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Realização Apoio
Patrocínio Financiamento
REVITALIZAÇÃO DOS MONUMENTOS DO
PARQUE FARROUPILHA 2016
A presente publicação trata-se do
Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural
- Resgate dos Monumentos do Parque Farroupilha
Ficha Técnica
Edição
Associação Sul Riograndense da Construção Civil
Organização
José Francisco Alves
Supervisão e revisão dos textos
Vitor Ortiz
Pesquisa e texto - verbetes históricos dos monumentos
José Francisco Alves
Textos descritivos das intervenções nos monumentos
Arq. Verônica Di Benedetti
Design Gráfico e tratamento de imagens
Rogério de Bem Maduré
Fotografias*
Gilberto Perin
Impressão
Ideograf
*Todas as imagens sem crédito nas próprias
fotos são de Gilberto Perin
Porto Alegre, 21 de Julho de 2016
Associação Sul Riograndense
da Construção Civil
Av. Augusto Meyer, 145
90550-110 Porto Alegre-RS
(51) 3021 3440
Resgate do Patrimônio Histórico : Construção Cultural
Parque Farroupilha 2016
Sumário
5	 A preservação que se impõe
		 Ricardo Antunes Sessegolo
7	 Uma parceria pela memória de Porto Alegre
		José Fortunati
9	 A revitalização dos Monumentos do Parque Farroupilha
		Victor Hugo Alves da Silva
11	 O parque é uma de nossas melhores heranças
	 	 Zalmir Chwartzmann
13	 Os procedimentos técnicos de revitalização
	 	 Verônica Di Benedetti
14	 Preservação de Monumentos Públicos em Porto Alegre		
		 Luiz Antônio Bolcato Custódio
18	 Monumentos, Memória e Preservação: Uma Construção Cultural
	 	 José Francisco Alves
24	 Mapa dos monumentos - Parque Farroupilha
		 Projeto - Edição 2016, 2014 e demais monumentos
26	 Monumentos revitalizados 2016
		 Verbetes dos vinte monumentos
78	 Arte / Revitalização / Arte
		 Ensaio fotográfico de Gilberto Perin
83	 Currículos
		Coordenação Técnica do projeto e publicação
84	 Ficha Técnica do projeto
4 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
5
A preservação que se impõe
	 Preservar e cuidar da manutenção do
patrimônio cultural construído é um grande
desafio da atualidade. Principalmente tendo
em vista a escassez de recursos financeiros
por parte do poder público, o que tem impedi-
do, inclusive, o funcionamento minimamente
aceitável de serviços essenciais como saúde,
educação, segurança e de infraestrutura.
	 Neste cenário, temas como a proteção
do patrimônio cultural, ficam à margem das
análises prioritárias dos governantes, sendo
muitas vezes viabilizados por meio de solu-
ções alternativas, como parcerias entre o se-
tor público e privado.
	 Erigir novas edificações, melhorando
a qualidade de vida da população, gerando
novos empregos, renda e desenvolvimento
é a grande missão da Indústria da Constru-
ção Civil. O Sinduscon-RS que congrega esse
setor fundamental da economia em mais de
300 municípios gaúchos, entendeu ser extre-
mamente importante uma mobilização junto à
cadeia produtiva da atividade, visando promo-
ver e incentivar ações focadas na manuten-
ção da memória coletiva da sociedade.
	 Com tal propósito, a Entidade instituiu
em 2014 o Projeto Construção Cultural, con-
templando, entre outras iniciativas, o Resgate
do Patrimônio Histórico, que busca garantir a
permanência da identidade do nosso Estado.
	 O projeto piloto iniciou pelo Parque
Farroupilha, onde, por meio de parcerias com
empresas da indústria da construção e com o
poder municipal e estadual, em dois anos, 32
monumentos deteriorados pela ação do tem-
po e de vandalismos, já foram revitalizados.
	 A expectativa da Entidade é a de servir
de incentivadora para que outras instituições
se mobilizem com o mesmo objetivo. Mas esta
singela experiência já demonstrou que ape-
nas a vontade de contribuir para a preserva-
ção cultural não é suficiente.
	 Faz-se necessário a instauração de
programas de educação permanente que pro-
piciem a conscientização das novas gerações
para a relevância do tema, de tal forma que
toda a sociedade mantenha-se vigilante, im-
pedindo a ação dos que atacam a memória
que enriquece a nossa história.
	 Ricardo Antunes Sessegolo
	 Presidente do Sinduscon-RS
6 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
7
Uma parceria pela memória
de Porto Alegre
	 Venho defendendo, há algum tempo,
que cuidar do que é de todos não é uma tarefa
apenas do prefeito, ou do poder público, mas
de toda a sociedade. Por isso, criamos o “Eu
curto, eu cuido”, como uma forma de conscien-
tizar a população para a importância de pre-
servar os equipamentos, monumentos, praças
e parques para que cada um possa usufruir.
	 Em 2014, iniciamos o Projeto de Res-
gate do Patrimônio Histórico do Parque Far-
roupilha, em uma profícua parceria entre a
Prefeitura de Porto Alegre e o Sinduscon-RS
(Sindicato das Indústrias da Construção Ci-
vil no RS), viabilizado pela Lei de Incentivo à
Cultura (LIC) do Governo do Estado. Na edição
2016, daremos continuidade aos trabalhos que
já contabilizam um total de 32 monumentos e
marcos históricos recuperados.
	 Com intervenções de caráter conser-
vativo, o projeto tem como principal objetivo
recuperar a integralidade dos monumentos do
Parque Farroupilha, muitos deles depredados
por vandalismo ou com necessidade de con-
servação pela ação do tempo. Poderemos, as-
sim, proporcionar aos frequentadores a com-
pleta compreensão desse espaço público tão
importante para a história da cidade. O tra-
balho integra Secretaria Municipal da Cultura
(SMC) e Secretaria do Meio Ambiente (SMAM),
que definiram as obras, enquanto a Coordena-
ção da Memória Cultural definiu procedimen-
tos e fiscalizou a execução dos serviços.
	 Basicamente as obras receberam lim-
peza química e mecânica, reconstituição das
placas de identificação e recuperação dos
elementos artísticos. Algumas das esculturas
desaparecidas foram reproduzidas em resi-
na, com pigmentação semelhante ao bronze.
A responsabilidade técnica pela execução das
intervenções é da arquiteta Verônica Di Bene-
detti e as reproduções de bustos e elementos
artísticos foram modeladas pelo escultor Luiz
Henrique Mayer.
	 A parceria entre o poder público – Mu-
nicípio e Governo do Estado – com o Sinduscon
-RS é uma das alternativas contemporâneas
para viabilizar a recuperação do patrimônio e
vem demonstrando ser um caminho que pode
ser seguido em outros projetos, de forma
igualmente bem-sucedida.
	 Os monumentos revitalizados nes-
ta etapa são: Marco com as designações do
Parque Farroupilha, Homenagem ao Esporte,
Busto de Luiz Englert, Busto de Alberto Bins,
Marco contra as Armas de Brinquedo, Busto
de Jaime Pereira da Costa, Monumento a João
Wesley, Monumento a Assis Brasil, Monumen-
to a Brochado da Rocha, Busto da Imperatriz
Leopoldina, Cabeça de José Lubianca, Placa
a José Bonifácio, Marco da Exposição Farrou-
pilha, Busto do Almirante Tamandaré, Busto
de Duque de Caxias, Busto de Mascarenhas
de Moraes, Busto de Santos Dumont, Placa da
nova iluminação do Parque, Placa Centenário
da Redenção dos Cativos, e o Gaúcho Oriental.
	 José Fortunati
	 Prefeito de Porto Alegre
8 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
9
A revitalização dos Monumentos
do Parque Farroupilha
	 Destinar recursos públicos por meio
do Sistema Pró-cultura RS - Lei de Incentivo
à Cultura (LIC) - para a revitalização dos Mo-
numentos do Parque Farroupilha é contribuir
com um projeto cujo objetivo vai além de recu-
peração física de 20 obras de arte urbana.
	 Independente do estilo, época, mate-
riais e significados, o conjunto integra o pa-
trimônio cultural e paisagístico da cidade de
Porto Alegre. Esse sítio foi palco da grande
exposição realizada pelo Governo do Estado
do Rio Grande do Sul em 1935, em comemora-
ção ao Centenário da Revolução Farroupilha.
Alguns remanescentes restaram para atestar
a importância da comemoração como o lago,
alguns monumentos, a fonte luminosa, o eixo
principal do Parque e as 68 salas da Escola
Normal General Flores da Cunha que abrigou
o pavilhão cultural da exposição e hoje é o Ins-
tituto Estadual Flores da Cunha, bem tombado
pelo IPHAE/SEDAC que encontra-se em pro-
cesso de restauração.
	 Outro aspecto relevante do projeto são
as práticas de educação patrimonial por meio
da realização de seminário sobre a conserva-
ção de arte pública e a edição do caderno de
restauro sobre os monumentos do Parque. As
práticas contemplam aspectos fundamentais
para a manutenção dos monumentos restau-
rados como ferramenta de engajamento do
conjunto da sociedade nas práticas de conser-
vação e valorização do patrimônio público.
	 Victor Hugo
	 Secretário de Estado da Cultura do RS
10 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
11
O parque é uma de nossas
melhores heranças
	 Na era contemporânea, cada vez mais
a sociedade participa e deve participar da ges-
tão da cidade. Não há mais como delegar tudo
ao estado, à Prefeitura, ao poder público. É
fundamental que se constituam âmbitos de
atuação efetiva dos entes privados e dos in-
divíduos na busca do bem estar social. Essa,
sem dúvida, é uma das melhores marcas des-
te projeto que entrega a segunda leva de mo-
numentos revitalizados em Porto Alegre.
	 O Parque Farroupilha, ou a Redenção
como é popularmente conhecido, é uma das
melhores heranças do nosso passado. Antes
da cidade transbordar sua antiga malha ur-
bana para além dos contornos do atual Cen-
tro Histórico, o lugar era conhecido como a
“Várzea da Redenção”. Sua utilização festiva
e comum pelos porto-alegrenses teve como
marca a realização da Feira Internacional de
1935, comemorativa dos cem anos da guerra
Farroupilha, quando então governava o Esta-
do o General Flores da Cunha e Alberto Bins
era o Prefeito.
	 Na atualidade, Porto Alegre, e em par-
ticular o Bairro Bom Fim, seria irreconhecível
sem o Parque. Frequentado por milhares de
pessoas diariamente, em especial nos domin-
gos ensolarados de todas as estações do ano, o
lugar representa um ponto de encontro de pas-
sado e presente. Crianças, jovens, senhores e
senhoras que vivem a possibilidade de parti-
lhar uma área comum nos melhores momen-
tos do seu cotidiano são, na verdade, herdeiros
de uma propriedade comum, que precisa ser
cuidada por todos nós para que as gerações
seguintes possam ter o mesmo privilégio.
	 No que tange aos monumentos do Par-
que, esta é uma das muitas tarefas da sua
manutenção e qualificação. Há outras que po-
dem e devem ser assumidas por outros en-
tes da sociedade ou mesmo pelo próprio po-
der público, a quem realmente a lei delega a
competência de gestão do espaço. Sinduscon
-RS, Associação da Construção Civil, os pa-
trocinadores Braskem, Gerdau, Melnick Even,
Nex Group e os demais apoiadores do proje-
to – utilizando a oportunidade do incentivo à
cultura do programa Pró-Cultura do Governo
Estadual – dão um belíssimo exemplo de ati-
tude e mobilização ao assumir e resolver essa
tarefa de revitalizar os símbolos que a cidade
plantou no seu espaço de uso e convivência
comum.
	 Além disso, é importante salientar aqui
a preocupação técnica e a correção conceitual
das intervenções revitalizadoras, o cuidado na
seleção da equipe de profissionais encarrega-
dos pelo projeto e a dedicação pró-bônus dos
dirigentes do Sinduscon-RS, sem o que seria
impossível realizar um serviço cuja relevância
não pode ser medida.
	 Zalmir Chwartzmann
12 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
13Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Os procedimentos técnicos de
revitalização
	 O Projeto Construção Cultural - Resga-
te do Patrimônio Histórico do Parque Farrou-
pilha, edição 2016, vem dar continuidade aos
trabalhos desenvolvidos durante 2014 com
a revitalização de 32 monumentos e marcos
históricos localizados nesse Parque. Através
de intervenções de caráter conservativo ten-
do como objetivo o resgate da leitura visual
do Parque como um todo, proporcionando aos
seus frequentadores melhor compreensão
desse espaço público tão importante para a
cidade como palco de fatos históricos e artís-
ticos.
	 Procedimentos de limpeza química e
mecânica, reconstituição da identificação dos
monumentos e marcos, e resgate dos ele-
mentos artísticos foram as ações utilizadas
na recuperação do acervo. Pesquisas histó-
ricas e artísticas nortearam as intervenções
realizadas, as quais possibilitaram revelar
monumentos que se resumiam a simples pe-
daços de rocha espalhados no espaço, sem
contextualização e sem sentido. As sujidades
foram removidas conferindo às peças, maior
longevidade e a valorização dos seus detalhes.
Os textos de identificação perdidos foram re-
cuperados e reproduzidos em alto relevo em
placas de granito.
	 Para revitalizar o acervo artístico hou-
ve empenho em verificar a existência de répli-
cas ou mesmo os próprios originais guarda-
dos, para evitar furto, pela Secretaria do Meio
Ambiente (SMAM). Essas foram usadas para
reprodução através da confecção de moldes
em gesso para logo em seguida serem repro-
duzidos, desta vez, em resina mimetizando a
peça original em bronze. Aqueles elementos
que não possuíam réplicas ou mesmo docu-
mentação suficiente para uma perfeita leitura
da obra, foram modeladas, pelo escultor Luiz
Henrique Mayer, novas peças dentro do mes-
mo conceito da obra original permitindo as-
sim a recuperação dos monumentos.
	 O projeto ainda contempla o traslado
da escultura ‘Gaúcho Oriental’ para o eixo
monumental do Parque Farroupilha, junto ao
chafariz, no intuito de valorização e proteção
do mesmo. Embora ele sempre estivesse lo-
calizado no Parque, sua visibilidade era bas-
tante reduzida, o que favorecia ações de furto
e vandalismo.
	 Com mais esta etapa concluída, o Par-
que Farroupilha volta a ser um grande museu
aberto enriquecendo a cidade por meio de
seus monumentos públicos revitalizados.
	 Verônica Di Benedetti
	 Coordenadora Técnica do projeto
14 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
	 A conservação e preservação dos monumen-
tos públicos de Porto Alegre, historicamente, foi res-
ponsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente, SMAM,
por sua Supervisão de Parques, Praças e Jardins.
Desde 2013, essa atribuição passou a ser exercida pela
Secretaria da Cultura, por meio da Coordenação da
Memória Cultural em parceria com outras secretarias
municipais.
	 Espalhados em espaços públicos como pra-
ças, parques, largos e vias públicas, a cidade já possui
mais de três centenas de monumentos de diferentes
épocas, dimensões, feições e motivações que foram
promovidos e financiados por indivíduos, grupos ou pe-
los governos em suas três esferas. Um acervo repre-
sentativo, acumulado a partir de meados do século XIX,
que configura a paisagem urbana, referencia a identi-
dade e história de Porto Alegre.
	 Para promover a proteção legal e a conserva-
ção física dessas obras, tornou-se necessário, por um
lado, a identificação e o conhecimento da situação de
cada monumento, o que passou a ser feito por meio de
um inventário organizado com objetivo de estruturar
uma base de dados com localização, histórico, caracte-
rísticas físicas, estado de conservação e registro de in-
tervenções. Em paralelo, foram definidos procedimen-
tos técnicos e orientações adequadas às intervenções de
limpeza, manutenção ou restauração de cada tipologia
de obra. As diretrizes foram registradas no Manual de
Conservação de Monumentos, publicado em 2012, po-
rém as orientações técnicas não substituem a necessi-
dade de participação de profissionais especializados nas
intervenções, o que passou a ser feito desde então.
	 Os monumentos públicos localizados em áreas
abertas passam por processos de envelhecimento e
degradação sob a ação do tempo e agentes da nature-
za. O homem pode contribuir nesse sentido, intervindo
tanto para acelerar, como para diminuir esses efeitos.
Preservação de Monumentos Públicos em Porto Alegre
Luiz Antônio Bolcato Custódio
Arquiteto, doutor, especialista em restauro de monumentos
e sítios históricos, Coordenador da Memória Cultural da
Secretaria da Cultura de Porto Alegre.
Imagem:FlaviaBoniLicht
No campo da preservação, a participação humana pode
agir sobre o próprio objeto tomando providências sim-
ples como a promoção de limpeza regular, o que pode
prevenir processos de degradação. Um dos temas con-
temporâneos no campo da preservação do patrimônio
cultural é a conservação preventiva, que defende ser a
manutenção contínua, a chave para assegurar a per-
Chafariz do Tritão, Parque Farroupilha,
recuperado em 2011.
15Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
manência dos bens culturais no tempo. Outro desafio
da preservação de monumentos públicos é o crescen-
te vandalismo que, em diferentes escalas, ocorre em
toda a cidade, resultando na mutilação e danificação
das obras por subtração de componentes e pichações.
	 Sob o ponto de vista conceitual, de acordo com
Cesare Brandi, as intervenções para preservação de
obras de arte abrangem a três variáveis: o tempo, a
matéria e a imagem. O tempo não para... Logo, o tempo
não se restaura. Suas marcas acompanham os bens
culturais e atestam sua trajetória. A matéria, integrada
pelos elementos constitutivos dos bens culturais, é no
que se procedem as intervenções. A intervenção nos
materiais é o que permite a recuperação ou restaura-
ção da imagem, uma vez que matéria é o suporte para
expressão da imagem. E o que se busca com uma res-
tauração é a recuperação de sua imagem. Da imagem
original, da imagem do original, de acordo com crité-
rios técnicos, históricos, artísticos, estéticos e éticos.
	 Um dos primeiros trabalhos desenvolvidos
pela Coordenação da Memória nessa área foi a recu-
peração da fonte A Samaritana, da Praça da Alfândega,
obra que foi partida aos pedaços por ato de vandalis-
mo. A peça original foi restaurada e hoje se encontra
exposta no Paço dos Açorianos. Foi executada uma ré-
plica que retornou para a praça onde o programa Mo-
numenta recuperou cerca de vinte monumentos.
	 A segunda experiência nessa área envolveu
intervenção para solucionar infiltrações na Fonte de
Talavera, em 2011. A solução técnica foi construir um
túnel sob a fonte para permitir a manutenção do sis-
tema hidráulico de forma independente das estruturas
de alvenaria, evitando danificar azulejos e cerâmicas
espanholas, objeto de proteção. A bacia original, que-
brada por vandalismo em 2005, foi consolidada e pas-
sou a ser exposta no Paço dos Açorianos. No Parque
Farroupilha, o chafariz do Tritão foi recuperado com
recursos aportados pelo Ministério Público Estadual.
	 Essas experiências iniciais permitiram ao Mu-
nicípio avaliar critérios de intervenção e definir prio-
ridades de conservação, considerando variáveis como
a importância histórica ou artística, o grau de integri-
dade e o risco de desaparecimento. Nessa linha, foi
priorizada a restauração do monumento modernista
de Gilberto Pegoraro do Parque Farroupilha, obra em
avançado estado de degradação.
	 Em 2014, numa parceria com o Ministério Pú-
blico e a Polícia Civil do Governo do Estado, foi lançada
a Campanha de Proteção e Valorização de Monumentos
Públicos. Essa campanha também previu a realização
de ações educativas e de promoção envolvendo a rede
escolar, com preparação de materiais didáticos e visi-
tas guiadas a monumentos como o projeto Viva o Cen-
tro a Pé. Também foram definidas ações preventivas e
corretivas com a divulgação da campanha Procura-se
para bens culturais desaparecidos, assim como a am-
pliação do número de câmaras para controle de locais
públicos com apoio do Centro Integrado de Comando,
Guarda Municipal e Brigada Militar, como também o
fomento à utilização do telefone 156 para denúncias de
vandalismo.
	 Dentre as obras de conservação de monu-
mentos realizadas pelo Município, sob coordenação da
SMC, estão a recuperação dos monumentos a Anita e
Monumento a Anita e Giuseppe Garibaldi, na Praça Garibaldi,
recuperado em 2015.
Imagem:FlaviaBoniLicht
16 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Imagem:FlaviaBoniLicht
17Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Giuseppe Garibaldi e do Conde de Porto Alegre, que en-
volveram recursos do MPE, a recuperação dos painéis
de Xico Stockinger na Praça Dom Sebastião e o traslado
do conjunto escultórico Afluentes do Guaíba dessa pra-
ça para a Hidráulica Moinhos de Vento, e a recuperação
do Monumento aos Açorianos, obra em conclusão com
recursos da SMAM. Dentre as obras com previsão de
recuperação está o Monumento a Júlio de Castilhos, na
Praça da Matriz, pelo programa PAC Cidades Históricas
e os monumentos vinculados às Bienais do Mercosul, na
revitalização da Orla.
	 No âmbito da valorização, os projetos de ilu-
minação cênica de monumentos do Programa Reluz da
Divisão de Iluminação Pública (DIP), da Secretaria de
Obras e Viação, com iluminação dos monumentos ao
Laçador e Bento Gonçalves (executados). Com o Depar-
tamento de Limpeza Urbana (DMLU) a criação e acom-
panhamento de roteiros para limpeza periódica dos
monumentos.
