação pertinente, com a informação de áreas nãotributáveis, inclusive no caso de alienação de área parcial. Se a declaração for apresentada após o prazo, o proprietário terá de pagar multa de 1% do valor do imposto ao mês. Nos casos de imóvel rural imune ou isento do ITR, a multa será de R$ 50,00. Isso porque as áreas consideradas como sendo de preservação permanente (mata ciliar) e de Reserva Florestal Legal (20% da propriedade averbada na matrícula do imóvel com vegetação nativa) são isentas da tributação do ITR (Imposto Territorial Rural), desde que devidamente informadas no formulário ADA (Ato Declaratório Ambiental), que, a partir do exercício de 2007, é obrigatoriamente enviado por meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do site www.ibama.gov.br/adaweb/ . Portanto, para efeito de obtenção do benefício da isenção tributária do ITR (Imposto Territorial Rural) em áreas de preservação permanente e de reserva florestal legal, basta ao proprietário rural preencher e enviar ao IBAMA o formulário do ADA – Ato Declaratório Ambiental, informando referidas áreas de uso restrito. O pagamento do imposto (ITR) apurado poderá ser realizado em até quatro quotas, mensais e sucessivas, desde que: nenhuma quota possua valor inferior a R$ 50,00; o imposto de valor inferior a R$ 100,00 será pago de uma só vez; a primeira cota deverá ser paga até 30.09.2009 as demais quotas Importante enaltecer ainda que, visando a um maior controle administrativo das propriedades rurais, o IBAMA começou a cruzar suas informações com a Receita Federal e o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), responsáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR. O prazo para a apresentação da DITR de 2009 será de 10 de agosto a 30 de setembro de 2009, podendo ser feita de três formas, conforme o seu tamanho e localização: pela Internet, (www.receita.fazenda.gov.br); por disquete a ser entregue nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal; ou, em formulário próprio, a ser entregue nas agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Se o imóvel estiver localizado no Estado de São Paulo e tiver área superior a 200 hectares, a declaração deverá ser feita pela internet ou por disquete. Revista Canavieiros Agosto de 2009 Revista Canavieiros -- Agosto de 2009 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE JULHO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de JULHO de 2009. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste Embora as chuvas anotadas na Algodoeira Donegá, IACCentro Cana-Apta Ribeirão Preto e Usina São Francisco tenham sido bem superiores aos demais locais (o dobro ou pouco mais que as respectivas médias históricas), a média das observações (27mm) na região de abrangência da CANAOESTE "ficou" próxima das médias (22mm) das normais climáticas. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 16 a 19 de JULHO de 2009. O Mapa 1, acima, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período de 16 a 19 de JULHO, apresentava-se como baixo a crítico em quase toda faixa centro-norte do Estado, excetuando-se estreita faixa na Região de São João da Boa Vista. O oposto foi observado na faixa Centro Sul do Estado. 26 26 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de JULHO de 2008. Os Mapas 2 e 3, mostram que o índice de Água Disponível no Solo ao final de JULHO de 2008 encontrava-se muito mais severo (crítico em toda área canavieira do estado de São Paulo) que em JULHO de 2009, pouco diferindo do Mapa 1 (até meados de JULHO de 2009) e explicando, como princi- ÁGUA, usar s ÁGUA, usar s Protejam e preservem as n Protejam e preservem as n
  • 27. Informações Setoriais pal fator, a menor qualidade tecnológica das canas processadas durante o mês de JULHO desta safra. Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de JULHO de 2009. As previsões de chuvas elaboradas pela SOMAR Meteorologia para a segunda quinzena de setembro vide Mapa 5 -, mostra que para a região de abrangência CANAOESTE não será diferente que o previsto para agosto e primeira metade de setembro. Este Mapa 5 mostra, também, que as chuvas poderão “ficar” acima das médias para a faixa Centro-Oeste do Estado. Ainda, pela SOMAR Meteorologia, as chuvas do mês de agosto e primeira quinzena de setembro poderão ser bem próximas das respectivas médias históricas. Mapa 5: SOMAR Meteorologia Previsão chuvas para a segunda quinzena de setembro Para subsidiMapa 4:- Prognóstico de chuvas de consenso entre ar planejamentos INMET – INPE para os meses de