Adubação racional econômica do cafeeiro josé braz matiello – fundação procafé
Proteção contra geadas na cafeicultura
1. Geada e a cafeicultura:
prevenção e recuperação
.:: Varginha – MG - 13/08/2014 ::..:: Varginha – MG - 13/08/2014 ::.
Heverly Morais
Agrometeorologia
IAPAR – Londrina, PR
2. Sumário
Parte I – Geada: conceituação, condições para ocorrência,
tipos, caracterização, Alerta Geada
Parte II – Métodos de proteção: ao nível de macroclima,
topoclima e microclima; espécies/cultivares
Parte III – Recuperação: podas
3. Parte I – Geada: conceituação, condições para ocorrência,
tipos, caracterização, Alerta Geada
4. Geada
Definição física - Congelamento do orvalho ou
sublimação do vapor d’agua sobre uma superfície,
provocado pela queda da temperatura abaixo de 0ºC.
Definição agronômica – Queda de temperatura que
provoca danos aos vegetais.
5. Geada: aspecto anato-fisiológico no tecido vegetal
Formação de cristais de gelo entre as células – queda do
potencial hídrico – desidratação e rompimento das paredes
celulares - morte das células
Sensibilidade do cafeeiro arábica à geada : -3ºC folha
-2ºC base do tronco
Dano no cafeeiro depende: intensidade da geada, tempo de
exposição ao frio, idade da planta, nutrição da planta, porte do
cafeeiro, espécie.
7. T E M P E R A T U R A ( C )
ALTURA(cm)
3 0 0
2 5 0
2 0 0
1 5 0
1 0 0
5 0
0
10 2 3 4 5
Gis/2000
Céu sem nebulosidade
G is/ 2 0 0 0
R a d ia ç ã o A b s o r v id a
e R e f le t id a p e la
A t m o s f e r a
R a d ia ç ã o T e r r e s t r e
d e O n d a s L o n g a s
R a d ia ç ã o S o la r d e
O n d a s C u r t a s q u e
c h e g a à S u p e r f í c ie
T e r r e s t r e
Condições para ocorrer a geada
Inversão térmica
Estação meteorológica 1 e 0
Folha do cafeeiro -3 e -4
Temperatura de relva -5 e -6
Temperatura (ºC)
8. Tipos de geada
Geada de radiação ou geada branca
Formação de orvalho e congelamento sobre a planta ou
sublimação do vapor d’agua próximo da folha.
Geada de vento ou geada negra
Queima dos tecidos e aspecto enegrecido de um lado
da planta. Não há deposição de gelo.
Geada de canela
Ar frio mais denso tende-se a se acumular junto ao solo
e temperaturas abaixo de –2ºC provocam lesões no
tronco do cafeeiro. Danos aparecem depois de 2 a 3
meses. Pode ocorrer rebrota abaixo da área lesionada.
9. Frequência e intensidade das geadas
Geada severíssima
Ocorre a cada uma 30 anos. Morte
da parte aérea. Exige recepa. Ex:
1975
Geada severa
Ocorre a cada uma a cada 6 anos. Danos parciais ou
totais nos cafeeiros. Ex:1981, 1994, 2000 e 2013.
Geada moderadas
Ocorre a cada uma a cada 3 anos. Danos nas áreas
mais baixas.
Período do ano de maior ocorrência de geadas
15 de junho a 20 de julho
10. Geadas e Eventos ENOS
Data das geadas ocorridas em Cambará, PR, que causaram impacto na cafeicultura
paranaense (A), temperatura mínima no abrigo meteorológico (B), intensidade da geada
(C), fenômeno ENOS atuante no dia da geada e sua duração nos meses antecedentes (D).
