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QUESTÃO 01
“Procurando solucionar o conflito entre “eu” e o mundo, a arte
romântica ou cria grandes mitos (o amor, a mulher, a pátria, a
humanidade, a religião), ou se entrega ao profundo ceticismo, à
atitude de derrota diante da vida, ou busca, ainda, mais uma
vez, incentivar reformas sociais.”
Souza, Vilma de. e Souto, Ângela Maria da Silva. Língua
Portuguesa e literatura brasileira: 2ª série ensino médio –
Coleção Pitágoras. – Belo Horizonte, Editora Universidade,
2006.
O trecho acima, retirado do livro didático no qual você estuda ,
apresenta algumas das principais premissas do Romantismo,
dentre as quais se destaca a criação dos grandes mitos.
Alguns desses mitos foram numerados na coluna abaixo, e logo
após, existem fragmentos de poemas que os exemplificam.
Assinale a opção que apresenta a ordem CORRETA quanto à
identificação desses mitos:
1- Amor
2- Mulher
3- Pátria
4- Religião
( ) “Donzela, feliz do amante
que teu seio palpitante
Seio d'esposa fizer!
Que dessa forma tão pura
Fizer com mais formosura
Seio de bela mulher!”
(Seio de Virgem – Álvares de Azevedo)
( ) ““Senhor Deus Sabaó, três vezes santo,
Imenso é o teu poder, tua força imensa,
Teus prodígios sem conta; — e os céus e a terra
Teu ser e nome e glória preconizam.”
(Te deum - Gonçalves Dias)
( ) “Este inferno de amar – como eu amo! –
Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida – e que a vida destrói –
Como é que se veio a atear,
Quando – ai quando se há-de ela apagar?”
(Folhas Caídas – Almeida Garret)
( ) “Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá”
(Canção do Exílio – Gonçalves Dias)
a) 1 – 2 – 4 – 3
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 2 – 4 – 1 - 3
d) 4 – 2 – 3 - 1
e) 2 – 1 – 4 – 3
QUESTÃO 02
O Romantismo apresenta uma temática voltada à
_____________, chegando ao exagero na ____________ dos
sentimentos e à _____________ no julgamento do mundo e dos
homens, concepções trazidas ao mundo moderno em
decorrência, sobretudo, da ________________.
Assinale a alternativa que contém as expressões que completam
adequadamente as lacunas acima:
a) racionalidade, contenção, imparcialidade, Revolução
Burguesa
b) objetividade, expressão, imparcialidade, Revolução Gloriosa
c) emotividade, representação, objetividade, Independência do
Brasil
d) individualidade, exposição, subjetividade, Revolução
Francesa
e) vasividade, exposição, emotividade, Revolução Industrial
QUESTÃO 03
A publicação da obra Suspiros poéticos e saudades
(1836), de Gonçalves Magalhães, foi o marco inicial do
romantismo no Brasil. Veja um trecho do prefácio da obra:
O fim deste Livro, ao menos aquele a que nos propusemos, que
ignoramos se o atingimos, é o de elevar a Poesia à sublime
fonte donde ela emana, como o eflúvio d'água, que da rocha se
precipita, e ao seu cume remonta, ou como a reflexão da luz o
corpo luminoso; vingar ao mesmo tempo a Poesia das
profanações do vulgo, indicando apenas no Brasil uma nova
estrada aos futuros engenhos.
Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material
das estrofes, e de cada cântico em particular, nenhuma ordem
seguimos; exprimindo as idéias como elas se apresentaram,
para não destruir o acento da inspiração; além de que, a
igualdade dos versos, a regularidade das rimas, e a simetria das
estâncias produzem uma tal monotonia, e dá certa feição de
concertado artifício que jamais podem agradar. Ora, não se
compõe uma orquestra só com sons doces e flautados; cada
paixão requer sua linguagem própria, seus sons imitativos, e
períodos explicativos.
(...)
Este Livro é uma tentativa, é um ensaio; se ele merecer o
público acolhimento, cobraremos ânimo, e continuaremos a
publicar outros que já temos feito, e aqueles que fazer
poderemos com o tempo.
(...)
É um novo tributo que pagamos à Pátria, enquanto lhe não
oferecemos coisa de maior valia; é o resultado de algumas horas
de repouso, em que a imaginação se dilata, e a atenção
descansa, fatigada pela seriedade da ciência.
Tu vais, oh Livro, ao meio do turbilhão em que se debate nossa
Pátria; onde a trombeta da mediocridade abala todos os ossos, e
desperta todas as ambições; onde tudo está gelado, exceto o
egoísmo: tu vais, como uma folha no meio da floresta batida
pelos ventos do inverno, e talvez tenhas de perder-te antes de
ser ouvido, como um grito no meio da tempestade.
Vai; nós te enviamos, cheio de amor pela Pátria, de entusiasmo
por tudo o que é grande, e de esperanças em Deus, e no futuro.
Adeus!
Paris, julho de 1836.