agosto e setembro de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de agosto e setembro. · Prevê-se que a temperatura média na Região CentroOeste ficará acima da normalidade climática e próximas das respectivas médias históricas nas Regiões Sudeste e Sul (Estado do Paraná); · Quanto às chuvas, o Mapa 4 ilustra os prognósticos de consenso INMET - INPE para estes dois meses; · Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro AptaIAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 20mm em agosto e pouco mais de 50mm em setembro. sem abusar ! sem abusar ! nascentes e cursos d’água. nascentes e cursos d’água. Como na região de abrangência da CANAOESTE já se verifica e prevê-se que a umidade do solo se mantenha baixa até final da primeira quinzena de setembro, será pouco provável ocorrência de pisoteios durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana, podendo-se, assim, dispensar cultivos mecânicos das soqueiras recém-colhidas. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 27 27
  • 28. Artigo Técnico Preço do ATR e o Mercado Internacional de Açúcar Cleber Moraes, Consultor CANAOESTE M. Moraes Consultoria Agronômica S/C Ltda A metodologia CONSECANA-SP de formação do preço da cana-de-açúcar tem correlação direta com os preços do açúcar e álcool, visto que a partir dos preços destes produtos finais é que são calculados os preços do ATR de cada produto e feita a ponderação em função das quantidades produzidas para obter-se o preço médio do Kg de ATR que, multiplicado pelo teor de ATR da cana (Kg de ATR por tonelada), formarão o preço da tonelada de cana-de-açúcar. Posto isto, é preciso entender a lógica de formação dos preços dos produtos finais e como as atitudes de cada produtor trazidas para o cenário mundial afetam o preço dos produtos finais (açúcar e álcool) e refletem em seu lucro ou prejuízo. A figura 1 apresenta a participação na Produção Nacional do açúcar e do álcool convertidos em ATR. No caso particular do Brasil, o álcool consome uma fatia maior do que o açúcar da produção de ATR proveniente do campo. Entretanto, na produção mundial, como pode ser visualizado na figura 2, é o açúcar que apresenta uma participação maior. Figura 1 - Participação em ATR do Açúcar e do Álcool na Produção Brasileira em 2007 Figura 2 - Participação em ATR do Açúcar e do Álcool na Produção Mundial em 2007 Levando em consideração apenas a fatia da produção dos diversos países que é comercializada entre eles, isto é, que fazem parte do comércio mundial e sujeita aos preços mundiais dos produtos, o açúcar tem uma participação muito mais significativa. Figura 3 - Participação em ATR do Açúcar e do Álcool no Comércio Mundial em 2007 Figura 4 - Participação em ATR do Açúcar e do Álcool na Produção Mundial em 2008 É importante destacar que, ano a ano, como pode ser observado na figura 4, o álcool vem ganhando importância e aumentando sua participação no mercado. Todavia, a produção de etanol encontra-se bastante concentrada no Brasil e nos Estados Unidos. O cenário do comércio internacional só tenderá a mudar quando mais países participarem com quantidades significativas deste produto. 28 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 O Brasil tem importância significativa na formação dos preços internacionais de açúcar e estes preços influenciam as políticas públicas dos diversos países para o setor, ditando o nível de subsídio às indústrias e produtores internos e a pressão dos demais setores destes países que utilizam o açúcar como insumo no sentido de obterem mais subsídios governamentais ou abertura do mercado para o produto importado do Brasil. Assim, o Brasil há muitos anos figura como vilão e mocinho, gerando preocupação e disputas no setor açucareiro de todo o mundo. E de sobra, agora pode ser também o vilão e mocinho do setor alcooleiro, o que tem gerado uma preocupação ainda maior e que resulta em uma imobilização no comércio mundial de álcool, mesmo com previsões legais de inserção do etanol ou álcool na matriz energética destes países. Na figura 5 é apresentada a evolução da participação do Brasil no mercado mundial de açúcar. A expectativa é que o Brasil figure com 50% de participação do comércio internacional do produto na safra 2.009/2.010. Essa grande participação do Brasil no mercado internacional de açúcar faz com que os preços do mercado interno reflitam os do externo, como será visto mais adiante, e os preços do álcool são fortemente influenciados pelo preço de açúcar e disponibilidade interna de matéria-prima.