Data de ocorrência da
geada
(A)
Temperatura
mínima
(B)
Intensidade da
geada
(C)
Fenômeno ENOS atuante no
dia da geada e sua duração
nos meses antecedentes
(D)
07/07/1962 -1,8 Moderada Neutro - 39 meses
07/08/1963 -3,5 Severa El Niño - 2 meses
06/08/1966 0,6 Fraca Neutro - 4 meses
09/06/1967 -2,6 Severa Neutro - 14 meses
10/07/1969 0,0 Fraca El Niño - 12 meses
09/07/1972 -1,6 Moderada El Niño - 4 meses
18/07/1975 -3,7 Severa La Niña - 26 meses
15/08/1978 1,8 Fraca Neutro - 5 meses
31/05/1979 -1,0 Moderada Neutro - 14 meses
21/07/1981 -2,2 Severa Neutro - 40 meses
05/06/1988 -0,1 Moderada La Niña - 4 meses
26/06/1994 -1,4 Moderada Neutro - 24 meses
09/07/1994 -1,0 Moderada Neutro - 25 meses
13/07/2000 -0,6 Moderada La Niña - 25 meses
17/07/2000 -1,8 Moderada La Niña - 25 meses
24/07/2013 0,6 Fraca Neutro – 15 meses
12. Até a geada severa de 1994, os cafeicultores do
Paraná não tinham acesso às previsões de geada
confiáveis e métodos de proteção de suas lavouras.
“ALERTA GEADA”
13. No ano de 1995, com a implantação do
Instituto Tecnológico SIMEPAR, tornou-se
possível monitorar as geadas no Paraná.
“ALERTA GEADA”
14. Assim, a partir de 1995 foi implantado o programa
“Alerta Geada” para a cafeicultura paranaense.
“ALERTA GEADA”
16. Baseia-se em três pontos
fundamentais:
1.Previsão de ocorrência de geadas
“ALERTA GEADA”
2.Rápida difusão das previsões
3.Métodos de proteção
17. 1. Previsão de ocorrência de geadas
As previsões são feitas pelo SIMEPAR e IAPAR, com a
colaboração do CPTEC/INPE, baseadas em modelos
matemáticos rodados em supercomputadores, imagens de
satélite, radares e dados de superfície.
18. O conteúdo desses boletins são decididos em conjunto por
meteorologistas do SIMEPAR, pesquisadores do IAPAR e
extensionistas da EMATER.
1. Previsão de ocorrência de geadas
19. • Ocorrência ou não de geadas na região cafeeira;
• Tipo e intensidade da geada;
• Necessidade e forma de proteção dos cafeeiros
jovens e viveiros.
Diariamente até as 11:00h da
manhã, são emitidos boletins
pelo “Alerta Geadas” através do
site e telefone, informando para
a madrugada seguinte:
2. Rápida difusão das previsões
20. No caso de ocorrência de geada o Alerta é
“disparado”. Neste caso são enviados emails e SMS
aos cadastrados informando sobre o evento.
2. Rápida difusão das previsões
23. Impactos no Paraná em 2000
3 mil hectares recém-plantados - R$ 6 milhões
6 mil hectares com 6 meses a 2 anos - R$ 13 milhões
8 milhões de mudas em viveiros - R$ 2 milhões
Total: R$ 21 milhões
24. Parte II – Métodos de proteção: ao nível de
macroclima, topoclima e microclima;
espécies/cultivares
26. Escolher preferencialmente a face do terreno
voltada para o norte.
Ao nível de topoclima
NÃO PLANTAR
Terrenos com declividade superior a 5%.
Plantar somente da meia encosta para o alto do
espigão. Nunca plantar em baixadas.
27. Ao nível de microclima
1. Consorciação de café com guandu/tremoço
2. Coberturas direta do cafeeiro
3. Cobertura parcial do cafeeiro
4. Manejo da lavoura
5. Proteção de mudas em viveiros
6. Arborização de cafeeiros
29. Podar o guandu em setembro, mantendo
manejado até o início do próximo inverno,
depois deixar crescer novamente.
Consorciação de café com guandu
Semear em outubro/novembro uma linha de
guandu comum (gigante) nas entrelinhas de
cafeeiros.