(DIAS, Gonçalves. Antologia Poética. 5ª ed. Rio
de Janeiro: Agir, 1969)
Assinale a opção em que o trecho recortado NÃO foi
devidamente relacionado à característica em negrito:
a) O fim deste Livro (...) é o de elevar a Poesia à sublime
fonte donde ela emana, como o eflúvio d'água, que da
rocha se precipita, e ao seu cume remonta, ou como a
reflexão da luz o corpo luminoso. Predomínio da emoção
em detrimento da razão.
b) Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer,
material das estrofes, e de cada cântico em particular,
nenhuma ordem seguimos; exprimindo as idéias como elas
se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração.
Busca pela liberdade criativa
c) (...) a igualdade dos versos, a regularidade das rimas, e a
simetria das estâncias produzem uma tal monotonia, e dá
certa feição de concertado artificio que jamais podem
agradar. Ruptura com os padrões clássicos de
composição
d) Ora, não se compõe uma orquestra só com sons doces e
flautados; cada paixão requer sua linguagem própria, seus
sons imitativos, e períodos explicativos. Tentativa de
aproximar cada vez mais a linguagem poética à
musical.
e) (...) é o resultado de algumas horas de repouso, em que a
imaginação se dilata, e a atenção descansa, fatigada pela
seriedade da ciência. Valorização da subjetividade
QUESTÃO 04
Sobre o Romantismo no Brasil, assinale a única afirmação
incorreta:
Além do individualismo exacerbado, o Romantismo brasileiro
teve também, através de Castro Alves, um caráter engajado.
O indígena foi representado – de forma idealizada – tanto na
poesia de Gonçalves Dias quanto na prosa de José de Alencar
Decidido a construir uma literatura eminentemente brasileira,
José de Alencar deixou-nos romances indianistas, regionalistas,
históricos e urbanos.
A poesia romântica no Brasil não conheceu a geração de
escritores pessimistas, melancólicos, a chamada geração mal-
do-século.
O período romântico brasileiro coincide com a busca pela
afirmação da identidade nacional, em função de acontecimentos
como a independência.
QUESTÃO 05
Considerando as várias tendências do Romantismo no Brasil,
pode-se dizer que todas elas possuem, como premissa,
a) O apego à tradição clássica
b) Uma nítida tentativa de ruptura com temáticas européias
c) Uma emotividade nítida
d) O privilégio por gêneros clássicos, como os sonetos
e) Uma valorização da forma
QUESTÃO 06
São temáticas comuns à literatura romântica brasileira, tanto nos
textos em prosa quanto naqueles escritos em verso, EXCETO:
A fugacidade da vida
a) A idealização do amor
b) Questões de cunho social
c) A melancolia diante da realidade
d) A “cor local”
QUESTÃO 07
Leia atentamente o trecho de poesia abaixo, de Gonçalves Dias:
I-Juca-Pirama
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.
São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!
[...]
(DIAS, Gonçalves. I-Juca-Pirama. In: RIEDEL, Dirce. Literatura
brasileira em curso. Rio de Janeiro: Bloch, 1969. p. 311)
Reflita sobre as tendências da poesia romântica indianista e
julgue as afirmativas abaixo:
I - O índio construído por Gonçalves Dias ganhou o tom dos
valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o sentimento
nacionalista de nosso Romantismo.
II - O poeta teve o cuidado de construir um retrato fidedigno do
histórico dos índios no Brasil.
III - A poesia romântica indianista quis resgatar o passado
histórico brasileiro e valorizar a bravura de nossos habitantes
naturais.
Está (ao) correta (s):
a) Apenas a afirmativa I
b) Apenas a afirmativativa II
c) As afirmativas I e II
d) As afiramtivas I e III
e) As afirmativas I, II e III
QUESTÃO 08
Para responder à questão, leia atentamente os trechos que se
seguem
A – Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(Gonçalves Dias, Canção do Exílio)
B – Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra.
(Oswald de Andrade, Canto de Regresso à Pátria)
Assinale a alternativa CORRETA.
O conhecimento do texto A é imprescindível para:
a) que se construa uma interpretação do texto B é
imprescindível o conhecimento do texto A
b) a relação estabelecida entre esses dois trechos é uma
paródia
c) o terceiro verso do texto B confirma o que se diz no quarto
verso do texto A
d) o esquema rítmico dos dois textos é o mesmo
e) o pronome possessivo utilizado no texto B individualiza o
conceito coletivo de terra expresso no texto A
QUESTÃO 09
Leia atentamente o poema abaixo:
Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a “Canção do Exílio”.
Como era mesmo a “Canção do Exílio”?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”,
Alguma poesia)
O poema do modernista Carlos Drummond retoma um dos
poemas românticos mais conhecidos: a Canção do Exílio.
Considerando a intertextualidade proposta no poema de
Drummond, julgue as afirmativas abaixo:
I - O poema modernista desconstrói o ufanismo presente no
poema romântico.
II - Tanto o poema de Drummond quanto o de Gonçalves Dias
possuem um tom saudosista com relação à pátria.