  • 29. Artigo Técnico Figura 5 - Evolução da Participação do Brasil no Mercado Mundial de Açúcar Apesar da crescente participação do álcool no mercado mundial ainda, por provavelmente mais um ciclo do setor, será o preço internacional do açúcar o principal responsável pela definição dos preços de açúcar e álcool no mercado interno. Como o objetivo de entendermos qual a correlação entre preços, custos e as atitudes dos produtores de cana, vamos analisar os custos de produção, a situação econômica em que os produtores se encontram e os reflexos disso na formação dos preços futuros. Inicialmente vamos analisar um estudo recente efetuado pelo PECEGE (Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Agronegócio), da ESALQ, apresentado nas figuras 6 a 8, que mostra os custos de produção na região Centro-Sul do Brasil dividido entre as regiões tradicionais de produção de cana-de-açúcar, como o leste paulista e norte paranaense, e as regiões de expansão no oeste paulista, Mato Grosso do Sul, Sul de Minas Gerais e Goiás. A figura 6 apresenta os dados obtidos no estudo. Na figura 7 dividimos os custos em 4 grupos: 1-) Custo Operacional Efetivo menos os custos de arrendamento pagos aos proprietários das terras arrendadas; 2-) O Custo Operacional Efetivo, que inclui os custos de arrendamento pagos aos proprietários da terras arrendadas; 3-) O Custo Operacional Efetivo, que inclui os custos de arrendamento pagos aos proprietários da terras arrendadas mais os custos de remuneração da terra própria, o que equivaleria ao produtor que tenha 100% de terras arrendadas; Revista Canavieiros - Agosto de 2009 29
  • 30. Artigo Técnico 4-) Os Custos Totais de Produção, que inclui além do arrendamento e remuneração da terra própria, a depreciação e a remuneração do capital investido. A divisão desses grupos é importante para se avaliar qual o preço mínimo do Kg de ATR, conforme apresentado na tabela 8, que permita ao produtor sobreviver sem aumentar seu endividamento: a) No caso 1, os produtores que tenham apenas terras próprias, todos os equipamentos e bens próprios e não financiados e não paguem arrendamento; b) No caso 2, os produtores com parte de suas terras arrendadas conforme o perfil levantado na região, todos os equipamentos e bens próprios e não financiados; c) No caso 3, os produtores com todas de suas terras arrendadas e todos os equipamentos e bens próprios e não financiados; d) No caso 4, o preço mínimo que, a partir do qual, o produtor passe a ter resultado econômico positivo. Figura 6 - Custos de Produção na Safra 2007/2008 nas sub-regiões tradicionais e de expansão da Região Centro-Sul e da Região Nordeste do Brasil Fonte: PECEGE/ESALQ Figura 7 - Resumo dos Custos de Produção na Safra 2007/2008 das sub-regiões tradicionais e de Expansão da Região Centro-Sul do Brasil Fonte: PECEGE/ESALQ Figura 8 - Formação de Preço Mínimo a partir do Resumo dos Custos de Produção na Safra 2007/2008 das sub-regiões tradicionais e de Expansão da Região Centro-Sul do Brasil Fonte: PECEGE/ESALQ 30 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 Fica evidente que em nenhuma das situações na Safra 2007/2008 seria possível o produtor não aumentar o seu nível de endividamento, mas os dados demonstram uma diferença significativa com relação aos custos da terra (arrendamento + remuneração da terra própria) entre as regiões tradicionais e as de expansão da ordem de 7,87% e mais 6,75% relativo aos custos de capital como remuneração do capital e depreciação, o que indica que as regiões de expansão, além de terem um menor custo da terra, também têm um melhor aproveitamento dos ativos (tratores, caminhões e seus implementos), o que sugere espaço para a redução de custos por meio da prestação de serviços a terceiros ou o compartilhamento de ativos entre produtores, ou seja, sugere a existência de equipamento sub-utilizados. Em resumo, os dados da Figura 8 indicam que nas regiões tradicionais os produtores não sobreviveriam por muito tempo com preços de ATR inferiores a R$ 0,2584/Kg de ATR e que a partir de R$ 0,3370/Kg de ATR passariam a ter lucro e que os produtores das regiões de expansão não sobreviveriam por muito tempo com preços de ATR inferiores a R$ 0,2500/ Kg de ATR e que a partir de R$ 0,3012/ Kg de ATR passariam a ter lucro. Dentro desses limites de preço, os produtores tomam suas atitudes no campo, reduzindo os investimentos em reformas do canavial, adubação, controle de mato etc, que irão afetar a oferta de matéria-prima nas safras futuras e modificar os preços de açúcar e álcool. A figura 9 apresenta as produções brasileiras de cana-de-açúcar, sendo assinaladas as safras em que ocorreram crises de preços. Note-se que, após as crises, apesar dos aumentos sempre crescentes do consumo de açúcar e álcool, a produção de cana-de-açúcar desacelerou ou reduziu-se de fato, provocando uma reação nos preços de açúcar no mercado internacional que veremos a seguir na página 32.
