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O Materialista Convertido

por Renato Lacerda

Era uma vez um religioso famoso pelo grande número de almas por ele arrebanhadas, mas que
sentia-se particularmente infeliz por causa de seu mais atroz oponente, um materialista
igualmente famoso em seu militante ceticismo por tudo que cheirasse a fé e religião. Chegaram
a travar debates na mídia, mas o infiel parecia mesmo completamente opaco à graça divina e
jamais deixou de perspicazmente refutar todos os juízos e admoestações do religioso.

Devido ao crescente número de almas vitimadas pelo excepcional poder argumentativo do
materialista, o religioso orou a Deus, rogando que Ele convertesse o coração daquele infeliz,
assim terminando de vez com seus malefícios. Intuitivamente ouviu Deus responder-lhe que não
podia forçar o materialista a acreditar no que não queria, pois isto violaria seu livre-arbítrio. O
religioso reconheceu isto, mas retrucou que seria incapaz de evitar que muito mais almas logo
perdessem a fé devido àquela pérfida influência. Deus respondeu que jamais perderiam a fé se
simplesmente utilizassem o mesmo livre-arbítrio para decidirem continuar dando valor à intuição
espiritual em seus corações, acima de qualquer dúvida racional. O religioso também admitiu isto,
mas finalmente confessou que sentia-se desmoralizado perante os fiéis e perguntou se Deus
não poderia produzir um pequeno milagre, o qual, sendo previsto, poderia ao menos minar a
confiança do materialista. Deus respondeu que, por sua perseverança na fé, acataria o pedido
do religioso, mas que esta concessão serviria sobretudo para demonstrar sua inutilidade. O
religioso aceitou pois ao menos reforçaria a fé dos que já acreditam. Então Deus declarou que
cairia um raio do nada, onde quer que o fiel religioso estivesse exatamente às dez horas da
manhã do dia seguinte.

Aliviado e exultante, o devoto desafiou o materialista que ficasse com ele nesta hora para
testemunhar um raio vindo de Deus. O materialista aceitou e muitos juntaram-se a eles para o
"evento". O dia estava límpido, sem uma nuvenzinha sequer e, às dez em ponto, bem diante da
platéia, ao ar livre, um raio grosso e brilhante rasgou no céu, ouvindo-se um trovão poucos
segundos após. Gritaria e aplausos. Mas o materialista não se impressionou nem um pouco,
parecendo já ter uma resposta preparada para a improvável eventualidade. Disse que, em
primeiro lugar, não era impossível que cargas suficientemente fortes pudessem raramente
formar-se na atmosfera sem a presença de nuvens visíveis; e, em segundo lugar, que adivinhar
o momento da descarga elétrica tanto poderia ser uma coincidência casual - improvável, mas
nem por isto impossível - como poderia advir daqueles sinais naturais, sutis mas sempre
existentes, que índios já tinham demonstrado perceber, e que o religioso poderia ter tornado a si
mesmo apto a perceber para fazer previsões meteorológicas.

O religioso ficou pasmo e protestou quanto à absurda improbabilidade daquelas explicações. O
materialista simplesmente replicou que, no caso, a improbabilidade de ser um milagre era
muitíssimo maior. A platéia ficou murmurando, evidentemente observando que o materialista
tinha lá a sua razão. O religioso, vendo-se derrotado mais uma vez, levantou os olhos ao céu,
contrito e reconhecendo a lição que Deus assim lhe proporcionava, mas neste momento ouviu
intuitivamente que a Lua se moveria num quadrado, às nove horas da noite.

