O documento descreve o uso da tecnologia da informação pelo movimento Ocupa Sampa em São Paulo em 2011, incluindo o uso das redes sociais para organizar protestos e transmitir eventos ao vivo. Também discute como as redes sociais podem limitar a participação devido à falta de inclusão digital.
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
Seminário - Acampa Sampa / Ocupa Sampa
1. SEMINÁRIO
Sociedade Civil
ALUNO: Rene Jose Rodrigues Fernandes
DISCIPLINA: Tecnologia da Informação e Desenvolvimento
PROFESSORES: Marlei Pozzebon e Eduardo Diniz
SEMESTRE/ANO: 1º/2015
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2. Processo de Pesquisa
● Ferramentas de busca e resultados:
● Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD);
● Banco de Teses (Capes)
● Repositório FGV
● Google Acadêmico
● Anais da ANPOCS - GT Ciberpolítica, ciberativismo e cibercultura
● Maior parte dos resultados no trata de participação
popular com o uso da tecnologia da informação.
Estudos extensivos sobre a Rede Nossa São Paulo, por
exemplo.
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3. Artigo Selecionado
Cibercultura, apropriação do espaço público e os usos da
cultura digital: o caso do Ocupa Sampa, os Indignados de
São Paulo
• Autora: Rita de Cássia Alves Oliveira - PUC-SP
• Uma etnografia que visa analisar as relações online e
offline do movimento Acampa Sampa / Ocupa Sampa, no
qual aproximadamente 600 jovens estiveram acampados
primeiro no Vale do Anhangabaú e depois na Praça do
Ciclista, em São Paulo.
• Foram usadas experiências vividas, entrevista e análise
de páginas do Facebook
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4. Antecedentes do Ocupa
● Chamamento global, via Facebook e Twitter, a partir dos
movimentos de Wall Street e da Espanha.
● Formação de agenda nacional: não obstante o crescimento
econômico e social que vivia o Brasil no final dos anos
2000, havia uma indignação com a prestação de alguns
serviços públicos, corrupção, com a violência policial,
violencia à mulher, com a forma de ocupação da cidade,
gentrificadora, moradia, legalização da maconha, etc.
● Movimentos precursores:
● O Movimento Passe Livre
● A Marchas da Maconha
● A Marcha das Vadias
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6. Uso da TI no "Chamamento"
● Os computadores, dispositivos móveis de comunicação
e as redes sociais online compõem o centro da
sociabilidade dos jovens:
“a tecnologia passou a pautar a vida juvenil com forte ênfase
na sociabilidade, mas ampliou-se também o uso político da
tecnologia: o emergente ciberativismo passou a organizar
algumas ações juvenis, como por exemplo, as discussões
sobre o uso do espaço urbano e as atividades colaborativas
em prol de softwares abertos, internet livre e
compartilhamento de arquivos gratuitos. A visibilidade das
culturas juvenis das periferias das grandes cidades foi
ampliada, reconfigurando o espaço social por meio da
produção cultural desses jovens”. (Borelli, Lara, Oliveira,
Rangel & Rocha, 2010: 312)
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7. Uso da TI no "Chamamento"
● Jovens como agentes e sujeitos que atuam de forma a
moldar estruturas sociais. São simultaneamente
consumidores/receptores e produtores/emissores de
idéias, sentidos, estéticas, formas e conteúdos.
● A redes sociais digitais são, atualmente, expressões
das redes sociais offline e, mais que isso, expressão de
sua complexificação (Recuero, 2009).
● Desta forma, os anseios por ocupação do espaço
público, de ressignificação da democracia, etc. passam
a tomar o palco digital.
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9. Uso da TI no Anhangabaú
● Geradores de energia; Computadores; Internet 3G;
Câmeras fotográficas e de vídeo; Microfones e
megafones; etc.
● Transmissão de eventos educativos e festivos, de
assembleias abertas, de oficinas de arte e aulas
públicas, a maioria exibidas online e ao vivo.
● Proteção dos participantes em relação à Polícia e GCM.
● Comunicação com outros movimentos.
● Publicação nas redes sociais e pedidos de comida e
outras necessidades.
● Facebook "versus" RiseUp
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10. Uso da TI como limitadora
● Em 2011 a cidade não tinha rede pública de internet, então
precisaram montar um infra-estrutura própria.
● As “redes sociais” não se comunicavam com muitos estratos
da população. Ideias de incluir classes como trabalhadores
ambulantes urbanos, pessoas da periferia, etc. se perderam
pela falta de inclusão digital, na análise dos entrevistados.
● “It’s notable that even in the period preceding the Occupy
events, nearly 30% of these individuals’ targeted retweeting
activity and almost a quarter of their mentioning were
originated from or were directed to other Occupy users,
suggesting that the movement elicited engagement from an
already tightly interconnected community of users, rather
than uniting disparate social groups behind a common
cause (CONOVER et al, 2013)”.
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11. Conclusões do artigo
● Esses mesmos jovens protagonizaram o início das
gigantescas manifestações que tomaram conta do
Brasil em junho; as Jornadas de Junho, como ficou
conhecido movimento contrário ao aumento do
transporte público, posteriormente diversificou-se em
outras pautas e contou com manifestações
multitudinárias em todo país;
● O Ocupa Sampa pode ser considerado, assim, uma
espécie de laboratório de novas práticas sociais e
políticas e uso intenso das mídias digitais possibilitou a
ampliação da participação e a inclusão de novos
sujeitos no debate político.
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12. Manuel Castells (Folha)
● A internet é um instrumento de comunicação livre,
portanto causa curto circuito às instituições e ao
poder do dinheiro.
● O movimento Occupy não mudou isso (as regras de
poder), mas fez com que mudasse a consciência dos
EUA sobre a desigualdade social, que o americano
médio não sabia que era tão importante.
● O Occupy é responsável por conscientizar os norte-
americanos sobre a desigualdade social e desconstruir
a ideia do "sonho americano", de que você pode chegar
onde quiser se for empreendedor e trabalhar.
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13. Castells x Artigo “Occupy…”
● “Along these lines, however, Occupy users remain
barely changed, exhibiting a slight increase in
attention paid to domestic politics and a slight
decrease in attention paid to foreign social
movements (CONOVER et al, 2013)”.
● “These findings should not be taken to suggest that
the Occupy movement itself has failed, as an
argument can be made that the movement played a
role in increasing the prominence of social and
economic inequality in the public discourse
(CONOVER et al, 2013)”.
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14. Referências
● Simpatia do brasileiro é um mito, diz sociólogo Manuel
Castells [http://www1.folha.uol.com.br/poder/
2015/05/1630173-internet-so-evidencia-violencia-social-
brasileira-afirma-sociologo-espanhol.shtml?
cmpid=comptw]
● OLIVEIRA, R. C. A. Cibercultura, apropriação do espaço
público e os usos da cultura digital: o caso do Ocupa
Sampa, os Indignados de São Paulo. ANPOCS 2014.
● CONOVER, M. D., FERRARA, E., MENCZER, F.,
FLAMMINI, A. The Digital Evolution of Occupy Wall
Street. PLoS ONE 8(5): e64679. doi:10.1371/
journal.pone.0064679. 2013
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