	 Em 2014, por iniciativa do Sinduscon-RS, foi
elaborado com a Coordenação da Memória um novo
projeto, o Resgate do Patrimônio Histórico. Essa parce-
ria com o Município viabilizou a recuperação, em uma
primeira fase, de doze monumentos do Parque Farrou-
pilha ao longo de 2015. Esse projeto, inédito na área do
patrimônio, teve grande repercussão na comunidade e,
por sua importância sóciocultural, foi reconhecido com
vários prêmios estaduais e nacionais. Naquela edição,
o Monumento ao Expedicionário foi destacado como
símbolo do projeto.
	 Na segunda edição, em 2016, o projeto Resgate
do Patrimônio Histórico passou a envolver a Lei de In-
centivos Fiscais (LIC) do Governo do Estado e teve como
meta a continuidade da recuperação dos monumentos
do Parque Farroupilha, num total de vinte e duas obras,
utilizando recursos incentivados, de sócios do SINDUS-
CON-RS. Como destaque, nessa etapa, o traslado da
escultura O Gaúcho Oriental, obra de Frederico Esca-
lada doada por ocasião da comemoração do Centenário
da Revolução Farroupilha, em 1935. Com a construção
do viaduto da Avenida João Pessoa, a obra perdeu des-
taque que sempre caracterizou sua localização, pas-
sando a sofrer com o vandalismo. A nova localização
no eixo monumental do parque, nas proximidades da
fonte luminosa, resgata e valoriza esse patrimônio his-
tórico e artístico. A parceria tem continuidade prevista,
estando em estudo o projeto de recuperação do Laça-
dor.
	 Iniciativas como esta, envolvendo parcerias o
público e o privado são alternativas contemporâneas
para realização de ações de interesse da comunidade,
devendo ser estimuladas como exemplos de cidadania
e de esforço compartilhado pelo bem comum.
Acima, Afluentes do Guaíba transferidos para os jardins
do DMAE em 2014; Página anterior, estátua do Conde de
Porto Alegre, Praça Conde de Porto Alegre, recuperado
em 2013.
Imagem:FlaviaBoniLicht
18 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Monumentos, Memória e Preservação: Uma Construção Cultural
Os monumentos públicos são bens simbó-
licos em forma de obras de arte, a exemplo de bustos
e estátuas, ou construções arquitetônicas, como obe-
liscos e estruturas congêneres. São produtos culturais
plenamente identificados pelas pessoas, os quais li-
dam com questões muito importantes e às vezes con-
troversas, em especial aspectos da história de uma
sociedade, as memórias e os registros coletivos. Eles
representam ideias, pensamentos, perpetuam home-
nagens a personalidades, afirmam efemérides e mes-
mo revelam o status cultural da paisagem urbana.
Porto Alegre, por seu nível cultural e evo-
lução própria – assim como é reflexo da história e da
cultura do território do qual é capital –, instalou em
suas praças, parques, ruas, avenidas e edificações pú-
blicas, um número elevado e significativo de monumen-
tos, marcos comemorativos e obras de arte. O primeiro
monumento stricto sensu (enquanto comemoração pú-
blica) da cidade foi inaugurado em 1866, quando a Cia.
Hidráulica concluiu o chafariz de mármore1
italiano da
Praça da Matriz, o qual foi montado de forma a home-
nagear a razão de ser da cidade, a ocupação do Guaíba
e seus afluentes. E a marca da formação do Rio Grande
do Sul e do Brasil, as disputas em muitos conflitos e
guerras, aliado a composição multicultural urbana, em
muito contribuiu para esta quantidade incrível de obras
de arte públicas, de monumentos tradicionais a peças
arrojadas de arte contemporânea, que abrangem mea-
dos do Séc. XIX a princípios do Séc. XXI.
Como em algumas cidades brasileiras,
a metrópole porto-alegrense sofre com o sério pro-
blema da conservação dos monumentos públicos. E
o contínuo roubo de metais (especialmente o bronze),
somado ao vandalismo, têm resultado grandes perdas
do patrimônio gaúcho. No Brasil, as soluções busca-
das para enfrentar esses problemas são muitas e va-
riadas, dependendo dos pontos de vista patrimoniais de
conservação e restauração. Um dos exemplos temos
na cidade de São Paulo, onde a Secretaria da Cultu-
ra envolveu com vidro a fonte de mármore2
da Praça
Júlio Mesquita e substituiu seus elementos de bronze
por cópias de resina, em 2013. Mas no enfrentamento
desses problemas nem sempre a resposta pode ser
dada na mesma velocidade ao dano patrimonial. Nesse
sentido, as administrações públicas necessitam da co-
laboração dos cidadãos e das instituições locais.
Entre os espaços públicos de Porto Ale-
gre, o Parque Farroupilha, com cerca de 37 hectares,
em área central de alta densidade populacional e de-
senvolvimento urbano, com acesso livre e irrestrito
nas 24 horas (não é cercado), é um dos locais de mais
complicada manutenção e conservação, por estas
características. Nesta área enorme, há dezenas de
monumentos públicos e equipamentos urbanos sofis-
ticados. O parque também é conhecido como Parque
“da Redenção” uma vez que ali, quando o local era
uma várzea para descanso de tropeiros, em 7 de se-
tembro de 1884 houve o ato de libertação de escravos
porto-alegrenses, como ação em prol da abolição da
escravatura. A “redenção” dos cativos, assim, mar-
cou a denominação do lugar para sempre. O desenho
atual do parque segue em muito a proposta solicitada
pela Prefeitura ao famoso arquiteto e urbanista fran-
cês Donat Alfred Agache (1875–1959), realizada em
1928, quando este se encontrava no Rio de Janeiro.
Este anteprojeto foi muito considerado após a paulati-
na construção do parque, ano a ano após a demorada
desmontagem da Exposição do Centenário Farroupi-
lha, evento da criação oficial do parque, em 1935. A
beleza e a grandiosidade do Parque Farroupilha, pa-
trimônio tombado, portanto, trata-se de um desafio
para a manutenção de sua integridade.
José Francisco Alves
Professor de Escultura, Mestre e Doutor em História da
Arte, Especialista em Gestão do Patrimônio Cultural,
membro do ICOMOS, ICOM e ABCA.
19Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
No caso de Porto Alegre, o enfrentamen-
to deste problema encontrou o amparo do Sinduscon
-RS, em 2014, o qual incluiu em seu projeto Construção
Cultural ações de recuperação de 12 monumentos do
Parque Farroupilha, ao revitalizá-los com recursos
próprios e dos parceiros Nex Group e Cyrela Golds-
ztein. Entre estes monumentos, um dos maiores do
país, o Monumento ao Expedicionário (1945-1957, de
Antônio Caringi). Nesta primeira etapa (2014), assim
como na segunda (2016), os monumentos receberam
vários procedimentos técnicos de intervenção patri-
monial, os quais foram acompanhados pari passu pela
parceira da realização, a Prefeitura de Porto Alegre,
por meio da Secretaria Municipal da Cultura-SMC e Se-
cretaria do Meio Ambiente-SMAM. Nas questões téc-
nicas de restauro e conservação destas obras de arte,
foi contínuo o acompanhamento da Coordenação da
Memória Cultural da SMC, as quais as ações foram por
ela, obviamente, aprovadas e supervisionadas. Basica-
mente, os procedimentos envolveram: Levantamento
cadastral; Limpeza/lavagem; Remoção de pichação e
aplicação de produto antigrafite; Substituição de peças
artísticas de bronze por réplicas de resina; Reprodução
das informações das placas de identificação roubadas,
em novas placas de granito, de forma a resguardar a
identificação dos monumentos.
E a escolha de mais este campo de atua-
ção cultural do Sinduscon-RS, a recuperação dos
monumentos, não foi definida por acaso. Partiu de
um ponto de vista mais amplo no qual considera-se
necessária a responsabilidade social empresarial, e
mostrou-se atenta a entidade a perceber, nesta situa-
ção, a adoção de medidas de apoio ao poder público,
a Prefeitura Municipal, na proteção e salvaguarda do
acervo existente, em especial, no Parque Farroupilha,
um dos ícones do bem viver urbano dos porto-alegren-
ses. Como o próprio Sinduscon-RS destaca em seus
materiais de divulgação, o Projeto Construção Cultural
com esta ação cultural
“contagiou a comunidade, pois questionou sobre o papel
da sociedade na preservação da sua história e da ma-
nutenção de seus monumentos. Proporcionou cultura e
informação. Fomentou a discussão sobre as maneiras
de melhorar a preservação e como prevenir a incidência
das depredações e do vandalismo. Colocou em debate o
cuidado e a preservação em pauta nos principais veículos
de comunicação do Rio Grande do Sul. A comunidade se
apropriou da ideia, ampliou a sua dimensão e demons-
trou a relevância da proposta”.
E não sem razão, a sociedade percebeu o
resultado e a repercussão desta iniciativa do Sindus-
con-RS. Entre os reconhecimentos, a entidade recebeu
prêmios aos níveis de Responsabilidade Social, Cida-
dania e Marketing.3
Em nível nacional, o projeto tam-
bém obteve espaço na Insight Case Studies – Revista
Brasileira de Management, Rio de Janeiro, publicação
associada à FGV Management. Mostrou-se o quanto
foi importante o resgate deste patrimônio, fundamen-
tal para a identidade da cidade e a preservação de sua
memória. E neste 2016, com uma base de planejamento
e execução ainda maior, a etapa do Construção Cultural
- revitalização dos monumentos do Parque Farroupi-
lha, levado a cabo pelo Sinduscon-RS, Associação Sul
Riograndense da Construção Civil e Prefeitura de Porto
Alegre, veio a obter o importante apoio da Lei Estadual
de Incentivo à Cultura – Pró-cultura, trazendo ao proje-
to aportes orçamentários fundamentais, por empresas
patrocinadoras, aumentando o compromisso social e
empresarial, bem como o envolvimento do governo es-
tadual com o incentivo cultural.
Ante Projecto de ajardinamento do Campo da Redempção. Alfred
Agache, nanquim sobre papel de linho,1928. Arquivo Histórico de
Porto Alegre.
20 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Nesta segunda etapa de revitalização, a
abrangência das homenagens é, como na etapa ante-
rior (2014), muito diversa. Isto se deve ao fato de Porto
Alegre ser uma cidade multicultural, cujos períodos
históricos, as efemérides e os personagens, foram
sendo comemorados, perpetuados em monumentos,
em grande número, levados a cabo por diferentes gru-
pos ou mesmo pelo poder público.
Nas duas dezenas de monumentos e
marcos comemorativos revitalizados em 2016, foram
recuperados à luz da memória homenagens há muito
esquecidas. Um exemplo é o monumento ao Profes-
sor Jaime Pereira da Costa, obra esta entre as mais
antigas vítimas de roubo do bronze e vandalismo de
Porto Alegre. Neste caso, o projeto avançou o iniciado
em 2014, na refeitura de homenagens perdidas – aque-
las em que não há molde possível para a realização de
uma cópia, na forma de uma nova modelagem da obra
de arte do monumento. No caso, o escultor do projeto,
Luiz Henrique Mayer, pesquisou iconografia e modelou,
com sua própria visão artística, um novo busto do ho-
menageado, agora vertido em resina e patinado. Este
procedimento, com pouca reflexão dentro do campo de
discussão teórica em arte pública, mostra-se aqui ple-
namente justificado e levado a bom termo.
No mesmo sentido, os bustos de Alber-
to Bins, Brochado da Rocha e Imperatriz Leopoldina,
entre outras homenagens. No caso de Alberto Bins,
a herma4
perdeu-se por furto recente. Sem qualquer
possibilidade de fazer uma cópia a partir do molde ori-
ginal em gesso (feito por Antônio Caringi), ou a partir de
uma cópia de bronze deste existente, para reestabele-
cer a homenagem optou-se em realizar um novo bus-
to, também modelado e criado pelo artista do projeto,
Luiz Henrique Mayer. Para o Monumento a Francisco
de Assis Brasil, ocorreu uma opção mista. O busto de
bronze (autoria de Luís Sanguin) havia sido recolhido
pela Prefeitura quando o monumento foi vandalizado
e seus baixos relevos furtados. Do busto, foi realizada
uma cópia em resina, preservando o original. E novos
baixos relevos foram remodelados por Mayer, em re-
leitura aos furtados, com base em fotografias dos ori-
ginais.
Dos demais monumentos e marcos come-
morativos, podemos destacar os singelos: Marco Con-
tra as Armas de Brinquedos e Homenagem ao Esporte,
ambos de 1965. Simples, mas não menos desprovidos
de importância patrimonial. Foram concebidos quase
que de forma espontânea, ideal de visionários. Este
marco contra os brinquedos em forma de armas de
fogo prega pela fraternidade, pela amizade, e pela
crença de que tais brinquedos não deveriam existir,
proposta que foi defendida por Pedro Arthur Merch, o
idealizador do marco. O marco esportivo, de aspecto
kitsh, nasceu para homenagear o ideal Olímpico, ins-
talado no local do parque dedicado exclusivamente aos
esportes. Praticamente destruído, foi trazido à vida,
revitalizado pelo presente projeto.
Mas, sem dúvida, a revitalização mais
destacada do projeto envolve estátua de bronze do
“Gaúcho Oriental”, um presente do empresariado uru-
guaio às comemorações do centenário da Revolução
Farroupilha, em 1935. Instalada na extremidade nor-
te do canteiro do Parque Farroupilha, junto à Av. João
Pessoa, em razão da construção do Viaduto Impera-
triz Leopoldina, em 1974, a obra acabou por perder sua
visibilidade adequada, seu ponto de vista privilegiado.
Durante estes anos, seu lugar, um tanto isolado, propi-
ciou o furto de elementos do gaúcho, como o rebenque,
as esporas, partes dos arreios e a placa de bronze.
Em tempos recentes, houve a tentativa de roubo de
pedaços da estátua, sendo uma das mãos do Orien-
tal decepada. Restaurada a obra de arte, o destino da
Cerimônia de conclusão do projeto Construção Cultural -
Monumentos do Parque Farroupilha 2014. Ato realizado
junto ao Monumento ao Expedicionário.
Imagem:DivulgaçãoSinduscon-RS
21Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
homenagem foi decididamente renovado agora, com a
transferência tão esperada para um sítio de maior im-
portância e visibilidade, no centro do Parque, em frente
à fonte luminosa.
Tal medida, a transferência de lugar de
um monumento, sabemos que é vista de forma polêmi-
ca sob o ponto de vista de alguns teóricos. Porém, na
vida dinâmica de uma cidade, às vezes a realidade faz
deste procedimento uma necessidade: a única maneira
de uma obra de arte sobreviver. Em seu novo local, o
Oriental recebeu um significativo pedestal, mais alto,
mas o suficiente para que a sua arte seja apreciada
normalmente. Certamente será uma grata novidade
para os frequentadores do parque, esta nova atração,
com a estátua mais visível, mais destacada, e, com
certeza, mais admirada.
Embora o vandalismo e o roubo de monu-
mentos em Porto Alegre tenham impingido sério dano
ao patrimônio cultural e artístico do Rio Grande do Sul,
as respostas necessárias da sociedade e dos governos,
como este projeto do Sinduscon-RS em realização com
a Prefeitura de Porto Alegre, sob financiamento do
Pró-cultura estadual, ganham força. Já faz algum tem-
po que as ações em prol da divulgação da arte públi-
ca, ao nível da educação patrimonial, conquistam mais
pessoas para a causa da preservação. É a máxima que
os patrimonialistas repetem, de sobra: “conhecer para
proteger”. Um exemplo destas iniciativas constitui-se
no “Viva o Centro a Pé”, da Prefeitura de Porto Alegre,
com visitas guiadas pelo Centro Histórico, verdadeiras
aulas públicas ambulantes, para divulgação do patri-
mônio construído e dos monumentos públicos. Dado
ao sucesso da proposta, o projeto estendeu-se além
do Centro Histórico, na divulgação do patrimônio cemi-
terial e de outros bairros, incluso os monumentos do
Parque Farroupilha.
Iniciativas como o projeto Construção Cul-
tural, uma parceria entre o empresariado, a Prefeitura
de Porto Alegre e instituições, é da mais alta importân-
cia para a tarefa de proteção do patrimônio simbólico
em forma de monumentos públicos. Que venham novas
ações e que se avance com mais medidas de educação
patrimonial, divulgação e conhecimento de nossas ri-
quezas culturais e artísticas. Os porto-alegrenses pre-
cisam saber mais sobre o seu notável acervo de arte
pública, assim, irão colaborar cada vez mais para a sua
salvaguarda.
Notas
1 Chafariz adquirido pela Cia. Hidráulica para o abas-
tecimento de água, juntamente com outros sete cha-
farizes de ferro fundido, franceses (1865-1866). Este
chafariz de mármore, da indústria italiana de peças ar-
tísticas da região de Carrara, foi montado com figuras
que, ao serem denominadas (esculpidos os nomes em
suas bases) como Guaíba e afluentes, por iniciativa do
arquiteto Giuseppe Obino, passaram, com esta ação, a
ter um caráter comemorativo. Por isto, considero como
sendo o primeiro monumento da cidade.
2 Fonte monumental de mármore, executada entre
1923/24, de autoria de Nicolina Pinto do Couto (1874-
1941).
3 Prêmio Top de Marketing ADVB-RS 2014; Top Cidada-
nia ABRH-RS 2015; Prêmio CBIC de Responsabilidade
Social 2015 – Categoria Entidade.
4 Forma de representação de um busto onde as costas,
o peito, e, principalmente os ombros, são cortados em
planos verticais e/ou diagonais.
Edição Especial do Projeto Viva o Centro a Pé - Vandalismo nos
Monumentos, Parque Farroupilha, 26 de julho de 2014, com José
Francisco Alves.
Imagem:CortesiadeJorgePique/UrbsNova
22 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 23Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
24 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 25Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Mapa original in: A Escultura Pública de Porto
Alegre - História, Contexto e Significado, 2004
(pág. 257). Desenhado em Corel Draw
por José Francisco Alves ©.
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Localização de monumentos, marcos e placas
Parque Farroupilha
Revitalizações/Projeto Construção Cultural 2016
1. Gaúcho Oriental - novo local
2. Busto do Almirante Tamandaré
2. Busto de Santos Dumont
2. Busto do Duque de Caxias
2. Busto de Mascarenhas de Moraes
3. Cabeça de José Lubianca
4. Busto de Luiz Englert
5. Monumento a Francisco de Assis Brasil
6. Busto de Alberto Bins
7. Busto da Imperatriz Leopoldina
8. Monumento a Brochado da Rocha
9. Monumento a João Wesley
10. Monumento a Jaime Pereira da Costa
11. Marco da Exposição Farroupilha
12. Marco contra as armas de brinquedo
13. Homenagem ao Esporte
14. Placa a José Bonifácio
15. Marco das denominações do Parque Farroupilha
16. Placa da nova Iluminação do Parque -- 1969
17. Placa Centenário da Redenção dos Cativos
Demais monumentos do parque
29. Escultura moderna
30. Chafariz monumental francês (“Conde d’Eu”, 1866)
31. Pequeno chafariz francês
32. Monumento 100 Anos da Imigração Judaica
Revitalizações/Projeto Construção Cultural 2014
18. Monumento ao Expedicionário
19. Obelisco da Comunidade Sírio-Libanesa
20. Obelisco da Comunidade Israelita
21. Monumento a Chopin
21. Monumento a Beethoven
22. Monumento a Carlos Gomes
23. Busto de Annes Dias
24. Busto de Licínio Cardoso
25. Busto de Samuel Hahnemann
26. Coluna Brasileira
27. Placa Os Lusíadas
28. Homenagem aos Mortos em Combate ao Comunismo
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A v. O s v a l d o
A r a n h a
R u a E n g . L u i z E n g l e r t
Avenida
João
Pessoa
ViadutoImperatrizLeopoldina
Av.
Paulo
Gam
a
A v . O s v a l d o A r a n h a
26 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Ano de instalação: 1935
Autoria: Federico Escalada
	 Esta magnífica obra de arte veio para Porto Alegre
no contexto das comemorações do Centenário da Revolução
Farroupilha, em razão da grandiosa Exposição Internacional,
no Parque Farroupilha. Foi um presente aos gaúchos oferta-
do pela comunidade uruguaia domiciliada em Porto Alegre,
sob subvenção do empresariado rural do Uruguai. A estátua
foi vertida para o bronze pela Fundição Artística R. Vignali, de
Montevidéu.
	 O “Gaúcho Oriental”, ou El Gaucho Oriental, foi inau-
gurado em 1º de dezembro de 1935, na extremidade norte do
Parque Farroupilha, local fronteiro à Av. João Pessoa. Con-
forme relata Paixão Côrtes em livro de 1992, a obra também
consta referida em textos e reportagens como “Peão de Es-
tância”, “O Gaúcho”, ou mesmo “Gaúcho Platino”. O artista
retratou a figura de forma incomum, em pose descontraída,
e trata-se de um significativo trabalho do qual destacam-se
duas características: é um gaúcho que usa chiripá, em vez da
bombacha (a vestimenta mais conhecida do gaúcho estereo-
tipado); e o artista se “incluiu” na escultura de uma maneira
peculiar — modelou uma letra «E» na fivela do tirador. Seu
autor, é o conhecido escultor uruguaio Federico Escalada
(1888-1970).
