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Programa de Melhoria da Comunidade da Construção
                                      Revestimento Cerâmico em Fachadas




C. Rolim Engenharia Ltda


Caltech Engenharia


Construtora Colmeia
                                      REVESTIMENTO CERÂMICO
Construtora LCR                       EM FACHADAS
Construitora Marquise S.A.
                                      ESTUDO DAS CAUSAS DAS
                                      PATOLOGIAS
Construtora Nossa Senhora de Fátima


Diagonal Engenharia


Fujita Engenharia Ltda


Konnen Ltda


Placic Ltda


Porto Freire                          RELATÓRIO DA PESQUISA
Reata Arq. Engenharia Ltda


Rolim Machado Ltda




                                      Fortaleza 2004
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




Ma Aridenise Macena Fontenelle         Prof. da UNIFOR e Pesq. do NPT


Yolanda Montenegro de Moura            Estudante de Engenharia Civil - UNIFOR




Empresas participantes do Programa de Melhoria da Comunidade da Construção de
Fortaleza

•   C. Rolim Engenharia Ltda

•   Caltech Engenharia

•   Construtora Colméia

•   Construtora Marquise S.A

•   Construtora Nossa Senhora de Fátima

•   Diagonal Engenharia Ltda

•   Fujita Engenharia Ltda

•   Konnen Ltda

•   Placic Ltda

•   Construtora LCR

•   Reata Arq. Engenharia Ltda

•   Rolim Machado Ltda




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS



                                          RESUMO



Esta pesquisa foi realizada no período de setembro a novembro de 2003, com dez construtoras
participantes do Programa de Melhoria da Comunidade da Construção Civil de Fortaleza, das quais
duas enviaram mais dois questionários, resultando em 14 obras analisadas. O questionário
respondido por e -mail considerou os aspectos citados a seguir: estrutura de concreto (número de
pavimentos, tipo de fundação, tipo de laje, prazos do empreendimento); projetos (elaboração de um
projeto específico e itens que constam no projeto); planejamento (argamassa, teste em painéis,
substrato, condições de preparo da argamassa, verificação e avaliação de aplicação da argamassa,
planejamento físico e específico para execução de revestimento); suprimentos (tipo de mão -de -obra
para aplicação do revestimento e recebimento dos materiais) e produção (treinamento para
aplicadores e etapas da execução). Os resultados do estudo mostraram que apenas duas empresas
não apresentam problemas de patologia nos revestimentos cerâmicos das fachadas. Sendo que uma
delas utiliza o método de assentamento de cerâmica úmido sobre úmido, e a outra argamassa
industrializada. Todas as demais utilizam este segundo método, entretanto a empresa que não
registrou patologias elabora o projeto de produção do revestimento externo e tem controle do
processo.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS



                                                          SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................. 3

SUMÁRIO................................................................................................................................ 4

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5

2. PATOLOGIAS NO REVESTIMENTO CERÂMICO........................................................... 6

  2.1.     DESTACAMENTOS .......................................................................................................... 6

  2.2.     TRINCAS, GRETAMENTO E FISSURAS ................................................................................ 7

  2.3.     EFLORESCÊNCIA ............................................................................................................ 8

  2.4.     DETERIORAÇÃO DAS JUNTAS........................................................................................... 9

3. PRÁTICA USUAL NA EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO DE FACHADA.................... 11

  3.1.     METODOLOGIA ....................................................................................................... 11

  3.2.     RESULTADOS.......................................................................................................... 12

     3.2.1.      Quantitativos....................................................................................................... 12

     3.2.2.      Qualitativos ......................................................................................................... 21

4. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................ 27

  4.1.     RESULTADOS GERAIS ................................................................................................... 28

     4.1.1.      Tipologia das obras............................................................................................. 28

     4.1.2.      Tipo de estudo realizado..................................................................................... 29

     4.1.3.      Informações coletadas nas entrevistas realizadas com engenheiros
                 das obras ............................................................................................................ 29

     4.1.4.      Ensaios laboratoriais........................................................................................... 31

     4.1.5.      Diagnóstico dos problemas................................................................................. 36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 39

6. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................... 41




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




1. INTRODUÇÃO

Este estudo foi dividido em duas etapas, sendo que a primeira estapa envolveu um
levantamento da prática usual na execução do revestimento cerâmico em fachadas das
empresas envolvidas no programa de melhoria. A segunda etapa foi a análise de casos
patológicos em 4 obras de forma que no final das duas etapas pode -se identificar os itens
para ações que poderiam minimizar as patologias.

Objetivo: Identificar as causas das patologias em revestimento cerâmico em fachadas de
forma a propor as ações para minimizar estas patologias.

Inicialmente é apresentada as patologias em revestimento cerâmico mais comuns neste tipo
de revestimento: destacamento, trincas, gretamento e fissuras, eflorescência e deterioração
das juntas.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




2. PATOLOGIAS NO REVESTIMENTO CERÂMICO

De acordo com CAMPANTE e BAIA (2003), a patologia dá -se quando uma parte do edifício,
em algum momento de sua vida útil, deixa de apresentar desempenho previsto. As
patologias nos revestimentos cerâmicos podem ter origem na fase de projeto - quando são
escolhidos materiais incompatíveis com as condições de uso, ou quando os projetistas
desconsideram as interações do revestimento com outras partes do edifício (esquadrias, por
exemplo), ou na fase de execução - quando os assentadores não dominam a tecnologia de
execução, ou quando os responsáveis pela obra não controlam corretamente o processo de
produção.

As patologias são evidenciadas por alguns sinais que, embora muitas vezes apareçam em
alguns componentes, podem ter origem em outros componentes de revestimento. Quando
há destacamento da placa cerâmica, isto não significa necessariamente que o problema foi
causado pela própria placa, o problema pode ter sido causado, por exemplo, por falta de
treinamento de mão -de -obra, que não respeitou o tempo em aberto da massa colante .

Dentre as patologias dos revestimentos cerâmicos estão: os destacamentos de placas; as
trincas, gretamento e fissuras; as eflorescências e deterioração das juntas.


2.1.   Destacamentos

Os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do
substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico
ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa
colante e/ou emboço. Devido à probabilidade de acidentes envolvendo os usuários e os
custos para seu reparo, esta patologia é considerada mais séria.

O primeiro sinal desta patologia é a ocorrência de um som cavo (oco) nas placas cerâmicas
(quando percutidas), ou ainda nas áreas em que se observa o estufamento da camada de
acabamento (placas cerâmicas e rejuntes), seguido do destacamento destas áreas, que
pode ser imediato ou não. Geralmente estas patologias ocorrem nos primeiros e últimos
andares do edifício, devido ao maior nível de tensões observados nestes locais.

As causas destes problemas são :

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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

•   Instabilidade do suporte, devido a acomodação do edifício como um todo.

•   Deformação lenta (fluência) da estrutura de concreto armado, variações higrotérmicas e
    de temperatura, características um pouco resilientes dos rejuntes.

•   Ausência de detalhes construtivos (contravergas, juntas de dessolidarização).

•   Utilização da argamassa colante com um tempo em aberto vencido; assentamento sobre
    superfície contaminada.

•   Imperícia ou negligência da mão -de -obra na execução e/ou controle dos serviços
    (assentadores, mestres e engenheiros).

Uma outra forma de se evitar a ocorrência deste tipo de patologia, além de corrigir todos os
passos citados anteriormente, seria evitar a execução dos revestimentos cerâmicos em uma
fase da construção em que o suporte ainda esteja recém -executado, evitando -se assim as
retrações que podem ocasionar tensões não consideradas no projeto do revestimento
cerâmico.

A recuperação desta patologia é extremamente trabalhosa e, na maior parte das vezes, cara
também, já que o reparo localizado nem sempre é suficiente para acabar com o problema,
que volta a ocorrer em outras áreas do revestimento cerâmico. Muitas vezes a solução é a
retirada total do revestimento, podendo -se chegar até ao emboço e se refazer todas as
camadas.


2.2.   Trincas, gretamento e fissuras

Estas patologias aparecem por causa da perda de integridade da superfície da placa
cerâmica, que pode ficar limitada a um defeito estético (no caso de gretamento), ou pode
evoluir para um destacamento (no caso de trincas).

As trincas são rupturas no corpo da placa cerâmica provocadas por esforços mecânicos, que
causam a separação das placas em partes, com aberturas superiores a 1 mm. As fissuras
são rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas inferiores a 1 mm e que não causam
a ruptura total das placas. O gretamento é uma série de aberturas inferiores a 1 mm e que
ocorrem na superfície esmaltada das placas, dando a ela uma aparência de teia de aranha.

No quadro 1, CAMPANTE e BAIA (2003) explicam as causas das trincas, gretamento e fissuras.



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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


          Quadro 1 - Causas das trincas, gretamento e fissuras

        Causa das trincas,                              Descrição
          gretamento e
            fissuras
                                 Este problema ocorre quando há variação térmica e/ou
                                 de umidade (a expansão por umidade é uma
                                 característica limitada em 0,6 mm/m pela NBR 13818).
       Dilatação e retração      Estas variações geram um estado de tensões internas
       das placas cerâmicas      que, quando ultrapassam o limite de resistência da placa
                                 cerâmica, causam trincas e fissuras, e, quando
                                 ultrapassam o limite de resistência da camada de
                                 esmalte, causam gretamento.
                                 Esta deformação do edifício pode criar tensões na
                                 alvenaria que, quando não são completamente
       Deformação estrutural     absorvidas, podem ser transferidas aos revestimentos.
       excessiva                 Estes, por sua vez, podem não resistir ao nível de
                                 tensões, rompendo -se e, muitas vezes, destacando -se
                                 do substrato.
                                 A falta de alguns detalhes construtivos, tais como vergas,
                                 contravergas nas aberturas de janelas e portas,
       Ausência de detalhes
                                 pingadeiras nas janelas, platibandas e juntas de
       construtivos
                                 movimentação, podem ajudar a dissipar as tensões que
                                 chegam até os revestimentos.
                                 Este problema ocorre quando se usa argamassa de
                                 fixação dosada em obra em vez de argamassa colante
                                 industrializada. A retração da argamassa causada pela
       Retração da               hidratação do cimento podem causar um aperto ou
       argamassa de fixação      “beliscão” na placa cerâmica que, por estar firmemente
                                 aderida a argamassa, pode tornar a superfície convexa e
                                 tracionada, causando gretamento, fissuras ou mesmo
                                 trincas nas placas cerâmicas.
Fonte: Adaptado de CAMPANTE e BAIA (2003).

Estas patologias ocorrem normalmente nos primeiros e últimos andares do edifício, geralmente pela
falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados. A inclusão
destes elementos no projeto de revestimento e o uso da argamassas bem dosadas ou colantes
podem evitar o aparecimento destes problemas.



2.3.    Eflorescência

Este problema é evidenciado pelo surgimento na superfície no revestimento, de depósitos
cristalinos de cor esbranquiçada, comprometendo a aparência do revestimento.               Estes


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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

depósitos surgem quando os sais solúveis nas placas de cerâmicas, nos componentes na
alvenaria, nas argamassas de emboço, de fixação ou de rejuntamento, são transportados
pela água utilizada na construção, ou vinda de infiltrações, através dos poros dos
componentes de revestimento (placas cerâmicas não esmaltadas, rejuntes). Estes sais em
contato com o ar solidificam, causando depósitos.        Em algumas situações (ambientes
constantemente molhados) e com alguns tipos de sais (de difícil secagem), estes depósitos
apresentam -se como uma exsudação na superfície.

Não haverá ocorrência deste problema, quando eliminado qualquer um desses fatores: sais
solúveis, presença de água ou porosidade do componente de revestimento.

Algumas precauções podem ser tomadas para evitar a eflorescência:

•   Reduzir o consumo de cimento Portland na argamassa de emboço ou usar cimento com
    baixo teor de álcalis.

•   Utilizar placas cerâmicas de boa qualidade, ou seja, queimadas em altas temperaturas (o
    que elimina os sais solúveis de sua composição e a umidade residual).

•   Garantir o tempo necessário para secagem de todas as camadas anteriores à execução
    de revestimento cerâmico.

Para a remoção dos depósitos nas áreas já comprometidas com a ocorrência deste
problema, pode -se recorrer a uma simples lavagem da superfície do revestimento, o que
geralmente já é suficiente para a eliminação dos depósitos, mas eles podem voltar a ocorrer,
principalmente se as condições continuarem a serem propícias. Com o passar do tempo,
porém, o problema tende a diminuir, à medida em que os sais forem sendo eliminados.

Quanto à limpeza do revestimento cerâmico, deve -se evitar o uso de ácido muriático. Caso seja
necessário seu uso, fazê -lo em concentrações baixas e em pequena quantidade, enxaguando muito
bem a superfície após seu uso.



2.4.   Deterioração das juntas

Este problema, apesar de afetar diretamente as argamassas de preenchimento das juntas
de assentamento (rejuntes) e de movimentação, compromete o desempenho dos
revestimentos cerâmicos como um todo, já que estes componentes são responsáveis pela
estanqueidade do revestimento cerâmico e pela capacidade de absorver deformações. Os

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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

sinais de que está ocorrendo uma deterioração das juntas são: perda de estanqueidade da
junta e envelhecimento do material de preenchimento.

A perda da estanqueidade pode iniciar -se logo após a sua execução, através de
procedimentos de limpeza inadequados. Estes procedimentos de limpeza podem causar
deterioração de parte do material aplicado (uso de ácidos e bases concentrados), que,
somados ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por
movimentações estruturais, podem causar fissuração (ou mesmo trincas) bem como
infiltração de água.

O envelhecimento das juntas entre componentes, por serem preenchidas com materiais à
base de cimento, normalmente não representa grandes problemas, já que o cimento é um
material de excelente durabilidade, desde que bem executado.           Sua deterioração é
observada quando na presença de agentes agressivos, como a chuva ácida ou
aparecimento de fissuras.      Quando estes rejuntes possuem uma quantidade grande de
resinas, deve -se considerar que estas são de origem orgânica e podem envelhecer, além
de perder a cor (caso sejam responsáveis pela coloração das juntas de assentamento).

As juntas de movimentação são preenchidas com selantes à base de poliuretano,
polissulfetos, silicone, dentre outros.   Estes materiais de origem orgânica apresentam
durabilidade variadas, geralmente em torno de 5 anos, embora existam materiais no
mercado que possuem garantia de 20 anos.         Sua deterioração é causada também por
microorganismos, razão pela qual, após o período de garantia, devem ser inspecionados e
trocados.

As maneiras de se evitar a ocorrências desta patologia estão diretamente ligadas ao controle
da execução do rejuntamento / preenchimento das juntas de movimentação, bem como à
escolha de materiais de preenchimento que atendam aos requisitos de projeto.




Comunidade da Construção - Fortaleza                                                     10
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




3. PRÁTICA USUAL NA EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO DE FACHADA

Realizada no período de setembro a novembro de 2003, com dez construtoras participantes
do Programa de Melhoria da Comunidade da Construção Civil de Fortaleza, das quais duas
enviaram mais dois questionários, resultando em 14 obras analisadas. O questionário
respondido por e -mail considerou os aspectos citados a seguir: estrutura de concreto
(número de pavimentos, tipo de fundação, tipo de laje, prazos do empreendimento); projetos
(elaboração de um projeto específico e itens que constam no projeto); planejamento
(argamassa, teste em painéis, substrato, condições de preparo da argamassa, verificação e
avaliação de aplicação da argamassa, planejamento físico e específico para execução de
revestimento); suprimentos (tipo de mão -de -obra para aplicação do revestimento e
recebimento dos materiais) e produção (treinamento para aplicadores e etapas da
execução).


3.1.    METODOLOGIA

Esta pesquisa foi realizada no período de setembro a novembro de 2003, com dez
construtoras, das quais duas enviaram mais dois questionários, resultando em 14 obras. O
questionário respondido por e -mail abordava os aspectos sintetizados no quadro 2.


          Quadro 2 - Detalhamento dos aspectos pesquisados.

            Aspectos
                                                     Detalhamento
           pesquisados
       Estrutura de concreto     Número de pavimentos, tipo de fundação, tipo de laje,
                                 prazos do empreendimento.
       Projetos                  Elaboração de um projeto específico e itens que constam
                                 no Projeto.
       Planejamento              Argamassa, teste em painéis, substrato, condições de
                                 preparo da argamassa, verificação e avaliação de
                                 aplicação da argamassa e planejamento físico e
                                 específico para execução de revestimento.
       Suprimentos               Tipo de mão -de -obra para aplicação do revestimento e
                                 recebimento dos materiais.
       Produção                  Treinamento para aplicadores e etapas da execução.
       Controle tecnológico       -
       Outros                     -

Comunidade da Construção - Fortaleza                                                       11
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

3.2.   RESULTADOS

A pesquisa gerou resultados quantitativos e qualitativos conforme descritos a seguir.


3.2.1. Quantitativos

Das 14 obras pesquisadas 72%, são edifícios com mais de 20 pavimentos, conforme mostra
o gráfico 1.




                                                         até 03
                                       14%     7% 7%
                                                         D 04 até 19
                                                          e

                                                         M de 20
                                                          ais

                                             72%         N ão
                                                         responderam


                              Gráfico 1 - Número de pavimentos


A estaca é o tipo de fundação mais utilizado na maioria dos edifícios pesquisados, sobretudo
se considerarmos as pré -moldadas e moldadas in loco que juntos representam 57% (ver o
gráfico 2).




                                                         Bloco

                                       7%                Sapata
                                                   29%
                                                         Estaca pré-
                               36%
                                                   7%    moldada
                                             21%         Estaca molda
                                                         in loco
                                                         Outros


                                  Gráfico 2 - Tipo de fundação


A laje nervurada foi a solução adotada por 60% das obras estudadas conforme o gráfico 3.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




                                         7%        20%
                                 13%                              Maciça
                                                                  Nervurada
                                                                  Protendida
                                            60%                   Outros




                                       Gráfico 3 - Tipo de laje


Através do gráfico 4, observamos que 21% dos empreendimentos são executados em até 48
meses .




