Julgamento de gado leiteiro: escore corporal e características importantes
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Contrato ATER/INCRA/PROSAFRA nº 15000/14
JULGAMENTO DE GADO
LEITEIRO
TÉCNICO RESPONSÁVEL: RAFAEL SOARES DIAS
rafaelsoareszootec@hotmail.com
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JULGAMENTO DE GADO LEITEIRO
Técnico Responsável: RAFAEL SOARES DIAS
rafaelsoareszootec@hotmail.com
INTRODUÇÃO
Neste texto o objetivo é apresentar conceitos que abrangem a prática de
julgamento de gado leiteiro pelo escore corporal. Serão abordados conceitos
sobre o que é escore corporal, o que é julgamento de gado leiteiro, quais os
requisitos importantes para se julgar um gado leiteiro, a influência da
genética, o manejo do gado leiteiro, a alimentação do gado leiteiro, a estatura
do gado, o ângulo da garupa, a largura da garupa, as pernas posteriores com
vista lateral e traseira, o ângulo dos cascos, a inserção do úbere anterior, a
altura do úbere posterior, a largura do úbere posterior, a profundidade do
úbere, o comprimento das tetas e por fim o escore corporal do gado de corte.
O QUE É ESCORE CORPORAL?
O escore corporal é a maneira pela qual o produtor avalia toda sua
criação e, ao mesmo tempo a maneira como ele define seus planos de
engorda, bem como seus planos de reprodução almejando um resultado
definitivo.
É preciso determinar esse escore corporal através de alguns estágios da
vida dos animais como, por exemplo, desmame. Durante esse período é
preciso determinar o escore tanto dos bezerros quanto das mães, visto que
bezerros fracos que possuem mães gordas é revelado pouca habilidade dessa
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mãe quanto a maternidade, pois geralmente as vacas que estão na primeira
cria estão mais magras.
Dos 30 a 60 dias pós-desmame, é preciso avaliar as vacas para ver se
elas estão reagindo bem pós-parto, pois as vacas que estão magras precisam
se recuperar ou então serem descartadas. Os 90 dias do pré-parto é o último
prazo para determinar quais são as vacas que apresentam uma magreza para o
parto e que portanto, precisam ser recuperadas imediatamente.
É preciso avaliar o parto das vacas as quais tiveram o parto magras
dificilmente voltaram a poder ciclar novamente. Na Estação de Monta,
dependendo do escore das fêmeas é necessária a implantação do desmame
precoce.
Sendo assim, o escore corporal são dados em notas que variam de 1 a 9,
sendo que notas de 1 a 3 denominam animais magros que estão com costelas
de fora; notas de 4 a 6 denominam animais que não apresentam grande
deposição de gordura, mas suas costelas não estão de fora; notas de 7 a 9
denomina animais gordos, sendo eles recomendados para a reprodução, visto
que os mesmos possuem excesso de gordura.
O QUE É JULGAMENTO DE GADO?
O julgamento de gado pode ser comparado a uma arte, onde a perfeição
irá depender das aptidões, bem como dos conhecimentos dos julgadores. O
julgamento é definido como sendo uma arte a qual determina as qualidades
que o animal tem, onde se pode comparar as qualidades do animal que está
sendo julgado com as do tipo ideal ou até mesmo as de uma padrão
reconhecido. A eficiência do julgamento aumenta conforme a observação e os
estudos que são adquiridos através das práticas constantes de julgamento.
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QUAIS OS REQUESITOS PARA JULGAR UM GADO?
Para julgar um gado são levados em consideração alguns elementos
essenciais. O conhecimento da raça que está em julgamento, visto que o
julgador precisa saber com propriedade as características que são ideais para
essa raça, bem como os defeitos que trazem a desclassificação do gado.
Também a observação apurada da raça, ou seja, é preciso que haja uma
observação bem apropriada. A maioria dos erros cometidos durante os
julgamentos são por conta de uma observação mal feita, sendo que essa
observação consiste em uma avaliação observando como o gado é realmente.