	 Um fato interessante e pouco conhecido é que nas
mesmas comemorações de 1935, a cabeça da mesma está-
tua, numa versão “portátil” do monumento, foi presenteada
ao presidente Getúlio Vargas, pela Associación Rural del Uru-
guay. Ela se encontra até hoje no Palácio Piratini, com o bron-
ze encrustado numa base de granito e mármore, sobre uma
coluna salomônica de granito vermelho. Mas as curiosidades
não ficam por aí. O Gaúcho Oriental tem um “irmão gêmeo”.
Esta estátua pública está localizada desde 1932, próxima a
entrada da própria Associación Rural, no Barrio del Prado,
em Montevidéu. Nesta versão, a primeira, Escalada modelou
o gaúcho em posição de laçar (também a pé, semelhante ao
Laçador de Antônio Caringi). Quanto ao nosso Gaúcho Orien-
tal, ainda hoje é possível encontrar, em leilões no Uruguai,
cópias do protótipo do nosso monumento, em bronze.
	 O Gaúcho Oriental possuía uma placa original de
bronze, onde dizia: «gaucho oriental / homenaje de la / colónia
uruguaya al heróico pueblo rio-grandense en el / centenario far-
GAÚCHO ORIENTAL
roupilha — 1835–1935». Outro fato a registrar é que o Oriental
não é o primeiro gaúcho a ser retratado na estatuária do Rio
Grande do Sul. O primeiro faz parte do monumento de Décio
Villares em homenagem a Júlio de Castilhos — uma estátua
equestre de um típico gaúcho, em tamanho natural, inaugu-
rada em 25 de janeiro de 1913. O interessante é que os gaú-
chos de Escalada e de Villares, por diversos fatores, não che-
garam a chamar a atenção dos tradicionalistas para um deles
ser tomado como símbolo do gaúcho, ícone que foi somente
encarnado mais tarde, pela estátua do Laçador (1954–1958).
Apesar disso, os tradicionalistas sempre tiveram muito ca-
rinho pelo Gaúcho Oriental. Ele constou num dos primeiros
programas das “Rondas Creoulas”, organizadas pelo “35”
CTG, em 10 de setembro de 1949, quando foram depositadas
flores junto ao seu pedestal, pelo “piquete de campeiros ca-
valarianos” (Paixão Côrtes).
	 Embora a estátua tenha sido depredada no passa-
do, com o roubo de suas esporas, relho e placa de bronze,
e até mesmo sofrendo tentativas de ser roubada inteira, as
condições da estátua são boas. Em 2000, ela foi limpa e teve
colocado em volta um apropriado gradil de ferro, em forma
circular. Mais recentemente, teve uma das mãos decepada, a
qual foi restaurada pela Prefeitura.
	 Apesar de o local em que se encontrava até 2016
ser muito bonito, desde a construção do Viaduto Imperatriz
Leopoldina o sítio ficou muito escondido, perdendo a sua im-
portância, infelizmente. Neste sentido, e indo ao encontro de
antigo clamor, o projeto Construção Cultural propiciou agora,
em operação delicada e trabalhosa, que o monumento fosse
transferido para um lugar mais seguro, mais visível, de forma
bem adequada: o centro do Parque Farroupilha.
80 e tantos anos: o local original do Gaúcho Oriental
(entre 1.º de dezembro de 1935 a 20 de julho de 2016.
27Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda parcial dos elementos artísticos e a placa
original de bronze.
Intervenções 2016:
• Novo embasamento de concreto armado;
• Aplicação de proteção;
• Transferência de local.
Imagem:Postalantigo.Imagem:CortesiadeLucianadeOliveira.
O Gaúcho Oriental em seu novo local, em 20 de julho de 2016.
El Peón de Estancia (1932), “irmão
gêmeo” do Gaúcho Oriental, no
Barrio del Prado, Montevidéu, (17
de junho de 2016).
Acima, à esquerda,
postal do Gaúcho Oriental
(possivelmente anos 1940).
Acima, cabeça do Oriental,
pertencente ao acervo do
Palácio Piratini, presente
ofertado ao Presidente
Getúlio Vargas, em 1935.
28 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
TRANSFERÊNCIA DO GAÚCHO ORIENTAL 20 de Julho de 2016 - 11h
Em uma linda manhã de inverno, em 20 de
julho de 2016 foi realizada a tão esperada
transferência da estátua do Gaúcho Oriental,
que desde 1974 havia perdido muito de sua
visibilidade, em razão da construção de um
viaduto, em frente ao seu local original. O
novo espaço escolhido foi, nada mais, nada
menos, que um amplo espaço aberto junto ao
Chafariz central do Parque Farroupilha.
29Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
30 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
31Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
32 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Busto do Almirante Tamandaré
Ano de instalação: 1974
Autoria: não identificada
	 Busto do gaúcho Joaquim Marques Lisboa — o Al-
mirante Tamandaré (São José do Norte, 13.12.1807 – Rio de
Janeiro, 20.3.1897), Patrono da Marinha do Brasil. Inaugura-
do no Parque Farroupilha em 14 de dezembro de 1974, em
cerimônia cívica-militar que contou com o sobrevoo de jatos
da FAB e helicópteros da Marinha. Constou também como
comemoração ao Dia do Marinheiro (no dia anterior). O ato
de inauguração contou com as presenças do Almirante de
Esquadra Eddy Sampaio Espellet, representando o Ministro
da Marinha, e do governador do estado, Euclides Triches. O
orador oficial foi o Chefe da Casa Civil, Victor Faccioni, falan-
do em nome da Liga de Defesa Nacional. A obra, localizada
atrás do Monumento ao Expedicionário, foi fundida no Arse-
nal de Marinha da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Trata-se
de um trabalho de grande tiragem, fundido pela Marinha do
Brasil para ser distribuído a diversas cidades e instituições
do país.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Pintura do embasamento na cor concreto.
33Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
34 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Busto do Duque de Caxias
Ano de instalação: 1971
Autoria: não identificada
	 Busto do Duque de Caxias — o Marechal Luís Alves
de Lima e Silva (Porto da Estrela-RJ, 25.8.1803 – Juparana
-RJ, 8.5.1880), Patrono do Exército Brasileiro, presidente das
províncias do Maranhão e Rio Grande do Sul (1842–1855) e
senador pelo Rio Grande do Sul (pelo Partido Conservador).
A homenagem foi inaugurada em 25 de agosto de 1971, no
Dia do Soldado, em ato presidido pelo General Breno Borges
Fortes, e marcado por um desfile dos soldados da 1ª Cia. de
Guarda do Exército. Localiza-se em área posterior ao Mo-
numento ao Expedicionário. Nesta mesma oportunidade, na
base do monumento foram depositadas flores e um triângu-
lo floral pelo Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande
do Sul, visto que o Duque é o Grão-Mestre de honra dos Ma-
çons brasileiros. O busto de bronze foi fundido em Arsenal
de Guerra do Exército. Este modelo, de fundição para ampla
distribuição, partiu de original executado antes do final da dé-
cada de 1950, visto que uma de suas cópias foi inaugurada em
1958, em Pelotas.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Problemas estruturais no embasamento em
concreto;
• Rachaduras nos revestimentos;
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Limpeza química e mecânica do busto em bronze;
• Rejuntamentos refeitos;
• Pintura do embasamento na cor concreto.
35Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
36 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Busto de Santos Dumont
Ano de instalação: 1973
Autoria: não identificada
	 Em 20 de setembro de 1973, foi inaugurado o busto
de Santos Dumont — o Pai da Aviação — (Palmira-MG, atual
Santos Dumont-MG, 20.7.1873 – Guarujá-SP, 23.7.1932). O ato
constou de cerimônia cívica-militar, com sobrevoo de jatos
da FAB, salva de canhões, Hino do Aviador tocado por banda
militar e missa celebrada pelo Cardeal Dom Vicente Scherer.
Foi uma promoção da Liga de Defesa Nacional, falando no ato
em nome da entidade, Luciano Machado. A obra, em bronze,
traz o homenageado retratado com o seu indefectível e de-
sengonçado chapéu de abas largas. No pedestal de cimento,
em forma de pirâmide, igual as bases dos três outros bustos
que estão no mesmo local (Tamandaré, Duque de Caxias e
Mascarenhas de Moraes), encontra-se uma placa de bronze
com os dizeres: «marechal do ar alberto santos dumont / pai da
aviação / patrono da força aérea brasileira / centenário do nascimen-
to / 20-7-1873 —20-7-1973». Na parte posterior, uma plaqueta
com a inscrição: «homenagem dos diários e emissoras / associadas
do rgs / a. guarisse».
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Problemas estruturais na base de concreto;
• Rachaduras nos revestimentos;
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Limpeza química e mecânica do busto em bronze;
• Rejuntamentos refeitos;
• Pintura do embasamento na cor concreto.
37Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
38 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Busto de Mascarenhas de Moraes
Ano de instalação: 1974
Autoria: (?) Medeiros
	 Em 14 de dezembro de 1974, foi inaugurado o busto
de bronze em homenagem ao Marechal João Batista Masca-
renhas de Moraes (São Gabriel, 1886 – Rio de Janeiro, 1968),
gaúcho que comandou as tropas da Força Expedicionária
Brasileira/FEB que lutaram na Segunda Guerra Mundial, nos
campos da Itália, entre 1944-45. A obra está localizada atrás
do Monumento ao Expedicionário (em cuja inauguração este-
ve presente o próprio Marechal, em 1957). A respeito de seu
autor, somente o sobrenome está legível na assinatura: “Me-
deiros”.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Problemas estruturais na base de concreto;
• Rachaduras nos revestimentos.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Limpeza química e mecânica do busto em bronze;
• Rejuntamentos refeitos;
• Pintura do embasamento na cor concreto.
39Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
40 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Cabeça de José Lubianca
Ano de instalação: 1994
Autoria: Mario Cladera
	 Em 26 de dezembro de 1994, foi inaugurada a cabe-
ça do ilustre médico José Faibes Lubianca, numa iniciativa
do Rotary Club de Porto Alegre. O trabalho, fundido em ci-
mento, foi modelado pelo artista uruguaio radicado em Porto
Alegre, Mario Cladera. A obra foi instalada junto ao Parque
Farroupilha, no Largo de mesmo nome do homenageado,
localizado na Av. José Bonifácio, esquina Av. Osvaldo Ara-
nha. No pedestal de concreto, haviam três placas originais
de bronze. A superior, com a denominação do sítio: «largo /
dr. josé faibes lubianca / médico humanitário»; a central, «rotary
club de porto alegre / bom fim / fundado em 27 de abril de 1978 /
dar de si, / antes de pensar em si.»; a inferior, «[...] no transcurso
do centenário do nascimento do / dr. josé faibes lubianca, médico /
humanitário, eminente pesquisador e criador / da política científica do
rio grande do sul / os valores espirituais, a solidariedade e o / amor
ao próximo, marcaram sua existência / 26 de dezembro de 1994». Na
recuperação do monumento pelo presente projeto, a cabeça
foi restaurada pelo escultor Luiz Henrique Mayer, com a as-
sistência e a orientação do escultor Mario Cladera. Como as
placas originais haviam sido furtadas, foram instaladas pla-
cas de granito para recuperar a informância da homenagem.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda parcial das partes da obra de arte;
• Perda de placas de bronxe e rejuntes.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Restauração de elementos artísticos;
• Novas placas de informação do monumento;
• Aplicação de produtos antipichação.
Luiz Henrique Mayer restaurando a obra, sendo observado pelo
autor da homenagem, Mario Cladera (à direita).
A homenagem ao ilustre médico Lubianca, antes da restauração e
revitalização.
41Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
42 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Busto de Luiz Englert
Ano de instalação: 1939
Autoria: André Arjonas
	 Em 9 de dezembro de 1939, foi inaugurada a home-
nagem ao professor Luiz Englert, engenheiro civil e minera-
logista, falecido oito anos antes. Foi mandada construir por
uma comissão de ex-alunos e admiradores, tendo a frente o
Reitor da Universidade (atual UFRGS), Ary de Abreu e Lima.
Trata-se, também, de um marco da inauguração da rua que
leva o seu nome, via em frente do qual se encontra o monu-
mento, separando o parque do Campus Central da UFRGS. O
monumento é composto de busto do homenageado em forma
de herma, colocado sobre pedestal de granito, sendo mode-
lado nas oficinas da Casa Aloys, pelo escultor André Arjonas.
O busto foi fundido em bronze, na firma Irmãos Párraga. No
pedestal encontrava-se uma elaborada placa de bronze (fur-
tada em 2003), com os dizeres: «avenida / prof. luiz englert /
eng. civil, mineralogista / sábio rio-grandense e / professor da uni-
versidade / técnica do r. g. do sul». O local original da obra era
próximo ao último canteiro da extremidade do Parque, jun-
to à bifurcação da avenida João Pessoa com Rua Eng. Luiz
Englert. Com a construção da elevada Imperatriz Leopoldina
(1974), o monumento foi transferido para a outra extremidade
da Rua Luiz Englert, em frente a lateral do Salão de Atos da
Reitoria da UFRGS. Para a revitalização, optou-se pela subs-
tituição do busto original por uma cópia do mesmo, em resina
plástica com pó de bronze, ainda mais que após a depredação
de 2003 a Prefeitura havia recuperado o monumento.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda de elementos de identificação.
Intervenções 2016:
• Reprodução dos elementos artísticos;
• Molde de gesso do busto original de bronze;
• Reprodução final do original (Resina e pó de bronze);
• Produção de nova placa em granito;
• Limpeza do embasamento em granito;
• Novas placas de informação do monumento;
• Aplicação de produtos antipichação.
43Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
44 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Ano de instalação: 1942
Autoria/Busto: Luís Sanguin
Autoria/Relevos:
	 Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016)
	 Comissionado por amigos e admiradores, este mo-
numento foi erigido a Joaquim Francisco de Assis Brasil (São
Gabriel, 20.7.1857 – Pedras Altas, 24.12.1938), insigne políti-
co, expoente da Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul, ba-
charel em direito, ministro da agricultura, deputado federal
e estadual, poeta, historiador e diplomata. O monumento foi
inaugurado em 24 de dezembro de 1942, no quarto ano de fa-
lecimento do homenageado, e foi instalado na extremidade
norte do eixo central do Parque Farroupilha, junto à Rua Se-
tembrina.
	 Na inauguração, o orador oficial foi Raul Pilla, es-
tando presentes também o interventor federal, Coronel Cor-
deiro de Farias, o prefeito Loureiro da Silva e a viúva do home-
nageado, a Sra. Lídia de Assis Brasil. A homenagem original
era formada de um busto de bronze em forma de herma, uma
placa informativa e dois grandes baixos-relevos laterais, am-
bos também em bronze. A placa informativa tinha o relevo do
mapa do Brasil no centro, sobre o qual constavam gravadas
as inscrições: «in corde pottius / quan in nomine» e «j.f. de assis
brasil», e a frase principal: «benvindo seja / a mansão que encerra,
/ o livro que amaina a alma / e o arado que domina a terra. / j.f.a.b.».
	 Os dois relevos, de aproximadamente um metro por
oitenta centímetros, retratam, no lado esquerdo, uma cena
de Assis Brasil discursando para um grupo de pessoas; no
outro, uma cena na lavoura com um agricultor conduzindo
um arado, puxado a boi, e um homem semeando a terra. A
herma e os baixos-relevos são trabalhos de Luís Sanguin,
sendo a obra executada nas oficinas de Lonardi, Teixeira &
Cia. No Salão de Belas Artes da Universidade (hoje UFRGS),
organizado em 1940, nos galpões do Cais do Porto — um dos
eventos que marcou as comemorações do alegado “bicen-
tenário de Porto Alegre” —, Sanguin ali participou com este
busto de Assis Brasil, em gesso.
	 Durante sua existência, este monumento foi dura-
mente atacado por ladrões e vândalos. Na década de 1960, a
placa e os baixos-relevos foram roubados pela primeira vez.
Em 1977, uma “campanha” na imprensa foi iniciada, fazen-
do com que os relevos fossem refeitos e recolocados anos
mais tarde. Não foram localizados maiores detalhes sobre a
recuperação desses baixos-relevos, se refeitos dos modelos
originais ou com base em fotografias. O fato é que, no início da
década de 1980, eles foram recolocados.
	 A possibilidade de que os relevos originais, rouba-
dos, tenham sido recuperados, também não pode ser descar-
tada, uma vez que a placa e os relevos recolocados aparen-
tavam, em 1999, ter quase vinte anos. Em outubro de 1999,
mais uma vez os baixos-relevos e a placa foram roubados.
Dias depois desse fato, o monumento foi praticamente demo-
lido por vândalos, sendo arrancadas partes da estrutura de
granito que restou. Para não ocorrer o mesmo com o busto,
este foi retirado para um depósito do parque.
	 Para recuperação atual do monumento, o busto ori-
ginal de bronze foi substituído por uma cópia em resina plás-
tica com pó de bronze, sendo reproduzido com técnica apura-
da pelo escultor Luiz Henrique Mayer. O mesmo artista, com
base em fotografias, modelou novos baixos-relevos, numa
releitura dos anteriores, agora vertidos também em resina.
Também foram instaladas placas de granito, com os dizeres
originais da homenagem.
Monumento a Francisco de Assis Brasil
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda de elementos artísticos e de identificação;
• Pichações;
• Presença de vegetação superior;
• Perda de rejunte.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Recomposição dos elementos artísticos;
• Desinfestação de vegetação;
• Feitio da placa de identificação em granito;
• Aplicação de produtos antipichação;
• Reprodução gráfica;
• Retirada do molde(forma perdida);
• Modelo em gesso e execução de forma de silicone;
• Reprodução final (Resina e pó de bronze);
• Fixação dos novos elementos.
45Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Situação anterior do monumento.
Relevos e placa roubados, cantaria
vandalizada e pichada.
46 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
47Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
48 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Ano de instalação: 1953
Autoria/relevos artísticos:
	 Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016)
	 Romano Reif (originais perdidos)
	 Em 15 de janeiro de 1953, a comunidade Metodis-
ta do Rio Grande do Sul ergueu este monumento alusivo ao
sesquicentenário do fundador da Igreja Metodista, João Wes-
ley (John Wesley, Epworth, Inglaterra, 17.6.1703 – Londres,
3.3.1791), na parte do Parque Farroupilha que outrora se cha-
mou Parque Paulo Gama (área verde anterior ao próprio par-
que), no lado fronteiro a Av. João Pessoa, em frente ao Viaduto
Imperatriz Leopoldina. A proposta inicial partiu do vereador e
reverendo da Igreja Metodista, Derli Chaves, sendo a comis-
são organizadora liderada por Erasmo Ungaretti. O monu-
mento foi executado com estrutura de granito rosa elaborada
com formas retas e curvas bem cortadas, sendo instalado
sobre uma base de paralelepípedos (granito acinzentado).
Sobre a estrutura, foi afixado um grande baixo-relevo de
bronze retratando o homenageado, e a frase: «pensamos e dei-
xamos pensar»; junto, uma bíblia aberta com as inscrições: «ide
/ por todo / o mundo / e pregai / o / evangelho / a toda a / criatura /
marcos 10:15». No Arquivo Histórico de Porto Alegre encontra-
se uma referência de que o autor foi Romano Reif, escultor
e professor que lecionou no Colégio Concórdia e no Instituto
Porto Alegre-IPA. Em 2003, o imenso baixo-relevo, a cruz ao
seu lado direito e o globo superior, foram furtados. Com esta
edição 2016 do Projeto Construção Cultural, o monumento foi
refeito em suas obras de arte, os antigos relevos de bronze,
com execução – como releitura – do escultor Luiz Henrique
Mayer, com base em fotografias das anteriores.
Monumento a João Wesley
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda de elementos artísticos e de identificação;
• Pichações;
• Presença de vegetação superior;
• Perda de rejunte.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Recomposição dos elementos artísticos;
• Desinfestação de vegetação;
• Feitio da placa de identificação em granito;
• Aplicação de produtos antipichação;
• Reprodução gráfica;
• Modelagem de novas obras de arte e elementos;
• Modelo em barro e execução de forma de silicone;
• Reprodução final (Resina e pó de bronze);
• Fixação dos novos elementos.
49Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
50 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
51Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
52 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Monumento a Brochado da Rocha
Ano de instalação: 1963
Autoria/busto:	
	 Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016)
	 Vasco Prado (original perdido)
	 Em 29 de janeiro de 1963, foi inaugurado o Monu-
mento a Francisco de Paula Brochado da Rocha (Porto Ale-
gre, 8.8.1910 – 26.9.1962), no Parque Farroupilha, em lado
fronteiro a Av. Paulo Gama (em frente a Reitoria da UFRGS).