                                                          Até 12 meses

                                              7%          Até 24 meses
                                                   14%
                                                          Até 48 meses
                              51%
                                                   21%    Acima de 48
                                              7%          meses
                                                          Não responderam


                            Gráfico 4 - Prazos do empreendimento


A maioria das empresas não possui um projeto específico para revestimento de argamassa,
observar no gráfico 5.




                                                             Sim
                                       7%
                                                    43%      Não
                              50%
                                                             Não
                                                             Responderam




     Gráfico 5 - Elaboração do projeto específico para revestimento de argamassa




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

Os itens que as construtoras pesquisadas priorizam mais em relação ao projeto são:
memorial de especificações dos materiais (50%) e a definição geométrica (50%) (ver na
tabela 1).



                    Tabela 1 - Itens que constam no projeto

                                                                        % de
                        Itens que constam no projeto
                                                                      empresas
              Memorial de especificação dos materiais                     50%
              Definição Geométrica, posicionamento e detalhes             50%
              Memorial Executivo                                          29%
              Definições de controle de execução                          7%
              Definições de controle tecnológico                          7%
              Definição de rotina de manutenção e inspeção                7%
Das amostras estudadas na pesquisa, verificou -se que 79% dos substratos são executados
com argamassa dosada em obra (gráfico 6).




                                                        Dosada em obra
                                 14%
                            7%
                                                        Argamassa
                                                        industrializada
                                            79%         Não responderam




                     Gráfico 6 - Tipo de argamassa usada no substrato


Pelas respostas obtidas nos questionários, a maioria não se manifestou sobre a utilização de
painéis em seus canteiros. Dos que responderam, apenas 7% localiza no subsolo, bandeja e
outros, de acordo com gráfico 7.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




                                             7% 7%         No subsolo
                                                     7%
                                                           Bandeja
                                                           Outros
                                 79%                       Não responderam




                                    Gráfico 7 - Local de painéis


A escovação é o tipo de procedimento mais utilizado pelas empresas estudadas para
melhorar aderência do concreto, sobretudo se considerarmos a escovação manual e
mecânica que juntas representam 44%, conforme mostra o gráfico 8 .




                                                             Escovação
                                                             manual
                              21%                            Lavagem
                                                     36%
                                                             Escovação
                           7%                                mecânica
                            7%                               Outros
                                        29%
                                                             Não reponderam



                                Gráfico 8 - Substrato: Concreto (1)


A maioria das empresas, (44%), utilizam o chapisco convencional com aditivo, ver no gráfico
9.




                                                            Convencional 1:3

                                 14%          14%           Preparado em
                          14%                        14%    obra
                                                            Convencional 1:3
                                                            com aditivo
                                                            Manual
                                       44%
                                                            Não responderam


                                Gráfico 9 - Aplicação chapisco (1)



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Das empresas que responderam, 14% usam como substrato alvenaria de tijolo cerâmico e
14% bloco de concreto, conforme o gráfico 10.




                                                              Alvenaria de tijiolo
                                               14%
                                                              cerâmico
                                                      14%
                                                              Bloco de concreto

                             72%                              Não responderam




                                       Gráfico 10 - Substrato (2)


Das amostras estudadas, 21% executam algum tipo de limpeza do substrato, de acordo com
gráfico 11.




                                              14%
                                                     7%      Escovação manual
                                                             Lavagem
                                                             Não responderam
                              79%




                                   Gráfico 11 - Preparo da base


Com relação à aplicação do chapisco, observamos que                 a maioria das    obras utilizam
chapisco convencional, aplicado manualmente, observar no gráfico 12.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS



                                                          Convencional 1:3

                                                          Preparo em obra
                              21%                  30%
                                                          Convencional 1:3
                                                          com aditivo
                           21%                            Manual
                                                   14%
                                       14%
                                                          Não responderam



                            Gráfico 12 - Aplicação do chapisco (2)


No que se refere às condições de preparo da argamassa, 22% faz o uso da mistura
mecânica, 14% utiliza as recomendações de embalagem ou quantidade de água definida
pelo responsável pelo teste ou controlada pelos operadores (ver na tabela 2).



              Tabela 2 - Condições de preparo da argamassa

                                                                                % de
          Itens avaliados no processo de preparo da argamassa
                                                                              empresas
         Testa mais de um tipo de argamassa                                     7%
         Utiliza as recomendações de embalagem                                  14%
         Quantidade de água é definida pelo responsável pelo teste              14%
         Quantidade de água da mistura é controlada pelo operador               14%
         Faz o uso de mistura mecânica                                          22%
Com relação à espessura do revestimento, 14% é definido pelo responsável ou utiliza
padrão de 3 cm ou usa outro método, de acordo com gráfico 13.



                                                          Definido pelo
                                                          responsável
                                             14%
                                                          Padrão de 3 cm ou
                                                    14%   putro valor
                          58%                             Outros
                                               14%
                                                          Não responderam




                           Gráfico 13 - Espessura de revestimento


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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

Através da tabela 3, observa -se que poucas empresas utilizam algum tipo de controle na
aplicação das argamassas.

                   Tabela 3 - Verificação e avaliação de aplicação das argamassas.

                                                                                       % de
                Itens avaliados na aplicação das argamassas
                                                                                     empresas
      Testa duas cheias/ duas chapadas no úmido sobre úmido                            0%
      Testa duas cheias úmido sobre seco                                               0%
      Tempo de puxamento                                                               7%
      Faz amostragem da argamassa fresca para ensaios laboratoriais                    7%
      Rendimento da argamassa                                                          7%
      Resistência Superficial                                                          7%
      Fissuras por retração plástica                                                   14%
      Textura                                                                          14%
      Trabalhabilidade                                                                 14%
      Ensaio de aderência                                                              22%
Verificamos que 65% da mão -de -obra usada para aplicação de revestimento é própria, de
acordo com o gráfico 14.




                                14%
                                                              Própria

                          21%                                 Terceirizada
                                                  65%         Não responderam




                Gráfico 14 - Mão -de -obra para aplicação de revestimento


O tipo de controle de materiais executado pelas empresas pesquisadas é mostrado na
tabela 4.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


                      Tabela 4 - Recebimento de materiais

                                                                            % de
         O tipo de controle de materiais executado pelas empresas
                                                                          empresas
       Exige Laudo de caracterização dos materiais - (Água e Areia)         14%

       Consulta normas referentes a materiais. Quais?                       14%
       Faz algum controle expedito no recebimento da areia e outros
                                                                            43%
       materiais. Quais? (Cimento = Laudo específico de água)
       Percebe quando recebe lotes diferentes                               50%
Com relação ao treinamento para os aplicadores, as empresas apresentam uma boa
conscientização (observar tabela 5).



                   Tabela 5 - Treinamento para aplicadores

                                                                        % de
               Tipo de treinamento realizado para aplicadores
                                                                      empresas
           Manuseio de argamassa                                          57%
           Detalhes construtivos: juntas, frisos, colocação de tela       57%
           Aplicação da argamassa                                         64%
           Segurança NR -18                                               64%
De acordo com a tabela 6, a maioria das empresas se preocupam com a realização das
etapas de execução para garantir a melhoria da qualidade.



                           Tabela 6 - Etapas da execução

                                                                             % de
            Controle de qualidade realizado durante a execução
                                                                           empresas
     Existe procedimento de retroalimentação                                    22%
     Faz controle durante a execução                                            29%
     Existe procedimento de aceitação do revestimento                           29%
     Existe procedimento de verificação antes do início do revestimento         50%
     Efetua mapeamento                                                          50%
     Exige procedimento de controle durante a execução                          50%
     Efetua taliscamento                                                        72%


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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

Apesar dos controles executados, ainda existe deficiência na execução dos sistemas,
conforme mostra a Tabela 7.



                                  Tabela 7 - Patologias

                                                                Grau de importância
                      Tipo de patologia
                                                               Baixo    Médio   Alto
Fissuras no revestimento nas primeiras idades                   29%      14%    0%
Desplacamento de revestimento por esmagamento do                29%       0%    0%
componente de alvenaria
Desplacamento do revestimento por falta de aderência            7%        0%    0%
entre a argamassa e o substrato sem chapisco
Falta de aderência entre a argamassa de emboço e a              0%       29%    43%
argamassa colante do revestimento cerâmico
Formação de bolhas no pintura, com                posterior     14%       7%    0%
descamação da superfície da argamassa
Desplacamento do revestimento interno com idade                 22%       0%    0%
inferior a 5 anos
Desplacamento do revestimento durante a execução                7%        0%    0%
Identificação de falta de aderência por desmoldante             22%       0%    0%
das formas de concreto
Pulverulência na superficie da argamassa                        0%        0%    7%
Falta de aderência do chapisco com argamassa                    7%        0%    0%
Presença de manchas/ eflorescência                              14%      29%    7%
A partir dos dados coletados, foi constatado que 14% das patologias acontecem na fachada
leste (gráfico 15).




                                          7% 7%               Norte

                                                  14%         Sul
                                                              Leste
                            65%                   7%          Oeste
                                                              Não responderam




                             Gráfico 15 - Fachadas com Patologia


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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

De acordo com o gráfico 16, verificamos que a maioria das empresas utilizam juntas de
movimentação a cada três pavimentos.




                                                       A cada pavimento

                                          14%
                            29%
                                                       A cada três
                                                       pavimentos
                            7%
                                 7%             43%    Sem junta




                             Gráfico 16 - Juntas de movimentação



3.2.2. Qualitativos

Os resultados dos dados coletados sobre o processo praticado no assentamento de
cerâmica em fachadas, o tipo de argamassa e cerâmica são aprensentados a seguir.

Apenas uma das obras estudadas aplica o revestimento externo através do sistema úmido
sobre úmido, não tendo evidenciado problemas patológicos. O referido sistema é detalhado
no quadro 3.



Quadro 3 - Seqüência executiva do sistema de assentamento de
                           cerâmica úmido sobre úmido.

•   Fechamento de falhas na alvenaria (tijolos quebrados, juntas sem argamassa, etc.), com
    argamassa no mesmo traço do revestimento.(balança sobe)

•   Execução de chapisco aplicado com colher, em todas as áreas a revestir, no traço 1 : 4
    (cimento e areia grossa).(balança desce)

•   Colocação de telas galvanizadas (largura de 0,50m) nas junções das alvenarias com a
    estrutura simultaneamente ao chapisco.

•   Execução de emboço/reboco, massa única, no traço 1 : 1 : 7 (l saco de cimento, 1 saco
    de cal, e 7 padiolas de areia, 35 x 45 x 28cm, 5 de areia grossa e 2 de areia
    vermelha).(balança desce)

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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

•   O emboço executado pela manhã deverá receber cerâmica à tarde, sendo evitado a
    execução de emboço para a aplicação de cerâmica somente no dia seguinte.

•   As cerâmicas permanecem imersas em água, antes da aplicação, por um período não
    inferior a 12 horas.

•   As cerâmicas são coladas sobre o emboço, com uma pasta de cimento e areia vermelha
    peneirada, no traço 2 : 1 (2 de cimento e 1 de areia em volume).

•   São executadas juntas horizontais na face inferior das vigas externas a cada dois
    pavimentos.

•   Em cerâmicas com garras (ex. Gail), é preenchido com a pasta também o tardoz da
    cerâmica, dupla colagem.

•   As cerâmicas com grande presença de engobe são lavadas e escovadas antes da
    aplicação.

•   O rejunte das cerâmicas executado após decorrido um prazo mínimo de 30 dias da
    aplicação das mesmas. (balança sobe emassando e desce lavando).

A não incidência de patologia foi também evidenciada por uma construtora que utiliza a
argamassa industrializada no assentamento do revestimento cerâmico da fachada. O
procedimento adotado pela referida empresa é detalhado no quadro 4.



Quadro 4 - Seqüência executiva do sistema de assentamento de
    cerâmica com argamassa industrializada sem incidência de
                                          patologia

                  CICLO                  SOBE                 DESCE
                   1º              Lixando e lavando       Chapiscando
                   2º                  Gabaritando          Rebocando
                   3º             Protegendo as juntas      Revestindo
                   4º                  Rejuntando             Lavando
O quadro 5 apresenta os procedimentos adotados pelas empresas que utilizam argamassa
industrializada no revestimento externo cerâmico e apresentam patologias.



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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


Quadro 5 - Seqüência executiva do sistema de assentamento de
     cerâmica com argamassa industrializada com incidência de
                                       patologia.

           Processo utilizado no assentamento de cerâmica com argamassa
Obra
                     industrializada com incidência de patologia.
1      1.º - Sobe verificando e limpando - Desce Chapiscando
       2º - Sobe emestrando - Desce emboçando
       3º - Sobe Ponteando - Desce Colocando Cerâmica
       4º - Sobe Rejuntando - Desce Limpando
5      1ª Subida - Limpeza e recorte das rebarbas
       1ª Descida - Chapisco
       2ª Subida - Prumos e emestramento
       2ª Descida - Emboço e ponteamento da cerâmica
       3ª Subida - Reboco paulista (fachadas norte e leste)
       3ª Descida - Aplicação do revestimento
       4ª Subida - Rejuntamento
       4ª Descida - Limpeza
6e7    1ª Subida - Limpeza e recorte das rebarbas
       1ª Descida - Chapisco
       2ª Subida - Prumos e emestramento
       2ª Descida - Emboço e ponteamento da cerâmica
       3ª Subida - Transporte da balança p/ descer aplicando o revestimento
       3ª Descida - Aplicação do revestimento
       4ª Subida - Rejuntamento
       4ª Descida - Limpeza
13     1ª subida: Tamponamentos em geral e corte de rebarbas das estruturas
       1ª descida: Lavando o substrato do concreto, chapiscando com chapisco
       aditivado o concreto e colocando tela
       2ª subida chapiscando a alvenaria
       2ª descida: Emestrando, emboçando e definindo locais das juntas de
       dilatação ( paginação vertical)
       3ª subida : sem realizar nenhuma atividade
       3ª descida: Assentamento cerâmico
       4ª subida: Rejuntando e preenchendo as juntas de dilatação
       4ªdescida: Lavando a fachada
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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

14     1º ciclo: sobe - tamponamento dos furos e chapisco da estrutura
                 desce - chapisco da alvenaria e arame dos prumos
       2º ciclo: sobe - emestrando
                 desce - reboco e emboço de fachada
       3º ciclo: sobe - subida da balança
                 desce - assentamento do revestimento externo e abertura das
       juntas
       4º ciclo: sobe - rejuntando e tratando as juntas
                 desce - limpeza
A obra com ausência de patologia utiliza argamassa industrializada dosada em obra 1:1:6
(Cim:Cal:Areia). A tabela 8 mostra uma variedade de traços utilizada pelas obras que
apresentam incidência de patologia.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


                      Tabela 8 - Argamassa industrializada

                                                                       Argamassa
Obra                  Argamassa dosada em obra                       industrializada
                                                                        ensacada
1        1:2:8 - Cim:Cal:Areia
2        1:1 + 2% OBE
3                                                                   REJUNTAMIX
4        1:6 (cimento/areia grossa peneirada com aditivo acrílico
         da matisica)
5        Assentamento - 1:2 (cimento + areia vermelha)
         Chapisco - 1:3 (cimento + areia grossa)
         Emboço - 1:6(cimento + areia vermelha)+ SIKANOL +
         SIKATARD
         Reboco paulista -1:3 (CIM + AG) c/ pavicril na água de
         amassamento - 4:1 ( água + pavicril)
6        Chapisco - 1:3 (cimento + areia grossa)
         Emboço - 1:5:1 (cimento + areia grossa+ areia vermelha)
7        Assentamento - 1:2 (cimento + areia vermelha)
         Chapisco - 1:3 (cimento + areia grossa)
         Emboço - 1:5:1 (cimento + areia grossa+ areia vermelha)
11       1:6 (cimento + areia grossa) 200 ml de Alvenarit
12       1 (cimento + areia grossa) + aditivo alvenarit
13       Chapisco - 1:3:X (cimento + areia grossa) + aditivo, no
         caso dos concretos
         Emboço - 1:4:x (cimento + areia grossa) + aditivo
         Reboco - 1:5:X (cimento + areia grossa) + aditivo
         Revestimento cerâmico - 1:2:X (cimento + areia grossa) +
         aditivo
14       1:5 + 200 ml alvenarit                                     Para
                                                                    assentamento     do
                                                                    revestimento :
                                                                    Porcelanato 30 x
                                                                    30 cm - AC -III e
                                                                    concremassa
                                                                    Cerâmica 20 x 20
                                                                    e pastilha 5 x 5 -
                                                                    AC      -   II   -
                                                                    Concremassa

O tipo de cerâmica utilizado pelas obras estudadas é explicitado no quadro 6.



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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


  Quadro 6 - Tipo de Cerâmica utilizado nas obras pesquisadas

   Obr
          Fabricante                        Cor                   Tamanho (cm)         Esmaltada
    a
   1     Cecrisa           Branco e Cinza                        10 x 10                  Sim
   2     Cecrisa           Bege                                  20 X 20                  Sim
   3     Gail              Natural                               11 x 24                  Não
   3     Cecrisa           Branca                                10 x 10                  Sim
   4     Cecrisa           Branca, Azul e Caramelo               10 x 20                  Sim
   5     Cecrisa           Azul Blue, Branca, Verde e Bordeaux   10 x 10                  Sim
   6     Portobello;Gail   Branca, vermelha; Damasco             10 x 10 e 24 x 11.6      Sim
   7     Cecrisa           Azul royal, Branco e Violeta          10 x 10                  Sim
   11    Portobelo         Branca                                10 x 10                  Sim
   12    Gail              Vermelha, Branca, Café                21x 11.6 e 30 x 30       Sim
   14    Tec -Cer          Cinza                                 20 X 20                  Sim




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




4. ESTUDO DE CASO

Esta pesquisa foi realizada no período de outubro a março de 2003, com quatro obras das
construtoras participantes do Programa de Melhoria da Comunidade da Construção Civil de
Fortaleza.

