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A HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM - Leo Huberman


Cap. I

         Há três classes na sociedade feudal: sacerdotes, guerreiros e
         trabalhadores;

         De maneira geral, os senhores feudais possuíam centenas de feudos, e
         geralmente 1/3 era domínio do senhor: o resto, dos arrendatários
         (camponeses, aldeões, vilãos – servos!);

         Os arrendatários trabalhavam suas terras bem como as do senhor, que
         eram prioridade;

         Camponês reparava pontes, pagava para usar os instrumentos do
         senhor e estava abarrotado de imposições (pagava taxa até para herdar
         arrendamento do irmão!);

         Servo era inerente à terra, não podendo ser vendido como escravo
         (trazia alguma segurança ao coitado);

         Vilãos possuíam certos privilégios pessoais e econômicos, trabalhando
         menos e com menos deveres – e suas funções eram bem específicas,
         ao contrário do camponês, “pau pra toda obra”. Alguns pagavam com o
         dinheiro pelo uso da terra, similarmente aos meeiros de hoje, e serão
         importantes no estudo posterior. Entre eles, certos grupos chegaram a
         ser proprietários independentes, tendo como encargo simples taxas ao
         senhor, usufruindo de seus próprios arrendamentos;

         O costume do feudo era a LEI local;

         O senhor tinha obrigações para com o servo. Por exemplo, protegê-lo
         em caso de guerra;

         A estrutura era uma enorme hierarquia de arrendamentos de terra (rei
         arrendou terra ao duque, que arrendou ao conde, que arrendou ao...),
         cada um com poucos ou vários feudos;

         Há casos em que o senhor, desrespeitando costumes, explicava-se a
         seu próprio senhor direto, ou seja, nem todo senhor tinha total
         autonomia;

         Terra era fonte de tudo e medição de riqueza: eis o motivo de tantas
         guerras;

         Guerras eram vencidas contratando guerreiros e arrendando terras
         pelos serviços: estes tornavam-se vassalos sob a obrigação de
         organizar serviços militares em número específico de dias;
Vassalo também pagava taxas ao seu senhor imediato, e tinha
      obrigações: viúvas casariam ou permaneceriam viúvas sob
      consentimento ou pagamento de multa, filho de senhor direto sagrando-
      se cavaleiro teria as festividades pagas pelos vassalos, senhor refém
      teria o resgate pago por vassalos, etc.;

      A igreja era parte e membro do sistema feudal – maior, mas antiga e
      duradoura que qualquer coroa (maior proprietária de terras do período
      feudal);

      Bispos e abades = condes e duques (agiam da mesma maneira para
      arrendar terras);

      Nos feudos da igreja havia dízimo para TUDO: ela era pior que os
      nobres para com seus servos! E ainda por cima cobrava recursos dos
      nobres antes de usar o dela própria.




Cap. II

      Todo o capital da época era estático, imóvel, improdutivo – não havia
      saída para o capital;

      Nada era comprado: cada aldeia feudal era auto-suficiente, e o servo
      cultivava o alimento e fabricava a mobília necessária;

      Havia alguma transação, isto é, intercâmbio entre mercadorias (ex:
      quem precisava de lã a conseguia trocando com vinho, etc.);

      O mercado semanal, nas proximidades, era a troca do excedente dos
      servos, porém altamente controlado por senhores e bispos;

      Não era intenso em movimento e trocas, e as estradas para o local eram
      péssimas, cheias de saqueadores ou taxas de senhores;

      A variação entre moedas e pesos atrapalhava e, somando os
      problemas, pouca gente participava do mercado;

      Mesmo assim, foi se intensificando a passos largos a partir do séc. XI;

      As Cruzadas rejuvenesceram o comércio! Mercadores acompanhavam
      os guerreiros para prover-lhes com o que fosse necessário, bem como
      eles retornavam com o gosto pelas comidas e roupas requintadas que
      experimentaram, criando mercado para tais produtos;

      A população também aumentou, e o excedente via nas cruzadas a
      chance de melhorar de vida;
Veneza, Gênova e Pisa eram cidades comerciais, notadamente Veneza,
       onde suas ruas eram canais e a população se locomovia em barcos – as
       especiarias eram transportadas de lá para a Europa;

       As cruzadas espalharam todas as classes pelo continente, junto aos
       comerciantes, os quais despertaram a ânsia por especiarias, tirando a
       Europa do sono feudal, tomando a rota do mediterrâneo das mãos dos
       muçulmanos;

       O comércio também se intensificou ao norte (Liga Hanseática),
       estabelecendo contato com o mundo russo-escandinavo bem como
       Veneza constituía o elo da Europa com o Oriente;