Brochado da Rocha, entre outras funções públicas, foi mi-
nistro da Justiça, em 1961, e primeiro ministro do Brasil, em
1962. A obra, segundo o jornal Correio do Povo (30 jan. 1963,
capa), teria sido erigida com recursos angariados para uma
homenagem ao presidente João Goulart, que “declinou des-
sa manifestação a fim de que fosse homenageada a memória
do ilustre jurista e ex-primeiro ministro, Professor Francisco
de Paula Brochado da Rocha”. Na ocasião da inauguração,
compareceu o governador Leonel Brizola, falando no ato o
secretário da Agricultura, João Caruso, o prefeito da capi-
tal, Germano Petersen Filho, e Otávio Caruso Brochado da
Rocha, filho do homenageado. O destaque da solenidade fo-
ram os versos proferidos por Jaime Caetano Braum. A obra
é composta de uma baixa plataforma, sobre a qual foi ergui-
do um painel revestido de granito acinzentado polido, com as
inscrições: «francisco brochado da rocha / advogado - professor
universitário / constituinte de 1941 - secretário de estado / ministro
do conselho federal de educação e / presidente do conselho de minis-
tros em 1962»; e uma frase sua: «no final do discurso que proferi
na câmara / dos deputados procurei chamar os congressistas / brasi-
leiros a uma retomada de consciência, enquanto / ainda há tempo para
preservar as instituições / democráticas e alimentar as multidões
famintas / de justiça social». Na frente do painel, à esquerda,
encontra-se um pedestal revestido de granito o qual havia em
cima uma cabeça de bronze do homenageado, modelada por
Vasco Prado, em 1962. Posteriormente, durante o período do
Regime Militar, essa obra paulatinamente foi sendo vítima de
vandalismo e de roubos, a ponto de ser um monumento plena-
mente demolido e sem identificação, com as lajes de granito
do painel saqueadas e a cabeça e seu pedestal pichados. Em
junho de 2001, foi concluída uma recuperação completa da
homenagem, que também recebeu um gradil em volta, para
sua melhor salvaguarda. Infelizmente, somente dias depois,
o monumento foi vandalizado, quase demolido. A Prefeitura,
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda de elemento artístico;
• Perda de placas de granito e rejunte.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Recomposição dos elementos artísticos;
• Desinfestação de vegetação;
• Recomposição das placas em granito polido;
• Aplicação de produtos antipichação;
• Modelagem de nova obra de arte;
• Modelo em barro e execução de forma de silicone;
• Reprodução final (Resina e pó de bronze);
• Fixação dos novos elementos.
assim, retirou o busto para a sua proteção. Posteriormente, o
busto foi furtado. Nesta revitalização de 2016, não sendo pos-
sível a feitura de uma cópia a partir do original, foi modelada
uma nova arte, um novo busto do homenageado, fundido em
resina plástica com pó de bronze e criado pelo escultor Luiz
Henrique Mayer.
Situação anterior do monumento. Completamente depredado.
53Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
54 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
55Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Monumento a Brochado da Rocha ficou entre os que mais tempo
envolveu na revitalização, nesta edição do projeto.
56 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Busto de Alberto Bins
Ano de instalação: 1959
Autoria/busto:	
	 Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016)
	 Antônio Caringi (original perdido)
	 Em 12 de dezembro de 1959, foi inaugurado o busto
em homenagem ao prefeito da capital, entre 1928 e 1937, o
Major Alberto Bins (Porto Alegre, 2.12.1869 – 20.4.1957), sen-
do Nilo Ruschel o orador oficial do ato. O local escolhido se
deu em razão do ex-prefeito ter sido um dos grandes incen-
tivadores e apoiadores da realização da Exposição Interna-
cional do Centenário Farroupilha (set. 1935 – jan. 1936), cujo
pórtico ficava quase no mesmo lugar onde foi instalado o mo-
numento. Falaram também na inauguração: Adel Carvalho,
Germano Petersen e Carlos Maria Bins, familiar do home-
nageado. O busto original era de autoria de Antônio Caringi,
que o assinou como sendo modelado em «1959», mas a peça
havia sido modelada e exibida, em gesso, na primeira exposi-
ção individual de Caringi, em Porto Alegre, na Biblioteca Pú-
blica do Estado, em 1936. O busto em forma de herma era de
bronze, e estava colocado sobre um pedestal de granito cinza
polido. A placa de bronze original trazia os dizeres: «ao major
/ alberto bins / ex-prefeito da cidade / homenagem / da prefeitura
/ de porto alegre / inaugurado pelo prefeito / dr. tristão sucupira
viana / 1959». Em tempos recentes, o busto de bronze e a pla-
ca foram furtados. Para recuperar a homenagem, o Projeto
Construção Cultural propiciou a modelagem de um novo bus-
to, criação e fundição em resina e pó de bronze do escultor
Luiz Henrique Mayer, em razão de não existir molde de gesso
ou outra cópia do busto perdido. Também uma nova placa, em
granito, foi feita para recuperar os dizeres originais. Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda de elementos artísticos e de identificação.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Recomposição dos elementos artísticos;
• Feitio das placas em granito polido;
• Aplicação de produtos antipichação;
• Modelagem de nova obra de arte;
• Modelo em barro e execução de forma de silicone;
• Reprodução final (Resina e pó de bronze);
• Fixação dos novos elementos.
Situação anterior do monumento.
57Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
58 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Acima, modelagem do novo busto do prefeito Alberto
Bins, no ateliê do escultor Luiz Henrique Mayer.
À esquerda, a instalação do busto.
59Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
60 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Busto de Jaime Pereira da Costa
Ano de instalação: 1936
Autoria/busto:	
	 Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016)
	 (original perdido, de autoria não confirmada)
	 Este monumento estava abandonado há tanto tem-
po, com sua obra de arte e elementos furtados e depreda-
dos, que seus registros são poucos e imprecisos. Teria sido
um busto de bronze erigido em homenagem ao célebre prof.
do Colégio Militar e ex-deputado estadual, Jaime Pereira da
Costa (Pelotas, 29.9.? – 17.10.1928). Consta como inaugurado
na manhã de 29 de setembro de 1936, no canteiro do Parque
Farroupilha fronteiro a Av. João Pessoa, próximo a esquina da
Av. José Bonifácio. Na ocasião, compareceu o Cel. Cordeiro
de Farias e o prefeito de Porto Alegre, Loureiro da Silva, entre
outras personalidades. No verso do pedestal havia tido uma
inscrição, hoje apagada, desaparecida: «a jayme pereira da costa
/ que não encontrou limites no amor ao próximo / homenagem de porto
alegre»; «jayme da costa pereira foi, sobretudo, um bom professor,
dignificou o magistério. homem público, prestou grandes serviços à
sua terra. porto alegre deve-lhe assinalados empreendimentos. por
isso mesmo, a homenagem que lhe prestam os amigos é justa e elevada.
em 22.8.1939 – josé loureiro da silva». Walter Spalding afirmou
em 1967 que a autoria do busto seria de André Arjonas, sendo
modelado na Casa Aloys. Nesta revitalização, o projeto Cons-
trução Cultural restituiu à homenagem um novo busto do
professor Jaime Pereira da Costa, sendo criado, modelado e
fundido em resina plástica com pó de mármore, pelo escultor
Luiz Henrique Mayer. Também o monumento recebeu nova
placa informativa, de granito.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda de elementos artísticos e de identificação;
• Pichações no verso da peça;
• Sistema de floreiras entupido;
• Perda de rejuntes.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica do embasamento;
• Recomposição dos elementos artísticos;
• Feitio da placa em granito polido;
• Aplicação de produtos antipichação;
• Modelagem de nova obra de arte;
• Modelo em barro e execução de forma de silicone;
• Reprodução final (Resina e pó de bronze);
• Fixação dos novos elementos.
Situação anterior do monumento.
61Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
62 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Realização do novo busto de Jaime Pereira da Costa,
no ateliê do escultor Luiz Henrique Mayer.
63Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
64 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Busto da Imperatriz Leopoldina
Ano de instalação: 1974
Autoria/busto:	
	 Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016)
	 Miltom Catão (original perdido)
	 Em 1974, foi inaugurado o Viaduto Imperatriz Leo-
poldina, na Av. João Pessoa sobre o final da Av. Loureiro da
Silva, e aproveitou-se denominar a obra viária com referência
às comemorações do sesquicentenário da imigração germâ-
nica no Brasil (São Leopoldo-RS, 1924). No canteiro lateral
do viaduto, junto ao Parque Farroupilha, foi erguido este mo-
numento à Imperatriz Leopoldina Carolina Josefa de Habs-
burgo-Lorena (1797–1826), primeira esposa de D. Pedro I e
natural da Áustria. Sua estrutura é bastante peculiar, sendo
duas estruturas verticais unidas. A posterior é realizada em
concreto; a frontal em granito rosa polido. Nessa parte foi afi-
xado um busto de bronze da homenageada, ao lado do nome
do viaduto, gravado na pedra. A fundição do busto foi realiza-
da pela Fundição Artística Liboredo, no estado do Rio de Ja-
neiro, sendo a obra modelada por um de seus artistas, o es-
cultor Miltom Catão. Este busto, porém, foi furtado em 2008.
No granito, abaixo do busto, as inscrições: «viaduto imperatriz
leopoldina / homenagem da prefeitura municipal de porto alegre /
leopoldina de habsburgo / arquiduquesa austríaca princesa alemã /
princesa de portugal brasil e algarve / primeira imperatriz brasilei-
ra / grande incentivadora da independência do brasil / promotora da
imigração alemã para o nosso estado / sesquicentenário da imigração
alemã / 1824 – 1974». Nesta revitalização da homenagem, um
novo busto foi executado, sendo criado, modelado e fundido
em resina plástica com pó de mármore, pelo escultor Luiz
Henrique Mayer. Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda de elementos artísticos.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica;
• Recomposição dos elementos artísticos;
• Recomposição das inscrições do monumento;
• Aplicação de produtos antipichação;
• Modelagem de nova obra de arte;
• Modelo em barro e execução de forma de silicone;
• Reprodução final (Resina e pó de bronze);
• Fixação dos novos elementos.
65Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
66 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Realização do novo busto da Imperatriz Leopoldina,
no ateliê do escultor Luiz Henrique Mayer.
67Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
68 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
MARCO DA EXPOSIÇÃO FARROUPILHA
Ano de instalação: 1936
Autoria da placa original desaparecida:
	 Walter Drechsler
	 Este singelo marco foi solenemente inaugurado, em
16 de janeiro de 1936, numa cerimônia que teve como ora-
dor oficial Darcy Azambuja, para registrar o encerramento
da grande Exposição Internacional do Centenário da Revolu-
ção Farroupilha (20 set. 1935 - 16 jan. 1936). Trata-se de um
pequeno matacão de granito construído pela firma Irmãos
Párraga, uma espécie de menir no qual se achava instalada
uma placa de bronze, elaborada de forma artística por Walter
Drechsler. A placa principal foi furtada em março de 2003.
Embaixo desta, havia também colocada outra placa, bem me-
nor, possivelmente alusiva a alguma comemoração relativa
à Exposição Farroupilha, esta furtada há muito mais tempo
e sem registro. Para a recuperação da homenagem, optou-
se pela confecção de uma placa de granito com as inscrições
originais.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda da placa artística original.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica;
• Recomposição dos elementos artísticos;
• Reprodução da placa original em granito, com
inscrições em alto relevo.
69Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
70 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
MARCO CONTRA AS ARMAS DE BRINQUEDO
Ano de instalação: 1965
Autoria: não identificada
	 Marco inaugurado em 18 de outubro de 1965 contra
a fabricação das armas de brinquedo, resultado de uma cam-
panha liderada na década de 1960, pelo gaúcho Pedro Arthur
Merch. Trata-se de um painel de concreto armado, modelado
na técnica de forma, o que resulta nos frisos da estrutura,
aspecto de suporte padrão da Prefeitura, à época, para es-
truturas de fixação de placas e homenagens. No lado direito,
consta uma placa de mármore polido com os dizeres: «coope-
re por um mundo melhor / não dê brinquedos de armas / eduque para a
fraternidade / pedro arthur merch / 18–10–1965». No esquerdo, a
cerca de cinquenta centímetros do chão, encontra-se afixada
uma pequenina peça artística modelada em cimento que re-
trata duas mãos se cumprimentando.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda de elementos artísticos e de identificação;
• Perda parcial da peça artística;
• Exposição de ferragens oxidadas.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica;
• Recomposição dos elementos artísticos.
Situação anterior do monumento.
Elemento artístico degradado, o qual foi recuperado.
71Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
72 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
HOMENAGEM AO ESPORTE
Ano de instalação: 1965
Autoria: não identificada
	 Marco erguido no Estádio Ramiro Souto, área es-
portiva do Parque Farroupilha, como «homenagem ao esporte
– porto alegre 1965». Consiste numa forma piramidal tendo
afixada no vértice o símbolo Olímpico do Esporte — as cin-
co argolas ligadas entre si, simbolizando os continentes. Foi
executada em alvenaria e revestida com pedras decorativas.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perdas do revestimento;
• Perda parcial da placa de identificação;
• Perda quase total do elemento artístico.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica dos revestimentos;
• Consolidação das rochas ;
• Recomposição dos elementos artísticos;
• Rejuntamentos refeitos;
• Aplicação de produto antipichação.
Símbolo Olímpico. Elemento que havia sido
destruído, agora totalmente recuperado.
Sit
Situação anterior do monumento, bastante degradado.
73Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
tuação anterior do monumento.
74 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
PLACA A JOSÉ BONIFÁCIO
Ano de instalação: 1972
	 Placa em homenagem a José Bonifácio de Andrada
e Silva (Santos, 13.6.1763 — Niterói, 6.4.1838). Foi inaugurada
no rol das comemorações do Sesquicentenário da Indepen-
dência do Brasil, em setembro de 1972, no lado fronteiro do
Parque Farroupilha à Av. José Bonifácio. Trata-se de pequeno
cepo de granito com uma placa com as inscrições: «o rio gran-
de do sul / a / josé bonifácio de andrada e silva / patriarca da inde-
pendência / no ano do sesquicentenario / semana da pátria de 1972».
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Apagamento da inscrição da placa informativa.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica;
• Repintura das inscrições em baixo-relevo;
• Aplicação de produto antipichação.
75Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
PLACA NOVA ILUMINAÇÃO
DO PARQUE
PLACA CENTENÁRIO DA
REDENÇÃO DOS CATIVOS
Ano de instalação: 1969
	 Placa instalada para registrar a inauguração do
novo sistema de iluminação do parque, em janeiro de 1969.
Com a perda da original, foi realizada nova placa, em granito.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda da placa.
Intervenções 2016:
• Limpeza química;
• Reprodução da placa em granito com inscrições em
baixo-relevo;
• Aplicação de produto antipichação.
Ano de instalação: 1984
	 Placa original inaugurada em 1984 para re-
gistrar os cem anos do ato de libertação de escravos
porto-alegrenses, como ação em prol da abolição da
escravatura, numa campanha desenvolvida pelo Par-
tenon Literário. O acontecimento marcou a denomi-
nação do local até o presente, à época, uma várzea,
pois é conhecido hoje também como Parque da “Re-
denção”, referência tão ou mais utilizada que o próprio
nome oficial Parque Farroupilha, criado em 1935. A
frase principal da placa, agora em nova versão, pois a
original constava vandalizada: «centenário da redenção
dos cativos / 7.9.1884 a 7.9.1984».
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perda parcial da placa.
Intervenções 2016:
• Limpeza química;
• Reprodução da placa em granito com inscrições em
baixo-relevo;
• Aplicação de produto antipichação.
76 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
MARCO DAS DENOMINAÇÕES
DO PARQUE FARROUPILHA
Ano de instalação: 1985
	 Estrutura de concreto com placas que trazem in-
formações gravadas das denominações do parque ao longo
do tempo, como sendo: “Várzea do Portão”, “Campo do Bom
Fim”, “Campo da Redenção” e “Parque Farroupilha”, assim
como a placa da inauguração do marco, em 19 Set. 1985.
Estado de conservação antes da revitalização:
• Sujidades generalizadas;
• Perdas do revestimento;
• Oxidação das ferragens estruturais;
• Apagamento das inscrições das placas.
Intervenções 2016:
• Limpeza química e mecânica;
• Repintura das inscrições em baixo-relevo;
• Estabilização da oxidação e capeamento das
ferragens;
• Pintura da base na cor concreto e pintura das letras
em tinta automotiva branca;
• Aplicação de produto antipichação.
77Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
REVITALIZAÇÃO DOS MONUMENTOS DO PARQUE FARROUPILHA 2016
78 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Arte / Revitalização / Arte Gilberto Perin
79Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
80 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 81Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
83Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
Bruno Marantes San-
chez, engenheiro civil
pela Pontifícia Univer-
sidade Católica do Rio
Grande do Sul, 2015.
Há sete anos, atua em
diversas áreas como a
construção de condomí-
nios, obras de infraes-
trutura e restaurações.
Seus principais trabalhos
foram a reurbanização
da Praça Dom Sebastião,
Porto Alegre; o trans-
porte do conjunto de
esculturas mais antigo de
Porto Alegre, “Os afluen-
tes do Guahyba”, bem
como a restauração de
um chafariz nos jardins
da Hidráulica do Bairro
Moinhos de Vento, DMAE;
Também a restauração
da Estação Experimental
da Escola de Engenharia
de Porto Alegre, de 1919,
em Viamão-RS.
Luiz Henrique Mayer,
natural de Recife-PE,
reside em Porto Alegre
desde 1974. Trabalhou
junto ao escultor Vasco
Prado. Cursou Desenho
Industrial na ULBRA e
Artes Visuais no Insti-
tuto de Artes da UFRGS
(2011). No Atelier Livre
de Porto Alegre, cursou
pintura com Vera Wildner
e Litogravura com Miriam
Tolpolar. Desde 2001, tem
se dedicado ao ensino
de restauração com
aplicação em moldes, em
escultura, em instituições
como o MARGS, Museu
Hipólito José da Costa e
Casa das Artes (Bento
Gonçalves). Dedica-se
a escultura desde 1998,
com foco na obra figurati-
va, em bronze e terraco-
ta. Pesquisou a técnica da
aplicação da resina com
pó de bronze, a partir da
necessidade da pre-
servação de originais de
artistas renomados. Em
1986, obteve o 1.° lugar
no Salão Nacional dos
Correios, na categoria
pintura. Tem participado
de diversas exposições,
destacando a coletiva na
Galeria Gravura, 1998,
e a Exposição da Feira
Internacional Ecológica
de Bento Gonçalves, em
2010. Em 2013, a 7.ª Ex-
posição dos Desenhistas
de SC e RS, Prêmio Leo-
nardo Da Vinci. É inscrito
no Cadastro de Artistas
Plásticos da Prefeitura de
Porto Alegre.
Verônica Di Benedetti,
arquiteta urbanista pela
Universidade de Mogi
das Cruzes- SP, 1995,
restauradora de mate-
riais pétreos, cerâmicos
e cerâmica arqueológica
pelo Istituto per l’art e il
Palazzo Spiinelli, 2001 e
mestre em Geociências
pela Universidade Fede-
ral do RS (UFRGS), 2006.
Atua na área da preserva-
ção do patrimônio arqui-
tetônico e escultórico há
20 anos. Ressalta como
seus principais trabalhos
no campo arquitetônico
o diagnóstico das rochas
das Ruínas de São Miguel
das Missões, patrimônio
mundial tombado pela
UNESCO - São Miguel
das Missões-RS, projeto
de restauração do Antigo
Fórum de Ponta Grossa
e construção de anexo
(laboratórios e reserva
técnica) com requalifica-
ção de uso para o Museu
histórico - Ponta Grossa
- PR, Projeto de restaura-
ção do casarão da Praça
Abott com requalifica-
ção de uso para centro
cultural - São Gabriel-RS
e Restauração das facha-
das da Antiga Alfândega
- Florianópolis- SC. No
campo do restauro es-
cultórico destaca acervo
de Francisco Stockinger,
Vasco Prado, Gilberto
Pegoraro e Filadelfo Simi
com projeto e execução
de restauração da obra
“Monumento à Giuseppe
e Anita Garibaldi”.
Gilberto Perin (Guaporé
-RS, 1953) é formado em
Comunicação Social, pela
Faculdade de Comuni-
cação Social da PUC-RS,
1976. Com carreira volta-
da ao trabalho audiovi-
sual, dirigiu documentá-
rios e produtos de ficção
para o cinema e a televi-
são. Como fotógrafo, tem
participado de exposições
individuais e coletivas,
no Brasil e exterior, e
suas obras encontram-se
em coleções públicas e
privadas, entre elas, o
MARGS e o MAC-RS. Em
2011, publicou o livro au-
toral fotográfico “Camisa
Brasileira”, com textos
de Aldyr Garcia Schlee
e João Gilberto Noll. Em
2015, publicou o livro “Fo-
tografias para Imaginar”,
para o qual 16 artistas
visuais e 16 escritores
reinterpretaram suas
fotografias, cujas obras
resultantes do projeto
foram apresentadas na
Pinacoteca Aldo Locatelli,
sede da Prefeitura Muni-
cipal de Porto Alegre.
José Francisco Alves,
(Sananduva-RS, 1964) é
Doutor e Mestre em His-
tória, Teoria e Crítica de
Arte (UFRGS), Especialis-
ta em Gestão do Patri-
mônio Cultural (ULBRA)
e Bacharel em Escultura
(UFRGS). Entre os livros
publicados, “A Escultura
Pública de Porto Alegre”
(2004) e “Fontes d’Art
au Rio Grande do Sul”
(2009). Tem escrito livros,
artigos e capítulos de
livros no Brasil, Estados
Unidos, França, Espanha,
Portugal, Argentina, Chile
e Uruguai. Tem ministra-
do palestras e cursos de
curta duração, em espe-
cial sobre arte pública e
patrimônio artístico, em
universidades e colóquios
internacionais, na Améri-
ca do Sul (Brasil, Argen-
tina, Chile e Uruguai) e
Europa (França, Espanha
e Portugal). Professor de
Escultura do Atelier Livre
Xico Stockinger, em 2016
passou a representar a
Associação dos Esculto-
res do RS na Comissão
Técnica Permanente de
Gerenciamento e Avalia-
ção das Obras de Arte,
Monumentos e Marcos
Comemorativos em espa-
ços públicos, da Prefeitu-
ra de Porto Alegre. Site:
<www.public.art.br>.