Sentiu até dificulade de acreditar, mas a ousadia era seu último recurso e comunicou a todos a
fantástica previsão. Uma imensa multidão acompanhou o religioso e o materialista ao lugar
combinado, à noite. E exatamente às 21:00:00, sob a mira de todos os olhares, câmeras e
instrumentos, a Lua em quarto crescente começou a mover-se para baixo, depois para a direita,
depois subiu, depois para a esquerda e então retornou à posição original. Silêncio geral. Aquele
era um momento de solene importância e que marcaria para sempre a história da humanidade.
Aos poucos cresceu um imenso clamor. Risos e lágrimas escorriam na maioria dos rostos.
O materialista veio (com compreensível lentidão) aos microfones e disse: - Tudo bem, reconheço
que vi o que todos viram. Mas em que acham mais razoável acreditar? Que houve um milagre,
ou que foi algum truque? Como podemos saber se este indivíduo não está sendo ajudado por
um grande mágico, tendo investido milhões na produção deste incrível espetáculo? Sabemos o
que ele tem a ganhar. Sabemos muito bem como truques de vulto parecem mesmo
sobrenaturais - mas, são apenas truques! Ou, ainda que tenha realmente ocorrido alguma
anomalia astronômica, por que já ir pensando que foi milagrosa, se pode tratar-se mesmo de
uma simples anomalia - bem estranha, é verdade - mas que pode ser inteiramente explicável
cientificamente? Os dados foram coletados. A ciência os estudará e provavelmente não
verificaremos qualquer alteração gravitacional, ou que indique uma real anomalia. Mas, ao
descobrirmos o que houve realmente - caso não tenha sido mera trucagem - é racionalmente
evidente que terá sido algum fenômeno de origem natural, e não sobrenatural! E ainda que a
ciência não esclareça este fenômeno a curto ou médio prazo, acreditar que o mesmo tenha sido
um milagre poderá ter como fundamento algo mais que a mera vontade de que seja um milagre?
Ora, porque acreditar que qualquer acontecimento materialmente observável tenha origem não-
material? E ainda que outros fenômenos estranhos venham a ocorrer, incluindo o fato de serem
previstos por este homem - e ainda que não encontremos explicações imediatas para os
mesmos - minha inteligência se recusará recorrer a explicações absurdas, porque jamais será
necessário recorrer a explicações transcendentais para explicar o desconhecido. Está cada vez
mais evidenciado que esta necessidade vem apenas do medo infantil e da ignorância primitiva,
que por milênios vem se impregnando nas diversas culturas humanas!

O devoto caiu de joelhos, chorando copiosamente. Desta vez levantou suas mãos aos céus e
pediu perdão a Deus, pois agora entendia claramente que não adiantava querer forçar o livre-
arbítrio, o qual sempre foi prova de que Deus dá absoluta liberdade para cada um de acreditar
apenas no que quer, não importando até que provas materiais miraculosas fossem divinamente
providenciadas.

E neste momento, vendo Deus que seu devoto havia compreendido a lição, declarou-lhe que
agora ofereceria a prova total para o materialista, mas que seria apenas para ele, que
dependeria da vontade dele, e que assim ele precisaria expressar previamente sua aceitação. O
religioso levantou-se cambaleante, lavado de lágrimas, e foi aos microfones. Com a voz
embargada, quase ridícula, comunicou o que Deus havia acabado de oferecer e qual era a única
condição. O materialista riu-se diante das câmeras, aproximou-se do religioso e inclinou-se aos
microfones, declarando em tom de escárnio: - Cuidado, meu amigo, porque depois dessa você
pode ficar insano e precisar de ser internado. Se você insiste em tornar sua situação no mínimo
ainda mais ridícula, diga ao seu deus imaginário que tanto aceito a oferta como já estou pronto!

E naquele mesmo instante o materialista adquiriu um brilho fortíssimo e desapareceu.

Pela reação do religioso e do público, o materialista percebeu que ele estava invisível para eles.
Espantou-se, claro, mas pensou poder estar apenas sofrendo uma alucinação. Quis por a mão
no religioso para ver se haveria algum contato, mas neste momento notou uma presença
luminosa perto de si, uma luz instantaneamente esclarecedora e vivificante, e que assim
obviamente indicava tratar-se da presença de Deus. O materialista olhou e viu um ser tão lindo e
perfeito que começou a chorar de louvor e graças, porque todas a suas dúvidas e buscas haviam
finalmente terminado. Este ser passaria, doravante, a ser o único objeto de toda a sua atenção e
amor. Mesmo que Ele desaparecesse imediatamente, para sempre dedicaria todo seu empenho
em anunciar que Deus é a realidade última, sublime, o único objeto de todos os nossos anseios,
pois é somente Nele que podemos viver o perfeito prazer, a perfeita riqueza, a perfeita liberdade.

De fato, entendeu também que, ao aparecer para ele, Deus teria violado inteiramente seu livre-
arbítrio, já que antes não tivera a menor vontade de conhecê-Lo, muito pelo contrário. Porém,
tendo aceitado qualquer prova indefinida, isto não estava excluído. Normalmente, mesmo para
alguém que tivesse fé, este aparecimento de Deus apenas seria possível caso Ele fosse o único
objetivo consciente da vida dessa pessoa, assim perfeitamente santa. Mas agora, pela graça
concedida ao religioso, ele também era infinitamente agraciado.