Em maio o guandu cobre totalmente os
cafeeiros.
Temperatura entre 2ºC e 4ºC mais elevada
durante a noite na área com proteção do
guandu.
31. Outras vantagens do guandu
Melhora o pegamento das mudas;
Aumenta o teor de matéria orgânica do solo;
Produção de grãos para a alimentação humana;
Uso eficiente como quebra-vento;
Redução na infestação de ervas daninhas;
Proteção contra altas temperaturas;
Diminuição na incidência de bicho mineiro.
32. Temperatura da folha de mudas de cafeeiros
consorciados com tremoço e a pleno sol.
Londrina, 15 de agosto de 2013.
Consorciação de café com tremoço
33. Enterrio total das mudas de até 6 meses de idade
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Dia
oC
Enterrio Total
Sem proteção
Julho/2000
Métodos eficientes
Coberturas direta do cafeeiro
41. -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
Sem proteção
Saquinho plástico
Saquinho de papel
Plástico bolha
Tubo PVC
Bambu inteiro
Bambu cortado ao meio
Enterrio parcial
Enterrio total
Palha de arroz
Palha de feijão
o
C
Métodos eficientes:
palhadas e enterrio total
Métodos de baixa eficiência
bambu inteiro e PVC
Métodos de eficiência
intermediária:
enterrio parcial e bambu
cortado ao meio
Métodos ineficientes:
sacos plásticos e de
papel
Temperatura mínima diária na folha do cafeeiro
nos dias de geada. Julho/2000, Londrina, PR.
42. Chegamento de terra junto aos troncos dos cafeeiros:
No início de maio, fazer amontoa de terra junto ao tronco
de cafeeiros jovens (6 meses a 2 anos);
Retirar a terra em meados de setembro.
Cobertura parcial do cafeeiro
43. Terra junto ao tronco Caule protegido após a geada
Protege 100% contra geada de canela
Cobertura parcial do cafeeiro
44. Manejo da lavoura
Manter a lavoura livre de plantas invasoras ou
cobertura morta durante o inverno, para que
durante o dia o solo possa armazenar calor;
Eliminar a vegetação de porte alto, abaixo do
cafezal para facilitar o escoamento do ar frio;
5 o
C
3 o
C
-1 o
C
-1 o
C
Cafeeiros bem adubados são mais tolerantes à
geada;
Lavoura com boa sanidade, livre principalmente
da ferrugem é menos suscetível a geada;
45. Manejo da lavoura
Cultivares
Cultivares precoces em regiões mais frias para
evitar geadas em frutos verdes;
Cultivares de porte alto e compactas
(fechadas, entrenós mais curtos) são menos
sensíveis a geada;
Escalonamento de colheita dentro da
propriedade com cultivares de vários ciclos.
47. -1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Sombrite + plástico preto
e branco
Sombrite + plástico preto Sombrite Relento
0
C
Tubete
Saquinho
As coberturas plásticas, inclusive o sombrite, evitaram a
queda acentuada da temperatura mínima sendo que
quanto mais espessa a cobertura, mais efetiva a
proteção;
Proteção das mudas em viveiros
(coberturas)
48. -2
0
2
4
6
8
10
06:30 06:50 07:10 07:30 07:50 08:10 08:30
Hora
ºC
Tubete
Saquinho plástico
Proteção das mudas em viveiros
(recipientes)
Temperaturas das folhas das mudas cultivadas em
tubetes foram sempre mais baixas quando comparada
com saquinhos.
49. Aquecimento do viveiro
Utilizar vários aquecedores pequenos
distribuídos em vários pontos
distanciados 2 metros entre si;
Pode-se utilizar pó de serra com óleo
diesel na proporção 3:1;
Quando a temperatura a 0,5m de altura
no interior do viveiro chegar a 2ºC,
deve-se acender a mistura e ser
mantida até o nascer do sol.