TonicoAlvares
84
REVITALIZAÇÃO DOS MONUMENTOS DO
PARQUE FARROUPILHA 2016
Realização
Sinduscon-RS - Sindicato das Indústrias da Construção Civil
no Estado do Rio Grande do Sul
Associação Sul Riograndense da Construção Civil
Prefeitura de Porto Alegre
Organização
Zalmir Chwartzmann
Coordenação Geral
Paulo Ratinecas
Gestão Cultural
Vítor Ortiz
Denise Viana Pereira
Coordenação Técnica
Arq. Verônica Di Benedetti
Publicação - Organização
José Francisco Alves
Divulgação
Luciane Zitto
Valter Todt
Eventos
Sandra Fontanelli
Administração Financeira
Rose Fontanelli
Técnica em Restauro
Ana Beatriz Feistel
Assistentes de Restauro
Rodrigo Reginato Porto
Paulo Roberto
Manoel Oscar Barboza da Silva
Engenheiro Civil
Bruno Marantes Sanchez
Escultor
Luiz Henrique Mayer
Fotografias
Gilberto Perin
Agradecimento
Mário Cladera
Apoio
Ministério Público do Rio Grande do Sul
Patrocínio
Braskem
Gerdau
Melnick Even
Nex Group
Este projeto é financiado pelo PRÓ-CULTURA RS LIC,
Lei n.º 13.490/10, através do ICMS que você paga
Prefeitura de Porto Alegre
Prefeito
José Fortunati
Secretário de Cultura
Roque Jacoby
Secretário do Meio Ambiente
Léo Antônio Bulling
Equipe Técnica SMC, SMAM, DMLU
Luiz Antônio Bolcato Custódio – Coordenador
Baiard Brocker
Edison Schimitt Caldas
Elvandro Pereira Lopes
Celso Copstein Waldemar
Flávia Boni Licht
Heitor Menezes
Manuela Costa
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Sergio Luiz Valente Tomasini
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Revitalização dos Monumentos do Parque Farroupilha

  • 1.
  • 2. Realização Apoio Patrocínio Financiamento REVITALIZAÇÃO DOS MONUMENTOS DO PARQUE FARROUPILHA 2016
  • 3. A presente publicação trata-se do Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural - Resgate dos Monumentos do Parque Farroupilha Ficha Técnica Edição Associação Sul Riograndense da Construção Civil Organização José Francisco Alves Supervisão e revisão dos textos Vitor Ortiz Pesquisa e texto - verbetes históricos dos monumentos José Francisco Alves Textos descritivos das intervenções nos monumentos Arq. Verônica Di Benedetti Design Gráfico e tratamento de imagens Rogério de Bem Maduré Fotografias* Gilberto Perin Impressão Ideograf *Todas as imagens sem crédito nas próprias fotos são de Gilberto Perin Porto Alegre, 21 de Julho de 2016 Associação Sul Riograndense da Construção Civil Av. Augusto Meyer, 145 90550-110 Porto Alegre-RS (51) 3021 3440 Resgate do Patrimônio Histórico : Construção Cultural Parque Farroupilha 2016
  • 4. Sumário 5 A preservação que se impõe Ricardo Antunes Sessegolo 7 Uma parceria pela memória de Porto Alegre José Fortunati 9 A revitalização dos Monumentos do Parque Farroupilha Victor Hugo Alves da Silva 11 O parque é uma de nossas melhores heranças Zalmir Chwartzmann 13 Os procedimentos técnicos de revitalização Verônica Di Benedetti 14 Preservação de Monumentos Públicos em Porto Alegre Luiz Antônio Bolcato Custódio 18 Monumentos, Memória e Preservação: Uma Construção Cultural José Francisco Alves 24 Mapa dos monumentos - Parque Farroupilha Projeto - Edição 2016, 2014 e demais monumentos 26 Monumentos revitalizados 2016 Verbetes dos vinte monumentos 78 Arte / Revitalização / Arte Ensaio fotográfico de Gilberto Perin 83 Currículos Coordenação Técnica do projeto e publicação 84 Ficha Técnica do projeto
  • 5. 4 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 6. 5 A preservação que se impõe Preservar e cuidar da manutenção do patrimônio cultural construído é um grande desafio da atualidade. Principalmente tendo em vista a escassez de recursos financeiros por parte do poder público, o que tem impedi- do, inclusive, o funcionamento minimamente aceitável de serviços essenciais como saúde, educação, segurança e de infraestrutura. Neste cenário, temas como a proteção do patrimônio cultural, ficam à margem das análises prioritárias dos governantes, sendo muitas vezes viabilizados por meio de solu- ções alternativas, como parcerias entre o se- tor público e privado. Erigir novas edificações, melhorando a qualidade de vida da população, gerando novos empregos, renda e desenvolvimento é a grande missão da Indústria da Constru- ção Civil. O Sinduscon-RS que congrega esse setor fundamental da economia em mais de 300 municípios gaúchos, entendeu ser extre- mamente importante uma mobilização junto à cadeia produtiva da atividade, visando promo- ver e incentivar ações focadas na manuten- ção da memória coletiva da sociedade. Com tal propósito, a Entidade instituiu em 2014 o Projeto Construção Cultural, con- templando, entre outras iniciativas, o Resgate do Patrimônio Histórico, que busca garantir a permanência da identidade do nosso Estado. O projeto piloto iniciou pelo Parque Farroupilha, onde, por meio de parcerias com empresas da indústria da construção e com o poder municipal e estadual, em dois anos, 32 monumentos deteriorados pela ação do tem- po e de vandalismos, já foram revitalizados. A expectativa da Entidade é a de servir de incentivadora para que outras instituições se mobilizem com o mesmo objetivo. Mas esta singela experiência já demonstrou que ape- nas a vontade de contribuir para a preserva- ção cultural não é suficiente. Faz-se necessário a instauração de programas de educação permanente que pro- piciem a conscientização das novas gerações para a relevância do tema, de tal forma que toda a sociedade mantenha-se vigilante, im- pedindo a ação dos que atacam a memória que enriquece a nossa história. Ricardo Antunes Sessegolo Presidente do Sinduscon-RS
  • 7. 6 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 8. 7 Uma parceria pela memória de Porto Alegre Venho defendendo, há algum tempo, que cuidar do que é de todos não é uma tarefa apenas do prefeito, ou do poder público, mas de toda a sociedade. Por isso, criamos o “Eu curto, eu cuido”, como uma forma de conscien- tizar a população para a importância de pre- servar os equipamentos, monumentos, praças e parques para que cada um possa usufruir. Em 2014, iniciamos o Projeto de Res- gate do Patrimônio Histórico do Parque Far- roupilha, em uma profícua parceria entre a Prefeitura de Porto Alegre e o Sinduscon-RS (Sindicato das Indústrias da Construção Ci- vil no RS), viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Governo do Estado. Na edição 2016, daremos continuidade aos trabalhos que já contabilizam um total de 32 monumentos e marcos históricos recuperados. Com intervenções de caráter conser- vativo, o projeto tem como principal objetivo recuperar a integralidade dos monumentos do Parque Farroupilha, muitos deles depredados por vandalismo ou com necessidade de con- servação pela ação do tempo. Poderemos, as- sim, proporcionar aos frequentadores a com- pleta compreensão desse espaço público tão importante para a história da cidade. O tra- balho integra Secretaria Municipal da Cultura (SMC) e Secretaria do Meio Ambiente (SMAM), que definiram as obras, enquanto a Coordena- ção da Memória Cultural definiu procedimen- tos e fiscalizou a execução dos serviços. Basicamente as obras receberam lim- peza química e mecânica, reconstituição das placas de identificação e recuperação dos elementos artísticos. Algumas das esculturas desaparecidas foram reproduzidas em resi- na, com pigmentação semelhante ao bronze. A responsabilidade técnica pela execução das intervenções é da arquiteta Verônica Di Bene- detti e as reproduções de bustos e elementos artísticos foram modeladas pelo escultor Luiz Henrique Mayer. A parceria entre o poder público – Mu- nicípio e Governo do Estado – com o Sinduscon -RS é uma das alternativas contemporâneas para viabilizar a recuperação do patrimônio e vem demonstrando ser um caminho que pode ser seguido em outros projetos, de forma igualmente bem-sucedida. Os monumentos revitalizados nes- ta etapa são: Marco com as designações do Parque Farroupilha, Homenagem ao Esporte, Busto de Luiz Englert, Busto de Alberto Bins, Marco contra as Armas de Brinquedo, Busto de Jaime Pereira da Costa, Monumento a João Wesley, Monumento a Assis Brasil, Monumen- to a Brochado da Rocha, Busto da Imperatriz Leopoldina, Cabeça de José Lubianca, Placa a José Bonifácio, Marco da Exposição Farrou- pilha, Busto do Almirante Tamandaré, Busto de Duque de Caxias, Busto de Mascarenhas de Moraes, Busto de Santos Dumont, Placa da nova iluminação do Parque, Placa Centenário da Redenção dos Cativos, e o Gaúcho Oriental. José Fortunati Prefeito de Porto Alegre
  • 9. 8 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 10. 9 A revitalização dos Monumentos do Parque Farroupilha Destinar recursos públicos por meio do Sistema Pró-cultura RS - Lei de Incentivo à Cultura (LIC) - para a revitalização dos Mo- numentos do Parque Farroupilha é contribuir com um projeto cujo objetivo vai além de recu- peração física de 20 obras de arte urbana. Independente do estilo, época, mate- riais e significados, o conjunto integra o pa- trimônio cultural e paisagístico da cidade de Porto Alegre. Esse sítio foi palco da grande exposição realizada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul em 1935, em comemora- ção ao Centenário da Revolução Farroupilha. Alguns remanescentes restaram para atestar a importância da comemoração como o lago, alguns monumentos, a fonte luminosa, o eixo principal do Parque e as 68 salas da Escola Normal General Flores da Cunha que abrigou o pavilhão cultural da exposição e hoje é o Ins- tituto Estadual Flores da Cunha, bem tombado pelo IPHAE/SEDAC que encontra-se em pro- cesso de restauração. Outro aspecto relevante do projeto são as práticas de educação patrimonial por meio da realização de seminário sobre a conserva- ção de arte pública e a edição do caderno de restauro sobre os monumentos do Parque. As práticas contemplam aspectos fundamentais para a manutenção dos monumentos restau- rados como ferramenta de engajamento do conjunto da sociedade nas práticas de conser- vação e valorização do patrimônio público. Victor Hugo Secretário de Estado da Cultura do RS
  • 11. 10 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 12. 11 O parque é uma de nossas melhores heranças Na era contemporânea, cada vez mais a sociedade participa e deve participar da ges- tão da cidade. Não há mais como delegar tudo ao estado, à Prefeitura, ao poder público. É fundamental que se constituam âmbitos de atuação efetiva dos entes privados e dos in- divíduos na busca do bem estar social. Essa, sem dúvida, é uma das melhores marcas des- te projeto que entrega a segunda leva de mo- numentos revitalizados em Porto Alegre. O Parque Farroupilha, ou a Redenção como é popularmente conhecido, é uma das melhores heranças do nosso passado. Antes da cidade transbordar sua antiga malha ur- bana para além dos contornos do atual Cen- tro Histórico, o lugar era conhecido como a “Várzea da Redenção”. Sua utilização festiva e comum pelos porto-alegrenses teve como marca a realização da Feira Internacional de 1935, comemorativa dos cem anos da guerra Farroupilha, quando então governava o Esta- do o General Flores da Cunha e Alberto Bins era o Prefeito. Na atualidade, Porto Alegre, e em par- ticular o Bairro Bom Fim, seria irreconhecível sem o Parque. Frequentado por milhares de pessoas diariamente, em especial nos domin- gos ensolarados de todas as estações do ano, o lugar representa um ponto de encontro de pas- sado e presente. Crianças, jovens, senhores e senhoras que vivem a possibilidade de parti- lhar uma área comum nos melhores momen- tos do seu cotidiano são, na verdade, herdeiros de uma propriedade comum, que precisa ser cuidada por todos nós para que as gerações seguintes possam ter o mesmo privilégio. No que tange aos monumentos do Par- que, esta é uma das muitas tarefas da sua manutenção e qualificação. Há outras que po- dem e devem ser assumidas por outros en- tes da sociedade ou mesmo pelo próprio po- der público, a quem realmente a lei delega a competência de gestão do espaço. Sinduscon -RS, Associação da Construção Civil, os pa- trocinadores Braskem, Gerdau, Melnick Even, Nex Group e os demais apoiadores do proje- to – utilizando a oportunidade do incentivo à cultura do programa Pró-Cultura do Governo Estadual – dão um belíssimo exemplo de ati- tude e mobilização ao assumir e resolver essa tarefa de revitalizar os símbolos que a cidade plantou no seu espaço de uso e convivência comum. Além disso, é importante salientar aqui a preocupação técnica e a correção conceitual das intervenções revitalizadoras, o cuidado na seleção da equipe de profissionais encarrega- dos pelo projeto e a dedicação pró-bônus dos dirigentes do Sinduscon-RS, sem o que seria impossível realizar um serviço cuja relevância não pode ser medida. Zalmir Chwartzmann
  • 13. 12 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 14. 13Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Os procedimentos técnicos de revitalização O Projeto Construção Cultural - Resga- te do Patrimônio Histórico do Parque Farrou- pilha, edição 2016, vem dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos durante 2014 com a revitalização de 32 monumentos e marcos históricos localizados nesse Parque. Através de intervenções de caráter conservativo ten- do como objetivo o resgate da leitura visual do Parque como um todo, proporcionando aos seus frequentadores melhor compreensão desse espaço público tão importante para a cidade como palco de fatos históricos e artís- ticos. Procedimentos de limpeza química e mecânica, reconstituição da identificação dos monumentos e marcos, e resgate dos ele- mentos artísticos foram as ações utilizadas na recuperação do acervo. Pesquisas histó- ricas e artísticas nortearam as intervenções realizadas, as quais possibilitaram revelar monumentos que se resumiam a simples pe- daços de rocha espalhados no espaço, sem contextualização e sem sentido. As sujidades foram removidas conferindo às peças, maior longevidade e a valorização dos seus detalhes. Os textos de identificação perdidos foram re- cuperados e reproduzidos em alto relevo em placas de granito. Para revitalizar o acervo artístico hou- ve empenho em verificar a existência de répli- cas ou mesmo os próprios originais guarda- dos, para evitar furto, pela Secretaria do Meio Ambiente (SMAM). Essas foram usadas para reprodução através da confecção de moldes em gesso para logo em seguida serem repro- duzidos, desta vez, em resina mimetizando a peça original em bronze. Aqueles elementos que não possuíam réplicas ou mesmo docu- mentação suficiente para uma perfeita leitura da obra, foram modeladas, pelo escultor Luiz Henrique Mayer, novas peças dentro do mes- mo conceito da obra original permitindo as- sim a recuperação dos monumentos. O projeto ainda contempla o traslado da escultura ‘Gaúcho Oriental’ para o eixo monumental do Parque Farroupilha, junto ao chafariz, no intuito de valorização e proteção do mesmo. Embora ele sempre estivesse lo- calizado no Parque, sua visibilidade era bas- tante reduzida, o que favorecia ações de furto e vandalismo. Com mais esta etapa concluída, o Par- que Farroupilha volta a ser um grande museu aberto enriquecendo a cidade por meio de seus monumentos públicos revitalizados. Verônica Di Benedetti Coordenadora Técnica do projeto
  • 15. 14 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 A conservação e preservação dos monumen- tos públicos de Porto Alegre, historicamente, foi res- ponsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente, SMAM, por sua Supervisão de Parques, Praças e Jardins. Desde 2013, essa atribuição passou a ser exercida pela Secretaria da Cultura, por meio da Coordenação da Memória Cultural em parceria com outras secretarias municipais. Espalhados em espaços públicos como pra- ças, parques, largos e vias públicas, a cidade já possui mais de três centenas de monumentos de diferentes épocas, dimensões, feições e motivações que foram promovidos e financiados por indivíduos, grupos ou pe- los governos em suas três esferas. Um acervo repre- sentativo, acumulado a partir de meados do século XIX, que configura a paisagem urbana, referencia a identi- dade e história de Porto Alegre. Para promover a proteção legal e a conserva- ção física dessas obras, tornou-se necessário, por um lado, a identificação e o conhecimento da situação de cada monumento, o que passou a ser feito por meio de um inventário organizado com objetivo de estruturar uma base de dados com localização, histórico, caracte- rísticas físicas, estado de conservação e registro de in- tervenções. Em paralelo, foram definidos procedimen- tos técnicos e orientações adequadas às intervenções de limpeza, manutenção ou restauração de cada tipologia de obra. As diretrizes foram registradas no Manual de Conservação de Monumentos, publicado em 2012, po- rém as orientações técnicas não substituem a necessi- dade de participação de profissionais especializados nas intervenções, o que passou a ser feito desde então. Os monumentos públicos localizados em áreas abertas passam por processos de envelhecimento e degradação sob a ação do tempo e agentes da nature- za. O homem pode contribuir nesse sentido, intervindo tanto para acelerar, como para diminuir esses efeitos. Preservação de Monumentos Públicos em Porto Alegre Luiz Antônio Bolcato Custódio Arquiteto, doutor, especialista em restauro de monumentos e sítios históricos, Coordenador da Memória Cultural da Secretaria da Cultura de Porto Alegre. Imagem:FlaviaBoniLicht No campo da preservação, a participação humana pode agir sobre o próprio objeto tomando providências sim- ples como a promoção de limpeza regular, o que pode prevenir processos de degradação. Um dos temas con- temporâneos no campo da preservação do patrimônio cultural é a conservação preventiva, que defende ser a manutenção contínua, a chave para assegurar a per- Chafariz do Tritão, Parque Farroupilha, recuperado em 2011.