O estudo das causas das patologias nestas obras foi realizado através de entrevistas com
os engenheiros das construtoras, observações visuais, registros fotográficos, análise
documental e ensaios laboratoriais. As observações visuais, entrevistas com engenheiros,
registros fotográficos foram realizados nas obras A, B C e D. O ensaio de EPU foi realizado
pelo laboratório do SENAI de São Bernardo do Campo somente na obra D. Nas obras A e C
foram considerados dados históricos da cerâmica gail e na obra B foi utilizado já dados de
ensaios realizados por consultoria contratada pela construtora. O quadro 1 sintetiza o tipo
de estudo realizado em cada obra.



          O quadro 1 - Tipo de estudo realizado em cada obra.

Obra A
Registros fotográficos
Entrevista com engenheiro
Ensaios de aderência
Obra B
Observações visuais
Registros fotográficos
Entrevista com engenheiro
Ensaios laboratoriais - (relatório consultoria)
Obra C
Observações visuais
Registros fotográficos
Entrevista com engenheiro
Ensaios de aderência




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

Obra D
Observações visuais
Registros fotográficos
Entrevista com engenheiro
Ensaios de aderência e EPU

4.1.   Resultados gerais

Para apresentação dos resultados gerais as obras serão denominadas obras A, B, C e D por
data de conclusão que são respectivamente 1996, 1998, 1999 e 2000.


4.1.1. Tipologia das obras

A tipologia das obras estudadas está sintetizada no quadro 2. Todas as edificações
pesquisadas são construídas em concreto armado e utilizam esquadrias de alumínio. O
quadro 2 mostra uma variação significativa de altura dos edifícios. O Referido quadro mostra
o uso de cerâmicas gail, cecrisa e porto belo com predominância da cor branca e dimensões
10 x 10cm.



                Quadro 2 - Tipologia das obras pesquisadas

Obra A
Concreto armado convencional, com 01 (um) subsolo, pavimento térreo.
Cerâmica Gail de 24 x 11,6 cm, nas cores Branco brilhante e Vermelho Flash e esquadrias
em alumínio e mezanino e 22 pavimentos.
Obra B
Concreto armado convencional, com estacionamento em pilotis e 02 pavimentos tipo.
Cerâmica Cecrisa de 10 x 10 cm, nas cores branca e cinza e esquadrias em alumínio e
vidros.
Obra C
Concreto armado convencional, com garagens no subsolo pavimento térreo, mezanino, 23
pavimentos tipo e cobertura.
Cerâmica Gail na cores telha nas dimensões de 12 x 24 cm e Porto Belo na cor branca de
10 x 10 cm e esquadrias em alumínio e vidros.
Obra D
Concreto armado convencional, com garagens em subsolo e no pilotis e 14 (quatorze)
pavimentos tipo.

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Cerâmico das marcas CECRISA na cores verde e dimensões de 10 x 10 cm, Porto Belo na
cor branca rajada e dimensões de 10 x 10 cm, e Porto Belo na cor branca lisa e dimensões
de 10 x 10 cm, pintura em textura acrílica e esquadrias em alumínio e vidros.

4.1.2. Tipo de estudo realizado

O quadro 3 mostra que a fachada oeste e a leste foram as regiões onde ocorreram os
problemas de descolamento de cerâmica com maior e menor freqüência respectivamente.
Nas fachadas Norte e Sul a ocorrência de patologias é da ordem de 50% nas edificações
pesquisadas.



                          Quadro 3 - Fachadas estudadas

Obra A
Fachadas Norte, Leste e Oeste
Obra B
Fachadas Sul e Oeste
Obra C
Fachadas Norte, Sul e Oeste,
Obra D
Fachadas Sul e Oeste

4.1.3. Informações coletadas nas entrevistas realizadas com engenheiros das obras

A falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre o uso de argamassa
industrializada, ou seja, fator água argamassa e tempo em aberto por parte dos
assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a puxar panos
inadequados e ausência de juntas de movimentação e dessolidarização foram apontados
por todos os engenheiros entrevistados como fatores que contribuíram para a incidência de
patologias. O quadro 4 sintetiza as informações fornecidas na entrevista pelo engenheiro de
cada obra.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


Quadro 4 - Informações fornecidas na entrevista pelo engenheiro
                                       de cada obra

Obra A
O processo de descolamento teve início no ano de 2001;
Cerâmicas utilizadas: Cerâmica Gail de 24x11,6 cm, nas cores Branco brilhante e Vermelho
Flash;
Argamassa de Assentamento.
Executada na Obra: Cimento + Areia grossa + Concentrado OBE
Traço: em peso, 5kg : 12,5kg : 0,15kg
Não houve treinamento específico para capacitação da mão de obra;
Quando da execução das fachadas não foram previstas juntas de movimentação
(horizontais e verticais) e dessolidarização;
Foram executadas posteriormente juntas de movimentação horizontal quando do
surgimento dos descolamentos com a utilização de Mástique à base de Poliuretano.
Já foram detectados e corrigidos em torno de 5% de descolamento nas 04 fachadas, com
maior incidência nas cerâmicas Gail de 24x11,6 cm em Vermelho Flash;
Argamassa de rejunte tipo rígida;
Executada na obra. Cimento + Areia grossa (1:3)
Falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre, fator água cimento e tempo em
aberto por parte dos assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de
argamassa e a puxar grandes panos;
Chapisco convencional;
Executado na obra: Cimento + Areia grossa (1:3)
Emboço;
Executado na obra: Cimento + Areia grossa (1:5) + 200ml de Alvenarit.
Obra B
A processo de descolamento teve início antes da entrega da obra;
Cerâmica utilizada: Cecrisa de 10 x 10 cm nas cores: branca e cinza;
Argamassa utilizada: Argamassa Industrial Carbomil Tipo ACII;
Não houve treinamento específico para capacitação da mão de obra;
Deficiência no processo construtivo por falta de conhecimento por parte dos operários sobre
a utilização de argamassa industrializada;
Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização;
Os problemas ocorridos na obra já foram objeto de estudo pela Consultare em março de
2000.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

Obra C
Foi realizada intervenção nas fachadas com três anos de conclusão do empreendimento;
Fachada Norte apresentou maior incidência de descolamento de cerâmica sendo
necessária a sua total substituição;
As Fachadas Oeste e Leste foram substituídas todas as áreas que apresentaram alguma
concentração de cerâmicas com som cavo, característico de perda de aderência,
obedecendo ao relatório apresentado pelo condomínio;
Estimou -se que cerca de 35% do revestimento gail em todas as Fachadas apresentou
problema e teve que ser substituído;
Argamassa utilizada na execução das fachadas ACII, fabricante Rejuntamix;
Falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre o uso de argamassa
industrializada, fator água argamassa e tempo em aberto por parte dos assentadores que
os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a puxar grandes panos;
Não execução de juntas de movimentação e dessolidarização quando da execução das
fachadas;
Não selagem nos contornos das janelas permitindo a infiltração de água de chuva;
Foram executadas na recuperação juntas em todas as fachadas a cada três pavimentos na
parte superior das vigas.
Obra D
A argamassa utilizada na execução das fachadas foi argamassa cola;
Foram realizadas 03 (três) intervenções na parte curva das fachadas Oeste/ Sul, na área
onde foi assentada cerâmica de marca CECRISA de 10 x 10 cm, cor verde. A 1ª
intervenção em fevereiro de 2001, a 2ª em agosto de 2003 e a 3ª em outubro de 2003;
Quando da 2ª Intervenção de recuperação foram substituídas cerca de 400 peças da
cerâmica CECRISA;
Na 2ª intervenção foi aplicada argamassa colante AC III;
A fachada oeste apresenta, nas áreas onde foram assentadas as cerâmicas de marca Porto
Belo de 10 x 10 cm, cor branca, descolamento sendo necessária substituição de algumas
peças;
Falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre o uso de argamassa
industrializada, ou seja, fator água argamassa e tempo em aberto por parte dos
assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a puxar panos
inadequados;
Não foram executadas juntas de movimentação e dessolidarização quando da execução
das Fachadas;
Foram executadas juntas de movimentação, quando da recuperação, na parte curva
Fachada Oeste/ Sul e em parte da Fachada Leste, região extrema com a Fachada Norte.

4.1.4. Ensaios laboratoriais

Os quadros 5, 6, 7 e 8 mostram os resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no estudo.


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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


  Quadro 5 - Resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no
                                   estudo da - Obra A.

   ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA
                                                Resistência a
    Amostra
                         Local do ensaio         aderência           Local de ruptura
      nº
                                                    MPa
   01             Fachada Norte                     0,26        50% B
   02             Fachada Norte                     0,03        25% B
   03             Fachada Sul                         -         35% A
   04             Fachada Sul                       0,15        10% B e 70% D
   05             Fachada Sul                       0,41        30%A, 20% C e 50%D
   06             Fachada Sul                       0,03        30% A
   07             Fachada Sul                       0,35        100% D
   08             Fachada Sul                         -         50% A
   09             Fachada Leste                     0,23        100% D
   10             Fachada Leste                     0,04        100% D
   Obs.:    A - Ruptura na interface placa cerâmica / argamassa de assentamento
            B - Ruptura no interior da argamassa de assentamento
            C - Ruptura na interface argamassa de assentamento /substrato(emboço)
            D - Ruptura no interior da argamassa do substrato (emboço)
            Obs.: 02 Corpos de prova não registraram carregamento.
   Obs.: Historicamente a cerâmica Gaill apresenta valores de Absorção em torno de 2,5%
   e a Expansão Higroscópica 0,015 mm/m.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


  Quadro 6 - Resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no
                                       estudo da Obra B.

  ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA
                                                 Resistência a
   Amostra nº           Local do ensaio           aderência           Local de ruptura
                                                     MPa
  01               Torre Esquerda                      *          96% (d)/ 4% (c)
  02               Fachada Principal                 0,28         11% (b)/87 (d)/ 2% ( a)
  03               Torre Direita                     0,03         31% (a)/ 6% (b)/ 63 (c)
  04               Fachada Principal                 0,10         100% (a) **
  05               Fachada Principal                  ***         100% (a)**
  06               Fachada Principal                 0,21         23% (a)/ 77% (c)
  Obs.:            * Ruptura após o corte, ** Ausência de esmagamento completo dos
                   cordões, ***Ruptura da placa no início da aplicação da carga.
                       ºCERÂMICA            AMOSTRA N                   VALOR (%)

    Absorção



                                                                    EPU                EPU
                        CERÂMICA            AMOSTRA Nº           OCORRIDA
                                                                  (mm/m)            (mm/m)

                   Cinza                   01                0,50               0,25
                   Cinza                   02                1,02               0,48
                   Cinza                   03                0,90               0,30
   Expansão        Cinza                   04                0,87               0,22
  Higroscópica
                   Cinza                   05                0,50               0,10
                   Branca                  07                1,14               0,47
                   Branca                  089               1,12               0,47
                   Branca                  07                1,17               0,69
                   Branca                  08                0,99               0,53
                   Branca                  10                1,10               0,50
  Obs.: Os ensaios de Aderência e EPU foram fornecidos pela Construtora - relatório da
  Consultare.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


  Quadro 7 - Resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no
                                       estudo da Obra C.

   ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA
                                               Resistência a
   Amostra nº           Local do ensaio         aderência             Local de ruptura
                                                   MPa
   01              Fachada Sul                     0,71           100 % A
   02              Fachada Sul                     0,44           020% A / 030 % C
   03              Fachada Sul                     0,63           100% A
   04              Fachada Sul                     0,68           100 % A
   05              Fachada Oeste                   0,33           100 % A
   06              Fachada Oeste                   0,49           100 % A
   07              Fachada Oeste                   0,41           050 % C
   08              Fachada Oeste                   0,08           020% A/ 040% B
   Obs.:           A - Ruptura no interior da argamassa de emboço
                   B - Ruptura na interface da placa cerâmica / argamassa de emboço
                   C - Ruptura no interior da argamassa colante
                   Obs.: 02 Corpos de prova foram arrancados pelos operários da
                   Colméia.
   Obs.1: Historicamente a cerâmica Gail apresenta valores de Absorção em torno de
   2,5% e a Expansão Higroscópica. em torno de 0,015 mm/m
Para se ter uma noção da situação da atual das fachadas realizou -se nas fachadas oeste e
sul ensaios de aderência do revestimento Gail cor telha, dispensando -se os ensaios
laboratoriais de Absorção e Expansão por Umidade devido o conhecimento prévio,
comprovado em laboratório, dos resultados dos ensaios com relação a cerâmica Gaill que
giram em torno de 2,5% de absorção e baixa expansão por umidade, estando de acordo
com às diretrizes da Norma NBR -13818/97.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


  Quadro 8 - Resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no
                                       estudo da obra C.

  ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA
                                               Resistência a
   Amostra nº           Local do ensaio         aderência            Local de ruptura
                                                   MPa
  01               Fachada Oeste                   0,23           100 A
  02               Fachada Oeste                   0,36           100 A
  03               Fachada Oeste                   0,77           100 A
  04               Fachada Oeste                   0,22           100 A
  05               Fachada Oeste                   0,15           100 A
  06               Fachada Norte                   0,21           100 B
  07               Fachada Oeste                   0,49           080 B/ 020 C
  08               Fachada Oeste                   0,93           060 A/ 020 C
  09               Fachada Norte                   0,64           050 A/ 010 B/ 015 C
  10               Fachada Norte                   1,18           080 A/ 010 C
  Obs.:            A - Ruptura no interior da argamassa de emboço
                   B - Ruptura na interface da placa cerâmica / argamassa de emboço
                   C - Ruptura no interior da argamassa colante
                   Relatório de Ensaio - DITEC Nº 1899, ANEXO.
                          ºCERÂMICA           Amostra Nº           VALOR MÉDIO(%)
                   Porto Belo 9,5x9,5 cm      10            0,7
    Absorção
                   Cecrisa 9,5x9,5 cm         08            3,2


  Expansão                                                       EPU                EPU
  Higroscópica            CERÂMICA            Amostra Nº       Ocorrida
                                                               (mm/m)              (mm/m)

                   CEMINA / Ouro Velho 05 Unidades          0,08                 0,10
                   9,5 X 9,5 CM
                   Porto Belo, Pantanal 9,5 05 Unidades     0,00                 0,00
                   X 9,5 CM
  Conforme os resultados dos ensaios de Expansão por Umidade, realizados pelo
  laboratório do SENAI / São Bernardo do Campo, em anexo, os valores máximos de
  0,1 mm/m para a cerâmica CEMINA/ OURO VELHO 9,5 X 9,5 CM, 0,00 mm/m para
  cerâmica PORTO BELO, PANTANAL 9,5 X 9,5 CM, estão em conformidade com a
  NBR -13818 que admitem valores inferiores a 0,6 mm/m, não sendo pois a causa
  determinante para o descolamento das cerâmicas da fachada.

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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

4.1.5. Diagnóstico dos problemas

Os principais fatores dos destacamentos ocorridos nas edificações pesquisadas,
considerando as informações obtidas através das entrevistas realizadas com os
engenheiros, as observações visuais e os ensaios executados são sintetizados no quadro 9



    Quadro 9 - Diagnóstico dos problemas de revestimento nas
                                  Fachadas estudadas

Obra A
A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento. O baixo
desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os
quais se destaca a falta de capacitação da mão de obra que levaram a: abertura de grandes
panos; não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de
amassamento por parte dos assentadores de cerâmica. Podendo constar nos resultados de
aderência, onde 85 % dos valores encontram -se abaixo de 0,30 MPa;
Baixa resistência da argamassa de emboço;
Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR -13755/96
recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo a critérios pré -
determinados;
Não preenchimento adequado do tardoz da cerâmica Gail (colocação de argamassa no
tardoz para garantir a aderência mecânica as garras), conforme recomendação da NBR
13755/97. Soma -se a esse fato a falta de aderência física pela aplicação de argamassa de
assentamento inadequada, sobre uma cerâmica de baixa absorção, constatado durante a
realização dos ensaios de aderência.




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Obra B
Especificação inadequada do revestimento cerâmico. Tal fato foi comprovado pelos
resultados dos ensaios de EPU fornecidos que apontam para valores acima do permitido
pela NBR 13818/97, que são da ordem de 0,6 mm/m. A excessiva expansão provoca o
aumento das tensões no revestimento e podem ocasionar o colapso do revestimento.
A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento Os resultados
dos ensaios mostram que dos 06 (seis) executados no revestimento cerâmico todos foram
inferiores a 0,30 MPa, ou seja 100%, abaixo do valor estabelecido pela NBR 13755/96. O
baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos,
dentre os quais se destacam a falta de capacitação da mão de obra que possivelmente
levaram a: abertura de grandes panos (segundo informações obtidas durante a vistoria);
não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de amassamento por
parte dos assentadores de cerâmica;
Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR -13755/96
recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo aos critérios pré -
determinados.
Deficiência no assentamento, pois as cerâmicas não apresentaram o preenchimento
adequado do tardoz quando do assentamento, conforme recomendação da NBR 13755/97.
Obra C
A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento. O baixo
desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os
quais se destaca a falta de capacitação da mão de obra que levaram a: abertura de grandes
panos; não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de
amassamento por parte dos assentadores de cerâmica;
Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR -13755/96
recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo a critérios pré -
determinados;
Não preenchimento adequado do tardoz da cerâmica Gail (colocação de argamassa no
tardoz para garantir a aderência mecânica as garras), conforme recomendação da NBR
13755/97. Soma -se a esse fato a falta de aderência física pela aplicação inadequada da
argamassa de assentamento sobre uma cerâmica de baixa absorção;
Não selagem nos contornos das janelas permitindo a infiltração de água de chuva e
aceleração do processo de degradação do revestimento.


