2. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
Analisar iconografias acerca do processo
neocolonial africano; ler e interpretar mapas e
gráficos relativos à colonização e à descolonização
africanas; explicar a formação de organismo
multilaterais africanos; ler e interpretar mapas
temáticos sobre a distribuição da riqueza
mundial e número de pessoas refugiadas para
estabelecer relações a respeito de fluxo
migratório África – Europa.
3. CONTEÚDOS
O imperialismo europeu e a partilha da África; as
fronteiras artificiais e o processo de
independência; as relações da África com a
Europa; o processo de independência dos países
do continente e a formação de organismos
multilaterais na África; migrações clandestinas
de imigrantes africanos em direção ao continente
europeu; número de pessoas refugiadas no
mundo; conflitos internos da atualidade.
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7. O IMPERIALISMO EUROPEU NA
ÁFRICA
O imperialismo europeu criou uma ideologia
racista, segundo a qual os brancos eram
superiores as demais raças, cabendo a eles a
“missão civilizadora” de resgatar os povos
colonizados de sua condição barbárie.
Durante séculos, a África representou para os
europeus apenas uma inesgotável fonte de
escravos e, em menor escala, de ouro e de mar
fim. Os traficantes e comerciantes baseados em
entrepostos (armazém especial, particular ou
público, onde se depositam mercadorias que
esperam venda, exportação, reexportação,
etc.) litorâneos, praticamente sintetizavam a
presença européia no continente.
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9. Entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, 13
nações européias, além dos Estados Unidos e da
Turquia, promoveram a Conferência de Berlim,
que tinha como objetivos principais:
a) discutir normas para tráfego e utilização
comercial livres dos Rios Níger e Congo e;
b) regulamentar a apropriação do continente
africano.
10. Com vistas a delimitar a partilha do continente
foram usados paralelos e meridianos e o traçado
dos rios como marcos divisórios fronteiriços. Além
da utilização de recursos cartográficos na
demarcação de fronteiras artificiais, os europeus
estabeleceram divisões internas em suas
colônias, tanto para garantir controle militar
quanto para estabelecer domínio em áreas de
mineração. A artificializarão de fronteiras
provocou a separação entre grupos étnicos que
viviam pacificamente em um mesmo território,
enquanto grupos étnicos adversários foram
obrigados a conviver na mesma terra. Dessa
forma, os colonizadores dificultaram a formação
de alianças que pudessem lhes fazer oposição.
11. A definição impositiva das fronteiras foi acom
panhada da obrigatoriedade do uso da língua e
dos costumes do colonizador (educação, religião e
modelo de administração), em detrimento da
cultura e da tradição dos diversos grupos étnicos
africanos, que foram negligenciadas.
12. Como fruto da expansão colonial, a África passou a
fornecer matériasprimas minerais e produtos
agrícolas tropicais, como chá, café, algodão, entre
outros, cultivados em plantations, grandes
propriedades monocultoras com a produção voltada
para a exportação. Dessa forma, os investimentos fei
tos no continente foram exclusivamente para
melhorar as condições de escoamento das riquezas
retiradas da África. Um bom exemplo disso são as
ferrovias implantadas no período colonial, ligando
áreas produtoras interioranas ao litoral, de onde as
produções mineral e agrícola seguiam para a
Europa. Aespoliação (privação de algo por fraude ou
violência) do continente evoluía rapidamente.
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14. A DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA
Inglaterra e França eram as principais potências
imperialistas. O processo de descolonização se deu depois
da Segunda Guerra Mundial (19391945), quando as
grandes potências européias saíram arrasadas
economicamente do conflito, sem condições de manter seus
vastos impérios coloniais, Ao mesmo tempo, a opinião
pública cobrava uma postura coerente da Inglaterra e da
França, que tinham combatido o totalitarismo nazista
alemão e o fascismo italiano em nome da democracia e da
autodeterminação dos povos, e não davam esse direito aos
povos de suas colônias. O afrouxamento das rédeas
metropolitanas fez com que muitos povos africanos
negociassem sua independência ou pegassem em armas
para conseguila. A dominação européia na África muitas
vezes contou com a resistência dos povos locais, que se
insurgiam (revoltavam) contra os dirigentes europeus.
Algumas independências se deram com sangrentas
guerras, como a da Argélia. Os novos países mantiveram
sua condição de exportadores de produtos primários e,
embora independentes, continuaram muito dependentes
de suas antigas metrópoles.
15. Com o processo de independência africana na
segunda metade do século XX, o panafricanismo
(idéia de união de toda a África) se fortaleceu, tendo
como um de seus líderes Kwame N'Krumah,
presidente de Gana (antiga colônia britânica da
Costa do Ouro) na década de 1960. Para ele, o
fortalecimento econômico das nações africanas e a
aproximação entre elas seria o caminho para a plena
independência, uma vez que os colonizadores
europeus, mesmo tendo concedido a independência,
não abririam mão de indiretamente manter sua
influência econômica, dilapidando as riquezas do
continente.
16. Em 1964, as nações africanas independentes, em
reunião no Cairo, criaram a Organização da
Unidade Africana (OUA). Buscavam, dessa
forma, ampliar a cooperação entre os Estados e
garantir a segurança entre seus paísesmembros.
Porém, ao manter os limites territoriais impostos
pelas nações européias, a OUA consolidou a
fragmentação da África. Além disso, boa parte
das elites locais ainda representava maiorias
étnicas remanescentes da antiga configuração, o
que pode também servir para explicar a
instabilidade das fronteiras e as sucessivas
guerras étnicas que caracterizaram as nações
africanas e caracterizam até a atualidade ,
principalmente na região subsaariana.
17. Em 2002, os novos líderes africanos reuniramse
em Durban, na África do Sul, e puseram fim à
OUA, criando a União Africana (UA). Essa nova
organização veio ampliar o leque de objetivos
para a integração do continente. Em sua carta
de abertura, propunha a criação de um Conselho
de Paz e Segurança representado por alguns
países africanos com poderes para intervir em
guerras locais e evitar atos de extermínio em
massa, como os que continuam a ocorrer em
diversos conflitos africanos. Além disso, a UA
tinha também como objetivo a promoção do
desenvolvimento econômico e social das nações
africanas, por intermédio do combate à fome e da
erradicação da pobreza.
18. Os fluxos migratórios africanos
A emigração de africanos para a Europa é grande
parte ilegal. Sem perspectivas em suas terras
natais, os africanos migram para a Europa em
busca de melhores condições de vida.