Querendo assim aproveitar ao máximo aquela visão, observou que Deus tinha forma humana,
maravilhosamente fantástica, mas ainda assim humana. Imediatamente entendeu que esta era
uma impressão falsa; que, na verdade Deus não tem forma humana, mas que o homem, sim, é
que tem Forma Divina. Entendeu que aquele não era um corpo material, composto de partes,
mas sim um corpo inteiramente espiritual, uno como a trindade divina e expressão máxima da
inteligência e da beleza, das quais o corpo humano comum era apenas uma imagem
tridimensional e limitada, temporal e corruptível. A devoção que este Ser lhe despertou cresceu
ainda mais ao entender ainda mais profundamente que Ele não lhe retirara a liberdade de de sua
vontade, ou seja, seu livre-arbítrio; que não o compelia a acreditar através do maravilhamento,
mas que apenas lhe mostrava a verdade, sendo que ele permanecia inteiramente livre para
decidir. Porém, claro que agora decidia-se resolutamente por Deus, porque negá-lo passou a
significar a mais terrível loucura possível: a de não querer usufruir da liberdade absoluta.

A seguir, lembrando-se da Lua e de como deveria ter sido fácil para aquele Ser movimentá-la,
ele foi imediatamente elevado, indo em direção a ela (Lua). Conforme elevou-se, imediatamente
observou que o espaço relativizou-se integralmente ao seu movimento, de um modo agora
evidente, mas que antes lhe seria impossível conceber. Os confins do infinito simplesmente
foram elevando-se com ele e a Terra abaulou-se invertidamente, demonstrando que no espaço
corretamente unificado a Terra era côncava, e não convexa, e que todas as estrelas se
acumulavam numa mesma região do céu, num espetáculo de extrema beleza e em cujo centro
acumulava-se, relativisticamente, todo o espaço infinito. Era assim possível ver todo universo
como se fosse um imenso e fantástico aglomerado estelar, sendo que que a terra
espantosamente o englobava por completo. Ao aproximar-se da lua, tornou-se obvio que agora
era ela que se abaulava para conter todo o mesmo espaço infinito, sendo assim possível
compreender que a estrutura do espaço dava-se em função das referências locais, assim
também como o corpo humano era a referência de todas as ordens vitais.

E lá estava, agora, a Terra, em seu formato côncavo distante, situada próxima do mesmo
aglomerado universal, fenômeno tal que se repetiria com a aproximação de qualquer localidade
no espaço total existente. E então Deus apontou-lhe uma cratera, sendo que para lá voaram,
penetrando incólumes no solo lunar e afundando até atingir o ponto em que o espaço
quadridimensional atingiu seu limite externo. Mas, como prosseguiram, quebraram sua barreira e
ele desdobrou-se numa inversão apenas concebível na quinta dimensão. Nela tornou óbvio que
a exterioridade espacial da Lua era um tubo comprido e flexível, cheio de lindas localidades,
todas ativas e habitadas. Olhando para si, o materialista viu seu corpo em perfeito contorno
quadridimensional, assim como na quarta dimensão apenas podia ver seu contorno
tridimensional. Sua forma agora participava de todo o espaço tridimensional do universo, que
agora parecia estar todo contido em seu corpo.

Deste modo, as funções de sua cabeça, tronco e membros eram muito mais evidentes e
maravilhosas, pois este era o espaço que ele anteriormente entenderia como sendo seu espaço
interior. Cada órgão, artéria, nervo e músculo tinham se convertido num coruscante e
sofisticadíssimo sistema de funções cujas formas invertiam-se em estações de inteligentíssima
compleição, e nas quais reverberavam as respostas dos tubos planetários que lhes eram
organicamente harmônicos. Era incrível como esta maravilhosa realidade, tão bela, digna, e tão
cheia de seres vivos e vibrantes, era vista pelos seres humanos na Terra, como meros globos
convexos em jogo gravitacional, condição que pare ele, doravante seria quase equivalente à
cegueira. Na verdade, aqueles globos nada mais eram que apêncices estruturais do espaço
integral.