III - O eu-lírico do poema transcrito acima lamenta a extinção
das palmeiras onde outrora cantava o sabiá.
Está( ao) correta(s):
a) Apenas a afirmativa I
b) Apenas afirmativa II
c) Apenas a afirmativa III
d) As afirmativas I, II e III
e) As afirmativas II e III
Lembrança de Morrer
No more! O never more!
SHELLEY
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro...
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro...
Como o desterro de minh'alma errante,
Onde fogo insensato a consumia,
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - e dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
E de ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minhas tristezas te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos, - bem poucos! e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei!... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Ó tu, que à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se vivi... foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu! eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz! e escrevam nela:
- Foi poeta, sonhou e amou na vida. –
Sombras do vale, noites da montanha,
Que minh'alma cantou e amava tanto,
Protejei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe um canto!
Mas quando preludia ave d'aurora
E quando, à meia-noite, o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!
(AZEVEDO,Álvares de. Lira dos Vinte
Anos. São Pulo, FTD:1994)
QUESTÃO 10
O poema “Lembrança de Morrer” apresenta algumas temáticas
recorrentes no romantismo, dentre as quais podemos destacar,
EXCETO:
a) Desânimo e cansaço frente á vida
b) Idealização da imagem do poeta
c) Evasão ao tédio da vida por meio da morte
d) A existência de um amor inalcançável
e) Consciência da efemeridade da vida
QUESTÃO 11
O poema de Álvares de Azevedo apresenta características
estruturais comuns aos poemas românticos, dentre os quais
podemos destacar, EXCETO:
a) Ausência de inversões sintáticas, como forma de simplificar
a linguagem
b) Presença constante de metáforas como forma de dar vazão
à subjetividade
c) Versos heptassílabos, os quais distanciam a poesia da
tradição clássica
d) Emprego de Epígrafes muitas vezes retiradas de textos de
poetas românticos europeus
e) Presença de rimas, como forma de preservar a musicalidade
da poesia
QUESTÃO 12
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poente caminheiro
 Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro.
Assinale a alternativa cujas características se aplicam
CORRETAMENTE aos versos românticos acima transcritos:
a) Sentimentalismo e culto à forma poética.
b) Apologia à morte e ausência de metáforas.
c) Subjetivismo e tédio diante da vida.
d) Objetividade e ausência do individualismo romântico.
e) Linguagem racional e busca incessante pela morte.
QUESTÃO 13
Leia atentamente o fragmento de poema abaixo, de Casimiro de
Abreu:
Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
(...)
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
(...)
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
(ABREU, Casimiro de. Poesias Completas. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1989).
Como um ser insatisfeito com a realidade, o artista romântico
tenta, muitas vezes, fugir a essa realidade. No poema acima,
pode-se claramente perceber essa tentativa, por meio da:
a) Evasão temporal
b) Evasão espacial
c) Busca pela morte
d) Criação de um universo mítico
e) Exaltação à poesia
QUESTÃO 14
Leia atentamente os dois trechos que se seguem:
Trecho I
Oh, eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
ver minh’alma adejar por infinito,
Qual branca vela n’amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
- Árabe errante, vou dormir à tarde
à sombra fresca da palmeira erguida.
(...)
Morrer... quando esse mundo é um paraíso,
e a alma um cisne de douradas plumas:
Não! O seio da amante é um lago virgem...
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! formosa mulher – camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas.
Minh’alma é a borboleta, que espaneja
O pó das asas lúcidas, douradas...
(ALVES, Castro. Espumas flutuantes. in
Poesias Completas. São Paulo : Ediouro,1996)
Trecho II
Adeus! Rasgou-se a página saudosa
Que teu porvir de amor no meu fundia,
Gelou-se no meu sangue moribundo
Essa gota final de que eu vivia!
Adeus, anjo de amor! tu não mentiste!
Foi minha essa ilusão e o sonho ardente:
Sinto que morrerei... tu, dorme e sonha
No amor dos anjos, pálido inocente!
Mas um dia... se a nódoa da existência
Murchar teu cálix orvalhoso e cheio,
Flor que respirei, que amei sonhando,
Tem saudade de mim, que eu te pranteio!
(AZEVEDO,Álvares de. Lira dos Vinte Anos. São
Paulo, FTD:1994)
Os dois poemas românticos possuem em comum:
a) O apego do eu-poético à vida
b) A estrutura rítmica
c) O emprego de Versos decassílabos
d) A valorização da cor local
e) A contenção sentimental
QUESTÃO 15
Associe os fragmentos abaixo às características enumeradas:
1 - Evasão pela morte
2 - Apreciação da noite e do mistério
3 - Consciência melancólica da solidão
( )“Eu amo a noite taciturna e queda!
Amo a doce nudez que ela derrama,
E a fresca aragem pelas densas folhas
Do bosque murmurando.
Então malgrado o véu que envolve a terra,
A vista, do que vela, enxerga mundos,
E apesar do silêncio, o ouvido escuta
notas de etéreas harpas."
