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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
UNICAMP
INSTITUTO DE ARTES
Projeto de pesquisa
Metodologia de Estudo do Violão Sete Cordas a
Partir da Obra de Dino Sete Cordas
Remo Tarazona Pellegrini
RESUMO
A proposta desse projeto é a de sistematizar caminhos para o estudo do
violão de sete cordas – instrumento tipicamente utilizado no choro e no samba –
a partir da experiência de intérpretes reconhecidos - em especial, da de Dino
Sete Cordas.
2
INTRODUÇÃO
O chorinho, gênero musical nascido no fim do século XIX, nunca deixou de
ter seus adeptos músicos e espectadores. Desde a sua primeira fase de grande
popularidade - no início do século XX – vem vivendo outras fases de maior ou
menor prestígio e conseqüente maior ou menor apreciação do público.
Não se precisa ser um brasileiro fanático por choro para lembrar de temas
como o Brasileirinho; Noites Cariocas ou Carinhoso. Mesmo não tendo uma
vendagem suficiente para discos de ouro, o chorinho faz parte do imaginário do
brasileiro que, dessa forma, pode reconhecer algo elaborado produzido
exclusivamente (há raríssimas exceções fora do Brasil) em seu país e admirado
em todo o mundo.
Atualmente, no início do século XXI, impulsionado por uma revalorização
do samba, o chorinho volta à tona. Surgem, freqüentemente, novas rodas de
choro. Chorões experientes deixam seus primeiros empregos para viverem
somente da música e novos músicos, aprendendo a apreciar esse gênero, se
empenham em seguir as pegadas desses veteranos, seus velhos novos heróis.
Esse músico hoje, querendo se aventurar nessa “nova” linguagem terá de
buscar informações esparsas e criar seu próprio caminho, já que há muito pouca
pesquisa sobre o estudo do choro. Inclusive, esse problema não é uma
exclusividade do choro. Muitas vezes, para se aprofundar em seu estudo, o
músico brasileiro tem que recorrer a bibliografia estrangeira, dada a carência de
material didático e, freqüentemente, os livros estrangeiros não abordam
questões ligadas a outras práticas regionais que não as suas.
3
JUSTIFICATIVA
Arthur Nascimento, o Tute, “foi quem introduziu o violão sete cordas nos
conjuntos de choro e regionais dos quais fazia parte”1
. Com Dino Sete Cordas, “o
violão [sete] abandona a era do estilo ‘marcado’..., exemplarmente executado
por Tute”2
e “passa a dialogar com a melodia principal em contraponto”3
.
Dino é a base de todos os grandes violonistas de sete cordas da atualidade.
Raphael Rabello4
, Maurício Carrilho, Luiz Otávio Braga, Luis Filipe Lima, Paulão
Sete Cordas, Marcello Gonçalves, Luizinho Sete Cordas, João Macacão e muitos
outros têm Dino Sete Cordas como exemplo e aconselham aos iniciantes que
ouçam e estudem a sua obra. Para isso, o músico terá que transcrever suas
interpretações e tirar suas próprias conclusões.
Por outro lado, quem quiser estudar improvisação e tomar como base um
grande músico como Charlie Parker, pode ter acesso às transcrições5
de seus
improvisos e a análises desses em vários possíveis “recortes”6
, mostrando, por
exemplo, como ele criava certos padrões e como os utilizava ou então, a forma
como suas frases são mais ou menos “eloqüentes”, dependendo da situação na
música ou do estilo por ele interpretado.
É importante que comecemos também a criar esses “atalhos” para que
nossos músicos tenham mais agilidade no estudo de gêneros como o choro.
1
TABORDA, Marcia Dino Sete Cordas, a genial criatividade de um acompanhador – http://www.av-
rio.org.br/artigos/julho2002/dino7cordas.html
2
TABORDA, op. cit.
3
TABORDA, op. cit.