A seguir observou que o corpo de Deus era a exata contraparte negativa de toda a autonomia do
sistema, como se fosse seu modelo matricial e do qual ele (o materialista) apenas estava
experimentando os primeiros níveis de percepção sensorial interna. Esta percepção seria
sempre limitada, ou dimensionada, pois Deus lhe concedia a clara intuição de que Sua Forma
ultrapassava todo o âmbito dimensional existente, sendo não apenas o que originava sua
composição escalar, como cuja transcendência era a única e eterna fonte precursora do reino
sobrenatural, originante da infinita beleza e da absoluta liberdade, ou da perfeita ausência de
limitações. Era óbvio que bastaria aquela Forma Absoluta alterar-se para que, sem em nada
comprometer Sua univocidade, uma pequenina folha ao chão da Terra, sem qualquer aparente
alteração, não fosse mais uma folha natural, mas sim um ser totalmente independente do
espaço-tempo e desvinculado de qualquer lei natural, caso em que se realizaria um milagre
estrito.

Mas o que Deus fizera com a Lua (o movimento em quadrado) não fora um milagre estrito, mas
simplesmente um pedido à potência presidente da Lua, para que excepcionalmente fizesse a
linha de colapso do espaço extenso da lua (que no espaço intenso extendía-se por seu eixo
tubular) ondulasse de modo minimamente suficiente para que, sem afetar seu equilíbrio humoral,
esta acão se traduzisse como deformação elástica do espaço tridimensional em torno da Lua.
Como na Terra o sistema nervoso das criaturas tinha quase exclusiva consciência objetiva, era
incapaz de coordenar-se com o movimento espacial integral, e assim, os que observassem a
imagem da Lua naqueles instantes a veriam movimentar-se em quadrado, sem que jamais
pudessem detectar qualquer anomalia gravitacional correspondente, porque a origem do
movimento estaria, com toda naturalidade, no que corresponderia ao avesso do espaço-tempo.

Logo o materialista teve o desejo de focalizar suas novas habilidades sensoriais nos seres que
evidentemente agremiavam-se no comando, não apenas da lua, mas de todo o sistema solar.
Neste âmbito dimensional, já não havia movimento espacial, o qual estava reduzido a uma linha
de colapso contínua que existia como eixo de cada tubo planetário. O conhecimento de qualquer
parte se dava apenas pela ativação dos órgãos, que estavam presentes em todos os "lugares",
que na verdade eram posições orgânicas de um imenso número de seres responsáveis por
experiências de vida específicas, todas dotadas de um imenso conhecimento e riquíssima
experiência. Com a focagem geral era possível verificar que o sistema solar era ramificado do
tubo solar, o qual, juntamente com as demais estrelas compunham as ramificações do eixo
central da galáxia, agora visível em boa extensão, e que extendia ramificações por sua enorme
estrutura torular, como uma sofisticada árvore, da qual antes só seria possivel ver o plano
discóide quadridimensional.

A seguir Deus demonstrou como era o comando do tubo lunar pela agremiação das potências
comandantes do mesmo sistema vital, aos quais Ele apenas ordenou que a componente
gravitacional do espaço externo diminuisse sua elasticidade nas direções escolhidas ao redor do
tubo lunar. Ao perguntar onde estavam estas "potências", Deus explicou que residiam na sétima
dimensão, de onde orientavam a onda vital da sexta dimensão. Disse que a sexta dimensão era
composta de seres imensamente felizes por serem a primeira linha de serviço de ministério
direto, ou angélico, para todo o sistema e que eram imensamente criativos na maneira pela qual
decidiam organizar suas atividades. Acrescentou que o materialista não poderia adentrar nesta
dimensão, e nem nos âmbitos seguintes, sem que Deus o provesse ainda mais alguns órgãos
vitais, mas cujas funções contrariariam seu modo de pensar habitual na Terra, o que implicaria
na violação de seu livre-arbítrio. A única maneira de possibilitá-lo seria ele tomar a decisão de
pensar diferentemente por vontade própria e que assim reorientasse os vetores psíquicos
estabelecidos, por ele mesmo, em sua vida pregressa. Caso fosse bem sucedido nisto, estaria
liberado para funções mais avançadas e assim poder conhecer a estrutura externa dos planetas,
ou da Terra, que na sexta dimensão enraizava a função do cinturão de Van Allen, assim como a
tubularidade alimentava o vento solar.

Imediatamente o materialista aceitou a proposta e reapareceu cinco segundos após haver
desaparecido, diante de uma platéia quase histérica. Seu rosto estava maravilhado, sentia-se
leve, com um intenso bem-estar. Quando o religioso aproximou-se dele, ele caiu de joelhos,
vencido, chorando e cobrindo o rosto com as mãos. O religioso, que já tinha visto manifestações
de fervor como aquela muitas vezes, estrategicamente pegou um microfone, abençoou o
materialista em voz comovida e ajoelhou-se abraçando a alma renascida tão miraculosamente e
disse: - Irmão, dê seu testemunho para que a luz de Deus finalmente alcance as mais recônditas
trevas deste mundo! - E o materialista respondeu - Por favor... chamem um médico... estou tendo
alucinações absurdas!