50. Irrigação do viveiro
Adição de calor pela maior temperatura
da água (impede a queda abaixo de
0ºC) ;
Gotículas pequenas de água
(nebulização);
Irrigar ininterruptamente quando a
temperatura atingir 2ºC até o nascer
do sol;
51. Grevillea robusta
Distribuir a cada 10 a 14 m árvores de grevílea no
interior do cafezal (cerca de 70 plantas/ha);
Proteção contra geadas a partir do terceiro ano.
Arborização de cafeeiros
Experiências do IAPAR
52. Densidade de grevíleas e a produção de café
(6 colheitas, sem geadas)
900
950
1000
1050
1100
1150
1200
1250
0 50 100 150
grevilhas / ha
kg/ha
Fontes: Baggio et al., Agroforestry Systems 37:111-120, 1997
Baggio, A.J. et al., 1997 (IAPAR, Boletim Técnico, 56)
53. Temperatura das folhas do café
com bracatinga – 14/07/1988
-2
0
2
4
6
8
10
0
50
140
230
320
410
500
550
640
730
820
Hora local
o
C
250 pl/ha
85 pl/ha
Pleno sol
Bracatinga
54. Produção de café com bracatinga
(com geadas)
Densidade
(pl/ha)
Kg café/ha
(1988-94)
250 7229
83 6641
50 6584
Pleno sol 4340
50
60
70
80
90
100
%
250 83 50 Pleno sol
Plantas / ha
56. Produção de café beneficiado de 2003 a 2005 (sem geadas)
9
119
4
59
48
100
77
4
26
35
65
15
27
1
7
13
26
0
20
40
60
80
100
120
140
2002 2003 2004 2005 Média %
sacasporha
T1 (pleno sol)
T3 (139 arv./ha)
T2 (555 arv./ha)
Café com bracatinga
57. Vantagens da Bracatinga
Crescimento muito rápido (4m de altura
em 1 ano)
Proteção contra geada
Alto poder calorífico – produção de carvão
e lenha
Espécie melífera
Fixação de Nitrogênio
58. Desvantagens da Bracatinga
Quebra-se com facilidade
Baixa longevidade (4 a 7 anos)
Baixa qualidade da madeira
Populações muito alta (acima de 100 pl/ha
diminui a produção)
71. Arborização de cafezais
1. Produção de Cafés especiais e sistemas
orgânicos têm grande potencial de utilização
da arborização
1. A arborização é eficiente para a proteção de
cafezais contra geadas
1. A arborização dos cafezais é uma técnica
viável para produção econômica
1. A definição da melhor combinação de
espécies e intensidade de sombra depende de
cada caso
1. Deve-se considerar a produtividade do
sistema, qualidade e a rentabilidade, ao invés
de computar somente a produção de café
74. Poda para recuperação do cafeeiro
após a geada
• Depende da intensidade da geada;
• Dano no cafeeiro;
• Geada 2013 no Paraná: 15% decotadas e
21% recepadas.
76. **Dano da geada tem correlação inversa com a altura da
poda, devido a proteção do tronco pela copa dos cafeeiros.
Poda de recuperação
(Androcioli Filho & Caramori, 1999)
Cortar o mínimo possível (somente os ramos danificados)
77. 1) Decote: - Quando há queima parcial do cafeeiro
(capote)
- Conduzir os brotos do ponteiro e quebrar os
ramos secos
Exemplos
4) Plantas novas atingidas pela geada de canela,
quando as brotações estiveram em torno de 10
cm desbrotar e conduzir 1 broto por planta e em
seguida eliminar a haste superior.
2) Esqueletamento quando grande extensão dos
ramos plagiotrópicos foram queimados;
3) Recepa quando toda a parte aérea foi afetada;
78. Os melhores resultados são obtidos quando
a poda é realizada 60 a 120 dias após as
geadas. Deve-se esperar as primeiras
chuvas (setembro/outubro), quando as
plantas iniciam a brotação e dão indicação
mais real do dano e do ponto a ser cortado.
Também porque mantêm as reservas
necessárias a recuperação das brotações.