Resultados dos ensaios nos locais recuperados.
Os resultados dos ensaios mostram que dos 08 (oito) executados no revestimento cerâmico
01 (um) apresentou resultado inferior a 0,30 MPa, ou seja 8%, abaixo do valor estabelecido
pela NBR 13755/96.




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Obra D
A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento. Os resultados
dos ensaios mostram que dos 10 (dez) executados no revestimento cerâmico, 04 (quatro)
apresentaram valores inferiores a 0,30 MPa, ou seja 40%, abaixo do valor estabelecido pela
NBR 13755/96. O baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por
vários motivos, dentre os quais se destacam a falta de capacitação da mão de obra que
levaram a abertura de grandes panos; não observância do tempo em aberto e adição em
excesso de água de amassamento por parte dos assentadores de cerâmica. Também
contribui para o baixo desempenho da argamassa a sua especificação inadequada, para
cerâmicas de baixa absorção;
Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR -13755/96
recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo a critérios pré -
determinados.
Deficiência no assentamento, pois as cerâmicas não apresentaram o preenchimento
adequado do tardoz quando do assentamento, conforme recomendação da NBR 13755/97.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados do estudo mostraram que apenas duas empresas não apresentam problemas
de patologia nos revestimentos cerâmicos das fachadas. Sendo que uma delas utiliza o
método de assentamento de cerâmica úmido sobre úmido, e a outra argamassa
industrializada. Todas as demais utilizam este segundo método, entretanto a empresa que
não registrou patologias elabora o projeto de produção do revestimento externo e tem
controle do processo.

A partir dos dados analisados sobre as fundações e estruturas das edificações estudadas,
não foi possível constatar interferência dos aspectos estruturais nas patologias dos
revestimentos de fachadas. A pesquisa direciona para a necessidade de estudos nessa
linha.

No que diz respeito aos projetos, ficou evidente a necessidade de elaboração de projetos de
revestimento detalhados. Certamente as diretrizes de projetos desenvolvidos no programa
de melhoria serão úteis neste processo de aprimoramento.

Na fase de planejamento, ficou evidente a necessidade de uma série de procedimentos que
certamente influenciarão na redução das patologias dos revestimentos de fachadas.        A
experiência da execução monitorada do revestimento de fachadas na obra do minicase será
útil para as empresas que quiserem melhorar neste aspecto.

A fase de suprimento e de produção indica a necessidade de maior controle e o treinamento
como uma alternativa viável por se tratar de mão -de -obra própria na sua maioria.

O estudo não permitiu concluir sobre a influência da cor, das dimensões e da existência de
esmalte de cerâmica utilizada nas causas das patologias.         A pesquisa evidenciou a
necessidade de aprofundamentos sobre este aspecto .

Em síntese a pesquisa indicou a necessidade de:

•   Execução e melhoria de qualidade dos projetos de revestimento;

•   Melhoria do controle das fases de planejamento, suprimentos, produção e;

•   Treinamento do pessoal envolvido com revestimento de fachadas.


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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

A ausência de juntas de movimentação e dessolidarização longitudinal e/ou transversal e
deficiência no assentamento das cerâmicas foram considerados fatores críticos no
descolamento das cerâmicas. Isto significa que a elaboração do projeto de fachada e a
capacitação dos assentadores são ações necessárias para evitar que este tipo de problema
volte a acontecer. A introdução de juntas planejadas ajuda a minimizar as patologias
existentes.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




6. BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13817: Placas cerâmicas
para revestimento - Classificação. Rio de Janeiro, 1997.

___. NBR 13818: Placas cerâmicas para revestimento - Especificação e métodos de ensaios.
Rio de Janeiro, 1997.

___. NBR 1408: Argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica -
Especificação. Rio de Janeiro, 1998.

___. NBR 13753:     Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante - Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

___. NBR 13754: Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de
argamassa colante - Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

BAÍA, L.L.M.; SABATTINI, F.H. Projeto e execução de revestimento de argamassa. Coleção
Primeiros Passos da Qualidade no Canteiros de Obras. São Paulo: O Nome da Rosa Editora, 2000.

BARROS, M.M.S.B. ET AL. Recomendações para produção de revestimentos cerâmicos para
paredes de vedação em alvenaria. São Paulo: Projeto EPUSP/ SENAI, 1998.

CAMPANTE, E. F. Metodologia para diagnóstico, prevenção e recuperação de manifestações
patológicas em revestimento cerâmico de fachadas. São Paulo, 2001. Tese de Doutorado,
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

MEDEIROS, J.S. Tecnologia e projetos de revestimentos cerâmicos de fachadas de edifícios.
São Paulo, 1999.Tese de Doutorado, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

SABBATINI, F.H. Tecnologia de produção de revestimentos cerâmicos: PCC 831. São Paulo,
1995. (Notas de aula do curso de Pós -Graduação).

SABBATINI, F.H. Tecnologia de produção de revestimentos cerâmicos: PCC 5831. São Paulo,
1999. (Notas de aula do curso de Pós -Graduação).

SABBATINI, F.H.; BARROS, M.M.S.B. Recomendações para produção de revestimentos
cerâmicos para paredes de vedação em alvenaria. São Paulo: EPUSP/CPqDCC/ENCOL,1990.
(Relatório Técnico R6 -06/90).


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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS



 Anexo 1 - Estudo de Caso da Patologia - Construtora Marquise

   PROGRAMA COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO
   PROJETO: Programa de Melhoria de Rev. Cerâmico em Fachada – Comunidade da
   Construção – Fortaleza
   EMPRESA: Construtora Marquise
   OBRA VISTORIADA: Mercado Central de Fortaleza              DATA DE CONCLUSÃO
   ENDEREÇO: Alberto Nepomuceno S/N                           1998
   ENGº RESPONSÁVEL: Renan Rolim


   1.0 – OBJETIVO:
   Avaliação e diagnóstico do desempenho do revestimento cerâmico das fachadas do
   Edifício Mercado Central de Fortaleza




   2.0 – CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO:
   O Mercado Central de Fortaleza localizado na Avenida Alberto Nepomuceno S/N –
   Centro – Fortaleza – Ceará, foi construído em concreto armado convencional, com
   estacionamento em pilotis e 02 pavimentos tipo. A construção foi concluída e posta em
   uso no ano 2000.
   As fachadas do edifício foram revestidas com Cerâmica Cecrisa de 10 x 10 cm, nas
   cores branca e cinza e esquadrias em alumínio e vidros.




   3.0 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES:
   O trabalho de vistoria técnica e elaboração de relatório final foram realizados pelos
   Engenheiros Civis José Ramalho Torres, Roney Sérgio Marinho de Moura e Maria
   Aridenise Macena Fontenele. Os trabalhos de vistoria foram concentrados nas
   Fachadas Sul e Oeste, nas regiões onde ocorreram os problemas de descolamento de
   cerâmica, e envolveram tão somente observações visuais e coleta de informações e
   ensaios realizados.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


   4.0 – INFORMAÇÕES COLETADAS:
   Conforme informações obtidas junto ao Engº Renan Rolim, da Construtora Marquise:
   •    A processo de descolamento teve início antes da entrega da obra;
   •    Cerâmica utilizada: Cecrisa de 10 x 10 cm nas cores: branca e cinza;
   •    Argamassa utilizada: Argamassa Industrial Carbomil Tipo ACII;
   •    Não houve treinamento específico para capacitação da mão de obra;
   •    Deficiência no processo construtivo por falta de conhecimento por parte dos
        operários sobre a utilização de argamassa industrializada;
   •    Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização;
   •    Os problemas ocorridos na obra do Mercado Central já foram objeto de estudo pela
        Consultare em março de 2000.
   Obs.: Os ensaios de Aderência e EPU foram fornecidos pela Construtora Marquise.
                                         4.0 – ENSAIOS:
           4.1 – ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA
                         LOCAL DO          RESISTÊNCIA A
   AMOSTRA Nº                                                    LOCAL DE RUPTURA
                          ENSAIO           ADERÊNCIA MPa
   01                Torre Esquerda                *           96% (d)/ 4% (c)
   02                Fachada Principal           0,28          11% (b)/87 (d)/ 2% ( a)
   03                Torre Direita               0,03          31% (a)/ 6% (b)/ 63 (c)
   04                Fachada Principal           0,10          100% (a) **
   05                Fachada Principal            ***          100% (a)**
   06                Fachada Principal           0,21          23% (a)/ 77% (c)
   Obs.:             * Ruptura após o corte, ** Ausência de esmagamento completo dos
                     cordões, ***Ruptura da placa no início da aplicação da carga.
         4.2 –          ºCERÂMICA          AMOSTRA N                 VALOR (%)
       Absorção

                                                            EPU Ocorrida
                         CERÂMICA          AMOSTRA Nº                          EPU (mm/m)
                                                               (mm/m)
                Cinza                     01               0,50                0,25
                Cinza                     02               1,02                0,48
       4.3 –    Cinza                     03               0,90                0,30
    Expansão Cinza                        04               0,87                0,22
   Higroscópica Cinza                     05               0,50                0,10
                Branca                    07               1,14                0,47
                Branca                    089              1,12                0,47
                Branca                    07               1,17                0,69
                Branca                    08               0,99                0,53
                Branca                    10               1,10                0,50

Comunidade da Construção - Fortaleza                                                        43
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS


   5 0 – DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS:
   Com base nas informações obtidas através do Engº Renan, nas observações visuais, e
   ensaios realizados podem-se afirmar que os principais fatores dos destacamentos
   ocorridos no Mercado Central foram:
   •   Especificação inadequada do revestimento cerâmico. Tal fato foi comprovado pelos
       resultados dos ensaios de EPU fornecidos que apontam para valores acima do
       permitido pela NBR 13818/97, que são da ordem de 0,6 mm/m. A excessiva
       expansão provoca o aumento das tenções no revestimento e podem ocasionar o
       colapso do revestimento.
   •   A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento Os
       resultados dos ensaios mostram que dos 06 (seios) executados no revestimento
       cerâmico todos foram inferiores a 0,30 MPa, ou seja 100%, abaixo do valor
       estabelecido pela NBR 13755/96. O baixo desempenho da argamassa de
       assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os quais se destacam a
       falta de capacitação da mão de obra que possivelmente levaram a: abertura de
       grandes panos (segundo informações obtidas durante a vistoria); não observância
       do tempo em aberto e adição em excesso de água de amassamento por parte dos
       assentadores de cerâmica;
   •   Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR-13755/96
       recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo aos critérios
       pré-determinados.
   •   Deficiência no assentamento, pois as cerâmicas não apresentaram o
       preenchimento adequado do tardoz quando do assentamento, conforme
       recomendação da NBR 13755/97.




       Engª Na 2ª intervenção foi aplicada           Engº José Ramalho Torres
              argamassa colante                           C.R.E.A. 5817 - D
              C.R.E.A. 10428 - D
                             Engº Roney Sérgio Marinho de Moura
                                      C.R.E.A. 4599 - D


Comunidade da Construção - Fortaleza                                                  44
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




                        DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




 FOTO 01 – DESCOLAMENTO DA CERÂMICA POR DEFICIÊNCIA DA ARGAMASSA DE
     ASSENTAMENTO E/OU EXPANSÃO DA CERÂMICA, FACHADA OESTE, CAIXA
                                       D’ÁGUA




Comunidade da Construção - Fortaleza                                   46
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




 FOTO 02 – DESCOLAMENTO DA CERÂMICA POR DEFICIÊNCIA DA ARGAMASSA DE
         ASSENTAMENTO E/ OU EXPANSÃO DA CERÂMICA, FACHADA LESTE




    FOTO 03 – DESCOLAMENTO DA             FOTO 05 – AUSÊNCIA DE JUNTAS DE
    CERÂMICA POR DEFICIÊNCIA DA          MOVIMENTAÇÃO E DESCOLAMENTO DA
   ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO,              CERÂMICA POR DEFICIÊNCIA DA
          FACHADA OESTE                  ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E/OU


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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

                                            EXPANSÃO DO REVESTIMENTO,
                                                 FACHADA OESTE




   FOTO 04 – DESCOLAMENTO POR
EXPANSÃO DA CERÂMICA NA FACHADA
               OESTE




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS



  Anexo 2 - Estudo de Caso da Patologia - Construtora Colméia
                   PROGRAMA COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO
   PROJETO: Programa de Melhoria de Rev. Cerâmico em Fachada – Comunidade
   da Construção – Fortaleza
   EMPRESA: Construtora Colmeia
   OBRA VISTORIADA: Edifício Forest Park            DATA DE CONCLUSÃO
   ENDEREÇO: Rua Ana Bilhar nº 522 – Meireles            julho de 1999
   ENGº RESPONSÁVEL: Engº Walmir Esmeraldo Virgíneo

   1.0 – OBJETIVO:
   Avaliação e diagnóstico do desempenho do revestimento cerâmico das fachadas do
   Edifício Forest Park.




   2.0 – CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO:
   O Edifício Forest Park localizado à Rua Ana Bilhar nº 522 – Meireles - Fortaleza -
   Ceará, foi construído em concreto armado convencional, com garagens no subsolo
   pavimento térreo, mezanino, 23 pavimentos tipo e cobertura. A construção foi concluída
   e posta em uso em julho de 1999.
   As fachadas do edifício foram revestidas com cerâmica: Gaill na cores telha nas
   dimensões de 12 x 24 cm e Porto Belo na cor branca de 10 x 10 cm e esquadrias em
   alumínio e vidros.




   3.0 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES:
   O trabalho de vistoria técnica e elaboração de relatório final foram realizados pelos
   Engenheiros Civis José Ramalho Torres, Roney Sérgio Marinho de Moura e Maria
   Aridenise Macena Fontenele. Os trabalhos de vistoria foram concentrados nas
   Fachadas Norte, Sul e Oeste, nas regiões onde ocorreram os problemas de
   descolamento de cerâmica, e envolveu tão somente observações visuais, coleta de
   informações e realização de ensaios de aderência.




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

   4.0 – INFORMAÇÕES COLETADAS:
   Conforme informações obtidas junto ao Engº Walmir Esmeraldo Virgíneo, Construtora
   Colméia;
   •   Foi realizada intervenção nas fachadas com três anos de conclusão do
       empreendimento;
   •   Fachada Norte apresentou maior incidência de descolamento de cerâmica sendo
       necessária a sua total substituição;
   •   As Fachadas Oeste e Leste foram substituídas todas as áreas que apresentaram
       alguma concentração de cerâmicas com som cavo, característico de perda de
       aderência, obedecendo ao relatório apresentado pelo condomínio;
   •   Estimou-se que cerca de 35% do revestimento gail em todas as Fachadas
       apresentou problema e teve que ser substituído;
   •   Argamassa utilizada na execução das fachadas ACII, fabricante Rejuntamix;
   •   Falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre o uso de argamassa
       industrializada, fator água argamassa e tempo em aberto por parte dos
       assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a
       puxar grandes panos;
   •   Não execução de juntas de movimentação e dessolidarização quando da execução
       das fachadas;
   •   Não selagem nos contornos das janelas permitindo a infiltração de água de chuva;
   •   Foram executadas na recuperação juntas em todas as fachadas a cada três
       pavimentos na parte superior das vigas.


   Para se ter uma noção da situação da atual das fachadas realizou-se nas fachadas
   oeste e sul ensaios de aderência do revestimento Gail cor telha, dispensando-se os
   ensaios laboratoriais de Absorção e Expansão por Umidade devido o conhecimento
   prévio, comprovado em laboratório, dos resultados dos ensaios com relação a
   cerâmica Gaill que giram em torno de 2,5% de absorção e baixa expansão por
   umidade, estando de acordo com às diretrizes da Norma NBR-13818/97.




Comunidade da Construção - Fortaleza                                                      50
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

                                    4.0 – ENSAIOS:
   4.1 – ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA
   AMOSTRA Nº 7. LOCAL                 DO RESISTÊNCIA         LOCAL DE RUPTURA
                 ENSAIO                     A ADERÊNCIA
                                                 MPa
         01            Fachada Sul               0,71                100 A
         02            Fachada Sul               0,44             020 A / 030 C
         03            Fachada Sul               0,63                100 A
         04            Fachada Sul               0,68                100 A
         05           Fachada Oeste              0,33                100 A
         06           Fachada Oeste              0,49                100 A
         07           Fachada Oeste              0,41                050 C
         08           Fachada Oeste              0,08             020 A/ 040 B
         09
         10
        Obs.:    A – Ruptura no interior da argamassa de emboço
                 B – Ruptura na interface da placa cerâmica/argamassa de emboço
                 C – Ruptura no interior da argamassa colante
                 Obs.: 02 Corpos de prova foram arrancados pelos operários da
                 Colmeia.
                    ºCERÂMICA            AMOSTRA N               VALOR (%)
        4.2 –
     Absorção

                                                          EPU            EPU
                           CERÂMICA     AMOSTRA Nº
                                                       OCORRIDA        (mm/m)
                                                        (mm/m)


       4.3 –
    Expansão
   Higroscópica




   Obs.1: Historicamente a cerâmica Gail apresenta valores de Absorção em torno de
   2,5% e a Expansão Higroscópica. em torno de 0,015 mm/m




Comunidade da Construção - Fortaleza                                             51
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS

   5 0 – DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS:
   Com base nas informações obtidas através do Engº Walmir Esmeraldo Virgíneo e nas
   observações visuais e nos ensaios executados, podem-se afirmar que os principais
   fatores dos destacamentos ocorridos no Edifício Forest Park foram:

   •   A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento. O
       baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários
       motivos, dentre os quais se destaca a falta de capacitação da mão de obra que
       levaram a: abertura de grandes panos; não observância do tempo em aberto e
       adição em excesso de água de amassamento por parte dos assentadores de
       cerâmica;
   •   Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR-13755/96
       recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo a critérios
       pré-determinados;
   •   Não preenchimento adequado do tardoz da cerâmica Gail (colocação de argamassa
       no tardoz para garantir a aderência mecânica as garras), conforme recomendação
       da NBR 13755/97. Soma-se a esse fato a falta de aderência física pela aplicação
       inadequada da argamassa de assentamento sobre uma cerâmica de baixa
       absorção;
   •   Não selagem nos contornos das janelas permitindo a infiltração de água de chuva e
       aceleração do processo de degradação do revestimento.