Gonçalves Dias
( )“Passei como D. Juan entre as donzelas,
Suspirei as canções mais doloridas
E ninguém me escutou...
Oh! nunca à virgem flor das faces belas
Sorvi o mel nas longas despedidas...
Meu Deus! ninguém me amou!
Vivi na solidão - odeio o mundo
E no orgulho embucei meu rosto pálido
Como um astro na treva...
Senti a vida um lupanar imundo -
Se acorda o triste profanado, esquálido
--- A morte fria o leva.”
Álvares de Azevedo
( ) "Já sinto a geada dos sepulcros
o pavoroso frio enregelar-me...
A campa vejo aberta e lá no fundo
Um esqueleto em pé vejo acenar-me..
Entremos. Deve haver nestes lugares
mudança grave na mundana sorte;
Quem sempre a morte achou no lar da vida,
Deve a vida encontrar no lar da morte.”
Laurindo Rabelo
Assinale, agora, a opção que apresenta a ordem adequada da
identificação:
a) 1 – 2 – 3
b) 2 – 3 – 1
c) 3 – 2 – 1
d) 2 – 1 – 3
e) 1 – 3 – 2
I-Juca Pirama (canto IV)
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo Tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
Já vi cruas brigas,
De tribos imigas,
E as duras fadigas
Da guerra provei;
Nas ondas mendaces
Senti pelas faces
Os silvos fugaces
Dos ventos que amei.
Andei longes terras,
Lidei cruas guerras,
Vaguei pelas serras
Dos vis Aimorés;
Vi lutas de bravos,
Vi fortes — escravos!
De estranhos ignavos
Calcados aos pés.
E os campos talados,
E os arcos quebrados,
E os piagas coitados
Já sem maracás;
E os meigos cantores,
Servindo a senhores,
Que vinham traidores,
Com mostras de paz
Aos golpes do imigo
Meu último amigo,
Sem lar, sem abrigo
Caiu junto a mi!
Com plácido rosto,
Sereno e composto,
O acerbo desgosto
Comigo sofri.
Meu pai a meu lado
Já cego e quebrado,
De penas ralado,
Firmava-se em mi:
Nós ambos, mesquinhos,
Por ínvios caminhos,
Cobertos d'espinhos
Chegamos aqui!
(...)
Guerreiros, não coro
Do pranto que choro;
Se a vida deploro,
Também sei morrer.
(Gonçalves Dias. Poesia. Coleção
"Nossos Clássicos". São Paulo, Agir, 1969)
QUESTÃO 16
O canto IV de I-Juca Pirama mostra o canto dos feitos de guerra
de um índio prisioneiro que está prestes a ser devorado num
ritual antropofágico. Identifique os elementos presentes na
construção do poema responsáveis pela exaltação da figura
indígena.
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________
QUESTÃO 17
Explique de que forma a exaltação do índio brasileiro faz parte
do projeto de formação de uma identidade cultural brasileira,
idéia tão defendida pelo Romantismo.
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________
Se Se Morre de Amor!
Meere und Berge und Horizonte zwischen
Liebenden - aber die Seelen versetzen
sích aus dem staubigen Kerker und treffen
sich im Paradiese der Liebe.
Schiller, Die Rüuber
Se se morre de amor! — Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que vê prazer alcança!
Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d'amor arrebatar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio,
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro
Clarão, que as luzes no morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D'amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração — abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr'ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!
Amar, e não saber, não ter coragem
Para dizer que amor que em nós sentimos;
Temer qu'olhos profanos nos devassem
O templo, onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis, d'ilusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!
(...)
(Gonçalves Dias. Poesia. Coleção "Nossos Clássicos". São
Paulo, Agir, 1969)
QUESTÃO 18
Dentre as temáticas freqüentemente abordadas por autores
Românticos, identifique aquelas encontradas no poema Se se
morre de amor.
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________
QUESTÃO 19
Na segunda estrofe, a figura feminina descrita tem suas
características físicas exaltadas. Qual o objetivo dessa
descrição? É essa a mulher ideal para o amor do eu-lírico?
Redija um parágrafo comentando esses aspectos.
