SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  21
Crônica de uma praça chamada 
...BRASIL
CRÔNICA DE UMA PRAÇA CHAMADA 
BRASIL. 
As discussões do segundo dia do Seminário 
da Paz realizado em 18 e 19 de setembro de 2014 
haviam cessado para uma pausa pro almoço. 
Decidi como outros colegas meus, ficar pelo 
centro mesmo, para fazer algumas coisas 
necessárias. Assim, às 12h e 07min da tarde, após 
dar um tchau pelo zapzap ao meu amigo e 
músico da Bridge - Ministério, Léo Pissettí, eu, 
Raimundo Soares de Andrade, passei a olhar e 
observar as cenas de uma bela praça chamada 
Brasil.
CRÔNICA DE UMA PRAÇA CHAMADA BRASIL. 
"ELES" estavam lá. Passeando, conversando, dormindo, 
vendendo, politicando, comendo, trabalhando, estudando. Indiferente 
aos olhares de quem por lá passava, essas figuras, próprias daquele 
lugar, ficavam no esquecimento e como que invisíveis perambulavam 
de um canto para o outro e como estátuas se punham cada um em sua 
posição de ataque, de repouso, ou de reflexão. Atentamente, eu as 
fotografei no mais puro prazer de seus momentos bem peculiares. 
Alguns, pedi autorização, outros nem perceberam que eu estava ali, 
pois na verdade, quem os percebe? Homens? Deus? Sim... Deus, que lá 
de cima olha para cada uma de suas criaturas e de seus filhos com 
eterno amor.
- Ali na minha frente, sentado e pensativo, o senhor de azul, 
olhava atentamente fixo no que o futuro lhe reservava. Uma 
luz de esperança irradiava em seu olhar e traçar tais objetivos 
se fazia notório.
- O calor intenso provocava naturalmente uma predisposição ao sono 
suave do meio dia, assim, o descanso naquele lugar, era coletivo e cada 
um procurava seu cantinho pra descansar. Homem, animal, animal, 
homem. Todos juntos desfrutavam da mesma forma. Cama? Luxo? Pra 
que? se o chão estava bem ali, abaixo do corpo de cada um como se 
fosse feito de pena de ganso.
-Entre restos e sementes, um ser descansava e outro 
trabalhava, porque para viver é preciso comer, trabalhar e 
descansar. Essa é a vida? Essa é a vida!
- O coreto não emitia som algum e o mastro, estava solitário e 
ninguém ao não ser uma pequena garrafinha vazia de pinga 
lhe fazia companhia.
-Do lado da escadaria central, um ser igual a todos nós. Uma garrafa na 
mão e o corpo encostado na velha árvore que acolhia ali todo dia as 
tristezas e alegrias de quem lhe pedia encosto. Seu tronco era um banco 
e as migalhas no chão, eram refeição. Homem e pombo se uniam na 
disputa do bem estar social compartilhado sem receio algum, porque o 
Senhor ama a quem dar e divide com alegria
- O picolezeiro sorridente, seguia em frente, pois o calor 
daquele dia fazia a venda disparar e o seu suado dinheiro 
ganhar. Quem quer comprar?seu suado dinheiro ganhar
- A vendedora de ervas medicinais ainda com um marmitex na 
mão revelava o segredo da saúde e da felicidade física. Chás 
"milagrosos" dizia ela, cura qualquer coisa, menos as doenças 
da alma, essas, só Jesus na causa. Oferecer suas ervas era 
demais e quem comprava, se admirava
- Um passo mais adiante eu percebi os fios trançados pelas 
mãos do hippie, que fazia arte tão perfeita que nem as mais 
belas galerias podiam decifrar o segredo de tanto encanto e 
beleza. Um pequeno cachimbo artesanal revelava o que todos 
já sabiam: Ele usava! Ele usava?
-No canto debaixo da praça, lá meio longe o violeiro arteiro 
ouvia o grito de alarido de jovens destemidos pagos por algum 
valor para se aliar ao político tal, que por todos dizia-se legal, 
será? o tempo dirá.
A sede em mim bateu, mas coitado “deu”, o bebedouro estava logo ali ao 
lado, ocupado, tinha nele alguém sentado. Água que era bom, não 
existia. Mas, “Ele”, um ser igual a qualquer outro, refletia como um 
sujeito visível e ao mesmo tempo invisível. Coçava a cabeça 
desordenadamente como que girando num mundo oculto e obscuro.
-Já a sombrinha, azul clara da senhora que seguia em passos 
semirrápidos cobriam o que ela queria e os estudantes sem 
livros, com celulares em suas mãos, lançavam olhares com 
risos e sonhos, engraçados e apreciados.
-A espera do próximo comprador, uma certa dona, em sua 
poltrona, não de madeira nobre mas de plástico meio "pobre" 
se sentia feliz, pois o pão nosso de cada dia, ali, ela 
conseguia
- O vendedor de sonhos esperava quem pudesse um 
cartãozinho comprar e o sonho de uma casa ou carro, realizar.
- Fiquei surpreso porque naquela árvore frondosa, lá no galho 
mais alto, o pássaro preto, fitava seu olhar nos insetos a voar . 
Sua felicidade era a mais pura liberdade e enquanto isso, todos, 
lá embaixo, livres e soltos, andavam presos em seus próprios 
mundos.
E o ipê amarelo, majestoso, era sincero e olhava a todos com 
sua beleza radiante, envolvente, contagiante, aconchegante, 
mágico.
- O sino da igreja não soava, mas a cruz exposta revelava a força da fé 
de quem cria e fazia suas preces a Deus, o Senhor do universo. 
Por fim, as 13h:07min, eu me encontrava sentado num banquinho de 
plástico, no espetinho do beto que atendia a todos com tal simpatia que 
preponderava a alegria e a satisfação de ser bem atendido.
Por fim, as 13h:07min, eu me encontrava sentado num banquinho de 
plástico, no espetinho do beto que atendia a todos com tal simpatia que 
preponderava a alegria e a satisfação de ser bem atendido. Assim, no 
canto da praça, me satisfazia em comer um espeto de carne coberto de 
farinha com pimenta e um refri gelado pago em metade pelo meu 
amigo violeiro João Thalis, que me acompanhava com seu sorriso 
contagiante sempre estampado em seu olhar animador como quando 
faz com a viola na mão.
E a praça? Continua lá, recebendo quem por ela passar. 
E mais um dia seguiu...bem ali na praça Brasil 
Rondonópolis-MT,21/09/2014, BRASIL 
Raimundo Soares de Andrade 
Coordenador Pedagógico da Escola Eunice Souza dos Santos 
prrsoares@homail.com