   Resultados dos ensaios nos locais recuperados.
   • Os resultados dos ensaios mostram que dos 08 (oito) executados no revestimento
     cerâmico 01 (um) apresentou resultado inferior a 0,30 MPa, ou seja 8%, abaixo do
     valor estabelecido pela NBR 13755/96.




   Engª Maria Aridenise Macena Fontenele               Engº José Ramalho Torres
                C.R.E.A. 10428 - D                         C.R.E.A. 5817 - D




                             Engº Roney Sérgio Marinho de Moura
                                       C.R.E.A. 4599 - D




Comunidade da Construção - Fortaleza                                                   52
REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




                        DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA




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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




      FOTO 01 – DETALHE DE JUNTA EXECUTADA DURANTE A RECUPERAÇÃO




     FOTO 02 – NÃO SELAGEM DOS CONTORNOS DAS JANELAS PERMITINDO A
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA E MARCAÇÃO EM CERÂMICAS COM SOM CAVO,
                             NÃO SUBSTITUÍDAS, FACHADA SUL

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REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS




     FOTO 03 – SINAIS VISÍVEIS DE
  RECUPERAÇÃO RECENTE, FACHADA
                 SUL




                                         FOTO 05 – PREPARAÇÃO DE CORPO DE
                                          PROVA PARA ENSAIO DE ADERÊNCIA,
                                                   FACHADA OESTE