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O materialista convertido

  • 1. O Materialista Convertido por Renato Lacerda Era uma vez um religioso famoso pelo grande número de almas por ele arrebanhadas, mas que sentia-se particularmente infeliz por causa de seu mais atroz oponente, um materialista igualmente famoso em seu militante ceticismo por tudo que cheirasse a fé e religião. Chegaram a travar debates na mídia, mas o infiel parecia mesmo completamente opaco à graça divina e jamais deixou de perspicazmente refutar todos os juízos e admoestações do religioso. Devido ao crescente número de almas vitimadas pelo excepcional poder argumentativo do materialista, o religioso orou a Deus, rogando que Ele convertesse o coração daquele infeliz, assim terminando de vez com seus malefícios. Intuitivamente ouviu Deus responder-lhe que não podia forçar o materialista a acreditar no que não queria, pois isto violaria seu livre-arbítrio. O religioso reconheceu isto, mas retrucou que seria incapaz de evitar que muito mais almas logo perdessem a fé devido àquela pérfida influência. Deus respondeu que jamais perderiam a fé se simplesmente utilizassem o mesmo livre-arbítrio para decidirem continuar dando valor à intuição espiritual em seus corações, acima de qualquer dúvida racional. O religioso também admitiu isto, mas finalmente confessou que sentia-se desmoralizado perante os fiéis e perguntou se Deus não poderia produzir um pequeno milagre, o qual, sendo previsto, poderia ao menos minar a confiança do materialista. Deus respondeu que, por sua perseverança na fé, acataria o pedido do religioso, mas que esta concessão serviria sobretudo para demonstrar sua inutilidade. O religioso aceitou pois ao menos reforçaria a fé dos que já acreditam. Então Deus declarou que cairia um raio do nada, onde quer que o fiel religioso estivesse exatamente às dez horas da manhã do dia seguinte. Aliviado e exultante, o devoto desafiou o materialista que ficasse com ele nesta hora para testemunhar um raio vindo de Deus. O materialista aceitou e muitos juntaram-se a eles para o "evento". O dia estava límpido, sem uma nuvenzinha sequer e, às dez em ponto, bem diante da platéia, ao ar livre, um raio grosso e brilhante rasgou no céu, ouvindo-se um trovão poucos segundos após. Gritaria e aplausos. Mas o materialista não se impressionou nem um pouco, parecendo já ter uma resposta preparada para a improvável eventualidade. Disse que, em primeiro lugar, não era impossível que cargas suficientemente fortes pudessem raramente formar-se na atmosfera sem a presença de nuvens visíveis; e, em segundo lugar, que adivinhar o momento da descarga elétrica tanto poderia ser uma coincidência casual - improvável, mas nem por isto impossível - como poderia advir daqueles sinais naturais, sutis mas sempre existentes, que índios já tinham demonstrado perceber, e que o religioso poderia ter tornado a si mesmo apto a perceber para fazer previsões meteorológicas. O religioso ficou pasmo e protestou quanto à absurda improbabilidade daquelas explicações. O materialista simplesmente replicou que, no caso, a improbabilidade de ser um milagre era muitíssimo maior. A platéia ficou murmurando, evidentemente observando que o materialista tinha lá a sua razão. O religioso, vendo-se derrotado mais uma vez, levantou os olhos ao céu, contrito e reconhecendo a lição que Deus assim lhe proporcionava, mas neste momento ouviu intuitivamente que a Lua se moveria num quadrado, às nove horas da noite. Sentiu até dificulade de acreditar, mas a ousadia era seu último recurso e comunicou a todos a fantástica previsão. Uma imensa multidão acompanhou o religioso e o materialista ao lugar combinado, à noite. E exatamente às 21:00:00, sob a mira de todos os olhares, câmeras e instrumentos, a Lua em quarto crescente começou a mover-se para baixo, depois para a direita, depois subiu, depois para a esquerda e então retornou à posição original. Silêncio geral. Aquele era um momento de solene importância e que marcaria para sempre a história da humanidade. Aos poucos cresceu um imenso clamor. Risos e lágrimas escorriam na maioria dos rostos.