Contenu connexe

Similaire à Crônica de uma praça chamada Brasil

Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação  de  Sofia de Mello Breyner AndresenApresentação  de  Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação de Sofia de Mello Breyner AndresenMaria Costa
 
Discurso Dr. Sérgio Pitaki - Posse Diretoria Nacional da Sobrames 2013
Discurso Dr. Sérgio Pitaki - Posse Diretoria Nacional da Sobrames 2013Discurso Dr. Sérgio Pitaki - Posse Diretoria Nacional da Sobrames 2013
Discurso Dr. Sérgio Pitaki - Posse Diretoria Nacional da Sobrames 2013Sérgio Pitaki
 
Carlos Burke - O Cortejo (Conto)
Carlos Burke - O Cortejo (Conto)Carlos Burke - O Cortejo (Conto)
Carlos Burke - O Cortejo (Conto)Carlos Burke
 
Maratona ABL 2016 - Orígenes Lessa
Maratona ABL 2016 - Orígenes LessaMaratona ABL 2016 - Orígenes Lessa
Maratona ABL 2016 - Orígenes Lessasmemidia
 
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdftexto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdfDenise De Ramos
 
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdftexto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdfDenise De Ramos
 
Apresentação de sofia.ppt 2
Apresentação  de sofia.ppt 2Apresentação  de sofia.ppt 2
Apresentação de sofia.ppt 2mjmsma
 
Frank e. peretti este mundo tenebroso - vol. 1
Frank e. peretti   este mundo tenebroso - vol. 1Frank e. peretti   este mundo tenebroso - vol. 1
Frank e. peretti este mundo tenebroso - vol. 1sergiocarlos
 
Revista Boa Vontade, edição 202
Revista Boa Vontade, edição 202Revista Boa Vontade, edição 202
Revista Boa Vontade, edição 202Boa Vontade
 
12 um céptico
12   um céptico12   um céptico
12 um cépticoFatoze
 

Similaire à Crônica de uma praça chamada Brasil (20)

Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação  de  Sofia de Mello Breyner AndresenApresentação  de  Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
 
Discurso Dr. Sérgio Pitaki - Posse Diretoria Nacional da Sobrames 2013
Discurso Dr. Sérgio Pitaki - Posse Diretoria Nacional da Sobrames 2013Discurso Dr. Sérgio Pitaki - Posse Diretoria Nacional da Sobrames 2013
Discurso Dr. Sérgio Pitaki - Posse Diretoria Nacional da Sobrames 2013
 
JUMP
JUMPJUMP
JUMP
 
Carlos Burke - O Cortejo (Conto)
Carlos Burke - O Cortejo (Conto)Carlos Burke - O Cortejo (Conto)
Carlos Burke - O Cortejo (Conto)
 
Maratona ABL 2016 - Orígenes Lessa
Maratona ABL 2016 - Orígenes LessaMaratona ABL 2016 - Orígenes Lessa
Maratona ABL 2016 - Orígenes Lessa
 
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdftexto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
 
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdftexto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
texto 1-Alves, Rubens -Conversas_com_quem_gosta_ensinar.pdf
 
Um velhinho um violao
Um velhinho um violaoUm velhinho um violao
Um velhinho um violao
 
358 an 15_novembro_2011.ok
358 an 15_novembro_2011.ok358 an 15_novembro_2011.ok
358 an 15_novembro_2011.ok
 
Apresentação de sofia.ppt 2
Apresentação  de sofia.ppt 2Apresentação  de sofia.ppt 2
Apresentação de sofia.ppt 2
 
O Dom Supremo 11
O Dom Supremo 11O Dom Supremo 11
O Dom Supremo 11
 
O Dom Supremo
O Dom SupremoO Dom Supremo
O Dom Supremo
 
O dom supremo
O dom supremoO dom supremo
O dom supremo
 
O dom supremo
O dom supremoO dom supremo
O dom supremo
 
O dom supremo
O dom supremoO dom supremo
O dom supremo
 
Frank e. peretti este mundo tenebroso - vol. 1
Frank e. peretti   este mundo tenebroso - vol. 1Frank e. peretti   este mundo tenebroso - vol. 1
Frank e. peretti este mundo tenebroso - vol. 1
 
Revista Boa Vontade, edição 202
Revista Boa Vontade, edição 202Revista Boa Vontade, edição 202
Revista Boa Vontade, edição 202
 
Antologia poética
Antologia poéticaAntologia poética
Antologia poética
 
12 um céptico
12   um céptico12   um céptico
12 um céptico
 
Chicos 19 janeiro 2009
Chicos 19 janeiro 2009Chicos 19 janeiro 2009
Chicos 19 janeiro 2009
 

Plus de Seduc MT

Saudades do tempo que a igreja era IGREJA. prrsoares
Saudades do tempo que a igreja era IGREJA. prrsoaresSaudades do tempo que a igreja era IGREJA. prrsoares
Saudades do tempo que a igreja era IGREJA. prrsoaresSeduc MT
 
Fake news, fato ou boato? prrsoares
Fake news, fato ou boato? prrsoaresFake news, fato ou boato? prrsoares
Fake news, fato ou boato? prrsoaresSeduc MT
 
Poesia em movimento. Aula prática de Dança
Poesia em movimento. Aula prática de DançaPoesia em movimento. Aula prática de Dança
Poesia em movimento. Aula prática de DançaSeduc MT
 
Exposição de telas. Pintura com giz de cera
Exposição de telas. Pintura com giz de ceraExposição de telas. Pintura com giz de cera
Exposição de telas. Pintura com giz de ceraSeduc MT
 
Exposição de pintura em telas com giz de cera. PRINART
Exposição de pintura em telas com giz de cera. PRINARTExposição de pintura em telas com giz de cera. PRINART
Exposição de pintura em telas com giz de cera. PRINARTSeduc MT
 
PRINART. Arte natalina em pet
PRINART. Arte natalina em petPRINART. Arte natalina em pet
PRINART. Arte natalina em petSeduc MT
 
Exposição de Brinquedos com PET. PRINART
Exposição de Brinquedos com PET. PRINARTExposição de Brinquedos com PET. PRINART
Exposição de Brinquedos com PET. PRINARTSeduc MT
 
Por amor à Gabby, no tom da vida II
Por amor à Gabby, no tom da vida IIPor amor à Gabby, no tom da vida II
Por amor à Gabby, no tom da vida IISeduc MT
 