FOTO 04 – PREPARAÇÃO DE CORPO DE
 PROVA PARA ENSAIO DE ADERÊNCIA,
           FACHADA SUL



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  • 1. Programa de Melhoria da Comunidade da Construção Revestimento Cerâmico em Fachadas C. Rolim Engenharia Ltda Caltech Engenharia Construtora Colmeia REVESTIMENTO CERÂMICO Construtora LCR EM FACHADAS Construitora Marquise S.A. ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Construtora Nossa Senhora de Fátima Diagonal Engenharia Fujita Engenharia Ltda Konnen Ltda Placic Ltda Porto Freire RELATÓRIO DA PESQUISA Reata Arq. Engenharia Ltda Rolim Machado Ltda Fortaleza 2004
  • 2. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Ma Aridenise Macena Fontenelle Prof. da UNIFOR e Pesq. do NPT Yolanda Montenegro de Moura Estudante de Engenharia Civil - UNIFOR Empresas participantes do Programa de Melhoria da Comunidade da Construção de Fortaleza • C. Rolim Engenharia Ltda • Caltech Engenharia • Construtora Colméia • Construtora Marquise S.A • Construtora Nossa Senhora de Fátima • Diagonal Engenharia Ltda • Fujita Engenharia Ltda • Konnen Ltda • Placic Ltda • Construtora LCR • Reata Arq. Engenharia Ltda • Rolim Machado Ltda Comunidade da Construção - Fortaleza 2
  • 3. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS RESUMO Esta pesquisa foi realizada no período de setembro a novembro de 2003, com dez construtoras participantes do Programa de Melhoria da Comunidade da Construção Civil de Fortaleza, das quais duas enviaram mais dois questionários, resultando em 14 obras analisadas. O questionário respondido por e -mail considerou os aspectos citados a seguir: estrutura de concreto (número de pavimentos, tipo de fundação, tipo de laje, prazos do empreendimento); projetos (elaboração de um projeto específico e itens que constam no projeto); planejamento (argamassa, teste em painéis, substrato, condições de preparo da argamassa, verificação e avaliação de aplicação da argamassa, planejamento físico e específico para execução de revestimento); suprimentos (tipo de mão -de -obra para aplicação do revestimento e recebimento dos materiais) e produção (treinamento para aplicadores e etapas da execução). Os resultados do estudo mostraram que apenas duas empresas não apresentam problemas de patologia nos revestimentos cerâmicos das fachadas. Sendo que uma delas utiliza o método de assentamento de cerâmica úmido sobre úmido, e a outra argamassa industrializada. Todas as demais utilizam este segundo método, entretanto a empresa que não registrou patologias elabora o projeto de produção do revestimento externo e tem controle do processo. Comunidade da Construção - Fortaleza 3
  • 4. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................................. 3 SUMÁRIO................................................................................................................................ 4 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5 2. PATOLOGIAS NO REVESTIMENTO CERÂMICO........................................................... 6 2.1. DESTACAMENTOS .......................................................................................................... 6 2.2. TRINCAS, GRETAMENTO E FISSURAS ................................................................................ 7 2.3. EFLORESCÊNCIA ............................................................................................................ 8 2.4. DETERIORAÇÃO DAS JUNTAS........................................................................................... 9 3. PRÁTICA USUAL NA EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO DE FACHADA.................... 11 3.1. METODOLOGIA ....................................................................................................... 11 3.2. RESULTADOS.......................................................................................................... 12 3.2.1. Quantitativos....................................................................................................... 12 3.2.2. Qualitativos ......................................................................................................... 21 4. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................ 27 4.1. RESULTADOS GERAIS ................................................................................................... 28 4.1.1. Tipologia das obras............................................................................................. 28 4.1.2. Tipo de estudo realizado..................................................................................... 29 4.1.3. Informações coletadas nas entrevistas realizadas com engenheiros das obras ............................................................................................................ 29 4.1.4. Ensaios laboratoriais........................................................................................... 31 4.1.5. Diagnóstico dos problemas................................................................................. 36 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 39 6. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................... 41 Comunidade da Construção - Fortaleza 4
  • 5. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 1. INTRODUÇÃO Este estudo foi dividido em duas etapas, sendo que a primeira estapa envolveu um levantamento da prática usual na execução do revestimento cerâmico em fachadas das empresas envolvidas no programa de melhoria. A segunda etapa foi a análise de casos patológicos em 4 obras de forma que no final das duas etapas pode -se identificar os itens para ações que poderiam minimizar as patologias. Objetivo: Identificar as causas das patologias em revestimento cerâmico em fachadas de forma a propor as ações para minimizar estas patologias. Inicialmente é apresentada as patologias em revestimento cerâmico mais comuns neste tipo de revestimento: destacamento, trincas, gretamento e fissuras, eflorescência e deterioração das juntas. Comunidade da Construção - Fortaleza 5
  • 6. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 2. PATOLOGIAS NO REVESTIMENTO CERÂMICO De acordo com CAMPANTE e BAIA (2003), a patologia dá -se quando uma parte do edifício, em algum momento de sua vida útil, deixa de apresentar desempenho previsto. As patologias nos revestimentos cerâmicos podem ter origem na fase de projeto - quando são escolhidos materiais incompatíveis com as condições de uso, ou quando os projetistas desconsideram as interações do revestimento com outras partes do edifício (esquadrias, por exemplo), ou na fase de execução - quando os assentadores não dominam a tecnologia de execução, ou quando os responsáveis pela obra não controlam corretamente o processo de produção. As patologias são evidenciadas por alguns sinais que, embora muitas vezes apareçam em alguns componentes, podem ter origem em outros componentes de revestimento. Quando há destacamento da placa cerâmica, isto não significa necessariamente que o problema foi causado pela própria placa, o problema pode ter sido causado, por exemplo, por falta de treinamento de mão -de -obra, que não respeitou o tempo em aberto da massa colante . Dentre as patologias dos revestimentos cerâmicos estão: os destacamentos de placas; as trincas, gretamento e fissuras; as eflorescências e deterioração das juntas. 2.1. Destacamentos Os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa colante e/ou emboço. Devido à probabilidade de acidentes envolvendo os usuários e os custos para seu reparo, esta patologia é considerada mais séria. O primeiro sinal desta patologia é a ocorrência de um som cavo (oco) nas placas cerâmicas (quando percutidas), ou ainda nas áreas em que se observa o estufamento da camada de acabamento (placas cerâmicas e rejuntes), seguido do destacamento destas áreas, que pode ser imediato ou não. Geralmente estas patologias ocorrem nos primeiros e últimos andares do edifício, devido ao maior nível de tensões observados nestes locais. As causas destes problemas são : Comunidade da Construção - Fortaleza 6
  • 7. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS • Instabilidade do suporte, devido a acomodação do edifício como um todo. • Deformação lenta (fluência) da estrutura de concreto armado, variações higrotérmicas e de temperatura, características um pouco resilientes dos rejuntes. • Ausência de detalhes construtivos (contravergas, juntas de dessolidarização). • Utilização da argamassa colante com um tempo em aberto vencido; assentamento sobre superfície contaminada. • Imperícia ou negligência da mão -de -obra na execução e/ou controle dos serviços (assentadores, mestres e engenheiros). Uma outra forma de se evitar a ocorrência deste tipo de patologia, além de corrigir todos os passos citados anteriormente, seria evitar a execução dos revestimentos cerâmicos em uma fase da construção em que o suporte ainda esteja recém -executado, evitando -se assim as retrações que podem ocasionar tensões não consideradas no projeto do revestimento cerâmico. A recuperação desta patologia é extremamente trabalhosa e, na maior parte das vezes, cara também, já que o reparo localizado nem sempre é suficiente para acabar com o problema, que volta a ocorrer em outras áreas do revestimento cerâmico. Muitas vezes a solução é a retirada total do revestimento, podendo -se chegar até ao emboço e se refazer todas as camadas. 2.2. Trincas, gretamento e fissuras Estas patologias aparecem por causa da perda de integridade da superfície da placa cerâmica, que pode ficar limitada a um defeito estético (no caso de gretamento), ou pode evoluir para um destacamento (no caso de trincas). As trincas são rupturas no corpo da placa cerâmica provocadas por esforços mecânicos, que causam a separação das placas em partes, com aberturas superiores a 1 mm. As fissuras são rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas inferiores a 1 mm e que não causam a ruptura total das placas. O gretamento é uma série de aberturas inferiores a 1 mm e que ocorrem na superfície esmaltada das placas, dando a ela uma aparência de teia de aranha. No quadro 1, CAMPANTE e BAIA (2003) explicam as causas das trincas, gretamento e fissuras. Comunidade da Construção - Fortaleza 7
  • 8. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Quadro 1 - Causas das trincas, gretamento e fissuras Causa das trincas, Descrição gretamento e fissuras Este problema ocorre quando há variação térmica e/ou de umidade (a expansão por umidade é uma característica limitada em 0,6 mm/m pela NBR 13818). Dilatação e retração Estas variações geram um estado de tensões internas das placas cerâmicas que, quando ultrapassam o limite de resistência da placa cerâmica, causam trincas e fissuras, e, quando ultrapassam o limite de resistência da camada de esmalte, causam gretamento. Esta deformação do edifício pode criar tensões na alvenaria que, quando não são completamente Deformação estrutural absorvidas, podem ser transferidas aos revestimentos. excessiva Estes, por sua vez, podem não resistir ao nível de tensões, rompendo -se e, muitas vezes, destacando -se do substrato. A falta de alguns detalhes construtivos, tais como vergas, contravergas nas aberturas de janelas e portas, Ausência de detalhes pingadeiras nas janelas, platibandas e juntas de construtivos movimentação, podem ajudar a dissipar as tensões que chegam até os revestimentos. Este problema ocorre quando se usa argamassa de fixação dosada em obra em vez de argamassa colante industrializada. A retração da argamassa causada pela Retração da hidratação do cimento podem causar um aperto ou argamassa de fixação “beliscão” na placa cerâmica que, por estar firmemente aderida a argamassa, pode tornar a superfície convexa e tracionada, causando gretamento, fissuras ou mesmo trincas nas placas cerâmicas. Fonte: Adaptado de CAMPANTE e BAIA (2003). Estas patologias ocorrem normalmente nos primeiros e últimos andares do edifício, geralmente pela falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados. A inclusão destes elementos no projeto de revestimento e o uso da argamassas bem dosadas ou colantes podem evitar o aparecimento destes problemas. 2.3. Eflorescência Este problema é evidenciado pelo surgimento na superfície no revestimento, de depósitos cristalinos de cor esbranquiçada, comprometendo a aparência do revestimento. Estes Comunidade da Construção - Fortaleza 8
  • 9. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS depósitos surgem quando os sais solúveis nas placas de cerâmicas, nos componentes na alvenaria, nas argamassas de emboço, de fixação ou de rejuntamento, são transportados pela água utilizada na construção, ou vinda de infiltrações, através dos poros dos componentes de revestimento (placas cerâmicas não esmaltadas, rejuntes). Estes sais em contato com o ar solidificam, causando depósitos. Em algumas situações (ambientes constantemente molhados) e com alguns tipos de sais (de difícil secagem), estes depósitos apresentam -se como uma exsudação na superfície. Não haverá ocorrência deste problema, quando eliminado qualquer um desses fatores: sais solúveis, presença de água ou porosidade do componente de revestimento. Algumas precauções podem ser tomadas para evitar a eflorescência: • Reduzir o consumo de cimento Portland na argamassa de emboço ou usar cimento com baixo teor de álcalis. • Utilizar placas cerâmicas de boa qualidade, ou seja, queimadas em altas temperaturas (o que elimina os sais solúveis de sua composição e a umidade residual). • Garantir o tempo necessário para secagem de todas as camadas anteriores à execução de revestimento cerâmico. Para a remoção dos depósitos nas áreas já comprometidas com a ocorrência deste problema, pode -se recorrer a uma simples lavagem da superfície do revestimento, o que geralmente já é suficiente para a eliminação dos depósitos, mas eles podem voltar a ocorrer, principalmente se as condições continuarem a serem propícias. Com o passar do tempo, porém, o problema tende a diminuir, à medida em que os sais forem sendo eliminados. Quanto à limpeza do revestimento cerâmico, deve -se evitar o uso de ácido muriático. Caso seja necessário seu uso, fazê -lo em concentrações baixas e em pequena quantidade, enxaguando muito bem a superfície após seu uso. 2.4. Deterioração das juntas Este problema, apesar de afetar diretamente as argamassas de preenchimento das juntas de assentamento (rejuntes) e de movimentação, compromete o desempenho dos revestimentos cerâmicos como um todo, já que estes componentes são responsáveis pela estanqueidade do revestimento cerâmico e pela capacidade de absorver deformações. Os Comunidade da Construção - Fortaleza 9
  • 10. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS sinais de que está ocorrendo uma deterioração das juntas são: perda de estanqueidade da junta e envelhecimento do material de preenchimento. A perda da estanqueidade pode iniciar -se logo após a sua execução, através de procedimentos de limpeza inadequados. Estes procedimentos de limpeza podem causar deterioração de parte do material aplicado (uso de ácidos e bases concentrados), que, somados ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por movimentações estruturais, podem causar fissuração (ou mesmo trincas) bem como infiltração de água. O envelhecimento das juntas entre componentes, por serem preenchidas com materiais à base de cimento, normalmente não representa grandes problemas, já que o cimento é um material de excelente durabilidade, desde que bem executado. Sua deterioração é observada quando na presença de agentes agressivos, como a chuva ácida ou aparecimento de fissuras. Quando estes rejuntes possuem uma quantidade grande de resinas, deve -se considerar que estas são de origem orgânica e podem envelhecer, além de perder a cor (caso sejam responsáveis pela coloração das juntas de assentamento). As juntas de movimentação são preenchidas com selantes à base de poliuretano, polissulfetos, silicone, dentre outros. Estes materiais de origem orgânica apresentam durabilidade variadas, geralmente em torno de 5 anos, embora existam materiais no mercado que possuem garantia de 20 anos. Sua deterioração é causada também por microorganismos, razão pela qual, após o período de garantia, devem ser inspecionados e trocados. As maneiras de se evitar a ocorrências desta patologia estão diretamente ligadas ao controle da execução do rejuntamento / preenchimento das juntas de movimentação, bem como à escolha de materiais de preenchimento que atendam aos requisitos de projeto. Comunidade da Construção - Fortaleza 10
  • 11. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 3. PRÁTICA USUAL NA EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO DE FACHADA Realizada no período de setembro a novembro de 2003, com dez construtoras participantes do Programa de Melhoria da Comunidade da Construção Civil de Fortaleza, das quais duas enviaram mais dois questionários, resultando em 14 obras analisadas. O questionário respondido por e -mail considerou os aspectos citados a seguir: estrutura de concreto (número de pavimentos, tipo de fundação, tipo de laje, prazos do empreendimento); projetos (elaboração de um projeto específico e itens que constam no projeto); planejamento (argamassa, teste em painéis, substrato, condições de preparo da argamassa, verificação e avaliação de aplicação da argamassa, planejamento físico e específico para execução de revestimento); suprimentos (tipo de mão -de -obra para aplicação do revestimento e recebimento dos materiais) e produção (treinamento para aplicadores e etapas da execução). 3.1. METODOLOGIA Esta pesquisa foi realizada no período de setembro a novembro de 2003, com dez construtoras, das quais duas enviaram mais dois questionários, resultando em 14 obras. O questionário respondido por e -mail abordava os aspectos sintetizados no quadro 2. Quadro 2 - Detalhamento dos aspectos pesquisados. Aspectos Detalhamento pesquisados Estrutura de concreto Número de pavimentos, tipo de fundação, tipo de laje, prazos do empreendimento. Projetos Elaboração de um projeto específico e itens que constam no Projeto. Planejamento Argamassa, teste em painéis, substrato, condições de preparo da argamassa, verificação e avaliação de aplicação da argamassa e planejamento físico e específico para execução de revestimento. Suprimentos Tipo de mão -de -obra para aplicação do revestimento e recebimento dos materiais. Produção Treinamento para aplicadores e etapas da execução. Controle tecnológico - Outros - Comunidade da Construção - Fortaleza 11
  • 12. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 3.2. RESULTADOS A pesquisa gerou resultados quantitativos e qualitativos conforme descritos a seguir. 3.2.1. Quantitativos Das 14 obras pesquisadas 72%, são edifícios com mais de 20 pavimentos, conforme mostra o gráfico 1. até 03 14% 7% 7% D 04 até 19 e M de 20 ais 72% N ão responderam Gráfico 1 - Número de pavimentos A estaca é o tipo de fundação mais utilizado na maioria dos edifícios pesquisados, sobretudo se considerarmos as pré -moldadas e moldadas in loco que juntos representam 57% (ver o gráfico 2). Bloco 7% Sapata 29% Estaca pré- 36% 7% moldada 21% Estaca molda in loco Outros Gráfico 2 - Tipo de fundação A laje nervurada foi a solução adotada por 60% das obras estudadas conforme o gráfico 3. Comunidade da Construção - Fortaleza 12
  • 13. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 7% 20% 13% Maciça Nervurada Protendida 60% Outros Gráfico 3 - Tipo de laje Através do gráfico 4, observamos que 21% dos empreendimentos são executados em até 48 meses . Até 12 meses 7% Até 24 meses 14% Até 48 meses 51% 21% Acima de 48 7% meses Não responderam Gráfico 4 - Prazos do empreendimento A maioria das empresas não possui um projeto específico para revestimento de argamassa, observar no gráfico 5. Sim 7% 43% Não 50% Não Responderam Gráfico 5 - Elaboração do projeto específico para revestimento de argamassa Comunidade da Construção - Fortaleza 13
  • 14. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Os itens que as construtoras pesquisadas priorizam mais em relação ao projeto são: memorial de especificações dos materiais (50%) e a definição geométrica (50%) (ver na tabela 1). Tabela 1 - Itens que constam no projeto % de Itens que constam no projeto empresas Memorial de especificação dos materiais 50% Definição Geométrica, posicionamento e detalhes 50% Memorial Executivo 29% Definições de controle de execução 7% Definições de controle tecnológico 7% Definição de rotina de manutenção e inspeção 7% Das amostras estudadas na pesquisa, verificou -se que 79% dos substratos são executados com argamassa dosada em obra (gráfico 6). Dosada em obra 14% 7% Argamassa industrializada 79% Não responderam Gráfico 6 - Tipo de argamassa usada no substrato Pelas respostas obtidas nos questionários, a maioria não se manifestou sobre a utilização de painéis em seus canteiros. Dos que responderam, apenas 7% localiza no subsolo, bandeja e outros, de acordo com gráfico 7. Comunidade da Construção - Fortaleza 14
  • 15. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 7% 7% No subsolo 7% Bandeja Outros 79% Não responderam Gráfico 7 - Local de painéis A escovação é o tipo de procedimento mais utilizado pelas empresas estudadas para melhorar aderência do concreto, sobretudo se considerarmos a escovação manual e mecânica que juntas representam 44%, conforme mostra o gráfico 8 . Escovação manual 21% Lavagem 36% Escovação 7% mecânica 7% Outros 29% Não reponderam Gráfico 8 - Substrato: Concreto (1) A maioria das empresas, (44%), utilizam o chapisco convencional com aditivo, ver no gráfico 9. Convencional 1:3 14% 14% Preparado em 14% 14% obra Convencional 1:3 com aditivo Manual 44% Não responderam Gráfico 9 - Aplicação chapisco (1) Comunidade da Construção - Fortaleza 15
  • 16. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Das empresas que responderam, 14% usam como substrato alvenaria de tijolo cerâmico e 14% bloco de concreto, conforme o gráfico 10. Alvenaria de tijiolo 14% cerâmico 14% Bloco de concreto 72% Não responderam Gráfico 10 - Substrato (2) Das amostras estudadas, 21% executam algum tipo de limpeza do substrato, de acordo com gráfico 11. 14% 7% Escovação manual Lavagem Não responderam 79% Gráfico 11 - Preparo da base Com relação à aplicação do chapisco, observamos que a maioria das obras utilizam chapisco convencional, aplicado manualmente, observar no gráfico 12. Comunidade da Construção - Fortaleza 16
  • 17. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Convencional 1:3 Preparo em obra 21% 30% Convencional 1:3 com aditivo 21% Manual 14% 14% Não responderam Gráfico 12 - Aplicação do chapisco (2) No que se refere às condições de preparo da argamassa, 22% faz o uso da mistura mecânica, 14% utiliza as recomendações de embalagem ou quantidade de água definida pelo responsável pelo teste ou controlada pelos operadores (ver na tabela 2). Tabela 2 - Condições de preparo da argamassa % de Itens avaliados no processo de preparo da argamassa empresas Testa mais de um tipo de argamassa 7% Utiliza as recomendações de embalagem 14% Quantidade de água é definida pelo responsável pelo teste 14% Quantidade de água da mistura é controlada pelo operador 14% Faz o uso de mistura mecânica 22% Com relação à espessura do revestimento, 14% é definido pelo responsável ou utiliza padrão de 3 cm ou usa outro método, de acordo com gráfico 13. Definido pelo responsável 14% Padrão de 3 cm ou 14% putro valor 58% Outros 14% Não responderam Gráfico 13 - Espessura de revestimento Comunidade da Construção - Fortaleza 17