  • 2. O materialista veio (com compreensível lentidão) aos microfones e disse: - Tudo bem, reconheço que vi o que todos viram. Mas em que acham mais razoável acreditar? Que houve um milagre, ou que foi algum truque? Como podemos saber se este indivíduo não está sendo ajudado por um grande mágico, tendo investido milhões na produção deste incrível espetáculo? Sabemos o que ele tem a ganhar. Sabemos muito bem como truques de vulto parecem mesmo sobrenaturais - mas, são apenas truques! Ou, ainda que tenha realmente ocorrido alguma anomalia astronômica, por que já ir pensando que foi milagrosa, se pode tratar-se mesmo de uma simples anomalia - bem estranha, é verdade - mas que pode ser inteiramente explicável cientificamente? Os dados foram coletados. A ciência os estudará e provavelmente não verificaremos qualquer alteração gravitacional, ou que indique uma real anomalia. Mas, ao descobrirmos o que houve realmente - caso não tenha sido mera trucagem - é racionalmente evidente que terá sido algum fenômeno de origem natural, e não sobrenatural! E ainda que a ciência não esclareça este fenômeno a curto ou médio prazo, acreditar que o mesmo tenha sido um milagre poderá ter como fundamento algo mais que a mera vontade de que seja um milagre? Ora, porque acreditar que qualquer acontecimento materialmente observável tenha origem não- material? E ainda que outros fenômenos estranhos venham a ocorrer, incluindo o fato de serem previstos por este homem - e ainda que não encontremos explicações imediatas para os mesmos - minha inteligência se recusará recorrer a explicações absurdas, porque jamais será necessário recorrer a explicações transcendentais para explicar o desconhecido. Está cada vez mais evidenciado que esta necessidade vem apenas do medo infantil e da ignorância primitiva, que por milênios vem se impregnando nas diversas culturas humanas! O devoto caiu de joelhos, chorando copiosamente. Desta vez levantou suas mãos aos céus e pediu perdão a Deus, pois agora entendia claramente que não adiantava querer forçar o livre- arbítrio, o qual sempre foi prova de que Deus dá absoluta liberdade para cada um de acreditar apenas no que quer, não importando até que provas materiais miraculosas fossem divinamente providenciadas. E neste momento, vendo Deus que seu devoto havia compreendido a lição, declarou-lhe que agora ofereceria a prova total para o materialista, mas que seria apenas para ele, que dependeria da vontade dele, e que assim ele precisaria expressar previamente sua aceitação. O religioso levantou-se cambaleante, lavado de lágrimas, e foi aos microfones. Com a voz embargada, quase ridícula, comunicou o que Deus havia acabado de oferecer e qual era a única condição. O materialista riu-se diante das câmeras, aproximou-se do religioso e inclinou-se aos microfones, declarando em tom de escárnio: - Cuidado, meu amigo, porque depois dessa você pode ficar insano e precisar de ser internado. Se você insiste em tornar sua situação no mínimo ainda mais ridícula, diga ao seu deus imaginário que tanto aceito a oferta como já estou pronto! E naquele mesmo instante o materialista adquiriu um brilho fortíssimo e desapareceu. Pela reação do religioso e do público, o materialista percebeu que ele estava invisível para eles. Espantou-se, claro, mas pensou poder estar apenas sofrendo uma alucinação. Quis por a mão no religioso para ver se haveria algum contato, mas neste momento notou uma presença luminosa perto de si, uma luz instantaneamente esclarecedora e vivificante, e que assim obviamente indicava tratar-se da presença de Deus. O materialista olhou e viu um ser tão lindo e perfeito que começou a chorar de louvor e graças, porque todas a suas dúvidas e buscas haviam finalmente terminado. Este ser passaria, doravante, a ser o único objeto de toda a sua atenção e amor. Mesmo que Ele desaparecesse imediatamente, para sempre dedicaria todo seu empenho em anunciar que Deus é a realidade última, sublime, o único objeto de todos os nossos anseios, pois é somente Nele que podemos viver o perfeito prazer, a perfeita riqueza, a perfeita liberdade. De fato, entendeu também que, ao aparecer para ele, Deus teria violado inteiramente seu livre- arbítrio, já que antes não tivera a menor vontade de conhecê-Lo, muito pelo contrário. Porém, tendo aceitado qualquer prova indefinida, isto não estava excluído. Normalmente, mesmo para alguém que tivesse fé, este aparecimento de Deus apenas seria possível caso Ele fosse o único