Ser músico. prrsoares
Ser músico. prrsoaresSer músico. prrsoares
Ser músico. prrsoaresSeduc MT
 
Doe VIDA. doe SANGUE !
Doe VIDA. doe SANGUE !  Doe VIDA. doe SANGUE !
Doe VIDA. doe SANGUE ! Seduc MT
 
Imagens e mensagens do mundo da música. Musicômico. prrsoares
Imagens e mensagens do mundo da música. Musicômico. prrsoaresImagens e mensagens do mundo da música. Musicômico. prrsoares
Imagens e mensagens do mundo da música. Musicômico. prrsoaresSeduc MT
 
Fazer o bem, faz bem!
Fazer o bem, faz bem!Fazer o bem, faz bem!
Fazer o bem, faz bem!Seduc MT
 
A Essência do amor. prrsoares
A Essência do amor. prrsoaresA Essência do amor. prrsoares
A Essência do amor. prrsoaresSeduc MT
 
Artes gerais. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.
Artes gerais. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.Artes gerais. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.
Artes gerais. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.Seduc MT
 
Porque a vida é feita de escolhas. prrsoares
Porque a vida é feita de escolhas. prrsoaresPorque a vida é feita de escolhas. prrsoares
Porque a vida é feita de escolhas. prrsoaresSeduc MT
 
No tom da vida. prrsoares e Gabby Marques
No tom da vida. prrsoares e Gabby MarquesNo tom da vida. prrsoares e Gabby Marques
No tom da vida. prrsoares e Gabby MarquesSeduc MT
 
A Canção da meia noite. prrsoares
A Canção da meia noite. prrsoaresA Canção da meia noite. prrsoares
A Canção da meia noite. prrsoaresSeduc MT
 
O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes ent...
O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes ent...O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes ent...
O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes ent...Seduc MT
 
Árvore Genealógica de Raimundo Soares de Andrade e Traudi Ullmann de Andrade
Árvore Genealógica  de Raimundo Soares de Andrade e Traudi Ullmann de AndradeÁrvore Genealógica  de Raimundo Soares de Andrade e Traudi Ullmann de Andrade
Árvore Genealógica de Raimundo Soares de Andrade e Traudi Ullmann de AndradeSeduc MT
 
A Menina que Sonhava. prrsoares
A Menina que Sonhava. prrsoaresA Menina que Sonhava. prrsoares
A Menina que Sonhava. prrsoaresSeduc MT
 

Plus de Seduc MT (20)

Saudades do tempo que a igreja era IGREJA. prrsoares
Saudades do tempo que a igreja era IGREJA. prrsoaresSaudades do tempo que a igreja era IGREJA. prrsoares
Saudades do tempo que a igreja era IGREJA. prrsoares
 
Fake news, fato ou boato? prrsoares
Fake news, fato ou boato? prrsoaresFake news, fato ou boato? prrsoares
Fake news, fato ou boato? prrsoares
 
Poesia em movimento. Aula prática de Dança
Poesia em movimento. Aula prática de DançaPoesia em movimento. Aula prática de Dança
Poesia em movimento. Aula prática de Dança
 
Exposição de telas. Pintura com giz de cera
Exposição de telas. Pintura com giz de ceraExposição de telas. Pintura com giz de cera
Exposição de telas. Pintura com giz de cera
 
Exposição de pintura em telas com giz de cera. PRINART
Exposição de pintura em telas com giz de cera. PRINARTExposição de pintura em telas com giz de cera. PRINART
Exposição de pintura em telas com giz de cera. PRINART
 
PRINART. Arte natalina em pet
PRINART. Arte natalina em petPRINART. Arte natalina em pet
PRINART. Arte natalina em pet
 
Exposição de Brinquedos com PET. PRINART
Exposição de Brinquedos com PET. PRINARTExposição de Brinquedos com PET. PRINART
Exposição de Brinquedos com PET. PRINART
 
Por amor à Gabby, no tom da vida II
Por amor à Gabby, no tom da vida IIPor amor à Gabby, no tom da vida II
Por amor à Gabby, no tom da vida II
 
Ser músico. prrsoares
Ser músico. prrsoaresSer músico. prrsoares
Ser músico. prrsoares
 
Doe VIDA. doe SANGUE !
Doe VIDA. doe SANGUE !  Doe VIDA. doe SANGUE !
Doe VIDA. doe SANGUE !
 