4
As Sete Cordas de Dino http://cliquemusic.uol.com.br/br/resgate/resgate.asp?Nu_Materia=1880
5
AEBERSOLD, Jamey Charlie Parker Omnibook, New Albany/Atlantic Music Co., 1978
6
GERARD, Charley Improvising Jazz Sax
4
OBJETIVO
Hoje em dia, o violonista que se interessa pelo estudo do violão de sete
cordas deve freqüentar algumas rodas de choro e pedir alguns conselhos aos
músicos que conhecer. Esses, por sua vez, o aconselharão a decorar harmonias de
alguns choros e pesquisar as inversões de seus acordes; ler e decorar arranjos
escritos para o sete cordas (como os de Luizinho Sete Cordas); “tirar” as linhas
de sete cordas – as “baixarias” – de grandes músicos ou até a procurar algum dos
(raros) professores para o instrumento.
Felizmente, já existe também uma edição1
que ensina alguns
fundamentos como desenhos de acordes e exercícios para se tocar juntamente
com os CDs que o acompanham.
Não é o objetivo deste trabalho rejeitar o caminho que hoje normalmente
percorre esse músico – não se deve, absolutamente, trocar a música e o músico
“ao vivo e em cores” por qualquer edição, por melhor que ela seja - mas
organizar os conselhos dos mestres - se possível, do próprio Dino Sete Cordas – e
oferecer subsídios para facilitar o seu trabalho.
1
BERTAGLIA, Marco O Violão de 7 Cordas São Paulo (1ª ed., 1999)
5
METODOLOGIAS
Dois métodos deverão ser utilizados em conjunto:
• Transcrições e Análises
• Entrevistas
As Transcrições de interpretações de Dino Sete Cordas – a serem
escolhidas com base nas entrevistas com os violonistas – deverão se apresentar
na íntegra e serão analisadas de forma a encontrarmos e listarmos padrões de
comportamento melódico do violão de sete cordas.
As Entrevistas serão feitas com músicos renomados, dentre eles, Dino
Sete Cordas, onde poderão expor seus próprios caminhos no estudo do
instrumento.
Em um segundo momento, será apresentada a eles uma música não
conhecida para que acompanhemos o processo da criação de uma linha para o
sete cordas in loco.
Em seguida, da organização desse material, serão propostas práticas de
estudo e estratégias para se chegar a uma boa performance do violão de sete
cordas.
6
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Mário de Dicionário Musical Brasileiro Belo Horizonte, Itatiaia, 1989
BECKER, José Paulo Thaumaturgo O acompanhamento do violão de 6 cordas no choro a
patir de sua visão no conjunto "epoca de ouro" Rio de Janeiro, UFRJ, 1996
BERTAGLIA, Marco O Violão de 7 Cordas São Paulo (1ª ed., 1999)
CAZES, Henrique Choro: Do Quintal ao Municipal, São Paulo, Editora 34, 1998
COKER, Jerry How To Practice Jazz New Albany, IN, Jamey Aebersold, 1990
DUDEQUE, Norton. A história do Violão. Editora da UFPR, 1994
GUEST, Ian Arranjo Método Prático. Vol. I, II e III. Rio de Janeiro, Lumiar Editora, 1996
LEVINE, Mark The Jazz Theory Book, Petaluma, CA, Sher Music Co., 1995
BECKER, José Paulo Thaumaturgo O acompanhamento do violão de 6 cordas no choro a
patir de sua visão no conjunto "Época de Ouro" Tese de Mestrado, Rio de Janeiro, UFRJ,
1996
OLIVEIRA JÚNIOR, Diógenes de. Violão Brasileiro, 80 Anos. 1981
PERSICHETTI, Vincent Armonia del Siglo XX, Buenos Aires, Ricordi, sd.