Também o bom senso é um requisito importante, visto que o avaliador
deve ter bom senso e habilidade nas comparações, pesando bem as
características do animal irá alcançar o objetivo final que é uma avaliação e
um julgamento lógico e justo.
Assim como a coragem e a honestidade também são importantes, visto
que julgando o animal de maneira consciente e cientifica não há como o
jurado deixar se influenciar por opiniões de pessoas de fora, pois assim sua
decisão será séria.
A avaliação do gado leiteiro segue o padrão de força leiteira (22%),
garupa (10%), pernas e pés (26%) e sistema mamário (42%). A força leiteira
avalia
A INFLUÊNCIA DA GENÉTICA
A genética do gado pode favorecer a alta produtividade leiteira. Muitos
produtores investem em melhoramento genético para garantir um padrão de
qualidade ou aumento da produção. O cruzamento do gado deve ser
acompanhado por um especialista. Cruzar raças diferentes ou animais de
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baixa produção de leite ou animais com defeitos de aprumos podem gerar
problemas futuros nas novas crias.
MANEJO DO GADO LEITEIRO
O gado leiteiro passa por todo um manejo, porém esse manejo é tido
como todas as tarefas que são desempenhadas com os animais, onde se tem
como meta final a produção eficaz dos mesmos. Atualmente se tem incluído
ao termo de manejo o conceito de máxima produção, bem como da eficiência
do uso de equipamentos e instalações.
O manejo do gado leiteiro não pode ser estabelecido por normas
padronizadas, nem tampouco ser destinada a qualquer tipo de rebanho, visto
que o manejo varia conforme o tipo do gado, o local em que se encontra o
gado, o estágio de tecnologia que é atingido pelo criador do gado, dentre
outras características as quais visam a alta produtividade do gado através de
um bom desempenho com seu manejo.
ALIMENTAÇÃO DO GADO LEITEIRO
A dieta dos bovinos precisa de nutrientes os quais são utilizados
visando a manutenção, o crescimento, a reprodução e a produção dos mesmos
na forma de leite ou de carne. É preciso manter uma alimentação adequada e
balanceada do ponto de vista nutricional, bem como econômico.
Para tanto, se faz necessário e importante um sistema de alimentação
bem equilibrado e que traz retorno, sendo ele baseado em proteína, energia,
minerais e vitaminas. Essa combinação dos nutrientes levando em conta a
composição química dos alimentos é realizada através de tabelas as quais já
existem para facilitar a combinação.
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A combinação tida como ideal na formulação da dieta adequadas dos
animais seguem um padrão que já se compra formulado pelas fábricas de
ração, que podem ser realizadas manualmente ou com auxílio de programas
de computadores.
ESTATURA DO GADO
A estatura do gado leiteiro também deve ser avaliada. A medida é feita
dos cascos das patas traseiras até a lombar. A medida ideal 1 m 50 cm ou 1,50
cm. A medida extremamente baixa é de 1 m 30 cm ou 1,30. Essas medidas são
para o gado acima de 40 meses. Por isso a estatura também deve levar em
conta a idade do gado leiteiro.
Também é importante saber que o ideal no escore corporal é o
nivelamento da linha superior em 3 cm, ou seja, o ideal é o gado ser 3 cm
mais alto próximo a cabeça do que a garupa.
ÂNGULO E LARGURA DA GARUPA
Esse ângulo da garupa possui uma relação para com o desempenho de
reprodução da vaca, sendo ele relacionado com a drenagem adequada do
útero. A pontuação ideal é o 5, pois quando as pontas dos ísquios variam de 3
a 5 cm, sendo eles então mais baixos que as pontas do íleos.
A capacidade que a vaca apresenta para um parto facilitado, tem relação
com a largura da garupa, porque quanto mais larga a garupa mais fácil será o
nascimento do bezerro.
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PERNAS POSTERIORES – VISTA LATERAL E TRAZEIRA
A pessoa responsável pela classificação irá avaliar a curvatura na região
do jarrete, onde será traçado de forma imaginária uma linha que vai da
articulação coxo-femural até o casco, passando pelo meio da perna. Precisa-se
considerar como pontuação ideal para essa característica o 5, que é
denominado por intermediária, sendo com pernas levemente curvas, onde o
animal possa caminhar com facilidade.