  • 31. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 31
  • 32. Artigo Técnico Figura 9 – Evolução da Produção de Cana-de-açúcar no Brasil Figura 10 – Preços de Açúcar Mercado Interno e Externo e de Álcool Mercado Interno a partir de 07/07/2000 Fonte: ESALQ/CEPEA e Czarnikow Sugar Figura 11 - Variação de Preços de Açúcar Mercado Interno e Externo e de Álcool Mercado Interno base 100-07/07/2000 Cumpre destacar que, com o advento dos veículos flexíveis no Brasil, o álcool passou a ser um produto alternativo à gasolina, cujo aumento ou redução no consumo depende do preço da gasolina. Contudo, devido às condições políticas e tributárias internas da formação do preço da gasolina no Brasil e à vantagem/desvantagem financeira da utilização do álcool, o mercado formulou um limite máximo e mínimo do preço do álcool que se situa entre os seus custos desembolsáveis (custos totais agroindustriais exceto depreciações) e 70% do preço da gasolina. Em raros momentos, os preços do álcool rompem estas barreiras. Dois fatores podem influenciar esse rompimento: a falta de financiamento do fluxo de caixa e preços muito altos ou baixos de açúcar no mercado internacional. Apesar da influência do financiamento do fluxo de caixa, pode-se observar na figura 10 e 11 que a correlação entre os preços internacionais de açúcar e os preços de açúcar e álcool no mercado interno é muito forte. Na figura 11, que compara as variações de preço, fica nítido que a partir do final de janeiro deste ano, houve uma inversão de correlação do álcool com o preço de açúcar no mercado internacional que chegou inclusive a afetar os preços de açúcar no mercado interno. Este fato ocorreu devido às dificuldades de obtenção de crédito para o financiamento do caixa das unidades industriais e contaminou os preços de açúcar em função da convivência mais próxima dos agentes internos de mercado de açúcar e álcool, mas que começou a dissipar-se no final de julho e começo de agosto/2009. Exceto por raros momentos como neste, os preços de álcool são, na maioria das vezes, influenciados pelos preços do mercado internacional de açúcar. Entretanto, as ações internas dos produtores de cana-deaçúcar no Brasil também afetam os preços internacionais. Fonte: ESALQ/CEPEA e Czarnikow Sugar 32 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 Na figura 12 é apresentado um
  • 33. Artigo Técnico 1982 1981 1980 1979 1978 1977 1976 1975 1974 1973 Em todos esses ciclos, nota-se que após o pico de preços, seguem-se três safras de dificuldades para o setor e a partir daí um instante de recuperação rápida, seguido de pequena queda de preços, e um movimento mais duradouro de mais três a quatro safras. 1972 Acreditamos que esses picos de preços podem ter forte correlação com o Proálcool desenvolvido no Brasil, que potencializou inicialmente a produção alcooleira das antigas unidades açucareiras, mas que, em um segundo instante, afetou o mercado de açúcar, reduzindo a quantidade de produto no mercado e elevando os preços. Esse movimento ocasionou uma “corrida ao ouro”, que causou a redução de preços no momento seguinte. Figura 12 - Evolução dos Preços Mundiais de Açúcar - 1970 - 1982 1971 de 1990, 1997/98 e 2006, acrescentou ao movimento brasileiro, o movimento cubano, australiano e mais recentemente dos países asiáticos e do novo ciclo do álcool. 