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________

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O Romantismo e a idealização do índio na literatura brasileira

  • 1. QUESTÃO 01 “Procurando solucionar o conflito entre “eu” e o mundo, a arte romântica ou cria grandes mitos (o amor, a mulher, a pátria, a humanidade, a religião), ou se entrega ao profundo ceticismo, à atitude de derrota diante da vida, ou busca, ainda, mais uma vez, incentivar reformas sociais.” Souza, Vilma de. e Souto, Ângela Maria da Silva. Língua Portuguesa e literatura brasileira: 2ª série ensino médio – Coleção Pitágoras. – Belo Horizonte, Editora Universidade, 2006. O trecho acima, retirado do livro didático no qual você estuda , apresenta algumas das principais premissas do Romantismo, dentre as quais se destaca a criação dos grandes mitos. Alguns desses mitos foram numerados na coluna abaixo, e logo após, existem fragmentos de poemas que os exemplificam. Assinale a opção que apresenta a ordem CORRETA quanto à identificação desses mitos: 1- Amor 2- Mulher 3- Pátria 4- Religião ( ) “Donzela, feliz do amante que teu seio palpitante Seio d'esposa fizer! Que dessa forma tão pura Fizer com mais formosura Seio de bela mulher!” (Seio de Virgem – Álvares de Azevedo) ( ) ““Senhor Deus Sabaó, três vezes santo, Imenso é o teu poder, tua força imensa, Teus prodígios sem conta; — e os céus e a terra Teu ser e nome e glória preconizam.” (Te deum - Gonçalves Dias) ( ) “Este inferno de amar – como eu amo! – Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi? Esta chama que alenta e consome, Que é a vida – e que a vida destrói – Como é que se veio a atear, Quando – ai quando se há-de ela apagar?” (Folhas Caídas – Almeida Garret) ( ) “Minha terra tem palmeiras, Onde canta o sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá” (Canção do Exílio – Gonçalves Dias) a) 1 – 2 – 4 – 3 b) 3 – 1 – 2 – 4 c) 2 – 4 – 1 - 3 d) 4 – 2 – 3 - 1 e) 2 – 1 – 4 – 3 QUESTÃO 02 O Romantismo apresenta uma temática voltada à _____________, chegando ao exagero na ____________ dos sentimentos e à _____________ no julgamento do mundo e dos homens, concepções trazidas ao mundo moderno em decorrência, sobretudo, da ________________. Assinale a alternativa que contém as expressões que completam adequadamente as lacunas acima: a) racionalidade, contenção, imparcialidade, Revolução Burguesa b) objetividade, expressão, imparcialidade, Revolução Gloriosa c) emotividade, representação, objetividade, Independência do Brasil d) individualidade, exposição, subjetividade, Revolução Francesa e) vasividade, exposição, emotividade, Revolução Industrial QUESTÃO 03 A publicação da obra Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves Magalhães, foi o marco inicial do romantismo no Brasil. Veja um trecho do prefácio da obra: O fim deste Livro, ao menos aquele a que nos propusemos, que ignoramos se o atingimos, é o de elevar a Poesia à sublime fonte donde ela emana, como o eflúvio d'água, que da rocha se precipita, e ao seu cume remonta, ou como a reflexão da luz o corpo luminoso; vingar ao mesmo tempo a Poesia das profanações do vulgo, indicando apenas no Brasil uma nova estrada aos futuros engenhos. Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, e de cada cântico em particular, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as idéias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade dos versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estâncias produzem uma tal monotonia, e dá certa feição de concertado artifício que jamais podem agradar. Ora, não se compõe uma orquestra só com sons doces e flautados; cada paixão requer sua linguagem própria, seus sons imitativos, e períodos explicativos. (...) Este Livro é uma tentativa, é um ensaio; se ele merecer o público acolhimento, cobraremos ânimo, e continuaremos a publicar outros que já temos feito, e aqueles que fazer poderemos com o tempo. (...) É um novo tributo que pagamos à Pátria, enquanto lhe não oferecemos coisa de maior valia; é o resultado de algumas horas de repouso, em que a imaginação se dilata, e a atenção descansa, fatigada pela seriedade da ciência. Tu vais, oh Livro, ao meio do turbilhão em que se debate nossa Pátria; onde a trombeta da mediocridade abala todos os ossos, e desperta todas as ambições; onde tudo está gelado, exceto o egoísmo: tu vais, como uma folha no meio da floresta batida pelos ventos do inverno, e talvez tenhas de perder-te antes de ser ouvido, como um grito no meio da tempestade. Vai; nós te enviamos, cheio de amor pela Pátria, de entusiasmo por tudo o que é grande, e de esperanças em Deus, e no futuro. Adeus! Paris, julho de 1836. (DIAS, Gonçalves. Antologia Poética. 5ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 1969)