       Um ponto de encontro chocou o norte com o sul para troca das
       mercadorias dos dois mundos: planície de Champagne, nos Alpes;

       Começaram a surgir pedidos de permissão ao Rei para estabelecimento
       de Feiras, as quais eram imensamente maiores e diversificadas
       comparadas aos “mercadinhos” anteriores ao boom das cruzadas;

       A feira era o centro distribuidor dos grandes mercadores, que se
       diferenciavam do artesão ou do revendedor local, tratando de produtos
       do norte e do sul, do ocidente e do oriente;

       Começavam a surgir privilégios para os estrangeiros comerciarem em
       determinados locais, nas feiras (Champagne);

       Qual a vantagem para os senhores estimularem isso? Taxas, que até
       eram razoáveis para os mercadores;

       Os dias finais das feiras eram consagrados a negócios em dinheiro,
       movimentando um incipiente sistema financeiro;

       A profissão dos banqueiros surgiu a partir desses negócios em dinheiro,
       e tomou amplo espectro;




Cap. III

       Um dos efeitos mais importantes do florescer do comércio foi o
       crescimento das cidades;

       Cidades, antes, eram centros militares e judiciários;

       O crescimento começou nas cidades da Itália e Holanda;
A visão do senhor feudal acerca das imposições era arcaica, e deveria
      ser diferente nas cidades, onde a atmosfera era de liberdade – conflitos
      eram iminentes;

      Comerciantes então aprenderam a se unir contra injustiças
      (saqueadores, piratas, etc.): Construíram associações – corporações ou
      ligas – para ultrapassar as restrições feudais;

      Detestavam a questão dos arrendamentos que não permitia que
      usassem a terra a fim de hipotecar suas propriedades ou tomar outras
      ações autônomas;

      Começaram a achar o sistema judicial dos feudos por demais
      inadequado (o Juiz, sr. Feudal, nada sabia de letras de crédito,
      hipotecas, etc.), almejavam criar suas próprias legislações;

      Às vezes, senhores feudais calhavam de vender, pouco a pouco, direitos
      aos cidadãos, e assim algumas cidades tornavam-se independentes;

      Entretanto, muitas cidades só conquistaram liberdade com violência;

      Chegou a uma situação de diversos níveis de liberdade entre cidades –
      seja como for, os habitantes lutavam pelo mínimo documento a fim de
      comprovar certo distanciamento dos senhores feudais;

      Em demasiada luta por atenuação de impostos e taxas, mercadores
      saíram na frente e difundiam todo tipo de privilégios às suas
      associações e sociedades;

      Monopólios foram       instaurados,   inclusive   contra    mercadores
      estrangeiros;

      Constituindo o grupo mais importante das cidades, os mercadores
      opinavam até nos “funcionários públicos”, viabilizando sua influência
      junto às autoridades;

      Liga Hanseática: monopolizava o comércio do Norte da Europa com o
      resto do mundo: as associações muitas vezes ultrapassavam o limite de
      uma única cidade, alcançando regiões distantes, tal como essa liga, que
      possuía postos de comércio (fortalezas) e armazéns espalhados da
      Holanda à Rússia – constituiu um Estado em si, tendo navios de guerra,
      suas próprias leis, etc.



Cap. IV

      Tratava-se de uma fase em que os juros foram considerados CRIME;
Por que juros era pecado? Naquele período, emprestava-se ao vizinho,
     e a igreja, ditando todas as ações do homem, pautando o certo e o
     errado, clamava pecado de usura a cobrança de juros – entretanto, hoje
     em dia, pede-se dinheiro a um estranho, da mesma forma que surgiam
     bancos e outras instituições naquele passado em questão; portanto, a
     proibição da cobrança dos juros passou a ser vista como imprópria,
     afinal, atualmente diferenciamos os negócios da vida entre amigos e
     próximos, o que não fazia sentido no feudalismo. Além do quê, os juros
     propiciam “viver de juros”, o pecado mortal da preguiça conforme a
     igreja da época;


     Todavia, a igreja, espertinha, não dava importância àquilo que pregava:
     cobrava juros sem dó nem piedade! Em vista disso, mostrou-se
     maleável para ceder;

     A nascente classe-média, para expansão e investimentos em negócios,
     recorria a judeus ou comerciantes que passaram a fazer do dinheiro seu
     negócio (nascimento dos grandes banqueiros do período);

     Aos poucos a igreja foi cedendo à questão dos juros, explicitando uma
     exceção aqui, outra acolá, etc.;