  • 18. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Através da tabela 3, observa -se que poucas empresas utilizam algum tipo de controle na aplicação das argamassas. Tabela 3 - Verificação e avaliação de aplicação das argamassas. % de Itens avaliados na aplicação das argamassas empresas Testa duas cheias/ duas chapadas no úmido sobre úmido 0% Testa duas cheias úmido sobre seco 0% Tempo de puxamento 7% Faz amostragem da argamassa fresca para ensaios laboratoriais 7% Rendimento da argamassa 7% Resistência Superficial 7% Fissuras por retração plástica 14% Textura 14% Trabalhabilidade 14% Ensaio de aderência 22% Verificamos que 65% da mão -de -obra usada para aplicação de revestimento é própria, de acordo com o gráfico 14. 14% Própria 21% Terceirizada 65% Não responderam Gráfico 14 - Mão -de -obra para aplicação de revestimento O tipo de controle de materiais executado pelas empresas pesquisadas é mostrado na tabela 4. Comunidade da Construção - Fortaleza 18
  • 19. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Tabela 4 - Recebimento de materiais % de O tipo de controle de materiais executado pelas empresas empresas Exige Laudo de caracterização dos materiais - (Água e Areia) 14% Consulta normas referentes a materiais. Quais? 14% Faz algum controle expedito no recebimento da areia e outros 43% materiais. Quais? (Cimento = Laudo específico de água) Percebe quando recebe lotes diferentes 50% Com relação ao treinamento para os aplicadores, as empresas apresentam uma boa conscientização (observar tabela 5). Tabela 5 - Treinamento para aplicadores % de Tipo de treinamento realizado para aplicadores empresas Manuseio de argamassa 57% Detalhes construtivos: juntas, frisos, colocação de tela 57% Aplicação da argamassa 64% Segurança NR -18 64% De acordo com a tabela 6, a maioria das empresas se preocupam com a realização das etapas de execução para garantir a melhoria da qualidade. Tabela 6 - Etapas da execução % de Controle de qualidade realizado durante a execução empresas Existe procedimento de retroalimentação 22% Faz controle durante a execução 29% Existe procedimento de aceitação do revestimento 29% Existe procedimento de verificação antes do início do revestimento 50% Efetua mapeamento 50% Exige procedimento de controle durante a execução 50% Efetua taliscamento 72% Comunidade da Construção - Fortaleza 19
  • 20. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Apesar dos controles executados, ainda existe deficiência na execução dos sistemas, conforme mostra a Tabela 7. Tabela 7 - Patologias Grau de importância Tipo de patologia Baixo Médio Alto Fissuras no revestimento nas primeiras idades 29% 14% 0% Desplacamento de revestimento por esmagamento do 29% 0% 0% componente de alvenaria Desplacamento do revestimento por falta de aderência 7% 0% 0% entre a argamassa e o substrato sem chapisco Falta de aderência entre a argamassa de emboço e a 0% 29% 43% argamassa colante do revestimento cerâmico Formação de bolhas no pintura, com posterior 14% 7% 0% descamação da superfície da argamassa Desplacamento do revestimento interno com idade 22% 0% 0% inferior a 5 anos Desplacamento do revestimento durante a execução 7% 0% 0% Identificação de falta de aderência por desmoldante 22% 0% 0% das formas de concreto Pulverulência na superficie da argamassa 0% 0% 7% Falta de aderência do chapisco com argamassa 7% 0% 0% Presença de manchas/ eflorescência 14% 29% 7% A partir dos dados coletados, foi constatado que 14% das patologias acontecem na fachada leste (gráfico 15). 7% 7% Norte 14% Sul Leste 65% 7% Oeste Não responderam Gráfico 15 - Fachadas com Patologia Comunidade da Construção - Fortaleza 20
  • 21. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS De acordo com o gráfico 16, verificamos que a maioria das empresas utilizam juntas de movimentação a cada três pavimentos. A cada pavimento 14% 29% A cada três pavimentos 7% 7% 43% Sem junta Gráfico 16 - Juntas de movimentação 3.2.2. Qualitativos Os resultados dos dados coletados sobre o processo praticado no assentamento de cerâmica em fachadas, o tipo de argamassa e cerâmica são aprensentados a seguir. Apenas uma das obras estudadas aplica o revestimento externo através do sistema úmido sobre úmido, não tendo evidenciado problemas patológicos. O referido sistema é detalhado no quadro 3. Quadro 3 - Seqüência executiva do sistema de assentamento de cerâmica úmido sobre úmido. • Fechamento de falhas na alvenaria (tijolos quebrados, juntas sem argamassa, etc.), com argamassa no mesmo traço do revestimento.(balança sobe) • Execução de chapisco aplicado com colher, em todas as áreas a revestir, no traço 1 : 4 (cimento e areia grossa).(balança desce) • Colocação de telas galvanizadas (largura de 0,50m) nas junções das alvenarias com a estrutura simultaneamente ao chapisco. • Execução de emboço/reboco, massa única, no traço 1 : 1 : 7 (l saco de cimento, 1 saco de cal, e 7 padiolas de areia, 35 x 45 x 28cm, 5 de areia grossa e 2 de areia vermelha).(balança desce) Comunidade da Construção - Fortaleza 21
  • 22. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS • O emboço executado pela manhã deverá receber cerâmica à tarde, sendo evitado a execução de emboço para a aplicação de cerâmica somente no dia seguinte. • As cerâmicas permanecem imersas em água, antes da aplicação, por um período não inferior a 12 horas. • As cerâmicas são coladas sobre o emboço, com uma pasta de cimento e areia vermelha peneirada, no traço 2 : 1 (2 de cimento e 1 de areia em volume). • São executadas juntas horizontais na face inferior das vigas externas a cada dois pavimentos. • Em cerâmicas com garras (ex. Gail), é preenchido com a pasta também o tardoz da cerâmica, dupla colagem. • As cerâmicas com grande presença de engobe são lavadas e escovadas antes da aplicação. • O rejunte das cerâmicas executado após decorrido um prazo mínimo de 30 dias da aplicação das mesmas. (balança sobe emassando e desce lavando). A não incidência de patologia foi também evidenciada por uma construtora que utiliza a argamassa industrializada no assentamento do revestimento cerâmico da fachada. O procedimento adotado pela referida empresa é detalhado no quadro 4. Quadro 4 - Seqüência executiva do sistema de assentamento de cerâmica com argamassa industrializada sem incidência de patologia CICLO SOBE DESCE 1º Lixando e lavando Chapiscando 2º Gabaritando Rebocando 3º Protegendo as juntas Revestindo 4º Rejuntando Lavando O quadro 5 apresenta os procedimentos adotados pelas empresas que utilizam argamassa industrializada no revestimento externo cerâmico e apresentam patologias. Comunidade da Construção - Fortaleza 22
  • 23. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Quadro 5 - Seqüência executiva do sistema de assentamento de cerâmica com argamassa industrializada com incidência de patologia. Processo utilizado no assentamento de cerâmica com argamassa Obra industrializada com incidência de patologia. 1 1.º - Sobe verificando e limpando - Desce Chapiscando 2º - Sobe emestrando - Desce emboçando 3º - Sobe Ponteando - Desce Colocando Cerâmica 4º - Sobe Rejuntando - Desce Limpando 5 1ª Subida - Limpeza e recorte das rebarbas 1ª Descida - Chapisco 2ª Subida - Prumos e emestramento 2ª Descida - Emboço e ponteamento da cerâmica 3ª Subida - Reboco paulista (fachadas norte e leste) 3ª Descida - Aplicação do revestimento 4ª Subida - Rejuntamento 4ª Descida - Limpeza 6e7 1ª Subida - Limpeza e recorte das rebarbas 1ª Descida - Chapisco 2ª Subida - Prumos e emestramento 2ª Descida - Emboço e ponteamento da cerâmica 3ª Subida - Transporte da balança p/ descer aplicando o revestimento 3ª Descida - Aplicação do revestimento 4ª Subida - Rejuntamento 4ª Descida - Limpeza 13 1ª subida: Tamponamentos em geral e corte de rebarbas das estruturas 1ª descida: Lavando o substrato do concreto, chapiscando com chapisco aditivado o concreto e colocando tela 2ª subida chapiscando a alvenaria 2ª descida: Emestrando, emboçando e definindo locais das juntas de dilatação ( paginação vertical) 3ª subida : sem realizar nenhuma atividade 3ª descida: Assentamento cerâmico 4ª subida: Rejuntando e preenchendo as juntas de dilatação 4ªdescida: Lavando a fachada Comunidade da Construção - Fortaleza 23
  • 24. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 14 1º ciclo: sobe - tamponamento dos furos e chapisco da estrutura desce - chapisco da alvenaria e arame dos prumos 2º ciclo: sobe - emestrando desce - reboco e emboço de fachada 3º ciclo: sobe - subida da balança desce - assentamento do revestimento externo e abertura das juntas 4º ciclo: sobe - rejuntando e tratando as juntas desce - limpeza A obra com ausência de patologia utiliza argamassa industrializada dosada em obra 1:1:6 (Cim:Cal:Areia). A tabela 8 mostra uma variedade de traços utilizada pelas obras que apresentam incidência de patologia. Comunidade da Construção - Fortaleza 24
  • 25. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Tabela 8 - Argamassa industrializada Argamassa Obra Argamassa dosada em obra industrializada ensacada 1 1:2:8 - Cim:Cal:Areia 2 1:1 + 2% OBE 3 REJUNTAMIX 4 1:6 (cimento/areia grossa peneirada com aditivo acrílico da matisica) 5 Assentamento - 1:2 (cimento + areia vermelha) Chapisco - 1:3 (cimento + areia grossa) Emboço - 1:6(cimento + areia vermelha)+ SIKANOL + SIKATARD Reboco paulista -1:3 (CIM + AG) c/ pavicril na água de amassamento - 4:1 ( água + pavicril) 6 Chapisco - 1:3 (cimento + areia grossa) Emboço - 1:5:1 (cimento + areia grossa+ areia vermelha) 7 Assentamento - 1:2 (cimento + areia vermelha) Chapisco - 1:3 (cimento + areia grossa) Emboço - 1:5:1 (cimento + areia grossa+ areia vermelha) 11 1:6 (cimento + areia grossa) 200 ml de Alvenarit 12 1 (cimento + areia grossa) + aditivo alvenarit 13 Chapisco - 1:3:X (cimento + areia grossa) + aditivo, no caso dos concretos Emboço - 1:4:x (cimento + areia grossa) + aditivo Reboco - 1:5:X (cimento + areia grossa) + aditivo Revestimento cerâmico - 1:2:X (cimento + areia grossa) + aditivo 14 1:5 + 200 ml alvenarit Para assentamento do revestimento : Porcelanato 30 x 30 cm - AC -III e concremassa Cerâmica 20 x 20 e pastilha 5 x 5 - AC - II - Concremassa O tipo de cerâmica utilizado pelas obras estudadas é explicitado no quadro 6. Comunidade da Construção - Fortaleza 25
  • 26. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Quadro 6 - Tipo de Cerâmica utilizado nas obras pesquisadas Obr Fabricante Cor Tamanho (cm) Esmaltada a 1 Cecrisa Branco e Cinza 10 x 10 Sim 2 Cecrisa Bege 20 X 20 Sim 3 Gail Natural 11 x 24 Não 3 Cecrisa Branca 10 x 10 Sim 4 Cecrisa Branca, Azul e Caramelo 10 x 20 Sim 5 Cecrisa Azul Blue, Branca, Verde e Bordeaux 10 x 10 Sim 6 Portobello;Gail Branca, vermelha; Damasco 10 x 10 e 24 x 11.6 Sim 7 Cecrisa Azul royal, Branco e Violeta 10 x 10 Sim 11 Portobelo Branca 10 x 10 Sim 12 Gail Vermelha, Branca, Café 21x 11.6 e 30 x 30 Sim 14 Tec -Cer Cinza 20 X 20 Sim Comunidade da Construção - Fortaleza 26
  • 27. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 4. ESTUDO DE CASO Esta pesquisa foi realizada no período de outubro a março de 2003, com quatro obras das construtoras participantes do Programa de Melhoria da Comunidade da Construção Civil de Fortaleza. O estudo das causas das patologias nestas obras foi realizado através de entrevistas com os engenheiros das construtoras, observações visuais, registros fotográficos, análise documental e ensaios laboratoriais. As observações visuais, entrevistas com engenheiros, registros fotográficos foram realizados nas obras A, B C e D. O ensaio de EPU foi realizado pelo laboratório do SENAI de São Bernardo do Campo somente na obra D. Nas obras A e C foram considerados dados históricos da cerâmica gail e na obra B foi utilizado já dados de ensaios realizados por consultoria contratada pela construtora. O quadro 1 sintetiza o tipo de estudo realizado em cada obra. O quadro 1 - Tipo de estudo realizado em cada obra. Obra A Registros fotográficos Entrevista com engenheiro Ensaios de aderência Obra B Observações visuais Registros fotográficos Entrevista com engenheiro Ensaios laboratoriais - (relatório consultoria) Obra C Observações visuais Registros fotográficos Entrevista com engenheiro Ensaios de aderência Comunidade da Construção - Fortaleza 27
  • 28. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Obra D Observações visuais Registros fotográficos Entrevista com engenheiro Ensaios de aderência e EPU 4.1. Resultados gerais Para apresentação dos resultados gerais as obras serão denominadas obras A, B, C e D por data de conclusão que são respectivamente 1996, 1998, 1999 e 2000. 4.1.1. Tipologia das obras A tipologia das obras estudadas está sintetizada no quadro 2. Todas as edificações pesquisadas são construídas em concreto armado e utilizam esquadrias de alumínio. O quadro 2 mostra uma variação significativa de altura dos edifícios. O Referido quadro mostra o uso de cerâmicas gail, cecrisa e porto belo com predominância da cor branca e dimensões 10 x 10cm. Quadro 2 - Tipologia das obras pesquisadas Obra A Concreto armado convencional, com 01 (um) subsolo, pavimento térreo. Cerâmica Gail de 24 x 11,6 cm, nas cores Branco brilhante e Vermelho Flash e esquadrias em alumínio e mezanino e 22 pavimentos. Obra B Concreto armado convencional, com estacionamento em pilotis e 02 pavimentos tipo. Cerâmica Cecrisa de 10 x 10 cm, nas cores branca e cinza e esquadrias em alumínio e vidros. Obra C Concreto armado convencional, com garagens no subsolo pavimento térreo, mezanino, 23 pavimentos tipo e cobertura. Cerâmica Gail na cores telha nas dimensões de 12 x 24 cm e Porto Belo na cor branca de 10 x 10 cm e esquadrias em alumínio e vidros. Obra D Concreto armado convencional, com garagens em subsolo e no pilotis e 14 (quatorze) pavimentos tipo. Comunidade da Construção - Fortaleza 28
  • 29. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Cerâmico das marcas CECRISA na cores verde e dimensões de 10 x 10 cm, Porto Belo na cor branca rajada e dimensões de 10 x 10 cm, e Porto Belo na cor branca lisa e dimensões de 10 x 10 cm, pintura em textura acrílica e esquadrias em alumínio e vidros. 4.1.2. Tipo de estudo realizado O quadro 3 mostra que a fachada oeste e a leste foram as regiões onde ocorreram os problemas de descolamento de cerâmica com maior e menor freqüência respectivamente. Nas fachadas Norte e Sul a ocorrência de patologias é da ordem de 50% nas edificações pesquisadas. Quadro 3 - Fachadas estudadas Obra A Fachadas Norte, Leste e Oeste Obra B Fachadas Sul e Oeste Obra C Fachadas Norte, Sul e Oeste, Obra D Fachadas Sul e Oeste 4.1.3. Informações coletadas nas entrevistas realizadas com engenheiros das obras A falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre o uso de argamassa industrializada, ou seja, fator água argamassa e tempo em aberto por parte dos assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a puxar panos inadequados e ausência de juntas de movimentação e dessolidarização foram apontados por todos os engenheiros entrevistados como fatores que contribuíram para a incidência de patologias. O quadro 4 sintetiza as informações fornecidas na entrevista pelo engenheiro de cada obra. Comunidade da Construção - Fortaleza 29
  • 30. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Quadro 4 - Informações fornecidas na entrevista pelo engenheiro de cada obra Obra A O processo de descolamento teve início no ano de 2001; Cerâmicas utilizadas: Cerâmica Gail de 24x11,6 cm, nas cores Branco brilhante e Vermelho Flash; Argamassa de Assentamento. Executada na Obra: Cimento + Areia grossa + Concentrado OBE Traço: em peso, 5kg : 12,5kg : 0,15kg Não houve treinamento específico para capacitação da mão de obra; Quando da execução das fachadas não foram previstas juntas de movimentação (horizontais e verticais) e dessolidarização; Foram executadas posteriormente juntas de movimentação horizontal quando do surgimento dos descolamentos com a utilização de Mástique à base de Poliuretano. Já foram detectados e corrigidos em torno de 5% de descolamento nas 04 fachadas, com maior incidência nas cerâmicas Gail de 24x11,6 cm em Vermelho Flash; Argamassa de rejunte tipo rígida; Executada na obra. Cimento + Areia grossa (1:3) Falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre, fator água cimento e tempo em aberto por parte dos assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a puxar grandes panos; Chapisco convencional; Executado na obra: Cimento + Areia grossa (1:3) Emboço; Executado na obra: Cimento + Areia grossa (1:5) + 200ml de Alvenarit. Obra B A processo de descolamento teve início antes da entrega da obra; Cerâmica utilizada: Cecrisa de 10 x 10 cm nas cores: branca e cinza; Argamassa utilizada: Argamassa Industrial Carbomil Tipo ACII; Não houve treinamento específico para capacitação da mão de obra; Deficiência no processo construtivo por falta de conhecimento por parte dos operários sobre a utilização de argamassa industrializada; Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização; Os problemas ocorridos na obra já foram objeto de estudo pela Consultare em março de 2000. Comunidade da Construção - Fortaleza 30
  • 31. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Obra C Foi realizada intervenção nas fachadas com três anos de conclusão do empreendimento; Fachada Norte apresentou maior incidência de descolamento de cerâmica sendo necessária a sua total substituição; As Fachadas Oeste e Leste foram substituídas todas as áreas que apresentaram alguma concentração de cerâmicas com som cavo, característico de perda de aderência, obedecendo ao relatório apresentado pelo condomínio; Estimou -se que cerca de 35% do revestimento gail em todas as Fachadas apresentou problema e teve que ser substituído; Argamassa utilizada na execução das fachadas ACII, fabricante Rejuntamix; Falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre o uso de argamassa industrializada, fator água argamassa e tempo em aberto por parte dos assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a puxar grandes panos; Não execução de juntas de movimentação e dessolidarização quando da execução das fachadas; Não selagem nos contornos das janelas permitindo a infiltração de água de chuva; Foram executadas na recuperação juntas em todas as fachadas a cada três pavimentos na parte superior das vigas. Obra D A argamassa utilizada na execução das fachadas foi argamassa cola; Foram realizadas 03 (três) intervenções na parte curva das fachadas Oeste/ Sul, na área onde foi assentada cerâmica de marca CECRISA de 10 x 10 cm, cor verde. A 1ª intervenção em fevereiro de 2001, a 2ª em agosto de 2003 e a 3ª em outubro de 2003; Quando da 2ª Intervenção de recuperação foram substituídas cerca de 400 peças da cerâmica CECRISA; Na 2ª intervenção foi aplicada argamassa colante AC III; A fachada oeste apresenta, nas áreas onde foram assentadas as cerâmicas de marca Porto Belo de 10 x 10 cm, cor branca, descolamento sendo necessária substituição de algumas peças; Falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre o uso de argamassa industrializada, ou seja, fator água argamassa e tempo em aberto por parte dos assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a puxar panos inadequados; Não foram executadas juntas de movimentação e dessolidarização quando da execução das Fachadas; Foram executadas juntas de movimentação, quando da recuperação, na parte curva Fachada Oeste/ Sul e em parte da Fachada Leste, região extrema com a Fachada Norte. 4.1.4. Ensaios laboratoriais Os quadros 5, 6, 7 e 8 mostram os resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no estudo. Comunidade da Construção - Fortaleza 31
  • 32. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Quadro 5 - Resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no estudo da - Obra A. ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA Resistência a Amostra Local do ensaio aderência Local de ruptura nº MPa 01 Fachada Norte 0,26 50% B 02 Fachada Norte 0,03 25% B 03 Fachada Sul - 35% A 04 Fachada Sul 0,15 10% B e 70% D 05 Fachada Sul 0,41 30%A, 20% C e 50%D 06 Fachada Sul 0,03 30% A 07 Fachada Sul 0,35 100% D 08 Fachada Sul - 50% A 09 Fachada Leste 0,23 100% D 10 Fachada Leste 0,04 100% D Obs.: A - Ruptura na interface placa cerâmica / argamassa de assentamento B - Ruptura no interior da argamassa de assentamento C - Ruptura na interface argamassa de assentamento /substrato(emboço) D - Ruptura no interior da argamassa do substrato (emboço) Obs.: 02 Corpos de prova não registraram carregamento. Obs.: Historicamente a cerâmica Gaill apresenta valores de Absorção em torno de 2,5% e a Expansão Higroscópica 0,015 mm/m. Comunidade da Construção - Fortaleza 32
  • 33. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Quadro 6 - Resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no estudo da Obra B. ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA Resistência a Amostra nº Local do ensaio aderência Local de ruptura MPa 01 Torre Esquerda * 96% (d)/ 4% (c) 02 Fachada Principal 0,28 11% (b)/87 (d)/ 2% ( a) 03 Torre Direita 0,03 31% (a)/ 6% (b)/ 63 (c) 04 Fachada Principal 0,10 100% (a) ** 05 Fachada Principal *** 100% (a)** 06 Fachada Principal 0,21 23% (a)/ 77% (c) Obs.: * Ruptura após o corte, ** Ausência de esmagamento completo dos cordões, ***Ruptura da placa no início da aplicação da carga. ºCERÂMICA AMOSTRA N VALOR (%) Absorção EPU EPU CERÂMICA AMOSTRA Nº OCORRIDA (mm/m) (mm/m) Cinza 01 0,50 0,25 Cinza 02 1,02 0,48 Cinza 03 0,90 0,30 Expansão Cinza 04 0,87 0,22 Higroscópica Cinza 05 0,50 0,10 Branca 07 1,14 0,47 Branca 089 1,12 0,47 Branca 07 1,17 0,69 Branca 08 0,99 0,53 Branca 10 1,10 0,50 Obs.: Os ensaios de Aderência e EPU foram fornecidos pela Construtora - relatório da Consultare. Comunidade da Construção - Fortaleza 33
  • 34. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Quadro 7 - Resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no estudo da Obra C. ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA Resistência a Amostra nº Local do ensaio aderência Local de ruptura MPa 01 Fachada Sul 0,71 100 % A 02 Fachada Sul 0,44 020% A / 030 % C 03 Fachada Sul 0,63 100% A 04 Fachada Sul 0,68 100 % A 05 Fachada Oeste 0,33 100 % A 06 Fachada Oeste 0,49 100 % A 07 Fachada Oeste 0,41 050 % C 08 Fachada Oeste 0,08 020% A/ 040% B Obs.: A - Ruptura no interior da argamassa de emboço B - Ruptura na interface da placa cerâmica / argamassa de emboço C - Ruptura no interior da argamassa colante Obs.: 02 Corpos de prova foram arrancados pelos operários da Colméia. Obs.1: Historicamente a cerâmica Gail apresenta valores de Absorção em torno de 2,5% e a Expansão Higroscópica. em torno de 0,015 mm/m Para se ter uma noção da situação da atual das fachadas realizou -se nas fachadas oeste e sul ensaios de aderência do revestimento Gail cor telha, dispensando -se os ensaios laboratoriais de Absorção e Expansão por Umidade devido o conhecimento prévio, comprovado em laboratório, dos resultados dos ensaios com relação a cerâmica Gaill que giram em torno de 2,5% de absorção e baixa expansão por umidade, estando de acordo com às diretrizes da Norma NBR -13818/97. Comunidade da Construção - Fortaleza 34