  • 2. Assinale a opção em que o trecho recortado NÃO foi devidamente relacionado à característica em negrito: a) O fim deste Livro (...) é o de elevar a Poesia à sublime fonte donde ela emana, como o eflúvio d'água, que da rocha se precipita, e ao seu cume remonta, ou como a reflexão da luz o corpo luminoso. Predomínio da emoção em detrimento da razão. b) Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, e de cada cântico em particular, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as idéias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração. Busca pela liberdade criativa c) (...) a igualdade dos versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estâncias produzem uma tal monotonia, e dá certa feição de concertado artificio que jamais podem agradar. Ruptura com os padrões clássicos de composição d) Ora, não se compõe uma orquestra só com sons doces e flautados; cada paixão requer sua linguagem própria, seus sons imitativos, e períodos explicativos. Tentativa de aproximar cada vez mais a linguagem poética à musical. e) (...) é o resultado de algumas horas de repouso, em que a imaginação se dilata, e a atenção descansa, fatigada pela seriedade da ciência. Valorização da subjetividade QUESTÃO 04 Sobre o Romantismo no Brasil, assinale a única afirmação incorreta: Além do individualismo exacerbado, o Romantismo brasileiro teve também, através de Castro Alves, um caráter engajado. O indígena foi representado – de forma idealizada – tanto na poesia de Gonçalves Dias quanto na prosa de José de Alencar Decidido a construir uma literatura eminentemente brasileira, José de Alencar deixou-nos romances indianistas, regionalistas, históricos e urbanos. A poesia romântica no Brasil não conheceu a geração de escritores pessimistas, melancólicos, a chamada geração mal- do-século. O período romântico brasileiro coincide com a busca pela afirmação da identidade nacional, em função de acontecimentos como a independência. QUESTÃO 05 Considerando as várias tendências do Romantismo no Brasil, pode-se dizer que todas elas possuem, como premissa, a) O apego à tradição clássica b) Uma nítida tentativa de ruptura com temáticas européias c) Uma emotividade nítida d) O privilégio por gêneros clássicos, como os sonetos e) Uma valorização da forma QUESTÃO 06 São temáticas comuns à literatura romântica brasileira, tanto nos textos em prosa quanto naqueles escritos em verso, EXCETO: A fugacidade da vida a) A idealização do amor b) Questões de cunho social c) A melancolia diante da realidade d) A “cor local” QUESTÃO 07 Leia atentamente o trecho de poesia abaixo, de Gonçalves Dias: I-Juca-Pirama No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror! [...] (DIAS, Gonçalves. I-Juca-Pirama. In: RIEDEL, Dirce. Literatura brasileira em curso. Rio de Janeiro: Bloch, 1969. p. 311) Reflita sobre as tendências da poesia romântica indianista e julgue as afirmativas abaixo: I - O índio construído por Gonçalves Dias ganhou o tom dos valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o sentimento nacionalista de nosso Romantismo. II - O poeta teve o cuidado de construir um retrato fidedigno do histórico dos índios no Brasil. III - A poesia romântica indianista quis resgatar o passado histórico brasileiro e valorizar a bravura de nossos habitantes naturais. Está (ao) correta (s): a) Apenas a afirmativa I b) Apenas a afirmativativa II c) As afirmativas I e II d) As afiramtivas I e III e) As afirmativas I, II e III
  • 3. QUESTÃO 08 Para responder à questão, leia atentamente os trechos que se seguem A – Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. (Gonçalves Dias, Canção do Exílio) B – Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra. (Oswald de Andrade, Canto de Regresso à Pátria) Assinale a alternativa CORRETA. O conhecimento do texto A é imprescindível para: a) que se construa uma interpretação do texto B é imprescindível o conhecimento do texto A b) a relação estabelecida entre esses dois trechos é uma paródia c) o terceiro verso do texto B confirma o que se diz no quarto verso do texto A d) o esquema rítmico dos dois textos é o mesmo e) o pronome possessivo utilizado no texto B individualiza o conceito coletivo de terra expresso no texto A QUESTÃO 09 Leia atentamente o poema abaixo: Chega! Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. Minha boca procura a “Canção do Exílio”. Como era mesmo a “Canção do Exílio”? Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem palmeiras onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”, Alguma poesia) O poema do modernista Carlos Drummond retoma um dos poemas românticos mais conhecidos: a Canção do Exílio. Considerando a intertextualidade proposta no poema de Drummond, julgue as afirmativas abaixo: I - O poema modernista desconstrói o ufanismo presente no poema romântico. II - Tanto o poema de Drummond quanto o de Gonçalves Dias possuem um tom saudosista com relação à pátria. III - O eu-lírico do poema transcrito acima lamenta a extinção das palmeiras onde outrora cantava o sabiá. Está( ao) correta(s): a) Apenas a afirmativa I b) Apenas afirmativa II c) Apenas a afirmativa III d) As afirmativas I, II e III e) As afirmativas II e III Lembrança de Morrer No more! O never more! SHELLEY Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece ao vento: Não quero que uma nota de alegria Se cale por meu triste passamento. Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto o poento caminheiro... Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro... Como o desterro de minh'alma errante, Onde fogo insensato a consumia, Só levo uma saudade - é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia. Só levo uma saudade - e dessas sombras Que eu sentia velar nas noites minhas... E de ti, ó minha mãe! pobre coitada Que por minhas tristezas te definhas! De meu pai... de meus únicos amigos, Poucos, - bem poucos! e que não zombavam Quando, em noites de febre endoudecido, Minhas pálidas crenças duvidavam. Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda, É pela virgem que sonhei!... que nunca Aos lábios me encostou a face linda! Ó tu, que à mocidade sonhadora Do pálido poeta deste flores... Se vivi... foi por ti! e de esperança De na vida gozar de teus amores. Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo... Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu! eu vou amar contigo! Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz! e escrevam nela: - Foi poeta, sonhou e amou na vida. – Sombras do vale, noites da montanha, Que minh'alma cantou e amava tanto, Protejei o meu corpo abandonado, E no silêncio derramai-lhe um canto! Mas quando preludia ave d'aurora E quando, à meia-noite, o céu repousa, Arvoredos do bosque, abri os ramos... Deixai a lua pratear-me a lousa! (AZEVEDO,Álvares de. Lira dos Vinte Anos. São Pulo, FTD:1994)
  • 4. QUESTÃO 10 O poema “Lembrança de Morrer” apresenta algumas temáticas recorrentes no romantismo, dentre as quais podemos destacar, EXCETO: a) Desânimo e cansaço frente á vida b) Idealização da imagem do poeta c) Evasão ao tédio da vida por meio da morte d) A existência de um amor inalcançável e) Consciência da efemeridade da vida QUESTÃO 11 O poema de Álvares de Azevedo apresenta características estruturais comuns aos poemas românticos, dentre os quais podemos destacar, EXCETO: a) Ausência de inversões sintáticas, como forma de simplificar a linguagem b) Presença constante de metáforas como forma de dar vazão à subjetividade c) Versos heptassílabos, os quais distanciam a poesia da tradição clássica d) Emprego de Epígrafes muitas vezes retiradas de textos de poetas românticos europeus e) Presença de rimas, como forma de preservar a musicalidade da poesia QUESTÃO 12 Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poente caminheiro  Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro. Assinale a alternativa cujas características se aplicam CORRETAMENTE aos versos românticos acima transcritos: a) Sentimentalismo e culto à forma poética. b) Apologia à morte e ausência de metáforas. c) Subjetivismo e tédio diante da vida. d) Objetividade e ausência do individualismo romântico. e) Linguagem racional e busca incessante pela morte. QUESTÃO 13 Leia atentamente o fragmento de poema abaixo, de Casimiro de Abreu: Meus oito anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! (...) Que aurora, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d'estrelas, A terra de aromas cheia As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! (...) Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! — Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras A sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais! (ABREU, Casimiro de. Poesias Completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1989). Como um ser insatisfeito com a realidade, o artista romântico tenta, muitas vezes, fugir a essa realidade. No poema acima, pode-se claramente perceber essa tentativa, por meio da: a) Evasão temporal b) Evasão espacial c) Busca pela morte d) Criação de um universo mítico e) Exaltação à poesia QUESTÃO 14 Leia atentamente os dois trechos que se seguem: Trecho I Oh, eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; ver minh’alma adejar por infinito, Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... - Árabe errante, vou dormir à tarde à sombra fresca da palmeira erguida. (...) Morrer... quando esse mundo é um paraíso, e a alma um cisne de douradas plumas: Não! O seio da amante é um lago virgem... Quero boiar à tona das espumas. Vem! formosa mulher – camélia pálida, Que banharam de pranto as alvoradas. Minh’alma é a borboleta, que espaneja O pó das asas lúcidas, douradas... (ALVES, Castro. Espumas flutuantes. in Poesias Completas. São Paulo : Ediouro,1996) Trecho II Adeus! Rasgou-se a página saudosa Que teu porvir de amor no meu fundia, Gelou-se no meu sangue moribundo Essa gota final de que eu vivia! Adeus, anjo de amor! tu não mentiste!
  • 5. Foi minha essa ilusão e o sonho ardente: Sinto que morrerei... tu, dorme e sonha No amor dos anjos, pálido inocente! Mas um dia... se a nódoa da existência Murchar teu cálix orvalhoso e cheio, Flor que respirei, que amei sonhando, Tem saudade de mim, que eu te pranteio! (AZEVEDO,Álvares de. Lira dos Vinte Anos. São Paulo, FTD:1994) Os dois poemas românticos possuem em comum: a) O apego do eu-poético à vida b) A estrutura rítmica c) O emprego de Versos decassílabos d) A valorização da cor local e) A contenção sentimental QUESTÃO 15 Associe os fragmentos abaixo às características enumeradas: 1 - Evasão pela morte 2 - Apreciação da noite e do mistério 3 - Consciência melancólica da solidão ( )“Eu amo a noite taciturna e queda! Amo a doce nudez que ela derrama, E a fresca aragem pelas densas folhas Do bosque murmurando. Então malgrado o véu que envolve a terra, A vista, do que vela, enxerga mundos, E apesar do silêncio, o ouvido escuta notas de etéreas harpas." Gonçalves Dias ( )“Passei como D. Juan entre as donzelas, Suspirei as canções mais doloridas E ninguém me escutou... Oh! nunca à virgem flor das faces belas Sorvi