  • 3. objetivo consciente da vida dessa pessoa, assim perfeitamente santa. Mas agora, pela graça concedida ao religioso, ele também era infinitamente agraciado. Querendo assim aproveitar ao máximo aquela visão, observou que Deus tinha forma humana, maravilhosamente fantástica, mas ainda assim humana. Imediatamente entendeu que esta era uma impressão falsa; que, na verdade Deus não tem forma humana, mas que o homem, sim, é que tem Forma Divina. Entendeu que aquele não era um corpo material, composto de partes, mas sim um corpo inteiramente espiritual, uno como a trindade divina e expressão máxima da inteligência e da beleza, das quais o corpo humano comum era apenas uma imagem tridimensional e limitada, temporal e corruptível. A devoção que este Ser lhe despertou cresceu ainda mais ao entender ainda mais profundamente que Ele não lhe retirara a liberdade de de sua vontade, ou seja, seu livre-arbítrio; que não o compelia a acreditar através do maravilhamento, mas que apenas lhe mostrava a verdade, sendo que ele permanecia inteiramente livre para decidir. Porém, claro que agora decidia-se resolutamente por Deus, porque negá-lo passou a significar a mais terrível loucura possível: a de não querer usufruir da liberdade absoluta. A seguir, lembrando-se da Lua e de como deveria ter sido fácil para aquele Ser movimentá-la, ele foi imediatamente elevado, indo em direção a ela (Lua). Conforme elevou-se, imediatamente observou que o espaço relativizou-se integralmente ao seu movimento, de um modo agora evidente, mas que antes lhe seria impossível conceber. Os confins do infinito simplesmente foram elevando-se com ele e a Terra abaulou-se invertidamente, demonstrando que no espaço corretamente unificado a Terra era côncava, e não convexa, e que todas as estrelas se acumulavam numa mesma região do céu, num espetáculo de extrema beleza e em cujo centro acumulava-se, relativisticamente, todo o espaço infinito. Era assim possível ver todo universo como se fosse um imenso e fantástico aglomerado estelar, sendo que que a terra espantosamente o englobava por completo. Ao aproximar-se da lua, tornou-se obvio que agora era ela que se abaulava para conter todo o mesmo espaço infinito, sendo assim possível compreender que a estrutura do espaço dava-se em função das referências locais, assim também como o corpo humano era a referência de todas as ordens vitais. E lá estava, agora, a Terra, em seu formato côncavo distante, situada próxima do mesmo aglomerado universal, fenômeno tal que se repetiria com a aproximação de qualquer localidade no espaço total existente. E então Deus apontou-lhe uma cratera, sendo que para lá voaram, penetrando incólumes no solo lunar e afundando até atingir o ponto em que o espaço quadridimensional atingiu seu limite externo. Mas, como prosseguiram, quebraram sua barreira e ele desdobrou-se numa inversão apenas concebível na quinta dimensão. Nela tornou óbvio que a exterioridade espacial da Lua era um tubo comprido e flexível, cheio de lindas localidades, todas ativas e habitadas. Olhando para si, o materialista viu seu corpo em perfeito contorno quadridimensional, assim como na quarta dimensão apenas podia ver seu contorno tridimensional. Sua forma agora participava de todo o espaço tridimensional do universo, que agora parecia estar todo contido em seu corpo. Deste modo, as funções de sua cabeça, tronco e membros eram muito mais evidentes e maravilhosas, pois este era o espaço que ele anteriormente entenderia como sendo seu espaço interior. Cada órgão, artéria, nervo e músculo tinham se convertido num coruscante e sofisticadíssimo sistema de funções cujas formas invertiam-se em estações de inteligentíssima compleição, e nas quais reverberavam as respostas dos tubos planetários que lhes eram organicamente harmônicos. Era incrível como esta maravilhosa realidade, tão bela, digna, e tão cheia de seres vivos e vibrantes, era vista pelos seres humanos na Terra, como meros globos convexos em jogo gravitacional, condição que pare ele, doravante seria quase equivalente à cegueira. Na verdade, aqueles globos nada mais eram que apêncices estruturais do espaço integral. A seguir observou que o corpo de Deus era a exata contraparte negativa de toda a autonomia do sistema, como se fosse seu modelo matricial e do qual ele (o materialista) apenas estava