Cap. V

     Ponto mais importante: a possibilidade de mudança na escala social,
     para o camponês, que estava preso numa camisa de força econômica (o
     sonho da loteria é a chave do capitalismo, quer dizer, a mera chance de
     algum dia subir $$$ hipnotiza as massas, conforme explicitado pelo prof.
     Jair);

     O crescimento do comércio, a introdução da economia monetária e
     expansão das cidades foram o ponto de partida para que ele, camponês,
     rompesse os laços;

     Inicia-se a separação da cidade e do campo: de um lado aqueles
     totalmente dedicados ao comércio, do outro, os que irão supri-los com
     alimentos;

     Como aumentar a produção para suprir a nova demanda por alimentos?
     1) inovando os métodos agrícolas e, principalmente, 2) estendendo a
     cultura, abrindo novas terras que ainda não haviam sido cultivadas – o
     camponês, então, mirava seus olhos nas terras ainda virgens;

     Por incrível que pareça, menos da metade das terras era cultivada na
     época feudal, portanto havia sobras, ainda que necessitassem de
trabalho duro para sua adequação (eram pântanos e florestas) – o
anseio pela liberdade fora seu combustível;

Camponeses também requisitaram terras não-aproveitadas pela igreja
ou por senhores feudais, sempre tomados pelo anseio de se livrarem
das taxas e adquirirem liberdade, ainda que pagassem dízimos (igreja)
por uma terra pantanosa;

Os senhores cresceram o olho nesse “lance lucrativo de deixar os caras
tomarem terras não-cultivadas”;

Os proprietários então começaram a ir atrás dos que queriam terras,
anunciando suas oportunidades;

Esse movimento tornou produtivos milhares e milhares de hectares
antes inúteis;

Agora, possuindo terras virgens (ainda que pagando por elas), o
camponês poderia fabricar sua própria sorte, livre de uma vida já escrita
em pedra;

Antes o camponês não tinha interesse em descobrir maneiras de
produzir mais, e qualquer excedente era tomado pelo senhor. Daqui em
diante ele terá todos os incentivos financeiros para produzir mais e mais
a fim de vender, graças ao mercado crescendo a passos largos (tudo
era vendido até esgotar!);

Os camponeses dos feudos, se não conseguissem aliviar a carga de
serviço pagando o senhor com lucro das vendas, ainda poderiam ir para
a cidade ou uma região não cultivada. Enfim, pela primeira vez tinham
opções;

O senhor também criou gosto pela grana e pela luxúria, portanto via com
bons olhos o dinheiro em suas mãos, a fim de comprar roupas e outros
produtos da “moda do oriente” na época;

Houve senhores retrógrados que bateram o pé antes de dar liberdade
aos servos. Entretanto, foi a danada da igreja a maior opositora contra a
emancipação;

A pressão pela liberdade econômica os fez ceder, ainda que houvesse
alguma luta;

Peste negra: morreu gente a rodo e isso contribuiu para o fator
liberdade;

Com a morte de tanta gente, maior valor seria atribuído aos serviços dos
que continuavam vivos – trabalhadores poderiam pedir mais por seu
trabalho;
Oferta de trabalho em baixa: camponês, agora, valia mais do que nunca;

      Dessa forma, qualquer aluguel de trabalhadores (em função da
      escassez dos mesmos) estava cada vez mais caro para os senhores;

      Tentaram forçar leis para conter a “inflação” do trabalhador: a marcha
      das forças econômicas falava mais alto;

      O camponês percebeu sua força e começou a pentelhar forte para
      concessões que nunca antes obtivera;

      No momento em que até mesmo os camponeses que pagavam dinheiro
      para ter liberdade em suas terras as arrendavam para outros,
      determinou-se o fim do período feudal em função da troca e venda livre
      da terra (como qualquer outra mercadoria).



Cap. VI

      Os artesãos, que antes dedicavam-se apenas a solucionar questões
      domésticas, agora empregavam suas habilidades ao proveito do
      comércio: padeiro, fabricante de velas, açougueiro, etc., rumaram à
      cidade a fim de abrir uma loja, sem que fosse necessário muito capital
      (sala de sua própria casa era oficina de trabalho);

      Começavam a contratar auxiliares para aumentar a produção, que
      seriam de dois tipos: ajudantes ou jornaleiros;

      Os aprendizes eram cedidos por familiares (pagamento em alimento ou
      dinheiro para iniciação) e moravam com o mestre para compreenderem
      os segredos da arte;