SÈVE, Mário Vocabulário do Choro Rio de Janeiro, Lumiar Editora, 1999
SLOMINSKY, Nichola The Theasaurus of Scalesand Melodic Patterns New York, Charles
Scribner’s Sons, 1947
TABORDA, Marcia Dino Sete Cordas, Criatividade e Revolução nos Acompanhamentos,
da M.P.B Tese de Mestrado, Rio de Janeiro, UFRJ, 1995
TRAGTEMBREG, Lívio Contraponto São Paulo, EDUSP, 1994
VASCONCELOS, Ary Raízes da Música Popular Brasileira
ZAMPRONHA, E. S. Notação, Representação e Composição – Um Novo Paradigma da
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Estudo do Violão de Sete Cordas a Partir da Obra de Dino Sete Cordas

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS UNICAMP INSTITUTO DE ARTES Projeto de pesquisa Metodologia de Estudo do Violão Sete Cordas a Partir da Obra de Dino Sete Cordas Remo Tarazona Pellegrini
  • 2. RESUMO A proposta desse projeto é a de sistematizar caminhos para o estudo do violão de sete cordas – instrumento tipicamente utilizado no choro e no samba – a partir da experiência de intérpretes reconhecidos - em especial, da de Dino Sete Cordas. 2
  • 3. INTRODUÇÃO O chorinho, gênero musical nascido no fim do século XIX, nunca deixou de ter seus adeptos músicos e espectadores. Desde a sua primeira fase de grande popularidade - no início do século XX – vem vivendo outras fases de maior ou menor prestígio e conseqüente maior ou menor apreciação do público. Não se precisa ser um brasileiro fanático por choro para lembrar de temas como o Brasileirinho; Noites Cariocas ou Carinhoso. Mesmo não tendo uma vendagem suficiente para discos de ouro, o chorinho faz parte do imaginário do brasileiro que, dessa forma, pode reconhecer algo elaborado produzido exclusivamente (há raríssimas exceções fora do Brasil) em seu país e admirado em todo o mundo. Atualmente, no início do século XXI, impulsionado por uma revalorização do samba, o chorinho volta à tona. Surgem, freqüentemente, novas rodas de choro. Chorões experientes deixam seus primeiros empregos para viverem somente da música e novos músicos, aprendendo a apreciar esse gênero, se empenham em seguir as pegadas desses veteranos, seus velhos novos heróis. Esse músico hoje, querendo se aventurar nessa “nova” linguagem terá de buscar informações esparsas e criar seu próprio caminho, já que há muito pouca pesquisa sobre o estudo do choro. Inclusive, esse problema não é uma exclusividade do choro. Muitas vezes, para se aprofundar em seu estudo, o músico brasileiro tem que recorrer a bibliografia estrangeira, dada a carência de material didático e, freqüentemente, os livros estrangeiros não abordam questões ligadas a outras práticas regionais que não as suas. 3
  • 4. JUSTIFICATIVA Arthur Nascimento, o Tute, “foi quem introduziu o violão sete cordas nos conjuntos de choro e regionais dos quais fazia parte”1 . Com Dino Sete Cordas, “o violão [sete] abandona a era do estilo ‘marcado’..., exemplarmente executado por Tute”2 e “passa a dialogar com a melodia principal em contraponto”3 . Dino é a base de todos os grandes violonistas de sete cordas da atualidade. Raphael Rabello4 , Maurício Carrilho, Luiz Otávio Braga, Luis Filipe Lima, Paulão Sete Cordas, Marcello Gonçalves, Luizinho Sete Cordas, João Macacão e muitos outros têm Dino Sete Cordas como exemplo e aconselham aos iniciantes que ouçam e estudem a sua obra. Para isso, o músico terá que transcrever suas interpretações e tirar suas próprias conclusões. Por outro lado, quem quiser estudar improvisação e tomar como base um grande músico como Charlie Parker, pode ter acesso às transcrições5 de seus improvisos e a análises desses em vários possíveis “recortes”6 , mostrando, por exemplo, como ele criava certos padrões e como os utilizava ou então, a forma como suas frases são mais ou menos “eloqüentes”, dependendo da situação na música ou do estilo por ele interpretado. É importante que comecemos também a criar esses “atalhos” para que nossos músicos tenham mais agilidade no estudo de gêneros como o choro. 1 TABORDA, Marcia Dino Sete Cordas, a genial criatividade de um acompanhador – http://www.av- rio.org.br/artigos/julho2002/dino7cordas.html 2 TABORDA, op. cit. 3 TABORDA, op. cit. 4 As Sete Cordas de Dino http://cliquemusic.uol.com.br/br/resgate/resgate.asp?Nu_Materia=1880 5 AEBERSOLD, Jamey Charlie Parker Omnibook, New Albany/Atlantic Music Co., 1978 6 GERARD, Charley Improvising Jazz Sax 4