1970 gráfico da Evolução dos Preços Mundiais de Açúcar entre os anos de 1970 e 1982, onde podem ser observados dois momentos de forte elevação nos preços, seguidos de forte queda. Tempo Fonte: A Desregulamentação do Setor Sucroalcooleiro do Brasil - Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, 2000 Figura 13 - Cotação do Contrato No. 11 Açúcar em NY no 1º. Vencimento Esse primeiro movimento levou a um segundo, observado no início dos anos 80, com uma nova “corrida ao ouro” e nova queda de preços. Na figura 13 podemos observar a sequência desse movimento nas safras seguintes, sendo que nos últimos três ciclos representados pelas crises Revista Canavieiros - Agosto de 2009 33
  • 34. Artigo Técnico Figura 14 - Evolução dos Preços de Açúcar em NY e dos Estoques Mundiais de Açúcar Na figura 14 é possível notar que o período pré-crise é caracterizado por retiradas nos estoques mundiais de açúcar, atingindo um pico de preços. A partir daí, existem, pelo menos, dois anos com excedentes de produção em relação ao consumo, que caracterizam o início da crise. Na figura 15 é possível observar como esses movimentos e as variações nos estoques afetam os preços do Kg de ATR. Figura 15 - Evolução dos Preços do ATR acumulados das 10 últimas safras x Variação nos Estoques Mundiais de Açúcar Outros fatores extrínsecos ao setor podem afetar os preços do açúcar no mercado mundial como crises cambiais, financeiras etc. Mas essa repetição em ciclos parece estar fortemente estabelecida no setor e tem influência direta com o que vemos no campo, como é apresentado a seguir. Observando os preços do Kg de ATR após a crise de 1997/98, é possível notar como as atitudes dos produtores (independentes e unidades industriais) com relação às suas lavouras afetaram a oferta de matériaprima, que acabam por afetar os preços dos produtos no mercado internacional e por consequência no mercado interno. Figura 16 - Evolução dos Preços de Fechamento de Safra do CONSECANA-SP e atitude dos produtores de cana Figura 17 - Projeção da Evolução dos Preços de Fechamento de Safra do CONSECANA-SP e expectativa de atitude dos produtores de cana 34 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 Sem o objetivo de se fazer futurologia, mas buscando nos alicerçar no que foi observado, é razoável admitir que um novo movimento desses ciclos do setor iniciou-se a partir do final da safra 2006/2007, como pode ser visto na figura 17. Obviamente, os preços não serão exatamente como sugeridos na figura 17. Mas, mais importante do que prever os valores futuros, é aprender com as lições do passado e capitalizar nossas empresas e produtores no próximo período de bons resultados que virão, aguardar, capitalizados, as baixas do mercado e iniciar novos investimentos com a retomada dos bons preços no novo ciclo que virá.