      Concluído o aprendizado, poderia abrir sua própria oficina ou continuar
      trabalhando com o mestre (ou outro mestre) na função de jornaleiro,
      recebendo salário;

      Artesãos dominavam a técnica, bem como as ferramentas e a matéria-
      prima e, dessa forma, na mesma linha dos comerciantes, formaram
      associações daqueles de mesmo ofício numa mesma cidade
      (corporação  cartel!);

      Ao contrário dos dias atuais, não havia distância entre empregador e
      empregado (viviam juntos, tinham as mesmas idéias e o empregado
      viraria empregador no futuro!), o que facilitou com que ambos fossem
      membros da mesmíssima corporação;

      Predominava a igualdade e os degraus da escala de ascensão estavam
      ao alcance de todos;
Era uma espécie de irmandade onde “se cuidavam”, mesmo em épocas
de doença ou outras fragilidades (aqui surgiu a aposentadoria!);

Fraternidade: ajudavam alguém atrasado a entregar a encomenda no
tempo certo;

Apesar disso tudo, o grande desejo por trás da suposta caridade era o
monopólio dos serviços na cidade;

Somente membros da corporação poderiam exercer a atividade, com
autorização expressa;

A própria igreja feudal, toda-poderosa, teve que se curvar aos
regulamentos das corporações, tal o poder que exerciam!

Não permitiam nenhum estrangeiro na parada, e rolaria pancada se
fosse o caso;

Para regular “patentes” (que ainda não existiam), criavam diretrizes
ameaçando de morte quem levasse inovações para fora da cidade;

Até mesmo o marketing era proibido para que alguém atraísse mais
clientes do que o vizinho (ex: dar vinho para clientes enquanto compram
pão);

Para sustentarem o monopólio, preocupavam-se em demasia com a
qualidade dos produtos e do trabalho de seus associados
(supervisionavam até o material – afinal, a honra da corporação não
seria manchada!);

Na mentalidade feudal, ninguém pensava em “obter mais vantagem que
o outro” numa troca comercial, portanto, no início das corporações, a
política do JUSTO PREÇO foi implantada para proteger o público,
derivada do antigo conceito de que usura é pecado;

A própria população levava ao pelourinho aqueles (grupos) que não
praticavam o Justo Preço, bem como as autoridades tinham autonomia
para tanto, ou seja, as corporações não eram as únicas a garantir essa
política;

Todavia, a produção em larga escala, bem como fenômenos sazonais
(pragas), alteravam o valor do Justo Preço e acabava por desvincular tal
paradigma da realidade para o nascimento do Preço de Mercado (ex:
preço maior num ano de má colheita era visto como legítimo para o
camponês vendedor);

Justo Preço apenas funcionava em mercados pequenos, locais e
estáveis;
Nas feiras ocorria a intervenção de vendedores de uma área maior,
abalando a estabilidade local  condições com muitas variáveis não
viabilizam noção exata de preço (mais um motivo pra afundar o conceito
de Justo Preço);

Os dias áureos das Corporações sobreviveram apenas até o séc. XIV;

O início do declínio: mestres mais habilidosos começaram a enxergar
com desdenho seus irmãos menos afortunados e iniciaram suas
próprias corporações, visando maior parcela de poder;

Houve hierarquia entre corporações, onde as superiores, inclusive,
assalariavam mestres das inferiores;

Corporações mais poderosas e ricas exerciam maior influência (eram
confundidas com as autoridades locais) e deixaram de permitir acesso
de “subalternos” a cargos superiores;

“Coronelismo” dos chefes das grandes corporações tornou-se comum;

Um dos motivos para a modificação da Corporação, tal como era em seu
surgimento, foi o fato de que o grande número de pessoas chegando
nas cidades fez os mestres temerem a perda do monopólio e, portanto,
começaram a impedir que “qualquer um” passasse de jornaleiro a
mestre;

Os jornaleiros excluídos formaram suas próprias associações para o
monopólio do TRABALHO (ex: proibido contratar trabalhador de fora
enquanto houver um trabalhador local disponível), iniciando assim um
conceito vago de sindicato;

Lutavam também por melhores salários, iniciando conflitos com os
patrões e leis/regulamentos para impedir esse movimento;

Como já citado, a Peste Negra “bombou” o valor do trabalho, estimulou
os “sindicatos” e, portanto, os conflitos acerca dos salários;

As Leis anti-aumento do salário não tiveram êxito: aprisionar
trabalhadores que recebiam mais apenas valorizava ainda mais os
restantes;

A posição dos jornaleiros era até confortável em comparação àqueles
que não tinham nenhum tipo de associação (nenhum direito mediante
qualquer corporação), pois estes últimos eram explorados de todas as
formas pelos industriais ricos. Havia extremos nas cidades, como em
Florença, que mesmo nos seus grandes dias contava 20.000 mendigos;
As lutas de classe emergiram (séc. XIV), pois os frutos da vitória contra
os senhores feudais não foi dividido com a parcela pobre da população
(para os excluídos, apenas o senhor mudou, e todo o resto continuou a
mesma tragédia);

Houve revoltas, desordem, tensão, as corporações começaram a decair,
o poder das cidades enfraqueceu.