ÂNGULO DOS CASCOS E JUNTAS TRASEIRAS
A característica do ângulo dos cascos é avaliada de acordo com a
observação do ângulo que se forma entre a frente do casco e o solo, formando
um ângulo de 56 graus.
Também é importante observar se as juntas do gado leiteiro é muito
grossa. Quanto mais grossa mais prejudicial. Quanto mais extremamente
plano e limpa melhor.
INSERÇÃO DO ÚBERE ANTERIOR
É preciso que essa inserção seja suave e firme para com o abdômem,
sendo que a inserção ideal é a realizada extremamente forte.
ALTURA E LARGURA DO ÚBERE POSTERIOR
Essa altura aponta o potencial de capacidade que a vaca tem de
produção de leite, sendo a observação feita através da distância que há entre a
vulva e o lugar onde termina o tecido secretor.
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A largura do úbere posterior também é uma forma de indicação de
potencial produtivo da vaca, sendo os úberes extremamente largos os mais
ideais.
PROFUNDIDADE DO ÚBERE
É preciso levar em consideração o número de partos já realizados e
também a idade do animal. Esta profundidade é medida pelo piso do úbere,
que é a base dos tetos, relacionado ao jarrete.
Os úberes considerados baixos precisam ser evitados, visto que os
mesmos são mais suscetíveis a traumatismos e infecções, porém eles podem
indicar uma maior capacidade de produção. Mas, os úberes considerados mais
rasos não suportam altas produções.
COMPRIMENTO DAS TETAS
Para medir o comprimento das tetas é necessário buscar uma base do
peito larga, onde há uma separação ampla dos membros anteriores, visto que
dessa forma indicará uma maior área pulmonar e cardíaca.
ESCORE CORPORAL DO GADO DE CORTE
A avaliação do escore corporal é a mesma coisa que dizer a avaliação
da condição corporal. Esse escore é obtido através de uma avaliação visual e
também tátil do animal por um profissional qualificado. Porém, há diferentes
classificações de escores, visto que as mesmas variam no conceito, na
topologia dos pontos que estão em observação e na espécie do animal que está
em avaliação.
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As notas dos escores são dadas de acordo com a quantidade de reservas
teciduais, mais especificadamente da gordura e dos músculos em algumas
partes do corpo do animal.
Para realizar essa avaliação nos bovinos de cortes são utilizadas duas
escalas, sendo uma com escores avaliados de 1 a 5 e a outra com escores
avaliados de 1 a 9.
Na primeira escala os escores são assim definidos: 1 – caquético ou
emaciado, onde há total visibilidade das costelas; 2- Magro, onde os ossos
estão salientes ao extremo; 3- Médio ou Ideal, onde tem-se uma cobertura de
músculos visíveis; 4- Gordo, onde a cobertura de músculo está bem visível; 5-
Obeso, onde todo o corpo está coberto e aparem grande camadas de gordura.
Na segunda escala os escores são assim definidos: 1- como debilitada;
2- como pobre; 3- como magra; 4- no limite; 5- como moderada; 6- como
moderada boa; 7- como boa; 8- como gorda; 9- como extremamente gorda.
REFERÊNCIAS
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteSudeste/alimentacao
.html
http://www.bovinos.ufpr.br/Aula%2004%20GP.pdf
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/37279/1/Circular57.pdf
http://www.bovinos.ufpr.br/C%C3%B3pia%20de%20Aula%2004%20-
%20Avalia%C3%A7%C3%A3o%20Conforma%C3%A7%C3%A3o%20Vacas%20Leiteir
as.pdf
http://www.cpt.com.br/cursos-bovinos-gadodeleite/artigos/melhoramento-genetico-
bovinos-leiteiros-promove-aumento-produtividade-atividade-leiteira
Rafael Soares Dias – Zootecnista – CRMV 01459/Z