  • 35. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Quadro 8 - Resultados dos ensaios laboratoriais utilizados no estudo da obra C. ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA Resistência a Amostra nº Local do ensaio aderência Local de ruptura MPa 01 Fachada Oeste 0,23 100 A 02 Fachada Oeste 0,36 100 A 03 Fachada Oeste 0,77 100 A 04 Fachada Oeste 0,22 100 A 05 Fachada Oeste 0,15 100 A 06 Fachada Norte 0,21 100 B 07 Fachada Oeste 0,49 080 B/ 020 C 08 Fachada Oeste 0,93 060 A/ 020 C 09 Fachada Norte 0,64 050 A/ 010 B/ 015 C 10 Fachada Norte 1,18 080 A/ 010 C Obs.: A - Ruptura no interior da argamassa de emboço B - Ruptura na interface da placa cerâmica / argamassa de emboço C - Ruptura no interior da argamassa colante Relatório de Ensaio - DITEC Nº 1899, ANEXO. ºCERÂMICA Amostra Nº VALOR MÉDIO(%) Porto Belo 9,5x9,5 cm 10 0,7 Absorção Cecrisa 9,5x9,5 cm 08 3,2 Expansão EPU EPU Higroscópica CERÂMICA Amostra Nº Ocorrida (mm/m) (mm/m) CEMINA / Ouro Velho 05 Unidades 0,08 0,10 9,5 X 9,5 CM Porto Belo, Pantanal 9,5 05 Unidades 0,00 0,00 X 9,5 CM Conforme os resultados dos ensaios de Expansão por Umidade, realizados pelo laboratório do SENAI / São Bernardo do Campo, em anexo, os valores máximos de 0,1 mm/m para a cerâmica CEMINA/ OURO VELHO 9,5 X 9,5 CM, 0,00 mm/m para cerâmica PORTO BELO, PANTANAL 9,5 X 9,5 CM, estão em conformidade com a NBR -13818 que admitem valores inferiores a 0,6 mm/m, não sendo pois a causa determinante para o descolamento das cerâmicas da fachada. Comunidade da Construção - Fortaleza 35
  • 36. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 4.1.5. Diagnóstico dos problemas Os principais fatores dos destacamentos ocorridos nas edificações pesquisadas, considerando as informações obtidas através das entrevistas realizadas com os engenheiros, as observações visuais e os ensaios executados são sintetizados no quadro 9 Quadro 9 - Diagnóstico dos problemas de revestimento nas Fachadas estudadas Obra A A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento. O baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os quais se destaca a falta de capacitação da mão de obra que levaram a: abertura de grandes panos; não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de amassamento por parte dos assentadores de cerâmica. Podendo constar nos resultados de aderência, onde 85 % dos valores encontram -se abaixo de 0,30 MPa; Baixa resistência da argamassa de emboço; Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR -13755/96 recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo a critérios pré - determinados; Não preenchimento adequado do tardoz da cerâmica Gail (colocação de argamassa no tardoz para garantir a aderência mecânica as garras), conforme recomendação da NBR 13755/97. Soma -se a esse fato a falta de aderência física pela aplicação de argamassa de assentamento inadequada, sobre uma cerâmica de baixa absorção, constatado durante a realização dos ensaios de aderência. Comunidade da Construção - Fortaleza 36
  • 37. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Obra B Especificação inadequada do revestimento cerâmico. Tal fato foi comprovado pelos resultados dos ensaios de EPU fornecidos que apontam para valores acima do permitido pela NBR 13818/97, que são da ordem de 0,6 mm/m. A excessiva expansão provoca o aumento das tensões no revestimento e podem ocasionar o colapso do revestimento. A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento Os resultados dos ensaios mostram que dos 06 (seis) executados no revestimento cerâmico todos foram inferiores a 0,30 MPa, ou seja 100%, abaixo do valor estabelecido pela NBR 13755/96. O baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os quais se destacam a falta de capacitação da mão de obra que possivelmente levaram a: abertura de grandes panos (segundo informações obtidas durante a vistoria); não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de amassamento por parte dos assentadores de cerâmica; Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR -13755/96 recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo aos critérios pré - determinados. Deficiência no assentamento, pois as cerâmicas não apresentaram o preenchimento adequado do tardoz quando do assentamento, conforme recomendação da NBR 13755/97. Obra C A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento. O baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os quais se destaca a falta de capacitação da mão de obra que levaram a: abertura de grandes panos; não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de amassamento por parte dos assentadores de cerâmica; Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR -13755/96 recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo a critérios pré - determinados; Não preenchimento adequado do tardoz da cerâmica Gail (colocação de argamassa no tardoz para garantir a aderência mecânica as garras), conforme recomendação da NBR 13755/97. Soma -se a esse fato a falta de aderência física pela aplicação inadequada da argamassa de assentamento sobre uma cerâmica de baixa absorção; Não selagem nos contornos das janelas permitindo a infiltração de água de chuva e aceleração do processo de degradação do revestimento. Resultados dos ensaios nos locais recuperados. Os resultados dos ensaios mostram que dos 08 (oito) executados no revestimento cerâmico 01 (um) apresentou resultado inferior a 0,30 MPa, ou seja 8%, abaixo do valor estabelecido pela NBR 13755/96. Comunidade da Construção - Fortaleza 37
  • 38. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Obra D A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento. Os resultados dos ensaios mostram que dos 10 (dez) executados no revestimento cerâmico, 04 (quatro) apresentaram valores inferiores a 0,30 MPa, ou seja 40%, abaixo do valor estabelecido pela NBR 13755/96. O baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os quais se destacam a falta de capacitação da mão de obra que levaram a abertura de grandes panos; não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de amassamento por parte dos assentadores de cerâmica. Também contribui para o baixo desempenho da argamassa a sua especificação inadequada, para cerâmicas de baixa absorção; Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR -13755/96 recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo a critérios pré - determinados. Deficiência no assentamento, pois as cerâmicas não apresentaram o preenchimento adequado do tardoz quando do assentamento, conforme recomendação da NBR 13755/97. Comunidade da Construção - Fortaleza 38
  • 39. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados do estudo mostraram que apenas duas empresas não apresentam problemas de patologia nos revestimentos cerâmicos das fachadas. Sendo que uma delas utiliza o método de assentamento de cerâmica úmido sobre úmido, e a outra argamassa industrializada. Todas as demais utilizam este segundo método, entretanto a empresa que não registrou patologias elabora o projeto de produção do revestimento externo e tem controle do processo. A partir dos dados analisados sobre as fundações e estruturas das edificações estudadas, não foi possível constatar interferência dos aspectos estruturais nas patologias dos revestimentos de fachadas. A pesquisa direciona para a necessidade de estudos nessa linha. No que diz respeito aos projetos, ficou evidente a necessidade de elaboração de projetos de revestimento detalhados. Certamente as diretrizes de projetos desenvolvidos no programa de melhoria serão úteis neste processo de aprimoramento. Na fase de planejamento, ficou evidente a necessidade de uma série de procedimentos que certamente influenciarão na redução das patologias dos revestimentos de fachadas. A experiência da execução monitorada do revestimento de fachadas na obra do minicase será útil para as empresas que quiserem melhorar neste aspecto. A fase de suprimento e de produção indica a necessidade de maior controle e o treinamento como uma alternativa viável por se tratar de mão -de -obra própria na sua maioria. O estudo não permitiu concluir sobre a influência da cor, das dimensões e da existência de esmalte de cerâmica utilizada nas causas das patologias. A pesquisa evidenciou a necessidade de aprofundamentos sobre este aspecto . Em síntese a pesquisa indicou a necessidade de: • Execução e melhoria de qualidade dos projetos de revestimento; • Melhoria do controle das fases de planejamento, suprimentos, produção e; • Treinamento do pessoal envolvido com revestimento de fachadas. Comunidade da Construção - Fortaleza 39
  • 40. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS A ausência de juntas de movimentação e dessolidarização longitudinal e/ou transversal e deficiência no assentamento das cerâmicas foram considerados fatores críticos no descolamento das cerâmicas. Isto significa que a elaboração do projeto de fachada e a capacitação dos assentadores são ações necessárias para evitar que este tipo de problema volte a acontecer. A introdução de juntas planejadas ajuda a minimizar as patologias existentes. Comunidade da Construção - Fortaleza 40
  • 41. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 6. BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13817: Placas cerâmicas para revestimento - Classificação. Rio de Janeiro, 1997. ___. NBR 13818: Placas cerâmicas para revestimento - Especificação e métodos de ensaios. Rio de Janeiro, 1997. ___. NBR 1408: Argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica - Especificação. Rio de Janeiro, 1998. ___. NBR 13753: Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento. Rio de Janeiro, 1996. ___. NBR 13754: Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento. Rio de Janeiro, 1996. BAÍA, L.L.M.; SABATTINI, F.H. Projeto e execução de revestimento de argamassa. Coleção Primeiros Passos da Qualidade no Canteiros de Obras. São Paulo: O Nome da Rosa Editora, 2000. BARROS, M.M.S.B. ET AL. Recomendações para produção de revestimentos cerâmicos para paredes de vedação em alvenaria. São Paulo: Projeto EPUSP/ SENAI, 1998. CAMPANTE, E. F. Metodologia para diagnóstico, prevenção e recuperação de manifestações patológicas em revestimento cerâmico de fachadas. São Paulo, 2001. Tese de Doutorado, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. MEDEIROS, J.S. Tecnologia e projetos de revestimentos cerâmicos de fachadas de edifícios. São Paulo, 1999.Tese de Doutorado, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. SABBATINI, F.H. Tecnologia de produção de revestimentos cerâmicos: PCC 831. São Paulo, 1995. (Notas de aula do curso de Pós -Graduação). SABBATINI, F.H. Tecnologia de produção de revestimentos cerâmicos: PCC 5831. São Paulo, 1999. (Notas de aula do curso de Pós -Graduação). SABBATINI, F.H.; BARROS, M.M.S.B. Recomendações para produção de revestimentos cerâmicos para paredes de vedação em alvenaria. São Paulo: EPUSP/CPqDCC/ENCOL,1990. (Relatório Técnico R6 -06/90). Comunidade da Construção - Fortaleza 41
  • 42. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Anexo 1 - Estudo de Caso da Patologia - Construtora Marquise PROGRAMA COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO PROJETO: Programa de Melhoria de Rev. Cerâmico em Fachada – Comunidade da Construção – Fortaleza EMPRESA: Construtora Marquise OBRA VISTORIADA: Mercado Central de Fortaleza DATA DE CONCLUSÃO ENDEREÇO: Alberto Nepomuceno S/N 1998 ENGº RESPONSÁVEL: Renan Rolim 1.0 – OBJETIVO: Avaliação e diagnóstico do desempenho do revestimento cerâmico das fachadas do Edifício Mercado Central de Fortaleza 2.0 – CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO: O Mercado Central de Fortaleza localizado na Avenida Alberto Nepomuceno S/N – Centro – Fortaleza – Ceará, foi construído em concreto armado convencional, com estacionamento em pilotis e 02 pavimentos tipo. A construção foi concluída e posta em uso no ano 2000. As fachadas do edifício foram revestidas com Cerâmica Cecrisa de 10 x 10 cm, nas cores branca e cinza e esquadrias em alumínio e vidros. 3.0 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES: O trabalho de vistoria técnica e elaboração de relatório final foram realizados pelos Engenheiros Civis José Ramalho Torres, Roney Sérgio Marinho de Moura e Maria Aridenise Macena Fontenele. Os trabalhos de vistoria foram concentrados nas Fachadas Sul e Oeste, nas regiões onde ocorreram os problemas de descolamento de cerâmica, e envolveram tão somente observações visuais e coleta de informações e ensaios realizados. Comunidade da Construção - Fortaleza 42
  • 43. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 4.0 – INFORMAÇÕES COLETADAS: Conforme informações obtidas junto ao Engº Renan Rolim, da Construtora Marquise: • A processo de descolamento teve início antes da entrega da obra; • Cerâmica utilizada: Cecrisa de 10 x 10 cm nas cores: branca e cinza; • Argamassa utilizada: Argamassa Industrial Carbomil Tipo ACII; • Não houve treinamento específico para capacitação da mão de obra; • Deficiência no processo construtivo por falta de conhecimento por parte dos operários sobre a utilização de argamassa industrializada; • Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização; • Os problemas ocorridos na obra do Mercado Central já foram objeto de estudo pela Consultare em março de 2000. Obs.: Os ensaios de Aderência e EPU foram fornecidos pela Construtora Marquise. 4.0 – ENSAIOS: 4.1 – ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA LOCAL DO RESISTÊNCIA A AMOSTRA Nº LOCAL DE RUPTURA ENSAIO ADERÊNCIA MPa 01 Torre Esquerda * 96% (d)/ 4% (c) 02 Fachada Principal 0,28 11% (b)/87 (d)/ 2% ( a) 03 Torre Direita 0,03 31% (a)/ 6% (b)/ 63 (c) 04 Fachada Principal 0,10 100% (a) ** 05 Fachada Principal *** 100% (a)** 06 Fachada Principal 0,21 23% (a)/ 77% (c) Obs.: * Ruptura após o corte, ** Ausência de esmagamento completo dos cordões, ***Ruptura da placa no início da aplicação da carga. 4.2 – ºCERÂMICA AMOSTRA N VALOR (%) Absorção EPU Ocorrida CERÂMICA AMOSTRA Nº EPU (mm/m) (mm/m) Cinza 01 0,50 0,25 Cinza 02 1,02 0,48 4.3 – Cinza 03 0,90 0,30 Expansão Cinza 04 0,87 0,22 Higroscópica Cinza 05 0,50 0,10 Branca 07 1,14 0,47 Branca 089 1,12 0,47 Branca 07 1,17 0,69 Branca 08 0,99 0,53 Branca 10 1,10 0,50 Comunidade da Construção - Fortaleza 43
  • 44. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 5 0 – DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS: Com base nas informações obtidas através do Engº Renan, nas observações visuais, e ensaios realizados podem-se afirmar que os principais fatores dos destacamentos ocorridos no Mercado Central foram: • Especificação inadequada do revestimento cerâmico. Tal fato foi comprovado pelos resultados dos ensaios de EPU fornecidos que apontam para valores acima do permitido pela NBR 13818/97, que são da ordem de 0,6 mm/m. A excessiva expansão provoca o aumento das tenções no revestimento e podem ocasionar o colapso do revestimento. • A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento Os resultados dos ensaios mostram que dos 06 (seios) executados no revestimento cerâmico todos foram inferiores a 0,30 MPa, ou seja 100%, abaixo do valor estabelecido pela NBR 13755/96. O baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os quais se destacam a falta de capacitação da mão de obra que possivelmente levaram a: abertura de grandes panos (segundo informações obtidas durante a vistoria); não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de amassamento por parte dos assentadores de cerâmica; • Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR-13755/96 recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo aos critérios pré-determinados. • Deficiência no assentamento, pois as cerâmicas não apresentaram o preenchimento adequado do tardoz quando do assentamento, conforme recomendação da NBR 13755/97. Engª Na 2ª intervenção foi aplicada Engº José Ramalho Torres argamassa colante C.R.E.A. 5817 - D C.R.E.A. 10428 - D Engº Roney Sérgio Marinho de Moura C.R.E.A. 4599 - D Comunidade da Construção - Fortaleza 44
  • 45. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Comunidade da Construção - Fortaleza 45
  • 46. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS FOTO 01 – DESCOLAMENTO DA CERÂMICA POR DEFICIÊNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E/OU EXPANSÃO DA CERÂMICA, FACHADA OESTE, CAIXA D’ÁGUA Comunidade da Construção - Fortaleza 46
  • 47. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS FOTO 02 – DESCOLAMENTO DA CERÂMICA POR DEFICIÊNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E/ OU EXPANSÃO DA CERÂMICA, FACHADA LESTE FOTO 03 – DESCOLAMENTO DA FOTO 05 – AUSÊNCIA DE JUNTAS DE CERÂMICA POR DEFICIÊNCIA DA MOVIMENTAÇÃO E DESCOLAMENTO DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO, CERÂMICA POR DEFICIÊNCIA DA FACHADA OESTE ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E/OU Comunidade da Construção - Fortaleza 47
  • 48. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS EXPANSÃO DO REVESTIMENTO, FACHADA OESTE FOTO 04 – DESCOLAMENTO POR EXPANSÃO DA CERÂMICA NA FACHADA OESTE Comunidade da Construção - Fortaleza 48
  • 49. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS Anexo 2 - Estudo de Caso da Patologia - Construtora Colméia PROGRAMA COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO PROJETO: Programa de Melhoria de Rev. Cerâmico em Fachada – Comunidade da Construção – Fortaleza EMPRESA: Construtora Colmeia OBRA VISTORIADA: Edifício Forest Park DATA DE CONCLUSÃO ENDEREÇO: Rua Ana Bilhar nº 522 – Meireles julho de 1999 ENGº RESPONSÁVEL: Engº Walmir Esmeraldo Virgíneo 1.0 – OBJETIVO: Avaliação e diagnóstico do desempenho do revestimento cerâmico das fachadas do Edifício Forest Park. 2.0 – CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO: O Edifício Forest Park localizado à Rua Ana Bilhar nº 522 – Meireles - Fortaleza - Ceará, foi construído em concreto armado convencional, com garagens no subsolo pavimento térreo, mezanino, 23 pavimentos tipo e cobertura. A construção foi concluída e posta em uso em julho de 1999. As fachadas do edifício foram revestidas com cerâmica: Gaill na cores telha nas dimensões de 12 x 24 cm e Porto Belo na cor branca de 10 x 10 cm e esquadrias em alumínio e vidros. 3.0 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES: O trabalho de vistoria técnica e elaboração de relatório final foram realizados pelos Engenheiros Civis José Ramalho Torres, Roney Sérgio Marinho de Moura e Maria Aridenise Macena Fontenele. Os trabalhos de vistoria foram concentrados nas Fachadas Norte, Sul e Oeste, nas regiões onde ocorreram os problemas de descolamento de cerâmica, e envolveu tão somente observações visuais, coleta de informações e realização de ensaios de aderência. Comunidade da Construção - Fortaleza 49
  • 50. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 4.0 – INFORMAÇÕES COLETADAS: Conforme informações obtidas junto ao Engº Walmir Esmeraldo Virgíneo, Construtora Colméia; • Foi realizada intervenção nas fachadas com três anos de conclusão do empreendimento; • Fachada Norte apresentou maior incidência de descolamento de cerâmica sendo necessária a sua total substituição; • As Fachadas Oeste e Leste foram substituídas todas as áreas que apresentaram alguma concentração de cerâmicas com som cavo, característico de perda de aderência, obedecendo ao relatório apresentado pelo condomínio; • Estimou-se que cerca de 35% do revestimento gail em todas as Fachadas apresentou problema e teve que ser substituído; • Argamassa utilizada na execução das fachadas ACII, fabricante Rejuntamix; • Falta de treinamento, capacitação e conhecimento, sobre o uso de argamassa industrializada, fator água argamassa e tempo em aberto por parte dos assentadores que os levaram a produzir grande quantidade de argamassa e a puxar grandes panos; • Não execução de juntas de movimentação e dessolidarização quando da execução das fachadas; • Não selagem nos contornos das janelas permitindo a infiltração de água de chuva; • Foram executadas na recuperação juntas em todas as fachadas a cada três pavimentos na parte superior das vigas. Para se ter uma noção da situação da atual das fachadas realizou-se nas fachadas oeste e sul ensaios de aderência do revestimento Gail cor telha, dispensando-se os ensaios laboratoriais de Absorção e Expansão por Umidade devido o conhecimento prévio, comprovado em laboratório, dos resultados dos ensaios com relação a cerâmica Gaill que giram em torno de 2,5% de absorção e baixa expansão por umidade, estando de acordo com às diretrizes da Norma NBR-13818/97. Comunidade da Construção - Fortaleza 50
  • 51. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 4.0 – ENSAIOS: 4.1 – ENSAIO DE ARRANCAMENTO - DETERMINAÇÃO DA ADERÊNCIA AMOSTRA Nº 7. LOCAL DO RESISTÊNCIA LOCAL DE RUPTURA ENSAIO A ADERÊNCIA MPa 01 Fachada Sul 0,71 100 A 02 Fachada Sul 0,44 020 A / 030 C 03 Fachada Sul 0,63 100 A 04 Fachada Sul 0,68 100 A 05 Fachada Oeste 0,33 100 A 06 Fachada Oeste 0,49 100 A 07 Fachada Oeste 0,41 050 C 08 Fachada Oeste 0,08 020 A/ 040 B 09 10 Obs.: A – Ruptura no interior da argamassa de emboço B – Ruptura na interface da placa cerâmica/argamassa de emboço C – Ruptura no interior da argamassa colante Obs.: 02 Corpos de prova foram arrancados pelos operários da Colmeia. ºCERÂMICA AMOSTRA N VALOR (%) 4.2 – Absorção EPU EPU CERÂMICA AMOSTRA Nº OCORRIDA (mm/m) (mm/m) 4.3 – Expansão Higroscópica Obs.1: Historicamente a cerâmica Gail apresenta valores de Absorção em torno de 2,5% e a Expansão Higroscópica. em torno de 0,015 mm/m Comunidade da Construção - Fortaleza 51
  • 52. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 5 0 – DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS: Com base nas informações obtidas através do Engº Walmir Esmeraldo Virgíneo e nas observações visuais e nos ensaios executados, podem-se afirmar que os principais fatores dos destacamentos ocorridos no Edifício Forest Park foram: • A baixa aderência do revestimento cerâmico a argamassa de assentamento. O baixo desempenho da argamassa de assentamento foi ocasionado por vários motivos, dentre os quais se destaca a falta de capacitação da mão de obra que levaram a: abertura de grandes panos; não observância do tempo em aberto e adição em excesso de água de amassamento por parte dos assentadores de cerâmica; • Ausência de juntas de movimentação e dessolidarização, onde a NBR-13755/96 recomenda a sua execução, longitudinal e/ou transversal obedecendo a critérios pré-determinados; • Não preenchimento adequado do tardoz da cerâmica Gail (colocação de argamassa no tardoz para garantir a aderência mecânica as garras), conforme recomendação da NBR 13755/97. Soma-se a esse fato a falta de aderência física pela aplicação inadequada da argamassa de assentamento sobre uma cerâmica de baixa absorção; • Não selagem nos contornos das janelas permitindo a infiltração de água de chuva e aceleração do processo de degradação do revestimento. Resultados dos ensaios nos locais recuperados. • Os resultados dos ensaios mostram que dos 08 (oito) executados no revestimento cerâmico 01 (um) apresentou resultado inferior a 0,30 MPa, ou seja 8%, abaixo do valor estabelecido pela NBR 13755/96. Engª Maria Aridenise Macena Fontenele Engº José Ramalho Torres C.R.E.A. 10428 - D C.R.E.A. 5817 - D Engº Roney Sérgio Marinho de Moura C.R.E.A. 4599 - D Comunidade da Construção - Fortaleza 52
  • 53. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Comunidade da Construção - Fortaleza 53
  • 54. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS FOTO 01 – DETALHE DE JUNTA EXECUTADA DURANTE A RECUPERAÇÃO FOTO 02 – NÃO SELAGEM DOS CONTORNOS DAS JANELAS PERMITINDO A INFILTRAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA E MARCAÇÃO EM CERÂMICAS COM SOM CAVO, NÃO SUBSTITUÍDAS, FACHADA SUL Comunidade da Construção - Fortaleza 54
  • 55. REVESTIMENTO CERÂMICO EM FACHADAS - ESTUDO DAS CAUSAS DAS PATOLOGIAS FOTO 03 – SINAIS VISÍVEIS DE RECUPERAÇÃO RECENTE, FACHADA SUL FOTO 05 – PREPARAÇÃO DE CORPO DE PROVA PARA ENSAIO DE ADERÊNCIA, FACHADA OESTE FOTO 04 – PREPARAÇÃO DE CORPO DE PROVA PARA ENSAIO DE ADERÊNCIA, FACHADA SUL Comunidade da Construção - Fortaleza 55