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Resumo a história da riqueza do homem

  • 1. A HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM - Leo Huberman Cap. I Há três classes na sociedade feudal: sacerdotes, guerreiros e trabalhadores; De maneira geral, os senhores feudais possuíam centenas de feudos, e geralmente 1/3 era domínio do senhor: o resto, dos arrendatários (camponeses, aldeões, vilãos – servos!); Os arrendatários trabalhavam suas terras bem como as do senhor, que eram prioridade; Camponês reparava pontes, pagava para usar os instrumentos do senhor e estava abarrotado de imposições (pagava taxa até para herdar arrendamento do irmão!); Servo era inerente à terra, não podendo ser vendido como escravo (trazia alguma segurança ao coitado); Vilãos possuíam certos privilégios pessoais e econômicos, trabalhando menos e com menos deveres – e suas funções eram bem específicas, ao contrário do camponês, “pau pra toda obra”. Alguns pagavam com o dinheiro pelo uso da terra, similarmente aos meeiros de hoje, e serão importantes no estudo posterior. Entre eles, certos grupos chegaram a ser proprietários independentes, tendo como encargo simples taxas ao senhor, usufruindo de seus próprios arrendamentos; O costume do feudo era a LEI local; O senhor tinha obrigações para com o servo. Por exemplo, protegê-lo em caso de guerra; A estrutura era uma enorme hierarquia de arrendamentos de terra (rei arrendou terra ao duque, que arrendou ao conde, que arrendou ao...), cada um com poucos ou vários feudos; Há casos em que o senhor, desrespeitando costumes, explicava-se a seu próprio senhor direto, ou seja, nem todo senhor tinha total autonomia; Terra era fonte de tudo e medição de riqueza: eis o motivo de tantas guerras; Guerras eram vencidas contratando guerreiros e arrendando terras pelos serviços: estes tornavam-se vassalos sob a obrigação de organizar serviços militares em número específico de dias;
  • 2. Vassalo também pagava taxas ao seu senhor imediato, e tinha obrigações: viúvas casariam ou permaneceriam viúvas sob consentimento ou pagamento de multa, filho de senhor direto sagrando- se cavaleiro teria as festividades pagas pelos vassalos, senhor refém teria o resgate pago por vassalos, etc.; A igreja era parte e membro do sistema feudal – maior, mas antiga e duradoura que qualquer coroa (maior proprietária de terras do período feudal); Bispos e abades = condes e duques (agiam da mesma maneira para arrendar terras); Nos feudos da igreja havia dízimo para TUDO: ela era pior que os nobres para com seus servos! E ainda por cima cobrava recursos dos nobres antes de usar o dela própria. Cap. II Todo o capital da época era estático, imóvel, improdutivo – não havia saída para o capital; Nada era comprado: cada aldeia feudal era auto-suficiente, e o servo cultivava o alimento e fabricava a mobília necessária; Havia alguma transação, isto é, intercâmbio entre mercadorias (ex: quem precisava de lã a conseguia trocando com vinho, etc.); O mercado semanal, nas proximidades, era a troca do excedente dos servos, porém altamente controlado por senhores e bispos; Não era intenso em movimento e trocas, e as estradas para o local eram péssimas, cheias de saqueadores ou taxas de senhores; A variação entre moedas e pesos atrapalhava e, somando os problemas, pouca gente participava do mercado; Mesmo assim, foi se intensificando a passos largos a partir do séc. XI; As Cruzadas rejuvenesceram o comércio! Mercadores acompanhavam os guerreiros para prover-lhes com o que fosse necessário, bem como eles retornavam com o gosto pelas comidas e roupas requintadas que experimentaram, criando mercado para tais produtos; A população também aumentou, e o excedente via nas cruzadas a chance de melhorar de vida;