Imagens e mensagens do mundo da música. Musicômico. prrsoares
Imagens e mensagens do mundo da música. Musicômico. prrsoaresImagens e mensagens do mundo da música. Musicômico. prrsoares
Imagens e mensagens do mundo da música. Musicômico. prrsoares
 
Fazer o bem, faz bem!
Fazer o bem, faz bem!Fazer o bem, faz bem!
Fazer o bem, faz bem!
 
A Essência do amor. prrsoares
A Essência do amor. prrsoaresA Essência do amor. prrsoares
A Essência do amor. prrsoares
 
Artes gerais. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.
Artes gerais. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.Artes gerais. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.
Artes gerais. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música.
 
Porque a vida é feita de escolhas. prrsoares
Porque a vida é feita de escolhas. prrsoaresPorque a vida é feita de escolhas. prrsoares
Porque a vida é feita de escolhas. prrsoares
 
No tom da vida. prrsoares e Gabby Marques
No tom da vida. prrsoares e Gabby MarquesNo tom da vida. prrsoares e Gabby Marques
No tom da vida. prrsoares e Gabby Marques
 
A Canção da meia noite. prrsoares
A Canção da meia noite. prrsoaresA Canção da meia noite. prrsoares
A Canção da meia noite. prrsoares
 
O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes ent...
O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes ent...O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes ent...
O COORDENADOR PEDAGÓGICO ENQUANTO GESTOR EDUCACIONAL “Questões relevantes ent...
 
Árvore Genealógica de Raimundo Soares de Andrade e Traudi Ullmann de Andrade
Árvore Genealógica  de Raimundo Soares de Andrade e Traudi Ullmann de AndradeÁrvore Genealógica  de Raimundo Soares de Andrade e Traudi Ullmann de Andrade
Árvore Genealógica de Raimundo Soares de Andrade e Traudi Ullmann de Andrade
 
A Menina que Sonhava. prrsoares
A Menina que Sonhava. prrsoaresA Menina que Sonhava. prrsoares
A Menina que Sonhava. prrsoares
 