Quando podar?
79. Referências bibliográficas
• ANDROCIOLI FILHO, A.; CARAMORI, P. H. Influence of coffee pruning on the severity of frost damage.
Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba PR, v. 43, n.1, p. 41-44, 2000.
• BAGGIO, A.J.; CARAMORI, P.H.; ANDROCIOLI FILHO, A.; MONTOYA, L. Productivity Of Southern
Brazilian Coffee Plantations Shaded By Different Stockings Of Grevillea Robusta. Agroforestry Systems,
NETHERLANDS, v. 37, n.1, p. 111-120, 1997.
• CARAMORI, P. H., MANETTI FILHO, J., LEAL, A. C., MORAIS, H. Geadas: técnicas para proteção dos
cafezais. Circular Técnica. Londrina: IAPAR, 2000.
• CARAMORI, P. H., MORAIS, H., LEAL, A. C., KATHOUNIAN, C. A., ANDROCIOLI FILHO, A., HUGO, R. G.
Arborização de cafezais e aspectos climatológicos In: Arborização de Cafezais no Brasil ed. Vitória da
Conquista: Edições UESB, 2004, p. 21-42.
• CARAMORI, P. H.; ANDROCIOLI FILHO, A.; MORAIS, H. Sistema de alerta para geadas na cafeicultura
do Paraná. Informe Agropecuário (Belo Horizonte), v.28, p.66 - 71, 2007.
• CARAMORI, P.H.; HUGO, R.G. Efeito de guandu no microclima em cafeeiro em formação sob condições
de alta temperatura e deficiência hídrica. Agroecologia Hoje, Botucatu SP, v. 1, n.23, p. 14-16, 2004.
• CARAMORI, P. H.; LEAL, A. C.; MORAIS, H. Temporary shading of young coffee plantations with
pigeonpea (Cajanus cajan) for frost protection in southern Brazil. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, v.7, p.195 - 200, 1999.
• CARAMORI, P. H.; ANDROCIOLI FILHO, A.; BAGGIO, A.J. Arborização do Cafezal Com Grevilea
Robusta No Norte do Estado do Parana. Arquivos de Biologia e Tecnologia, v. 38, n.4, p. 1031-1037,
1995.
• CARAMORI, P. H.; ANDROCIOLI FILHO, A.; LEAL, A. C. Coffee Shade With Mimosa Scabrella Benth For
Frost Protection In Southern Brazil. Agroforestry Systems, Netherlands, v. 33, p. 205-214, 1996.
• CARAMORI, P.H.; MORAIS, H.; LEAL, A. C.; ANDROCIOLI FILHO, A., GORRETA, R.; CRUZ, R. F. R.
Utilização de espécies intercalares no cafezal para proteção contra geadas: resultados e perspectivas.
Agroecologia Hoje, v.23, p.11 - 13, 2004.
• CARAMORI, P.H.; CAVIGLIONE, J.H.; WREGE, M.S.; GONÇALVES, S.L.; ANDROCIOLI FILHO, A.; SERA,
T.; CHAVES, J.C.D.; KOGUISHI, M.S. Zoneamento de riscos climáticos para a cultura do café (Coffea
arabica L.) no Paraná. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v. 9, n.3, p. 486-494, 2001.
80. • CARBONIERI, J.; MORAIS, H.; SERA, G.H.; ANDRE, J.; SERA, T. Consórcio café x tremoço (Lupinus albus
l.) como método para proteção de cafezais contra geadas In: VIII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do
Brasil, 2013, Salvador. Anais do VIII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, 2013.
• COSTA, A. B. F., CARAMORI, P. H., MORAIS, H., CARNEIRO FILHO, F. Geadas severas na cafeicultura
paranaense e sua relação com o fenômeno ENOS In: XVII Congresso Brasileiro de Meteorologia, 2012,
Gramado. XVII Congresso Brasileiro de Meteorologia, 2012.