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  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” "Um século de economia açucareira Evolução da moderna agroindústria do açúcar em São Paulo, de 1877 a 1970". Alcides Ribeiro Soares "Comigo a anatomia ficou louca: sou todo coração." Maiakovski 1) Pedro sempre pára de trabalhar antes do horário... Escrito, desta forma, não considerando as regras do Novo Acordo Ortográfico, Pedro está cometendo duas transgressões: com o Português e seu comprometimento profissional. Pedro pare no horário certo e com o português correto!!! Renata Carone Sborgia* Prezado amigo leitor o verbo parar “ perdeu” seu acento diferencial. Antes: Pedro sempre pára... Agora: Pedro sempre para... Outro exemplo: O trânsito sempre para naquela avenida principal às 18h. 2) Todos lêem livros naquela casa. Espero que estejam lendo as novas regras do Novo Acordo Ortográfico... Prezado amigo leitor, vamos à nova regra : desaparece o acento circunflexo(^) nas paroxítonas(a sílaba tônica-forte- é a penúltima da direita para a esquerda) terminas em “eem” e “oo”. O exemplo correto: Todos leem livros naquela casa. 3) Maria disse: - APAZIGÚEM com as novas regras do Novo Acordo!!! Prezado amigo leitor todos poderão apaziguar sem acento, por favor!!! Nova Regra: o acento agudo desaparece na letra U em algumas formas de verbos como o verbo APAZIGUAR. ANTES: APAZIGÚE AGORA: APAZIGUE O professor titular do Departamento de Economia da PUCSP, Alcides Ribeiro Soares é autor deste livro em que é contada em 148 páginas, a história crescente da agroindústria açucareira no século XX. PARA VOCÊ PENSAR: “Só conheço um dever: é o de amar.” Albert Campus “A amizade verdadeira é algo que não compramos, não vendemos, não medimos, ou sequer podemos comparar com coisa mensurável. É construída ao longo do tempo, com atitudes imbuídas dos melho- A escassez do assunto foi o motivo para a realização desta pesquisa e o objetivo principal é fornecer dados que possam ajudar na compreensão do início de sua formação até o fato mais importante dos anos setenta, que é o surgimento do Proálcool – Programa Nacional do Álcool. res sentimentos.”AD * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia 36 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
  • 37. Repercutiu Foto: José Cruz / ABr “Já disseram que essa casa é melhor do que o céu, mas hoje essa casa é pior do que o inferno. Sem morrer, nós estamos vivendo um inferno aqui no Senado, pelo clima, pela radicalização. Eu nunca vi essa casa se rebaixar ao ponto em que ela está”. Do senador gaúcho, Pedro Simon (PMDB-RS), se referindo ao Senado Brasileiro. Foto: Fábio Rodrigues / Pozzebom / ABr “A mensagem que o mundo recebe do Brasil é que somos um país governado por uma classe política que comete todos os tipos de crime e que nunca é punida. Que país é este? Onde estão nossas autoridades e instituições que não tomam providência alguma? Onde está a mobilização da sociedade?” Do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, se referindo aos absurdos que estão acontecendo no Senado. “É menos apoiar o homem, é apoiar a instituição. Veja, o Sarney pediu investigação da Polícia Federal sobre o filho dele, pediu para a Fundação Getúlio Vargas fazer um estudo da questão do Senado para um novo gerenciamento do Senado. Até agora, ele tomou as medidas que tinha que tomar e temos que esperar, porque se nós acharmos que as pessoas têm que ser condenadas pela manchete do jornal, ninguém consegue fazer nada nesse país. O que não dá é as pessoas acharem que pode mudar o presidente do Senado toda vez que tem uma denúncia”. Do presidente Lula, que disse que o apoio ao parlamentar é menos ao homem a mais à instituição. Revista Canavieiros - Agosto de 2009 37