Crônica de uma praça chamada Brasil

  • 1. Crônica de uma praça chamada ...BRASIL
  • 2. CRÔNICA DE UMA PRAÇA CHAMADA BRASIL. As discussões do segundo dia do Seminário da Paz realizado em 18 e 19 de setembro de 2014 haviam cessado para uma pausa pro almoço. Decidi como outros colegas meus, ficar pelo centro mesmo, para fazer algumas coisas necessárias. Assim, às 12h e 07min da tarde, após dar um tchau pelo zapzap ao meu amigo e músico da Bridge - Ministério, Léo Pissettí, eu, Raimundo Soares de Andrade, passei a olhar e observar as cenas de uma bela praça chamada Brasil.
  • 3. CRÔNICA DE UMA PRAÇA CHAMADA BRASIL. "ELES" estavam lá. Passeando, conversando, dormindo, vendendo, politicando, comendo, trabalhando, estudando. Indiferente aos olhares de quem por lá passava, essas figuras, próprias daquele lugar, ficavam no esquecimento e como que invisíveis perambulavam de um canto para o outro e como estátuas se punham cada um em sua posição de ataque, de repouso, ou de reflexão. Atentamente, eu as fotografei no mais puro prazer de seus momentos bem peculiares. Alguns, pedi autorização, outros nem perceberam que eu estava ali, pois na verdade, quem os percebe? Homens? Deus? Sim... Deus, que lá de cima olha para cada uma de suas criaturas e de seus filhos com eterno amor.
  • 4. - Ali na minha frente, sentado e pensativo, o senhor de azul, olhava atentamente fixo no que o futuro lhe reservava. Uma luz de esperança irradiava em seu olhar e traçar tais objetivos se fazia notório.
  • 5. - O calor intenso provocava naturalmente uma predisposição ao sono suave do meio dia, assim, o descanso naquele lugar, era coletivo e cada um procurava seu cantinho pra descansar. Homem, animal, animal, homem. Todos juntos desfrutavam da mesma forma. Cama? Luxo? Pra que? se o chão estava bem ali, abaixo do corpo de cada um como se fosse feito de pena de ganso.
  • 6. -Entre restos e sementes, um ser descansava e outro trabalhava, porque para viver é preciso comer, trabalhar e descansar. Essa é a vida? Essa é a vida!
  • 7. - O coreto não emitia som algum e o mastro, estava solitário e ninguém ao não ser uma pequena garrafinha vazia de pinga lhe fazia companhia.
  • 8. -Do lado da escadaria central, um ser igual a todos nós. Uma garrafa na mão e o corpo encostado na velha árvore que acolhia ali todo dia as tristezas e alegrias de quem lhe pedia encosto. Seu tronco era um banco e as migalhas no chão, eram refeição. Homem e pombo se uniam na disputa do bem estar social compartilhado sem receio algum, porque o Senhor ama a quem dar e divide com alegria
  • 9. - O picolezeiro sorridente, seguia em frente, pois o calor daquele dia fazia a venda disparar e o seu suado dinheiro ganhar. Quem quer comprar?seu suado dinheiro ganhar
  • 10. - A vendedora de ervas medicinais ainda com um marmitex na mão revelava o segredo da saúde e da felicidade física. Chás "milagrosos" dizia ela, cura qualquer coisa, menos as doenças da alma, essas, só Jesus na causa. Oferecer suas ervas era demais e quem comprava, se admirava
  • 11. - Um passo mais adiante eu percebi os fios trançados pelas mãos do hippie, que fazia arte tão perfeita que nem as mais belas galerias podiam decifrar o segredo de tanto encanto e beleza. Um pequeno cachimbo artesanal revelava o que todos já sabiam: Ele usava! Ele usava?
  • 12. -No canto debaixo da praça, lá meio longe o violeiro arteiro ouvia o grito de alarido de jovens destemidos pagos por algum valor para se aliar ao político tal, que por todos dizia-se legal, será? o tempo dirá.
  • 13. A sede em mim bateu, mas coitado “deu”, o bebedouro estava logo ali ao lado, ocupado, tinha nele alguém sentado. Água que era bom, não existia. Mas, “Ele”, um ser igual a qualquer outro, refletia como um sujeito visível e ao mesmo tempo invisível. Coçava a cabeça desordenadamente como que girando num mundo oculto e obscuro.
  • 14. -Já a sombrinha, azul clara da senhora que seguia em passos semirrápidos cobriam o que ela queria e os estudantes sem livros, com celulares em suas mãos, lançavam olhares com risos e sonhos, engraçados e apreciados.
  • 15. -A espera do próximo comprador, uma certa dona, em sua poltrona, não de madeira nobre mas de plástico meio "pobre" se sentia feliz, pois o pão nosso de cada dia, ali, ela conseguia
  • 16. - O vendedor de sonhos esperava quem pudesse um cartãozinho comprar e o sonho de uma casa ou carro, realizar.
  • 17. - Fiquei surpreso porque naquela árvore frondosa, lá no galho mais alto, o pássaro preto, fitava seu olhar nos insetos a voar . Sua felicidade era a mais pura liberdade e enquanto isso, todos, lá embaixo, livres e soltos, andavam presos em seus próprios mundos.
  • 18. E o ipê amarelo, majestoso, era sincero e olhava a todos com sua beleza radiante, envolvente, contagiante, aconchegante, mágico.
  • 19. - O sino da igreja não soava, mas a cruz exposta revelava a força da fé de quem cria e fazia suas preces a Deus, o Senhor do universo. Por fim, as 13h:07min, eu me encontrava sentado num banquinho de plástico, no espetinho do beto que atendia a todos com tal simpatia que preponderava a alegria e a satisfação de ser bem atendido.
  • 20. Por fim, as 13h:07min, eu me encontrava sentado num banquinho de plástico, no espetinho do beto que atendia a todos com tal simpatia que preponderava a alegria e a satisfação de ser bem atendido. Assim, no canto da praça, me satisfazia em comer um espeto de carne coberto de farinha com pimenta e um refri gelado pago em metade pelo meu amigo violeiro João Thalis, que me acompanhava com seu sorriso contagiante sempre estampado em seu olhar animador como quando faz com a viola na mão.
  • 21. E a praça? Continua lá, recebendo quem por ela passar. E mais um dia seguiu...bem ali na praça Brasil Rondonópolis-MT,21/09/2014, BRASIL Raimundo Soares de Andrade Coordenador Pedagógico da Escola Eunice Souza dos Santos prrsoares@homail.com