• COSTA, A. B. F., MORAIS, H., CARAMORI, P. H., GRODZKI, L., PEREIRA, L. M. P. Ocorrência de geadas e
o Fenômeno ENOS no Estado do Paraná In: IV Simpósio Internacional de Climatologia, 2011, João
Pessoa. IV Simpósio Internacional de Climatologia, 2011.
• GRODSKI, L.; CARAMORI, P. H.; OLIVEIRA, D.; GOMES, J. Riscos de Ocorrência de Geadas No Estado do
Paraná. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v. 4, n.1, p. 93-99, 1996.
• LEAL, A.C.; SOARES, R.V.; CARAMORI, P. H.; BATISTA, A.C. ARBORIZAÇÃO DE CAFEEIROS COM
BRACATINGA (Mimosa scabrella Bentham). Revista Árvore, Curitiba, v. 35, n.1, p. 23-32, 2005.
• MORAIS, H., CARAMORI, P.H.; LEAL, A.C.; MOREIRA, I.A.; RIBEIRO, A.M.A.; CARNEIRO FILHO, F.
Avaliação de métodos de proteção contra geadas em cafezais recém implantados. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, v.10, p.259 - 264, 2002.
• MORAIS, H., MARUR, C.J.; CARAMORI, P.H.; RIBEIRO, A.M.A.; GOMES, J.C. Características fisiológicas e
de crescimento de Coffea arabica sombreado com guandu (Cajanus cajan) e cultivado a pleno sol.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, p.1131 - 1137, 2003.
• MORAIS, H.; CARAMORI, P. H.; RIBEIRO, A. M. A.; GOMES, J. C.; KOGUISHI, M. S. Microclimatic
characterization and productivity of coffee shaded with pigeonpea and unshaded in southern Brazil.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.41, 2006.
• MORAIS, H.; CARAMORI, P.H.; MARIOT, E. J.; CARNEIRO FILHO, F.; RIBEIRO, A.M.A. Avaliação de
recipientes e coberturas de mudas de cafeeiros para proteção contra baixas temperaturas. Acta
Scientiarum (UEM), v.26, p.401 - 407, 2004.
• PRELA, A.; MORAIS, H.; GUISELINE, C.; CARAMORI, P.H.; RIBEIRO, A.M.A. Alternativas de proteção de
cafeeiros recém implantados contra geada. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.13, p.256 - 261,
2005.
Referências bibliográficas
81. Equipe/IAPAR
Heverly Morais – Agrometeorologista
Paulo H. Caramori – Agrometeorologista
Tumoru Sera - Melhorista
Gustavo H. Sera – Melhorista
Armando Androcioli – Fitotecnista
Patrícia H. Santoro – Fitotecnista
Getulio T. Nagashima – Fisiologista
Carolina M. G. de Oliveira– Fisiologista
Ângela Ferreira da Costa - Meteorologista
Problema que tem ano a ano diminuido a area plantada de café no paraná, desde 1975 quando todo norte, centro e oeste do paraná era só café. Devido a geada e preços do café, metade da área de café plantada o ano passado foi erradicada para plantio de grãos. A geada é um problema de dificil solução, como toda intempérie climática, como todo evento extremo. Mas exitem algumas medidas que pode amenizar o problema, como nós vamos ver aqui hoje.
Nem sempre quando há gelo sob os vegetais ocorreu geada agronomica, pois as vezes a temperatura letal do vegetal pode não ter sido atingida.
Parte da radiacao solar é refletida e parte absorvida pela superficie e posterior reemissão no periodo noturno. O vapor daqua contido na atmosfera retem ou intercepta a radiação de onda longa consequntemente quando há alta umidade do ar o abaixamento da temperatura será bem menos pronunciado. Por isso em dias nublados não ocorre geadas.
Após o por do sol o solo e as plantas vão perder calor tornando-se mais frios que o ar circunvizinho, assim o fluxo de calor passa a ocorrer do ar mais quente para o solo mais frio, como o ar é um mau condutor de calor isso ocorre até 3 metros de altura, as temperaruras menores vão ocorrer mais proximas do solo. Também devido ao ar frio ser mais denso vai se aculumular mais proximo da superficie.