  • 16. 15Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 manência dos bens culturais no tempo. Outro desafio da preservação de monumentos públicos é o crescen- te vandalismo que, em diferentes escalas, ocorre em toda a cidade, resultando na mutilação e danificação das obras por subtração de componentes e pichações. Sob o ponto de vista conceitual, de acordo com Cesare Brandi, as intervenções para preservação de obras de arte abrangem a três variáveis: o tempo, a matéria e a imagem. O tempo não para... Logo, o tempo não se restaura. Suas marcas acompanham os bens culturais e atestam sua trajetória. A matéria, integrada pelos elementos constitutivos dos bens culturais, é no que se procedem as intervenções. A intervenção nos materiais é o que permite a recuperação ou restaura- ção da imagem, uma vez que matéria é o suporte para expressão da imagem. E o que se busca com uma res- tauração é a recuperação de sua imagem. Da imagem original, da imagem do original, de acordo com crité- rios técnicos, históricos, artísticos, estéticos e éticos. Um dos primeiros trabalhos desenvolvidos pela Coordenação da Memória nessa área foi a recu- peração da fonte A Samaritana, da Praça da Alfândega, obra que foi partida aos pedaços por ato de vandalis- mo. A peça original foi restaurada e hoje se encontra exposta no Paço dos Açorianos. Foi executada uma ré- plica que retornou para a praça onde o programa Mo- numenta recuperou cerca de vinte monumentos. A segunda experiência nessa área envolveu intervenção para solucionar infiltrações na Fonte de Talavera, em 2011. A solução técnica foi construir um túnel sob a fonte para permitir a manutenção do sis- tema hidráulico de forma independente das estruturas de alvenaria, evitando danificar azulejos e cerâmicas espanholas, objeto de proteção. A bacia original, que- brada por vandalismo em 2005, foi consolidada e pas- sou a ser exposta no Paço dos Açorianos. No Parque Farroupilha, o chafariz do Tritão foi recuperado com recursos aportados pelo Ministério Público Estadual. Essas experiências iniciais permitiram ao Mu- nicípio avaliar critérios de intervenção e definir prio- ridades de conservação, considerando variáveis como a importância histórica ou artística, o grau de integri- dade e o risco de desaparecimento. Nessa linha, foi priorizada a restauração do monumento modernista de Gilberto Pegoraro do Parque Farroupilha, obra em avançado estado de degradação. Em 2014, numa parceria com o Ministério Pú- blico e a Polícia Civil do Governo do Estado, foi lançada a Campanha de Proteção e Valorização de Monumentos Públicos. Essa campanha também previu a realização de ações educativas e de promoção envolvendo a rede escolar, com preparação de materiais didáticos e visi- tas guiadas a monumentos como o projeto Viva o Cen- tro a Pé. Também foram definidas ações preventivas e corretivas com a divulgação da campanha Procura-se para bens culturais desaparecidos, assim como a am- pliação do número de câmaras para controle de locais públicos com apoio do Centro Integrado de Comando, Guarda Municipal e Brigada Militar, como também o fomento à utilização do telefone 156 para denúncias de vandalismo. Dentre as obras de conservação de monu- mentos realizadas pelo Município, sob coordenação da SMC, estão a recuperação dos monumentos a Anita e Monumento a Anita e Giuseppe Garibaldi, na Praça Garibaldi, recuperado em 2015. Imagem:FlaviaBoniLicht
  • 17. 16 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Imagem:FlaviaBoniLicht
  • 18. 17Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Giuseppe Garibaldi e do Conde de Porto Alegre, que en- volveram recursos do MPE, a recuperação dos painéis de Xico Stockinger na Praça Dom Sebastião e o traslado do conjunto escultórico Afluentes do Guaíba dessa pra- ça para a Hidráulica Moinhos de Vento, e a recuperação do Monumento aos Açorianos, obra em conclusão com recursos da SMAM. Dentre as obras com previsão de recuperação está o Monumento a Júlio de Castilhos, na Praça da Matriz, pelo programa PAC Cidades Históricas e os monumentos vinculados às Bienais do Mercosul, na revitalização da Orla. No âmbito da valorização, os projetos de ilu- minação cênica de monumentos do Programa Reluz da Divisão de Iluminação Pública (DIP), da Secretaria de Obras e Viação, com iluminação dos monumentos ao Laçador e Bento Gonçalves (executados). Com o Depar- tamento de Limpeza Urbana (DMLU) a criação e acom- panhamento de roteiros para limpeza periódica dos monumentos. Em 2014, por iniciativa do Sinduscon-RS, foi elaborado com a Coordenação da Memória um novo projeto, o Resgate do Patrimônio Histórico. Essa parce- ria com o Município viabilizou a recuperação, em uma primeira fase, de doze monumentos do Parque Farrou- pilha ao longo de 2015. Esse projeto, inédito na área do patrimônio, teve grande repercussão na comunidade e, por sua importância sóciocultural, foi reconhecido com vários prêmios estaduais e nacionais. Naquela edição, o Monumento ao Expedicionário foi destacado como símbolo do projeto. Na segunda edição, em 2016, o projeto Resgate do Patrimônio Histórico passou a envolver a Lei de In- centivos Fiscais (LIC) do Governo do Estado e teve como meta a continuidade da recuperação dos monumentos do Parque Farroupilha, num total de vinte e duas obras, utilizando recursos incentivados, de sócios do SINDUS- CON-RS. Como destaque, nessa etapa, o traslado da escultura O Gaúcho Oriental, obra de Frederico Esca- lada doada por ocasião da comemoração do Centenário da Revolução Farroupilha, em 1935. Com a construção do viaduto da Avenida João Pessoa, a obra perdeu des- taque que sempre caracterizou sua localização, pas- sando a sofrer com o vandalismo. A nova localização no eixo monumental do parque, nas proximidades da fonte luminosa, resgata e valoriza esse patrimônio his- tórico e artístico. A parceria tem continuidade prevista, estando em estudo o projeto de recuperação do Laça- dor. Iniciativas como esta, envolvendo parcerias o público e o privado são alternativas contemporâneas para realização de ações de interesse da comunidade, devendo ser estimuladas como exemplos de cidadania e de esforço compartilhado pelo bem comum. Acima, Afluentes do Guaíba transferidos para os jardins do DMAE em 2014; Página anterior, estátua do Conde de Porto Alegre, Praça Conde de Porto Alegre, recuperado em 2013. Imagem:FlaviaBoniLicht
  • 19. 18 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Monumentos, Memória e Preservação: Uma Construção Cultural Os monumentos públicos são bens simbó- licos em forma de obras de arte, a exemplo de bustos e estátuas, ou construções arquitetônicas, como obe- liscos e estruturas congêneres. São produtos culturais plenamente identificados pelas pessoas, os quais li- dam com questões muito importantes e às vezes con- troversas, em especial aspectos da história de uma sociedade, as memórias e os registros coletivos. Eles representam ideias, pensamentos, perpetuam home- nagens a personalidades, afirmam efemérides e mes- mo revelam o status cultural da paisagem urbana. Porto Alegre, por seu nível cultural e evo- lução própria – assim como é reflexo da história e da cultura do território do qual é capital –, instalou em suas praças, parques, ruas, avenidas e edificações pú- blicas, um número elevado e significativo de monumen- tos, marcos comemorativos e obras de arte. O primeiro monumento stricto sensu (enquanto comemoração pú- blica) da cidade foi inaugurado em 1866, quando a Cia. Hidráulica concluiu o chafariz de mármore1 italiano da Praça da Matriz, o qual foi montado de forma a home- nagear a razão de ser da cidade, a ocupação do Guaíba e seus afluentes. E a marca da formação do Rio Grande do Sul e do Brasil, as disputas em muitos conflitos e guerras, aliado a composição multicultural urbana, em muito contribuiu para esta quantidade incrível de obras de arte públicas, de monumentos tradicionais a peças arrojadas de arte contemporânea, que abrangem mea- dos do Séc. XIX a princípios do Séc. XXI. Como em algumas cidades brasileiras, a metrópole porto-alegrense sofre com o sério pro- blema da conservação dos monumentos públicos. E o contínuo roubo de metais (especialmente o bronze), somado ao vandalismo, têm resultado grandes perdas do patrimônio gaúcho. No Brasil, as soluções busca- das para enfrentar esses problemas são muitas e va- riadas, dependendo dos pontos de vista patrimoniais de conservação e restauração. Um dos exemplos temos na cidade de São Paulo, onde a Secretaria da Cultu- ra envolveu com vidro a fonte de mármore2 da Praça Júlio Mesquita e substituiu seus elementos de bronze por cópias de resina, em 2013. Mas no enfrentamento desses problemas nem sempre a resposta pode ser dada na mesma velocidade ao dano patrimonial. Nesse sentido, as administrações públicas necessitam da co- laboração dos cidadãos e das instituições locais. Entre os espaços públicos de Porto Ale- gre, o Parque Farroupilha, com cerca de 37 hectares, em área central de alta densidade populacional e de- senvolvimento urbano, com acesso livre e irrestrito nas 24 horas (não é cercado), é um dos locais de mais complicada manutenção e conservação, por estas características. Nesta área enorme, há dezenas de monumentos públicos e equipamentos urbanos sofis- ticados. O parque também é conhecido como Parque “da Redenção” uma vez que ali, quando o local era uma várzea para descanso de tropeiros, em 7 de se- tembro de 1884 houve o ato de libertação de escravos porto-alegrenses, como ação em prol da abolição da escravatura. A “redenção” dos cativos, assim, mar- cou a denominação do lugar para sempre. O desenho atual do parque segue em muito a proposta solicitada pela Prefeitura ao famoso arquiteto e urbanista fran- cês Donat Alfred Agache (1875–1959), realizada em 1928, quando este se encontrava no Rio de Janeiro. Este anteprojeto foi muito considerado após a paulati- na construção do parque, ano a ano após a demorada desmontagem da Exposição do Centenário Farroupi- lha, evento da criação oficial do parque, em 1935. A beleza e a grandiosidade do Parque Farroupilha, pa- trimônio tombado, portanto, trata-se de um desafio para a manutenção de sua integridade. José Francisco Alves Professor de Escultura, Mestre e Doutor em História da Arte, Especialista em Gestão do Patrimônio Cultural, membro do ICOMOS, ICOM e ABCA.
  • 20. 19Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 No caso de Porto Alegre, o enfrentamen- to deste problema encontrou o amparo do Sinduscon -RS, em 2014, o qual incluiu em seu projeto Construção Cultural ações de recuperação de 12 monumentos do Parque Farroupilha, ao revitalizá-los com recursos próprios e dos parceiros Nex Group e Cyrela Golds- ztein. Entre estes monumentos, um dos maiores do país, o Monumento ao Expedicionário (1945-1957, de Antônio Caringi). Nesta primeira etapa (2014), assim como na segunda (2016), os monumentos receberam vários procedimentos técnicos de intervenção patri- monial, os quais foram acompanhados pari passu pela parceira da realização, a Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria Municipal da Cultura-SMC e Se- cretaria do Meio Ambiente-SMAM. Nas questões téc- nicas de restauro e conservação destas obras de arte, foi contínuo o acompanhamento da Coordenação da Memória Cultural da SMC, as quais as ações foram por ela, obviamente, aprovadas e supervisionadas. Basica- mente, os procedimentos envolveram: Levantamento cadastral; Limpeza/lavagem; Remoção de pichação e aplicação de produto antigrafite; Substituição de peças artísticas de bronze por réplicas de resina; Reprodução das informações das placas de identificação roubadas, em novas placas de granito, de forma a resguardar a identificação dos monumentos. E a escolha de mais este campo de atua- ção cultural do Sinduscon-RS, a recuperação dos monumentos, não foi definida por acaso. Partiu de um ponto de vista mais amplo no qual considera-se necessária a responsabilidade social empresarial, e mostrou-se atenta a entidade a perceber, nesta situa- ção, a adoção de medidas de apoio ao poder público, a Prefeitura Municipal, na proteção e salvaguarda do acervo existente, em especial, no Parque Farroupilha, um dos ícones do bem viver urbano dos porto-alegren- ses. Como o próprio Sinduscon-RS destaca em seus materiais de divulgação, o Projeto Construção Cultural com esta ação cultural “contagiou a comunidade, pois questionou sobre o papel da sociedade na preservação da sua história e da ma- nutenção de seus monumentos. Proporcionou cultura e informação. Fomentou a discussão sobre as maneiras de melhorar a preservação e como prevenir a incidência das depredações e do vandalismo. Colocou em debate o cuidado e a preservação em pauta nos principais veículos de comunicação do Rio Grande do Sul. A comunidade se apropriou da ideia, ampliou a sua dimensão e demons- trou a relevância da proposta”. E não sem razão, a sociedade percebeu o resultado e a repercussão desta iniciativa do Sindus- con-RS. Entre os reconhecimentos, a entidade recebeu prêmios aos níveis de Responsabilidade Social, Cida- dania e Marketing.3 Em nível nacional, o projeto tam- bém obteve espaço na Insight Case Studies – Revista Brasileira de Management, Rio de Janeiro, publicação associada à FGV Management. Mostrou-se o quanto foi importante o resgate deste patrimônio, fundamen- tal para a identidade da cidade e a preservação de sua memória. E neste 2016, com uma base de planejamento e execução ainda maior, a etapa do Construção Cultural - revitalização dos monumentos do Parque Farroupi- lha, levado a cabo pelo Sinduscon-RS, Associação Sul Riograndense da Construção Civil e Prefeitura de Porto Alegre, veio a obter o importante apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – Pró-cultura, trazendo ao proje- to aportes orçamentários fundamentais, por empresas patrocinadoras, aumentando o compromisso social e empresarial, bem como o envolvimento do governo es- tadual com o incentivo cultural. Ante Projecto de ajardinamento do Campo da Redempção. Alfred Agache, nanquim sobre papel de linho,1928. Arquivo Histórico de Porto Alegre.
  • 21. 20 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Nesta segunda etapa de revitalização, a abrangência das homenagens é, como na etapa ante- rior (2014), muito diversa. Isto se deve ao fato de Porto Alegre ser uma cidade multicultural, cujos períodos históricos, as efemérides e os personagens, foram sendo comemorados, perpetuados em monumentos, em grande número, levados a cabo por diferentes gru- pos ou mesmo pelo poder público. Nas duas dezenas de monumentos e marcos comemorativos revitalizados em 2016, foram recuperados à luz da memória homenagens há muito esquecidas. Um exemplo é o monumento ao Profes- sor Jaime Pereira da Costa, obra esta entre as mais antigas vítimas de roubo do bronze e vandalismo de Porto Alegre. Neste caso, o projeto avançou o iniciado em 2014, na refeitura de homenagens perdidas – aque- las em que não há molde possível para a realização de uma cópia, na forma de uma nova modelagem da obra de arte do monumento. No caso, o escultor do projeto, Luiz Henrique Mayer, pesquisou iconografia e modelou, com sua própria visão artística, um novo busto do ho- menageado, agora vertido em resina e patinado. Este procedimento, com pouca reflexão dentro do campo de discussão teórica em arte pública, mostra-se aqui ple- namente justificado e levado a bom termo. No mesmo sentido, os bustos de Alber- to Bins, Brochado da Rocha e Imperatriz Leopoldina, entre outras homenagens. No caso de Alberto Bins, a herma4 perdeu-se por furto recente. Sem qualquer possibilidade de fazer uma cópia a partir do molde ori- ginal em gesso (feito por Antônio Caringi), ou a partir de uma cópia de bronze deste existente, para reestabele- cer a homenagem optou-se em realizar um novo bus- to, também modelado e criado pelo artista do projeto, Luiz Henrique Mayer. Para o Monumento a Francisco de Assis Brasil, ocorreu uma opção mista. O busto de bronze (autoria de Luís Sanguin) havia sido recolhido pela Prefeitura quando o monumento foi vandalizado e seus baixos relevos furtados. Do busto, foi realizada uma cópia em resina, preservando o original. E novos baixos relevos foram remodelados por Mayer, em re- leitura aos furtados, com base em fotografias dos ori- ginais. Dos demais monumentos e marcos come- morativos, podemos destacar os singelos: Marco Con- tra as Armas de Brinquedos e Homenagem ao Esporte, ambos de 1965. Simples, mas não menos desprovidos de importância patrimonial. Foram concebidos quase que de forma espontânea, ideal de visionários. Este marco contra os brinquedos em forma de armas de fogo prega pela fraternidade, pela amizade, e pela crença de que tais brinquedos não deveriam existir, proposta que foi defendida por Pedro Arthur Merch, o idealizador do marco. O marco esportivo, de aspecto kitsh, nasceu para homenagear o ideal Olímpico, ins- talado no local do parque dedicado exclusivamente aos esportes. Praticamente destruído, foi trazido à vida, revitalizado pelo presente projeto. Mas, sem dúvida, a revitalização mais destacada do projeto envolve estátua de bronze do “Gaúcho Oriental”, um presente do empresariado uru- guaio às comemorações do centenário da Revolução Farroupilha, em 1935. Instalada na extremidade nor- te do canteiro do Parque Farroupilha, junto à Av. João Pessoa, em razão da construção do Viaduto Impera- triz Leopoldina, em 1974, a obra acabou por perder sua visibilidade adequada, seu ponto de vista privilegiado. Durante estes anos, seu lugar, um tanto isolado, propi- ciou o furto de elementos do gaúcho, como o rebenque, as esporas, partes dos arreios e a placa de bronze. Em tempos recentes, houve a tentativa de roubo de pedaços da estátua, sendo uma das mãos do Orien- tal decepada. Restaurada a obra de arte, o destino da Cerimônia de conclusão do projeto Construção Cultural - Monumentos do Parque Farroupilha 2014. Ato realizado junto ao Monumento ao Expedicionário. Imagem:DivulgaçãoSinduscon-RS
  • 22. 21Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 homenagem foi decididamente renovado agora, com a transferência tão esperada para um sítio de maior im- portância e visibilidade, no centro do Parque, em frente à fonte luminosa. Tal medida, a transferência de lugar de um monumento, sabemos que é vista de forma polêmi- ca sob o ponto de vista de alguns teóricos. Porém, na vida dinâmica de uma cidade, às vezes a realidade faz deste procedimento uma necessidade: a única maneira de uma obra de arte sobreviver. Em seu novo local, o Oriental recebeu um significativo pedestal, mais alto, mas o suficiente para que a sua arte seja apreciada normalmente. Certamente será uma grata novidade para os frequentadores do parque, esta nova atração, com a estátua mais visível, mais destacada, e, com certeza, mais admirada. Embora o vandalismo e o roubo de monu- mentos em Porto Alegre tenham impingido sério dano ao patrimônio cultural e artístico do Rio Grande do Sul, as respostas necessárias da sociedade e dos governos, como este projeto do Sinduscon-RS em realização com a Prefeitura de Porto Alegre, sob financiamento do Pró-cultura estadual, ganham força. Já faz algum tem- po que as ações em prol da divulgação da arte públi- ca, ao nível da educação patrimonial, conquistam mais pessoas para a causa da preservação. É a máxima que os patrimonialistas repetem, de sobra: “conhecer para proteger”. Um exemplo destas iniciativas constitui-se no “Viva o Centro a Pé”, da Prefeitura de Porto Alegre, com visitas guiadas pelo Centro Histórico, verdadeiras aulas públicas ambulantes, para divulgação do patri- mônio construído e dos monumentos públicos. Dado ao sucesso da proposta, o projeto estendeu-se além do Centro Histórico, na divulgação do patrimônio cemi- terial e de outros bairros, incluso os monumentos do Parque Farroupilha. Iniciativas como o projeto Construção Cul- tural, uma parceria entre o empresariado, a Prefeitura de Porto Alegre e instituições, é da mais alta importân- cia para a tarefa de proteção do patrimônio simbólico em forma de monumentos públicos. Que venham novas ações e que se avance com mais medidas de educação patrimonial, divulgação e conhecimento de nossas ri- quezas culturais e artísticas. Os porto-alegrenses pre- cisam saber mais sobre o seu notável acervo de arte pública, assim, irão colaborar cada vez mais para a sua salvaguarda. Notas 1 Chafariz adquirido pela Cia. Hidráulica para o abas- tecimento de água, juntamente com outros sete cha- farizes de ferro fundido, franceses (1865-1866). Este chafariz de mármore, da indústria italiana de peças ar- tísticas da região de Carrara, foi montado com figuras que, ao serem denominadas (esculpidos os nomes em suas bases) como Guaíba e afluentes, por iniciativa do arquiteto Giuseppe Obino, passaram, com esta ação, a ter um caráter comemorativo. Por isto, considero como sendo o primeiro monumento da cidade. 2 Fonte monumental de mármore, executada entre 1923/24, de autoria de Nicolina Pinto do Couto (1874- 1941). 3 Prêmio Top de Marketing ADVB-RS 2014; Top Cidada- nia ABRH-RS 2015; Prêmio CBIC de Responsabilidade Social 2015 – Categoria Entidade. 4 Forma de representação de um busto onde as costas, o peito, e, principalmente os ombros, são cortados em planos verticais e/ou diagonais. Edição Especial do Projeto Viva o Centro a Pé - Vandalismo nos Monumentos, Parque Farroupilha, 26 de julho de 2014, com José Francisco Alves. Imagem:CortesiadeJorgePique/UrbsNova
  • 23. 22 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 23Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 24. 24 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 25Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Mapa original in: A Escultura Pública de Porto Alegre - História, Contexto e Significado, 2004 (pág. 257). Desenhado em Corel Draw por José Francisco Alves ©. 1 2 21 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 18 19 20 22 23 24 25 26 27 28 Localização de monumentos, marcos e placas Parque Farroupilha Revitalizações/Projeto Construção Cultural 2016 1. Gaúcho Oriental - novo local 2. Busto do Almirante Tamandaré 2. Busto de Santos Dumont 2. Busto do Duque de Caxias 2. Busto de Mascarenhas de Moraes 3. Cabeça de José Lubianca 4. Busto de Luiz Englert 5. Monumento a Francisco de Assis Brasil 6. Busto de Alberto Bins 7. Busto da Imperatriz Leopoldina 8. Monumento a Brochado da Rocha 9. Monumento a João Wesley 10. Monumento a Jaime Pereira da Costa 11. Marco da Exposição Farroupilha 12. Marco contra as armas de brinquedo 13. Homenagem ao Esporte 14. Placa a José Bonifácio 15. Marco das denominações do Parque Farroupilha 16. Placa da nova Iluminação do Parque -- 1969 17. Placa Centenário da Redenção dos Cativos Demais monumentos do parque 29. Escultura moderna 30. Chafariz monumental francês (“Conde d’Eu”, 1866) 31. Pequeno chafariz francês 32. Monumento 100 Anos da Imigração Judaica Revitalizações/Projeto Construção Cultural 2014 18. Monumento ao Expedicionário 19. Obelisco da Comunidade Sírio-Libanesa 20. Obelisco da Comunidade Israelita 21. Monumento a Chopin 21. Monumento a Beethoven 22. Monumento a Carlos Gomes 23. Busto de Annes Dias 24. Busto de Licínio Cardoso 25. Busto de Samuel Hahnemann 26. Coluna Brasileira 27. Placa Os Lusíadas 28. Homenagem aos Mortos em Combate ao Comunismo 16 17 29 30 31 32 A v. O s v a l d o A r a n h a R u a E n g . L u i z E n g l e r t Avenida João Pessoa ViadutoImperatrizLeopoldina Av. Paulo Gam a A v . O s v a l d o A r a n h a
  • 25. 26 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Ano de instalação: 1935 Autoria: Federico Escalada Esta magnífica obra de arte veio para Porto Alegre no contexto das comemorações do Centenário da Revolução Farroupilha, em razão da grandiosa Exposição Internacional, no Parque Farroupilha. Foi um presente aos gaúchos oferta- do pela comunidade uruguaia domiciliada em Porto Alegre, sob subvenção do empresariado rural do Uruguai. A estátua foi vertida para o bronze pela Fundição Artística R. Vignali, de Montevidéu. O “Gaúcho Oriental”, ou El Gaucho Oriental, foi inau- gurado em 1º de dezembro de 1935, na extremidade norte do Parque Farroupilha, local fronteiro à Av. João Pessoa. Con- forme relata Paixão Côrtes em livro de 1992, a obra também consta referida em textos e reportagens como “Peão de Es- tância”, “O Gaúcho”, ou mesmo “Gaúcho Platino”. O artista retratou a figura de forma incomum, em pose descontraída, e trata-se de um significativo trabalho do qual destacam-se duas características: é um gaúcho que usa chiripá, em vez da bombacha (a vestimenta mais conhecida do gaúcho estereo- tipado); e o artista se “incluiu” na escultura de uma maneira peculiar — modelou uma letra «E» na fivela do tirador. Seu autor, é o conhecido escultor uruguaio Federico Escalada (1888-1970). Um fato interessante e pouco conhecido é que nas mesmas comemorações de 1935, a cabeça da mesma está- tua, numa versão “portátil” do monumento, foi presenteada ao presidente Getúlio Vargas, pela Associación Rural del Uru- guay. Ela se encontra até hoje no Palácio Piratini, com o bron- ze encrustado numa base de granito e mármore, sobre uma coluna salomônica de granito vermelho. Mas as curiosidades não ficam por aí. O Gaúcho Oriental tem um “irmão gêmeo”. Esta estátua pública está localizada desde 1932, próxima a entrada da própria Associación Rural, no Barrio del Prado, em Montevidéu. Nesta versão, a primeira, Escalada modelou o gaúcho em posição de laçar (também a pé, semelhante ao Laçador de Antônio Caringi). Quanto ao nosso Gaúcho Orien- tal, ainda hoje é possível encontrar, em leilões no Uruguai, cópias do protótipo do nosso monumento, em bronze. O Gaúcho Oriental possuía uma placa original de bronze, onde dizia: «gaucho oriental / homenaje de la / colónia uruguaya al heróico pueblo rio-grandense en el / centenario far- GAÚCHO ORIENTAL roupilha — 1835–1935». Outro fato a registrar é que o Oriental não é o primeiro gaúcho a ser retratado na estatuária do Rio Grande do Sul. O primeiro faz parte do monumento de Décio Villares em homenagem a Júlio de Castilhos — uma estátua equestre de um típico gaúcho, em tamanho natural, inaugu- rada em 25 de janeiro de 1913. O interessante é que os gaú- chos de Escalada e de Villares, por diversos fatores, não che- garam a chamar a atenção dos tradicionalistas para um deles ser tomado como símbolo do gaúcho, ícone que foi somente encarnado mais tarde, pela estátua do Laçador (1954–1958). Apesar disso, os tradicionalistas sempre tiveram muito ca- rinho pelo Gaúcho Oriental. Ele constou num dos primeiros programas das “Rondas Creoulas”, organizadas pelo “35” CTG, em 10 de setembro de 1949, quando foram depositadas flores junto ao seu pedestal, pelo “piquete de campeiros ca- valarianos” (Paixão Côrtes). Embora a estátua tenha sido depredada no passa- do, com o roubo de suas esporas, relho e placa de bronze, e até mesmo sofrendo tentativas de ser roubada inteira, as condições da estátua são boas. Em 2000, ela foi limpa e teve colocado em volta um apropriado gradil de ferro, em forma circular. Mais recentemente, teve uma das mãos decepada, a qual foi restaurada pela Prefeitura. Apesar de o local em que se encontrava até 2016 ser muito bonito, desde a construção do Viaduto Imperatriz Leopoldina o sítio ficou muito escondido, perdendo a sua im- portância, infelizmente. Neste sentido, e indo ao encontro de antigo clamor, o projeto Construção Cultural propiciou agora, em operação delicada e trabalhosa, que o monumento fosse transferido para um lugar mais seguro, mais visível, de forma bem adequada: o centro do Parque Farroupilha. 80 e tantos anos: o local original do Gaúcho Oriental (entre 1.º de dezembro de 1935 a 20 de julho de 2016.