  • 38. VENDEM-SE - 03 arrancadores de amendoim (Santal) - Valor: 1000 sacos de amendoim (cada um) - Pagamento: safra 2009/2010 Tratar com Valter e Sergio Magro pelos telefones: (16) 9705-4477 - Valter ou (16) 8126-8907 - Sergio. VENDEM-SE - 01 plantadeira Jumil-Magnum, JM2880 PD 12/12 linhas, ano 2004; - 01 plantadeira Jumil-Magnum, JM2880 PD 8/8 linhas, ano, 1999. Tratar com Alexandre pelo telefone: (16) 3663-3850 VENDEM-SE - 01 Reboque Canavieiro, 02 fixo,Mod. Truck/Galego, ano 2004; -02 Trator Valtra BH 160, ano 01 E 06, c/kits de ar e chupetão para cana; -01 Carregadeira de cana Valtra BM 85 4X4 c/ Gab. Santal, ano 03; -01 Trator Valtra S-1180, ano 99 c/kits de ar e chupetão para cana e boca carregadeira Stara. Tratar com Marco Aurélio pelos telefones: (17) 3325.2608 ou (17) 9619.3333 - Barretos/SP. VENDE-SE - 01 carregadeira Santal, CMP 10 Valmet 885, Ano/Mod. 1993/93 no valor de R$ 30.000,00. Tratar com Luis Fernando pelos telefones (16) 9261-6339 ou (16) 3851-1641. VENDE-SE - 01 caminhão MBB 2638 LS, ano 2000, traçado 6X4, motor 2006, câmbio 2008, cavalo, cor branco. Tratar com Agnelo pelo telefone: (17)3331-2902. VENDEM-SE - Erradicar de soqueiras de cana; - Conjunto de dois tanques de 800 litros cada, acopláveis laterais do tra38 Revista Canavieiros - Agosto de 2009 tor mod. PHI da Jacto com bomba; - Calcariadeira "Jan" lancer 2500; - Pulverizador condor, 600 litros, manual barras 12m; - Semeadeira Baldan SH 13; - Rolo-faca 10 facas 3500 kg ou 10.000 kg com lastro; - Grade Tatu GNL 24 D. 18' 170 mm; - Grade Tatu GNM 44D. 22' 195 mm; - Grade Civemasa, GVCF227 22D. 28' 270mm - Arado de aivecas Tatu AAR4; - Enleirador de palha. Tratar com Márcio pelo telefone: (14) 9792 1571 ou pelo e-mail jmarciopereirav@yahoo.com.br - terças, caibros e porteiras; - tambores plásticos de 200 lts; - 02 mulas com um ano de idade; - 02 burros com um ano de idade; Tratar com Wilson pelo telefone: (17)9739.2000 - Viradouro -SP VENDEM-SE - 04 Caminhões MB-2219 Traçado, ano 1983, caçamba iderol 13 Mtsª; - 01 Caminhão MB-1313 Tanque Pipa, ano 1986,Tanque 13.000lts; - 01 Caminhão MB-1513 Tanque Pipa, ano 1985, Tanque 12.000lts; - 01 Caminhão MB-2013 Tanque Pipa, ano 1987, Tanque 15.000lts. Todos os caminhões pipas vêm com equipamento completo Bomba de sucção, pé de pato, regador pneumático traseiro, canhão de água e mangueiras. Caminhões em ótimo estado de conservação. Tratar com Leonardo pelos telefones: (16) 9221-4703 ou (16) 3943-5204 Email: leonardo_marcari@yahoo.com.br COMPRA-SE - Alambique de cobre de 1000 litros ou mais que esteja em boas condições. Tratar com José Paulo Prado pelos telefones: (019)35415318 ou (19)91548674 VENDEM-SE - 01 caixa d´água modelo australiana para 50.000 lts de água; - 01 caixa d´água modelo australiana para 5.000 lts de água; - 01 transformador de 15 KVA; - 01 transformador de 45 KVA; - 01 transformador de 75 KVA; - tijolos antigos e telhas; - lascas, palanques e mourões de aroeira; - 01 sulcador de 2 linhas DMB; - postes de aroeira; VENDE-SE - Fazenda com 73 alqueires, plantação de cana, arrendada para Usina, e pasto. Sede, curral, córrego, APP e reserva legal já averbada. Valor: R$ 50.000,00 o alqueire Creci 71168 Entrar em contato pelo site: www.escritoriodalpino.com.br VENDEM-SE - Colheitadeira de cana Cameco CHT 2500B ano 2001, maquina em bom estado, R$ 240.000,00; - Colheitadeira de Cana Case 7000 ano 2001, maquina em bom estado, R$ 240.000,00. - Valmet 880 simples ano 87 com concha dianteira, R$ 26.000,00. - Varredura de adubos, R$ 450,00/tonelada, entre em contato conosco para maiores informações. - Valtra 985/4 ano 1996, maquina em excelente estado, R$ 38.000,00. Tratar com José Paulo Prado pelos telefones: (19) 35415318 ou (19) 91548674 VENDE-SE OU TROCA-SE Uma plantadeira marca MARCHINI, ano 2001, quatro rodas com pneus alta flutuação largos. Valor R$53.000,00 Aceito troca por carro ano acima 2005 ou caminhonete ano acima 2003. Tratar com Cristian pelo telefone:(65) 8466 9226 ou pelo e-mail: cristian_pasqualli@hotmail.com.
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  • 40. 40 Revista Canavieiros - Agosto de 2009