Geada de vento. Os polos terrestres são regiãos concentradoras de massas de ar com baixas temperaturas e altas pressão atimosferica. Com isso em função da circulação atmosferica pode provocar o deslocamento dessas massas de alta prossão e baixa temperaturas para centros de menor pressão mais aquecidos. Assim ao entrar em contato com os vegetais o ar frio queima e morte dos tecidos vegetais sem a deposição de gelo, pois a umidade relativa está extrememente baixa. Geralmente ocorre a queima só de um lado da planta e nesse lado nãoháprodução de café no ano seguinte. Danos geada de canela não aparecem imediatemante a morte da parte aerea ocorre lentamente devido a morte dos tecidos do floema em que não há mais circulação descendente da seiva elaborada.
A grevilea possui sistema radicular pivotante e profundo apresentando baixa competição como cafeeiros. Copa não densa que permite a passagem de luz também não apresenta muita competição por luz.
Populações de 50 a 70 arvores por hectare não reduziu a produção do café. E populações a partir de 70 plantas por hectare protege o cafeeiro contra a geada.
Podas leves ou de limpeza
É realizada em cafeeiros levemente atingidos pela geada, consistindo em se eliminar mecânica ou normalmente, os ramos secos existentes na planta. Nas plantas jovens com “canela de geada” a quebra manual da haste principal seca é também caracterizada como poda leve.
Decote
É uma poda alta que consiste na retirada do “ponteiro” da planta a uma altura variável, de 1,50 a 2,0 m do solo, dependendo até que altura o tronco e ramos dessa área da planta foram atingidos.
A operação pode ser realizada com foice, tesoura de poda, decotadeiras mecânicas.
Posteriormente, a lavoura deve ser conduzida com livre crescimento dos brotos ou com desbrotas para manter apenas de um a dois brotos por tronco de cafeeiro.
Sem qualquer desbrota a produção do primeiro ano após a poda é maior porém, com o tempo, há um “envassouramento” devido ao grande número de brotos existentes no local, diminuindo a produtividade da lavoura.
O sistema de desbrota com condução de certo número de brotos, inicialmente mais oneroso, mantém a planta com maior vigor e com uma estrutura produtiva por mais tempo.
Esqueletamento ou poda lateral
O esqueletamento consiste no corte dos ramos laterais do cafeeiro, deixando apenas parte do ramo, recomendando-se que seja de 30 a 40 cm do tronco principal. A estrutura central da planta fica intacta, ou seja, o tronco e os ramos secundários na distância de corte efetuada. Normalmente, o esqueletamento é acompanhado de um decote do ponteiro do cafeeiro a altura variável, dependendo do sistema de condução que a planta vai ser submetida.
Se houver emissão de ramos ladrões do tronco devido a exposição ao sol, estes deverão ser removidos através de desbrotas.
Para lavoura geada este tipo de poda é recomendada para casos de queima parcial, quando o tronco não foi atingido.
A planta se recupera rapidamente, havendo a perda de apenas uma safra.
Desponte
É também um corte vertical dos ramos secundários, somente que a uma distância maior do tronco principal, nunca inferior a 60 cm. Assemelha-se praticamente a uma “poda leve” e aplica-se a cafeeiros que receberam uma queima superficial.
Recepa
É uma poda drástica, efetuada a 40 cm do solo, com eliminação total da parte aérea do cafeeiro. É recomendada apenas para casos extremos de geada (queima severa), quando além dos ramos laterais, praticamente todo tronco é queimado. Com a recepa fica-se dois anos sem safra.
Posteriormente ao corte, desbrotas nunca inferiores a três deverão ser realizadas para que haja uma boa condução de ramos. Essas desbrotas deverão ser iniciadas quando os brotos tiverem em torno de 20 a 30 cm de comprimento.