  • 26. 27Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda parcial dos elementos artísticos e a placa original de bronze. Intervenções 2016: • Novo embasamento de concreto armado; • Aplicação de proteção; • Transferência de local. Imagem:Postalantigo.Imagem:CortesiadeLucianadeOliveira. O Gaúcho Oriental em seu novo local, em 20 de julho de 2016. El Peón de Estancia (1932), “irmão gêmeo” do Gaúcho Oriental, no Barrio del Prado, Montevidéu, (17 de junho de 2016). Acima, à esquerda, postal do Gaúcho Oriental (possivelmente anos 1940). Acima, cabeça do Oriental, pertencente ao acervo do Palácio Piratini, presente ofertado ao Presidente Getúlio Vargas, em 1935.
  • 27. 28 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 TRANSFERÊNCIA DO GAÚCHO ORIENTAL 20 de Julho de 2016 - 11h Em uma linda manhã de inverno, em 20 de julho de 2016 foi realizada a tão esperada transferência da estátua do Gaúcho Oriental, que desde 1974 havia perdido muito de sua visibilidade, em razão da construção de um viaduto, em frente ao seu local original. O novo espaço escolhido foi, nada mais, nada menos, que um amplo espaço aberto junto ao Chafariz central do Parque Farroupilha.
  • 28. 29Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 29. 30 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 30. 31Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 31. 32 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Busto do Almirante Tamandaré Ano de instalação: 1974 Autoria: não identificada Busto do gaúcho Joaquim Marques Lisboa — o Al- mirante Tamandaré (São José do Norte, 13.12.1807 – Rio de Janeiro, 20.3.1897), Patrono da Marinha do Brasil. Inaugura- do no Parque Farroupilha em 14 de dezembro de 1974, em cerimônia cívica-militar que contou com o sobrevoo de jatos da FAB e helicópteros da Marinha. Constou também como comemoração ao Dia do Marinheiro (no dia anterior). O ato de inauguração contou com as presenças do Almirante de Esquadra Eddy Sampaio Espellet, representando o Ministro da Marinha, e do governador do estado, Euclides Triches. O orador oficial foi o Chefe da Casa Civil, Victor Faccioni, falan- do em nome da Liga de Defesa Nacional. A obra, localizada atrás do Monumento ao Expedicionário, foi fundida no Arse- nal de Marinha da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Trata-se de um trabalho de grande tiragem, fundido pela Marinha do Brasil para ser distribuído a diversas cidades e instituições do país. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Pintura do embasamento na cor concreto.
  • 32. 33Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 33. 34 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Busto do Duque de Caxias Ano de instalação: 1971 Autoria: não identificada Busto do Duque de Caxias — o Marechal Luís Alves de Lima e Silva (Porto da Estrela-RJ, 25.8.1803 – Juparana -RJ, 8.5.1880), Patrono do Exército Brasileiro, presidente das províncias do Maranhão e Rio Grande do Sul (1842–1855) e senador pelo Rio Grande do Sul (pelo Partido Conservador). A homenagem foi inaugurada em 25 de agosto de 1971, no Dia do Soldado, em ato presidido pelo General Breno Borges Fortes, e marcado por um desfile dos soldados da 1ª Cia. de Guarda do Exército. Localiza-se em área posterior ao Mo- numento ao Expedicionário. Nesta mesma oportunidade, na base do monumento foram depositadas flores e um triângu- lo floral pelo Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, visto que o Duque é o Grão-Mestre de honra dos Ma- çons brasileiros. O busto de bronze foi fundido em Arsenal de Guerra do Exército. Este modelo, de fundição para ampla distribuição, partiu de original executado antes do final da dé- cada de 1950, visto que uma de suas cópias foi inaugurada em 1958, em Pelotas. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Problemas estruturais no embasamento em concreto; • Rachaduras nos revestimentos; Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Limpeza química e mecânica do busto em bronze; • Rejuntamentos refeitos; • Pintura do embasamento na cor concreto.
  • 34. 35Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 35. 36 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Busto de Santos Dumont Ano de instalação: 1973 Autoria: não identificada Em 20 de setembro de 1973, foi inaugurado o busto de Santos Dumont — o Pai da Aviação — (Palmira-MG, atual Santos Dumont-MG, 20.7.1873 – Guarujá-SP, 23.7.1932). O ato constou de cerimônia cívica-militar, com sobrevoo de jatos da FAB, salva de canhões, Hino do Aviador tocado por banda militar e missa celebrada pelo Cardeal Dom Vicente Scherer. Foi uma promoção da Liga de Defesa Nacional, falando no ato em nome da entidade, Luciano Machado. A obra, em bronze, traz o homenageado retratado com o seu indefectível e de- sengonçado chapéu de abas largas. No pedestal de cimento, em forma de pirâmide, igual as bases dos três outros bustos que estão no mesmo local (Tamandaré, Duque de Caxias e Mascarenhas de Moraes), encontra-se uma placa de bronze com os dizeres: «marechal do ar alberto santos dumont / pai da aviação / patrono da força aérea brasileira / centenário do nascimen- to / 20-7-1873 —20-7-1973». Na parte posterior, uma plaqueta com a inscrição: «homenagem dos diários e emissoras / associadas do rgs / a. guarisse». Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Problemas estruturais na base de concreto; • Rachaduras nos revestimentos; Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Limpeza química e mecânica do busto em bronze; • Rejuntamentos refeitos; • Pintura do embasamento na cor concreto.
  • 36. 37Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 37. 38 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Busto de Mascarenhas de Moraes Ano de instalação: 1974 Autoria: (?) Medeiros Em 14 de dezembro de 1974, foi inaugurado o busto de bronze em homenagem ao Marechal João Batista Masca- renhas de Moraes (São Gabriel, 1886 – Rio de Janeiro, 1968), gaúcho que comandou as tropas da Força Expedicionária Brasileira/FEB que lutaram na Segunda Guerra Mundial, nos campos da Itália, entre 1944-45. A obra está localizada atrás do Monumento ao Expedicionário (em cuja inauguração este- ve presente o próprio Marechal, em 1957). A respeito de seu autor, somente o sobrenome está legível na assinatura: “Me- deiros”. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Problemas estruturais na base de concreto; • Rachaduras nos revestimentos. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Limpeza química e mecânica do busto em bronze; • Rejuntamentos refeitos; • Pintura do embasamento na cor concreto.
  • 38. 39Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 39. 40 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Cabeça de José Lubianca Ano de instalação: 1994 Autoria: Mario Cladera Em 26 de dezembro de 1994, foi inaugurada a cabe- ça do ilustre médico José Faibes Lubianca, numa iniciativa do Rotary Club de Porto Alegre. O trabalho, fundido em ci- mento, foi modelado pelo artista uruguaio radicado em Porto Alegre, Mario Cladera. A obra foi instalada junto ao Parque Farroupilha, no Largo de mesmo nome do homenageado, localizado na Av. José Bonifácio, esquina Av. Osvaldo Ara- nha. No pedestal de concreto, haviam três placas originais de bronze. A superior, com a denominação do sítio: «largo / dr. josé faibes lubianca / médico humanitário»; a central, «rotary club de porto alegre / bom fim / fundado em 27 de abril de 1978 / dar de si, / antes de pensar em si.»; a inferior, «[...] no transcurso do centenário do nascimento do / dr. josé faibes lubianca, médico / humanitário, eminente pesquisador e criador / da política científica do rio grande do sul / os valores espirituais, a solidariedade e o / amor ao próximo, marcaram sua existência / 26 de dezembro de 1994». Na recuperação do monumento pelo presente projeto, a cabeça foi restaurada pelo escultor Luiz Henrique Mayer, com a as- sistência e a orientação do escultor Mario Cladera. Como as placas originais haviam sido furtadas, foram instaladas pla- cas de granito para recuperar a informância da homenagem. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda parcial das partes da obra de arte; • Perda de placas de bronxe e rejuntes. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Restauração de elementos artísticos; • Novas placas de informação do monumento; • Aplicação de produtos antipichação. Luiz Henrique Mayer restaurando a obra, sendo observado pelo autor da homenagem, Mario Cladera (à direita). A homenagem ao ilustre médico Lubianca, antes da restauração e revitalização.
  • 40. 41Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 41. 42 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Busto de Luiz Englert Ano de instalação: 1939 Autoria: André Arjonas Em 9 de dezembro de 1939, foi inaugurada a home- nagem ao professor Luiz Englert, engenheiro civil e minera- logista, falecido oito anos antes. Foi mandada construir por uma comissão de ex-alunos e admiradores, tendo a frente o Reitor da Universidade (atual UFRGS), Ary de Abreu e Lima. Trata-se, também, de um marco da inauguração da rua que leva o seu nome, via em frente do qual se encontra o monu- mento, separando o parque do Campus Central da UFRGS. O monumento é composto de busto do homenageado em forma de herma, colocado sobre pedestal de granito, sendo mode- lado nas oficinas da Casa Aloys, pelo escultor André Arjonas. O busto foi fundido em bronze, na firma Irmãos Párraga. No pedestal encontrava-se uma elaborada placa de bronze (fur- tada em 2003), com os dizeres: «avenida / prof. luiz englert / eng. civil, mineralogista / sábio rio-grandense e / professor da uni- versidade / técnica do r. g. do sul». O local original da obra era próximo ao último canteiro da extremidade do Parque, jun- to à bifurcação da avenida João Pessoa com Rua Eng. Luiz Englert. Com a construção da elevada Imperatriz Leopoldina (1974), o monumento foi transferido para a outra extremidade da Rua Luiz Englert, em frente a lateral do Salão de Atos da Reitoria da UFRGS. Para a revitalização, optou-se pela subs- tituição do busto original por uma cópia do mesmo, em resina plástica com pó de bronze, ainda mais que após a depredação de 2003 a Prefeitura havia recuperado o monumento. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda de elementos de identificação. Intervenções 2016: • Reprodução dos elementos artísticos; • Molde de gesso do busto original de bronze; • Reprodução final do original (Resina e pó de bronze); • Produção de nova placa em granito; • Limpeza do embasamento em granito; • Novas placas de informação do monumento; • Aplicação de produtos antipichação.
  • 42. 43Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 43. 44 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Ano de instalação: 1942 Autoria/Busto: Luís Sanguin Autoria/Relevos: Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016) Comissionado por amigos e admiradores, este mo- numento foi erigido a Joaquim Francisco de Assis Brasil (São Gabriel, 20.7.1857 – Pedras Altas, 24.12.1938), insigne políti- co, expoente da Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul, ba- charel em direito, ministro da agricultura, deputado federal e estadual, poeta, historiador e diplomata. O monumento foi inaugurado em 24 de dezembro de 1942, no quarto ano de fa- lecimento do homenageado, e foi instalado na extremidade norte do eixo central do Parque Farroupilha, junto à Rua Se- tembrina. Na inauguração, o orador oficial foi Raul Pilla, es- tando presentes também o interventor federal, Coronel Cor- deiro de Farias, o prefeito Loureiro da Silva e a viúva do home- nageado, a Sra. Lídia de Assis Brasil. A homenagem original era formada de um busto de bronze em forma de herma, uma placa informativa e dois grandes baixos-relevos laterais, am- bos também em bronze. A placa informativa tinha o relevo do mapa do Brasil no centro, sobre o qual constavam gravadas as inscrições: «in corde pottius / quan in nomine» e «j.f. de assis brasil», e a frase principal: «benvindo seja / a mansão que encerra, / o livro que amaina a alma / e o arado que domina a terra. / j.f.a.b.». Os dois relevos, de aproximadamente um metro por oitenta centímetros, retratam, no lado esquerdo, uma cena de Assis Brasil discursando para um grupo de pessoas; no outro, uma cena na lavoura com um agricultor conduzindo um arado, puxado a boi, e um homem semeando a terra. A herma e os baixos-relevos são trabalhos de Luís Sanguin, sendo a obra executada nas oficinas de Lonardi, Teixeira & Cia. No Salão de Belas Artes da Universidade (hoje UFRGS), organizado em 1940, nos galpões do Cais do Porto — um dos eventos que marcou as comemorações do alegado “bicen- tenário de Porto Alegre” —, Sanguin ali participou com este busto de Assis Brasil, em gesso. Durante sua existência, este monumento foi dura- mente atacado por ladrões e vândalos. Na década de 1960, a placa e os baixos-relevos foram roubados pela primeira vez. Em 1977, uma “campanha” na imprensa foi iniciada, fazen- do com que os relevos fossem refeitos e recolocados anos mais tarde. Não foram localizados maiores detalhes sobre a recuperação desses baixos-relevos, se refeitos dos modelos originais ou com base em fotografias. O fato é que, no início da década de 1980, eles foram recolocados. A possibilidade de que os relevos originais, rouba- dos, tenham sido recuperados, também não pode ser descar- tada, uma vez que a placa e os relevos recolocados aparen- tavam, em 1999, ter quase vinte anos. Em outubro de 1999, mais uma vez os baixos-relevos e a placa foram roubados. Dias depois desse fato, o monumento foi praticamente demo- lido por vândalos, sendo arrancadas partes da estrutura de granito que restou. Para não ocorrer o mesmo com o busto, este foi retirado para um depósito do parque. Para recuperação atual do monumento, o busto ori- ginal de bronze foi substituído por uma cópia em resina plás- tica com pó de bronze, sendo reproduzido com técnica apura- da pelo escultor Luiz Henrique Mayer. O mesmo artista, com base em fotografias, modelou novos baixos-relevos, numa releitura dos anteriores, agora vertidos também em resina. Também foram instaladas placas de granito, com os dizeres originais da homenagem. Monumento a Francisco de Assis Brasil Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda de elementos artísticos e de identificação; • Pichações; • Presença de vegetação superior; • Perda de rejunte. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Recomposição dos elementos artísticos; • Desinfestação de vegetação; • Feitio da placa de identificação em granito; • Aplicação de produtos antipichação; • Reprodução gráfica; • Retirada do molde(forma perdida); • Modelo em gesso e execução de forma de silicone; • Reprodução final (Resina e pó de bronze); • Fixação dos novos elementos.
  • 44. 45Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Situação anterior do monumento. Relevos e placa roubados, cantaria vandalizada e pichada.
  • 45. 46 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 46. 47Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 47. 48 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Ano de instalação: 1953 Autoria/relevos artísticos: Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016) Romano Reif (originais perdidos) Em 15 de janeiro de 1953, a comunidade Metodis- ta do Rio Grande do Sul ergueu este monumento alusivo ao sesquicentenário do fundador da Igreja Metodista, João Wes- ley (John Wesley, Epworth, Inglaterra, 17.6.1703 – Londres, 3.3.1791), na parte do Parque Farroupilha que outrora se cha- mou Parque Paulo Gama (área verde anterior ao próprio par- que), no lado fronteiro a Av. João Pessoa, em frente ao Viaduto Imperatriz Leopoldina. A proposta inicial partiu do vereador e reverendo da Igreja Metodista, Derli Chaves, sendo a comis- são organizadora liderada por Erasmo Ungaretti. O monu- mento foi executado com estrutura de granito rosa elaborada com formas retas e curvas bem cortadas, sendo instalado sobre uma base de paralelepípedos (granito acinzentado). Sobre a estrutura, foi afixado um grande baixo-relevo de bronze retratando o homenageado, e a frase: «pensamos e dei- xamos pensar»; junto, uma bíblia aberta com as inscrições: «ide / por todo / o mundo / e pregai / o / evangelho / a toda a / criatura / marcos 10:15». No Arquivo Histórico de Porto Alegre encontra- se uma referência de que o autor foi Romano Reif, escultor e professor que lecionou no Colégio Concórdia e no Instituto Porto Alegre-IPA. Em 2003, o imenso baixo-relevo, a cruz ao seu lado direito e o globo superior, foram furtados. Com esta edição 2016 do Projeto Construção Cultural, o monumento foi refeito em suas obras de arte, os antigos relevos de bronze, com execução – como releitura – do escultor Luiz Henrique Mayer, com base em fotografias das anteriores. Monumento a João Wesley Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda de elementos artísticos e de identificação; • Pichações; • Presença de vegetação superior; • Perda de rejunte. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Recomposição dos elementos artísticos; • Desinfestação de vegetação; • Feitio da placa de identificação em granito; • Aplicação de produtos antipichação; • Reprodução gráfica; • Modelagem de novas obras de arte e elementos; • Modelo em barro e execução de forma de silicone; • Reprodução final (Resina e pó de bronze); • Fixação dos novos elementos.
  • 48. 49Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 49. 50 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 50. 51Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 51. 52 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Monumento a Brochado da Rocha Ano de instalação: 1963 Autoria/busto: Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016) Vasco Prado (original perdido) Em 29 de janeiro de 1963, foi inaugurado o Monu- mento a Francisco de Paula Brochado da Rocha (Porto Ale- gre, 8.8.1910 – 26.9.1962), no Parque Farroupilha, em lado fronteiro a Av. Paulo Gama (em frente a Reitoria da UFRGS). Brochado da Rocha, entre outras funções públicas, foi mi- nistro da Justiça, em 1961, e primeiro ministro do Brasil, em 1962. A obra, segundo o jornal Correio do Povo (30 jan. 1963, capa), teria sido erigida com recursos angariados para uma homenagem ao presidente João Goulart, que “declinou des- sa manifestação a fim de que fosse homenageada a memória do ilustre jurista e ex-primeiro ministro, Professor Francisco de Paula Brochado da Rocha”. Na ocasião da inauguração, compareceu o governador Leonel Brizola, falando no ato o secretário da Agricultura, João Caruso, o prefeito da capi- tal, Germano Petersen Filho, e Otávio Caruso Brochado da Rocha, filho do homenageado. O destaque da solenidade fo- ram os versos proferidos por Jaime Caetano Braum. A obra é composta de uma baixa plataforma, sobre a qual foi ergui- do um painel revestido de granito acinzentado polido, com as inscrições: «francisco brochado da rocha / advogado - professor universitário / constituinte de 1941 - secretário de estado / ministro do conselho federal de educação e / presidente do conselho de minis- tros em 1962»; e uma frase sua: «no final do discurso que proferi na câmara / dos deputados procurei chamar os congressistas / brasi- leiros a uma retomada de consciência, enquanto / ainda há tempo para preservar as instituições / democráticas e alimentar as multidões famintas / de justiça social». Na frente do painel, à esquerda, encontra-se um pedestal revestido de granito o qual havia em cima uma cabeça de bronze do homenageado, modelada por Vasco Prado, em 1962. Posteriormente, durante o período do Regime Militar, essa obra paulatinamente foi sendo vítima de vandalismo e de roubos, a ponto de ser um monumento plena- mente demolido e sem identificação, com as lajes de granito do painel saqueadas e a cabeça e seu pedestal pichados. Em junho de 2001, foi concluída uma recuperação completa da homenagem, que também recebeu um gradil em volta, para sua melhor salvaguarda. Infelizmente, somente dias depois, o monumento foi vandalizado, quase demolido. A Prefeitura, Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda de elemento artístico; • Perda de placas de granito e rejunte. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Recomposição dos elementos artísticos; • Desinfestação de vegetação; • Recomposição das placas em granito polido; • Aplicação de produtos antipichação; • Modelagem de nova obra de arte; • Modelo em barro e execução de forma de silicone; • Reprodução final (Resina e pó de bronze); • Fixação dos novos elementos. assim, retirou o busto para a sua proteção. Posteriormente, o busto foi furtado. Nesta revitalização de 2016, não sendo pos- sível a feitura de uma cópia a partir do original, foi modelada uma nova arte, um novo busto do homenageado, fundido em resina plástica com pó de bronze e criado pelo escultor Luiz Henrique Mayer. Situação anterior do monumento. Completamente depredado.