  • 4. experimentando os primeiros níveis de percepção sensorial interna. Esta percepção seria sempre limitada, ou dimensionada, pois Deus lhe concedia a clara intuição de que Sua Forma ultrapassava todo o âmbito dimensional existente, sendo não apenas o que originava sua composição escalar, como cuja transcendência era a única e eterna fonte precursora do reino sobrenatural, originante da infinita beleza e da absoluta liberdade, ou da perfeita ausência de limitações. Era óbvio que bastaria aquela Forma Absoluta alterar-se para que, sem em nada comprometer Sua univocidade, uma pequenina folha ao chão da Terra, sem qualquer aparente alteração, não fosse mais uma folha natural, mas sim um ser totalmente independente do espaço-tempo e desvinculado de qualquer lei natural, caso em que se realizaria um milagre estrito. Mas o que Deus fizera com a Lua (o movimento em quadrado) não fora um milagre estrito, mas simplesmente um pedido à potência presidente da Lua, para que excepcionalmente fizesse a linha de colapso do espaço extenso da lua (que no espaço intenso extendía-se por seu eixo tubular) ondulasse de modo minimamente suficiente para que, sem afetar seu equilíbrio humoral, esta acão se traduzisse como deformação elástica do espaço tridimensional em torno da Lua. Como na Terra o sistema nervoso das criaturas tinha quase exclusiva consciência objetiva, era incapaz de coordenar-se com o movimento espacial integral, e assim, os que observassem a imagem da Lua naqueles instantes a veriam movimentar-se em quadrado, sem que jamais pudessem detectar qualquer anomalia gravitacional correspondente, porque a origem do movimento estaria, com toda naturalidade, no que corresponderia ao avesso do espaço-tempo. Logo o materialista teve o desejo de focalizar suas novas habilidades sensoriais nos seres que evidentemente agremiavam-se no comando, não apenas da lua, mas de todo o sistema solar. Neste âmbito dimensional, já não havia movimento espacial, o qual estava reduzido a uma linha de colapso contínua que existia como eixo de cada tubo planetário. O conhecimento de qualquer parte se dava apenas pela ativação dos órgãos, que estavam presentes em todos os "lugares", que na verdade eram posições orgânicas de um imenso número de seres responsáveis por experiências de vida específicas, todas dotadas de um imenso conhecimento e riquíssima experiência. Com a focagem geral era possível verificar que o sistema solar era ramificado do tubo solar, o qual, juntamente com as demais estrelas compunham as ramificações do eixo central da galáxia, agora visível em boa extensão, e que extendia ramificações por sua enorme estrutura torular, como uma sofisticada árvore, da qual antes só seria possivel ver o plano discóide quadridimensional. A seguir Deus demonstrou como era o comando do tubo lunar pela agremiação das potências comandantes do mesmo sistema vital, aos quais Ele apenas ordenou que a componente gravitacional do espaço externo diminuisse sua elasticidade nas direções escolhidas ao redor do tubo lunar. Ao perguntar onde estavam estas "potências", Deus explicou que residiam na sétima dimensão, de onde orientavam a onda vital da sexta dimensão. Disse que a sexta dimensão era composta de seres imensamente felizes por serem a primeira linha de serviço de ministério direto, ou angélico, para todo o sistema e que eram imensamente criativos na maneira pela qual decidiam organizar suas atividades. Acrescentou que o materialista não poderia adentrar nesta dimensão, e nem nos âmbitos seguintes, sem que Deus o provesse ainda mais alguns órgãos vitais, mas cujas funções contrariariam seu modo de pensar habitual na Terra, o que implicaria na violação de seu livre-arbítrio. A única maneira de possibilitá-lo seria ele tomar a decisão de pensar diferentemente por vontade própria e que assim reorientasse os vetores psíquicos estabelecidos, por ele mesmo, em sua vida pregressa. Caso fosse bem sucedido nisto, estaria liberado para funções mais avançadas e assim poder conhecer a estrutura externa dos planetas, ou da Terra, que na sexta dimensão enraizava a função do cinturão de Van Allen, assim como a tubularidade alimentava o vento solar. Imediatamente o materialista aceitou a proposta e reapareceu cinco segundos após haver desaparecido, diante de uma platéia quase histérica. Seu rosto estava maravilhado, sentia-se leve, com um intenso bem-estar. Quando o religioso aproximou-se dele, ele caiu de joelhos,
  • 5. vencido, chorando e cobrindo o rosto com as mãos. O religioso, que já tinha visto manifestações de fervor como aquela muitas vezes, estrategicamente pegou um microfone, abençoou o materialista em voz comovida e ajoelhou-se abraçando a alma renascida tão miraculosamente e disse: - Irmão, dê seu testemunho para que a luz de Deus finalmente alcance as mais recônditas trevas deste mundo! - E o materialista respondeu - Por favor... chamem um médico... estou tendo alucinações absurdas!