  • 3. Veneza, Gênova e Pisa eram cidades comerciais, notadamente Veneza, onde suas ruas eram canais e a população se locomovia em barcos – as especiarias eram transportadas de lá para a Europa; As cruzadas espalharam todas as classes pelo continente, junto aos comerciantes, os quais despertaram a ânsia por especiarias, tirando a Europa do sono feudal, tomando a rota do mediterrâneo das mãos dos muçulmanos; O comércio também se intensificou ao norte (Liga Hanseática), estabelecendo contato com o mundo russo-escandinavo bem como Veneza constituía o elo da Europa com o Oriente; Um ponto de encontro chocou o norte com o sul para troca das mercadorias dos dois mundos: planície de Champagne, nos Alpes; Começaram a surgir pedidos de permissão ao Rei para estabelecimento de Feiras, as quais eram imensamente maiores e diversificadas comparadas aos “mercadinhos” anteriores ao boom das cruzadas; A feira era o centro distribuidor dos grandes mercadores, que se diferenciavam do artesão ou do revendedor local, tratando de produtos do norte e do sul, do ocidente e do oriente; Começavam a surgir privilégios para os estrangeiros comerciarem em determinados locais, nas feiras (Champagne); Qual a vantagem para os senhores estimularem isso? Taxas, que até eram razoáveis para os mercadores; Os dias finais das feiras eram consagrados a negócios em dinheiro, movimentando um incipiente sistema financeiro; A profissão dos banqueiros surgiu a partir desses negócios em dinheiro, e tomou amplo espectro; Cap. III Um dos efeitos mais importantes do florescer do comércio foi o crescimento das cidades; Cidades, antes, eram centros militares e judiciários; O crescimento começou nas cidades da Itália e Holanda;
  • 4. A visão do senhor feudal acerca das imposições era arcaica, e deveria ser diferente nas cidades, onde a atmosfera era de liberdade – conflitos eram iminentes; Comerciantes então aprenderam a se unir contra injustiças (saqueadores, piratas, etc.): Construíram associações – corporações ou ligas – para ultrapassar as restrições feudais; Detestavam a questão dos arrendamentos que não permitia que usassem a terra a fim de hipotecar suas propriedades ou tomar outras ações autônomas; Começaram a achar o sistema judicial dos feudos por demais inadequado (o Juiz, sr. Feudal, nada sabia de letras de crédito, hipotecas, etc.), almejavam criar suas próprias legislações; Às vezes, senhores feudais calhavam de vender, pouco a pouco, direitos aos cidadãos, e assim algumas cidades tornavam-se independentes; Entretanto, muitas cidades só conquistaram liberdade com violência; Chegou a uma situação de diversos níveis de liberdade entre cidades – seja como for, os habitantes lutavam pelo mínimo documento a fim de comprovar certo distanciamento dos senhores feudais; Em demasiada luta por atenuação de impostos e taxas, mercadores saíram na frente e difundiam todo tipo de privilégios às suas associações e sociedades; Monopólios foram instaurados, inclusive contra mercadores estrangeiros; Constituindo o grupo mais importante das cidades, os mercadores opinavam até nos “funcionários públicos”, viabilizando sua influência junto às autoridades; Liga Hanseática: monopolizava o comércio do Norte da Europa com o resto do mundo: as associações muitas vezes ultrapassavam o limite de uma única cidade, alcançando regiões distantes, tal como essa liga, que possuía postos de comércio (fortalezas) e armazéns espalhados da Holanda à Rússia – constituiu um Estado em si, tendo navios de guerra, suas próprias leis, etc. Cap. IV Tratava-se de uma fase em que os juros foram considerados CRIME;
  • 5. Por que juros era pecado? Naquele período, emprestava-se ao vizinho, e a igreja, ditando todas as ações do homem, pautando o certo e o errado, clamava pecado de usura a cobrança de juros – entretanto, hoje em dia, pede-se dinheiro a um estranho, da mesma forma que surgiam bancos e outras instituições naquele passado em questão; portanto, a proibição da cobrança dos juros passou a ser vista como imprópria, afinal, atualmente diferenciamos os negócios da vida entre amigos e próximos, o que não fazia sentido no feudalismo. Além do quê, os juros propiciam “viver de juros”, o pecado mortal da preguiça conforme a igreja da época; Todavia, a igreja, espertinha, não dava importância àquilo que pregava: cobrava juros sem dó nem piedade! Em vista disso, mostrou-se maleável para ceder; A nascente classe-média, para expansão e investimentos em negócios, recorria a judeus ou comerciantes que passaram a fazer do dinheiro seu negócio (nascimento dos grandes banqueiros do período); Aos poucos a igreja foi cedendo à questão dos juros, explicitando uma exceção aqui, outra acolá, etc.; Cap. V Ponto mais importante: a possibilidade de mudança na escala social, para o camponês, que estava preso numa camisa de força econômica (o sonho da loteria é a chave do capitalismo, quer dizer, a mera chance de algum dia subir $$$ hipnotiza as massas, conforme explicitado pelo prof. Jair); O crescimento do comércio, a introdução da economia monetária e expansão das cidades foram o ponto de partida para que ele, camponês, rompesse os laços; Inicia-se a separação da cidade e do campo: de um lado aqueles totalmente dedicados ao comércio, do outro, os que irão supri-los com alimentos; Como aumentar a produção para suprir a nova demanda por alimentos? 1) inovando os métodos agrícolas e, principalmente, 2) estendendo a cultura, abrindo novas terras que ainda não haviam sido cultivadas – o camponês, então, mirava seus olhos nas terras ainda virgens; Por incrível que pareça, menos da metade das terras era cultivada na época feudal, portanto havia sobras, ainda que necessitassem de