  • 52. 53Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 53. 54 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 54. 55Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Monumento a Brochado da Rocha ficou entre os que mais tempo envolveu na revitalização, nesta edição do projeto.
  • 55. 56 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Busto de Alberto Bins Ano de instalação: 1959 Autoria/busto: Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016) Antônio Caringi (original perdido) Em 12 de dezembro de 1959, foi inaugurado o busto em homenagem ao prefeito da capital, entre 1928 e 1937, o Major Alberto Bins (Porto Alegre, 2.12.1869 – 20.4.1957), sen- do Nilo Ruschel o orador oficial do ato. O local escolhido se deu em razão do ex-prefeito ter sido um dos grandes incen- tivadores e apoiadores da realização da Exposição Interna- cional do Centenário Farroupilha (set. 1935 – jan. 1936), cujo pórtico ficava quase no mesmo lugar onde foi instalado o mo- numento. Falaram também na inauguração: Adel Carvalho, Germano Petersen e Carlos Maria Bins, familiar do home- nageado. O busto original era de autoria de Antônio Caringi, que o assinou como sendo modelado em «1959», mas a peça havia sido modelada e exibida, em gesso, na primeira exposi- ção individual de Caringi, em Porto Alegre, na Biblioteca Pú- blica do Estado, em 1936. O busto em forma de herma era de bronze, e estava colocado sobre um pedestal de granito cinza polido. A placa de bronze original trazia os dizeres: «ao major / alberto bins / ex-prefeito da cidade / homenagem / da prefeitura / de porto alegre / inaugurado pelo prefeito / dr. tristão sucupira viana / 1959». Em tempos recentes, o busto de bronze e a pla- ca foram furtados. Para recuperar a homenagem, o Projeto Construção Cultural propiciou a modelagem de um novo bus- to, criação e fundição em resina e pó de bronze do escultor Luiz Henrique Mayer, em razão de não existir molde de gesso ou outra cópia do busto perdido. Também uma nova placa, em granito, foi feita para recuperar os dizeres originais. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda de elementos artísticos e de identificação. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Recomposição dos elementos artísticos; • Feitio das placas em granito polido; • Aplicação de produtos antipichação; • Modelagem de nova obra de arte; • Modelo em barro e execução de forma de silicone; • Reprodução final (Resina e pó de bronze); • Fixação dos novos elementos. Situação anterior do monumento.
  • 56. 57Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 57. 58 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Acima, modelagem do novo busto do prefeito Alberto Bins, no ateliê do escultor Luiz Henrique Mayer. À esquerda, a instalação do busto.
  • 58. 59Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 59. 60 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Busto de Jaime Pereira da Costa Ano de instalação: 1936 Autoria/busto: Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016) (original perdido, de autoria não confirmada) Este monumento estava abandonado há tanto tem- po, com sua obra de arte e elementos furtados e depreda- dos, que seus registros são poucos e imprecisos. Teria sido um busto de bronze erigido em homenagem ao célebre prof. do Colégio Militar e ex-deputado estadual, Jaime Pereira da Costa (Pelotas, 29.9.? – 17.10.1928). Consta como inaugurado na manhã de 29 de setembro de 1936, no canteiro do Parque Farroupilha fronteiro a Av. João Pessoa, próximo a esquina da Av. José Bonifácio. Na ocasião, compareceu o Cel. Cordeiro de Farias e o prefeito de Porto Alegre, Loureiro da Silva, entre outras personalidades. No verso do pedestal havia tido uma inscrição, hoje apagada, desaparecida: «a jayme pereira da costa / que não encontrou limites no amor ao próximo / homenagem de porto alegre»; «jayme da costa pereira foi, sobretudo, um bom professor, dignificou o magistério. homem público, prestou grandes serviços à sua terra. porto alegre deve-lhe assinalados empreendimentos. por isso mesmo, a homenagem que lhe prestam os amigos é justa e elevada. em 22.8.1939 – josé loureiro da silva». Walter Spalding afirmou em 1967 que a autoria do busto seria de André Arjonas, sendo modelado na Casa Aloys. Nesta revitalização, o projeto Cons- trução Cultural restituiu à homenagem um novo busto do professor Jaime Pereira da Costa, sendo criado, modelado e fundido em resina plástica com pó de mármore, pelo escultor Luiz Henrique Mayer. Também o monumento recebeu nova placa informativa, de granito. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda de elementos artísticos e de identificação; • Pichações no verso da peça; • Sistema de floreiras entupido; • Perda de rejuntes. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica do embasamento; • Recomposição dos elementos artísticos; • Feitio da placa em granito polido; • Aplicação de produtos antipichação; • Modelagem de nova obra de arte; • Modelo em barro e execução de forma de silicone; • Reprodução final (Resina e pó de bronze); • Fixação dos novos elementos. Situação anterior do monumento.
  • 60. 61Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 61. 62 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Realização do novo busto de Jaime Pereira da Costa, no ateliê do escultor Luiz Henrique Mayer.
  • 62. 63Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 63. 64 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Busto da Imperatriz Leopoldina Ano de instalação: 1974 Autoria/busto: Luiz Henrique Mayer (nova versão, 2016) Miltom Catão (original perdido) Em 1974, foi inaugurado o Viaduto Imperatriz Leo- poldina, na Av. João Pessoa sobre o final da Av. Loureiro da Silva, e aproveitou-se denominar a obra viária com referência às comemorações do sesquicentenário da imigração germâ- nica no Brasil (São Leopoldo-RS, 1924). No canteiro lateral do viaduto, junto ao Parque Farroupilha, foi erguido este mo- numento à Imperatriz Leopoldina Carolina Josefa de Habs- burgo-Lorena (1797–1826), primeira esposa de D. Pedro I e natural da Áustria. Sua estrutura é bastante peculiar, sendo duas estruturas verticais unidas. A posterior é realizada em concreto; a frontal em granito rosa polido. Nessa parte foi afi- xado um busto de bronze da homenageada, ao lado do nome do viaduto, gravado na pedra. A fundição do busto foi realiza- da pela Fundição Artística Liboredo, no estado do Rio de Ja- neiro, sendo a obra modelada por um de seus artistas, o es- cultor Miltom Catão. Este busto, porém, foi furtado em 2008. No granito, abaixo do busto, as inscrições: «viaduto imperatriz leopoldina / homenagem da prefeitura municipal de porto alegre / leopoldina de habsburgo / arquiduquesa austríaca princesa alemã / princesa de portugal brasil e algarve / primeira imperatriz brasilei- ra / grande incentivadora da independência do brasil / promotora da imigração alemã para o nosso estado / sesquicentenário da imigração alemã / 1824 – 1974». Nesta revitalização da homenagem, um novo busto foi executado, sendo criado, modelado e fundido em resina plástica com pó de mármore, pelo escultor Luiz Henrique Mayer. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda de elementos artísticos. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica; • Recomposição dos elementos artísticos; • Recomposição das inscrições do monumento; • Aplicação de produtos antipichação; • Modelagem de nova obra de arte; • Modelo em barro e execução de forma de silicone; • Reprodução final (Resina e pó de bronze); • Fixação dos novos elementos.
  • 64. 65Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 65. 66 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Realização do novo busto da Imperatriz Leopoldina, no ateliê do escultor Luiz Henrique Mayer.
  • 66. 67Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 67. 68 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 MARCO DA EXPOSIÇÃO FARROUPILHA Ano de instalação: 1936 Autoria da placa original desaparecida: Walter Drechsler Este singelo marco foi solenemente inaugurado, em 16 de janeiro de 1936, numa cerimônia que teve como ora- dor oficial Darcy Azambuja, para registrar o encerramento da grande Exposição Internacional do Centenário da Revolu- ção Farroupilha (20 set. 1935 - 16 jan. 1936). Trata-se de um pequeno matacão de granito construído pela firma Irmãos Párraga, uma espécie de menir no qual se achava instalada uma placa de bronze, elaborada de forma artística por Walter Drechsler. A placa principal foi furtada em março de 2003. Embaixo desta, havia também colocada outra placa, bem me- nor, possivelmente alusiva a alguma comemoração relativa à Exposição Farroupilha, esta furtada há muito mais tempo e sem registro. Para a recuperação da homenagem, optou- se pela confecção de uma placa de granito com as inscrições originais. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda da placa artística original. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica; • Recomposição dos elementos artísticos; • Reprodução da placa original em granito, com inscrições em alto relevo.
  • 68. 69Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 69. 70 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 MARCO CONTRA AS ARMAS DE BRINQUEDO Ano de instalação: 1965 Autoria: não identificada Marco inaugurado em 18 de outubro de 1965 contra a fabricação das armas de brinquedo, resultado de uma cam- panha liderada na década de 1960, pelo gaúcho Pedro Arthur Merch. Trata-se de um painel de concreto armado, modelado na técnica de forma, o que resulta nos frisos da estrutura, aspecto de suporte padrão da Prefeitura, à época, para es- truturas de fixação de placas e homenagens. No lado direito, consta uma placa de mármore polido com os dizeres: «coope- re por um mundo melhor / não dê brinquedos de armas / eduque para a fraternidade / pedro arthur merch / 18–10–1965». No esquerdo, a cerca de cinquenta centímetros do chão, encontra-se afixada uma pequenina peça artística modelada em cimento que re- trata duas mãos se cumprimentando. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda de elementos artísticos e de identificação; • Perda parcial da peça artística; • Exposição de ferragens oxidadas. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica; • Recomposição dos elementos artísticos. Situação anterior do monumento. Elemento artístico degradado, o qual foi recuperado.
  • 70. 71Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 71. 72 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 HOMENAGEM AO ESPORTE Ano de instalação: 1965 Autoria: não identificada Marco erguido no Estádio Ramiro Souto, área es- portiva do Parque Farroupilha, como «homenagem ao esporte – porto alegre 1965». Consiste numa forma piramidal tendo afixada no vértice o símbolo Olímpico do Esporte — as cin- co argolas ligadas entre si, simbolizando os continentes. Foi executada em alvenaria e revestida com pedras decorativas. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perdas do revestimento; • Perda parcial da placa de identificação; • Perda quase total do elemento artístico. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica dos revestimentos; • Consolidação das rochas ; • Recomposição dos elementos artísticos; • Rejuntamentos refeitos; • Aplicação de produto antipichação. Símbolo Olímpico. Elemento que havia sido destruído, agora totalmente recuperado. Sit Situação anterior do monumento, bastante degradado.
  • 72. 73Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 tuação anterior do monumento.
  • 73. 74 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 PLACA A JOSÉ BONIFÁCIO Ano de instalação: 1972 Placa em homenagem a José Bonifácio de Andrada e Silva (Santos, 13.6.1763 — Niterói, 6.4.1838). Foi inaugurada no rol das comemorações do Sesquicentenário da Indepen- dência do Brasil, em setembro de 1972, no lado fronteiro do Parque Farroupilha à Av. José Bonifácio. Trata-se de pequeno cepo de granito com uma placa com as inscrições: «o rio gran- de do sul / a / josé bonifácio de andrada e silva / patriarca da inde- pendência / no ano do sesquicentenario / semana da pátria de 1972». Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Apagamento da inscrição da placa informativa. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica; • Repintura das inscrições em baixo-relevo; • Aplicação de produto antipichação.
  • 74. 75Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 PLACA NOVA ILUMINAÇÃO DO PARQUE PLACA CENTENÁRIO DA REDENÇÃO DOS CATIVOS Ano de instalação: 1969 Placa instalada para registrar a inauguração do novo sistema de iluminação do parque, em janeiro de 1969. Com a perda da original, foi realizada nova placa, em granito. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda da placa. Intervenções 2016: • Limpeza química; • Reprodução da placa em granito com inscrições em baixo-relevo; • Aplicação de produto antipichação. Ano de instalação: 1984 Placa original inaugurada em 1984 para re- gistrar os cem anos do ato de libertação de escravos porto-alegrenses, como ação em prol da abolição da escravatura, numa campanha desenvolvida pelo Par- tenon Literário. O acontecimento marcou a denomi- nação do local até o presente, à época, uma várzea, pois é conhecido hoje também como Parque da “Re- denção”, referência tão ou mais utilizada que o próprio nome oficial Parque Farroupilha, criado em 1935. A frase principal da placa, agora em nova versão, pois a original constava vandalizada: «centenário da redenção dos cativos / 7.9.1884 a 7.9.1984». Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perda parcial da placa. Intervenções 2016: • Limpeza química; • Reprodução da placa em granito com inscrições em baixo-relevo; • Aplicação de produto antipichação.
  • 75. 76 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 MARCO DAS DENOMINAÇÕES DO PARQUE FARROUPILHA Ano de instalação: 1985 Estrutura de concreto com placas que trazem in- formações gravadas das denominações do parque ao longo do tempo, como sendo: “Várzea do Portão”, “Campo do Bom Fim”, “Campo da Redenção” e “Parque Farroupilha”, assim como a placa da inauguração do marco, em 19 Set. 1985. Estado de conservação antes da revitalização: • Sujidades generalizadas; • Perdas do revestimento; • Oxidação das ferragens estruturais; • Apagamento das inscrições das placas. Intervenções 2016: • Limpeza química e mecânica; • Repintura das inscrições em baixo-relevo; • Estabilização da oxidação e capeamento das ferragens; • Pintura da base na cor concreto e pintura das letras em tinta automotiva branca; • Aplicação de produto antipichação.
  • 76. 77Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 REVITALIZAÇÃO DOS MONUMENTOS DO PARQUE FARROUPILHA 2016
  • 77. 78 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Arte / Revitalização / Arte Gilberto Perin
  • 78. 79Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 79. 80 Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 81Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 80. Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016
  • 81. 83Resgate do Patrimônio Histórico - Parque Farroupilha 2016 Bruno Marantes San- chez, engenheiro civil pela Pontifícia Univer- sidade Católica do Rio Grande do Sul, 2015. Há sete anos, atua em diversas áreas como a construção de condomí- nios, obras de infraes- trutura e restaurações. Seus principais trabalhos foram a reurbanização da Praça Dom Sebastião, Porto Alegre; o trans- porte do conjunto de esculturas mais antigo de Porto Alegre, “Os afluen- tes do Guahyba”, bem como a restauração de um chafariz nos jardins da Hidráulica do Bairro Moinhos de Vento, DMAE; Também a restauração da Estação Experimental da Escola de Engenharia de Porto Alegre, de 1919, em Viamão-RS. Luiz Henrique Mayer, natural de Recife-PE, reside em Porto Alegre desde 1974. Trabalhou junto ao escultor Vasco Prado. Cursou Desenho Industrial na ULBRA e Artes Visuais no Insti- tuto de Artes da UFRGS (2011). No Atelier Livre de Porto Alegre, cursou pintura com Vera Wildner e Litogravura com Miriam Tolpolar. Desde 2001, tem se dedicado ao ensino de restauração com aplicação em moldes, em escultura, em instituições como o MARGS, Museu Hipólito José da Costa e Casa das Artes (Bento Gonçalves). Dedica-se a escultura desde 1998, com foco na obra figurati- va, em bronze e terraco- ta. Pesquisou a técnica da aplicação da resina com pó de bronze, a partir da necessidade da pre- servação de originais de artistas renomados. Em 1986, obteve o 1.° lugar no Salão Nacional dos Correios, na categoria pintura. Tem participado de diversas exposições, destacando a coletiva na Galeria Gravura, 1998, e a Exposição da Feira Internacional Ecológica de Bento Gonçalves, em 2010. Em 2013, a 7.ª Ex- posição dos Desenhistas de SC e RS, Prêmio Leo- nardo Da Vinci. É inscrito no Cadastro de Artistas Plásticos da Prefeitura de Porto Alegre. Verônica Di Benedetti, arquiteta urbanista pela Universidade de Mogi das Cruzes- SP, 1995, restauradora de mate- riais pétreos, cerâmicos e cerâmica arqueológica pelo Istituto per l’art e il Palazzo Spiinelli, 2001 e mestre em Geociências pela Universidade Fede- ral do RS (UFRGS), 2006. Atua na área da preserva- ção do patrimônio arqui- tetônico e escultórico há 20 anos. Ressalta como seus principais trabalhos no campo arquitetônico o diagnóstico das rochas das Ruínas de São Miguel das Missões, patrimônio mundial tombado pela UNESCO - São Miguel das Missões-RS, projeto de restauração do Antigo Fórum de Ponta Grossa e construção de anexo (laboratórios e reserva técnica) com requalifica- ção de uso para o Museu histórico - Ponta Grossa - PR, Projeto de restaura- ção do casarão da Praça Abott com requalifica- ção de uso para centro cultural - São Gabriel-RS e Restauração das facha- das da Antiga Alfândega - Florianópolis- SC. No campo do restauro es- cultórico destaca acervo de Francisco Stockinger, Vasco Prado, Gilberto Pegoraro e Filadelfo Simi com projeto e execução de restauração da obra “Monumento à Giuseppe e Anita Garibaldi”. Gilberto Perin (Guaporé -RS, 1953) é formado em Comunicação Social, pela Faculdade de Comuni- cação Social da PUC-RS, 1976. Com carreira volta- da ao trabalho audiovi- sual, dirigiu documentá- rios e produtos de ficção para o cinema e a televi- são. Como fotógrafo, tem participado de exposições individuais e coletivas, no Brasil e exterior, e suas obras encontram-se em coleções públicas e privadas, entre elas, o MARGS e o MAC-RS. Em 2011, publicou o livro au- toral fotográfico “Camisa Brasileira”, com textos de Aldyr Garcia Schlee e João Gilberto Noll. Em 2015, publicou o livro “Fo- tografias para Imaginar”, para o qual 16 artistas visuais e 16 escritores reinterpretaram suas fotografias, cujas obras resultantes do projeto foram apresentadas na Pinacoteca Aldo Locatelli, sede da Prefeitura Muni- cipal de Porto Alegre. José Francisco Alves, (Sananduva-RS, 1964) é Doutor e Mestre em His- tória, Teoria e Crítica de Arte (UFRGS), Especialis- ta em Gestão do Patri- mônio Cultural (ULBRA) e Bacharel em Escultura (UFRGS). Entre os livros publicados, “A Escultura Pública de Porto Alegre” (2004) e “Fontes d’Art au Rio Grande do Sul” (2009). Tem escrito livros, artigos e capítulos de livros no Brasil, Estados Unidos, França, Espanha, Portugal, Argentina, Chile e Uruguai. Tem ministra- do palestras e cursos de curta duração, em espe- cial sobre arte pública e patrimônio artístico, em universidades e colóquios internacionais, na Améri- ca do Sul (Brasil, Argen- tina, Chile e Uruguai) e Europa (França, Espanha e Portugal). Professor de Escultura do Atelier Livre Xico Stockinger, em 2016 passou a representar a Associação dos Esculto- res do RS na Comissão Técnica Permanente de Gerenciamento e Avalia- ção das Obras de Arte, Monumentos e Marcos Comemorativos em espa- ços públicos, da Prefeitu- ra de Porto Alegre. Site: <www.public.art.br>. TonicoAlvares
  • 82. 84 REVITALIZAÇÃO DOS MONUMENTOS DO PARQUE FARROUPILHA 2016 Realização Sinduscon-RS - Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul Associação Sul Riograndense da Construção Civil Prefeitura de Porto Alegre Organização Zalmir Chwartzmann Coordenação Geral Paulo Ratinecas Gestão Cultural Vítor Ortiz Denise Viana Pereira Coordenação Técnica Arq. Verônica Di Benedetti Publicação - Organização José Francisco Alves Divulgação Luciane Zitto Valter Todt Eventos Sandra Fontanelli Administração Financeira Rose Fontanelli Técnica em Restauro Ana Beatriz Feistel Assistentes de Restauro Rodrigo Reginato Porto Paulo Roberto Manoel Oscar Barboza da Silva Engenheiro Civil Bruno Marantes Sanchez Escultor Luiz Henrique Mayer Fotografias Gilberto Perin Agradecimento Mário Cladera Apoio Ministério Público do Rio Grande do Sul Patrocínio Braskem Gerdau Melnick Even Nex Group Este projeto é financiado pelo PRÓ-CULTURA RS LIC, Lei n.º 13.490/10, através do ICMS que você paga Prefeitura de Porto Alegre Prefeito José Fortunati Secretário de Cultura Roque Jacoby Secretário do Meio Ambiente Léo Antônio Bulling Equipe Técnica SMC, SMAM, DMLU Luiz Antônio Bolcato Custódio – Coordenador Baiard Brocker Edison Schimitt Caldas Elvandro Pereira Lopes Celso Copstein Waldemar Flávia Boni Licht Heitor Menezes Manuela Costa Regina de Carvalho Patrocinio Sergio Luiz Valente Tomasini Silvana Del Fabro de Severo Telmo Uguatemi Gonçalves Correa Valéria Damasceno Ferreira