  • 5. OBJETIVO Hoje em dia, o violonista que se interessa pelo estudo do violão de sete cordas deve freqüentar algumas rodas de choro e pedir alguns conselhos aos músicos que conhecer. Esses, por sua vez, o aconselharão a decorar harmonias de alguns choros e pesquisar as inversões de seus acordes; ler e decorar arranjos escritos para o sete cordas (como os de Luizinho Sete Cordas); “tirar” as linhas de sete cordas – as “baixarias” – de grandes músicos ou até a procurar algum dos (raros) professores para o instrumento. Felizmente, já existe também uma edição1 que ensina alguns fundamentos como desenhos de acordes e exercícios para se tocar juntamente com os CDs que o acompanham. Não é o objetivo deste trabalho rejeitar o caminho que hoje normalmente percorre esse músico – não se deve, absolutamente, trocar a música e o músico “ao vivo e em cores” por qualquer edição, por melhor que ela seja - mas organizar os conselhos dos mestres - se possível, do próprio Dino Sete Cordas – e oferecer subsídios para facilitar o seu trabalho. 1 BERTAGLIA, Marco O Violão de 7 Cordas São Paulo (1ª ed., 1999) 5
  • 6. METODOLOGIAS Dois métodos deverão ser utilizados em conjunto: • Transcrições e Análises • Entrevistas As Transcrições de interpretações de Dino Sete Cordas – a serem escolhidas com base nas entrevistas com os violonistas – deverão se apresentar na íntegra e serão analisadas de forma a encontrarmos e listarmos padrões de comportamento melódico do violão de sete cordas. As Entrevistas serão feitas com músicos renomados, dentre eles, Dino Sete Cordas, onde poderão expor seus próprios caminhos no estudo do instrumento. Em um segundo momento, será apresentada a eles uma música não conhecida para que acompanhemos o processo da criação de uma linha para o sete cordas in loco. Em seguida, da organização desse material, serão propostas práticas de estudo e estratégias para se chegar a uma boa performance do violão de sete cordas. 6
  • 7. BIBLIOGRAFIA ANDRADE, Mário de Dicionário Musical Brasileiro Belo Horizonte, Itatiaia, 1989 BECKER, José Paulo Thaumaturgo O acompanhamento do violão de 6 cordas no choro a patir de sua visão no conjunto "epoca de ouro" Rio de Janeiro, UFRJ, 1996 BERTAGLIA, Marco O Violão de 7 Cordas São Paulo (1ª ed., 1999) CAZES, Henrique Choro: Do Quintal ao Municipal, São Paulo, Editora 34, 1998 COKER, Jerry How To Practice Jazz New Albany, IN, Jamey Aebersold, 1990 DUDEQUE, Norton. A história do Violão. Editora da UFPR, 1994 GUEST, Ian Arranjo Método Prático. Vol. I, II e III. Rio de Janeiro, Lumiar Editora, 1996 LEVINE, Mark The Jazz Theory Book, Petaluma, CA, Sher Music Co., 1995 BECKER, José Paulo Thaumaturgo O acompanhamento do violão de 6 cordas no choro a patir de sua visão no conjunto "Época de Ouro" Tese de Mestrado, Rio de Janeiro, UFRJ, 1996 OLIVEIRA JÚNIOR, Diógenes de. Violão Brasileiro, 80 Anos. 1981 PERSICHETTI, Vincent Armonia del Siglo XX, Buenos Aires, Ricordi, sd. SÈVE, Mário Vocabulário do Choro Rio de Janeiro, Lumiar Editora, 1999 SLOMINSKY, Nichola The Theasaurus of Scalesand Melodic Patterns New York, Charles Scribner’s Sons, 1947 TABORDA, Marcia Dino Sete Cordas, Criatividade e Revolução nos Acompanhamentos, da M.P.B Tese de Mestrado, Rio de Janeiro, UFRJ, 1995 TRAGTEMBREG, Lívio Contraponto São Paulo, EDUSP, 1994 VASCONCELOS, Ary Raízes da Música Popular Brasileira ZAMPRONHA, E. S. Notação, Representação e Composição – Um Novo Paradigma da Escritura Musical São Paulo, Annablume: FAPESP 2000 7