  • 6. trabalho duro para sua adequação (eram pântanos e florestas) – o anseio pela liberdade fora seu combustível; Camponeses também requisitaram terras não-aproveitadas pela igreja ou por senhores feudais, sempre tomados pelo anseio de se livrarem das taxas e adquirirem liberdade, ainda que pagassem dízimos (igreja) por uma terra pantanosa; Os senhores cresceram o olho nesse “lance lucrativo de deixar os caras tomarem terras não-cultivadas”; Os proprietários então começaram a ir atrás dos que queriam terras, anunciando suas oportunidades; Esse movimento tornou produtivos milhares e milhares de hectares antes inúteis; Agora, possuindo terras virgens (ainda que pagando por elas), o camponês poderia fabricar sua própria sorte, livre de uma vida já escrita em pedra; Antes o camponês não tinha interesse em descobrir maneiras de produzir mais, e qualquer excedente era tomado pelo senhor. Daqui em diante ele terá todos os incentivos financeiros para produzir mais e mais a fim de vender, graças ao mercado crescendo a passos largos (tudo era vendido até esgotar!); Os camponeses dos feudos, se não conseguissem aliviar a carga de serviço pagando o senhor com lucro das vendas, ainda poderiam ir para a cidade ou uma região não cultivada. Enfim, pela primeira vez tinham opções; O senhor também criou gosto pela grana e pela luxúria, portanto via com bons olhos o dinheiro em suas mãos, a fim de comprar roupas e outros produtos da “moda do oriente” na época; Houve senhores retrógrados que bateram o pé antes de dar liberdade aos servos. Entretanto, foi a danada da igreja a maior opositora contra a emancipação; A pressão pela liberdade econômica os fez ceder, ainda que houvesse alguma luta; Peste negra: morreu gente a rodo e isso contribuiu para o fator liberdade; Com a morte de tanta gente, maior valor seria atribuído aos serviços dos que continuavam vivos – trabalhadores poderiam pedir mais por seu trabalho;
  • 7. Oferta de trabalho em baixa: camponês, agora, valia mais do que nunca; Dessa forma, qualquer aluguel de trabalhadores (em função da escassez dos mesmos) estava cada vez mais caro para os senhores; Tentaram forçar leis para conter a “inflação” do trabalhador: a marcha das forças econômicas falava mais alto; O camponês percebeu sua força e começou a pentelhar forte para concessões que nunca antes obtivera; No momento em que até mesmo os camponeses que pagavam dinheiro para ter liberdade em suas terras as arrendavam para outros, determinou-se o fim do período feudal em função da troca e venda livre da terra (como qualquer outra mercadoria). Cap. VI Os artesãos, que antes dedicavam-se apenas a solucionar questões domésticas, agora empregavam suas habilidades ao proveito do comércio: padeiro, fabricante de velas, açougueiro, etc., rumaram à cidade a fim de abrir uma loja, sem que fosse necessário muito capital (sala de sua própria casa era oficina de trabalho); Começavam a contratar auxiliares para aumentar a produção, que seriam de dois tipos: ajudantes ou jornaleiros; Os aprendizes eram cedidos por familiares (pagamento em alimento ou dinheiro para iniciação) e moravam com o mestre para compreenderem os segredos da arte; Concluído o aprendizado, poderia abrir sua própria oficina ou continuar trabalhando com o mestre (ou outro mestre) na função de jornaleiro, recebendo salário; Artesãos dominavam a técnica, bem como as ferramentas e a matéria- prima e, dessa forma, na mesma linha dos comerciantes, formaram associações daqueles de mesmo ofício numa mesma cidade (corporação  cartel!); Ao contrário dos dias atuais, não havia distância entre empregador e empregado (viviam juntos, tinham as mesmas idéias e o empregado viraria empregador no futuro!), o que facilitou com que ambos fossem membros da mesmíssima corporação; Predominava a igualdade e os degraus da escala de ascensão estavam ao alcance de todos;