o mel nas longas despedidas... Meu Deus! ninguém me amou! Vivi na solidão - odeio o mundo E no orgulho embucei meu rosto pálido Como um astro na treva... Senti a vida um lupanar imundo - Se acorda o triste profanado, esquálido --- A morte fria o leva.” Álvares de Azevedo ( ) "Já sinto a geada dos sepulcros o pavoroso frio enregelar-me... A campa vejo aberta e lá no fundo Um esqueleto em pé vejo acenar-me.. Entremos. Deve haver nestes lugares mudança grave na mundana sorte; Quem sempre a morte achou no lar da vida, Deve a vida encontrar no lar da morte.” Laurindo Rabelo Assinale, agora, a opção que apresenta a ordem adequada da identificação: a) 1 – 2 – 3 b) 2 – 3 – 1 c) 3 – 2 – 1 d) 2 – 1 – 3 e) 1 – 3 – 2 I-Juca Pirama (canto IV) Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo Tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. Já vi cruas brigas, De tribos imigas, E as duras fadigas Da guerra provei; Nas ondas mendaces Senti pelas faces Os silvos fugaces Dos ventos que amei. Andei longes terras, Lidei cruas guerras, Vaguei pelas serras Dos vis Aimorés; Vi lutas de bravos, Vi fortes — escravos! De estranhos ignavos Calcados aos pés. E os campos talados, E os arcos quebrados, E os piagas coitados Já sem maracás; E os meigos cantores, Servindo a senhores, Que vinham traidores, Com mostras de paz Aos golpes do imigo Meu último amigo, Sem lar, sem abrigo Caiu junto a mi! Com plácido rosto, Sereno e composto, O acerbo desgosto Comigo sofri. Meu pai a meu lado Já cego e quebrado, De penas ralado,
  • 6. Firmava-se em mi: Nós ambos, mesquinhos, Por ínvios caminhos, Cobertos d'espinhos Chegamos aqui! (...) Guerreiros, não coro Do pranto que choro; Se a vida deploro, Também sei morrer. (Gonçalves Dias. Poesia. Coleção "Nossos Clássicos". São Paulo, Agir, 1969) QUESTÃO 16 O canto IV de I-Juca Pirama mostra o canto dos feitos de guerra de um índio prisioneiro que está prestes a ser devorado num ritual antropofágico. Identifique os elementos presentes na construção do poema responsáveis pela exaltação da figura indígena. ____________________________________________________ ____________________________________________________ _________________________________________________ QUESTÃO 17 Explique de que forma a exaltação do índio brasileiro faz parte do projeto de formação de uma identidade cultural brasileira, idéia tão defendida pelo Romantismo. ____________________________________________________ ____________________________________________________ _________________________________________________ Se Se Morre de Amor! Meere und Berge und Horizonte zwischen Liebenden - aber die Seelen versetzen sích aus dem staubigen Kerker und treffen sich im Paradiese der Liebe. Schiller, Die Rüuber Se se morre de amor! — Não, não se morre, Quando é fascinação que nos surpreende De ruidoso sarau entre os festejos; Quando luzes, calor, orquestra e flores Assomos de prazer nos raiam n'alma, Que embelezada e solta em tal ambiente No que ouve, e no que vê prazer alcança! Simpáticas feições, cintura breve, Graciosa postura, porte airoso, Uma fita, uma flor entre os cabelos, Um quê mal definido, acaso podem Num engano d'amor arrebatar-nos. Mas isso amor não é; isso é delírio, Devaneio, ilusão, que se esvaece Ao som final da orquestra, ao derradeiro Clarão, que as luzes no morrer despedem: Se outro nome lhe dão, se amor o chamam, D'amor igual ninguém sucumbe à perda. Amor é vida; é ter constantemente Alma, sentidos, coração — abertos Ao grande, ao belo; é ser capaz d'extremos, D'altas virtudes, té capaz de crimes! Compr'ender o infinito, a imensidade, E a natureza e Deus; gostar dos campos, D'aves, flores, murmúrios solitários; Buscar tristeza, a soledade, o ermo, E ter o coração em riso e festa; E à branda festa, ao riso da nossa alma Fontes de pranto intercalar sem custo; Conhecer o prazer e a desventura No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto O ditoso, o misérrimo dos entes; Isso é amor, e desse amor se morre! Amar, e não saber, não ter coragem Para dizer que amor que em nós sentimos; Temer qu'olhos profanos nos devassem O templo, onde a melhor porção da vida Se concentra; onde avaros recatamos Essa fonte de amor, esses tesouros Inesgotáveis, d'ilusões floridas; Sentir, sem que se veja, a quem se adora, Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos, Segui-la, sem poder fitar seus olhos, Amá-la, sem ousar dizer que amamos, E, temendo roçar os seus vestidos, Arder por afogá-la em mil abraços: Isso é amor, e desse amor se morre! (...) (Gonçalves Dias. Poesia. Coleção "Nossos Clássicos". São Paulo, Agir, 1969) QUESTÃO 18 Dentre as temáticas freqüentemente abordadas por autores Românticos, identifique aquelas encontradas no poema Se se morre de amor. ____________________________________________________ ____________________________________________________ _________________________________________________ QUESTÃO 19 Na segunda estrofe, a figura feminina descrita tem suas características físicas exaltadas. Qual o objetivo dessa descrição? É essa a mulher ideal para o amor do eu-lírico? Redija um parágrafo comentando esses aspectos. ____________________________________________________ ____________________________________________________ _________________________________________________