  • 8. Era uma espécie de irmandade onde “se cuidavam”, mesmo em épocas de doença ou outras fragilidades (aqui surgiu a aposentadoria!); Fraternidade: ajudavam alguém atrasado a entregar a encomenda no tempo certo; Apesar disso tudo, o grande desejo por trás da suposta caridade era o monopólio dos serviços na cidade; Somente membros da corporação poderiam exercer a atividade, com autorização expressa; A própria igreja feudal, toda-poderosa, teve que se curvar aos regulamentos das corporações, tal o poder que exerciam! Não permitiam nenhum estrangeiro na parada, e rolaria pancada se fosse o caso; Para regular “patentes” (que ainda não existiam), criavam diretrizes ameaçando de morte quem levasse inovações para fora da cidade; Até mesmo o marketing era proibido para que alguém atraísse mais clientes do que o vizinho (ex: dar vinho para clientes enquanto compram pão); Para sustentarem o monopólio, preocupavam-se em demasia com a qualidade dos produtos e do trabalho de seus associados (supervisionavam até o material – afinal, a honra da corporação não seria manchada!); Na mentalidade feudal, ninguém pensava em “obter mais vantagem que o outro” numa troca comercial, portanto, no início das corporações, a política do JUSTO PREÇO foi implantada para proteger o público, derivada do antigo conceito de que usura é pecado; A própria população levava ao pelourinho aqueles (grupos) que não praticavam o Justo Preço, bem como as autoridades tinham autonomia para tanto, ou seja, as corporações não eram as únicas a garantir essa política; Todavia, a produção em larga escala, bem como fenômenos sazonais (pragas), alteravam o valor do Justo Preço e acabava por desvincular tal paradigma da realidade para o nascimento do Preço de Mercado (ex: preço maior num ano de má colheita era visto como legítimo para o camponês vendedor); Justo Preço apenas funcionava em mercados pequenos, locais e estáveis;
  • 9. Nas feiras ocorria a intervenção de vendedores de uma área maior, abalando a estabilidade local  condições com muitas variáveis não viabilizam noção exata de preço (mais um motivo pra afundar o conceito de Justo Preço); Os dias áureos das Corporações sobreviveram apenas até o séc. XIV; O início do declínio: mestres mais habilidosos começaram a enxergar com desdenho seus irmãos menos afortunados e iniciaram suas próprias corporações, visando maior parcela de poder; Houve hierarquia entre corporações, onde as superiores, inclusive, assalariavam mestres das inferiores; Corporações mais poderosas e ricas exerciam maior influência (eram confundidas com as autoridades locais) e deixaram de permitir acesso de “subalternos” a cargos superiores; “Coronelismo” dos chefes das grandes corporações tornou-se comum; Um dos motivos para a modificação da Corporação, tal como era em seu surgimento, foi o fato de que o grande número de pessoas chegando nas cidades fez os mestres temerem a perda do monopólio e, portanto, começaram a impedir que “qualquer um” passasse de jornaleiro a mestre; Os jornaleiros excluídos formaram suas próprias associações para o monopólio do TRABALHO (ex: proibido contratar trabalhador de fora enquanto houver um trabalhador local disponível), iniciando assim um conceito vago de sindicato; Lutavam também por melhores salários, iniciando conflitos com os patrões e leis/regulamentos para impedir esse movimento; Como já citado, a Peste Negra “bombou” o valor do trabalho, estimulou os “sindicatos” e, portanto, os conflitos acerca dos salários; As Leis anti-aumento do salário não tiveram êxito: aprisionar trabalhadores que recebiam mais apenas valorizava ainda mais os restantes; A posição dos jornaleiros era até confortável em comparação àqueles que não tinham nenhum tipo de associação (nenhum direito mediante qualquer corporação), pois estes últimos eram explorados de todas as formas pelos industriais ricos. Havia extremos nas cidades, como em Florença, que mesmo nos seus grandes dias contava 20.000 mendigos;
  • 10. As lutas de classe emergiram (séc. XIV), pois os frutos da vitória contra os senhores feudais não foi dividido com a parcela pobre da população (para os excluídos, apenas o senhor mudou, e todo o resto continuou a mesma tragédia); Houve revoltas, desordem, tensão, as corporações começaram a decair, o poder das cidades enfraqueceu.